TCC DENISE VANESSA SEITENFUS

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UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da
Comunição – Curso de Administração – Bacharelado – modalidade presencial
DENISE VANESSA SEITENFUS
ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA PARA ESTRUTURAR
E FORMALIZAR O EMPREENDIMENTO CENTRO DE EVENTOS VILA
GERMÂNICA
Panambi
2014
1
DENISE VANESSA SEITENFUS
ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA PARA ESTRUTURAR
E FORMALIZAR O EMPREENDIMENTO CENTRO DE EVENTOS VILA
GERMÂNICA
Trabalho de Conclusão do Curso apresentado
ao curso de Administração de Empresas da
Universidade Regional do Noroeste do Estado
do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como
requisito parcial para à obtenção do título de
Bacharel em Administração.
Orientador: Profo Ivo Joel Boratti
Panambi – Rio Grande do Sul – Brasil
Campus Panambi
2014
2
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a Deus,
por ser essencial em minha vida, e a minha
família fonte de inspiração para a busca de
meus objetivos.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por simplesmente ter me dado a oportunidade de cursar uma
graduação e pela sua presença em todos os momentos da minha vida, me encorajando e
confortando.
Aos meus pais, irmãos e toda minha família que, com muito carinho e apoio, me
incentivaram para que eu chegasse até esta etapa de minha vida e que me ensinaram a me
dedicar em busca de meus objetivos.
Agradeço à pessoa que amo, que foi compreensiva comigo durante esses anos,
principalmente nos momentos em que tive que priorizar o meu estudo e abdicar de momentos
juntos.
Agradeço a todos os professores do curso, que foram tão importantes na minha vida
acadêmica e no desenvolvimento deste trabalho, mas principalmente ao meu professor
orientador, que foi paciente comigo e contribuiu decisivamente para esta conquista e me
ensinou, através do seu exemplo, o caminho que quero seguir a partir deste momento.
A todas as pessoas que contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho,
principalmente ao Sr. Werno Dahmer e a Sra. Valquiria Raichle que disponibilizaram seu
tempo para que toda a pesquisa pudesse ser desenvolvida.
Enfim, neste momento final de uma etapa tão especial, em que a alegria por estar
terminando se junta ao cansaço, torna-se difícil lembrar-me de todos os que participaram
comigo dessa jornada, mas de uma maneira muito sincera, agradeço a todos que de uma forma
ou de outra colaboraram para a realização deste trabalho de conclusão de curso.
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ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA PARA
ESTRUTURAR E FORMALIZAR O EMPREENDIMENTO CENTRO DE EVENTOS
VILA GERMÂNICA¹
Denise Vanessa Seitenfus²; Ivo Joel Boratti³
¹Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Administração da Unijuí.
²Aluna do curso de Graduação em Administração da Unijuí, [email protected]
³Professor orientador, curso de Administração da Unijuí, [email protected]
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo geral verificar a viabilidade econômica e financeira de
formalizar o empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, o qual tem como atividade
a produção de Buffet para festas e eventos. O proprietário é o Sr. Werno Dahmer, o qual
começou as atividades ao identificar uma oportunidade, quando passou a exercer as atividades
de ecônomo do Centro Cultural 25 de Julho. A pesquisa se justifica por haver interesse do
empresário de saber se mesmo com todos os impostos e taxas que incidem sobre as empresas,
o negócio continuará proporcionando resultados atraentes após a legalização. A pesquisa se
classifica quanto aos fins, em exploratória, descritiva e explicativa. Quanto aos meios se trata
de uma pesquisa de campo, documental, bibliográfica e pesquisa de caso. No
desenvolvimento do trabalho foram abordadas as teorias necessárias para desenvolvimento da
pesquisa, como os aspectos das empresas familiares, projetos de viabilidade econômica
financeira, aspectos mercadológicos, técnicos e administrativos. Também foi abordada a
legislação sobre o regime tributário das empresas e por fim os aspectos econômicos e
financeiros. Foi realizada a análise da situação da empresa e verificadas as mudanças que
devem ser feitas, bem como projetado, com base no histórico da empresa, cinco anos de
receitas e custos. As receitas foram projetadas com base nas estimativas de quantidades de
eventos e venda de novos produtos que foram agregados à empresa. Os custos variáveis e
fixos foram projetados com base no preço de mercado e no histórico da empresa
respectivamente. Isso proporcionou a construção do fluxo de caixa e demonstrativo de
resultados do empreendimento, possibilitando a análise da Viabilidade Econômica e
Financeira através dos cálculos dos métodos financeiros. Os métodos financeiros utilizados
foram o Payback, o Valor Presente Líquido, o Ponto de Equilíbrio a Margem Líquida sobre
Vendas e os índices de Retorno do Investimento e Patrimônio Líquido. O resultado obtido
demonstrou que o empreendimento formalizado e organizado, é viável, do ponto de vista
econômico e financeiro.
Palavras-chave: Viabilidade. Formalização. Rentabilidade. Oportunidade.
Introdução
A finalidade principal deste trabalho é elaborar um estudo de viabilidade econômica
financeira para formalização de um empreendimento que já está em funcionamento e tem
como atividade a produção de Buffet para festas e eventos. O proprietário é o Sr. Werno
Dahmer, o qual começou as atividades ao identificar uma oportunidade, quando passou a
exercer as atividades de ecônomo do Centro Cultural 25 de Julho. A pesquisa se justifica por
haver interesse do empresário pelo seu resultado, que é verificar se mesmo com todos os
custos provenientes da formalização, o negócio continuará sendo atraente ao empreendedor,
como também pela necessidade do acadêmico de administração de caracterizar um problema
5
em uma organização e saber administrá-lo por meio de técnicas aprendidas no decorrer do
curso e pela contribuição oferecida ao empresário, para melhorar a gestão da sua empresa.
Trabalha-se com o objetivo geral de verificar a viabilidade econômico-financeira do
empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, numa situação organizada, estruturada e
formalizada segundo os modernos ditames legais e administrativos. Para isso foi estabelecido
os objetivos específicos que nortearam esta pesquisa, como analisar a situação atual do
empreendimento. Definir ações necessárias com vistas à regularização jurídica e fiscal do
empreendimento, estimando novo patamar de custos e despesas. Projetar, a partir da nova
situação jurídica e fiscal, Fluxo de Caixa Operacional para os próximos 05 anos,
contemplando investimentos, receitas, custos e despesas, e por fim com base no Fluxo de
Caixa Projetado, analisar a viabilidade econômico-financeira do empreendimento, utilizando
as técnicas do Ponto de Equilíbrio, Retorno sobre os Investimentos, Taxa Interna de Retorno,
Valor Presente Líquido e Payback.
Metodologia
Conforme a teoria apresentada por Vergara (2000), esta pesquisa é classificada
quanto aos fins, em exploratória, pois a organização em estudo possui pouco conhecimento
sobre sua situação financeira, descritiva, pois expõe as características exclusivamente do
empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, e ao descrevê-lo, teve isso como base
para explicar a viabilidade do negócio, por isso também pode ser classificada como pesquisa
explicativa.
Quanto aos meios, segundo Vergara (2000), a pesquisa pretende ser elaborada, pode ser
classificada em pesquisa de campo, pois foi realizada a busca de dados no estabelecimento da
empresa, é documental porque utilizou os registros da empresa sobre a suas atividades durante
os cinco anos de funcionamento. É bibliográfica, pois teve como embasamento a teoria de
diversos autores publicada em livros, que será utilizada para explicar os fenômenos
identificados na organização, além disso, pode ser considerada como pesquisa de caso devido
abordar exclusivamente uma organização.
O Universo da pesquisa é a empresa Centro de Eventos Vila Germânica, os sujeitos são o Sr.
Werno Dahmer, proprietário do empreendimento, a contabilista Valquiria Raichle, e os
integrantes da diretoria do Clube 25 de Julho.
A coleta de dados deste estudo se desdobrou em levantamento de informações sobre as
características atuais do negócio, e identificação dos produtos e serviços prestados pela
empresa por meio de entrevista com o empresário Werno Dahmer. Com base nas agendas
particulares do empresário, foi construída uma planilha de evolução da demanda do mercado
durante os últimos cinco anos de funcionamento do negócio, o que proporcionou fundamentos
para propor uma projeção de vendas e faturamento para os próximos anos.
Foi realizado um levantamento por meio de observação participante, onde a pesquisadora teve
convivência dentro da empresa para coleta de dados. Com base no estudo bibliográfico, foi
feita a pesquisa de campo, que constituiu em uma entrevista com a contabilista e sócia
proprietária do escritório Master na cidade de Panambi, Valquiria Raichle. Também foi
realizada uma entrevista com a diretoria do Clube 25 de Julho para formalização de um
contrato de uso das instalações do clube para as atividades da empresa.
Com base nestes dados coletados foram construídas tabelas estimando um novo patamar de
custos e despesas e uma projeção das receitas com base na demanda avaliada. Assim foi
projetado um fluxo de caixa operacional para os próximos cinco anos da empresa, o qual
permitiu construir as demonstrações financeiras para a análise do pesquisador. Em seguida
definiram-se valores para os indicadores de Ponto de Equilíbrio, Retorno do Investimento,
Taxa Interna de Retorno, Valor Presente Líquido e o Payback, os quais foram avaliados com
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sustentação teórica e assim foi possível definir a viabilidade econômica financeira do
empreendimento.
Resultados e Discussões
No Brasil há números expressivos de empresas que atuam informalmente, e este é o
caso do empreendimento do Sr. Werno Dahmer que atua há sete anos no ramo de alimentação
e eventos. O negócio funciona nas instalações do Centro Cultural 25 de Julho, clube do qual o
Sr. Werno é presidente e ecônomo. Iniciou as atividades quando viu a oportunidade de
explorar as instalações do clube em forma de economato, servindo Buffet para festas em
geral. Na nova projeção foram acrescentados alguns produtos e serviços que a empresa
disponibilizará aos seus clientes para agregar valor ao seu produto principal, que é o Buffet.
Com o crescimento do empreendimento o proprietário sentiu a necessidade de formalizá-lo,
bem como ter clareza no que tange aspectos financeiros da empresa, pois até então não tinha
nenhum tipo de controle. No entanto havia interesse por parte do Sr. Werno de saber se
mesmo tendo todos os custos de uma situação formalizada, como impostos e serviços
contábeis, a empresa seria viável.
Através da projeção financeira foi possível estabelecer o Fluxo de Caixa e Demonstração de
Resultado do Exercício. Ressaltando que a empresa adotará o regime tributário de Empresa de
Pequeno Porte Optante pelo simples nacional, no qual incidirão sobre a empresa alíquotas
conforme o seu faturamento anual.
Verifica-se através do levantamento de dados que o valor de R$ 87.361,62 é o investimento
total que a empresa necessitará para comprar equipamentos, móveis e utensílios, bem como
para pagamento de todos os custos provenientes de abertura e registro da empresa como
também o valor necessário para o Capital de Giro da empresa. Este desembolso, para a
empresa é consideravelmente baixo, já que toda a estrutura das instalações é de
responsabilidade do Clube Cultural 25 de Julho e por isso este investimento será financiado
por recursos próprios do empresário, o qual exigirá Taxa Mínima de Atratividade (TMA) de
20% a.a., pois deve considerar uma taxa maior que a de investimentos seguros, como a
aplicação em poupança, já que a aplicação do método Capital Asset Princing Model (CAPM)
não é confiável no Brasil principalmente pela dificuldade de escolha da Taxa Livre de Risco,
conforme Assaf Neto (2009).
A estrutura do fluxo de caixa considera que o valor residual da empresa após os cinco de
projeto, será determinado pelo método da perpetuidade, onde os seus ativos não serão
liquidados, mas considerará que o fluxo de caixa projetado irá estender-se infinitamente.
O Payback, segundo Braga (1989) é o tempo necessário para recuperar o valor investido,
portanto o período encontrado para a empresa foi de três anos um mês e três dias, portanto a
empresa sequer necessitará de todo o período do projeto para ter o retorno do valor investido,
podendo assim pensar logo em novos investimentos, e a sugestão é que se pense na
possibilidade de ter instalações próprias, que possibilite ao empresário, independência na
tomada de decisão diante de ajustes na estrutura, como também proporcionar um local mais
atraente, agradável e confortável ao cliente, já que utilizando as instalações do Clube 25 de
Julho a autonomia da empresa é pequena para melhorar a sua estrutura.
Verificou-se que é preciso analisar cuidadosamente e criticamente os resultados obtidos com
cálculos financeiros, pois podem não representar a verdade para a empresa. Isso se refletiu
quando calculado a Taxa Interna de Retorno, que apresentou um resultado de 59,78% a.a.,
superficialmente pode-se dizer que o resultado é muito bom, pois afinal a taxa exigida pelo
investidor foi de 20%, no entanto, conforme análise proposta por Assaf (2009) é
compreensível que a empresa nunca poderá obter um retorno deste nível, pois não existe no
mercado taxa de reaplicação deste valor.
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Destaca-se, portanto o resultado das demais análises financeiras, o valor obtido com o cálculo
do Valor Presente Líquido (VPL) foi de R$183.305,00, ou seja, um resultado positivo, o que
representa um ótimo resultado, pois todo o valor de VPL igual à zero ou positivo torna o
investimento viável, conforme explica Dolabela (1999).
O Ponto de Equilíbrio Contábil do primeiro ano de projeção foi de R$ 401.431,78, valor
menor do que a projeções de receitas para o mesmoperíodo que foi de R$ 507.643, o que
significa que a empresa terá capacidade de honrar suas obrigações e ainda terá lucros.
Os índices de Retorno do Investimento e Retorno do Patrimônio Líquido representaram
valores iguais, devido à empresa ter financiado os investimentoscom o capital próprio, o que
leva o seu Ativo representar o mesmo valor do Patrimônio Líquido. A taxa de retorno
somente foi menor que a TMA exigida pelo investidor no primeiro ano, sendo o valor de R$
10,21%, porém verifica-se que em todos os demais anos do projeto os valores são acima da
TMA, chegando ao quinto ano a 75,98%.Isso se deve ao fato de no primeiro ano, na nova
estrutura ser um tempo necessário para as adequações, e por isso vale o sacrifício do
investidor de receber valor menor que o exigido neste período, pois após ele terá retornos bem
maiores.
Da mesma forma a Margem Operacional Líquida (MOL) tem uma taxa baixa no primeiro ano,
de 1,89%, porém o Giro do Ativo (GA) do mesmo ano é de 5,41 vezes, o que reforça a análise
da RI e RPL, pois no primeiro ano a empresa se submete a uma margem menor para atrair
mais consumidores, porém nos próximos anos melhora, obtendo no quinto ano MOL de
8,21% e GA de 9,26 vezes.
Diante disso é compreensível que o empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, na
forma estruturada e formalizada no que tange tramites legais, jurídicos e fiscais é viável e
continuará proporcionando bons lucros ao empresário.
Conclusão
Foi constatado que é viável formalizar a empresa Centro de Eventos Vila Germânica
e continuar atuando neste ramo, já que o negócio demostrou ser atrativo aos olhos do
investidor mesmo tendo todos os custos com impostos, serviços contábeis e diversas taxas
necessárias.
Um ponto importante para os ótimos resultados dos índices financeiros foi o fato de os
investimentos necessários para a empresa terem sido baixos, pois ela utiliza toda a estrutura e
instalações do Clube Cultural 25 de Julho sendo que todos os investimentos estruturais ficam
de responsabilidade do clube, não gerando gastos para o empreendimento.
A questão dos produtos e serviços foi repensada, pois ao agregar novos, foi possível projetar
uma maior receita, bem como é estratégia para que possam ser atraídos mais consumidores
através destes diferenciais.
Importante salientar a facilidade que a empresa tem de administrar o seu Fluxo de Caixa, pois
ela não vende a prazo e todos os pagamentos de clientes são feitos até a data do evento,
impedindo que a empresa tenha problemas com inadimplência, o que poderia afetar
diretamente a sua situação financeira. E por isso todos os seus compromissos também são
pagos dentro do mês de competência, não gerando dívidas. Evidenciando que, se a empresa
produzir conforme projeção, dificilmente terá problemas financeiros.
A pesquisa também é satisfatória no que tange a contribuição ao empresário para organizar e
esclarecer questões administrativas do seu negócio, pois sem a contribuição desta pesquisa
questões básicas não seriam do seu conhecimento.
Referências Bibliográficas
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2009.
8
BRAGA, Roberto. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. 1. ed. São
Paulo: Atlas, 1989.
DOLABELA, Fernando. O segredo de Luiza. 10 ed. São Paulo 1999.
VERGARA. Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 3.ed.
São Paulo: Atlas, 2000.
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9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Andar superior do prédio .......................................................................................... 62
