0 UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunição – Curso de Administração – Bacharelado – modalidade presencial DENISE VANESSA SEITENFUS ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA PARA ESTRUTURAR E FORMALIZAR O EMPREENDIMENTO CENTRO DE EVENTOS VILA GERMÂNICA Panambi 2014 1 DENISE VANESSA SEITENFUS ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA PARA ESTRUTURAR E FORMALIZAR O EMPREENDIMENTO CENTRO DE EVENTOS VILA GERMÂNICA Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial para à obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Profo Ivo Joel Boratti Panambi – Rio Grande do Sul – Brasil Campus Panambi 2014 2 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida, e a minha família fonte de inspiração para a busca de meus objetivos. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por simplesmente ter me dado a oportunidade de cursar uma graduação e pela sua presença em todos os momentos da minha vida, me encorajando e confortando. Aos meus pais, irmãos e toda minha família que, com muito carinho e apoio, me incentivaram para que eu chegasse até esta etapa de minha vida e que me ensinaram a me dedicar em busca de meus objetivos. Agradeço à pessoa que amo, que foi compreensiva comigo durante esses anos, principalmente nos momentos em que tive que priorizar o meu estudo e abdicar de momentos juntos. Agradeço a todos os professores do curso, que foram tão importantes na minha vida acadêmica e no desenvolvimento deste trabalho, mas principalmente ao meu professor orientador, que foi paciente comigo e contribuiu decisivamente para esta conquista e me ensinou, através do seu exemplo, o caminho que quero seguir a partir deste momento. A todas as pessoas que contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho, principalmente ao Sr. Werno Dahmer e a Sra. Valquiria Raichle que disponibilizaram seu tempo para que toda a pesquisa pudesse ser desenvolvida. Enfim, neste momento final de uma etapa tão especial, em que a alegria por estar terminando se junta ao cansaço, torna-se difícil lembrar-me de todos os que participaram comigo dessa jornada, mas de uma maneira muito sincera, agradeço a todos que de uma forma ou de outra colaboraram para a realização deste trabalho de conclusão de curso. 4 ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA PARA ESTRUTURAR E FORMALIZAR O EMPREENDIMENTO CENTRO DE EVENTOS VILA GERMÂNICA¹ Denise Vanessa Seitenfus²; Ivo Joel Boratti³ ¹Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Administração da Unijuí. ²Aluna do curso de Graduação em Administração da Unijuí, [email protected] ³Professor orientador, curso de Administração da Unijuí, [email protected] RESUMO O presente trabalho tem como objetivo geral verificar a viabilidade econômica e financeira de formalizar o empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, o qual tem como atividade a produção de Buffet para festas e eventos. O proprietário é o Sr. Werno Dahmer, o qual começou as atividades ao identificar uma oportunidade, quando passou a exercer as atividades de ecônomo do Centro Cultural 25 de Julho. A pesquisa se justifica por haver interesse do empresário de saber se mesmo com todos os impostos e taxas que incidem sobre as empresas, o negócio continuará proporcionando resultados atraentes após a legalização. A pesquisa se classifica quanto aos fins, em exploratória, descritiva e explicativa. Quanto aos meios se trata de uma pesquisa de campo, documental, bibliográfica e pesquisa de caso. No desenvolvimento do trabalho foram abordadas as teorias necessárias para desenvolvimento da pesquisa, como os aspectos das empresas familiares, projetos de viabilidade econômica financeira, aspectos mercadológicos, técnicos e administrativos. Também foi abordada a legislação sobre o regime tributário das empresas e por fim os aspectos econômicos e financeiros. Foi realizada a análise da situação da empresa e verificadas as mudanças que devem ser feitas, bem como projetado, com base no histórico da empresa, cinco anos de receitas e custos. As receitas foram projetadas com base nas estimativas de quantidades de eventos e venda de novos produtos que foram agregados à empresa. Os custos variáveis e fixos foram projetados com base no preço de mercado e no histórico da empresa respectivamente. Isso proporcionou a construção do fluxo de caixa e demonstrativo de resultados do empreendimento, possibilitando a análise da Viabilidade Econômica e Financeira através dos cálculos dos métodos financeiros. Os métodos financeiros utilizados foram o Payback, o Valor Presente Líquido, o Ponto de Equilíbrio a Margem Líquida sobre Vendas e os índices de Retorno do Investimento e Patrimônio Líquido. O resultado obtido demonstrou que o empreendimento formalizado e organizado, é viável, do ponto de vista econômico e financeiro. Palavras-chave: Viabilidade. Formalização. Rentabilidade. Oportunidade. Introdução A finalidade principal deste trabalho é elaborar um estudo de viabilidade econômica financeira para formalização de um empreendimento que já está em funcionamento e tem como atividade a produção de Buffet para festas e eventos. O proprietário é o Sr. Werno Dahmer, o qual começou as atividades ao identificar uma oportunidade, quando passou a exercer as atividades de ecônomo do Centro Cultural 25 de Julho. A pesquisa se justifica por haver interesse do empresário pelo seu resultado, que é verificar se mesmo com todos os custos provenientes da formalização, o negócio continuará sendo atraente ao empreendedor, como também pela necessidade do acadêmico de administração de caracterizar um problema 5 em uma organização e saber administrá-lo por meio de técnicas aprendidas no decorrer do curso e pela contribuição oferecida ao empresário, para melhorar a gestão da sua empresa. Trabalha-se com o objetivo geral de verificar a viabilidade econômico-financeira do empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, numa situação organizada, estruturada e formalizada segundo os modernos ditames legais e administrativos. Para isso foi estabelecido os objetivos específicos que nortearam esta pesquisa, como analisar a situação atual do empreendimento. Definir ações necessárias com vistas à regularização jurídica e fiscal do empreendimento, estimando novo patamar de custos e despesas. Projetar, a partir da nova situação jurídica e fiscal, Fluxo de Caixa Operacional para os próximos 05 anos, contemplando investimentos, receitas, custos e despesas, e por fim com base no Fluxo de Caixa Projetado, analisar a viabilidade econômico-financeira do empreendimento, utilizando as técnicas do Ponto de Equilíbrio, Retorno sobre os Investimentos, Taxa Interna de Retorno, Valor Presente Líquido e Payback. Metodologia Conforme a teoria apresentada por Vergara (2000), esta pesquisa é classificada quanto aos fins, em exploratória, pois a organização em estudo possui pouco conhecimento sobre sua situação financeira, descritiva, pois expõe as características exclusivamente do empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, e ao descrevê-lo, teve isso como base para explicar a viabilidade do negócio, por isso também pode ser classificada como pesquisa explicativa. Quanto aos meios, segundo Vergara (2000), a pesquisa pretende ser elaborada, pode ser classificada em pesquisa de campo, pois foi realizada a busca de dados no estabelecimento da empresa, é documental porque utilizou os registros da empresa sobre a suas atividades durante os cinco anos de funcionamento. É bibliográfica, pois teve como embasamento a teoria de diversos autores publicada em livros, que será utilizada para explicar os fenômenos identificados na organização, além disso, pode ser considerada como pesquisa de caso devido abordar exclusivamente uma organização. O Universo da pesquisa é a empresa Centro de Eventos Vila Germânica, os sujeitos são o Sr. Werno Dahmer, proprietário do empreendimento, a contabilista Valquiria Raichle, e os integrantes da diretoria do Clube 25 de Julho. A coleta de dados deste estudo se desdobrou em levantamento de informações sobre as características atuais do negócio, e identificação dos produtos e serviços prestados pela empresa por meio de entrevista com o empresário Werno Dahmer. Com base nas agendas particulares do empresário, foi construída uma planilha de evolução da demanda do mercado durante os últimos cinco anos de funcionamento do negócio, o que proporcionou fundamentos para propor uma projeção de vendas e faturamento para os próximos anos. Foi realizado um levantamento por meio de observação participante, onde a pesquisadora teve convivência dentro da empresa para coleta de dados. Com base no estudo bibliográfico, foi feita a pesquisa de campo, que constituiu em uma entrevista com a contabilista e sócia proprietária do escritório Master na cidade de Panambi, Valquiria Raichle. Também foi realizada uma entrevista com a diretoria do Clube 25 de Julho para formalização de um contrato de uso das instalações do clube para as atividades da empresa. Com base nestes dados coletados foram construídas tabelas estimando um novo patamar de custos e despesas e uma projeção das receitas com base na demanda avaliada. Assim foi projetado um fluxo de caixa operacional para os próximos cinco anos da empresa, o qual permitiu construir as demonstrações financeiras para a análise do pesquisador. Em seguida definiram-se valores para os indicadores de Ponto de Equilíbrio, Retorno do Investimento, Taxa Interna de Retorno, Valor Presente Líquido e o Payback, os quais foram avaliados com 6 sustentação teórica e assim foi possível definir a viabilidade econômica financeira do empreendimento. Resultados e Discussões No Brasil há números expressivos de empresas que atuam informalmente, e este é o caso do empreendimento do Sr. Werno Dahmer que atua há sete anos no ramo de alimentação e eventos. O negócio funciona nas instalações do Centro Cultural 25 de Julho, clube do qual o Sr. Werno é presidente e ecônomo. Iniciou as atividades quando viu a oportunidade de explorar as instalações do clube em forma de economato, servindo Buffet para festas em geral. Na nova projeção foram acrescentados alguns produtos e serviços que a empresa disponibilizará aos seus clientes para agregar valor ao seu produto principal, que é o Buffet. Com o crescimento do empreendimento o proprietário sentiu a necessidade de formalizá-lo, bem como ter clareza no que tange aspectos financeiros da empresa, pois até então não tinha nenhum tipo de controle. No entanto havia interesse por parte do Sr. Werno de saber se mesmo tendo todos os custos de uma situação formalizada, como impostos e serviços contábeis, a empresa seria viável. Através da projeção financeira foi possível estabelecer o Fluxo de Caixa e Demonstração de Resultado do Exercício. Ressaltando que a empresa adotará o regime tributário de Empresa de Pequeno Porte Optante pelo simples nacional, no qual incidirão sobre a empresa alíquotas conforme o seu faturamento anual. Verifica-se através do levantamento de dados que o valor de R$ 87.361,62 é o investimento total que a empresa necessitará para comprar equipamentos, móveis e utensílios, bem como para pagamento de todos os custos provenientes de abertura e registro da empresa como também o valor necessário para o Capital de Giro da empresa. Este desembolso, para a empresa é consideravelmente baixo, já que toda a estrutura das instalações é de responsabilidade do Clube Cultural 25 de Julho e por isso este investimento será financiado por recursos próprios do empresário, o qual exigirá Taxa Mínima de Atratividade (TMA) de 20% a.a., pois deve considerar uma taxa maior que a de investimentos seguros, como a aplicação em poupança, já que a aplicação do método Capital Asset Princing Model (CAPM) não é confiável no Brasil principalmente pela dificuldade de escolha da Taxa Livre de Risco, conforme Assaf Neto (2009). A estrutura do fluxo de caixa considera que o valor residual da empresa após os cinco de projeto, será determinado pelo método da perpetuidade, onde os seus ativos não serão liquidados, mas considerará que o fluxo de caixa projetado irá estender-se infinitamente. O Payback, segundo Braga (1989) é o tempo necessário para recuperar o valor investido, portanto o período encontrado para a empresa foi de três anos um mês e três dias, portanto a empresa sequer necessitará de todo o período do projeto para ter o retorno do valor investido, podendo assim pensar logo em novos investimentos, e a sugestão é que se pense na possibilidade de ter instalações próprias, que possibilite ao empresário, independência na tomada de decisão diante de ajustes na estrutura, como também proporcionar um local mais atraente, agradável e confortável ao cliente, já que utilizando as instalações do Clube 25 de Julho a autonomia da empresa é pequena para melhorar a sua estrutura. Verificou-se que é preciso analisar cuidadosamente e criticamente os resultados obtidos com cálculos financeiros, pois podem não representar a verdade para a empresa. Isso se refletiu quando calculado a Taxa Interna de Retorno, que apresentou um resultado de 59,78% a.a., superficialmente pode-se dizer que o resultado é muito bom, pois afinal a taxa exigida pelo investidor foi de 20%, no entanto, conforme análise proposta por Assaf (2009) é compreensível que a empresa nunca poderá obter um retorno deste nível, pois não existe no mercado taxa de reaplicação deste valor. 7 Destaca-se, portanto o resultado das demais análises financeiras, o valor obtido com o cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) foi de R$183.305,00, ou seja, um resultado positivo, o que representa um ótimo resultado, pois todo o valor de VPL igual à zero ou positivo torna o investimento viável, conforme explica Dolabela (1999). O Ponto de Equilíbrio Contábil do primeiro ano de projeção foi de R$ 401.431,78, valor menor do que a projeções de receitas para o mesmoperíodo que foi de R$ 507.643, o que significa que a empresa terá capacidade de honrar suas obrigações e ainda terá lucros. Os índices de Retorno do Investimento e Retorno do Patrimônio Líquido representaram valores iguais, devido à empresa ter financiado os investimentoscom o capital próprio, o que leva o seu Ativo representar o mesmo valor do Patrimônio Líquido. A taxa de retorno somente foi menor que a TMA exigida pelo investidor no primeiro ano, sendo o valor de R$ 10,21%, porém verifica-se que em todos os demais anos do projeto os valores são acima da TMA, chegando ao quinto ano a 75,98%.Isso se deve ao fato de no primeiro ano, na nova estrutura ser um tempo necessário para as adequações, e por isso vale o sacrifício do investidor de receber valor menor que o exigido neste período, pois após ele terá retornos bem maiores. Da mesma forma a Margem Operacional Líquida (MOL) tem uma taxa baixa no primeiro ano, de 1,89%, porém o Giro do Ativo (GA) do mesmo ano é de 5,41 vezes, o que reforça a análise da RI e RPL, pois no primeiro ano a empresa se submete a uma margem menor para atrair mais consumidores, porém nos próximos anos melhora, obtendo no quinto ano MOL de 8,21% e GA de 9,26 vezes. Diante disso é compreensível que o empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, na forma estruturada e formalizada no que tange tramites legais, jurídicos e fiscais é viável e continuará proporcionando bons lucros ao empresário. Conclusão Foi constatado que é viável formalizar a empresa Centro de Eventos Vila Germânica e continuar atuando neste ramo, já que o negócio demostrou ser atrativo aos olhos do investidor mesmo tendo todos os custos com impostos, serviços contábeis e diversas taxas necessárias. Um ponto importante para os ótimos resultados dos índices financeiros foi o fato de os investimentos necessários para a empresa terem sido baixos, pois ela utiliza toda a estrutura e instalações do Clube Cultural 25 de Julho sendo que todos os investimentos estruturais ficam de responsabilidade do clube, não gerando gastos para o empreendimento. A questão dos produtos e serviços foi repensada, pois ao agregar novos, foi possível projetar uma maior receita, bem como é estratégia para que possam ser atraídos mais consumidores através destes diferenciais. Importante salientar a facilidade que a empresa tem de administrar o seu Fluxo de Caixa, pois ela não vende a prazo e todos os pagamentos de clientes são feitos até a data do evento, impedindo que a empresa tenha problemas com inadimplência, o que poderia afetar diretamente a sua situação financeira. E por isso todos os seus compromissos também são pagos dentro do mês de competência, não gerando dívidas. Evidenciando que, se a empresa produzir conforme projeção, dificilmente terá problemas financeiros. A pesquisa também é satisfatória no que tange a contribuição ao empresário para organizar e esclarecer questões administrativas do seu negócio, pois sem a contribuição desta pesquisa questões básicas não seriam do seu conhecimento. Referências Bibliográficas ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2009. 8 BRAGA, Roberto. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1989. DOLABELA, Fernando. O segredo de Luiza. 10 ed. São Paulo 1999. VERGARA. Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2000. . 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Andar superior do prédio .......................................................................................... 62 Figura 2: Andar inferior do prédio ........................................................................................... 62 10 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Exemplo de fluxo de caixa ...................................................................................... 44 Quadro 2: Payback efetivo ....................................................................................................... 45 Quadro 3: Produtos e serviços oferecidos ................................................................................ 55 Quadro 4: Alíquotas do simples nacional aplicáveis ao comércio ........................................... 59 Quadro 5: Investimento pré-operacional .................................................................................. 61 Quadro 6: Capital de giro ......................................................................................................... 66 Quadro 7: Investimento fixo ..................................................................................................... 67 Quadro 8: Investimento inicial total ......................................................................................... 68 Quadro 9: Cardápio .................................................................................................................. 70 Quadro 10: Bebidas oferecidas ................................................................................................. 71 Quadro 11: Histórico da demanda ............................................................................................ 72 Quadro 12: Receita, custo e resultado 2013 ............................................................................. 73 Quadro 13: Projeção de receita ................................................................................................. 75 Quadro 14: Projeção de custos fixos ........................................................................................ 77 Quadro 15: Projeção de custos variáveis .................................................................................. 78 Quadro 16: Fluxo de caixa........................................................................................................ 79 Quadro 17: Payback ............................................................................................................... ..81 Quadro 18: Valor presente líquido e taxa interna de retorno ................................................... 82 Quadro 19: Demonstração de resultados do exercício ............................................................. 83 Quadro 20: Ponto de equilíbrio contábil .................................................................................. 84 Quadro 21: Retorno sobre o investimento ................................................................................ 85 Quadro 22: Retorno sobre o patrimônio líquido....................................................................... 85 Quadro 23: Margem líquida sobre vendas ................................................................................ 86 Quadro 24: Giro do ativo .......................................................................................................... 86 Quadro 25: Custos da matéria-prima para Buffet..................................................................... 95 Quadro 26: Levantamento de Custos de Buffet para 55 pessoas.............................................. 96 Quadro 27: Levantamento de receitas e custos com bebidas................................................... 97 Quadro 28: Custos totais 2013................................................................................................. 97 11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... .14 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO .......................................................................... 16 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ......................................................................................... 16 1.2 QUESTÃO DE ESTUDO .................................................................................................. 17 1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 17 1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 19 2.1 EMPRESA FAMILIAR ..................................................................................................... 19 2.2 PROJETOS DE VIABILIDADE ECÔNOMICA E FINANCEIRA .................................. 20 2.3 ASPECTOS MERCADOLÓGICOS .................................................................................. 21 2.3.1 Consumidor .................................................................................................................... 22 2.3.2 Concorrentes .................................................................................................................. 22 2.3.3 Fornecedores .................................................................................................................. 23 2.4 ASPECTOS AMBIENTAIS............................................................................................... 23 2.5 ASPECTOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS .......................................................... 24 2.5.1 Localização ..................................................................................................................... 24 2.5.2 Instalações ................................................................................................................... 25 2.5.3 Tecnologia .................................................................................................................... 27 2.5.4 Capacidade Administrativa ....................................................................................... 28 2.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O REGIME TRIBUTÁRIO DA EMPRESA ..................... 28 2.7 ASPECTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS .............................................................. 30 2.7.1 Definição dos Investimentos em Capital Fixo e Capital de Giro ............................ 