Dinâmica de satélites desativados: efeitos da pressão de radiação solar Daniel de Paiva Mucin, Rita de Cassia Domingos, Diogo Merguizo Sanchez, Rafael Sfair, Antonio Fernando Bertachini de Almeida Prado, Campus de São João da Boa Vista, Curso Engenharia de Telecomunicações, [email protected], Bolsa PIBIC Palavras Chave: Pressão de radiação solar, satélites artificiais desativados, evolução orbital. Introdução Figura 1 – (a) Áreas de descarte. (b) Satélites GPS¹. Como um exemplo, a Figura 2 apresenta as variações da excentricidade e do raio orbital do satélite como uma função do tempo. Este caso é para valores iniciais Ω= 353,970° e ω=296,806°. SATÉLITE DESATIVADO SATÉLITE DESATIVADO 31000 SEM PRESSÃO DE RADIAÇÃO SOLAR COM PRESSÃO DE RADIAÇÃO SOLAR 0,15 SEM PRESSÃO DE RADIAÇÃO SOLAR COM PRESSÃO DE RADIAÇÃO SOLAR 30000 29000 Raio (Km) Excentricidade A órbita de um satélite artificial tem a forma de uma elipse num plano fixo. Se o movimento não fosse perturbado, o satélite permaneceria nessa órbita indefinidamente. Satélites de telecomunicação, mapeamento por GPS (Sistema de Posicionamento Global) e previsão meteorológica possuem um tempo de vida útil de até 10 anos. Devido ao alto custo para removê-los do espaço após o fim da missão, eles são deixados em uma órbita ± 300 a 500km da sua órbita original, conhecida como órbita cemitério. Eles fazem parte de uma fração do lixo espacial que circunda a Terra e oferecem risco de colisão aos satélites da constelação. Neste trabalho, nós estudamos o efeito da pressão de radiação solar sobre a evolução orbital de satélites do tipo GPS em órbita cemitério e capturados em uma ressonância (quando o satélite sofre uma perturbação periódica externa cuja 1 frequência iguala-se à natural) causada pela combinação das perturbações gravitacional Sol–Lua e achatamento terrestre. Essa ressonância é a 2ω+Ω, onde ω é o argumento do pericentro e Ω a longitude do nodo do satélite. 0,10 0,05 28000 27000 26000 25000 24000 0,00 0 50 100 150 200 250 0 50 Tempo (anos) Objetivos Estudar a variação na excentricidade de satélites desativados em função do tempo e averiguar se o satélite cruza a região da constelação, ou seja, oferece risco de colisão aos satélites da constelação. XXVI Congresso de Iniciação Científica 200 250 Os resultados mostraram que, a força de pressão de radiação solar faz a excentricidade diminuir. O que depende da combinação dos valores iniciais de Ω e ω. Vimos também que os satélites descartados não oferecem risco aos satélites da constelação. Conclusões Neste trabalho, nós apresentamos os resultados para satélites do tipo GPS em órbita cemitério. Pretende-se no futuro estudar o efeito da pressão de radiação em corpos com diferentes razões de massa. Agradecimentos Resultados e Discussão A Figura 1a ilustra a altitude de satélites artificiais com relação à Terra. Satélites do tipo GPS têm altitudes mínimas de cerca de 20.200km e o período orbital do satélite é metade do período de rotação da Terra. Nós estudamos os satélites da Figura 1b, com inclinação de ~56° para diferentes valores de Ω e ω. 150 Figura 2 - Variação da excentricidade e do raio no tempo. Material e Métodos Este estudo tem caráter teórico e computacional. Para tanto, nós implementamos a força de pressão de radiação no pacote de programas numéricos 2 MERCURY . Foram realizadas simulações numéricas e análise comparativa de resultados com a literatura. 100 Tempo (anos) Ao suporte financeiro PIBIC/CNPq e ao grupo de Dinâmica orbital e Planetologia, Câmpus da UNESP de Guaratinguetá pelo suporte computacional. ____________________ ¹ Sanchez, D. M., Yokoyama, T., Oliveira, P. I. e Cordeiro, R. R., Math. Probl. Eng., 2009, ArticleID510759 ² Chambers, J. E. MNRAS 1999, 304, 793