Figura 2: Andar inferior do prédio ........................................................................................... 62
10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Exemplo de fluxo de caixa ...................................................................................... 44
Quadro 2: Payback efetivo ....................................................................................................... 45
Quadro 3: Produtos e serviços oferecidos ................................................................................ 55
Quadro 4: Alíquotas do simples nacional aplicáveis ao comércio ........................................... 59
Quadro 5: Investimento pré-operacional .................................................................................. 61
Quadro 6: Capital de giro ......................................................................................................... 66
Quadro 7: Investimento fixo ..................................................................................................... 67
Quadro 8: Investimento inicial total ......................................................................................... 68
Quadro 9: Cardápio .................................................................................................................. 70
Quadro 10: Bebidas oferecidas ................................................................................................. 71
Quadro 11: Histórico da demanda ............................................................................................ 72
Quadro 12: Receita, custo e resultado 2013 ............................................................................. 73
Quadro 13: Projeção de receita ................................................................................................. 75
Quadro 14: Projeção de custos fixos ........................................................................................ 77
Quadro 15: Projeção de custos variáveis .................................................................................. 78
Quadro 16: Fluxo de caixa........................................................................................................ 79
Quadro 17: Payback ............................................................................................................... ..81
Quadro 18: Valor presente líquido e taxa interna de retorno ................................................... 82
Quadro 19: Demonstração de resultados do exercício ............................................................. 83
Quadro 20: Ponto de equilíbrio contábil .................................................................................. 84
Quadro 21: Retorno sobre o investimento ................................................................................ 85
Quadro 22: Retorno sobre o patrimônio líquido....................................................................... 85
Quadro 23: Margem líquida sobre vendas ................................................................................ 86
Quadro 24: Giro do ativo .......................................................................................................... 86
Quadro 25: Custos da matéria-prima para Buffet..................................................................... 95
Quadro 26: Levantamento de Custos de Buffet para 55 pessoas.............................................. 96
Quadro 27: Levantamento de receitas e custos com bebidas................................................... 97
Quadro 28: Custos totais 2013................................................................................................. 97
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... .14
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO .......................................................................... 16
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ......................................................................................... 16
1.2 QUESTÃO DE ESTUDO .................................................................................................. 17
1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 17
1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 19
2.1 EMPRESA FAMILIAR ..................................................................................................... 19
2.2 PROJETOS DE VIABILIDADE ECÔNOMICA E FINANCEIRA .................................. 20
2.3 ASPECTOS MERCADOLÓGICOS .................................................................................. 21
2.3.1 Consumidor .................................................................................................................... 22
2.3.2 Concorrentes .................................................................................................................. 22
2.3.3 Fornecedores .................................................................................................................. 23
2.4 ASPECTOS AMBIENTAIS............................................................................................... 23
2.5 ASPECTOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS .......................................................... 24
2.5.1 Localização ..................................................................................................................... 24
2.5.2 Instalações ................................................................................................................... 25
2.5.3 Tecnologia .................................................................................................................... 27
2.5.4 Capacidade Administrativa ....................................................................................... 28
2.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O REGIME TRIBUTÁRIO DA EMPRESA ..................... 28
2.7 ASPECTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS .............................................................. 30
2.7.1 Definição dos Investimentos em Capital Fixo e Capital de Giro ............................ 31
2.7.2 Projeção de Receitas, Custos e Despesas .................................................................. 34
2.7.2.1 Receitas ........................................................................................................................ 35
2.7.2.2 Custos ........................................................................................................................ 36
2.7.2.3 Despesas ....................................................................................................................... 36
2.7.3 Fluxo de Caixa Operacional ...................................................................................... 37
2.7.4 Viabilidade Econômica e Financeira ........................................................................ 39
12
2.7.4.1 Análise do Ponto de Equilíbrio..................................................................................... 40
2.7.4.2 Análise da Rentabilidade Sobre Vendas, Patrimônio Líquido e
Investimentos. ..... 42
2.7.4.3 Análise Sobre o Prazo de Retorno dos Investimentos (Payback) ................................ 43
2.7.4.4 Análise Sobre o Retorno do Investimento .................................................................... 45
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 50
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .................................................................................. 50
3.2 SUJEITOS DA PESQUISA E UNIVERSO AMOSTRAL................................................ 51
3.3 COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 51
3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .............................................................. 52
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ......................................................................... 53
4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .................................................................................. 54
4.2 ASPECTOS MERCADOLÓGICOS .................................................................................. 54
4.2.1 Consumidor .................................................................................................................... 54
4.2.2 Concorrentes .................................................................................................................. 55
4.2.3 Fornecedores .................................................................................................................. 56
4.3 ASPECTOS JURÍDICOS E LEGAIS ................................................................................ 57
4.4 ASPECTOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS .......................................................... 59
4.4.1 Localização ..................................................................................................................... 59
4.4.2 Instalações ...................................................................................................................... 61
4.4.3 Capacidade Administrativa e Estrutura Organizacional .......................................... 63
4.5 ASPECTOS FINANCEIROS ............................................................................................. 64
4.5.1 Investimentos ................................................................................................................. 64
4.5.1.1 Investimento Pré-Operacional ...................................................................................... 64
4.5.1.2 Capital de Giro ............................................................................................................. 65
4.5.1.3 Investimento Fixo ......................................................................................................... 66
4.5.1.4 Investimento Total ........................................................................................................ 68
4.5.2 Projeção de Receitas e Custos....................................................................................... 70
4.5.2.1 Projeção de Receita ...................................................................................................... 73
4.5.2.2 Projeção de Custos ....................................................................................................... 77
4.5.3 Fluxo de Caixa ............................................................................................................... 79
4.5.4 Viabilidade Econômica e Financeira ........................................................................... 81
13
4.5.4.1 Payback ........................................................................................................................ 81
4.5.4.2 Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno ...................................................... 82
4.5.4.3 Demonstrativo de Resultados de Exercício .................................................................. 83
4.5.4.4 Ponto de Equilíbrio ....................................................................................................... 84
4.5.4.5 Análise da Rentabilidade .............................................................................................. 84
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 88
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 91
APÊNDICE A – Roteiro de entrevista com o empresário Sr. Werno Dahmer e suas
respectivas respostas. ................................................................................................................ 93
APÊNDICE B – Roteiro de entrevista com contabilista Valquiria Racheler. .......................... 94
APÊNDICE C – Levantamento dos custos, receitas e resultados. ........................................... 95
14
INTRODUÇÃO
O presente estudo consiste no trabalho acadêmico de conclusão do Curso de
Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul –
UNIJUÍ. Este curso remete aos acadêmicos, situações onde é apresentado a eles as diversas
áreas funcionais das empresas e suas interfaces, cada aluno desenvolve sua afinidade com
alguma área específica e busca o seu aprimoramento nela.
O que fundamentou esta pesquisa foi o interesse para os diversos tipos de
planejamento das empresas e o resultado que são obtidos com estas práticas. O planejamento
é a forma que as empresas podem utilizar para ter uma visão do seu futuro, estabelecendo
objetivos, traçando estratégias e atribuindo tarefas.
Isto remeteu ao interesse de colocar em prática um estudo para a empresa familiar do
Sr. Werno Dahmer o qual encontrou uma oportunidade do negócio quando assumiu o
economato do Centro Cultural 25 de Julho, onde começou promovendo os seus eventos
tradicionalistas. Porém percebeu que os salões de festas eram ociosos, por não haver festas
frequentemente, e aos poucos começou a surgir oportunidades de realizar eventos intercalados
aos do clube e obter lucro com estas festas.
Com o passar dos anos a demanda cresceu, necessitando de mais pessoas para
trabalhar, melhores fornecedores, investimento em equipamentos e acessórios para os eventos.
Diante disso surgiu necessidade de organizar e profissionalizar o negócio, ter todos os
registros necessários e padronizar os serviços prestados. Entretanto se faz indispensável saber
se é viável realizar todos estes investimentos.
A viabilidade de um negócio se constitui na análise de dados da empresa que atestam
se o negócio é rentável e sólido permitindo que o empresário faça investimentos com o
mínimo de riscos possíveis. Esta análise é fundamental para novos empreendimentos,
principalmente pelo mercado concorrente e instável das organizações, onde precisam se
antever as mudanças e ser inovadoras para não se tornarem obsoletas.
Diante desta
necessidade, este estudo teve como finalidade analisar a viabilidade econômica e financeira de
estruturar e formalizar esta empresa, onde foi analisado a sua situação atual e o mercado
potencial para este tipo de negócio, bem como todos os investimentos necessários e
formalização em questões jurídicas e fiscais.
Portanto esta pesquisa foi estruturada em quatro capítulos, no primeiro se aborda a
contextualização deste estudo onde se apresenta o tema, questão de estudo, objetivos e a
justificativa da pesquisa. O capítulo dois apresenta o referencial teórico que foi necessário
15
para realização do estudo. Segue o capítulo três com a metodologia onde é classificada a
pesquisa e os seus sujeitos, o universo amostral, a coleta de dados e as formas utilizadas para
análise e interpretação dos dados como também as maneiras de sistematização do estudo. O
capítulo quatro conterá a apresentação e análise dos resultados do estudo, e a seguir as
referências utilizadas para a pesquisa.
16
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO
A contextualização do estudo tem como objetivo apresentar o tema que foi
desenvolvido, a problematização deste assunto, ou seja, expor de forma clara, compreensível
e operacional, qual a dificuldade encontrada e que se pretendeu resolver, além disso, expor o
objetivo, geral e os específicos que motivaram esta pesquisa, e o porquê da realização deste
estudo, relatando assim as justificativas.
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
O Sr. Werno Dahmer é presidente do Centro Cultural 25 de Julho há 10 anos, onde
sempre promoveu eventos festivos e culturais para a sociedade. Em 2007 quando assumiu
também o economato do prédio do clube, passou também a cuidar da parte operacional dos
eventos, como preparar os jantares, almoços e café colonial, porém percebeu que estes
eventos eram esporádicos e que o espaço disponibilizado pelo clube estava ocioso. A partir
disso surgiu a ideia de promover eventos particulares, onde ele, juntamente com sua família,
começou a promover, festas de aniversário, batizados, confirmações e casamentos, obtendo
lucro com esta atividade.
Com o decorrer do tempo e devido a qualidade do serviço prestado, a demanda
cresceu muito, fazendo-se necessário realizar pequenas reformas no prédio, adquirir
equipamentos adequados e contratar pessoal, no entanto, não havia nenhum tipo de
planejamento administrativo e operacional, bem como não se conhecia os custos dos produtos
e serviços e o real lucro que o negócio proporcionava.
Além disso, para ser possível a continuidade do negócio era necessário estruturar a
empresa profissionalmente, fazendo todos os registros nos órgãos competentes e
principalmente formalizar um contrato separando definitivamente as atividades e
responsabilidades do Clube Cultural 25 de Julho com o seu negócio particular, a empresa
Centro de Eventos Vila Germânica.
Diante disso surgiu o tema deste estudo sendo o Estudo da Viabilidade Econômica e
Financeira para estruturar e formalizar o empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica.
17
1.2 QUESTÃO DE ESTUDO
Este tema se problematizou pela necessidade de estruturação e formalização da
oportunidade de negócio encontrada pelo Sr. Werno Dahmer no ramo de alimentação e
eventos festivos, e também identificar se é um negócio rentável.
Isto permitiu a formulação da questão de estudo: É viável estruturar e formalizar o
empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, sob a ótica econômica e financeira?
1.3 OBJETIVOS
Diante da problematização apresentada definiu-se como objetivo geral deste estudo
verificar a viabilidade econômico-financeira do empreendimento Centro de Eventos Vila
Germânica, numa situação organizada, estruturada e formalizada segundo os modernos
ditames legais e administrativos.
Visando o alcance do objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos
específicos:

Analisar a situação atual do empreendimento, no que tange às questões jurídicas e
fiscais, produtos oferecidos, demanda do mercado, respectivas receitas, custos e
resultados;

Definir ações necessárias com vistas à regularização/formalização jurídica e fiscal do
empreendimento, estimando novo patamar de custos e despesas;

Projetar, a partir da nova situação jurídica e fiscal, o Fluxo de Caixa Operacional para
os próximos 05 anos, contemplando investimentos, receitas, custos e despesas;

Com base no Fluxo de Caixa Projetado, analisar a viabilidade econômico-financeira
do empreendimento, utilizando as técnicas do Ponto de Equilíbrio, Retorno sobre o
Investimento, Taxa Interna de Retorno, Valor Presente Líquido e Payback.
1.4 JUSTIFICATIVA
Este estudo justificou-se pela necessidade do acadêmico de administração de
caracterizar um problema em uma organização e saber administrá-lo por meio de técnicas
aprendidas no decorrer do curso, ou seja, demonstrar que obteve conhecimento e habilidades
necessárias para tomar atitudes adequadas no meio profissional.
18
Tem importância, pela contribuição oferecida ao empresário, Sr. Werno, para
melhorar a gestão da sua empresa, trazendo profissionalização e clareza de informações
financeiras ao seu negócio, além de segurança para o exercício da atividade, devido refletir
aspectos reais do mercado em termos de demanda, fundamentos jurídicos e fiscais, como
também peculiaridades e riscos da empresa familiar.
Contribui para que os clientes da empresa Centro de Eventos Vila Germânica tenham
maior satisfação ao ter os serviços oferecidos com mais qualidade e padronização.
Além disso, o estudo se torna viável pela acessibilidade de informações pelo fato de
haver afinidade familiar entre o acadêmico e o empresário.
19
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A teoria apresentada foi de fundamental importância para elaboração do estudo, pois
apresenta as abordagens de diversos autores sobre a necessidade e as formas de estruturar uma
análise de viabilidade econômica e financeira, bem como a formalização de uma empresa.
2.1 EMPRESA FAMILIAR
A empresa familiar possui muitas peculiaridades, as quais devem ser muito bem
administradas para não resultar em problemas para a administração da empresa e seu
funcionamento em geral.
Segundo Lodi (1998, p.6) “a empresa familiar é aquela em que a consideração da
sucessão da diretoria está ligada ao fator hereditário e onde os valores institucionais da firma
identificam-se com um sobrenome de família ou com a figura de um fundador”.
As principais fraquezas da empresa familiar segundo a visão de Lodi (1998) são os
conflitos de interesses entre a família e a empresa, o uso indevido de recursos da empresa e a
falta de planejamento financeiro, além disso, há uma aversão às mudanças e modernização da
empresa como também se identifica o emprego e promoção de parentes por favoritismo e não
por competência, o que pode acarretar em grandes problemas para a empresa.
Contudo também é possível identificar as principais forças que uma empresa familiar
proporciona. Conforme Lodi (1998), a lealdade dos funcionários é identificada como uma
força, como também a reputação do nome da família, a união entre acionistas e dirigentes, o
sistema de decisão ágil, por não haver tanta burocratização e a perpetuação dos valores da
família através da sucessão entre gerações.
Lodi (1998) explica que o fato de uma empresa familiar se profissionalizar não faz
com que ela perca as características de empresa familiar, porém seleciona os membros da
família aptos a contribuir com a gestão da empresa. O autor ainda lembra que é necessário
misturar dentro da empresa, pessoas da família e não familiares.
A dificuldade de profissionalizar as empresas familiares vem das próprias atitudes e
personalidade do empresário. Segundo Lodi (1998), o empresário tende a resistir à sucessão
da fase empresarial para a fase gerencial, colidindo com os planejadores e administradores.
A tendência é o empresário resistir a ideias e sugestões de terceiros, ser autoconfiante
e acreditar que o seu conhecimento e experiência adquirida ao longo da trajetória da empresa
são suficientes para sua gestão eficiente, tem receio de compartilhar o poder e a autoridade, e
20
ainda, a maioria ignora ferramentas modernas de gestão, opõem-se a inovação e
modernização da empresa como também a construção de um planejamento estratégico de
longo prazo.
Este problema ligado diretamente ao empresário pode repercutir em problemas
maiores, como na sucessão da empresa, pois o ideal é o sucessor ser uma pessoa capacitada e
acompanhar a vida da empresa por um longo período, além de conhecer todas as áreas
funcionais da empresa, antes de assumir o comando. Contudo se o empresário impedir isso
por se sentir ameaçado, acaba não abrindo espaço para o sucessor e isso deixa eminente uma
crise na empresa durante a sucessão.
A profissionalização da empresa familiar é definida por Lodi (1998),
Profissionalização é o processo pelo qual uma organização familiar ou tradicional
assume práticas administrativas mais racionais, modernas e menos personalizadas; é
o processo de integração de gerentes contratados e assalariados no meio de
administradores familiares; é a adoção de determinado código de formação ou de
conduta num grupo de trabalhadores (exemplo: artistas); é a substituição de métodos
intuitivos por métodos impessoais e racionais; é a substituição de formas de
contratação de trabalho arcaicas ou patriarcais por formas assalariadas (LODI, 1998,
p. 25).
A empresa familiar tem alguns desafios para conseguir profissionalizá-la, segundo
Lodi (1998) deve conseguir integrar os familiares com profissionais contratados, adotar
métodos de gestão mais racionais e recorrer a consultorias e assessorias externas a empresa.
Isso traz de benefícios para a empresa, uma visão mais clara do negócio, uma gestão
mais eficiente e principalmente um melhor controle de custos, receitas e despesas, podendo
assim ter um planejamento mais eficiente.
2.2 PROJETOS DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA
Um planejamento ou projeto tem como objetivo a coleta de dados para futura análise
e tomada de decisões, e um projeto de viabilidade segundo Woiler e Matias (1996) é o estudo
e análise que procura identificar a viabilidade a nível interno da própria empresa. Além disso,
contribui com o empresário a avaliar o plano de investimento a ser realizado, demonstrando a
viabilidade ou inviabilidade do projeto.
Para Groppelli (1998), a análise de viabilidade econômica financeira é a decisão
sobre um projeto de investimento isolado, exigindo o emprego de métodos, critérios e regras
21
de matemática, economia e pesquisa operacional, que demonstrarão se a implantação deste
projeto será viável ou não viável.
Um projeto parte de uma ideia inicial de empreender ou também de uma decisão de
investimento em um empreendimento já existente, tem como objetivo fazer um planejamento
de ações futuras e projeções de resultado o que trará ao empresário uma base de dados para
tomada de decisão.
O surgimento de uma ideia ou de uma oportunidade de negócio é o ponto de partida
para a realização de um projeto, porém a realidade das empresas brasileiras atualmente é bem
diferente. As decisões são tomadas com base em dados superficiais, o que traz para o país
uma triste estatística de sobrevivência das empresas. Segundo pesquisa do SEBRAE em Julho
de 2013, a taxa de mortalidade de empresas com até dois anos é de 24,4%.
Segundo Woiler e Mathias (1996) os gastos com os estudos de viabilidade são os
menores de todos os custos de investimento, porém os benefícios se perpetuaram por toda a
trajetória da empresa. Além disso, deve ficar claro que os objetivos e estratégias de um
projeto de viabilidade econômico financeiro devem ser acompanhados, medidos e se
necessários adaptados no decorrer de sua implantação.
O estudo de viabilidade econômica e financeiro abrange todos os aspectos que são de
vital importância para o empreendimento como os mercadológicos, ambientais, técnicos,
administrativos, tributação e os econômicos financeiros.
2.3 ASPECTOS MERCADOLÓGICOS
O estudo dos aspectos mercadológicos é o ponto de partida para fazer a estimativa ou
previsão de vendas para certo período do futuro.
Para Woiler e Mathias (1996) a análise de mercado, além de oferecer elementos para
a elaboração de projetos provoca o crescimento do mercado de muitos produtos, a introdução
de novos produtos e a obsolescência de outros.
Dolabela (1999) complementa que a principal resposta que a análise de mercado traz
para a empresa é a identificação das ameaças e oportunidades do setor de atuação.
A pesquisa dos aspectos mercadológicos traz as informações necessárias para o
negócio no que tange o conhecimento do mercado de atuação, como os clientes, concorrentes
e fornecedores. Podendo assim fazer projeções das necessidades do mercado, do preço de
venda, custos e distribuição da mercadoria, além de diminuir suas incertezas diante de um
ambiente econômico de constantes mudanças, inovador e globalizado.
22
2.3.1 Consumidor
O consumidor é a essência de qualquer negócio, portanto se deve ter um
conhecimento detalhado sobre ele. É necessário saber o seu perfil e potencial, como também o
seu estilo de vida, características comportamentais, hábitos de consumo, escolaridade, renda,
como também, aspectos culturais, sociais, pessoais e psicológicos. São estes dados que vão
influenciar nos produtos e serviços disponibilizados pela empresa e na forma como vão ser
divulgados ao seu mercado consumidor.
A pesquisa do consumidor indicará a empresa segundo Chiavenato (1998), quem são
os atuais compradores e os potenciais, onde, como e quando compram, dando subsídios à
empresa para se adequar a este mercado e conquistar um maior número de clientes.
Kotler (1998) define o mercado consumidor como indivíduos e famílias que
compram bens e serviços para o consumo pessoal, e é em virtude disso que a empresa deve
trabalhar diariamente.
Dolabela (1999) enfatiza que para o consumidor é muito importante quando a
empresa associa o seu produto a algum tipo de serviço, pois assim estará agregando valor ao
seu produto e gerando um diferencial dos concorrentes, tendo a possibilidade de atrair mais
clientes.
O mercado consumidor é altamente competitivo, devido à globalização do comércio,
o que aumenta os compradores em potencial e os fornecedores dos mesmos produtos e
serviços, além disso, destaca-se a crescente exigência dos consumidores, por produtos de
qualidade que satisfaçam suas necessidades e desejos.
2.3.2 Concorrentes
O mercado globalizado permitiu que as empresas aumentassem significativamente o
seu território de atuação o que consequentemente aumentou a concorrência entre as empresas,
tanto em quantidade como em qualidade. Em virtude disso a disputa por clientes está cada
vez mais acirrada, sendo necessário para as empresas conhecer o seu concorrente, seus
produtos e estratégias, pois desta forma pode encontrar oportunidades, identificar fraquezas e
se antever as ameaças.
Chiavenato (1998) define o mercado concorrente como sendo pessoas ou
organizações que oferecem produtos e serviços iguais ou similares aos que se pretende
oferecer aos consumidores e, além disso, também disputam os mesmos fornecedores.
23
As estratégias das empresas devem estar focadas nestas duas direções escolher os
melhores fornecedores garantindo produtos e serviços de qualidade e com bons preços e como
consequência garantir a fidelização dos clientes e não perdê-los para a concorrência.
2.3.3 Fornecedores
Os fornecedores escolhidos pela empresa definem muitos aspectos do produto da
empresa, como a qualidade, preço, durabilidade, e também na satisfação do cliente no que
tange prazos de entrega, e condições de pagamento, por isso é necessário conhecê-los
profundamente, para garantir o seu próprio negócio.
Os fornecedores são definidos por Chiavenato (1998), como o conjunto de pessoas ou
organizações que suprem a empresa de insumos e serviços necessários para o seu
funcionamento.
São os fornecedores que abastecem a empresa com recursos produtivos, como os
recursos naturais, matéria-prima e mão-de-obra, portanto a melhor escolha destes itens
determinará uma vantagem competitiva frente os concorrentes da empresa.
2.4 ASPECTOS AMBIENTAIS
O ambiente de uma empresa é segundo Chiavenato (1998, p.599), “tudo o que
envolve externamente uma organização. É o contexto em que uma organização está inserida”.
A empresa necessita manter um relacionamento com o seu ambiente para poder realizar suas
transações e passa a influenciar o ambiente, como também é influenciada por ele.
Existe no ambiente, segundo visão de Chiavenato (1998) uma variedade enorme de
fatores em um ambiente, que devem ser analisadas pelas empresas, porém eles são bastante
complexos o que dificulta que as empresas possuam um conhecimento amplo sobre ele,
principalmente devido as constantes mudanças.
As informações captadas no ambiente em que a empresa está inserida devem ser
tratadas de forma que beneficie a tomada de decisão, referente diversos aspectos, como por
exemplo, a escolha de fornecedores e a mudança e inovação de produtos. Chiavenato (1998,
p.603) sugere que “a resposta organizacional às variações do meio exterior visa à adaptação e
sobrevivência da organização em um ambiente mutável e é orientado pela captação da
informação”.
24
Para melhor compreender o ambiente Chiavenato (1998) separa-o em ambiente geral
ou macroambiente, que se constitui de todos os fatores externos da organização que podem
influenciá-la, são elas as variáveis tecnológicas, políticas, econômicas, legais, sociais,
demográficas e ecológicas.
Por outro lado se tem o ambiente interno ou microambiente, que se constitui de
pessoas ou organizações que atuam diretamente com a empresa para o desenvolvimento de
sua atividade, como os consumidores, fornecedores, concorrentes e grupos regulamentadores.
Portanto é importante que as organizações tenham o conhecimento destas variáveis
para conseguir alcançar os seus objetivos, obtendo as informações necessárias e processandoas de forma que seja possível se adiantar aos acontecimentos, e assim se adaptar às mudanças
de forma saudável, sem prejuízo ao funcionamento da empresa.
2.5 ASPECTOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS
Os aspectos técnicos e administrativos são importantes para as empresas da mesma
forma que os produtos e/ou serviços. Eles devem ser analisados e melhorados sempre que
possível para o sucesso completo de uma organização. Enquadram-se nestes aspectos a
localização e instalações da empresa, a tecnologia e a capacidade administrativa.
2.5.1 Localização
Cada ramo de atuação apresenta peculiaridades diferentes, e por isso é preciso fazer
um estudo para identificar qual o melhor local de instalação para cada um deles. Esta análise
vem assumindo um caráter importante para as empresas, principalmente para as globalizadas,
que se instalam em diversos países do mundo.
A decisão do melhor local para instalação deve estar baseada em fatores como a
facilidade de acesso, tanto de fornecedores, clientes e funcionários, e segundo Pasqualini et
al. (2010) aos custos de produção, fonte de matéria prima, desperdício e qualificação de mãode-obra, custos de expansão, aparecimento de novos mercados, atração por isenção de
impostos, políticas internas e tendências econômicas, entre outras.
Woiler e Mathias (1996) complementam que o estudo de localização não se restringe
a um projeto de implantação de um negócio, mas devido à dinâmica do mercado, ele deve ser
usado também para, expandir o que existe implantar outra unidade ou realocar a atual.
25
Conforme o desenvolvimento da organização deve-se acompanhar as especificações
técnicas e de mercado, para verificar a necessidade de realocação da empresa. Segundo
Pasqualini et al. (2010) o alto custo de expansão, o aparecimento de novos mercados e a
concorrência, são fatores que propiciam esta mudança de localização.
Uma boa localização segundo o SEBRAE é aquela que favorece o acesso das
pessoas, com o menor grau possível de dificuldade. Um salão para festas deverá estar
instalado em locais que não apresentem dificuldade para estacionamento de automóveis.
Deve-se tomar cuidado para não instalar em locais insalubres, ou com alto nível de ruído,
evitando também locais próximos a indústrias ou outras instalações que venham a
comprometer a festa.
É importante observar se o local é seguro e não oferece risco para as famílias que se
deslocam para o evento. Deve se observar a existência de terrenos baldios, imóveis
abandonados, a iluminação do local à noite e se a região não é ponto de prostituição ou
usuários de drogas.
É necessário verificar se não há o risco de perturbar moradores da vizinhança, seja
pelo grande movimento de pessoas, pela quantidade de carros no local, ou pelo nível de ruído
produzido pela casa de festas. Em determinados casos o empresário poderá utilizar o recurso
de isolamento acústico para solucionar o problema de emissão de ruído. Uma das primeiras
providências deve ser a consulta prévia, junto à prefeitura da cidade, para verificar a
possibilidade de emissão do alvará de funcionamento para esse tipo de negócio, na região
escolhida.
2.5.2 Instalações
Os segmentos em suas particularidades possuem regras para suas instalações, que
devem ser seguidas fielmente para evitar problemas com órgãos fiscalizadores, estas
exigências vão desde a capacitação dos funcionários, até especificações sobre boas práticas
nos locais, segundo o serviço de apoio às micro e pequenas empresas do SEBRAE.
O setor de bares e restaurantes possuem muitos fatores de análise, pois afeta
diretamente a saúde do consumidor, desta forma,
Boas práticas para este setor abrangem quesitos como a manutenção e a higienização
das instalações, dos equipamentos e dos utensílios; o controle da água de
abastecimento e da presença de vetores transmissores de doenças e de pragas
urbanas; a capacitação dos profissionais; a supervisão da higiene dos manipuladores;
o manejo correto do lixo e a garantia sobre a qualidade do alimento preparado. As
26
regras tratam desde a manipulação, acondicionamento, armazenamento, transporte e
exposição à venda dos alimentos (SEBRAE).
As normas para as instalações de bares e restaurantes estão descritas na ResoluçãoRDC n° 216, de 15 de setembro de 2004, criada pela ANVISA e dispõe sobre Regulamento
Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação, esta resolução apresenta as
especificações para as edificações, instalações, equipamentos, móveis e utensílios para este
segmento.
Segundo este normativo, as edificações e as instalações devem ser projetadas de
forma a possibilitar um fluxo ordenado e sem cruzamentos em todas as etapas da preparação
de alimentos e a facilitar as operações de manutenção, limpeza e, quando for o caso,
desinfecção. Os pisos, parede e teto devem possuir revestimento liso, impermeável e lavável.
Devem ser mantidos íntegros, conservados, livres de rachaduras, trincas, goteiras,
vazamentos, infiltrações, bolores, descascamentos, dentre outros e não devem transmitir
contaminantes aos alimentos.
Especifica também que as instalações devem ser abastecidas de água corrente e
dispor de conexões com rede de esgoto ou fossa séptica. Quando presentes, os ralos devem ser
sifonados e as grelhas devem possuir dispositivo que permitam seu fechamento.
As caixas de gordura e de esgoto devem possuir dimensão compatível ao volume de
resíduos, devendo estar localizadas fora da área de preparação e armazenamento de alimentos
e apresentar adequado estado de conservação e funcionamento.
As instalações elétricas devem estar embutidas ou protegidas em tubulações externas
e íntegras de tal forma a permitir a higienização dos ambientes.
A ventilação deve garantir a renovação do ar e a manutenção do ambiente livre de
fungos, gases, fumaça, pós, partículas em suspensão, condensação de vapores dentre outros
que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária do alimento. O fluxo de ar não deve
incidir diretamente sobre os alimentos.
As instalações sanitárias e os vestiários não devem se comunicar diretamente com a