31 2.7.2 Projeção de Receitas, Custos e Despesas .................................................................. 34 2.7.2.1 Receitas ........................................................................................................................ 35 2.7.2.2 Custos ........................................................................................................................ 36 2.7.2.3 Despesas ....................................................................................................................... 36 2.7.3 Fluxo de Caixa Operacional ...................................................................................... 37 2.7.4 Viabilidade Econômica e Financeira ........................................................................ 39 12 2.7.4.1 Análise do Ponto de Equilíbrio..................................................................................... 40 2.7.4.2 Análise da Rentabilidade Sobre Vendas, Patrimônio Líquido e Investimentos. ..... 42 2.7.4.3 Análise Sobre o Prazo de Retorno dos Investimentos (Payback) ................................ 43 2.7.4.4 Análise Sobre o Retorno do Investimento .................................................................... 45 3 METODOLOGIA................................................................................................................ 50 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .................................................................................. 50 3.2 SUJEITOS DA PESQUISA E UNIVERSO AMOSTRAL................................................ 51 3.3 COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 51 3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .............................................................. 52 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ......................................................................... 53 4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .................................................................................. 54 4.2 ASPECTOS MERCADOLÓGICOS .................................................................................. 54 4.2.1 Consumidor .................................................................................................................... 54 4.2.2 Concorrentes .................................................................................................................. 55 4.2.3 Fornecedores .................................................................................................................. 56 4.3 ASPECTOS JURÍDICOS E LEGAIS ................................................................................ 57 4.4 ASPECTOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS .......................................................... 59 4.4.1 Localização ..................................................................................................................... 59 4.4.2 Instalações ...................................................................................................................... 61 4.4.3 Capacidade Administrativa e Estrutura Organizacional .......................................... 63 4.5 ASPECTOS FINANCEIROS ............................................................................................. 64 4.5.1 Investimentos ................................................................................................................. 64 4.5.1.1 Investimento Pré-Operacional ...................................................................................... 64 4.5.1.2 Capital de Giro ............................................................................................................. 65 4.5.1.3 Investimento Fixo ......................................................................................................... 66 4.5.1.4 Investimento Total ........................................................................................................ 68 4.5.2 Projeção de Receitas e Custos....................................................................................... 70 4.5.2.1 Projeção de Receita ...................................................................................................... 73 4.5.2.2 Projeção de Custos ....................................................................................................... 77 4.5.3 Fluxo de Caixa ............................................................................................................... 79 4.5.4 Viabilidade Econômica e Financeira ........................................................................... 81 13 4.5.4.1 Payback ........................................................................................................................ 81 4.5.4.2 Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno ...................................................... 82 4.5.4.3 Demonstrativo de Resultados de Exercício .................................................................. 83 4.5.4.4 Ponto de Equilíbrio ....................................................................................................... 84 4.5.4.5 Análise da Rentabilidade .............................................................................................. 84 CONCLUSÃO......................................................................................................................... 88 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 91 APÊNDICE A – Roteiro de entrevista com o empresário Sr. Werno Dahmer e suas respectivas respostas. ................................................................................................................ 93 APÊNDICE B – Roteiro de entrevista com contabilista Valquiria Racheler. .......................... 94 APÊNDICE C – Levantamento dos custos, receitas e resultados. ........................................... 95 14 INTRODUÇÃO O presente estudo consiste no trabalho acadêmico de conclusão do Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ. Este curso remete aos acadêmicos, situações onde é apresentado a eles as diversas áreas funcionais das empresas e suas interfaces, cada aluno desenvolve sua afinidade com alguma área específica e busca o seu aprimoramento nela. O que fundamentou esta pesquisa foi o interesse para os diversos tipos de planejamento das empresas e o resultado que são obtidos com estas práticas. O planejamento é a forma que as empresas podem utilizar para ter uma visão do seu futuro, estabelecendo objetivos, traçando estratégias e atribuindo tarefas. Isto remeteu ao interesse de colocar em prática um estudo para a empresa familiar do Sr. Werno Dahmer o qual encontrou uma oportunidade do negócio quando assumiu o economato do Centro Cultural 25 de Julho, onde começou promovendo os seus eventos tradicionalistas. Porém percebeu que os salões de festas eram ociosos, por não haver festas frequentemente, e aos poucos começou a surgir oportunidades de realizar eventos intercalados aos do clube e obter lucro com estas festas. Com o passar dos anos a demanda cresceu, necessitando de mais pessoas para trabalhar, melhores fornecedores, investimento em equipamentos e acessórios para os eventos. Diante disso surgiu necessidade de organizar e profissionalizar o negócio, ter todos os registros necessários e padronizar os serviços prestados. Entretanto se faz indispensável saber se é viável realizar todos estes investimentos. A viabilidade de um negócio se constitui na análise de dados da empresa que atestam se o negócio é rentável e sólido permitindo que o empresário faça investimentos com o mínimo de riscos possíveis. Esta análise é fundamental para novos empreendimentos, principalmente pelo mercado concorrente e instável das organizações, onde precisam se antever as mudanças e ser inovadoras para não se tornarem obsoletas. Diante desta necessidade, este estudo teve como finalidade analisar a viabilidade econômica e financeira de estruturar e formalizar esta empresa, onde foi analisado a sua situação atual e o mercado potencial para este tipo de negócio, bem como todos os investimentos necessários e formalização em questões jurídicas e fiscais. Portanto esta pesquisa foi estruturada em quatro capítulos, no primeiro se aborda a contextualização deste estudo onde se apresenta o tema, questão de estudo, objetivos e a justificativa da pesquisa. O capítulo dois apresenta o referencial teórico que foi necessário 15 para realização do estudo. Segue o capítulo três com a metodologia onde é classificada a pesquisa e os seus sujeitos, o universo amostral, a coleta de dados e as formas utilizadas para análise e interpretação dos dados como também as maneiras de sistematização do estudo. O capítulo quatro conterá a apresentação e análise dos resultados do estudo, e a seguir as referências utilizadas para a pesquisa. 16 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO A contextualização do estudo tem como objetivo apresentar o tema que foi desenvolvido, a problematização deste assunto, ou seja, expor de forma clara, compreensível e operacional, qual a dificuldade encontrada e que se pretendeu resolver, além disso, expor o objetivo, geral e os específicos que motivaram esta pesquisa, e o porquê da realização deste estudo, relatando assim as justificativas. 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA O Sr. Werno Dahmer é presidente do Centro Cultural 25 de Julho há 10 anos, onde sempre promoveu eventos festivos e culturais para a sociedade. Em 2007 quando assumiu também o economato do prédio do clube, passou também a cuidar da parte operacional dos eventos, como preparar os jantares, almoços e café colonial, porém percebeu que estes eventos eram esporádicos e que o espaço disponibilizado pelo clube estava ocioso. A partir disso surgiu a ideia de promover eventos particulares, onde ele, juntamente com sua família, começou a promover, festas de aniversário, batizados, confirmações e casamentos, obtendo lucro com esta atividade. Com o decorrer do tempo e devido a qualidade do serviço prestado, a demanda cresceu muito, fazendo-se necessário realizar pequenas reformas no prédio, adquirir equipamentos adequados e contratar pessoal, no entanto, não havia nenhum tipo de planejamento administrativo e operacional, bem como não se conhecia os custos dos produtos e serviços e o real lucro que o negócio proporcionava. Além disso, para ser possível a continuidade do negócio era necessário estruturar a empresa profissionalmente, fazendo todos os registros nos órgãos competentes e principalmente formalizar um contrato separando definitivamente as atividades e responsabilidades do Clube Cultural 25 de Julho com o seu negócio particular, a empresa Centro de Eventos Vila Germânica. Diante disso surgiu o tema deste estudo sendo o Estudo da Viabilidade Econômica e Financeira para estruturar e formalizar o empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica. 17 1.2 QUESTÃO DE ESTUDO Este tema se problematizou pela necessidade de estruturação e formalização da oportunidade de negócio encontrada pelo Sr. Werno Dahmer no ramo de alimentação e eventos festivos, e também identificar se é um negócio rentável. Isto permitiu a formulação da questão de estudo: É viável estruturar e formalizar o empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, sob a ótica econômica e financeira? 1.3 OBJETIVOS Diante da problematização apresentada definiu-se como objetivo geral deste estudo verificar a viabilidade econômico-financeira do empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, numa situação organizada, estruturada e formalizada segundo os modernos ditames legais e administrativos. Visando o alcance do objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos: Analisar a situação atual do empreendimento, no que tange às questões jurídicas e fiscais, produtos oferecidos, demanda do mercado, respectivas receitas, custos e resultados; Definir ações necessárias com vistas à regularização/formalização jurídica e fiscal do empreendimento, estimando novo patamar de custos e despesas; Projetar, a partir da nova situação jurídica e fiscal, o Fluxo de Caixa Operacional para os próximos 05 anos, contemplando investimentos, receitas, custos e despesas; Com base no Fluxo de Caixa Projetado, analisar a viabilidade econômico-financeira do empreendimento, utilizando as técnicas do Ponto de Equilíbrio, Retorno sobre o Investimento, Taxa Interna de Retorno, Valor Presente Líquido e Payback. 1.4 JUSTIFICATIVA Este estudo justificou-se pela necessidade do acadêmico de administração de caracterizar um problema em uma organização e saber administrá-lo por meio de técnicas aprendidas no decorrer do curso, ou seja, demonstrar que obteve conhecimento e habilidades necessárias para tomar atitudes adequadas no meio profissional. 18 Tem importância, pela contribuição oferecida ao empresário, Sr. Werno, para melhorar a gestão da sua empresa, trazendo profissionalização e clareza de informações financeiras ao seu negócio, além de segurança para o exercício da atividade, devido refletir aspectos reais do mercado em termos de demanda, fundamentos jurídicos e fiscais, como também peculiaridades e riscos da empresa familiar. Contribui para que os clientes da empresa Centro de Eventos Vila Germânica tenham maior satisfação ao ter os serviços oferecidos com mais qualidade e padronização. Além disso, o estudo se torna viável pela acessibilidade de informações pelo fato de haver afinidade familiar entre o acadêmico e o empresário. 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO A teoria apresentada foi de fundamental importância para elaboração do estudo, pois apresenta as abordagens de diversos autores sobre a necessidade e as formas de estruturar uma análise de viabilidade econômica e financeira, bem como a formalização de uma empresa. 2.1 EMPRESA FAMILIAR A empresa familiar possui muitas peculiaridades, as quais devem ser muito bem administradas para não resultar em problemas para a administração da empresa e seu funcionamento em geral. Segundo Lodi (1998, p.6) “a empresa familiar é aquela em que a consideração da sucessão da diretoria está ligada ao fator hereditário e onde os valores institucionais da firma identificam-se com um sobrenome de família ou com a figura de um fundador”. As principais fraquezas da empresa familiar segundo a visão de Lodi (1998) são os conflitos de interesses entre a família e a empresa, o uso indevido de recursos da empresa e a falta de planejamento financeiro, além disso, há uma aversão às mudanças e modernização da empresa como também se identifica o emprego e promoção de parentes por favoritismo e não por competência, o que pode acarretar em grandes problemas para a empresa. Contudo também é possível identificar as principais forças que uma empresa familiar proporciona. Conforme Lodi (1998), a lealdade dos funcionários é identificada como uma força, como também a reputação do nome da família, a união entre acionistas e dirigentes, o sistema de decisão ágil, por não haver tanta burocratização e a perpetuação dos valores da família através da sucessão entre gerações. Lodi (1998) explica que o fato de uma empresa familiar se profissionalizar não faz com que ela perca as características de empresa familiar, porém seleciona os membros da família aptos a contribuir com a gestão da empresa. O autor ainda lembra que é necessário misturar dentro da empresa, pessoas da família e não familiares. A dificuldade de profissionalizar as empresas familiares vem das próprias atitudes e personalidade do empresário. Segundo Lodi (1998), o empresário tende a resistir à sucessão da fase empresarial para a fase gerencial, colidindo com os planejadores e administradores. A tendência é o empresário resistir a ideias e sugestões de terceiros, ser autoconfiante e acreditar que o seu conhecimento e experiência adquirida ao longo da trajetória da empresa são suficientes para sua gestão eficiente, tem receio de compartilhar o poder e a autoridade, e 20 ainda, a maioria ignora ferramentas modernas de gestão, opõem-se a inovação e modernização da empresa como também a construção de um planejamento estratégico de longo prazo. Este problema ligado diretamente ao empresário pode repercutir em problemas maiores, como na sucessão da empresa, pois o ideal é o sucessor ser uma pessoa capacitada e acompanhar a vida da empresa por um longo período, além de conhecer todas as áreas funcionais da empresa, antes de assumir o comando. Contudo se o empresário impedir isso por se sentir ameaçado, acaba não abrindo espaço para o sucessor e isso deixa eminente uma crise na empresa durante a sucessão. A profissionalização da empresa familiar é definida por Lodi (1998), Profissionalização é o processo pelo qual uma organização familiar ou tradicional assume práticas administrativas mais racionais, modernas e menos personalizadas; é o processo de integração de gerentes contratados e assalariados no meio de administradores familiares; é a adoção de determinado código de formação ou de conduta num grupo de trabalhadores (exemplo: artistas); é a substituição de métodos intuitivos por métodos impessoais e racionais; é a substituição de formas de contratação de trabalho arcaicas ou patriarcais por formas assalariadas (LODI, 1998, p. 25). A empresa familiar tem alguns desafios para conseguir profissionalizá-la, segundo Lodi (1998) deve conseguir integrar os familiares com profissionais contratados, adotar métodos de gestão mais racionais e recorrer a consultorias e assessorias externas a empresa. Isso traz de benefícios para a empresa, uma visão mais clara do negócio, uma gestão mais eficiente e principalmente um melhor controle de custos, receitas e despesas, podendo assim ter um planejamento mais eficiente. 2.2 PROJETOS DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA Um planejamento ou projeto tem como objetivo a coleta de dados para futura análise e tomada de decisões, e um projeto de viabilidade segundo Woiler e Matias (1996) é o estudo e análise que procura identificar a viabilidade a nível interno da própria empresa. Além disso, contribui com o empresário a avaliar o plano de investimento a ser realizado, demonstrando a viabilidade ou inviabilidade do projeto. Para Groppelli (1998), a análise de viabilidade econômica financeira é a decisão sobre um projeto de investimento isolado, exigindo o emprego de métodos, critérios e regras 21 de matemática, economia e pesquisa operacional, que demonstrarão se a implantação deste projeto será viável ou não viável. Um projeto parte de uma ideia inicial de empreender ou também de uma decisão de investimento em um empreendimento já existente, tem como objetivo fazer um planejamento de ações futuras e projeções de resultado o que trará ao empresário uma base de dados para tomada de decisão. O surgimento de uma ideia ou de uma oportunidade de negócio é o ponto de partida para a realização de um projeto, porém a realidade das empresas brasileiras atualmente é bem diferente. As decisões são tomadas com base em dados superficiais, o que traz para o país uma triste estatística de sobrevivência das empresas. Segundo pesquisa do SEBRAE em Julho de 2013, a taxa de mortalidade de empresas com até dois anos é de 24,4%. Segundo Woiler e Mathias (1996) os gastos com os estudos de viabilidade são os menores de todos os custos de investimento, porém os benefícios se perpetuaram por toda a trajetória da empresa. Além disso, deve ficar claro que os objetivos e estratégias de um projeto de viabilidade econômico financeiro devem ser acompanhados, medidos e se necessários adaptados no decorrer de sua implantação. O estudo de viabilidade econômica e financeiro abrange todos os aspectos que são de vital importância para o empreendimento como os mercadológicos, ambientais, técnicos, administrativos, tributação e os econômicos financeiros. 2.3 ASPECTOS MERCADOLÓGICOS O estudo dos aspectos mercadológicos é o ponto de partida para fazer a estimativa ou previsão de vendas para certo período do futuro. Para Woiler e Mathias (1996) a análise de mercado, além de oferecer elementos para a elaboração de projetos provoca o crescimento do mercado de muitos produtos, a introdução de novos produtos e a obsolescência de outros. Dolabela (1999) complementa que a principal resposta que a análise de mercado traz para a empresa é a identificação das ameaças e oportunidades do setor de atuação. A pesquisa dos aspectos mercadológicos traz as informações necessárias para o negócio no que tange o conhecimento do mercado de atuação, como os clientes, concorrentes e fornecedores. Podendo assim fazer projeções das necessidades do mercado, do preço de venda, custos e distribuição da mercadoria, além de diminuir suas incertezas diante de um ambiente econômico de constantes mudanças, inovador e globalizado. 22 2.3.1 Consumidor O consumidor é a essência de qualquer negócio, portanto se deve ter um conhecimento detalhado sobre ele. É necessário saber o seu perfil e potencial, como também o seu estilo de vida, características comportamentais, hábitos de consumo, escolaridade, renda, como também, aspectos culturais, sociais, pessoais e psicológicos. São estes dados que vão influenciar nos produtos e serviços disponibilizados pela empresa e na forma como vão ser divulgados ao seu mercado consumidor. A pesquisa do consumidor indicará a empresa segundo Chiavenato (1998), quem são os atuais compradores e os potenciais, onde, como e quando compram, dando subsídios à empresa para se adequar a este mercado e conquistar um maior número de clientes. Kotler (1998) define o mercado consumidor como indivíduos e famílias que compram bens e serviços para o consumo pessoal, e é em virtude disso que a empresa deve trabalhar diariamente. Dolabela (1999) enfatiza que para o consumidor é muito importante quando a empresa associa o seu produto a algum tipo de serviço, pois assim estará agregando valor ao seu produto e gerando um diferencial dos concorrentes, tendo a possibilidade de atrair mais clientes. O mercado consumidor é altamente competitivo, devido à globalização do comércio, o que aumenta os compradores em potencial e os fornecedores dos mesmos produtos e serviços, além disso, destaca-se a crescente exigência dos consumidores, por produtos de qualidade que satisfaçam suas necessidades e desejos. 2.3.2 Concorrentes O mercado globalizado permitiu que as empresas aumentassem significativamente o seu território de atuação o que consequentemente aumentou a concorrência entre as empresas, tanto em quantidade como em qualidade. Em virtude disso a disputa por clientes está cada vez mais acirrada, sendo necessário para as empresas conhecer o seu concorrente, seus produtos e estratégias, pois desta forma pode encontrar oportunidades, identificar fraquezas e se antever as ameaças. Chiavenato (1998) define o mercado concorrente como sendo pessoas ou organizações que oferecem produtos e serviços iguais ou similares aos que se pretende oferecer aos consumidores e, além disso, também disputam os mesmos fornecedores. 23 As estratégias das empresas devem estar focadas nestas duas direções escolher os melhores fornecedores garantindo produtos e serviços de qualidade e com bons preços e como consequência garantir a fidelização dos clientes e não perdê-los para a concorrência. 2.3.3 Fornecedores Os fornecedores escolhidos pela empresa definem muitos aspectos do produto da empresa, como a qualidade, preço, durabilidade, e também na satisfação do cliente no que tange prazos de entrega, e condições de pagamento, por isso é necessário conhecê-los profundamente, para garantir o seu próprio negócio. Os fornecedores são definidos por Chiavenato (1998), como o conjunto de pessoas ou organizações que suprem a empresa de insumos e serviços necessários para o seu funcionamento. São os fornecedores que abastecem a empresa com recursos produtivos, como os recursos naturais, matéria-prima e mão-de-obra, portanto a melhor escolha destes itens determinará uma vantagem competitiva frente os concorrentes da empresa. 2.4 ASPECTOS AMBIENTAIS O ambiente de uma empresa é segundo Chiavenato (1998, p.599), “tudo o que envolve externamente uma organização. É o contexto em que uma organização está inserida”. A empresa necessita manter um relacionamento com o seu ambiente para poder realizar suas transações e passa a influenciar o ambiente, como também é influenciada por ele. Existe no ambiente, segundo visão de Chiavenato (1998) uma variedade enorme de fatores em um ambiente, que devem ser analisadas pelas empresas, porém eles são bastante complexos o que dificulta que as empresas possuam um conhecimento amplo sobre ele, principalmente devido as constantes mudanças. As informações captadas no ambiente em que a empresa está inserida devem ser tratadas de forma que beneficie a tomada de decisão, referente diversos aspectos, como por exemplo, a escolha de fornecedores e a mudança e inovação de produtos. Chiavenato (1998, p.603) sugere que “a resposta organizacional às variações do meio exterior visa à adaptação e sobrevivência da organização em um ambiente mutável e é orientado pela captação da informação”. 24 Para melhor compreender o ambiente Chiavenato (1998) separa-o em ambiente geral ou macroambiente, que se constitui de todos os fatores externos da organização que podem influenciá-la, são elas as variáveis tecnológicas, políticas, econômicas, legais, sociais, demográficas e ecológicas. Por outro lado se tem o ambiente interno ou microambiente, que se constitui de pessoas ou organizações que atuam diretamente com a empresa para o desenvolvimento de sua atividade, como os consumidores, fornecedores, concorrentes e grupos regulamentadores. Portanto é importante que as organizações tenham o conhecimento destas variáveis para conseguir alcançar os seus objetivos, obtendo as informações necessárias e processandoas de forma que seja possível se adiantar aos acontecimentos, e assim se adaptar às mudanças de forma saudável, sem prejuízo ao funcionamento da empresa. 2.5 ASPECTOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS Os aspectos técnicos e administrativos são importantes para as empresas da mesma forma que os produtos e/ou serviços. Eles devem ser analisados e melhorados sempre que possível para o sucesso completo de uma organização. Enquadram-se nestes aspectos a localização e instalações da empresa, a tecnologia e a capacidade administrativa. 2.5.1 Localização Cada ramo de atuação apresenta peculiaridades diferentes, e por isso é preciso fazer um estudo para identificar qual o melhor local de instalação para cada um deles. Esta análise vem assumindo um caráter importante para as empresas, principalmente para as globalizadas, que se instalam em diversos países do mundo. A decisão do melhor local para instalação deve estar baseada em fatores como a facilidade de acesso, tanto de fornecedores, clientes e funcionários, e segundo Pasqualini et al. (2010) aos custos de produção, fonte de matéria prima, desperdício e qualificação de mãode-obra, custos de expansão, aparecimento de novos mercados, atração por isenção de impostos, políticas internas e tendências econômicas, entre outras. Woiler e Mathias (1996) complementam que o estudo de localização não se restringe a um projeto de implantação de um negócio, mas devido à dinâmica do mercado, ele deve ser usado também para, expandir o que existe implantar outra unidade ou realocar a atual. 25 Conforme o desenvolvimento da organização deve-se acompanhar as especificações técnicas e de mercado, para verificar a necessidade de realocação da empresa. Segundo Pasqualini et al. (2010) o alto custo de expansão, o aparecimento de novos mercados e a concorrência, são fatores que propiciam esta mudança de localização. Uma boa localização segundo o SEBRAE é aquela que favorece o acesso das pessoas, com o menor grau possível de dificuldade. Um salão para festas deverá estar instalado em locais que não apresentem dificuldade para estacionamento de automóveis. Deve-se tomar cuidado para não instalar em locais insalubres, ou com alto nível de ruído, evitando também locais próximos a indústrias ou outras instalações que venham a comprometer a festa. É importante observar se o local é seguro e não oferece risco para as famílias que se deslocam para o evento. Deve se observar a existência de terrenos baldios, imóveis abandonados, a iluminação do local à noite e se a região não é ponto de prostituição ou usuários de drogas. É necessário verificar se não há o risco de perturbar moradores da vizinhança, seja pelo grande movimento de pessoas, pela quantidade de carros no local, ou pelo nível de ruído produzido pela casa de festas. Em determinados casos o empresário poderá utilizar o recurso de isolamento acústico para solucionar o problema de emissão de ruído. Uma das primeiras providências deve ser a consulta prévia, junto à prefeitura da cidade, para verificar a possibilidade de emissão do alvará de funcionamento para esse tipo de negócio, na região escolhida. 2.5.2 Instalações Os segmentos em suas particularidades possuem regras para suas instalações, que devem ser seguidas fielmente para evitar problemas com órgãos fiscalizadores, estas exigências vão desde a capacitação dos funcionários, até especificações sobre boas práticas nos locais, segundo o serviço de apoio às micro e pequenas empresas do SEBRAE. O setor de bares e restaurantes possuem muitos fatores de análise, pois afeta diretamente a saúde do consumidor, desta forma, Boas práticas para este setor abrangem quesitos como a manutenção e a higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios; o controle da água de abastecimento e da presença de vetores transmissores de doenças e de pragas urbanas; a capacitação dos profissionais; a supervisão da higiene dos manipuladores; o manejo correto do lixo e a garantia sobre a qualidade do alimento preparado. As 26 regras tratam desde a manipulação, acondicionamento, armazenamento, transporte e exposição à venda dos alimentos (SEBRAE). As normas para as instalações de bares e restaurantes estão descritas na ResoluçãoRDC n° 216, de 15 de setembro de 2004, criada pela ANVISA e dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação, esta resolução apresenta as especificações para as edificações, instalações, equipamentos, móveis e utensílios para este segmento. Segundo este normativo, as edificações e as instalações devem ser projetadas de forma a possibilitar um fluxo ordenado e sem cruzamentos em todas as etapas da preparação de alimentos e a facilitar as operações de manutenção, limpeza e, quando for o caso, desinfecção. Os pisos, parede e teto devem possuir revestimento liso, impermeável e lavável. Devem ser mantidos íntegros, conservados, livres de rachaduras, trincas, goteiras, vazamentos, infiltrações, bolores, descascamentos, dentre outros e não devem transmitir contaminantes aos alimentos. Especifica também que as instalações devem ser abastecidas de água corrente e dispor de conexões com rede de esgoto ou fossa séptica. Quando presentes, os ralos devem ser sifonados e as grelhas devem possuir dispositivo que permitam seu fechamento. As caixas de gordura e de esgoto devem possuir dimensão compatível ao volume de resíduos, devendo estar localizadas fora da área de preparação e armazenamento de alimentos e apresentar adequado estado de conservação e funcionamento. As instalações elétricas devem estar embutidas ou protegidas em tubulações externas e íntegras de tal forma a permitir a higienização dos ambientes. A ventilação deve garantir a renovação do ar e a manutenção do ambiente livre de fungos, gases, fumaça, pós, partículas em suspensão, condensação de vapores dentre outros que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária do alimento. O fluxo de ar não deve incidir diretamente sobre os alimentos. As instalações sanitárias e os vestiários não devem se comunicar diretamente com a área de preparação e armazenamento de alimentos ou refeitórios, devendo ser mantidos organizados e em adequado estado de conservação. As portas externas devem ser dotadas de fechamento automático. As instalações sanitárias devem possuir lavatórios e estar supridas de produtos destinados à higiene pessoal tais como papel higiênico, sabonete líquido inodoro antisséptico ou sabonete líquido inodoro e produto antisséptico e toalhas de papel não reciclado ou outro 27 sistema higiênico e seguro para secagem das mãos. Os coletores dos resíduos devem ser dotados de tampa e acionados sem contato manual. A norma ainda dispõe que devem existir lavatórios exclusivos para a higiene das mãos na área de manipulação, em posições estratégicas em relação ao fluxo de preparo dos alimentos e em número suficiente de modo a atender toda a área de preparação. Os equipamentos, móveis e utensílios que entram em contato com alimentos devem ser de materiais que não transmitam substâncias tóxicas, odores, nem sabores aos mesmos, conforme estabelecido em legislação específica. Devem ser mantidos em adequado estado de conservação e ser resistentes à corrosão e a repetidas operações de limpeza e desinfecção. As superfícies dos equipamentos, móveis e utensílios utilizados na preparação, embalagem, armazenamento, transporte, distribuição e exposição à venda dos alimentos devem ser lisas, impermeáveis, laváveis e estar isentas de rugosidades, frestas e outras imperfeições que possam comprometer a higienização dos mesmos e serem fontes de contaminação dos alimentos. Portanto, verifica-se que os empresários necessitam de atenção especial neste setor de bares e restaurantes, pois é o item do ambiente, que tem grande influencia em sua atividade, podendo contribuir para melhorar as atividades da empresa, porém, se não observadas, a organização pode ter consequências graves, como multas e interdição das instalações, devido à fiscalização do órgão regulamentador, a ANVISA. 2.5.3 Tecnologia A tecnologia é um fator decisório no sucesso das empresas, atualmente para se manter ativas no mercado as empresas estão investindo frequentemente em inovações e tecnologia, tanto no que se refere aos produtos e matéria –primas como também no uso dela nos processos internos da empresa. Segundo Chiavenato (1998, p.608), “a tecnologia envolve a soma total dos conhecimentos acumulados a respeito de como fazer as coisas: incluem invenções, técnicas, aplicações, desenvolvimento [...]”. Assim, a empresa que tem seu setor de desenvolvimento e tecnologia, ativo e avançado consegue ter um diferencial frente os seus concorrentes, além de conseguir influenciar o seu ambiente e não apenas, ser influenciado. 28 2.5.4 Capacidade Administrativa Atualmente as empresas buscam ser mais competitivas no mercado para poder sobreviver, e para isso precisam adotar novas tecnologias, serem inovadoras ágeis e flexíveis. No entanto, a falta de capacitação administrativa e gerencial no planejamento da empresa faz com que não se tenha um conhecimento do mercado, o que leva na maioria das vezes ao fracasso dos novos empreendimentos. Por isso a importância de um planejamento geral da empresa, que envolva todas as áreas. Acontece que muitos empresários, iniciam as atividades de um negócio pelo fato de conhecerem a sua área operacional, ou seja, conhece os processos e tem capacidade e experiência de produzir um produto ou de prestar um serviço. No entanto as formas de administração e gestão do negócio não recebem a atenção desejável por parte deste novo empreendedor, o pode ocasionar até mesmo, a interrupção das atividades da empresa. Administrar uma empresa é bastante complexo e é necessário ter conhecimentos específicos da área para gerir uma organização de forma eficaz e eficiente. Portanto o empreendedor deve reconhecer as suas limitações, selecionar uma e equipe de trabalho para colaborar na gestão da empresa, programar ações que minimizem os problemas e maximizem os lucros. Visto isto, é importante ressaltar que ao descobrir uma oportunidade de negócio, nada do que for feito vai ser suficiente se o empreendedor não tiver capacidade administrativa para gerir o seu negócio. Ao invés de oportunidade de lucros e sucesso, todo o processo se configurará em prejuízo e, provavelmente, endividamento do empreendedor. 2.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O REGIME TRIBUTÁRIO DA EMPRESA Quando bem escolhido, o regime tributário pode evitar que a empresa pague mais impostos do que é necessário, porém a maioria dos empresários coloca a responsabilidade de gerir a contabilidade da empresa nos escritórios que prestam este tipo de serviço, e acabam não tendo o mínimo de conhecimento sobre esta área, o que permite muitas distorções nas informações. Entender o regime tributário permite que o empresário tenha informações, que vão permitir encontrar caminhos para a redução da tributação. O regime de tributação de uma empresa depende de suas características, há três tipos de organizações, segundo Groppelli e Nikbakht (1998). A firma individual, que tem como proprietário apenas uma pessoa e tem como principal característica a facilidade de 29 constituição, pois não precisa da aprovação de nenhum órgão regulador, Groppelli e Nikbakht (1998) enfatizam outra vantagem deste tipo de firma, que é o “método de taxação direta: a renda do proprietário é simplesmente incluída na renda da pessoa física para fins de calculo do imposto de renda”. A desvantagem se caracteriza pela responsabilidade ilimitada do empresário, onde todos os seus bens também respondem pelas dívidas da empresa. A sociedade por cotas é conforme Groppelli e Nikbakht (1998, p.22) “uma forma de organização na qual dois ou mais indivíduos são proprietários” e possui dois tipos, as sociedades gerais que possuem responsabilidade ilimitada e as sociedades limitadas, onde apenas um sócio tem responsabilidade ilimitada. O terceiro tipo de empresa são as sociedades anônimas, onde os proprietários são chamados de acionistas e possuem responsabilidade limitada, ou seja, respondem somente com a quantidade que investiram na sociedade, não perdem os seus bens para cobrir suas dívidas. Estas características, juntamente com o nível de faturamento da empresa, são necessárias, para ser possível fazer um bom planejamento tributário, contudo é muito importante que o empresário conheça o regime tributário, do seu país, estado e município. O conceito de tributos pode ser encontrado no Código Tributário Nacional (CTN), que em seu art. 3º define que “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” (CTN, 1966). O tributo segundo o Código Tributário Nacional (1966) é determinado conforme o seu fato gerador, contribuinte e a sua base de cálculo. Para que venha a existir uma obrigação tributária, é preciso que exista um vínculo jurídico entre um credor (Sujeito Ativo) e um devedor (Sujeito Passivo), pelo qual o Estado, com base na legislação tributária, possa exigir uma prestação tributária positiva ou negativa. Os impostos que incidem sobre cada tipo de empresa dependem do tipo de regime tributário escolhido por ela. No Brasil são três os tipos de regimes tributários usados com maior frequência pelas empresas, que devem se enquadrar de acordo com as atividades exercidas, são eles, o regime tributário do Simples Nacional, do Lucro Presumido e do Lucro Real. O Simples Nacional, conforme definição da Receita Federal é um “regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006”. Participam deste regime a união, estados, distrito federal e municípios. Para as 30 empresas se enquadrarem neste regime de tributação precisam enquadrar-se na definição de microempresa (ME) ou de empresa de pequeno porte (EPP); cumprir os requisitos previstos na legislação; e formalizar a opção pelo Simples Nacional. Portanto compete definirmos quais empresas se enquadram na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte. Desde janeiro de 2012, conforme a receita federal considera-se ME, para efeito do Simples Nacional, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário que aufiram, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00. E as EPP, receita bruta superior a R$ 360.000 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00. O Lucro Presumido segundo a receita federal é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do imposto de renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração do lucro real. Podem optar pelo lucro presumido as pessoas jurídicas, cuja receita bruta total no ano calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 ou ao limite proporcional de R$ 4.000.000,00 multiplicados pelo número de meses de atividade no ano, se esse for inferior a 12 meses. A receita federal define o lucro real da seguinte forma: O Lucro Real é a base de cálculo do imposto sobre a renda apurada segundo registros contábeis e fiscais efetuados sistematicamente de acordo com as leis comerciais e fiscais. A apuração do lucro real é feita na parte A do Livro de Apuração do Lucro Real, mediante adições e exclusões ao lucro líquido do período de apuração (trimestral ou anual) do imposto e compensações de prejuízos fiscais autorizadas pela legislação do imposto de renda, de acordo com as determinações contidas na Instrução Normativa SRF nº 28, de 1978, e demais atos legais e infra legais posteriores (RECEITA FEDERAL). Compete à empresa fazer uma análise detalhada das leis de tributação e da legislação para fazer a melhor escolha, ressaltando que o empresário necessita de uma base sólida sobre o assunto para juntamente com o contador fazer está definição. 2.7 ASPECTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS A análise dos aspectos econômicos e financeiros vai demonstrar qual a situação da empresa e o planejamento financeiro projetará para ela o futuro que se quer chegar. Compete à um administrador financeiro, segundo Groppelli e Nikbakht (1998, p.17) “maximizar o preço das ações de sua empresa, enquanto mantem o risco no mais baixo nível possível”, e 31 para isso é preciso conhecer os aspectos econômicos e financeiro necessários para fazer estas análises. É preciso estar claro quais os objetivos que a empresa tem com as suas atividades e quais os fatores que podem influencia-la, para poder tomar decisões no nível financeiro e econômico da empresa, pois assim é possível impedir riscos a saúde financeira da empresa. 2.7.1 Definição dos Investimentos em Capital Fixo e Capital de Giro A Gestão do capital e giro das empresas abrange a execução de sua atividade principal, segundo Assaf Neto (2003, p.459) “a administração do capital de giro deve garantir a uma empresa a adequada consecução de sua política de estocagem, compra de materiais, produção, venda de produtos e mercadorias e prazo de recebimento”. O capital de giro, conforme explicado por Assaf Neto (2003) é uma parte do capital que foi investido na empresa, que vai ser utilizado para a consecução das suas atividades operacionais, este capital é de curto prazo e não tem local fixo para o investimento, pode estar, por exemplo, nos estoques, contas a receber, disponibilidades ou nas vendas, ele corresponde ao ativo circulante das empresas. Souza em texto publicado para a Fundação Getúlio Vargas reforça o que Assaf Neto já explicava que o capital de giro se aloca em diferentes lugares conforme as atividades operacionais da empresa e que pode ser identificado pela soma dos ativos originados do ciclo operacional, menos a soma dos fornecedores aplicados neste ciclo, conforme fórmula apresentada a seguir: CG = EMP + EPE + EPA + DR - FMP - FCIV - FGCV, onde... CG - capital de giro EMP - estoque de matéria-prima EPE - estoque de produtos em elaboração EPA - estoque de produtos acabados DR - duplicatas a receber FMP - fornecedor de matéria-prima FCIV - fornecedor de custos indiretos variáveis FGCV - fornecedor de gastos comerciais variáveis 32 Gitman (2010, p.547) complementa que o “capital de giro é o ativo circulante, representando a porção do investimento que circula de uma forma para outra, no curso normal das atividades da empresa”. Devido ao fato de que o capital de giro ser de curto prazo, ele se caracteriza pelo seu grau de volatilidade, portanto conforme pensamento de Assaf Neto (2003) pode-se definir características importantes, quando comparado o capital de giro com os ativos fixos. A primeira se refere ao fato de que os itens circulantes produzem baixa rentabilidade, o que leva a empresa reduzir as aplicações em circulantes, e a segunda cita o fato de que a divisibilidade dos elementos circulantes é superior a dos ativos fixos, permitindo que o aporte recursos nos itens de curto prazo ocorra em níveis variados e consideravelmente baixos. Como visto, o capital de giro é valore monetário a disposição da empresa para sua movimentação diária, porém fica exposto à inflação, pois reduzem a capacidade de compra da empresa. Desta maneira o ideal para as empresas seria manter investido no capital de giro somente aquilo que realmente vai ser utilizado, ou seja, “o valor investido no realizável à curto prazo, seria o reflexo do volume e prazos ideais de vendas a crédito, e os estoques deveriam conter a quantidade estritamente necessária para a consecução da meta de produção e venda estabelecida pela empresa” (ASSAF NETO, 2003, p.463). Verifica-se que um modelo de gestão do capital de giro desta forma, aumenta a rentabilidade da empresa, contudo podem ocorrer problemas quanto a sua liquidez, pois eventuais falhas poderão acarretar em falta de estoque ou de matéria – prima para fabricação dos produtos. Outro aspecto importante levantado por Braga (1989) é o financiamento do ativo circulante, pois em toda empresa há fatores sazonais que influenciam a gestão do capital de giro, isto porque em alguns períodos a empresa deve se preparar com um estoque de matériaprima maior, ou até mesmo com maior quantidade de produtos acabados, para conseguir atender uma demanda maior de certo período. Visto isso, é possível afirmar que a definição da quantidade ideal de investimentos em capital de giro é incerta, pois ao mesmo tempo em que o gestor precisa aumentar a rentabilidade da empresa, também necessita diminuir os riscos, portanto há a necessidade de conhecer as particularidades da empresa para poder defini-lo de forma que a organização atinja seus objetivos. Matarazzo, no entanto salienta que há estratégias a serem tomadas pela empresa para não agir na incerteza e uma delas é a análise da Necessidade de Capital de Giro, que é segundo o autor um conceito fundamental para a análise da empresa no ponto de vista 33 financeiro, como também possibilita estratégias de financiamento, crescimento e lucratividade (MATARAZZO, 1998). Portanto, para determinar a necessidade de capital de giro da empresa alguns conceitos precisam ser esclarecidos. “O Ativo Circulante Operacional (ACO) é o investimento que decorre automaticamente das atividades de compra, produção, estocagem e venda, e o Passivo Circulante Operacional (PCO) é o financiamento, que também decorre destas atividades” (MATARAZZO, 1998, p.344). A Necessidade de Capital de Giro é obtida com a diferença destes dois investimentos, conforme fórmula a seguir: onde: NCG = Necessidade de Capital de Giro ACO = Ativo Circulante Operacional PCO = Passivo Circulante Operacional Matarazzo (1998) faz as análises de diferentes situações proporcionadas por estes investimentos. ACO>PCO “É a situação normal na maioria das empresas. Há uma NCG para qual a empresa deve encontrar fontes adequadas de financiamento” (MATARAZZO, 1998, p.345). ACO=PCO “Neste caso a NCG é igual a zero e, portanto a empresa não tem necessidade de financiamento para o giro” (MATARAZZO, 1998, p.345). ACO<PCO “A empresa tem mais financiamentos operacionais do que investimentos operacionais. Sobram recursos das atividades operacionais, os quais poderão ser usados para a 34 aplicação no mercado financeiro ou para expansão da planta fixa”. (MATARAZZO, 1998, p.345). Quando há a necessidade de financiar o capital de giro, a empresa pode escolher três tipos mais comuns de financiamento, como o Capital Circulante Próprio, Empréstimos e Financiamentos Bancários de Longo Prazo, como também Empréstimos Bancários de Curto Prazo e Duplicatas Descontadas (MATARAZZO, 1998). O Capital Fixo é definido segundo Matarazzo por recursos que não se pode vender ou transformar em dinheiro e tem o objetivo de suprir as atividades operacionais das empresas, ou seja, compõem o grupo do imobilizado. Além deste fim o capital fixo também pode conter o grupo de investimentos e aplicações em despesas que fazem parte do resultado do exercício subsequente e por isso não podem ser calculadas no exercício atual, os quais constituem o grupo Diferido. No grupo de investimentos para fins de capital fixo encontram-se as participações Permanentes em outras Sociedades e outros investimentos Permanentes como obras de arte, imóveis não destinados ao uso, bens locados a terceiros e quotas de clubes. O imobilizado é constituído de todos os bens e direitos utilizados nas atividades da empresa, como terrenos, construções, instalações, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, veículos, marcas e patentes, benfeitorias em imóveis de terceiros, obras em andamento e adiantamento para imobilização (MATARAZZO, 1998). Matarazzo (1998) ainda explica que no diferido, são lançados gastos que não foram contabilizados em resultados, mas tem projeção de gerarem receitas em exercícios futuros, como por exemplo, gastos de implantação e pré-operacionais, gastos com pesquisa e desenvolvimento de produtos e a amortização acumulada que se resume em uma conta redutora do permanente diferido, pois contabiliza quanto das despesas diferidas já foram contabilizadas como resultado. 