área de preparação e armazenamento de alimentos ou refeitórios, devendo ser mantidos
organizados e em adequado estado de conservação. As portas externas devem ser dotadas de
fechamento automático.
As instalações sanitárias devem possuir lavatórios e estar supridas de produtos
destinados à higiene pessoal tais como papel higiênico, sabonete líquido inodoro antisséptico
ou sabonete líquido inodoro e produto antisséptico e toalhas de papel não reciclado ou outro
27
sistema higiênico e seguro para secagem das mãos. Os coletores dos resíduos devem ser
dotados de tampa e acionados sem contato manual.
A norma ainda dispõe que devem existir lavatórios exclusivos para a higiene das
mãos na área de manipulação, em posições estratégicas em relação ao fluxo de preparo dos
alimentos e em número suficiente de modo a atender toda a área de preparação.
Os equipamentos, móveis e utensílios que entram em contato com alimentos devem
ser de materiais que não transmitam substâncias tóxicas, odores, nem sabores aos mesmos,
conforme estabelecido em legislação específica. Devem ser mantidos em adequado estado de
conservação e ser resistentes à corrosão e a repetidas operações de limpeza e desinfecção.
As superfícies dos equipamentos, móveis e utensílios utilizados na preparação,
embalagem, armazenamento, transporte, distribuição e exposição à venda dos alimentos
devem ser lisas, impermeáveis, laváveis e estar isentas de rugosidades, frestas e outras
imperfeições que possam comprometer a higienização dos mesmos e serem fontes de
contaminação dos alimentos.
Portanto, verifica-se que os empresários necessitam de atenção especial neste setor
de bares e restaurantes, pois é o item do ambiente, que tem grande influencia em sua
atividade, podendo contribuir para melhorar as atividades da empresa, porém, se não
observadas, a organização pode ter consequências graves, como multas e interdição das
instalações, devido à fiscalização do órgão regulamentador, a ANVISA.
2.5.3 Tecnologia
A tecnologia é um fator decisório no sucesso das empresas, atualmente para se
manter ativas no mercado as empresas estão investindo frequentemente em inovações e
tecnologia, tanto no que se refere aos produtos e matéria –primas como também no uso dela
nos processos internos da empresa.
Segundo Chiavenato (1998, p.608), “a tecnologia envolve a soma total dos
conhecimentos acumulados a respeito de como fazer as coisas: incluem invenções, técnicas,
aplicações, desenvolvimento [...]”. Assim, a empresa que tem seu setor de desenvolvimento e
tecnologia, ativo e avançado consegue ter um diferencial frente os seus concorrentes, além de
conseguir influenciar o seu ambiente e não apenas, ser influenciado.
28
2.5.4 Capacidade Administrativa
Atualmente as empresas buscam ser mais competitivas no mercado para poder
sobreviver, e para isso precisam adotar novas tecnologias, serem inovadoras ágeis e flexíveis.
No entanto, a falta de capacitação administrativa e gerencial no planejamento da empresa faz
com que não se tenha um conhecimento do mercado, o que leva na maioria das vezes ao
fracasso dos novos empreendimentos. Por isso a importância de um planejamento geral da
empresa, que envolva todas as áreas.
Acontece que muitos empresários, iniciam as atividades de um negócio pelo fato de
conhecerem a sua área operacional, ou seja, conhece os processos e tem capacidade e
experiência de produzir um produto ou de prestar um serviço. No entanto as formas de
administração e gestão do negócio não recebem a atenção desejável por parte deste novo
empreendedor, o pode ocasionar até mesmo, a interrupção das atividades da empresa.
Administrar uma empresa é bastante complexo e é necessário ter conhecimentos
específicos da área para gerir uma organização de forma eficaz e eficiente. Portanto o
empreendedor deve reconhecer as suas limitações, selecionar uma e equipe de trabalho para
colaborar na gestão da empresa, programar ações que minimizem os problemas e maximizem
os lucros.
Visto isto, é importante ressaltar que ao descobrir uma oportunidade de negócio,
nada do que for feito vai ser suficiente se o empreendedor não tiver capacidade administrativa
para gerir o seu negócio. Ao invés de oportunidade de lucros e sucesso, todo o processo se
configurará em prejuízo e, provavelmente, endividamento do empreendedor.
2.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O REGIME TRIBUTÁRIO DA EMPRESA
Quando bem escolhido, o regime tributário pode evitar que a empresa pague mais
impostos do que é necessário, porém a maioria dos empresários coloca a responsabilidade de
gerir a contabilidade da empresa nos escritórios que prestam este tipo de serviço, e acabam
não tendo o mínimo de conhecimento sobre esta área, o que permite muitas distorções nas
informações. Entender o regime tributário permite que o empresário tenha informações, que
vão permitir encontrar caminhos para a redução da tributação.
O regime de tributação de uma empresa depende de suas características, há três tipos
de organizações, segundo Groppelli e Nikbakht (1998). A firma individual, que tem como
proprietário apenas uma pessoa e tem como principal característica a facilidade de
29
constituição, pois não precisa da aprovação de nenhum órgão regulador, Groppelli e Nikbakht
(1998) enfatizam outra vantagem deste tipo de firma, que é o “método de taxação direta: a
renda do proprietário é simplesmente incluída na renda da pessoa física para fins de calculo
do imposto de renda”. A desvantagem se caracteriza pela responsabilidade ilimitada do
empresário, onde todos os seus bens também respondem pelas dívidas da empresa.
A sociedade por cotas é conforme Groppelli e Nikbakht (1998, p.22) “uma forma de
organização na qual dois ou mais indivíduos são proprietários” e possui dois tipos, as
sociedades gerais que possuem responsabilidade ilimitada e as sociedades limitadas, onde
apenas um sócio tem responsabilidade ilimitada.
O terceiro tipo de empresa são as sociedades anônimas, onde os proprietários são
chamados de acionistas e possuem responsabilidade limitada, ou seja, respondem somente
com a quantidade que investiram na sociedade, não perdem os seus bens para cobrir suas
dívidas.
Estas características, juntamente com o nível de faturamento da empresa, são
necessárias, para ser possível fazer um bom planejamento tributário, contudo é muito
importante que o empresário conheça o regime tributário, do seu país, estado e município.
O conceito de tributos pode ser encontrado no Código Tributário Nacional (CTN),
que em seu art. 3º define que “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” (CTN, 1966).
O tributo segundo o Código Tributário Nacional (1966) é determinado conforme o
seu fato gerador, contribuinte e a sua base de cálculo. Para que venha a existir uma obrigação
tributária, é preciso que exista um vínculo jurídico entre um credor (Sujeito Ativo) e um
devedor (Sujeito Passivo), pelo qual o Estado, com base na legislação tributária, possa exigir
uma prestação tributária positiva ou negativa.
Os impostos que incidem sobre cada tipo de empresa dependem do tipo de regime
tributário escolhido por ela. No Brasil são três os tipos de regimes tributários usados com
maior frequência pelas empresas, que devem se enquadrar de acordo com as atividades
exercidas, são eles, o regime tributário do Simples Nacional, do Lucro Presumido e do Lucro
Real.
O Simples Nacional, conforme definição da Receita Federal é um “regime
compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas
e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de
2006”. Participam deste regime a união, estados, distrito federal e municípios. Para as
30
empresas se enquadrarem neste regime de tributação precisam enquadrar-se na definição de
microempresa (ME) ou de empresa de pequeno porte (EPP); cumprir os requisitos previstos
na legislação; e formalizar a opção pelo Simples Nacional.
Portanto compete definirmos quais empresas se enquadram na definição de
microempresa ou de empresa de pequeno porte. Desde janeiro de 2012, conforme a receita
federal considera-se ME, para efeito do Simples Nacional, a sociedade empresária, a
sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário que
aufiram, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00. E as EPP,
receita bruta superior a R$ 360.000 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00.
O Lucro Presumido segundo a receita federal é uma forma de tributação simplificada
para determinação da base de cálculo do imposto de renda e da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido (CSLL) das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário,
à apuração do lucro real. Podem optar pelo lucro presumido as pessoas jurídicas, cuja receita
bruta total no ano calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 ou ao
limite proporcional de R$ 4.000.000,00 multiplicados pelo número de meses de atividade no
ano, se esse for inferior a 12 meses.
A receita federal define o lucro real da seguinte forma:
O Lucro Real é a base de cálculo do imposto sobre a renda apurada segundo
registros contábeis e fiscais efetuados sistematicamente de acordo com as leis
comerciais e fiscais. A apuração do lucro real é feita na parte A do Livro de
Apuração do Lucro Real, mediante adições e exclusões ao lucro líquido do período
de apuração (trimestral ou anual) do imposto e compensações de prejuízos fiscais
autorizadas pela legislação do imposto de renda, de acordo com as determinações
contidas na Instrução Normativa SRF nº 28, de 1978, e demais atos legais e infra
legais posteriores (RECEITA FEDERAL).
Compete à empresa fazer uma análise detalhada das leis de tributação e da legislação
para fazer a melhor escolha, ressaltando que o empresário necessita de uma base sólida sobre
o assunto para juntamente com o contador fazer está definição.
2.7 ASPECTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS
A análise dos aspectos econômicos e financeiros vai demonstrar qual a situação da
empresa e o planejamento financeiro projetará para ela o futuro que se quer chegar. Compete
à um administrador financeiro, segundo Groppelli e Nikbakht (1998, p.17) “maximizar o
preço das ações de sua empresa, enquanto mantem o risco no mais baixo nível possível”, e
31
para isso é preciso conhecer os aspectos econômicos e financeiro necessários para fazer estas
análises.
É preciso estar claro quais os objetivos que a empresa tem com as suas atividades e
quais os fatores que podem influencia-la, para poder tomar decisões no nível financeiro e
econômico da empresa, pois assim é possível impedir riscos a saúde financeira da empresa.
2.7.1 Definição dos Investimentos em Capital Fixo e Capital de Giro
A Gestão do capital e giro das empresas abrange a execução de sua atividade
principal, segundo Assaf Neto (2003, p.459) “a administração do capital de giro deve garantir
a uma empresa a adequada consecução de sua política de estocagem, compra de materiais,
produção, venda de produtos e mercadorias e prazo de recebimento”.
O capital de giro, conforme explicado por Assaf Neto (2003) é uma parte do capital
que foi investido na empresa, que vai ser utilizado para a consecução das suas atividades
operacionais, este capital é de curto prazo e não tem local fixo para o investimento, pode
estar, por exemplo, nos estoques, contas a receber, disponibilidades ou nas vendas, ele
corresponde ao ativo circulante das empresas.
Souza em texto publicado para a Fundação Getúlio Vargas reforça o que Assaf Neto
já explicava que o capital de giro se aloca em diferentes lugares conforme as atividades
operacionais da empresa e que pode ser identificado pela soma dos ativos originados do ciclo
operacional, menos a soma dos fornecedores aplicados neste ciclo, conforme fórmula
apresentada a seguir:
CG = EMP + EPE + EPA + DR - FMP - FCIV - FGCV, onde...
CG - capital de giro
EMP - estoque de matéria-prima
EPE - estoque de produtos em elaboração
EPA - estoque de produtos acabados
DR - duplicatas a receber
FMP - fornecedor de matéria-prima
FCIV - fornecedor de custos indiretos variáveis
FGCV - fornecedor de gastos comerciais variáveis
32
Gitman (2010, p.547) complementa que o “capital de giro é o ativo circulante,
representando a porção do investimento que circula de uma forma para outra, no curso normal
das atividades da empresa”.
Devido ao fato de que o capital de giro ser de curto prazo, ele se caracteriza pelo seu
grau de volatilidade, portanto conforme pensamento de Assaf Neto (2003) pode-se definir
características importantes, quando comparado o capital de giro com os ativos fixos.
A primeira se refere ao fato de que os itens circulantes produzem baixa rentabilidade,
o que leva a empresa reduzir as aplicações em circulantes, e a segunda cita o fato de que a
divisibilidade dos elementos circulantes é superior a dos ativos fixos, permitindo que o aporte
recursos nos itens de curto prazo ocorra em níveis variados e consideravelmente baixos.
Como visto, o capital de giro é valore monetário a disposição da empresa para sua
movimentação diária, porém fica exposto à inflação, pois reduzem a capacidade de compra da
empresa. Desta maneira o ideal para as empresas seria manter investido no capital de giro
somente aquilo que realmente vai ser utilizado, ou seja, “o valor investido no realizável à
curto prazo, seria o reflexo do volume e prazos ideais de vendas a crédito, e os estoques
deveriam conter a quantidade estritamente necessária para a consecução da meta de produção
e venda estabelecida pela empresa” (ASSAF NETO, 2003, p.463).
Verifica-se que um modelo de gestão do capital de giro desta forma, aumenta a
rentabilidade da empresa, contudo podem ocorrer problemas quanto a sua liquidez, pois
eventuais falhas poderão acarretar em falta de estoque ou de matéria – prima para fabricação
dos produtos.
Outro aspecto importante levantado por Braga (1989) é o financiamento do ativo
circulante, pois em toda empresa há fatores sazonais que influenciam a gestão do capital de
giro, isto porque em alguns períodos a empresa deve se preparar com um estoque de matériaprima maior, ou até mesmo com maior quantidade de produtos acabados, para conseguir
atender uma demanda maior de certo período.
Visto isso, é possível afirmar que a definição da quantidade ideal de investimentos
em capital de giro é incerta, pois ao mesmo tempo em que o gestor precisa aumentar a
rentabilidade da empresa, também necessita diminuir os riscos, portanto há a necessidade de
conhecer as particularidades da empresa para poder defini-lo de forma que a organização
atinja seus objetivos.
Matarazzo, no entanto salienta que há estratégias a serem tomadas pela empresa para
não agir na incerteza e uma delas é a análise da Necessidade de Capital de Giro, que é
segundo o autor um conceito fundamental para a análise da empresa no ponto de vista
33
financeiro, como também possibilita estratégias de financiamento, crescimento e lucratividade
(MATARAZZO, 1998).
Portanto, para determinar a necessidade de capital de giro da empresa alguns
conceitos precisam ser esclarecidos. “O Ativo Circulante Operacional (ACO) é o
investimento que decorre automaticamente das atividades de compra, produção, estocagem e
venda, e o Passivo Circulante Operacional (PCO) é o financiamento, que também decorre
destas atividades” (MATARAZZO, 1998, p.344).
A Necessidade de Capital de Giro é obtida com a diferença destes dois
investimentos, conforme fórmula a seguir:
onde:
NCG = Necessidade de Capital de Giro
ACO = Ativo Circulante Operacional
PCO = Passivo Circulante Operacional
Matarazzo (1998) faz as análises de diferentes situações proporcionadas por estes
investimentos.
ACO>PCO
“É a situação normal na maioria das empresas. Há uma NCG para qual a empresa
deve encontrar fontes adequadas de financiamento” (MATARAZZO, 1998, p.345).
ACO=PCO
“Neste caso a NCG é igual a zero e, portanto a empresa não tem necessidade de
financiamento para o giro” (MATARAZZO, 1998, p.345).
ACO<PCO
“A empresa tem mais financiamentos operacionais do que investimentos
operacionais. Sobram recursos das atividades operacionais, os quais poderão ser usados para a
34
aplicação no mercado financeiro ou para expansão da planta fixa”. (MATARAZZO, 1998,
p.345).
Quando há a necessidade de financiar o capital de giro, a empresa pode escolher três
tipos mais comuns de financiamento, como o Capital Circulante Próprio, Empréstimos e
Financiamentos Bancários de Longo Prazo, como também Empréstimos Bancários de Curto
Prazo e Duplicatas Descontadas (MATARAZZO, 1998).
O Capital Fixo é definido segundo Matarazzo por recursos que não se pode vender
ou transformar em dinheiro e tem o objetivo de suprir as atividades operacionais das
empresas, ou seja, compõem o grupo do imobilizado. Além deste fim o capital fixo também
pode conter o grupo de investimentos e aplicações em despesas que fazem parte do resultado
do exercício subsequente e por isso não podem ser calculadas no exercício atual, os quais
constituem o grupo Diferido.
No grupo de investimentos para fins de capital fixo encontram-se as participações
Permanentes em outras Sociedades e outros investimentos Permanentes como obras de arte,
imóveis não destinados ao uso, bens locados a terceiros e quotas de clubes. O imobilizado é
constituído de todos os bens e direitos utilizados nas atividades da empresa, como terrenos,
construções, instalações, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, veículos, marcas e
patentes, benfeitorias em imóveis de terceiros, obras em andamento e adiantamento para
imobilização (MATARAZZO, 1998).
Matarazzo (1998) ainda explica que no diferido, são lançados gastos que não foram
contabilizados em resultados, mas tem projeção de gerarem receitas em exercícios futuros,
como por exemplo, gastos de implantação e pré-operacionais, gastos com pesquisa e
desenvolvimento de produtos e a amortização acumulada que se resume em uma conta
redutora do permanente diferido, pois contabiliza quanto das despesas diferidas já foram
contabilizadas como resultado.
2.7.2 Projeção de Receitas, Custos e Despesas
Uma boa gestão de uma empresa é feita quando se sabe em que situação ela se
encontra a aonde ela quer chegar, para isso pontos muito importante como as receitas, custos e
despesas devem estar claros para o empreendedor ou gestor do negócio.
35
2.7.2.1 Receitas
A projeção de receitas de uma empresa é estimada fazendo a análise do volume de
suas vendas, e é partir disso que é possível fazer um planejamento dos demais itens como
custos, despesas e fluxo de caixa. Segundo Gitmann (2010) cabe ao administrador definir tudo
o que será necessário para ser possível sustentar a quantidade de vendas proposta por ela.
A elaboração da projeção das vendas é feita baseada em diversos fatores que são
variáveis e por isso deve haver um acompanhamento frequente deste planejamento para
verificar sua assertividade. Os fatores das projeções podem ser externos e internos, segundo
Gitmann (2010), o primeiro se baseia na relação entre as vendas da empresa e fatores como o
relacionamento com o consumidor e sua renda e os fatores econômicos do mercado de
atuação, como também a sazonalidade dos produtos.
As projeções internas são realizadas com análise de fatores específicos da
organização. O histórico de vendas em quantidade e valores é levado em consideração como
também a sua capacidade produtiva e o próprio mix de produtos, além dos preços e formas de
pagamentos.
Portanto o volume de vendas projetado determinará o planejamento dos demais
elementos, por isso ele deve ser o mais próximo da realidade. Isso vem na linha do que pensa
Gehrke e Boratti (2013),
A previsão de vendas ou estimativas, por meio da construção de cenários, pode ser
feita aplicando-se métodos estatísticos, buscando dados junto a representantes
comerciais, parceiros, franqueados e outros vendedores dos produtos e também
quanto ao seu uso final (GEHRKE; BORATTI, 2013).
A partir desta previsão de vendas, existe a necessidade de todos os envolvidos na
empresa assumirem o compromisso de atingir esta meta, uma área isolada não conseguirá
cumpri-la, no entanto sabe-se a interface das áreas na busca de um objetivo em comum é vital
para seu atingimento.
Aspectos importantes devem ser considerados durante a construção da projeção das
vendas, segundo Gehrke e Boratti (2013).