2.7.2 Projeção de Receitas, Custos e Despesas Uma boa gestão de uma empresa é feita quando se sabe em que situação ela se encontra a aonde ela quer chegar, para isso pontos muito importante como as receitas, custos e despesas devem estar claros para o empreendedor ou gestor do negócio. 35 2.7.2.1 Receitas A projeção de receitas de uma empresa é estimada fazendo a análise do volume de suas vendas, e é partir disso que é possível fazer um planejamento dos demais itens como custos, despesas e fluxo de caixa. Segundo Gitmann (2010) cabe ao administrador definir tudo o que será necessário para ser possível sustentar a quantidade de vendas proposta por ela. A elaboração da projeção das vendas é feita baseada em diversos fatores que são variáveis e por isso deve haver um acompanhamento frequente deste planejamento para verificar sua assertividade. Os fatores das projeções podem ser externos e internos, segundo Gitmann (2010), o primeiro se baseia na relação entre as vendas da empresa e fatores como o relacionamento com o consumidor e sua renda e os fatores econômicos do mercado de atuação, como também a sazonalidade dos produtos. As projeções internas são realizadas com análise de fatores específicos da organização. O histórico de vendas em quantidade e valores é levado em consideração como também a sua capacidade produtiva e o próprio mix de produtos, além dos preços e formas de pagamentos. Portanto o volume de vendas projetado determinará o planejamento dos demais elementos, por isso ele deve ser o mais próximo da realidade. Isso vem na linha do que pensa Gehrke e Boratti (2013), A previsão de vendas ou estimativas, por meio da construção de cenários, pode ser feita aplicando-se métodos estatísticos, buscando dados junto a representantes comerciais, parceiros, franqueados e outros vendedores dos produtos e também quanto ao seu uso final (GEHRKE; BORATTI, 2013). A partir desta previsão de vendas, existe a necessidade de todos os envolvidos na empresa assumirem o compromisso de atingir esta meta, uma área isolada não conseguirá cumpri-la, no entanto sabe-se a interface das áreas na busca de um objetivo em comum é vital para seu atingimento. Aspectos importantes devem ser considerados durante a construção da projeção das vendas, segundo Gehrke e Boratti (2013). Capacidade de produção; Capacidade de estocagem; Capacidade de distribuição; Pontos de equilíbrio do produto; 36 Disponibilidade de capital para produção e investimentos; Disponibilidade de matéria-prima e material secundário; Disponibilidade de mão de obra direta e indireta; A atenção também deve estar voltada aos custos produzidos pelas atividades da empresa, a projeção de vendas deverá considerar um equilíbrio entre a receita de vendas e os custos produzidos, verificando até que ponto o aumento das vendas é rentável para a empresa (GEHRKE e BORATTI, 2013). 2.7.2.2 Custos Segundo o livro da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fundamentos da Microeconomia, “Custos são, as mensurações dos dispêndios relacionados com o processo de troca ou com a transformação de recursos; além disso, é a função de valorização dos recursos em sua melhor alternativa de uso”. Os custos podem ser de longo prazo ou de curto prazo e podem ser determinados pelas condições físicas da produção, os preços dos fatores de produção e a conduta eficiente do empresário sob um ponto de vista econômico. Os custos diretos constituem todos aqueles elementos de custo que estão diretamente ligados ao produto ou serviço, isto é, se identificam imediatamente com a produção dos mesmos, mantendo uma correspondência proporcional, como por exemplo, matérias-primas usadas na fabricação do produto e a mão-de-obra direta. Indireto são os custos que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência. Os custos indiretos são alocados conforme de critérios pré-determinados pela empresa, como mão-de-obra indireta, rateada por horas/homem da mão de obra direta e gastos com energia, com base em horas/máquinas utilizadas. São exemplos de custos indiretos, a depreciação, seguros, e a manutenção de equipamentos (FGV). 2.7.2.3 Despesas As despesas podem ser definidas como o valor gasto com bens e serviços relativos à manutenção da atividade da empresa, bem como aos esforços para a obtenção de receitas através da venda dos produtos, como, por exemplo, os materiais de escritório e salários da administração. 37 As despesas gerais e administrativas são de fácil mensuração, portanto também de controle fácil para os administradores. Desta forma, deve-se delimitar um valor que será utilizado com estas despesas, geralmente as empresas projetam suas despesas com base nas despesas obtidas no exercício anterior. Para a projeção das despesas é importante entender a definição de despesa e os tipos existentes. Silva (2007) divide as despesas em operacionais e não operacionais, a primeira constitui de despesas não calculadas nos custos e necessárias às atividades da empresa, são elas as despesas com vendas, administrativas e financeiras líquidas das receitas. As despesas não operacionais estão relacionadas às perdas em transações eventuais, Silva (2007), cita como exemplo o prejuízo na venda de imobilizado e a alienação de investimentos. 2.7.3 Fluxo de Caixa Operacional De acordo com Assaf Neto e Silva (2002, p.39), o fluxo de caixa é o instrumento de relacionamento dos ingressos e saídas de recursos monetários da empresa em determinado intervalo de tempo. Sua elaboração permite prognósticos de eventuais excedentes ou escassez de recursos. Para Gitman (2002, p.81) “o fluxo de caixa operacional está relacionado com entradas e saídas, proveniente das atividades de produção e venda dos produtos e serviços da empresa”. No cálculo do fluxo de caixa operacional, são excluídas as despesas financeiras, ao passo que se quer saber estritamente o fluxo de caixa proveniente das operações da empresa, sem a influência destes itens. Outra questão levantada por Assaf Neto (2009, p.304), “é o fato de o fluxo de caixa não coincidir com os resultados contábeis da empresa, pois este é apurado pelo regime de competência, enquanto que o fluxo de caixa é apurado pelas suas efetivas entradas e saídas no caixa da empresa”. Assaf Neto (2009, p.304), “garante que a correta projeção do fluxo de entradas e saídas de uma empresa traz a confiabilidade necessária sobre os resultados de um investimento realizado”. Diante disso Assaf Neto explica a importância dos fluxos de caixa para o processo de análise de investimento, 38 Todo projeto de investimento é avaliado em termos de fluxo de caixa, em vez de ser com base nos lucros. Essa escolha tem sua razão de ser, uma vez que é por meio dos resultados de caixa que a empresa assume efetiva capacidade de pagamento e reaplicação dos benefícios gerados da decisão de investimentos (ASSAF NETO 2009, p.305). A decisão de investimento resulta em um desembolso inicial, que se caracteriza como uma saída de caixa, e é o que se espera que traga à empresa resultados futuros, conforme explica Assaf Neto (2009), o autor complementa que este desembolso pode ser na aquisição de bens permanentes, como imóvel, terreno, máquinas e equipamentos e além destes, também podem ser bens intangíveis, como pesquisa e treinamento. Da mesma forma, o capital de giro é considerado uma saída de caixa, pois tem as mesmas características que o investimento fixo, no entanto, este retorna a empresa através das despesas – não – desembolsáveis, enquanto que o capital de giro retorna nos anos finais da vida útil do projeto. Neste contexto, a descontinuidade de análise de um fluxo de caixa coincide com o final do projeto. Ao término da vida útil do projeto estima-se o valor de mercado para a venda da empresa, neste caso o valor residual da empresa que é dado pela liquidação dos seus ativos. Contudo, também é necessário considerar na avaliação das empresas, o fato de as empresas não encerarem suas atividades no final do projeto e que possam ter duração indeterminada, e desta forma o seu valor residual é estimado através do método da perpetuidade. Este método considera que o fluxo de caixa projetado para o período do projeto irá estender-se infinitamente. É o valor que o negócio terá após o período projetado e é determinado com base no valor do fluxo de caixa do último ano do projeto dividido pela taxa de retorno exigida pelo investidor. Há dois tipos de perpetuidade, a constante e a com crescimento. Assaf Neto (2009) explica que para a avaliação da empresa somente é considerado o crescimento da empresa no período de análise do projeto e estabilizando-se na perpetuidade, levando em consideração somente a taxa de retorno ao nível do custo do capital investido. O valor da perpetuidade (P) é calculado segundo Assaf Neto (2009), pela relação entre o fluxo de caixa operacional (FCO) e o custo Médio Ponderado de Capitais (CMPC), chegando assim na seguinte fórmula: 39 P = FCO / CMPC Onde: P - Valor da empresa pelo método da perpetuidade. FCO - Fluxo de caixa operacional do último ano. CMPC - Custo médio ponderado de capitais. Consideram-se os dois valores aplicados na fórmula, acima, constantes, ou seja, não se estima qualquer variação nos seus valores, e não criam valor para o investidor. No entanto se os fluxos de caixa crescem a uma taxa g, a fórmula modifica-se da seguinte forma: P = FCO / (CMPC – g) A taxa g representa a taxa de crescimento constante e infinita do fluxo de caixa, desta forma os projetos criam valor, os lucros retidos são aplicados a uma taxa superior à taxa de desconto. 2.7.4 Viabilidade Econômica e Financeira O estudo de viabilidade ajuda o empreendedor a identificar o melhor momento para começar ou ampliar seu negócio. Abrangem etapas como análise de mercado e projeção do faturamento, informações que mostrarão para o empresário onde, como, quando e para quem oferecer seus produtos e serviços. Conforme orientação do SEBRAE a pesquisa de viabilidade apresenta dados sobre o público-alvo e suas necessidades e sobre os produtos e serviços, os preços, as despesas e as receitas dos concorrentes. Também mostra a projeção dos custos, da receita e do capital de giro. Mensura o montante inicial para o investimento e em quanto tempo o valor será recuperado. Ainda propõe preços para os produtos e serviços, adequados ao mercado e à necessidade financeira da empresa. Segundo Dornelas (2001), um projeto de viabilidade econômica e financeira tem como objetivo entender e estabelecer diretrizes para o negócio; gerenciar de forma mais eficaz a empresa e tomar decisões acertadas, conseguir aporte financeiro através de bancos, governo, investidores e capitalistas de riscos, além de identificar oportunidades e transforma-las em diferencial competitivo para a empresa. 40 2.7.4.1 Análise do Ponto de Equilíbrio De acordo com o Braga (1989, p.179), “o ponto de equilíbrio permite compreender como o lucro pode ser afetado pelas variações nos elementos que integram as receitas de vendas e os custos e despesas totais”. Segunda Dolabela (2001) é através do Ponto de Equilíbrio (PE) que o empreendedor pode descobrir o nível de faturamento necessário para cobrir seus custos, e dessa forma atingir um lucro operacional igual a zero. Braga (1989), explica, Sob a ótica contábil, o ponto de equilíbrio corresponde a certo nível de atividades onde o lucro será nulo. À medida que o volume de operações se deslocar acima do ponto de equilíbrio surgirão lucros crescentes; abaixo deste ponto ocorrerão prejuízos cada vez maiores. A análise distingue dois pontos de equilíbrio contábeis relacionados com o lucro operacional e com o lucro líquido. Também é possível calcular um ponto de equilíbrio econômico onde o lucro líquido corresponderia à remuneração esperada pelos acionistas sobre o capital próprio (BRAGA, 1989, p.170). Para ser possível calcular o ponto de equilíbrio é necessário dispor de informações como a estimativa de custos e despesas fixas do período que se pretende calcular e a estimativa da margem de contribuição, o que implica em conhecer também os custos variáveis e o preço de venda da mercadoria (GEHRKE e BORATTI, 2013). Segundo Gehrke e Boratti (2013, p.45) preço de venda “é o valor que os consumidores se dispõem a pagar pela aquisição de produtos e serviços”. Os custos podem ser fixos e variáveis, os fixos são aqueles que não variam diante do volume de produção e as variáveis oscilam conforme a produção. A margem de contribuição “é dada pela diferença entre o preço de venda e os custos e despesas variáveis, é necessário ter a clara compreensão de que a margem de contribuição serve para amortizar os fixos e, a partir disso, gerar lucros” (GEHRKE e BORATTI, 2013 p.47). A partir disso podem-se coletar os dados necessários para calcular o ponto de equilíbrio da empresa. O ponto de equilíbrio contábil se estabelece quando custos e despesas totais se igualam às receitas totais e pode ser calculado com as seguintes fórmulas conforme os autores Gehrke e Boratti (2013). 41 Onde: PECu = Ponto de equilíbrio contábil, em unidades vendidas; CDF = Custos e Despesas fixas totais; MC$ = Margem de contribuição em reais, por unidade vendida; PEC$ = Ponto de equilíbrio contábil, em reais; MC% = Margem de contribuição sobre cada unidade vendida, em coeficiente percentual; PEC%Cap. = Comprometimento da capacidade produtiva no ponto de equilíbrio. Representa o percentual dos custos e despesas fixas em relação à margem de contribuição total para o nível considerado, que pode ser a capacidade instalada ou as vendas orçadas. O valor que falta para 100% é conhecido como “margem de segurança”; RT = Receitas totais de vendas para o nível considerado, ou seja, capacidade instalada ou vendas orçadas; CDV = Custos e Despesas variáveis totais para o nível considerado, ou seja, capacidade instalada ou vendas orçadas. Além deste, tem-se o ponto de equilíbrio financeiro que diferente do contábil pelo fato de não levar em consideração os custos e despesas não desembolsáveis, como as depreciações e amortizações, em virtude de não representarem para a empresa uma saída de caixa efetiva (GEHRKE e BORATTI, 2013). Para calcular o ponto de equilíbrio financeiro utilizam-se as fórmulas descritas abaixo. O ponto de equilíbrio econômico conforme Gehrke e Boratti (2013, p.48) “refere-se ao nível de produção e vendas que assegura à empresa determinado montante de lucros, cujo valor deve ser adicionado aos custos e despesas fixas.” A fórmulas utilizadas devem ser as seguintes: 42 É fundamental que a empresa atue no ponto de equilíbrio para que ela seja viável, porém somente isto não basta, para que ela possa ser rentável e satisfatória aos investidores, a empresa precisa fazer com que as vendas estejam acima do ponto de equilíbrio, ou seja, ela precisa pagar os seus custos e despesas e ainda render lucros. 2.7.4.2 Análise da Rentabilidade sobre Vendas, Patrimônio Líquido e Investimentos. A análise da rentabilidade de um negócio demonstra o quanto ele esta sendo atraente para o empresário, através destas análises é possível saber em quanto tempo ele vai obter o retorno do capital investido. Estas análises são feitas através de índices que são, conforme Matarazzo (1998, p.153) “uma relação entre contas ou grupos de contas das Demonstrações financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica e financeira de uma empresa”. Através deles é possível construir uma avaliação da empresa que possibilita decisões mais eficazes. Há na literatura grande quantidade de índices possíveis de utilização, contudo segundo Matarazzo (1998), a quantidade não é o fator que dará importância para as análises, mas sim a escolha de alguns deles que permitam conhecer a empresa na profundidade desejada. Portanto destacam-se para esta pesquisa os índices que evidenciam aspectos da situação econômica, como a análise das rentabilidades sobre vendas, patrimônio líquido e investimentos. Para a análise da rentabilidade sobre as vendas, o principal indicador é segundo Silva (2007), o giro do ativo, pois estabelece uma relação entre as vendas de um período e os investimentos totais realizados na empresa. Conforme Silva (2007, p.261) “compara o lucro líquido em relação às vendas líquidas do período, fornecendo o percentual de lucro que a empresa está obtendo em relação a seu faturamento”. Este indicador é obtido através da fórmula abaixo. ROL = Resultado Operacional Líquido AT = ativo total 43 O volume de vendas tem relação direta com o capital investido na empresa, por isso este índice colabora para uma racional análise das vendas, pois não se pode concluir que elas estão bem, ou não, apenas olhando para o valor total das vendas (MATARAZZO, 1998). O retorno sobre o investimento é um indicador de quanto a empresa tem de lucratividade comparando com os investimentos totais da empresa, representados pelo ativo total, conforme fórmula a seguir: Sendo: LL = Lucro Líquido AT = Ativo Total A interpretação do resultado é no sentido de quanto maior, melhor. A rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido indica conforme Silva (2007, p.269) “quanto de prêmio os acionistas ou proprietários da empresa estão obtendo em relação a seus investimentos no empreendimento”. O lucro dos investidores é o retorno pelo risco de investir recursos no negócio. A fórmula usada, para calculo da rentabilidade sobre o Patrimônio Liquido, está representada a seguir. Sendo: LL = Lucro Líquido PL = Patrimônio Liquido A interpretação do resultado é no sentido de quanto maior, melhor. 2.7.4.3 Análise sobre o prazo de retorno dos investimentos (Payback) O Payback é o período necessário para recuperar o valor investido em um negócio, conforme o que diz Dolabela (1999). Este indicador é usado para avaliar os investimentos que 44 foram estimados para o novo negócio. A partir do período estimado pelo payback, a receita recebida pode ser contabilizada pela empresa, como lucro. Também através deste indicador, segundo Dolabela (1999) é possível calcular o nível de risco do negócio, pois quanto maior o tempo de recuperação do investimento, maiores os riscos à que ela está submetida, portanto também pode ser usado como base para tomadas de decisões no decorrer do planejamento do empreendimento. Braga (1989) diz que se trata de um método que calcula o tempo necessário para que sejam recuperados os recursos investidos, Assaf (2003) complementa dizendo que o Payback é importante para tomada de decisão, porém não considera o valor do dinheiro no tempo, mas considera essa variação por meio do critério do fluxo de caixa descontado. O Payback considera o retorno dos investimentos através de benefícios incrementais líquidos (fluxo de caixa), promovido pelo investimento (ASSAF, 2003). O autor menciona que podem ser usadas duas metodologias para calculo do Payback, o médio e o efetivo, porém se os fluxos de caixa forem iguais os resultados serão os mesmos. Para exemplificar será considerado o exemplo dado pelo autor ASSAF (2003). É considerado dois investimentos, os quais serão submetidos ao período do Payback de duas maneiras, uma pelo método médio e o outra pelo efetivo, conforme quadro 01. Quadro 1: Exemplo de fluxo de caixa Alternativa Valor do investimento Fluxos de caixa em reais ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 A 300.000 90.000 50.000 60.000 50.000 250.000 B 300.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 Fonte: ASSAF, 2003, p.299. Assaf (2003, p.300) explica que o “tempo de retorno médio é baseado na relação existente entre o valor do investimento e o valor médio dos fluxos esperados de caixa”. No exemplo A, soma-se os valores de fluxos de caixa (R$ 90.000,00; 50.000,00; 60.000,00; 50.000,00; 250.000,00), e divide-se pelo período (5 anos), obtém-se o resultado de 3 anos de período de Payback ao avaliarmos que o investimento retorna em média R$ 100.000,00 e o investimento foi de R$ 300.000,00. No exemplo B, consideram-se os incrementos efetivos de fluxo de caixa o que resulta em um período de Payback de 4,2 anos (ASSAF, 2003). Este resultado foi alcançado ao considerarmos a análise do quadro 02. 45 Quadro 2: Payback efetivo Investimento em reais ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 Fonte: ASSAF, 2003, p.300. - 300.000 210.000 160.000 100.000 50.000 200.000 90.000 50.000 60.000 50.000 250.000 O investimento precisou de quatro anos e 20% do fluxo de caixa do quinto ano para ter o retorno total do investimento, esta forma traduz de forma mais realista o comportamento dos fluxos de caixa, conforme pensamento de Assaf (2003), pois são considerados nos seus respectivos períodos de ocorrência. Portanto o método de Payback efetivo é a melhor técnica para fazer esta análise. 2.7.4.4 Análise sobre o retorno do investimento A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é uma taxa de juros que indica quanto que um investidor quer receber de retorno em um investimento. Esta taxa pode ser obtida através da aplicação do método Capital Asset Princing Model (CAPM), o qual é amplamente aceito em diversos países, porém enfrenta dificuldades de aplicação no Brasil, conforme explica Borratti (2014) em texto publicado na Fundação Getúlio Vargas. O nome do método, traduzido, é coeficiente de custo do capital próprio e é calculado com a seguinte fórmula: Ke = Rf + (Rm – Rf)β Onde: Ke = Custo do Capital próprio; Rf = Taxa livre de risco; Rm = Remuneração oferecida pelo mercado; β = Beta representativo do risco não diversificável do ativo em análise; 46 Conforme dito anteriormente este método não possui tanta confiança no Brasil quanto em outros países, principalmente pela dificuldade de escolha da Taxa Livre de Risco, Boratti (2014) cita três principais motivos para esta afirmação. O primeiro se refere à taxas básicas brasileiras, que ao observarmos, por exemplo, a variação da SELIC em um período curto de tempo se tem uma diferença de praticamente 20%. Outro ponto que gera dificuldade para estabelecer o CAPM é as altas taxas de juros, que é segundo Boratti (2014) (FGV) é impossível de alcançar pelos retornos médios dos ativos empresarias. E por último a falta de esclarecimentos quanto às taxas inflacionária que normalmente são embutidas nas taxas básicas de juros. O coeficiente Beta (β) representa o risco sistemático de um ativo, segundo Assaf Neto (2009). O autor explica que quando o Beta for igual a 1,0 significa que o risco para a empresa está da mesma maneira que para o mercado em geral, quando for maior que 1,0 o risco é mais alto que o mercado, mostrando ser um investimento “agressivo”. E quando o Beta for menor que 1,0 o ativo é caracterizado como “defensivo”, pois seu risco é menor que o do mercado. No que se refere à remuneração oferecida pelo mercado, o Brasil também está deficitário, pois não existe histórico suficiente de empresas registradas na bolsa de valores e mercado acionário para fazer uma análise consistente, impedindo que seja aproveitado o Ibovespa para determinar o retorno esperado pelos investidores de capital e desta forma acaba também gera dificuldade para mensurar o valor do Beta por não ter conhecimento suficiente do mercado. Portanto não há taxas ou rendimentos de mercados que o investidor possa se basear com confiança para projetar os seus retornos e isso acaba afastando investidores do Brasil pelo nível de risco que seus investimentos possuem. No entanto se este risco não afasta os investidores, eles cobram mais carro para investir no Brasil do que em outros países, isso se dá pelo acréscimo da taxa Risco Brasil (Rbr), na fórmula do CAPM conforme a seguir. Ke = Rf + (Rm – Rf)β + Rbr onde: Rbr = Risco Brasil 47 Os fatores que levaram a esta adaptação na fórmula, conforme citado por Boratti (2014) são do ponto de vista social, político e econômico, como a instabilidade na inflação, crescimento irregular do PIB, mudanças políticas, distúrbios civis, mudanças na legislação e nas regras dos contratos, controle sobre o fluxo de capitais, expropriações, corrupção, fraudes, entre outros. Esta taxa “é calculada pela diferença entre a taxa de juros oferecida pelo título público brasileiro – C-bond – negociado no mercado internacional e a taxa dos T-bonds americanos, situando-se, atualmente, em torno de 5% ao ano” (Boratti, 2014). Os T-bonds, são títulos americanos considerados os mais seguros para se investir, devido a seu histórico de estabilidade. Como visto, há no Brasil grandes dificuldades para os investidores determinarem uma taxa de retorno do capital próprio a ser investido, devido a instabilidade das taxas aplicadas no país, sendo necessário acrescentar a taxa de retorno do capital próprio, o valor da taxa Risco Brasil, o que aumenta o retorno exigido pelos investidores para aplicar no país. A Taxa Interna de Retorno (TIR) é utilizada na análise de projetos de investimento e é definida como a taxa de desconto de um investimento que torna seu valor presente líquido nulo. Taxa interna de retorno maior do que a taxa mínima de atratividade, significa que o investimento é economicamente atrativo. TIR>TMA= VPL (+) Taxa interna de retorno igual à taxa mínima de atratividade, o investimento está economicamente numa situação de indiferença. TIR=TMA =VPL (0) Taxa Interna de Retorno menor que a Taxa Mínima de Atratividade, significa que o investimento não é economicamente atrativo. TIR<TMA= VPL (-) 48 Exemplificando podemos citar um investimento de R$ 100.000,00, feito hoje e que daqui um ano pagará R$ 110.000,00. Em um ano a taxa interna de retorno deste investimento é de 10%, ou seja, para cada R$ 1,00 investido o investidor receberá R$ 1,10. Desta forma fica de fácil entendimento que quando a TIR for maior que o retorno exigido pelo investidor, o empreendimento é aceitável e quando for abaixo ele não é um investimento atrativo. No entanto, conforme Assaf Neto (2009), a TIR de um projeto somente é verdadeira quando os fluxos intermediários de caixa forem reaplicados até o final da vida útil prevista, à própria taxa de retorna, obtida com o cálculo. Neste sentido quando o valor da TIR obtida for muito diferente das taxas aplicadas no mercado é possível que não seja o real retorno que o investimento poderá proporcionar. Portanto o autor sugere que sejam adotados o Método da Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM), a qual considera as taxas possíveis de serem reaplicadas nos fluxos intermediários de caixa, pois o desempenho de um investimento depende tanto das projeções de caixa, como também da sua taxa de reinvestimento. Este método leva em consideração a realidade do mercado econômico como explica Assaf Neto (2009, p.335), “cenários econômicos recessivos, mesmo que não exerçam influências sobre o resultado de caixa do projeto, podem reduzir sua taxa de retorno diante de oportunidades menos lucrativas de reinvestimento”, portanto o resultado obtido com o cálculo da TIR deve ser analisado levando em consideração o macro ambiente da organização, para assim se obter um resultado real. Desta mesma forma, Assaf Neto (2009, p.335) diz que “em momentos de expansão da economia, os investimentos demonstram maior atratividade determinada pelas melhores condições conjunturais de reaplicação dos fluxos intermediários de caixa”. Desta forma o investidor poderá obter uma base mais confiável nas suas decisões de investimento. Por outro lado tem-se o Valor Presente Líquido (VPL) que possui como diferença básica da TIR o seu resultado, que é expresso em valores monetários, ao contrario da TIR que é em percentuais. O VPL é o método que calcula o valor do dinheiro no tempo, conforme Dolabela (1999) explica, podemos calcular, por exemplo, quanto que R$ 10.000,00 valeria no final de 5 anos, aplicado a uma taxa de 18% a.a., e do contrário, também é possível saber quanto que R$ 20.000 aplicados em 2004 a uma taxa de 18% a.a. valem hoje. Se o resultado for positivo, significa que a empresa está proporcionando os resultados propostos, do contrário ela não é um empreendimento atrativo. Se o resultado for 49 zero ainda o investimento seria viável, pois estaria proporcionando exatamente o retorno exigido. O autor Assaf (2003, p.313) explica que “a medida do valor presente líquido é obtida pela diferença entre o valor presente dos benefícios líquidos de caixa, previstos para cada período do horizonte de duração do projeto, e o valor presente do investimento”. A fórmula adotada pelo autor é a seguinte. [∑ ( ) ] [ ∑ ( ) ] Onde: = fluxo (benefício) de caixa de cada período; K= taxa de desconto do projeto, representada pela rentabilidade mínima requerida; = investimento processado no momento zero; = valor do investimento previsto em cada período subsequente. Para a aplicação da fórmula é necessário que a taxa de desconto seja definida previamente pelos investidores, e o resultado apontará o resultado econômico atualizado da empresa (ASSAF, 2003). A análise do resultado obtido deve levar em consideração, que todo o investimento é atraente quando, o VPL for igual ou maior que zero. Quando o valor for negativo, significa que o retorno obtido do investimento é menor que a taxa mínima de atratividade, podendo ser considerado um investimento desinteressante (ASSAF, 2003). 50 3 METODOLOGIA A metodologia tem como objetivo demonstrar como o estudo foi realizado e quais os aspectos metodológicos abordados, consiste em explicar quais as ações realizadas para o atingimento dos objetivos. 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA A pesquisa pode ser classificada quanto aos fins e quantos aos meios, conforme a teoria apresentada por Vergara (2000). Desta maneira esta pesquisa pode ser classificada quanto aos fins, em exploratória, pois a organização em estudo possui pouco conhecimento sobre sua situação financeira, principalmente quanto a sua rentabilidade e a viabilidade de fazer maiores investimentos no empreendimento. Classifica-se também em pesquisa descritiva, pois “expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno” (VERGARA, 2000, p.47), ou seja, o estudo descreve detalhes sobre o empreendimento do senhor Werno Dahmer, tanto a sua situação atual, como também mudanças e investimentos propostos ao empresário. E ao descrever o empreendimento, teve isso como base para explicar a viabilidade do negócio, por isso também pode ser classificada como pesquisa explicativa. Quanto aos meios que a pesquisa pretende ser elaborada, pode ser classificada em pesquisa de campo, pois foi realizada a busca de dados no estabelecimento da empresa, incluindo entrevista como empresário Werno Dahmer. Ainda quanto aos meios a pesquisa é documental porque utilizou os registros da empresa sobre a suas atividades durante os cinco anos de funcionamento, como por exemplo, as agendas e documentos que demonstrarão a quantidade de eventos e número de pessoas por evento, como também a sazonalidade da demanda e quais os produtos mais vendidos. A pesquisa também é bibliográfica, pois teve como embasamento a teoria de diversos autores publicada em livros, que será utilizada para explicar os fenômenos identificados na organização, além disso, pode ser considerada como pesquisa de caso devido abordar exclusivamente uma organização. 51 3.2 SUJEITOS DA PESQUISA E UNIVERSO AMOSTRAL A amostra da pesquisa é, segundo Vergara (2000, p.50) um “conjunto de elementos que possuem as características, que serão objeto de estudo”, esses elementos podem ser empresas, grupos de pessoas ou produtos. O universo amostral desta pesquisa é a empresa Centro de Eventos Vila Germânica, a qual foi objeto de estudo e análise no que tange sua viabilidade econômica e financeira de profissionalizar o negócio. Foi escolhida pelo pesquisador pela acessibilidade às informações, como também pelo interesse no resultado da pesquisa. Os sujeitos de pesquisa são as pessoas que forneceram os dados necessários para realização da pesquisa (VERGARA, 2000). Portanto pode ser definido como sujeitos desta pesquisa o proprietário da empresa, o Sr. Werno Dahmer, com o qual foi possível coletar toda a informação necessária sobre a empresa, e a contabilista Valquiria Raichle, a qual contribuiu com informações tributárias e legais. Além destes, teve como sujeito as pessoas integrantes da diretoria do Clube 25 de julho para discussão de aspectos contratual entre o clube e a empresa Centro de Evento Vila Germânica. 3.3 COLETA DE DADOS A coleta de dados se desdobra nas formas como o pesquisador obteve os dados necessários para sua pesquisa (VERGARA, 2000). Com base nos objetivos deste estudo foram levantados dados sobre as características atuais do negócio, e conhecido os produtos e serviços prestados pela empresa por meio de entrevista com o empresário Werno Dahmer. A entrevista foi informal que segundo Vergara (2000, p.55) “é quase uma “conversa jogada fora”, mas tem um objetivo específico: coletar os dados que necessita.” Ela se constituiu desta forma, devido ao grau de parentesco entre o empresário e o pesquisador o que gerou um grau de liberdade para coleta das informações. Com base nas agendas particulares do empresário, foi construída uma planilha de evolução da demanda do mercado durante cinco anos de funcionamento do negócio, o que proporcionou fundamentos para propor uma projeção de vendas e faturamento para os próximos anos. Foi realizado um levantamento por meio de observação participante, onde o pesquisador teve convivência dentro da empresa para coletar dados como: 52 Investimentos (máquinas, equipamentos, móveis e utensílios); Realização do levantamento dos custos, receitas e resultados gerados nos eventos. Com base no estudo bibliográfico realizado, foi feita a pesquisa de campo, que constituiu em uma entrevista com a contabilista e sócia proprietária do escritório Master na cidade de Panambi, Valquiria Raichle para conhecimento específico das questões jurídicas e fiscais as quais a empresa Centro de Eventos Vila Germânica deve se submeter, e quais custos que isso vai acarretar à empresa. Foi realizada uma entrevista com a diretoria do clube 25 de julho para formalização de um contrato de uso das instalações do clube para as atividades da empresa Centro de Eventos Vila Germânica, bem como, descrição de responsabilidades, direitos e deveres entre as partes. 3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS Este capítulo tem como objetivo, segundo Vergara (2000), explicitar como os dados foram coletados e analisados, justificando porque foi escolhida esta maneira de análise. Os dados podem ser qualitativos e quantitativos, o primeiro “apresenta os dados de forma mais estruturada, codificando-os e alisando-os”. O segundo “utiliza procedimentos estatísticos, como o teste de hipóteses” (VERGARA, 2000, p. 59). Com base nos dados coletados e tendo em vista os investimentos projetados foram construídas tabelas estimando um novo patamar de custos e despesas e uma projeção das receitas com base na demanda avaliada. Em cima disso foi projetado um fluxo de caixa operacional para os próximos cinco anos da empresa, o qual permitiu construir as demonstrações financeiras para a análise do pesquisador. Em seguida ficou possível definir valores para os indicadores de Ponto de Equilíbrio, Retorno do Investimento, Taxa Interna de Retorno, Valor Presente Líquido e o Payback, os quais foram avaliados com sustentação teórica e assim foi possível definir a viabilidade econômica financeira, dando um parecer e sugestões sobre o futuro da empresa. 53 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS O capítulo trará os resultados da pesquisa, referente à análise de Viabilidade Econômica e Financeira para formalizar um negócio que já está em funcionamento, porém informalmente. Os resultados foram obtidos através de entrevistas e observação das atividades operacionais da empresa. A realização desta pesquisa tem importância muito grande, pois há o interesse do empresário em constituir uma empresa com todos os tramites legais e jurídicos necessários para o seu funcionamento e acima de tudo saber se, mesmo tendo estes custos com a legalização, formalização da empresa e tributação o negócio proporcionará um lucro atraente ao proprietário. 4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA O negócio gerenciado pelo Sr. Werno Dahmer, que é objeto de estudo deste trabalho, funciona há sete anos, no formato de economato onde ele explora uma atividade econômica dentro das instalações do clube cultural 25 de Julho de Panambi, na verdade ele está atuando em nome do clube, pois não possui firma registrada e nenhum tipo de contrato de economato firmado entre as partes. Tudo funciona com acordos verbais onde ele assumiu algumas despesas e gestão do clube em troca de utilizar o espaço que o clube oferece e desta forma ele não trabalha na ilegalidade, pois tudo funciona como atividade do clube. Quando iniciou sua atividade o empresário contava basicamente com a mão-de-obra da família, como esposa, filho, nora e primos, no entanto com o desenvolver das atividades foi necessário contratar pessoas para ajudar no trabalho, portanto hoje o negócio possui colaboradores que são remunerados por hora trabalhada no caso das cozinheiras e faxineiras e por evento no caso de assadores e atendente da copa. A principal dificuldade, e o que se tornou a motivação deste estudo é o fato de a empresa não ter um controle dos recursos próprios da empresa e do empresário, o que se caracteriza como uma das principais dificuldades de uma empresa familiar, conforme explica Lodi (1998). Por causa disso, também não há nenhum planejamento de investimentos, de crescimento e de modernização o que deixa o negócio estagnado. Observa-se também que, por trabalhar com familiares e pessoas amigas, existe dificuldade de controlar estas pessoas, principalmente em conscientizar que a empresa quer se 54 profissionalizar e para isso todos os envolvidos devem ter atitudes profissionais, obedecendo a regras e normas de conduta, mas Lodi (1998) deixa claro que esta dificuldade está ligada as próprias atitudes e personalidade do empresário. E isso é evidente no empresário, pois ele quer evitar transtornos com a própria família e por isso evita cobrar erros de conduta. O empresário demostra resistência às mudanças, mesmo tendo o interesse de profissionalizar e regularizar a empresa, porém esta atitude não esta fora dos parâmetros de uma empresa familiar, pois conforme Lodi (1998) sugere tais empresários possuem resistência durante a sucessão da fase empresarial para a gerencial e ignoram sugestões de terceiros. Portanto para conseguir profissionalizar a empresa o empresário deverá adotar meios de gestão modernos e buscar ajuda profissional para manter a empresa rentável continuamente, como indica Lodi (1998). 4.2 ASPECTOS MERCADOLÓGICOS Os aspectos mercadológicos do empreendimento, como o consumidor, fornecedor e concorrentes contribuirão para projetar as estimativas de previsão de vendas para a empresa. 4.2.1 Consumidor Os consumidores do empreendimento foram se caracterizando com o passar do tempo, pois não foi criado nenhum tipo de propaganda para atrair algum tipo específico de cliente. Estes procuram a empresa para fazer festas comemorativas de casamento, aniversários, formaturas, batizados, confirmações, festas e jantares de empresas em geral. A observação feita pelo proprietário é o fato de a empresa atrair em sua maioria clientes idosos e casados, identificando assim a falta de clientes jovens. O Sr. Werno explica isso pelo local de atuação da empresa ser no Clube 25 de Julho que, por ser um local de tradições alemãs, tem em sua maioria, frequentadores com mais idade. Mesmo não sendo realizada uma pesquisa para saber a renda dos clientes se estima que a maioria dos clientes pertença a classe média, segundo análise do Sr. Werno pelo estilo de vida destes clientes e por ele conhece-los na sociedade e círculos de amizade. Outro fato que se deve ressaltar que a média de convidados por evento é menor que 70 pessoas, identificando que, a maioria dos clientes procura o Centro de Eventos Vila 55 Germânica para eventos pequenos, mesmo que a capacidade das instalações da empresa é de até 400 pessoas no salão grande. Conforme Chiavenato (1998) ao identificar estas particularidades o empresário tem a possibilidade de criar ações que possibilitem a fidelização dos atuais clientes e criar estratégias para conquistar um maior número de clientes ou um novo público. Neste sentido, há a necessidade de um plano de marketing estruturado e capaz de fazer com que a empresa atraia estes clientes mais jovens e eventos maiores, que proporcionam maior rentabilidade pelo fato de os custos fixos não aumentarem na mesma proporção de pessoas nos eventos. Portanto conforme proposto e aprovado pelo empresário a empresa irá acrescentar ao seu produto principal, que é o Buffet, outros produtos e serviços que irão agregar valor e atrair mais clientes, além de proporcionar outras fontes de receita para a empresa. Os produtos e serviços que a empresa irá fornecer estão descritos no quadro 3. Quadro 3: Produtos e serviços oferecidos Produtos e serviços oferecidos Buffet Arranjo de flores para mesa Bebidas Painéis para fotos Buffet de sobremesas Aluguel de projetor de Datashow + tela Aluguel de brinquedos para crianças (Cama elástica e Caixa de som + Microfone piscina de bolinhas) Aluguel de toalhas para as mesas Garçom Aluguel de capas para cadeira DJ Fonte: Autora, 2014. A escolha destes produtos e serviços se deu pela identificação da necessidade do consumidor, pois como relata o Sr. Werno quando um cliente procura um local fora de sua residência para oferecer uma festa ele quer comodidade e despreocupação e ao oferecê-los, irá proporcionar isso aos clientes, evitando que ele tenha que procurar outras empresas. Agregar serviços segundo Dolabela (1999), proporciona agregação de valor ao produto oferecido pela empresa e criará um diferencial competitivo frente ao concorrente, o que tende a atrair mais clientes. 4.2.2 Concorrentes Os concorrentes são de fácil identificação, principalmente por ser uma cidade pequena e por não haver um número grande de empresas no mesmo ramo e, além disso, cada 56 um possui alguma particularidade que acaba atraindo tipos diferentes de consumidores. O Sr. Werno identifica os seus principais concorrentes: Restaurante Moinho Velho - Tem seu público voltado para clientes da classe média alta e alta e além do valor de seu Buffet cobra aluguel do salão; Buffet do Ivo Porn - Não possui local para a realização do evento ele somente oferece o Buffet em um local escolhido pelo cliente; Restaurante 300 – Oferece Buffet e local para a festa, porém espaço é limitado para 200 pessoas e não possui local para dança; Gemius Bier- Oferece Buffet e local para a festa, porém seu espaço é limitado para 200 pessoas e não possui local para dança; Ciranda Cirandinha – Oferece local voltado somente para festas infantis. Conhecer tais particularidades facilita na elaboração de uma estratégia de atração de clientes, pois poderá encontrar oportunidades diante das fraquezas de cada concorrente. O ponto forte do Centro de Eventos Vila Germânica em relação aos seus concorrentes é o fato de oferecer ambiente amplo e de não cobrar o aluguel do salão, mas somente a taxa de limpeza. Isso proporciona uma vantagem em relação aos seus concorrentes, pois reduz o custo total do evento para o cliente. 4.2.3 Fornecedores O proprietário define seus fornecedores conforme a qualidade dos produtos, a praticidade para comprar e o melhor preço e ressalta que deve ser um fornecedor de confiança, pois o ramo de alimentação envolve muita responsabilidade pela saúde de todos os clientes. Diante disso as matérias-primas, que se constitui dos alimentos necessários para a produção do Buffet é comprada no supermercado da Cotripal, que é o maior mercado da cidade e consegue oferecer produtos de qualidade e com menores custos. As bebidas são compradas com a distribuidora RM Bebidas, que tem como vantagem a entrega da mercadoria na empresa, mas também é comprado no mercado da Cotripal, pois os refrigerantes e águas tem um preço menor que o da distribuidora. A linha de higiene, como, sabonetes líquidos e papéis toalha é comprada com o fornecedor Rotterdam, indústria da cidade que oferece estes produtos a granel e reduz o custo para o proprietário. 