Capacidade de produção;

Capacidade de estocagem;

Capacidade de distribuição;

Pontos de equilíbrio do produto;
36

Disponibilidade de capital para produção e investimentos;

Disponibilidade de matéria-prima e material secundário;

Disponibilidade de mão de obra direta e indireta;
A atenção também deve estar voltada aos custos produzidos pelas atividades da
empresa, a projeção de vendas deverá considerar um equilíbrio entre a receita de vendas e os
custos produzidos, verificando até que ponto o aumento das vendas é rentável para a empresa
(GEHRKE e BORATTI, 2013).
2.7.2.2 Custos
Segundo o livro da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fundamentos da
Microeconomia, “Custos são, as mensurações dos dispêndios relacionados com o processo de
troca ou com a transformação de recursos; além disso, é a função de valorização dos recursos
em sua melhor alternativa de uso”.
Os custos podem ser de longo prazo ou de curto prazo e podem ser determinados
pelas condições físicas da produção, os preços dos fatores de produção e a conduta eficiente
do empresário sob um ponto de vista econômico.
Os custos diretos constituem todos aqueles elementos de custo que estão diretamente
ligados ao produto ou serviço, isto é, se identificam imediatamente com a produção dos
mesmos, mantendo uma correspondência proporcional, como por exemplo, matérias-primas
usadas na fabricação do produto e a mão-de-obra direta.
Indireto são os custos que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou
função de custo no momento de sua ocorrência. Os custos indiretos são alocados conforme de
critérios pré-determinados pela empresa, como mão-de-obra indireta, rateada por
horas/homem da mão de obra direta e gastos com energia, com base em horas/máquinas
utilizadas. São exemplos de custos indiretos, a depreciação, seguros, e a manutenção de
equipamentos (FGV).
2.7.2.3 Despesas
As despesas podem ser definidas como o valor gasto com bens e serviços relativos à
manutenção da atividade da empresa, bem como aos esforços para a obtenção de receitas
através da venda dos produtos, como, por exemplo, os materiais de escritório e salários da
administração.
37
As despesas gerais e administrativas são de fácil mensuração, portanto também de
controle fácil para os administradores. Desta forma, deve-se delimitar um valor que será
utilizado com estas despesas, geralmente as empresas projetam suas despesas com base nas
despesas obtidas no exercício anterior.
Para a projeção das despesas é importante entender a definição de despesa e os tipos
existentes. Silva (2007) divide as despesas em operacionais e não operacionais, a primeira
constitui de despesas não calculadas nos custos e necessárias às atividades da empresa, são
elas as despesas com vendas, administrativas e financeiras líquidas das receitas.
As despesas não operacionais estão relacionadas às perdas em transações eventuais,
Silva (2007), cita como exemplo o prejuízo na venda de imobilizado e a alienação de
investimentos.
2.7.3 Fluxo de Caixa Operacional
De acordo com Assaf Neto e Silva (2002, p.39), o fluxo de caixa é o instrumento de
relacionamento dos ingressos e saídas de recursos monetários da empresa em determinado
intervalo de tempo. Sua elaboração permite prognósticos de eventuais excedentes ou escassez
de recursos.
Para Gitman (2002, p.81) “o fluxo de caixa operacional está relacionado com
entradas e saídas, proveniente das atividades de produção e venda dos produtos e serviços da
empresa”.
No cálculo do fluxo de caixa operacional, são excluídas as despesas financeiras, ao
passo que se quer saber estritamente o fluxo de caixa proveniente das operações da empresa,
sem a influência destes itens. Outra questão levantada por Assaf Neto (2009, p.304), “é o fato
de o fluxo de caixa não coincidir com os resultados contábeis da empresa, pois este é apurado
pelo regime de competência, enquanto que o fluxo de caixa é apurado pelas suas efetivas
entradas e saídas no caixa da empresa”.
Assaf Neto (2009, p.304), “garante que a correta projeção do fluxo de entradas e
saídas de uma empresa traz a confiabilidade necessária sobre os resultados de um
investimento realizado”.
Diante disso Assaf Neto explica a importância dos fluxos de caixa para o processo de
análise de investimento,
38
Todo projeto de investimento é avaliado em termos de fluxo de caixa, em vez de ser
com base nos lucros. Essa escolha tem sua razão de ser, uma vez que é por meio dos
resultados de caixa que a empresa assume efetiva capacidade de pagamento e
reaplicação dos benefícios gerados da decisão de investimentos (ASSAF NETO
2009, p.305).
A decisão de investimento resulta em um desembolso inicial, que se caracteriza
como uma saída de caixa, e é o que se espera que traga à empresa resultados futuros,
conforme explica Assaf Neto (2009), o autor complementa que este desembolso pode ser na
aquisição de bens permanentes, como imóvel, terreno, máquinas e equipamentos e além
destes, também podem ser bens intangíveis, como pesquisa e treinamento.
Da mesma forma, o capital de giro é considerado uma saída de caixa, pois tem as
mesmas características que o investimento fixo, no entanto, este retorna a empresa através das
despesas – não – desembolsáveis, enquanto que o capital de giro retorna nos anos finais da
vida útil do projeto.
Neste contexto, a descontinuidade de análise de um fluxo de caixa coincide com o
final do projeto. Ao término da vida útil do projeto estima-se o valor de mercado para a venda
da empresa, neste caso o valor residual da empresa que é dado pela liquidação dos seus ativos.
Contudo, também é necessário considerar na avaliação das empresas, o fato de as
empresas não encerarem suas atividades no final do projeto e que possam ter duração
indeterminada, e desta forma o seu valor residual é estimado através do método da
perpetuidade.
Este método considera que o fluxo de caixa projetado para o período do projeto irá
estender-se infinitamente. É o valor que o negócio terá após o período projetado e é
determinado com base no valor do fluxo de caixa do último ano do projeto dividido pela taxa
de retorno exigida pelo investidor. Há dois tipos de perpetuidade, a constante e a com
crescimento.
Assaf Neto (2009) explica que para a avaliação da empresa somente é considerado o
crescimento da empresa no período de análise do projeto e estabilizando-se na perpetuidade,
levando em consideração somente a taxa de retorno ao nível do custo do capital investido.
O valor da perpetuidade (P) é calculado segundo Assaf Neto (2009), pela relação
entre o fluxo de caixa operacional (FCO) e o custo Médio Ponderado de Capitais (CMPC),
chegando assim na seguinte fórmula:
39
P = FCO / CMPC
Onde:
P - Valor da empresa pelo método da perpetuidade.
FCO - Fluxo de caixa operacional do último ano.
CMPC - Custo médio ponderado de capitais.
Consideram-se os dois valores aplicados na fórmula, acima, constantes, ou seja, não
se estima qualquer variação nos seus valores, e não criam valor para o investidor. No entanto
se os fluxos de caixa crescem a uma taxa g, a fórmula modifica-se da seguinte forma:
P = FCO / (CMPC – g)
A taxa g representa a taxa de crescimento constante e infinita do fluxo de caixa, desta
forma os projetos criam valor, os lucros retidos são aplicados a uma taxa superior à taxa de
desconto.
2.7.4 Viabilidade Econômica e Financeira
O estudo de viabilidade ajuda o empreendedor a identificar o melhor momento para
começar ou ampliar seu negócio. Abrangem etapas como análise de mercado e projeção do
faturamento, informações que mostrarão para o empresário onde, como, quando e para quem
oferecer seus produtos e serviços.
Conforme orientação do SEBRAE a pesquisa de viabilidade apresenta dados sobre o
público-alvo e suas necessidades e sobre os produtos e serviços, os preços, as despesas e as
receitas dos concorrentes. Também mostra a projeção dos custos, da receita e do capital de
giro. Mensura o montante inicial para o investimento e em quanto tempo o valor será
recuperado. Ainda propõe preços para os produtos e serviços, adequados ao mercado e à
necessidade financeira da empresa.
Segundo Dornelas (2001), um projeto de viabilidade econômica e financeira tem como
objetivo entender e estabelecer diretrizes para o negócio; gerenciar de forma mais eficaz a
empresa e tomar decisões acertadas, conseguir aporte financeiro através de bancos, governo,
investidores e capitalistas de riscos, além de identificar oportunidades e transforma-las em
diferencial competitivo para a empresa.
40
2.7.4.1 Análise do Ponto de Equilíbrio
De acordo com o Braga (1989, p.179), “o ponto de equilíbrio permite compreender
como o lucro pode ser afetado pelas variações nos elementos que integram as receitas de
vendas e os custos e despesas totais”.
Segunda Dolabela (2001) é através do Ponto de Equilíbrio (PE) que o empreendedor
pode descobrir o nível de faturamento necessário para cobrir seus custos, e dessa forma atingir
um lucro operacional igual a zero.
Braga (1989), explica,
Sob a ótica contábil, o ponto de equilíbrio corresponde a certo nível de atividades
onde o lucro será nulo. À medida que o volume de operações se deslocar acima do
ponto de equilíbrio surgirão lucros crescentes; abaixo deste ponto ocorrerão
prejuízos cada vez maiores. A análise distingue dois pontos de equilíbrio contábeis
relacionados com o lucro operacional e com o lucro líquido. Também é possível
calcular um ponto de equilíbrio econômico onde o lucro líquido corresponderia à
remuneração esperada pelos acionistas sobre o capital próprio (BRAGA, 1989,
p.170).
Para ser possível calcular o ponto de equilíbrio é necessário dispor de informações
como a estimativa de custos e despesas fixas do período que se pretende calcular e a
estimativa da margem de contribuição, o que implica em conhecer também os custos variáveis
e o preço de venda da mercadoria (GEHRKE e BORATTI, 2013).
Segundo Gehrke e Boratti (2013, p.45) preço de venda “é o valor que os
consumidores se dispõem a pagar pela aquisição de produtos e serviços”. Os custos podem ser
fixos e variáveis, os fixos são aqueles que não variam diante do volume de produção e as
variáveis oscilam conforme a produção.
A margem de contribuição “é dada pela diferença entre o preço de venda e os custos
e despesas variáveis, é necessário ter a clara compreensão de que a margem de contribuição
serve para amortizar os fixos e, a partir disso, gerar lucros” (GEHRKE e BORATTI, 2013
p.47).
A partir disso podem-se coletar os dados necessários para calcular o ponto de
equilíbrio da empresa. O ponto de equilíbrio contábil se estabelece quando custos e despesas
totais se igualam às receitas totais e pode ser calculado com as seguintes fórmulas conforme
os autores Gehrke e Boratti (2013).
41
Onde:
PECu = Ponto de equilíbrio contábil, em unidades vendidas;
CDF = Custos e Despesas fixas totais;
MC$ = Margem de contribuição em reais, por unidade vendida;
PEC$ = Ponto de equilíbrio contábil, em reais;
MC% = Margem de contribuição sobre cada unidade vendida, em coeficiente
percentual;
PEC%Cap. = Comprometimento da capacidade produtiva no ponto de equilíbrio.
Representa o percentual dos custos e despesas fixas em relação à margem de
contribuição total para o nível considerado, que pode ser a capacidade instalada ou as vendas
orçadas. O valor que falta para 100% é conhecido como “margem de segurança”;
RT = Receitas totais de vendas para o nível considerado, ou seja, capacidade instalada
ou vendas orçadas;
CDV = Custos e Despesas variáveis totais para o nível considerado, ou seja,
capacidade instalada ou vendas orçadas.
Além deste, tem-se o ponto de equilíbrio financeiro que diferente do contábil pelo fato
de não levar em consideração os custos e despesas não desembolsáveis, como as depreciações
e amortizações, em virtude de não representarem para a empresa uma saída de caixa efetiva
(GEHRKE e BORATTI, 2013).
Para calcular o ponto de equilíbrio financeiro utilizam-se as fórmulas descritas abaixo.
O ponto de equilíbrio econômico conforme Gehrke e Boratti (2013, p.48) “refere-se
ao nível de produção e vendas que assegura à empresa determinado montante de lucros, cujo
valor deve ser adicionado aos custos e despesas fixas.” A fórmulas utilizadas devem ser as
seguintes:
42
É fundamental que a empresa atue no ponto de equilíbrio para que ela seja viável,
porém somente isto não basta, para que ela possa ser rentável e satisfatória aos investidores, a
empresa precisa fazer com que as vendas estejam acima do ponto de equilíbrio, ou seja, ela
precisa pagar os seus custos e despesas e ainda render lucros.
2.7.4.2 Análise da Rentabilidade sobre Vendas, Patrimônio Líquido e Investimentos.
A análise da rentabilidade de um negócio demonstra o quanto ele esta sendo atraente
para o empresário, através destas análises é possível saber em quanto tempo ele vai obter o
retorno do capital investido.
Estas análises são feitas através de índices que são, conforme Matarazzo (1998,
p.153) “uma relação entre contas ou grupos de contas das Demonstrações financeiras, que
visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica e financeira de uma empresa”.
Através deles é possível construir uma avaliação da empresa que possibilita decisões mais
eficazes.
Há na literatura grande quantidade de índices possíveis de utilização, contudo
segundo Matarazzo (1998), a quantidade não é o fator que dará importância para as análises,
mas sim a escolha de alguns deles que permitam conhecer a empresa na profundidade
desejada. Portanto destacam-se para esta pesquisa os índices que evidenciam aspectos da
situação econômica, como a análise das rentabilidades sobre vendas, patrimônio líquido e
investimentos.
Para a análise da rentabilidade sobre as vendas, o principal indicador é segundo Silva
(2007), o giro do ativo, pois estabelece uma relação entre as vendas de um período e os
investimentos totais realizados na empresa.
Conforme Silva (2007, p.261) “compara o lucro líquido em relação às vendas
líquidas do período, fornecendo o percentual de lucro que a empresa está obtendo em relação
a seu faturamento”. Este indicador é obtido através da fórmula abaixo.
ROL = Resultado Operacional Líquido
AT = ativo total
43
O volume de vendas tem relação direta com o capital investido na empresa, por isso
este índice colabora para uma racional análise das vendas, pois não se pode concluir que elas
estão bem, ou não, apenas olhando para o valor total das vendas (MATARAZZO, 1998).
O retorno sobre o investimento é um indicador de quanto a empresa tem de
lucratividade comparando com os investimentos totais da empresa, representados pelo ativo
total, conforme fórmula a seguir:
Sendo:
LL = Lucro Líquido
AT = Ativo Total
A interpretação do resultado é no sentido de quanto maior, melhor.
A rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido indica conforme Silva (2007, p.269)
“quanto de prêmio os acionistas ou proprietários da empresa estão obtendo em relação a seus
investimentos no empreendimento”. O lucro dos investidores é o retorno pelo risco de investir
recursos no negócio. A fórmula usada, para calculo da rentabilidade sobre o Patrimônio
Liquido, está representada a seguir.
Sendo:
LL = Lucro Líquido
PL = Patrimônio Liquido
A interpretação do resultado é no sentido de quanto maior, melhor.
2.7.4.3 Análise sobre o prazo de retorno dos investimentos (Payback)
O Payback é o período necessário para recuperar o valor investido em um negócio,
conforme o que diz Dolabela (1999). Este indicador é usado para avaliar os investimentos que
44
foram estimados para o novo negócio. A partir do período estimado pelo payback, a receita
recebida pode ser contabilizada pela empresa, como lucro.
Também através deste indicador, segundo Dolabela (1999) é possível calcular o nível
de risco do negócio, pois quanto maior o tempo de recuperação do investimento, maiores os
riscos à que ela está submetida, portanto também pode ser usado como base para tomadas de
decisões no decorrer do planejamento do empreendimento.
Braga (1989) diz que se trata de um método que calcula o tempo necessário para que
sejam recuperados os recursos investidos, Assaf (2003) complementa dizendo que o Payback
é importante para tomada de decisão, porém não considera o valor do dinheiro no tempo, mas
considera essa variação por meio do critério do fluxo de caixa descontado.
O Payback considera o retorno dos investimentos através de benefícios incrementais
líquidos (fluxo de caixa), promovido pelo investimento (ASSAF, 2003). O autor menciona
que podem ser usadas duas metodologias para calculo do Payback, o médio e o efetivo, porém
se os fluxos de caixa forem iguais os resultados serão os mesmos.
Para exemplificar será considerado o exemplo dado pelo autor ASSAF (2003). É
considerado dois investimentos, os quais serão submetidos ao período do Payback de duas
maneiras, uma pelo método médio e o outra pelo efetivo, conforme quadro 01.
Quadro 1: Exemplo de fluxo de caixa
Alternativa
Valor do
investimento
Fluxos de caixa em reais
ANO 1
ANO 2
ANO 3
ANO 4
ANO 5
A
300.000
90.000
50.000
60.000
50.000
250.000
B
300.000
100.000
100.000
100.000
100.000
100.000
Fonte: ASSAF, 2003, p.299.
Assaf (2003, p.300) explica que o “tempo de retorno médio é baseado na relação
existente entre o valor do investimento e o valor médio dos fluxos esperados de caixa”. No
exemplo A, soma-se os valores de fluxos de caixa (R$ 90.000,00; 50.000,00; 60.000,00;
50.000,00; 250.000,00), e divide-se pelo período (5 anos), obtém-se o resultado de 3 anos de
período de Payback ao avaliarmos que o investimento retorna em média R$ 100.000,00 e o
investimento foi de R$ 300.000,00.
No exemplo B, consideram-se os incrementos efetivos de fluxo de caixa o que resulta
em um período de Payback de 4,2 anos (ASSAF, 2003). Este resultado foi alcançado ao
considerarmos a análise do quadro 02.
45
Quadro 2: Payback efetivo
Investimento em reais
ANO 1
ANO 2
ANO 3
ANO 4
ANO 5
Fonte: ASSAF, 2003, p.300.
-
300.000
210.000
160.000
100.000
50.000
200.000
90.000
50.000
60.000
50.000
250.000
O investimento precisou de quatro anos e 20% do fluxo de caixa do quinto ano para ter
o retorno total do investimento, esta forma traduz de forma mais realista o comportamento dos
fluxos de caixa, conforme pensamento de Assaf (2003), pois são considerados nos seus
respectivos períodos de ocorrência. Portanto o método de Payback efetivo é a melhor técnica
para fazer esta análise.
2.7.4.4 Análise sobre o retorno do investimento
A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é uma taxa de juros que indica quanto que
um investidor quer receber de retorno em um investimento. Esta taxa pode ser obtida através
da aplicação do método Capital Asset Princing Model (CAPM), o qual é amplamente aceito
em diversos países, porém enfrenta dificuldades de aplicação no Brasil, conforme explica
Borratti (2014) em texto publicado na Fundação Getúlio Vargas.
O nome do método, traduzido, é coeficiente de custo do capital próprio e é calculado
com a seguinte fórmula:
Ke = Rf + (Rm – Rf)β
Onde:
Ke = Custo do Capital próprio;
Rf = Taxa livre de risco;
Rm = Remuneração oferecida pelo mercado;
β = Beta representativo do risco não diversificável do ativo em análise;
46
Conforme dito anteriormente este método não possui tanta confiança no Brasil
quanto em outros países, principalmente pela dificuldade de escolha da Taxa Livre de Risco,
Boratti (2014) cita três principais motivos para esta afirmação.
O primeiro se refere à taxas básicas brasileiras, que ao observarmos, por exemplo, a
variação da SELIC em um período curto de tempo se tem uma diferença de praticamente
20%.
Outro ponto que gera dificuldade para estabelecer o CAPM é as altas taxas de juros,
que é segundo Boratti (2014) (FGV) é impossível de alcançar pelos retornos médios dos
ativos empresarias. E por último a falta de esclarecimentos quanto às taxas inflacionária que
normalmente são embutidas nas taxas básicas de juros.
O coeficiente Beta (β) representa o risco sistemático de um ativo, segundo Assaf
Neto (2009). O autor explica que quando o Beta for igual a 1,0 significa que o risco para a
empresa está da mesma maneira que para o mercado em geral, quando for maior que 1,0 o
risco é mais alto que o mercado, mostrando ser um investimento “agressivo”. E quando o Beta
for menor que 1,0 o ativo é caracterizado como “defensivo”, pois seu risco é menor que o do
mercado.
No que se refere à remuneração oferecida pelo mercado, o Brasil também está
deficitário, pois não existe histórico suficiente de empresas registradas na bolsa de valores e
mercado acionário para fazer uma análise consistente, impedindo que seja aproveitado o
Ibovespa para determinar o retorno esperado pelos investidores de capital e desta forma acaba
também gera dificuldade para mensurar o valor do Beta por não ter conhecimento suficiente
do mercado.
Portanto não há taxas ou rendimentos de mercados que o investidor possa se basear
com confiança para projetar os seus retornos e isso acaba afastando investidores do Brasil
pelo nível de risco que seus investimentos possuem. No entanto se este risco não afasta os
investidores, eles cobram mais carro para investir no Brasil do que em outros países, isso se
dá pelo acréscimo da taxa Risco Brasil (Rbr), na fórmula do CAPM conforme a seguir.
Ke = Rf + (Rm – Rf)β + Rbr
onde:
Rbr = Risco Brasil
47
Os fatores que levaram a esta adaptação na fórmula, conforme citado por Boratti
(2014) são do ponto de vista social, político e econômico, como a instabilidade na inflação,
crescimento irregular do PIB, mudanças políticas, distúrbios civis, mudanças na legislação e
nas regras dos contratos, controle sobre o fluxo de capitais, expropriações, corrupção, fraudes,
entre outros.
Esta taxa “é calculada pela diferença entre a taxa de juros oferecida pelo título
público brasileiro – C-bond – negociado no mercado internacional e a taxa dos T-bonds
americanos, situando-se, atualmente, em torno de 5% ao ano” (Boratti, 2014). Os T-bonds,
são títulos americanos considerados os mais seguros para se investir, devido a seu histórico de
estabilidade.
Como visto, há no Brasil grandes dificuldades para os investidores determinarem
uma taxa de retorno do capital próprio a ser investido, devido a instabilidade das taxas
aplicadas no país, sendo necessário acrescentar a taxa de retorno do capital próprio, o valor da
taxa Risco Brasil, o que aumenta o retorno exigido pelos investidores para aplicar no país.
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é utilizada na análise de projetos de investimento e
é definida como a taxa de desconto de um investimento que torna seu valor presente líquido
nulo.
Taxa interna de retorno maior do que a taxa mínima de atratividade, significa que o
investimento é economicamente atrativo.
TIR>TMA= VPL (+)
Taxa interna de retorno igual à taxa mínima de atratividade, o investimento está
economicamente numa situação de indiferença.
TIR=TMA =VPL (0)
Taxa Interna de Retorno menor que a Taxa Mínima de Atratividade, significa que o
investimento não é economicamente atrativo.
TIR<TMA= VPL (-)
48
Exemplificando podemos citar um investimento de R$ 100.000,00, feito hoje e que
daqui um ano pagará R$ 110.000,00. Em um ano a taxa interna de retorno deste investimento
é de 10%, ou seja, para cada R$ 1,00 investido o investidor receberá R$ 1,10.
Desta forma fica de fácil entendimento que quando a TIR for maior que o retorno
exigido pelo investidor, o empreendimento é aceitável e quando for abaixo ele não é um
investimento atrativo.
No entanto, conforme Assaf Neto (2009), a TIR de um projeto somente é verdadeira
quando os fluxos intermediários de caixa forem reaplicados até o final da vida útil prevista, à
própria taxa de retorna, obtida com o cálculo. Neste sentido quando o valor da TIR obtida for
muito diferente das taxas aplicadas no mercado é possível que não seja o real retorno que o
investimento poderá proporcionar.
Portanto o autor sugere que sejam adotados o Método da Taxa Interna de Retorno
Modificada (TIRM), a qual considera as taxas possíveis de serem reaplicadas nos fluxos
intermediários de caixa, pois o desempenho de um investimento depende tanto das projeções
de caixa, como também da sua taxa de reinvestimento.
Este método leva em consideração a realidade do mercado econômico como explica
Assaf Neto (2009, p.335), “cenários econômicos recessivos, mesmo que não exerçam
influências sobre o resultado de caixa do projeto, podem reduzir sua taxa de retorno diante de
oportunidades menos lucrativas de reinvestimento”, portanto o resultado obtido com o cálculo
da TIR deve ser analisado levando em consideração o macro ambiente da organização, para
assim se obter um resultado real.
Desta mesma forma, Assaf Neto (2009, p.335) diz que “em momentos de expansão
da economia, os investimentos demonstram maior atratividade determinada pelas melhores
condições conjunturais de reaplicação dos fluxos intermediários de caixa”. Desta forma o
investidor poderá obter uma base mais confiável nas suas decisões de investimento.
Por outro lado tem-se o Valor Presente Líquido (VPL) que possui como diferença
básica da TIR o seu resultado, que é expresso em valores monetários, ao contrario da TIR que
é em percentuais. O VPL é o método que calcula o valor do dinheiro no tempo, conforme
Dolabela (1999) explica, podemos calcular, por exemplo, quanto que R$ 10.000,00 valeria no
final de 5 anos, aplicado a uma taxa de 18% a.a., e do contrário, também é possível saber
quanto que R$ 20.000 aplicados em 2004 a uma taxa de 18% a.a. valem hoje.
Se o resultado for positivo, significa que a empresa está proporcionando os
resultados propostos, do contrário ela não é um empreendimento atrativo. Se o resultado for
49
zero ainda o investimento seria viável, pois estaria proporcionando exatamente o retorno
exigido.
O autor Assaf (2003, p.313) explica que “a medida do valor presente líquido é obtida
pela diferença entre o valor presente dos benefícios líquidos de caixa, previstos para cada
período do horizonte de duração do projeto, e o valor presente do investimento”. A fórmula
adotada pelo autor é a seguinte.
[∑
(
)
]
[
∑
(
)
]
Onde:
= fluxo (benefício) de caixa de cada período;
K= taxa de desconto do projeto, representada pela rentabilidade mínima requerida;
= investimento processado no momento zero;
= valor do investimento previsto em cada período subsequente.
Para a aplicação da fórmula é necessário que a taxa de desconto seja definida
previamente pelos investidores, e o resultado apontará o resultado econômico atualizado da
empresa (ASSAF, 2003).
A análise do resultado obtido deve levar em consideração, que todo o investimento é
atraente quando, o VPL for igual ou maior que zero. Quando o valor for negativo, significa
que o retorno obtido do investimento é menor que a taxa mínima de atratividade, podendo ser
considerado um investimento desinteressante (ASSAF, 2003).
50
3 METODOLOGIA
A metodologia tem como objetivo demonstrar como o estudo foi realizado e quais os
aspectos metodológicos abordados, consiste em explicar quais as ações realizadas para o
atingimento dos objetivos.
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa pode ser classificada quanto aos fins e quantos aos meios, conforme a
teoria apresentada por Vergara (2000). Desta maneira esta pesquisa pode ser classificada
quanto aos fins, em exploratória, pois a organização em estudo possui pouco conhecimento
sobre sua situação financeira, principalmente quanto a sua rentabilidade e a viabilidade de
fazer maiores investimentos no empreendimento.
Classifica-se também em pesquisa descritiva, pois “expõe características de
determinada população ou de determinado fenômeno” (VERGARA, 2000, p.47), ou seja, o
estudo descreve detalhes sobre o empreendimento do senhor Werno Dahmer, tanto a sua
situação atual, como também mudanças e investimentos propostos ao empresário. E ao
descrever o empreendimento, teve isso como base para explicar a viabilidade do negócio, por
isso também pode ser classificada como pesquisa explicativa.
Quanto aos meios que a pesquisa pretende ser elaborada, pode ser classificada em
pesquisa de campo, pois foi realizada a busca de dados no estabelecimento da empresa,
incluindo entrevista como empresário Werno Dahmer.
Ainda quanto aos meios a pesquisa é documental porque utilizou os registros da
empresa sobre a suas atividades durante os cinco anos de funcionamento, como por exemplo,
as agendas e documentos que demonstrarão a quantidade de eventos e número de pessoas por
evento, como também a sazonalidade da demanda e quais os produtos mais vendidos.
A pesquisa também é bibliográfica, pois teve como embasamento a teoria de diversos
autores publicada em livros, que será utilizada para explicar os fenômenos identificados na
organização, além disso, pode ser considerada como pesquisa de caso devido abordar
exclusivamente uma organização.
51
3.2 SUJEITOS DA PESQUISA E UNIVERSO AMOSTRAL
A amostra da pesquisa é, segundo Vergara (2000, p.50) um “conjunto de elementos
que possuem as características, que serão objeto de estudo”, esses elementos podem ser
empresas, grupos de pessoas ou produtos.
O universo amostral desta pesquisa é a empresa Centro de Eventos Vila Germânica,
a qual foi objeto de estudo e análise no que tange sua viabilidade econômica e financeira de
profissionalizar o negócio. Foi escolhida pelo pesquisador pela acessibilidade às informações,
como também pelo interesse no resultado da pesquisa.
Os sujeitos de pesquisa são as pessoas que forneceram os dados necessários para
realização da pesquisa (VERGARA, 2000). Portanto pode ser definido como sujeitos desta
pesquisa o proprietário da empresa, o Sr. Werno Dahmer, com o qual foi possível coletar toda
a informação necessária sobre a empresa, e a contabilista Valquiria Raichle, a qual contribuiu
com informações tributárias e legais.
Além destes, teve como sujeito as pessoas integrantes da diretoria do Clube 25 de
julho para discussão de aspectos contratual entre o clube e a empresa Centro de Evento Vila
Germânica.
3.3 COLETA DE DADOS
A coleta de dados se desdobra nas formas como o pesquisador obteve os dados
necessários para sua pesquisa (VERGARA, 2000).
Com base nos objetivos deste estudo foram levantados dados sobre as características
atuais do negócio, e conhecido os produtos e serviços prestados pela empresa por meio de
entrevista com o empresário Werno Dahmer. A entrevista foi informal que segundo Vergara
(2000, p.55) “é quase uma “conversa jogada fora”, mas tem um objetivo específico: coletar os
dados que necessita.” Ela se constituiu desta forma, devido ao grau de parentesco entre o
empresário e o pesquisador o que gerou um grau de liberdade para coleta das informações.
Com base nas agendas particulares do empresário, foi construída uma planilha de
evolução da demanda do mercado durante cinco anos de funcionamento do negócio, o que
proporcionou fundamentos para propor uma projeção de vendas e faturamento para os
próximos anos.
Foi realizado um levantamento por meio de observação participante, onde o
pesquisador teve convivência dentro da empresa para coletar dados como:
52