57 As carnes possuem dois fornecedores, o frigorífico da Cotripal e o Açougue Arco Iris. Anteriormente era vantagem comprar com o primeiro, pois além de ter o preço atraente, entregava a mercadoria na empresa, porém ela cancelou este serviço e devido este tipo de transporte precisar de veículo apropriado, ficou difícil para o proprietário continuar comprando com este fornecedor, por isso se optou em ter o açougue Arco Iris como outra opção de compra de carne. Devido a este problema o Sr. Werno precisa adquirir um veículo próprio para transportar as mercadorias compradas, pois o frigorífico da Cotripal possui mais qualidade nos seus produtos. De acordo com a Vigilância Sanitária os alimentos perecíveis devem ser transportados em veículo fechado, onde a cabine do condutor deve ser isolada da parte que contém os alimentos, os quais devem estar dentro de caixas de material liso, resistente, impermeável, atóxico e lavável, aprovado pela autoridade sanitária. Por se tratar de uma pequena distância entre o frigorífico e a empresa e levando em consideração estas especificações, o proprietário deve adquirir um veículo tipo o modelo Fiorino da marca Fiat e alocar na carroceria caixas de plástico com tampas para fazer este transporte adequadamente. Demais alimentos como verduras e legumes são adquiridos diretamente dos produtores, os quais já possuem uma parceria para fornecimento destes produtos na feira da cidade, o que garante alimento fresco e de qualidade para as refeições. 4.3 ASPECTOS JURÍDICOS E LEGAIS O Centro de Eventos Vila Germânica precisará legalizar a empresa nos diversos aspectos que a lei exige. Conforme entrevista com Valquiria Raichle, sócia proprietária do escritório Master de Panambi, as ações necessárias para legalização do empreendimento são: Obter o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ); Realizar curso de proteção contra incêndio; Providenciar o Alvará dos Bombeiros; Alvará da Vigilância Sanitária; Alvará de Dedetização; Alvará Sonoro; Alvará de Licença para Localização. 58 Sobre os aspectos jurídicos e legais a empresa adotará a forma jurídica de Firma Individual, pois terá como proprietário somente uma pessoa. Segundo Groppelli e Nikbakht (1998), esta forma jurídica possui o método de taxação direta, onde a rendimentos do proprietário é incluído na renda da pessoa física. O regime tributário adequado para a empresa segundo as normas vigentes é a forma de Empresa de Pequeno Porte (EPP), optante pelo Simples Nacional. A EPP é o empresário ou pessoa jurídica que obtenha receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 que no caso, se enquadra com o que o Centro de Eventos Vila Germânica obteve de faturamento nos últimos anos. Dentro do regime do simples nacional a empresa pagará de forma unificada os seguintes tributos: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS; Contribuição para o PIS; Contribuição para a Seguridade Social – INSS; Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). A caracterização do empreendimento se dará da seguinte maneira: Tipo de negócio: Comércio de alimentos e bebidas; Ramo: Alimentação; Razão social: Werno Dahmer EPP; Classificação econômica: Buffet, serviços de alimentação (CNAE 5620-1/02); Nome fantasia: Centro de Eventos Vila Germânica; Endereço: Rua José Bonifácio, nº 54, Bairro Bela Vista, Panambi/RS; Sede e Foro: Panambi/RS; Forma jurídica: Empresa de Pequeno Porte (EPP); A empresa optará pela inscrição no Simples Nacional. A alíquota para pagamento do simples nacional varia conforme o setor da economia e o faturamento anual da empresa, em entrevista com a Sr. Valquiria Raichle foi fornecida as atuais taxas vigentes para o setor de comércio que é onde a empresa se enquadra, conforme quadro 4. 59 Quadro 4: Alíquotas do simples nacional aplicáveis ao comércio Alíquotas do Simples Nacional, aplicáveis ao comércio. Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota Até 180.000,00 4,00% De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% De 3.420.000,01 a 3.600.000.00 Fonte: Entrevista com Valquiria Raichle, 2014. 11,61% Tais alíquotas serão aplicadas sobre o valor projetado de faturamento da empresa para identificar o valor dos custos com impostos que o negócio terá na forma formalizada. 4.4 ASPECTOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS Os aspectos técnicos e administrativos do empreendimento abordam as características da localização, instalações, tecnologia e capacidade administrativa do empreendimento. 4.4.1 Localização A empresa Centro de Eventos Vila Germânica é reconhecida pelo fato de estar instalada dentro das dependências do Clube 25 de Julho, e é isso que a caracteriza. O local tem facilidade de acesso tanto para consumidores quanto para fornecedores e funcionários e tais fatores são essenciais para decisão de melhor local de instalação segundo Pasqualini et al 60 (2010) e por isso a empresa continuará suas atividades no mesmo local, onde já atua nestes sete anos. O prédio localiza-se na Rua José Bonifácio, número 54, Bairro Bela Vista, na cidade de Panambi. Esta escolha se baseia no fato de os clientes já terem como ponto de referencia o local, mas também pelo fator financeiro, pois não há custo de aluguel do imóvel. Após a regularização da empresa, vai ser confeccionado um contrato de comodato entre o Centro Cultural 25 de Julho e a empresa Centro de Eventos Vila Germânica, onde estarão estabelecidas oficialmente quais as responsabilidades de cada uma das partes. Conforme acordado com a diretoria do Clube e o Sr. Werno Dahmer ficou estabelecido o seguinte: Custos com reforma e melhoria na estrutura do prédio serão custeados pelo Centro Cultural 25 de Julho; Gastos com água, energia elétrica, material de limpeza, telefone e internet, serão custeadas pela empresa Centro de Eventos Vila Germânicas, porém sempre que um associado utilizar as dependências do prédio e não utilizar os serviços da empresa do Sr. Werno, esta poderá cobrar uma taxa de utilização, para cobrir estes gastos; Gastos com pequenas adequações e consertos em geral, como por exemplo, troca de lâmpadas, troca de torneiras, conserto de uma tubulação, será de responsabilidade da empresa do Sr. Werno Dahmer; Não será cobrado aluguel da empresa pelo fato de ele estar assumindo um economato, onde é de sua responsabilidade zelar pelo patrimônio do Clube Cultural e promover seus eventos tradicionalistas; Poderá o Sr. Werno residir ou utilizar sempre que necessário as instalações próprias para o ecônomo dentro do clube; Sempre que for feita alguma mudança/reforma no prédio, será anteriormente acordado entre a diretoria e o proprietário do Centro de Eventos Vila Germânica. Outros assuntos pertinentes e que não foram abordados, serão tratados sempre que necessário com toda a diretoria do clube. O prédio se localiza em um bairro residencial, e possui estacionamento próprio de veículos, mas, além disso, a rua onde se localiza é pouco movimentada permitindo que também seja usada pelos seus clientes. 61 Por se tratar de um local onde há muitos moradores há a preocupação com o ruído produzido pelas festas e para isso o prédio possui isolamento acústico o que minimiza o volume, porém ainda se faz necessário a autorização da polícia através de um Alvará Sonoro para não haver problemas durante as festas. 4.4.2 Instalações A atividade no ramo da alimentação envolve muitos cuidados e exigências, por parte dos órgãos fiscalizadores, pelo fato de abranger a saúde de muitas pessoas e isso impacta diretamente na forma como a empresa está instalada, que conforme o SEBRAE devese atentar para a capacitação dos funcionários e especificações sobre boas práticas nos locais. Por mais que, no Centro Cultural 25 de Julho há fabricação de alimentos desde sua fundação, não há uma fiscalização severa por se tratar de uma sociedade, no entanto em Setembro de 2013 houve uma fiscalização da Vigilância Sanitária, na qual o clube foi intimado a fazer diversas regularizações, portanto antes do Sr. Werno abrir efetivamente sua empresa há a necessidade de fazer tais alterações, pois do contrário não conseguirá os alvarás necessários para o funcionamento regular. Estas alterações estão ligadas diretamente com a reestruturação da cozinha, onde será necessário, conforme Resolução nº 216/2004 da ANVISA fazer as seguintes alterações: Retirar as churrasqueiras da área da cozinha; Revestir o forro com material impermeável; Reformar a tubulação de água; Climatizar o ambiente de preparação dos alimentos; Providenciar lavatórios separados para higienização das mãos, lavagem de louça suja e preparação de alimentos; Instalar lixeiras com tampa automática, para que não seja necessário ter contato com as mãos. As figuras 1 e 2 foram produzidas pela própria autora para demonstrar a atual divisão do prédio onde está instalado o negócio, a planta original não está atualizada e não demonstra a atual situação do prédio e por isso ela não é apresentada nesta pesquisa. 62 Figura 1: Andar superior do prédio Estacionamento Entrada principal Fonte: Autora, 2014. Figura 2: Andar inferior do prédio Fonte: Autora, 2014. O prédio utilizado pela empresa, conforme apresentado nas Figuras 1 e 2, possui mais de uma sala que podem ser utilizadas para as festas e isso faz com que aumente a capacidade de eventos num único dia. Ele é constituído de um andar superior onde se situa o 63 salão pequeno com capacidade para 100 pessoas e demais salas para 30 pessoas, conforme Figura 1 e um andar inferior onde se situa o salão grande com capacidade para 400 pessoas, conforme figura 2. Dentro das questões de investimentos, foram adquiridos pelo Sr. Werno equipamentos e utensílios diversos durante estes sete anos de funcionamento, para que assim as atividades do negócio fossem possíveis, porém para realização dos eventos da empresa também é utilizada toda a estrutura que o Clube Cultural 25 de Julho possui, como equipamentos, utensílios, mesas, cadeiras, fogões, espetos, condicionadores de ar, enfim tudo o que se faz necessário para sua atividade e sempre que necessário é feita a manutenção destes equipamentos, conservando-os em boas condições de uso. Outros investimentos são necessários para garantir o bom atendimento aos clientes, proporcionando um ambiente agradável, como por exemplo, a reforma dos banheiros do salão pequeno, a compra de mais uma geladeira para refrigerar bebidas, compra de móveis para o escritório e cozinha. Conforme apresentado e acordado na reunião com a diretoria os custos das reformas deverão ser arcados pelo Clube 25 de Julho e por isso não são contemplados nesta pesquisa. Ressalta-se a importância de observar constantemente as normas da RDC Nº 216 da ANVISA, pois elas melhoraram as atividades da empresa passando credibilidade e confiança aos seus consumidores e também para atender as especificações evitando multas e interdições. 4.4.3 Capacidade Administrativa e Estrutura Organizacional A função administrativa do negócio será exercida pelo proprietário do negócio, o Sr. Werno Dahmer com o auxílio e orientação contábil do Escritório de Contabilidade Master de Panambi. Ressalta-se o fato da necessidade de atenção a gestão do negócio por parte do proprietário e se necessário procurar especialização na área da administração para obter uma visão global da empresa e saber administra-la de forma eficiente que resolva os seus problemas e garanta a sua continuidade. A necessidade de mão-de-obra da empresa varia conforme o tamanho de cada evento, ou seja, quantas pessoas participarão de cada evento e por isso a única funcionária mensalista será a auxiliar de limpeza, que exercerá oito horas diárias de serviço. A empresa terá a sua disposição uma cozinheira, três auxiliares de cozinha, três assadores de carne e um atendente de copa. Esta equipe será requisitada conforme 64 necessidade e demanda dos eventos e serão pagos por hora trabalhada, ou por evento que é o caso dos assadores e o atendente de copa. 4.5 ASPECTOS FINANCEIROS Com base no que foi referência para este trabalho, os aspectos financeiros envolverão as projeções e análises necessárias para verificação da viabilidade do empreendimento. 4.5.1 Investimentos A análise dos investimentos é de relevante importância para se verificar a viabilidade de um negócio, por isso é especificado quais investimentos serão realizados. Serão apresentados os investimentos pré-operacionais, o investimento em capital de giro e os fixos. 4.5.1.1 Investimento Pré-Operacional Os investimentos pré-operacionais são todos os gastos que o empresário terá para formalizar o seu negócio e transformá-lo efetivamente em uma empresa, com todos os registros efetuados. As taxas que deverão ser pagas estão descritas no quadro 05. Quadro 5: Investimento pré-operacional Item 1 2 3 4 5 6 8 Investimento pré-operacional Descrição Quant. Valor Unitário Valor Despesa para abertura da empresa 1 400,00 400,00 Curso Prevenção à incêndio Bombeiros Alvará Bombeiros Alvará licença para localização Slogan- fachada Alvará da vigilância sanitária Licença polícia- ruído 2 1 1 1 1 1 90,00 64,00 203,80 300,00 67,76 60,00 Sub-Total 2 180,00 64,00 203,80 300,00 67,76 60,00 1.275,56 Fonte: Autora, 2014. A abertura da empresa, com todos os tramites burocráticos necessários será realizada pelo Escritório de Contabilidade Master, o qual cobra uma taxa fixa por este trabalho. O curso de Prevenção contra incêndios é exigência dos bombeiros para se conseguir o Alvará expedido por eles, item muito importante para este tipo de negócio devido a fiscalização severa por parte deste órgão desde o incêndio ocorrido na Boate Kiss, em Janeiro de 2013. 65 O Alvará da Vigilância Sanitária é adquirido após fiscalização do órgão nas instalações da empresa, e para isso ela deve estar estruturada conforme Resolução RDC nº 216/2004 e somente após ser verificado que tudo está de acordo o alvará é expedido. O Alvará de Licença para Localização é espedido pela prefeitura e para adquiri-lo é pré-requisito já possuir o Alvará dos bombeiros e o Alvará da Vigilância Sanitária. A licença espedida pela polícia se dá mediante fiscalização deste órgão, onde será observada se são utilizados materiais contra a propagação de ruídos, o que possibilita a empresa realizar festas com música alta. O Slogan se trata da criação de uma marca para empresa, através da qual os clientes poderão identificá-la. Todos os alvarás que a empresa necessitará e suas respectivas taxas acarretam em um investimento pré-operacional de R$ 1.275,56. Diante disso pode-se ressaltar a facilidade de abertura de uma empresa legalmente, pois com um valor consideravelmente baixo faz-se todos os procedimentos necessários. 4.5.1.2 Capital de Giro O capital de giro é uma parte do capital que foi investido na empresa e não possui um local fixo para aloca-lo, conforme o autor Assaf Neto (2003). Ele ainda salienta que este capital é de curto prazo e deve ser o necessário para garantir as atividades operacionais da empresa. Portanto, conforme Matarazzo (1998) a análise da Necessidade de Capital de Giro (NCG) é a forma de o empresário não agir na incerteza, mas determinar com exatidão o real valor do Capital de Giro necessário e por isso é importante para a empresa no ponto de vista financeiro e estratégico. Esta necessidade é identificada através da diferença entre o Ativo Circulante Operacional (ACO) menos o Passivo Circulante Operacional (PCO), conforme fórmula a seguir. NCG = ACO – PCO No caso da empresa Centro de Eventos Vila Germânica, identifica-se o fato de todas as suas obrigações serem quitadas dentro do mês de competência, bem como vende seus produtos e serviços somente à vista, ou seja, até a data do evento agendado todos os valores 66 devem ser quitados, o que faz com que a empresa não necessite de capital de giro para o ciclo de compra e venda de seus produtos e serviços. Desta forma o ACO e o PCO são iguais, o que significa que a necessidade de capital de Giro, em termos teóricos, é zero e assim a empresa não tem necessidade de financiamento de capital de giro, no entanto, para garantir a liquidez da empresa foi decidido alocar valores para o caixa mínimo e estoques de produtos não perecíveis, conforme quadro 6. Quadro 6: Capital de giro Item 1 2 Capital de giro Descrição Caixa mínimo Estoque SUB-TOTAL 2 Valor mensal 11.494,06 1.800,00 13.294,06 Fonte: Autora, 2014. O caixa mínimo foi estipulado com base nos custos fixos do período de um mês, desta forma fica garantido que tais despesas serão pagas independentemente de haver atividades durante um mês. Os estoques que a empresa possui definem-se como sendo sobras de matéria-prima comprada para realização dos eventos. Ele não representa um valor alto, pois os produtos são comprados fazendo-se uma estimativa de gasto para cada evento, pois a maioria deles não tem possibilidade de estocagem, devido ser perecíveis, com exceção das bebidas, que são compradas em maior quantidade para barganhar preço. Visto que o capital de giro são valores que estão à disposição da empresa, estes ficam expostos à inflação, segundo Assaf Neto (2003), e por isso a empresa está com o valor ideal de capital de giro, pois é estritamente o que a empresa irá utilizar para consecução de suas atividades, visto que não possui vendas a prazo, o que também possibilita manter um valor baixo. Esta forma de administrar o capital de giro aumentará a rentabilidade da empresa, no entanto deverá observar que ao aumentar suas atividades, deverá aumentar este investimento da mesma maneira para garantir sua liquidez. 4.5.1.3 Investimento Fixo Os investimentos fixos são todas as aquisições de ativos que a empresa precisará para a consecução de suas atividades, conforme quadro 7. 67 Quadro 7: Investimento fixo Quantidade 1 1 2 1 1 11 1 6 1 300 300 300 1 1 3 1 1 100 200 80 30 1 1 3 1 30 2 20 480 66 3 1 10 4 1 1 1 2 2 1 1 1 1 15 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 Investimentos fixos em reais Produto/Equipamento Valor unitário Freezer Consul de uma tampa 1.000,00 Freezer Consul de duas tampa 1.580,00 Geladeira tipo Cooler Gelopar 3.000,00 Geladeira Brastemp duplex 400,00 Fogão a gás com botijão 350,00 Forno elétrico 150,00 Forno Micro-ondas 150,00 Réchauds retangulares 200,00 Réchaud redondo 280,00 Pratos Brancos 10,00 Facas inox 8,00 Garfos inox 8,00 Panela de pressão 7 l 50,00 Panela de pressão 20l 450,00 Panelas de 20l 60,00 Escorredor de massa grande 180,00 Multiprocessador Walitta 300,00 Taças para cerveja 6,50 Copos de Chopp 8,00 Toalhas de mesa 20,00 Equipamentos e utensílios de cozinha Assadeiras de vidro 30,00 Balança digital Urano 300,00 Fritadeira elétrica 300,00 Ventilador de mesa 50,00 Fogareiro tripé com disco e tampa 250,00 Espetos de alumínio 15,00 Réchauds para arroz 280,00 Garrafeiras para cerveja 20,00 Garrafas cerveja 600ml 1,50 Garrafas cerveja litrão 1,50 Garrafas térmicas 20,00 Adega refrigerada 480,00 Caixas plásticas 10,00 Caixas plásticas com tampa 40,00 Serra fita para carne com moedor 1.200,00 Mesa Sextavada de madeira 200,00 Organizador tipo estante com gavetas 200,00 Banqueta alta 50,00 Banquetas baixas 35,00 Mesa de madeira dobrável 100,00 Mesa de Escritório 200,00 Cadeira para escritório 250,00 Cadeira executiva 350,00 Biombos de madeira 50,00 Mesa de som 300,00 Impressora HP J3680 400,00 Caixa amplificada 500,00 Cx de som 200,00 Notebook 1.500,00 Móveis da copa 5.000,00 Móveis para escritório 2.273,00 Carro (Fiorino) 20.000,00 Cama elástica 1.650,00 Piscina de bolinhas 800,00 Total Fonte: Autora, 2014. Total 1.000,00 1.580,00 6.000,00 400,00 350,00 1.650,00 150,00 1.200,00 280,00 3.000,00 2.400,00 2.400,00 50,00 450,00 180,00 180,00 300,00 650,00 1.600,00 1.600,00 6.200,00 900,00 300,00 300,00 150,00 250,00 450,00 560,00 400,00 720,00 99,00 60,00 480,00 100,00 160,00 1.200,00 200,00 200,00 100,00 70,00 100,00 200,00 250,00 350,00 750,00 300,00 400,00 500,00 400,00 1.500,00 5.000,00 2.273,00 20.000,00 1.650,00 800,00 72.792,00 68 A relação dos investimentos listados no quadro 07 foi construída com base no que a empresa já fez de investimento nos sete anos de atuação, com seus valores atualizados no valor presente, bem como inclusos os investimentos que deverão ser realizados para atuar nesta nova estrutura formalizada da empresa. Os investimentos atuais são a nova estrutura da cozinha em móveis e utensílios, os móveis para escritório, como também o acréscimo de mais um refrigerador para bebidas, o veículo apropriado para transportes de mercadorias e os brinquedos para as crianças. Estes itens têm como principal objetivo melhorar o atendimento aos clientes e atender as normas vigentes para o ramo de atuação da empresa. 4.5.1.4 Investimento Total O Investimento Total apresentado no quadro 08 indica a soma dos totais dos quadros 05, 06 e 07 e caracteriza o total que deverá ser investido para a empresa funcionar legalmente. Quadro 8: Investimento inicial total Investimento Inicial total SUB-TOTAL 1 (pré-operacional) SUB-TOTAL 2 (capital de giro) SUB-TOTAL 3 (investimento fixo) TOTAL 1.275,56 13.294,06 72.792,00 87.361,62 Fonte: Autora, 2014. O valor de R$ 87.361,62 é o investimento inicial que a empresa terá que realizar e sobre o qual a empresa espera ter retorno durante suas atividades. Este investimento para a empresa é consideravelmente baixo, já que toda a estrutura das instalações é de responsabilidade do Clube Cultural 25 de Julho e por isso este investimento será financiado por recursos próprios do empresário. Portanto é necessário definir qual a taxa de retorno esperada pelo empresário, sobre o valor que está investindo na empresa, que se define como sendo, a Taxa Mínima de Atratividade, e é através dela que também poderá se definir a viabilidade do empreendimento. Esta taxa pode ser descoberta aplicando o método Capital Asset Princing Model (CAPM), amplamente aceito no meio financeiro de diversos países, ele é calculado com a seguinte fórmula: 69 Ke = Rf + (Rm – Rf)β Onde: Ke = Custo do Capital próprio; Rf = Taxa livre de risco; Rm = Remuneração oferecida pelo mercado; β = Beta representativo do risco não diversificável do ativo em análise. Neste caso a Taxa Livre de Risco (Rf) que será utilizada para fins de cálculo da TMA e também utilizada no mercado financeiro Brasileiro é a Taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), a qual tem seu valor determinado atualmente em torno de 11% a.a. No entanto sabe-se que esta taxa não é confiável devido sua instabilidade e não garante ao empresário uma informação sólida para tomada de decisão. Segundo Boratti (FGV), isso se caracteriza como uma grande dificuldade para definição da TMA, como também a análise e escolha da Taxa de remuneração oferecida pelo mercado (Rm), pois não há dados históricos confiáveis de empresas no mercado de ações que pudessem ser utilizados para o cálculo. Portanto foi determinado o valor de 20% a.a. para a Taxa de Remuneração do Mercado, levando em consideração que a empresa atua em um setor que está em expansão nos últimos anos segundo o SEBRAE. E o Beta representativo do risco não diversificável do ativo em análise (β), é determinado com o valor de 1, o que significa que a empresa tem o mesmo nível de risco que as demais empresas do mercado. Desta forma a fórmula é calculada conforme abaixo: Ke = Rf + (Rm – Rf).β Ke= 11%+ (20% - 11). 1 Ke = 20 % a.a. Portanto, como o investimento será financiado somente pelo capital próprio, temos uma TMA de 20% a.a., pois deve considerar um percentual maior que o de investimentos seguros, devido ao risco que um empreendimento oferece. 