Investimentos (máquinas, equipamentos, móveis e utensílios);

Realização do levantamento dos custos, receitas e resultados gerados nos
eventos.
Com base no estudo bibliográfico realizado, foi feita a pesquisa de campo, que
constituiu em uma entrevista com a contabilista e sócia proprietária do escritório Master na
cidade de Panambi, Valquiria Raichle para conhecimento específico das questões jurídicas e
fiscais as quais a empresa Centro de Eventos Vila Germânica deve se submeter, e quais custos
que isso vai acarretar à empresa.
Foi realizada uma entrevista com a diretoria do clube 25 de julho para formalização
de um contrato de uso das instalações do clube para as atividades da empresa Centro de
Eventos Vila Germânica, bem como, descrição de responsabilidades, direitos e deveres entre
as partes.
3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Este capítulo tem como objetivo, segundo Vergara (2000), explicitar como os dados
foram coletados e analisados, justificando porque foi escolhida esta maneira de análise. Os
dados podem ser qualitativos e quantitativos, o primeiro “apresenta os dados de forma mais
estruturada, codificando-os e alisando-os”. O segundo “utiliza procedimentos estatísticos,
como o teste de hipóteses” (VERGARA, 2000, p. 59).
Com base nos dados coletados e tendo em vista os investimentos projetados foram
construídas tabelas estimando um novo patamar de custos e despesas e uma projeção das
receitas com base na demanda avaliada.
Em cima disso foi projetado um fluxo de caixa operacional para os próximos cinco
anos da empresa, o qual permitiu construir as demonstrações financeiras para a análise do
pesquisador.
Em seguida ficou possível definir valores para os indicadores de Ponto de Equilíbrio,
Retorno do Investimento, Taxa Interna de Retorno, Valor Presente Líquido e o Payback, os
quais foram avaliados com sustentação teórica e assim foi possível definir a viabilidade
econômica financeira, dando um parecer e sugestões sobre o futuro da empresa.
53
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
O capítulo trará os resultados da pesquisa, referente à análise de Viabilidade
Econômica e Financeira para formalizar um negócio que já está em funcionamento, porém
informalmente. Os resultados foram obtidos através de entrevistas e observação das atividades
operacionais da empresa.
A realização desta pesquisa tem importância muito grande, pois há o interesse do
empresário em constituir uma empresa com todos os tramites legais e jurídicos necessários
para o seu funcionamento e acima de tudo saber se, mesmo tendo estes custos com a
legalização, formalização da empresa e tributação o negócio proporcionará um lucro atraente
ao proprietário.
4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
O negócio gerenciado pelo Sr. Werno Dahmer, que é objeto de estudo deste trabalho,
funciona há sete anos, no formato de economato onde ele explora uma atividade econômica
dentro das instalações do clube cultural 25 de Julho de Panambi, na verdade ele está atuando
em nome do clube, pois não possui firma registrada e nenhum tipo de contrato de economato
firmado entre as partes.
Tudo funciona com acordos verbais onde ele assumiu algumas despesas e gestão do
clube em troca de utilizar o espaço que o clube oferece e desta forma ele não trabalha na
ilegalidade, pois tudo funciona como atividade do clube.
Quando iniciou sua atividade o empresário contava basicamente com a mão-de-obra
da família, como esposa, filho, nora e primos, no entanto com o desenvolver das atividades foi
necessário contratar pessoas para ajudar no trabalho, portanto hoje o negócio possui
colaboradores que são remunerados por hora trabalhada no caso das cozinheiras e faxineiras e
por evento no caso de assadores e atendente da copa.
A principal dificuldade, e o que se tornou a motivação deste estudo é o fato de a
empresa não ter um controle dos recursos próprios da empresa e do empresário, o que se
caracteriza como uma das principais dificuldades de uma empresa familiar, conforme explica
Lodi (1998). Por causa disso, também não há nenhum planejamento de investimentos, de
crescimento e de modernização o que deixa o negócio estagnado.
Observa-se também que, por trabalhar com familiares e pessoas amigas, existe
dificuldade de controlar estas pessoas, principalmente em conscientizar que a empresa quer se
54
profissionalizar e para isso todos os envolvidos devem ter atitudes profissionais, obedecendo
a regras e normas de conduta, mas Lodi (1998) deixa claro que esta dificuldade está ligada as
próprias atitudes e personalidade do empresário. E isso é evidente no empresário, pois ele
quer evitar transtornos com a própria família e por isso evita cobrar erros de conduta.
O empresário demostra resistência às mudanças, mesmo tendo o interesse de
profissionalizar e regularizar a empresa, porém esta atitude não esta fora dos parâmetros de
uma empresa familiar, pois conforme Lodi (1998) sugere tais empresários possuem
resistência durante a sucessão da fase empresarial para a gerencial e ignoram sugestões de
terceiros.
Portanto para conseguir profissionalizar a empresa o empresário deverá adotar meios
de gestão modernos e buscar ajuda profissional para manter a empresa rentável
continuamente, como indica Lodi (1998).
4.2 ASPECTOS MERCADOLÓGICOS
Os aspectos mercadológicos do empreendimento, como o consumidor, fornecedor e
concorrentes contribuirão para projetar as estimativas de previsão de vendas para a empresa.
4.2.1 Consumidor
Os consumidores do empreendimento foram se caracterizando com o passar do
tempo, pois não foi criado nenhum tipo de propaganda para atrair algum tipo específico de
cliente. Estes procuram a empresa para fazer festas comemorativas de casamento,
aniversários, formaturas, batizados, confirmações, festas e jantares de empresas em geral.
A observação feita pelo proprietário é o fato de a empresa atrair em sua maioria
clientes idosos e casados, identificando assim a falta de clientes jovens. O Sr. Werno explica
isso pelo local de atuação da empresa ser no Clube 25 de Julho que, por ser um local de
tradições alemãs, tem em sua maioria, frequentadores com mais idade.
Mesmo não sendo realizada uma pesquisa para saber a renda dos clientes se estima
que a maioria dos clientes pertença a classe média, segundo análise do Sr. Werno pelo estilo
de vida destes clientes e por ele conhece-los na sociedade e círculos de amizade.
Outro fato que se deve ressaltar que a média de convidados por evento é menor que
70 pessoas, identificando que, a maioria dos clientes procura o Centro de Eventos Vila
55
Germânica para eventos pequenos, mesmo que a capacidade das instalações da empresa é de
até 400 pessoas no salão grande.
Conforme Chiavenato (1998) ao identificar estas particularidades o empresário tem a
possibilidade de criar ações que possibilitem a fidelização dos atuais clientes e criar
estratégias para conquistar um maior número de clientes ou um novo público.
Neste sentido, há a necessidade de um plano de marketing estruturado e capaz de
fazer com que a empresa atraia estes clientes mais jovens e eventos maiores, que
proporcionam maior rentabilidade pelo fato de os custos fixos não aumentarem na mesma
proporção de pessoas nos eventos.
Portanto conforme proposto e aprovado pelo empresário a empresa irá acrescentar ao
seu produto principal, que é o Buffet, outros produtos e serviços que irão agregar valor e atrair
mais clientes, além de proporcionar outras fontes de receita para a empresa. Os produtos e
serviços que a empresa irá fornecer estão descritos no quadro 3.
Quadro 3: Produtos e serviços oferecidos
Produtos e serviços oferecidos
Buffet
Arranjo de flores para mesa
Bebidas
Painéis para fotos
Buffet de sobremesas
Aluguel de projetor de Datashow + tela
Aluguel de brinquedos para crianças (Cama elástica e
Caixa de som + Microfone
piscina de bolinhas)
Aluguel de toalhas para as mesas
Garçom
Aluguel de capas para cadeira
DJ
Fonte: Autora, 2014.
A escolha destes produtos e serviços se deu pela identificação da necessidade do
consumidor, pois como relata o Sr. Werno quando um cliente procura um local fora de sua
residência para oferecer uma festa ele quer comodidade e despreocupação e ao oferecê-los, irá
proporcionar isso aos clientes, evitando que ele tenha que procurar outras empresas.
Agregar serviços segundo Dolabela (1999), proporciona agregação de valor ao
produto oferecido pela empresa e criará um diferencial competitivo frente ao concorrente, o
que tende a atrair mais clientes.
4.2.2 Concorrentes
Os concorrentes são de fácil identificação, principalmente por ser uma cidade
pequena e por não haver um número grande de empresas no mesmo ramo e, além disso, cada
56
um possui alguma particularidade que acaba atraindo tipos diferentes de consumidores. O Sr.
Werno identifica os seus principais concorrentes:

Restaurante Moinho Velho - Tem seu público voltado para clientes da classe média
alta e alta e além do valor de seu Buffet cobra aluguel do salão;

Buffet do Ivo Porn - Não possui local para a realização do evento ele somente oferece
o Buffet em um local escolhido pelo cliente;

Restaurante 300 – Oferece Buffet e local para a festa, porém espaço é limitado para
200 pessoas e não possui local para dança;

Gemius Bier- Oferece Buffet e local para a festa, porém seu espaço é limitado para
200 pessoas e não possui local para dança;

Ciranda Cirandinha – Oferece local voltado somente para festas infantis.
Conhecer tais particularidades facilita na elaboração de uma estratégia de atração de
clientes, pois poderá encontrar oportunidades diante das fraquezas de cada concorrente.
O ponto forte do Centro de Eventos Vila Germânica em relação aos seus
concorrentes é o fato de oferecer ambiente amplo e de não cobrar o aluguel do salão, mas
somente a taxa de limpeza. Isso proporciona uma vantagem em relação aos seus concorrentes,
pois reduz o custo total do evento para o cliente.
4.2.3 Fornecedores
O proprietário define seus fornecedores conforme a qualidade dos produtos, a
praticidade para comprar e o melhor preço e ressalta que deve ser um fornecedor de
confiança, pois o ramo de alimentação envolve muita responsabilidade pela saúde de todos os
clientes.
Diante disso as matérias-primas, que se constitui dos alimentos necessários para a
produção do Buffet é comprada no supermercado da Cotripal, que é o maior mercado da
cidade e consegue oferecer produtos de qualidade e com menores custos.
As bebidas são compradas com a distribuidora RM Bebidas, que tem como vantagem
a entrega da mercadoria na empresa, mas também é comprado no mercado da Cotripal, pois
os refrigerantes e águas tem um preço menor que o da distribuidora.
A linha de higiene, como, sabonetes líquidos e papéis toalha é comprada com o
fornecedor Rotterdam, indústria da cidade que oferece estes produtos a granel e reduz o custo
para o proprietário.
57
As carnes possuem dois fornecedores, o frigorífico da Cotripal e o Açougue Arco
Iris. Anteriormente era vantagem comprar com o primeiro, pois além de ter o preço atraente,
entregava a mercadoria na empresa, porém ela cancelou este serviço e devido este tipo de
transporte precisar de veículo apropriado, ficou difícil para o proprietário continuar
comprando com este fornecedor, por isso se optou em ter o açougue Arco Iris como outra
opção de compra de carne.
Devido a este problema o Sr. Werno precisa adquirir um veículo próprio para
transportar as mercadorias compradas, pois o frigorífico da Cotripal possui mais qualidade
nos seus produtos. De acordo com a Vigilância Sanitária os alimentos perecíveis devem ser
transportados em veículo fechado, onde a cabine do condutor deve ser isolada da parte que
contém os alimentos, os quais devem estar dentro de caixas de material liso, resistente,
impermeável, atóxico e lavável, aprovado pela autoridade sanitária.
Por se tratar de uma pequena distância entre o frigorífico e a empresa e levando em
consideração estas especificações, o proprietário deve adquirir um veículo tipo o modelo
Fiorino da marca Fiat e alocar na carroceria caixas de plástico com tampas para fazer este
transporte adequadamente.
Demais alimentos como verduras e legumes são adquiridos diretamente dos
produtores, os quais já possuem uma parceria para fornecimento destes produtos na feira da
cidade, o que garante alimento fresco e de qualidade para as refeições.
4.3 ASPECTOS JURÍDICOS E LEGAIS
O Centro de Eventos Vila Germânica precisará legalizar a empresa nos diversos
aspectos que a lei exige. Conforme entrevista com Valquiria Raichle, sócia proprietária do
escritório Master de Panambi, as ações necessárias para legalização do empreendimento são:

Obter o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);

Realizar curso de proteção contra incêndio;

Providenciar o Alvará dos Bombeiros;

Alvará da Vigilância Sanitária;

Alvará de Dedetização;

Alvará Sonoro;