70 4.5.2 Projeção de Receitas e Custos A projeção de receitas e custos é necessária para a análise da viabilidade do empreendimento e tem fundamento no histórico da empresa e nos seus objetivos para o futuro. O negócio atualmente oferece Buffet para casamentos, aniversários, batizados, confirmação, eventos para empresas e festas em geral. Além do Buffet disponibiliza para seus clientes, uma grande variedade de bebidas em um ambiente climatizado. É oferecido seis tipos de cardápio conforme Quadro 09, porém é especializado e trabalha na maioria dos eventos com o tradicional churrasco com saladas, preferência dos clientes, conforme relato do Sr. Werno em entrevista realizada com ele, portanto esta pesquisa se baseará na projeção de receitas e custos somente neste cardápio. Quadro 9: Cardápio Cardápio Churrasco com saladas, arroz e cuca. Galinhada com saladas e cuca. Galeto com massa, molho, saladas e cuca. Lasanha com saladas, arroz. Café colonial. Filé ao molho madeira com purê, arroz e saladas. Fonte: Autora, 2014. O Sr. Werno conta que, na maioria dos eventos os clientes o procuram para demonstrar a satisfação pela qualidade do alimento, principalmente pelo bom tempero, carne macia e variedade de saladas, e observa que somente optam por outro cardápio se possuem o objetivo de reduzir os custos, o que levam a escolher o galeto com massa ou galinhada, mas salienta que estes casos são raros. Por isso na projeção de receita será levado em consideração somente o cardápio de churrasco com saladas. O cardápio disponibiliza uma variedade de saladas dentre os quais os clientes deverão optar entre sete ou oito tipos. E ainda o Sr. Werno é bem flexível a pedidos dos clientes como, por exemplo, incluir frutas, mandioca e outras opções que normalmente ele não disponibiliza no cardápio. Além disso, é oferecido bebidas de diversos tipos, conforme quadro 10. 71 Quadro 10: Bebidas oferecidas Cerveja 600ml Cerveja preta 600 ml Cerveja 1l Cerveja sem alcool Refrigerante 290 ml Refrigerante 600 ml Refrigerante 2l Fonte: Autora, 2014. BEBIDAS Vinho tinto seco Vinho branco seco Água com gás Água sem gás Bebida H²0 Água tônica Bebidas destiladas Sempre com antecedência ao evento é combinado com o anfitrião da festa, que tipos de bebidas que ele deseja oferecer aos seus convidados, possibilitando desta forma realizar a programação de compras e também para haver tempo suficiente para deixá-las na temperatura ideal. Conforme o Sr. Werno, esta programação é necessária, pois não há freezers suficientes para deixar uma variedade grande de bebidas disponibilizada ao mesmo tempo, principalmente as cervejas, devido à enorme quantidade de marcas que o mercado disponibiliza. Em virtude disso apresentou-se a necessidade investir na compra de mais um refrigerador específico para as bebidas, tanto para cervejas quanto para refrigerantes e sucos o que proporcionará uma melhora no atendimento aos clientes. Esta pesquisa possui algumas particularidades, pois uma tradicional análise de viabilidade econômica e financeira remete á necessidade de realizar uma pesquisa de mercado para identificar a demanda que existe para o negócio escolhido, porém pelo fato de o negócio já estar em funcionamento há sete anos, foi possível identificar um histórico da demanda, como evoluiu e onde estão as sazonalidades, não sendo necessária a realização desta pesquisa. Com base nas agendas do proprietário foi possível somar a quantidade de eventos realizados e o número de pessoas que participaram em cada um, em um período de cinco anos, conforme apresentado no quadro 11. 72 Quadro 11: Histórico da demanda Média anual de pessoas por evento 95,09 Eventos Pessoas Eventos Pessoas Eventos 9 4 8 5 8 5 15 7 8 7 14 15 105 Pessoas 956 860 687 610 520 285 380 989 694 665 496 1511 8653 2013 Eventos 8 7 9 6 7 5 5 10 6 6 8 14 91 2012 Pessoas Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL Pessoas Meses Eventos Tabela de histórico da demanda em quantidade 2009 2010 2011 547 290 847 197 525 250 663 183 778 534 1174 981 6.969 12 11 5 11 15 9 10 9 12 15 17 25 151 1175 1301 380 784 1093 652 538 586 1115 1115 1365 1720 11.824 7 5 11 12 7 13 17 16 7 5 16 24 140 715 637 1172 1173 467 774 1129 1167 584 254 977 1808 10.857 10 12 7 10 12 8 16 9 12 19 24 29 168 613 857 446 846 715 398 989 694 1160 1795 1455 1708 11.676 66,37 78,30 77,55 69,50 Fonte: Autora, 2014. Com os dados do quadro acima foi possível realizar uma estimativa de crescimento para os próximos anos. Conforme o Sr. Werno Dahmer o volume de eventos foi evoluindo naturalmente, primeiramente foi realizado alguns eventos para os próprios sócios e assim a propaganda foi se espalhando pelo famoso “boca a boca”, portanto os próprios clientes são responsáveis pelo aumento da demanda no decorrer dos anos. No Quadro 11 pode-se observar o aumento progressivo da quantidade de eventos, tendo uma queda somente em 2012 de 7,29% em comparação com 2011, porém há um grande êxito ao comparar a quantidade de eventos de 2009 com a de 2013, onde o número de eventos aumentou 84,62%. O proprietário explica isso pelo fato de ele juntamente com sua equipe e família zelar pela qualidade do alimento oferecido e pelo bom atendimento aos clientes, proporcionando um ambiente familiar e acolhedor, o que faz com que o cliente volte e faça boa referência da empresa. Ainda conforme a quadro 11 pode-se observar que a quantidade de pessoas nos eventos oscilou no decorrer destes cinco anos, mas se comparado o ano de 2009 e 2013 temse um aumento de 34,94%. Outro fator que chama atenção é o fato de a quantidade média de pessoas por evento ser de apenas 77 pessoas no decorrer dos cinco anos analisados e em 2013 não chegou a 70 73 pessoas. Portanto, percebe-se que são realizados muitos eventos pequenos com poucas pessoas, o que acarreta diretamente nos custos do negócio, pois a estrutura utilizada de pessoal, luz e energia para realizar um evento de 30 pessoas é a mesma que seria utilizada para fazer um evento de 50 pessoas. A consequência disso é a diminuição do lucro para a empresa. 4.5.2.1 Projeção de Receita A projeção de receita leva em consideração as características da empresa, onde cada evento realizado tem suas particularidades e todas elas são analisadas no momento de planejar uma festa, principalmente pela quantidade de convidados e suas características. O Sr. Werno relata que tanto a quantidade de comida, quanto de bebida, devem ser calculadas pensando na diversidade do público, que pode ser jovens ou idosos, mulher ou homem, qual a cultura e origem étnica, se tem grande quantidade de crianças, se é publico frequentador de igreja, os quais possuem restrições em algumas bebidas, entre outras características que definem muito do que será consumido. Em virtude disso, cada evento tem sua receita, custo e lucro diferentes e por não poder determinar uma receita fixa para os eventos foi criado um histórico destes eventos, calculando uma média anual de receita, custo e lucro. O quadro 12 apresenta este cálculo para o ano de 2013 o qual vai ser utilizado como base para a projeção para os próximos anos. Os quadros que detalham os valores que deram origem a este histórico de receita, custos e resultado se encontram no Apêndice C desta pesquisa. Quadro 12: Receita, custo e resultado 2013 Descrição Receita Custo Resultado Fonte: Autora, 2014. Receita, custo e resultado 2013 Valor em reais 378.302,40 236.804,04 141.498,36 As receitas foram calculadas com base no número de pessoas que frequentaram os eventos em 2013, que foram 11.676, conforme Quadro 11. Multiplicando este número pelo preço cobrado, por pessoa, no Buffet, que era naquele ano R$ 23,00, tem-se uma receita de R$ 268.548,00 com o Buffet. 74 A receita com bebidas da empresa foi calculada através da média de consumo em eventos, com diferentes características e chegou-se em um gasto médio de R$ 9,40 por pessoa, conforme apresentado no Quadro 27 no apêndice C. Multiplicando este valor médio pelas 11.676 pessoas que participaram nos eventos em 2013, tem-se uma receita de R$ 109.754,40. Somando estas duas receitas encontra-se o total de receitas de 2013 no valor de R$ 378.302,40. Os custos com os alimentos foram calculados com base em um evento para 55 pessoas onde se encontrou o valor de R$ 9,63 por pessoa, conforme apresentado no quadro 26 do apêndice C. Multiplicando este valor médio pela quantidade de pessoas em 2013 tem-se o valor total de custos de R$ 112.439,88, somando este valor aos custos com mão-de-obra, bebidas, material de limpeza e escritório, telefone e internet, conforme quadro 28 do apêndice C, têm-se os custos totais de R$ 236.804,04. Esta diferença entre receita e custos proporcionou um resultado de R$ 141.498,36 no ano de 2013 para empresa. A partir dos dados levantados no quadro 11 e 12 foi construída a projeção de receitas para os próximos 05 anos de atividades da empresa, mas também foi necessário analisar a capacidade de eventos que a empresa pode realizar no período de um ano. Diante disso foi pensado nos dias com maior sazonalidade, que são os finais de semana, mais especificamente sexta-feira e sábado à noite e domingo ao meio-dia. O ano possui 51 finais de semana, multiplicado por três dias, são 153 dias que a empresa poderá fazer eventos, e multiplicando este número por dois salões os quais comportam a quantidade média de pessoas por evento, chega-se a um resultado de capacidade de 306 eventos por ano. Estas análises levaram à projeção de receitas, conforme quadro 13. 75 Quadro 13: Projeção de receita Projeção de receitas em reais Valor base um Quant Valor Quant Valor Quant Valor Quant Valor Jantar 23,00 12.844 314.678 14.770 384.020 15.509 426.498 16.285 472.265 17.913 546.347 Bebidas 9,40 12.844 128.183 14.770 156.562 15.509 174.631 16.285 194.769 17.913 227.495 4,00 6.422 27.294 7.385 33.233 7.755 37.224 8.143 41.529 8.957 48.368 110,00 24 2.640 30 3.300 36 3.960 38 4.180 48 5.280 3,00 1.445 4.335 1.662 4.986 1.745 5.235 1.832 5.496 2.015 6.045 1,50 3.853 4.280 4.431 6.647 4.653 6.980 4.886 7.329 5.374 8.061 8,00 803 6.424 923 7.384 969 7.752 1.018 8.144 1.120 8.960 150,00 35 5.250 39 5.850 41 6.150 43 6.450 45 6.750 150,00 8 1.200 10 1.500 12 1.800 12 1.800 12 1.800 50,00 5 250 8 400 8 400 8 400 8 400 Garçom 90,00 89 8.010 98 8.820 103 9.270 108 9.720 113 10.170 DJ 450,00 8 3.600 10 4.500 12 5.400 12 5.400 12 5.400 Descrição Bufett sobremesa Brinquedo crianças Toalhas Capas cadeira Arranjo mesa Painéis fotos Projetor datashow + tela Caixa de som+ Microfone Total Ano 1 507.643 Ano 2 617.201 Ano 3 685.299 Ano 4 757.482 Ano 5 Quant Valor 875.075 Fonte: Autora, 2014. A projeção de faturamento com o jantar foi elaborado pensando na quantidade de eventos realizados e na média de pessoas em cada um deles. A quantidade de eventos foi projetada com um crescimento de 10% no primeiro ano, pensando que este ano ainda será um período de adequações e estabilização do negócio. No segundo ano a projeção foi de 15 % acreditando que neste ano a empresa colherá os resultados dos esforços realizados no primeiro ano e após estabilizará com um crescimento de 10% no terceiro, quarto e quinto ano, visto que foi levada em consideração a capacidade da empresa, chegando ao quinto ano utilizando 73,85% da sua capacidade em quantidade de eventos produzidos. Também foi estimado um crescimento da quantidade média de pessoas em cada evento, conforme o proprietário Werno Dahmer a empresa é bastante procurada para realizar eventos pequenos e por isso as estimativas não foram arrojadas. Para o primeiro ano foi projetado o crescimento de 5%, no segundo ano 10% e estabilizará com um crescimento de 5% no terceiro, quarto e quinto ano, chegando com uma média de 79 pessoas por evento ao quinto ano. As receitas com venda de bebidas foram estipuladas com base em uma média de consumo em cinco eventos com características diferentes, pois como o proprietário salientou 76 este consumo varia muito em função das características do público da festa. Foi somado todo o consumo em cada evento e dividido pela média de pessoas participantes, proporcionando uma receita média de R$ 9,40 por pessoa, conforme apresentado no quadro 27 do Apêndice C, o que possibilitou projetar a receita com este produto, aumentando o valor anualmente, conforme taxa de inflação de 6,20%. O Buffet de sobremesa é um dos itens que vai ser acrescentado aos produtos oferecidos pela empresa. Foi visto esta oportunidade pelo fato de os clientes buscarem este produto em outras empresas, e desta forma no momento de contratar o jantar já poderão fazer a escolha das sobremesas, tendo mais comodidade. Para possibilitar oferecer este produto a empresa fez uma parceria com uma empresária do ramo, a qual irá fornecer este produto a um custo acessível e em troca terá exclusividade para fornecê-lo. A estimativa de vendas deste produto é de 50% de todos os eventos produzidos e o valor será cobrado por pessoa, igualmente ao jantar. Outro produto acrescentado será o aluguel de cama elástica e piscina de bolinhas, visto que nos eventos há grande quantidade de crianças. Será um entretenimento para elas e poderão ser instalados dentro do salão permitindo que fiquem sob a supervisão das mães. Estes produtos terão que ser adquiridos e farão parte dos investimentos fixos da empresa. No primeiro ano foi estimado 02 aluguéis por mês, ou seja, 24 no ano e para os próximos a projeção foi feita com aumento progressivo na quantidade de aluguéis, ponderando que este serviço será mais conhecido e divulgado entre os clientes. As toalhas, capas de cadeira, arranjo de mesa e painéis para fotos são itens básicos de qualquer decoração para festa e por isso a empresa se dispõe a oferecer estes produtos para agilizar os preparativos para os clientes criando valor ao produto principal e como resultado agregar renda para a empresa. Os arranjos de mesa e painéis para fotos serão adquiridos de uma empresa do ramo, com a qual será feita parceria para fornecê-los. A projeção de receita com as toalhas de mesa consideraram que 90% dos eventos adquiriram este produto por se tratar de item necessário para qualquer festa. Estima-se que as capas de cadeiras serão alugadas em 30% dos eventos, pois é um item que muitos clientes dispensam na decoração. Para os arranjos de mesas foi considerados que 50% dos eventos utilizarão e os painéis para fotos 20%, pois é o item menos solicitado entre os clientes. Alguns eventos realizados na empresa são com o fim de reuniões de partidos, cursos profissionalizantes e formaturas, os quais demandam o projetor multimídia e tela para projeção, bem como caixa de som e microfone, por isso a ideia de fornecer o aluguel, já que 77 estes itens a empresa já possui, porém não eram explorados desta forma. A quantidade de aluguéis estimada foi baixa, pois não há um número grande deste tipo de evento. Os garçons e Dj’s são itens geralmente esquecidos de providenciar pelos anfitriões das festas, só é lembrado quando, durante a festa gostariam de uma música mais animada para se divertir ou quando vê os próprios convidados buscar a bebida. Diante disso esses serviços também serão oferecidos, mas terceirizados, cobrando por eles uma comissão da empresa ou pessoa responsável. Os preços estabelecidos tem como base o aplicado pelo mercado local e reajustados anualmente conforme índice da inflação. 4.5.2.2 Projeção de Custos Os custos da empresa estão divididos em fixos e variáveis. Os fixos são custos que não estão ligados diretamente com a produção durante os eventos e os custos variáveis dependem exclusivamente da realização ou não das festas para determinar seus valores. Os custos fixos são demonstrados no Quadro 14 e tiveram como base o histórico de custos da empresa atualizados anualmente com o índice da inflação. Quadro 14: Projeção de custos fixos Custos fixos Item 1 2 Descrição Telefone Internet Pro labore Impostos sobre 3 Pró labore 4 Depreciação Honorários 5 contábeis 6 Despesa veículos 7 Propaganda Mão-de-obra aux. 8 limpeza 9 Energia elétrica 10 Água 11 Mat. expediente 12 Manutenção 13 Mat. limpeza Sub- Total Fonte: Autora, 2014. Valor mensal base 132,00 10.000,00 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 1.584,00 120.000,00 1.682,00 129.600,00 1.786,00 140.000,00 1.896,00 151.200,00 2.013,00 164.000,00 79,64 955,00 955,00 955,00 955,00 955,00 632,42 7.589,00 7.589,00 7.589,00 7.589,00 7.589,00 200,00 2.400,00 2.640,00 2.904,00 3.192,00 3.504,00 300,00 150,00 3.600,00 1.800,00 3.823,00 1.800,00 4.060,00 1.800,00 4.311,00 1.800,00 4.578,00 1.800,00 937,42 11.249,00 12.149,28 13.121,28 14.170,92 15.304,56 725,00 150,00 40,00 100,00 300,00 11.494,06 8.700,00 1.800,00 480,00 1.200,00 3.600,00 164.957,00 9.239,00 1.911,00 509,00 1.274,00 3.823,00 176.994,28 9.811,00 2.029,00 540,00 1.353,00 4.060,00 190.008,28 10.419,00 2.154,00 573,00 1.436,00 4.311,00 204.006,92 11.065,00 2.287,00 608,00 1.525,00 4.578,00 219.806,56 Anteriormente o proprietário não tinha um valor estipulado de Pró-Labore bem como não tinha conhecimento de quanto resgatava da empresa para gastos pessoais, e por isso o valor foi estipulado pensando na capacidade da empresa e na necessidade do Sr. Werno. O 78 imposto sobre pró-labore foi estipulado o mínimo, que é referente a um salário mínimo pelo fato de o proprietário já estar aposentado. A mão-de-obra inclusa nos custos fixos é a da auxiliar de limpeza que será a única mensalista, seu salário foi baseado no mínimo regional para empregadas doméstica ou faxineiras e reajustado anualmente conforme histórico de reajuste desta classe de trabalho. O quadro 15 apresenta os custos variáveis e tem como base a projeção de receitas apresentada no quadro 13, bem como os preços praticados pelo mercado e a análise dos custos dos produtos utilizados na confecção das refeições para os eventos. Quadro 15: Projeção de custos variáveis Projeção de custos variáveis em reais Ano 1 Ano 2 Ano 3 Valor base un Quant. Valor Quant Valor Quant Jantar 9,63 12.844 131.266 14.770 160.255 Bebidas 5,21 12.844 71.027 14.770 2,80 6.422 19.138 5,00 803 120,00 Garçom DJ Descrição Bufett sobremesa Arranjo mesa Painéis fotos Ano 4 Ano 5 Valor Quant . Valor 15.509 178.664 16.285 199.166 17.913 232.690 86.700 15.509 96.621 16.285 107.807 17.913 125.928 7.385 23.337 7.755 26.057 8.143 29.071 8.957 33.947 4.015 923 4.615 969 4.845 1.018 5.090 1.120 5.600 35 4.200 39 4.680 41 4.920 43 5.160 45 5.400 70,00 89 6.230 98 6.860 103 7.210 108 7.560 113 7.910 350,00 8 2.800 10 3.500 12 4.200 12 4.200 12 4.200 Mão-deobra Total Quant . Valor 60.366 72.768 82.179 93.854 106.714 299.042 362.714 404.695 451.907 522.390 Fonte: Autora, 2014. Com base em um jantar para 55 pessoas foi realizado um levantamento de todas as matérias-primas utilizadas na preparação do jantar, bem como de mão-de-obra, conforme quadro número 14 do apêndice B. Com base neste levantamento foi criada uma média de custo por pessoa para o jantar, com a qual foi possível fazer a projeção de custos e resultado para os próximos cinco anos. Os custos com as bebidas segue a mesma base de projeção de receitas com este produto, foi realizada a média de consumo em cinco eventos com características diferentes, conforme Quadro 28 do Apêndice C e multiplicado pelo valor pago na compra do produto na distribuidora ou no supermercado. Chegando assim no valor médio do custo da bebida por pessoa, sendo possível a partir disso, projetar este custo baseado na quantidade de pessoas nos eventos. 79 O Buffet de sobremesa, arranjos de mesas e painéis de fotos serão adquiridos de parceiros da empresa e o custo se baseia no valor que será pago pelo produto, bem como os garçons e Dj’s que serão pagos por evento que prestarem os serviços conforme combinado em parceria firmada. A mão-de-obra variável se refere a pessoas que são chamadas exclusivamente para trabalhar nos eventos, ou seja, se não há eventos, não tem trabalho para estas pessoas. São elas a cozinheira, as auxiliares de cozinha e assadores de carne. Portanto conforme a projeção de eventos foi projetada a necessidade de mão-de-obra para a sua realização. 4.5.3 Fluxo de Caixa O fluxo de caixa é, conforme explica Gitmann (2002, p.81) a relação das entradas e saídas provenientes das atividades da empresa. O fluxo de caixa da empresa Centro de Eventos Vila Germânica aborda uma projeção de cinco anos de atividades e é apresentado no quadro 16. Quadro 16: Fluxo de caixa Fluxo de caixa Itens Investimento Inicial Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 507.643,42 617.201,00 685.299,34 757.481,90 875.075,40 299.041,76 362.714,00 404.695,10 451.907,01 522.389,59 164.957,00 176.994,28 190.008,28 204.006,92 219.806,56 34.722,81 46.536,96 51.671,57 57.568,62 66.505,73 (=) Sub - Total 1 8.921,85 30.955,76 38.924,39 43.999,35 66.373,52 (+) Depreciação 7.589,20 7.589,20 7.589,20 7.589,20 7.589,20 16.511,05 38.544,96 46.513,59 51.588,55 73.962,72 Receitas (-) Custos variáveis (-) Custos fixos (-) Impostos Sub – Total 2 (87.361,62) Perpetuidade Fluxo de Caixa (87.361,62) Operacional Fonte: Autora, 2014. 369.813,60 16.511,05 38.544,96 46.513,59 51.588,55 443.776,32 O investimento inicial se caracteriza pelos investimentos pré-operacional, fixo e capital de giro é o desembolso inicial para que a empresa funcione em uma situação formalizada. Para a análise dos investimentos, os quais foram demonstrados no Quadro 08, não foi adotado o conceito de fluxo de caixa incremental, mas decidiu-se admitir o fluxo de caixa 80 integral tanto para os investimentos, quanto em receitas e custos, pois o objetivo deste trabalho é verificar a viabilidade do negócio na forma integral com todos os custos e investimentos já realizados ou que serão necessários. O valor dos impostos é calculado com base na alíquota do Simples Nacional, na qual a empresa se enquadra, conforme a receita produzida, em cada respectivo ano. A estrutura do fluxo de caixa também considera que o valor residual da empresa após os cinco de projeção, será determinado pelo método da perpetuidade, ou seja, seus ativos não serão liquidados, mas ao contrário, a empresa terá duração indeterminada e considerará que o valor do último ano do fluxo de caixa projetado irá estender-se infinitamente. O valor da perpetuidade da empresa é determinado com base no valor do fluxo de caixa do último ano da projeção, dividido pela taxa de retorno esperada pelo investidor, conforme fórmula abaixo: P = FCO / CMPC Onde: P - Valor da empresa pelo método da perpetuidade. FCO - Fluxo de caixa operacional do último ano. CMPC - Custo médio ponderado de capitais. Desta forma ela é resolvida a seguir. P = FCO / CMPC P = 73.962,72 / 0,2 P = 369.813,60 Aplicando-se a taxa de 20% (0,20), que se refere à TMA, ao resultado do fluxo de caixa do último ano, chega-se ao resultado de R$ 369.813,60, este valor representa o valor da empresa no 5º ano da projeção, caso o respectivo Fluxo de Caixa fosse perpétuo e o investidor desejasse retorno de 20%. Observa-se também, no fluxo de caixa, que o valor da depreciação está inclusa nos custos fixos, portanto ela é somada ao Subtotal 1, pois se trata de uma despesa não desembolsável e a finalidade do fluxo de caixa é demonstrar as efetivas entradas e saídas de caixa da empresa. 81 4.5.4 Viabilidade Econômica e Financeira Este item da pesquisa tem a função de atender ao principal objetivo deste estudo que é analisar a viabilidade econômica e financeira do empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica. Portanto foram utilizados métodos econômicos para a análise de investimentos, possibilitando desta maneira que o empreendedor tenha suas decisões com bases racionais e coerentes, conforme salientado por Assaf (2009, p.320). 4.5.4.1 Payback O Payback é o período de tempo que será necessário para que a empresa recupere o valor que foi investido no empreendimento e possui grande importância, pois mostrará ao empresário qual o nível de risco do negócio. O Payback construído para a empresa Centro de Eventos Vila Germânica está apresentado no quadro 17. Quadro 17: Payback Payback descontado Período Investimento ANO Ø ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 Saldo a recuperar Valor Presente dos Fluxos de Caixa anuais (87.361,63) (74.767,15) (42.646,35) (3.885,03) 39.105,43 100.741,03 12.594,48 32.120,80 38.761,32 42.990,45 61.635,60 PAYBACK 3 anos 1 mês e 3 dias Fonte: Autora, 2014. O cálculo do período de Payback leva em consideração o fluxo de caixa efetivo da empresa, ou seja, considera os valores em seus respectivos períodos de ocorrência. Conforme demonstrado no quadro 17, o investimento realizado na empresa terá retorno no período de três anos um mês e três dias. Este período é atrativo aos olhos do investidor, pois sequer utiliza todo o período das projeções, pelo fato de os investimentos não serem altos, o que torna o nível de risco da empresa baixo. Assim o empresário poderá tomar decisões com mais segurança, inclusive podendo propor investimentos futuros. 82 4.5.4.2 Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno Os métodos de avaliação Taxa Interna de Retorno (TIR) e Valor presente Líquido (VPL), foram calculados com base no fluxo de caixa projetado, utilizando como ferramenta a calculadora HP e apresentados no Quadro 18. Quadro 18: Valor presente líquido e taxa interna de retorno Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno TIR 59,78% VPL FONTE: Autora, 2014. R$ 183.305,00 Para o cálculo da Taxa Interna de Retorno foi utilizado a calculadora Hp12, na qual obteve-se o resultado de 59,78% a.a., este resultado é em tese, atrativo ao considerarmos que a taxa de retorno exigida pelo investidor é de 20% a.a. No entanto, Assaf Neto (2009) explica que ela só é verdadeira quando os fluxos intermediários de caixa forem reaplicados até o final da vida útil prevista, à própria taxa de retorna, obtida com o cálculo. Desta forma, considerando que o pressuposto da Taxa Interna de Retorno é reaplicar cada um dos fluxos de caixa projetados pelo valor da própria TIR até o final do período avaliado, podemos imaginar que uma TIR de 59,78% ao ano é praticamente impossível de ser alcançada, no contexto de uma atividade, que em média não oferece retornos muitos superiores a 20% ao ano. Deste modo, verifica-se que o valor obtido é muito diferente das taxas aplicadas no mercado e por isso pode-se considerar que não é o real retorno que o investimento poderá proporcionar ao empresário. Assim, conforme Assaf Neto (2009) é preciso que sejam consideradas as taxas possíveis de serem reaplicadas nos fluxos intermediários de caixa, levando em consideração a realidade do mercado econômico, pois como visto, o desempenho de um investimento depende tanto das projeções de caixa, como também da sua taxa de reinvestimento. O método de análise de empresa também muito utilizado no meio financeiro é o Valor Presente Líquido (VPL), é a forma de avaliar o valor do dinheiro no tempo. O VPL foi calculado através da calculadora Hp12, onde foram descontados os fluxos de caixa anuais do investimento inicial, aplicando a taxa de desconto exigida pelo investidor. 83 O resultado mostra que o empreendimento, Centro de Eventos Vila Germânica é viável, pois, segundo Assaf Neto (2003), quando o resultado do VPL for maior que zero a empresa está proporcionando resultados acima do esperado. 4.5.4.3 Demonstrativo de Resultados de Exercício Com vista a analisar outros aspectos financeiros e de rentabilidade, apresenta-se no Quadro 19 a Demonstração de Resultados do Exercício (DRE). Quadro 19: Demonstração de resultados do exercício DRE Receita Operacional Bruta Ano 1 507.643,42 Ano 2 617.201,00 Ano 3 685.299,34 Ano 4 757.481,90 Ano 5 875.075,40 (-) Impostos (Simples nacional) 34.722,81 46.536,96 51.671,57 57.568,62 66.505,73 (=) Receita Operacional Líquida 472.920,61 570.664,04 633.627,77 699.913,28 808.569,67 (-) Custos dos produtos vendidos 299.041,76 362.714,00 404.695,10 451.907,01 522.389,59 (=) Lucro Bruto 173.878,85 207.950,04 228.932,67 248.006,27 286.180,08 (-) Custos fixos 164.957,00 176.994,28 190.008,28 204.006,92 219.806,56 8.921,85 30.955,76 38.924,39 43.999,35 66.373,52 (=) Lucro Líquido Fonte: Autora, 2014. É importante salientar que o Fluxo de Caixa difere do Demonstrativo de Resultados do Exercício, pois enquanto o primeiro permite uma análise técnica dos investimentos, o segundo cuida das questões de lucros da empresa. Além disso, outro elemento que as diferencia é a depreciação, que não é levada em consideração no fluxo de caixa, pois não consideram em seu cálculo as despesas não desembolsáveis, mas somente as efetivas entradas e saídas de caixa. Além disso, devido ao fato de os investimentos terem sido financiados pelo capital próprio, a empresa não possui despesas com encargos financeiros, portanto o Lucro Líquido é o próprio Lucro Operacional da empresa. A DRE é necessária para que possam ser feitos os cálculos dos índices de rentabilidade, os quais contribuem para verificar a análise da viabilidade do empreendimento, como o Ponto de Equilíbrio, Retorno sobre o Investimento e Margem Operacional Líquida. 84 4.5.4.4 Ponto de Equilíbrio O Ponto de Equilíbrio traz a compreensão de qual valor é necessário produzir em receitas para que a empresa cubra seus custos e despesas para atingir um lucro operacional igual à zero. A fórmula utilizada para o cálculo foi a seguinte: PEC = CDF MC% Desta forma obtiveram-se os resultados de ponto de equilíbrio para cada ano do projeto, conforme apresentado no quadro 11. Quadro 20: Ponto de equilíbrio contábil Ponto de Equilíbrio Contábil em R$ Ano 1 Custos fixos Ano 3 Ano 4 Ano 5 164.957,00 176.994,28 190.008,28 204.006,92 219.806,56 0,4109 0,4123 0,4095 0,4034 0,4030 401.431,78 429.259,83 464.043,41 505.707,62 545.378,66 Margem de Contribuição em % Receita necessária Fonte: Autora, 2014. Ano 2 Os resultados apresentados acima demonstram que em cada ano apresentado, as atividades da empresa deverão ter o volume necessário para produzir este valor de receita para que a empresa possa honrar com todos os seus compromissos financeiros, e a partir deste valor, a receita produzida poderá ser considerada como lucro para a empresa. Desta forma verifica-se que no primeiro ano de atividades em situação formalizada, o ponto de equilíbrio corresponde a 79,08% da receita projetada, criando um ambiente de desconforto para a empresa, pois se encontra em um nível de risco maior de obter prejuízos, porém para os próximos anos a situação melhora, chegando ao quinto ano com o resultado de ponto de equilíbrio representando 62,32 % do valor de receitas projetadas. 4.5.4.5 Análise da Rentabilidade Em complemento às análises de Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno e Payback, a análise da rentabilidade indica o quanto o negócio é atraente para o investidor, porém utilizam grupos de contas das demonstrações financeiras para demonstrar tais aspectos. 85 Neste sentido serão demonstrados os cálculos para os indicadores de Retorno sobre o Investimento (RI), Retorno sobre Patrimônio Líquido (RPL) e a Margem Operacional Líquida sobre vendas (MOL). O RI é calculado através da fórmula abaixo e os resultados apresentados no quadro 21. R Quadro 21: Retorno sobre o investimento Lucro Líquido Ativos Totais Resultado Fonte: Autora, 2014. Ano 1 8.921,85 87.361,63 10,21% Retorno sobre o Investimento (RI) Ano 2 Ano 3 30.955,76 38.924,39 87.361,63 87.361,63 35,43% 44,56% Ano 4 43.999,35 87.361,63 50,36% Ano 5 66.373,52 87.361,63 75,98% O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL) é calculado através da fórmula abaixo e os resultados apresentados no quadro 22. R Quadro 22: Retorno sobre o patrimônio líquido Lucro Líquido Patrimônio Líquido Resultado Fonte: Autora, 2014. Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL) Ano 1 Ano 2 Ano 3 8.921,85 30.955,76 38.924,39 87.361,63 87.361,63 87.361,63 10,21% 35,43% 44,56% Ano 4 43.999,35 87.361,63 50,36% Ano 5 66.373,52 87.361,63 75,98% Observa-se que os resultados do RI e do RPL são os mesmos, isso se deve ao fato de o empreendimento ter sido financiado totalmente pelo capital próprio, o que faz com que o Ativo Total seja o mesmo valor do Patrimônio Líquido da empresa, gerando o mesmo resultado para os dois cálculos. Os resultados obtidos demonstram quanto que o investidor está recebendo pelo seu capital investido e neste caso apenas no primeiro ano o valor é menor do que a TMA, no 86 entanto no decorrer dos cinco anos a empresa proporciona um resultado muito atrativo ao investidor, pois quanto maior o resultado de RI e RPL melhor. A margem Operacional Líquida é calculada através da fórmula abaixo e os resultados apresentados no quadro 23. Quadro 23: Margem líquida sobre vendas Lucro Líquido Receita Operacional Líquida Resultado Fonte: Autora, 2014. Margem Líquida sobre Vendas (ML) Ano 1 Ano 2 Ano 3 8.921,85 30.955,76 38.924,39 472.920,61 570.664,04 633.627,77 1,89% 5,42% 6,14% Ano 4 43.999,35 699.913,28 6,29% Ano 5 66.373,52 808.569,67 8,21% A ML é o resultado que o investidor tem sobre as vendas produzidas no período, observa-se que no primeiro ano o resultado é de apenas 1,89%, o que caracteriza um valor baixo para empresa, contudo é um período onde a empresa terá seu foco em ganhar mercado com sua nova estrutura, produtos e serviços. O Giro do Ativo estabelece uma comparação entre o Lucro Líquido e as vendas de um período. O seu resultado representa o percentual de lucro que a empresa está obtendo em relação ao seu faturamento, e é calculado com fórmula abaixo e seu resultado é dado no quadro 24. Quadro 24: Giro do ativo Receita Operacional Líquida Ativos Totais Resultado Fonte: Autora, 2014. 472.920,61 87.361,63 5,41 Giro do Ativo 570.664,04 87.361,63 6,53 633.627,77 87.361,63 7,25 699.913,28 87.361,63 8,01 808.569,67 87.361,63 9,26 Este índice é fundamental para a análise das vendas da empresa, pois somente olhando para o montante total não se pode interpretar o verdadeiro desempenho que elas estão 87 tendo, desta forma este cálculo permite que sejam vistos quanto que a empresa tem de lucratividade comparando com os investimentos totais que ela fez. Ao analisar os resultados apresentados no quadro 24, é possível verificar que no primeiro ano a empresa já proporciona um Giro do Ativo de mais de cinco vezes, isso significa que no período de um ano a empresa recuperou 5,41 vezes o seu ativo, o que é bom, pois ela está vendendo mais, no sentido de quantidade, no entanto ao compararmos com a Margem líquida, é compreensível que as vendas estão ruins, no sentido de lucro proporcionado a empresa, pois a margem do mesmo ano é de apenas 1,89%. Desta forma no primeiro ano de atuação formalizada, a empresa está em uma situação onde ela tem menos margem com maior giro. Esta característica é própria de empresas que querem ganhar mercado, que é o caso do Centro de Eventos Vila Germânica, pois trabalham com preços menores para seus produtos e serviços para atrair maior quantidade de consumidores. Após atrair mais consumidores e fazê-los conhecer o seu produto, é possível aumentar a margem, pois não é somente o preço que vai atraí-los, mas a qualidade dos seus produtos e serviços. Os resultados obtidos com os índices financeiros levam a considerar que é viável ao empreendedor realizar os investimentos necessários na empresa para que possa atuar em situação formalizada no que diz respeito ao tramites jurídicos e fiscais. 88 CONCLUSÃO No Brasil, há números expressivos de empresas que atuam informalmente, e este é o caso do empreendimento do Sr. Werno Dahmer que atua há sete anos no ramo de alimentação e eventos. O negócio sempre foi rentável aos olhos do proprietário, mas sem nenhum fundamento para isso, pois não tinha nenhum controle administrativo e financeiro da empresa. Diante disso surgiu o problema que fundamentou esta pesquisa, identificar se é viável estruturar e formalizar o empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, sob a ótica econômica e financeira. Ao realizar as análises através dos métodos financeiros de Ponto de Equilíbrio, Retorno de Investimentos, Taxa Interna de Retorno, Valor Presente Líquido e Payback, foi constatado que é viável formalizar a empresa Centro de Eventos Vila Germânica e continuar atuando neste ramo, já que o negócio demonstrou ser atrativo aos olhos do investidor mesmo tendo todos os custos com impostos, serviços contábeis e diversas taxas necessárias. Conforme análise feita da demanda da empresa nos cinco últimos anos de atuação verificou-se que ela está em crescimento constante, mesmo tendo vários concorrentes na cidade e que a qualidade nas refeições e bom atendimento são pontos fortes da empresa que justificam este crescimento. As ações do governo para incentivar a formalização das empresas também contribuem para o resultado positivo desta pesquisa, principalmente no que se refere aos impostos e desburocratização. Ao adotar o regime tributário de Empresa de Pequeno Porte (EPP), optante pelo Simples Nacional, a empresa vai pagar em conjunto seis tipos de impostos e contribuições reduzindo significativamente o valor pago, de uma forma prática, através de somente uma guia. Um ponto importante para os ótimos resultados dos índices financeiros foi o fato de os investimentos necessários para a empresa terem sido baixos, pois ela utiliza toda a estrutura e instalações do Clube Cultural 25 de Julho e ainda todos os investimentos estruturais ficam de responsabilidade do clube, não gerando gastos para o empreendimento. Também foi imprescindível repensar a questão dos produtos e serviços, pois ao agregar novos, foi possível projetar uma maior receita, bem como é estratégia para que possam ser atraídos mais consumidores através destes diferenciais competitivos como a disponibilidade de decoração, garçons e brinquedos para as crianças. Isso tudo em busca de satisfazer e fidelizar o cliente, acreditando que ele, através da sua ótima experiência com a 89 empresa possa indicar novos clientes, já que toda a demanda da empresa foi criada desta forma. O valor investido na empresa foi financiado pelo capital próprio, devido a disponibilidade de recursos do empresário, no entanto, a necessidade de definir uma taxa mínima de atratividade gerou dificuldades, pois como visto, há incertezas nas taxas aplicadas no Brasil. Importante salientar a facilidade que a empresa tem de administrar o seu Fluxo de Caixa, pois ela não vende a prazo, todos os pagamentos de clientes são feitos até a data do evento, impedindo que a empresa tenha problemas com inadimplência, o que poderia afetar diretamente a sua saúde financeira. E por isso todos os seus pagamentos a fornecedores e demais compromissos também são pagos dentro do mês de competência, não gerando dívidas. Evidenciando que, se a empresa produzir conforme projeção, dificilmente terá problemas financeiros. O Payback encontrado de três anos um mês e três dias é ótimo, pois a empresa sequer necessitará de todo o período do projeto para ter o retorno do valor investido, podendo assim pensar logo em novos investimentos, e a sugestão dada é que se pense em futuramente analisar a possibilidade de ter instalações próprias, que possibilite ao empresário, independência na tomada de decisão diante de ajustes na estrutura, como também proporcionar um local mais atraente, agradável e confortável ao cliente. Verificou-se que é preciso analisar cuidadosamente e criticamente os resultados obtidos com cálculos financeiros, pois podem não representar a verdade para a empresa. Isso se refletiu quando calculado a Taxa Interna de Retorno, que apresentou um resultado de 59,78% a.a., superficialmente pode-se dizer que o resultado é muito bom, pois afinal a taxa exigida pelo investidor foi de 20%, no entanto é compreensível que a empresa nunca poderá obter um retorno deste nível, pois não existe no mercado taxa de reaplicação deste valor. Destaca-se, portanto o resultado das demais análises financeiras. O valor obtido do VPL foi positivo, o que representa um ótimo resultado, pois todo o valor de VPL igual à zero ou positivo torna o investimento viável. O Ponto de Equilíbrio Contábil de todos os anos da projeção representou um valor menor do que as projeções de receitas para os mesmos respectivos anos, o que significa que a empresa terá capacidade de honrar suas obrigações e ainda terá lucros. Os índices de RI e RPL representaram valores iguais, pois devido à empresa ter sido financiado por capital próprio todo o seu Ativo representa o Patrimônio Líquido. A taxa de retorno somente foi menor que a TMA esperada pelo investidor no primeiro ano, sendo o 90 valor de R$ 10,21%, porém verifica-se que em todos os demais anos da projeção os valores são acima da TMA, chegando ao quinto ano a 75,98%. Isso é considerável, pois no primeiro ano, na nova estrutura é um tempo necessário para as adequações, reformulações e por isso vale o sacrifício por parte do investidor, pois após ele terá retorno bem maiores. Da mesma forma a MOL tem uma taxa baixa no primeiro ano, de 1,89%, porém o giro do mesmo ano é de 5,41 vezes, o que reforça a análise da RI e RPL, pois no primeiro ano a empresa se submete a uma margem menor para atrair mais consumidores, porém nos próximos anos igualmente melhora, obtendo no quinto ano MOL de 8,21% e GA de 9,26 vezes. Diante disso é compreensível que o empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, na forma estruturada e formalizada no que tange tramites legais, jurídicos e fiscais é viável. Continuará proporcionando bons lucros ao empresário e ainda proporcionará todos os benefícios que uma empresa legalizada tem, como por exemplo, recursos e benefícios do governo para continuar crescendo. A pesquisa também é satisfatória no que tange a contribuição ao empresário para organizar e esclarecer questões administrativas do seu negócio. O empresário é eficaz nas atividades operacionais do negócio, porém há a necessidade de especialização para administrar uma empresa, pois sem a contribuição desta pesquisa questões básicas como, os custos de um evento não seriam do seu conhecimento. Deste modo ela se torna um ponto de partida para uma ótima administração do empreendimento. Diz-se isso, pois se recomenda que a partir da colocação em prática deste projeto, recomenda-se a criação de um plano de negócio amplo, que abranja mais detalhadamente questões de outras áreas, como por exemplo, na de Marketing que se identificou ser deficitária, por não haver nenhuma ação da empresa. 91 REFERÊNCIAS ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Disponível em: <http://www.paulinia.sp.gov.br/downloads/RDC_N_216_DE_15_DE_SETEMBRO_DE_200 4.pdf>. Acesso em: 14 out 2013. ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 1.ed. São Paulo: Atlas, 2003. ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2009. ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do Capital de Giro. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2002. BRAGA, Roberto. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. 1.ed. São Paulo: Atlas, 1989. BRASIL. 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Administração Financeira. 3ed. São Paulo: Saraiva, 1998. LODI, João Bosco. A empresa familiar. 5.ed. São Paulo: Pioneira, 1998. LOPES, Alceu de Oliveira; SIEDENBERG, Dieter; PASQUALINI, Fernada. Gestão da Produção. Ijuí : Ed. Unijuí, 2010. – 100 p. – (Coleção educação a distância. Série livrotexto). 92 KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1998. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços: Abordagem básica e gerencial. 5.ed. São Paulo: 1998. RECEITA FEDERAL. Lucro presumido. Disponível em: <http:/www.receita.fazenda.gov.br/pessoauridica/dipj/2000/orientacoes/lucropresumido.htm> Acesso em: 15 Out 2013. RECEITA FEDERAL. Lucro real. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2000/orientacoes/lucroreal.htm> Acesso em: 15 Out 2013. RECEITA FEDERAL. O que é o Simples nacional. 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São Paulo: Atlas, 1996. 93 APÊNDICE A – Roteiro de entrevista com o empresário Sr. Werno Dahmer 1. Atualmente como o Sr. trabalha com as questões jurídicas e fiscais do seu negócio? 2. Quais os produtos oferecidos. 3. Como o Sr. procede com as pessoas que trabalham contigo, horários, pagamento e contratos. 4. O que o Sr. pensa e sente da demanda do mercado e da satisfação do cliente. 5. O Sr. faz algum tipo de divulgação, propaganda do negócio? 6. Quem são os consumidores, fornecedores, concorrentes do negócio? 7. Quais os investimentos realizados durante o tempo de atuação deste negócio? 94 APÊNDICE B – Roteiro de entrevista com contabilista Valquiria Racheler 1. Quais são os impostos e contribuições que incidirão na operação do Buffet? 2. Quais os procedimentos para abertura da empresa? 3. Como são apurados os impostos? 4. Em que momento? 5. Quando e como devem ser pagos? 6. Quais são as opções para pagar menos impostos? 95 APÊNDICE C – Levantamento de custos, receitas e resultados Quadro 25: Custos da matéria-prima para Buffet CARNES Carne bovina – kg Carne suína – kg Carne Frango (Coxa/sobrecoxa) - kg Linguicinha – kg Saladas Chuchu – kg Repolho verde - kg Repolho roxo - kg Alface un. Rúcula un. Brócolis kg Couve flor kg Abobrinha - kg Pimentão Kg Couve chinesa un. Batatinha rosa - kg Tomate - kg Cebola - kg Cenoura - kg Beterraba Kg Pepino em conserva 2.000g Maionese Oderich - kg Maionese Helmanns - kg FRUTAS Manga - kg Abacaxi un. Maça - kg Kiwi - kg Uva - kg Melão - kg Mamão - kg Melancia - kg Pêssegos - kg Ameixa - kg Fonte: Autora, 2014. Custos dos alimentos em reais DIVERSOS 12,00 Massa parafuso - 500g 12,00 Mandioca - Kg 4,50 Arroz - 5 kg 12,98 Cuca - un Ovos - Dúzia 3,48 Batata palha 80g 1,89 Batata palha 1Kg 2,45 Vinagre branco 1l 1,59 Sal - Kg 2,00 Farofa 500g 6,95 Milho verde - pct 5,85 Ervilha - pct 1,95 Queijo Kg 4,95 Sal grosso – kg 3,75 Guardanapo pct. com 50 2,25 Palito de dente 100un. 2,69 Vinagre tinto – 1l 1,98 Açúcar 5Kg 2,29 Alho pct. 2,35 26,90 12,80 24,90 2,38 3,48 4,95 9,98 8,95 3,15 3,25 1,39 4,48 5,29 2,98 4,18 10,60 10,00 3,30 1,89 11,90 3,42 1,96 3,94 1,49 1,55 12,00 2,94 3,94 11,99 2,39 7,94 2,65 96 Quadro 26: Levantamento de custos de Buffet para 55 pessoas Custo Buffet para 55 pessoas Prato Carnes Ingredientes Bovina 15kg Suína 8kg Linguicinha 5kg Frango 8kg Quant. 12,00 12,00 12,98 4,50 Total Salada 376,90 1 Repolho roxo com maça, abacaxi e maionese 10,12 2 Brócolis e Couve Flor 20,26 3 Couve chinesa com pimentão e cebola 4 Cenoura com ervilha e maionese 5 Beterraba cozida com ovo cozido 5,19 11,62 8,70 6 Tomate com pepino em conserva 18,83 7 Maionese 19,90 8 Alface e rúcula 7,18 Total Acompanhamentos Valor 180,00 96,00 64,90 36,00 101,80 Arroz branco 2,65 Arroz a grega 12,18 Cuca 1 10 un. 10,00 Farofa Total Frutas 24,83 Manga 4un. 2,38 Uva 4 cachos grandes 8,95 1 mamão grande 3,90 Total Variados Total Total geral Total por pessoa Fonte: Autora, 2014. 15,23 Carvão 10,00 Sal Grosso 1 pct 2,94 Vinagre tinto 1,20 Vinagre branco 1,71 Guardanapo 3,94 Palito de dente 0,60 Sal fino 0,65 11,04 529,80 9,63 97 Quadro 27: Levantamento de receitas e custos com bebidas Levantamento de receitas e custos com bebidas Pessoas Cerveja Refri 2l Refri 290ml Refri 600 ml Água Total Evento 1 40 170,50 150,00 75,00 395,50 Evento 2 70 407,00 252,00 102,50 761,50 Evento 3 110 698,50 162,00 342,50 1.203,00 Evento 4 55 99,00 57,50 234,50 Evento 5 62 286,00 337 1.661,00 Total 78,00 78,00 144,00 56,00 87,50 573,50 708,00 56,00 665,00 3.168,00 Receita média por pessoa 9,40 Custo médio por pessoa 5,21 Fonte: Autora, 2014 Quadro 28: Custos Totais 2013 Jantar (Mão-deCustos obra/ Água/Luz) 2013 170.236,08 Fonte: Autora, 2014 Bebidas 60.832 Custos Totais 2013 Material de Material de limpeza escritório 3.600,00 576,00 Telefone/Internet Total 1.560,00 236.804,04