Alvará de Licença para Localização.
58
Sobre os aspectos jurídicos e legais a empresa adotará a forma jurídica de Firma
Individual, pois terá como proprietário somente uma pessoa. Segundo Groppelli e Nikbakht
(1998), esta forma jurídica possui o método de taxação direta, onde a rendimentos do
proprietário é incluído na renda da pessoa física.
O regime tributário adequado para a empresa segundo as normas vigentes é a forma
de Empresa de Pequeno Porte (EPP), optante pelo Simples Nacional. A EPP é o empresário
ou pessoa jurídica que obtenha receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta
mil reais), e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 que no caso, se enquadra com o que o Centro
de Eventos Vila Germânica obteve de faturamento nos últimos anos.
Dentro do regime do simples nacional a empresa pagará de forma unificada os
seguintes tributos:

Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ;

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL;

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS;

Contribuição para o PIS;

Contribuição para a Seguridade Social – INSS;

Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).
A caracterização do empreendimento se dará da seguinte maneira:

Tipo de negócio: Comércio de alimentos e bebidas;

Ramo: Alimentação;

Razão social: Werno Dahmer EPP;

Classificação econômica: Buffet, serviços de alimentação (CNAE 5620-1/02);

Nome fantasia: Centro de Eventos Vila Germânica;

Endereço: Rua José Bonifácio, nº 54, Bairro Bela Vista, Panambi/RS;

Sede e Foro: Panambi/RS;

Forma jurídica: Empresa de Pequeno Porte (EPP);

A empresa optará pela inscrição no Simples Nacional.
A alíquota para pagamento do simples nacional varia conforme o setor da economia
e o faturamento anual da empresa, em entrevista com a Sr. Valquiria Raichle foi fornecida as
atuais taxas vigentes para o setor de comércio que é onde a empresa se enquadra, conforme
quadro 4.
59
Quadro 4: Alíquotas do simples nacional aplicáveis ao comércio
Alíquotas do Simples Nacional, aplicáveis ao comércio.
Receita Bruta em 12 meses (em R$)
Alíquota
Até 180.000,00
4,00%
De 180.000,01 a 360.000,00
5,47%
De 360.000,01 a 540.000,00
6,84%
De 540.000,01 a 720.000,00
7,54%
De 720.000,01 a 900.000,00
7,60%
De 900.000,01 a 1.080.000,00
8,28%
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00
8,36%
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00
8,45%
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00
9,03%
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00
9,12%
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00
9,95%
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00
10,04%
De 2.160.000,01 a 2.340.000,00
10,13%
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00
10,23%
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00
10,32%
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00
11,23%
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00
11,32%
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00
11,42%
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00
11,51%
De 3.420.000,01 a 3.600.000.00
Fonte: Entrevista com Valquiria Raichle, 2014.
11,61%
Tais alíquotas serão aplicadas sobre o valor projetado de faturamento da empresa
para identificar o valor dos custos com impostos que o negócio terá na forma formalizada.
4.4 ASPECTOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS
Os aspectos técnicos e administrativos do empreendimento abordam as
características da localização, instalações, tecnologia e capacidade administrativa do
empreendimento.
4.4.1 Localização
A empresa Centro de Eventos Vila Germânica é reconhecida pelo fato de estar
instalada dentro das dependências do Clube 25 de Julho, e é isso que a caracteriza. O local
tem facilidade de acesso tanto para consumidores quanto para fornecedores e funcionários e
tais fatores são essenciais para decisão de melhor local de instalação segundo Pasqualini et al
60
(2010) e por isso a empresa continuará suas atividades no mesmo local, onde já atua nestes
sete anos.
O prédio localiza-se na Rua José Bonifácio, número 54, Bairro Bela Vista, na cidade
de Panambi. Esta escolha se baseia no fato de os clientes já terem como ponto de referencia o
local, mas também pelo fator financeiro, pois não há custo de aluguel do imóvel.
Após a regularização da empresa, vai ser confeccionado um contrato de comodato
entre o Centro Cultural 25 de Julho e a empresa Centro de Eventos Vila Germânica, onde
estarão estabelecidas oficialmente quais as responsabilidades de cada uma das partes.
Conforme acordado com a diretoria do Clube e o Sr. Werno Dahmer ficou estabelecido o
seguinte:

Custos com reforma e melhoria na estrutura do prédio serão custeados pelo
Centro Cultural 25 de Julho;

Gastos com água, energia elétrica, material de limpeza, telefone e internet,
serão custeadas pela empresa Centro de Eventos Vila Germânicas, porém
sempre que um associado utilizar as dependências do prédio e não utilizar os
serviços da empresa do Sr. Werno, esta poderá cobrar uma taxa de utilização,
para cobrir estes gastos;

Gastos com pequenas adequações e consertos em geral, como por exemplo,
troca de lâmpadas, troca de torneiras, conserto de uma tubulação, será de
responsabilidade da empresa do Sr. Werno Dahmer;

Não será cobrado aluguel da empresa pelo fato de ele estar assumindo um
economato, onde é de sua responsabilidade zelar pelo patrimônio do Clube
Cultural e promover seus eventos tradicionalistas;

Poderá o Sr. Werno residir ou utilizar sempre que necessário as instalações
próprias para o ecônomo dentro do clube;

Sempre que for feita alguma mudança/reforma no prédio, será anteriormente
acordado entre a diretoria e o proprietário do Centro de Eventos Vila
Germânica.
Outros assuntos pertinentes e que não foram abordados, serão tratados sempre que
necessário com toda a diretoria do clube.
O prédio se localiza em um bairro residencial, e possui estacionamento próprio de
veículos, mas, além disso, a rua onde se localiza é pouco movimentada permitindo que
também seja usada pelos seus clientes.
61
Por se tratar de um local onde há muitos moradores há a preocupação com o ruído
produzido pelas festas e para isso o prédio possui isolamento acústico o que minimiza o
volume, porém ainda se faz necessário a autorização da polícia através de um Alvará Sonoro
para não haver problemas durante as festas.
4.4.2 Instalações
A atividade no ramo da alimentação envolve muitos cuidados e exigências, por
parte dos órgãos fiscalizadores, pelo fato de abranger a saúde de muitas pessoas e isso
impacta diretamente na forma como a empresa está instalada, que conforme o SEBRAE devese atentar para a capacitação dos funcionários e especificações sobre boas práticas nos locais.
Por mais que, no Centro Cultural 25 de Julho há fabricação de alimentos desde sua
fundação, não há uma fiscalização severa por se tratar de uma sociedade, no entanto em
Setembro de 2013 houve uma fiscalização da Vigilância Sanitária, na qual o clube foi
intimado a fazer diversas regularizações, portanto antes do Sr. Werno abrir efetivamente sua
empresa há a necessidade de fazer tais alterações, pois do contrário não conseguirá os alvarás
necessários para o funcionamento regular.
Estas alterações estão ligadas diretamente com a reestruturação da cozinha, onde
será necessário, conforme Resolução nº 216/2004 da ANVISA fazer as seguintes alterações:

Retirar as churrasqueiras da área da cozinha;

Revestir o forro com material impermeável;

Reformar a tubulação de água;

Climatizar o ambiente de preparação dos alimentos;

Providenciar lavatórios separados para higienização das mãos, lavagem de
louça suja e preparação de alimentos;

Instalar lixeiras com tampa automática, para que não seja necessário ter contato
com as mãos.
As figuras 1 e 2 foram produzidas pela própria autora para demonstrar a atual divisão
do prédio onde está instalado o negócio, a planta original não está atualizada e não demonstra
a atual situação do prédio e por isso ela não é apresentada nesta pesquisa.
62
Figura 1: Andar superior do prédio
Estacionamento
Entrada principal
Fonte: Autora, 2014.
Figura 2: Andar inferior do prédio
Fonte: Autora, 2014.
O prédio utilizado pela empresa, conforme apresentado nas Figuras 1 e 2, possui
mais de uma sala que podem ser utilizadas para as festas e isso faz com que aumente a
capacidade de eventos num único dia. Ele é constituído de um andar superior onde se situa o
63
salão pequeno com capacidade para 100 pessoas e demais salas para 30 pessoas, conforme
Figura 1 e um andar inferior onde se situa o salão grande com capacidade para 400 pessoas,
conforme figura 2.
Dentro das questões de investimentos, foram adquiridos pelo Sr. Werno
equipamentos e utensílios diversos durante estes sete anos de funcionamento, para que assim
as atividades do negócio fossem possíveis, porém para realização dos eventos da empresa
também é utilizada toda a estrutura que o Clube Cultural 25 de Julho possui, como
equipamentos, utensílios, mesas, cadeiras, fogões, espetos, condicionadores de ar, enfim tudo
o que se faz necessário para sua atividade e sempre que necessário é feita a manutenção destes
equipamentos, conservando-os em boas condições de uso.
Outros investimentos são necessários para garantir o bom atendimento aos clientes,
proporcionando um ambiente agradável, como por exemplo, a reforma dos banheiros do salão
pequeno, a compra de mais uma geladeira para refrigerar bebidas, compra de móveis para o
escritório e cozinha.
Conforme apresentado e acordado na reunião com a diretoria os custos das reformas
deverão ser arcados pelo Clube 25 de Julho e por isso não são contemplados nesta pesquisa.
Ressalta-se a importância de observar constantemente as normas da RDC Nº 216 da
ANVISA, pois elas melhoraram as atividades da empresa passando credibilidade e confiança
aos seus consumidores e também para atender as especificações evitando multas e interdições.
4.4.3 Capacidade Administrativa e Estrutura Organizacional
A função administrativa do negócio será exercida pelo proprietário do negócio, o Sr.
Werno Dahmer com o auxílio e orientação contábil do Escritório de Contabilidade Master de
Panambi. Ressalta-se o fato da necessidade de atenção a gestão do negócio por parte do
proprietário e se necessário procurar especialização na área da administração para obter uma
visão global da empresa e saber administra-la de forma eficiente que resolva os seus
problemas e garanta a sua continuidade.
A necessidade de mão-de-obra da empresa varia conforme o tamanho de cada
evento, ou seja, quantas pessoas participarão de cada evento e por isso a única funcionária
mensalista será a auxiliar de limpeza, que exercerá oito horas diárias de serviço.
A empresa terá a sua disposição uma cozinheira, três auxiliares de cozinha, três
assadores de carne e um atendente de copa. Esta equipe será requisitada conforme
64
necessidade e demanda dos eventos e serão pagos por hora trabalhada, ou por evento que é o
caso dos assadores e o atendente de copa.
4.5 ASPECTOS FINANCEIROS
Com base no que foi referência para este trabalho, os aspectos financeiros envolverão
as projeções e análises necessárias para verificação da viabilidade do empreendimento.
4.5.1 Investimentos
A análise dos investimentos é de relevante importância para se verificar a viabilidade
de um negócio, por isso é especificado quais investimentos serão realizados. Serão
apresentados os investimentos pré-operacionais, o investimento em capital de giro e os fixos.
4.5.1.1 Investimento Pré-Operacional
Os investimentos pré-operacionais são todos os gastos que o empresário terá para
formalizar o seu negócio e transformá-lo efetivamente em uma empresa, com todos os
registros efetuados. As taxas que deverão ser pagas estão descritas no quadro 05.
Quadro 5: Investimento pré-operacional
Item
1
2
3
4
5
6
8
Investimento pré-operacional
Descrição
Quant.
Valor Unitário
Valor
Despesa para abertura da empresa
1
400,00
400,00
Curso Prevenção à incêndio Bombeiros
Alvará Bombeiros
Alvará licença para localização
Slogan- fachada
Alvará da vigilância sanitária
Licença polícia- ruído
2
1
1
1
1
1
90,00
64,00
203,80
300,00
67,76
60,00
Sub-Total 2
180,00
64,00
203,80
300,00
67,76
60,00
1.275,56
Fonte: Autora, 2014.
A abertura da empresa, com todos os tramites burocráticos necessários será realizada
pelo Escritório de Contabilidade Master, o qual cobra uma taxa fixa por este trabalho.
O curso de Prevenção contra incêndios é exigência dos bombeiros para se conseguir
o Alvará expedido por eles, item muito importante para este tipo de negócio devido a
fiscalização severa por parte deste órgão desde o incêndio ocorrido na Boate Kiss, em Janeiro
de 2013.
65
O Alvará da Vigilância Sanitária é adquirido após fiscalização do órgão nas
instalações da empresa, e para isso ela deve estar estruturada conforme Resolução RDC nº
216/2004 e somente após ser verificado que tudo está de acordo o alvará é expedido.
O Alvará de Licença para Localização é espedido pela prefeitura e para adquiri-lo é
pré-requisito já possuir o Alvará dos bombeiros e o Alvará da Vigilância Sanitária.
A licença espedida pela polícia se dá mediante fiscalização deste órgão, onde será
observada se são utilizados materiais contra a propagação de ruídos, o que possibilita a
empresa realizar festas com música alta.
O Slogan se trata da criação de uma marca para empresa, através da qual os clientes
poderão identificá-la.
Todos os alvarás que a empresa necessitará e suas respectivas taxas acarretam em um
investimento pré-operacional de R$ 1.275,56. Diante disso pode-se ressaltar a facilidade de
abertura de uma empresa legalmente, pois com um valor consideravelmente baixo faz-se
todos os procedimentos necessários.
4.5.1.2 Capital de Giro
O capital de giro é uma parte do capital que foi investido na empresa e não possui um
local fixo para aloca-lo, conforme o autor Assaf Neto (2003). Ele ainda salienta que este
capital é de curto prazo e deve ser o necessário para garantir as atividades operacionais da
empresa.
Portanto, conforme Matarazzo (1998) a análise da Necessidade de Capital de Giro
(NCG) é a forma de o empresário não agir na incerteza, mas determinar com exatidão o real
valor do Capital de Giro necessário e por isso é importante para a empresa no ponto de vista
financeiro e estratégico. Esta necessidade é identificada através da diferença entre o Ativo
Circulante Operacional (ACO) menos o Passivo Circulante Operacional (PCO), conforme
fórmula a seguir.
NCG = ACO – PCO
No caso da empresa Centro de Eventos Vila Germânica, identifica-se o fato de todas
as suas obrigações serem quitadas dentro do mês de competência, bem como vende seus
produtos e serviços somente à vista, ou seja, até a data do evento agendado todos os valores
66
devem ser quitados, o que faz com que a empresa não necessite de capital de giro para o ciclo
de compra e venda de seus produtos e serviços.
Desta forma o ACO e o PCO são iguais, o que significa que a necessidade de capital
de Giro, em termos teóricos, é zero e assim a empresa não tem necessidade de financiamento
de capital de giro, no entanto, para garantir a liquidez da empresa foi decidido alocar valores
para o caixa mínimo e estoques de produtos não perecíveis, conforme quadro 6.
Quadro 6: Capital de giro
Item
1
2
Capital de giro
Descrição
Caixa mínimo
Estoque
SUB-TOTAL 2
Valor mensal
11.494,06
1.800,00
13.294,06
Fonte: Autora, 2014.
O caixa mínimo foi estipulado com base nos custos fixos do período de um mês,
desta forma fica garantido que tais despesas serão pagas independentemente de haver
atividades durante um mês.
Os estoques que a empresa possui definem-se como sendo sobras de matéria-prima
comprada para realização dos eventos. Ele não representa um valor alto, pois os produtos são
comprados fazendo-se uma estimativa de gasto para cada evento, pois a maioria deles não tem
possibilidade de estocagem, devido ser perecíveis, com exceção das bebidas, que são
compradas em maior quantidade para barganhar preço.
Visto que o capital de giro são valores que estão à disposição da empresa, estes ficam
expostos à inflação, segundo Assaf Neto (2003), e por isso a empresa está com o valor ideal
de capital de giro, pois é estritamente o que a empresa irá utilizar para consecução de suas
atividades, visto que não possui vendas a prazo, o que também possibilita manter um valor
baixo.
Esta forma de administrar o capital de giro aumentará a rentabilidade da empresa, no
entanto deverá observar que ao aumentar suas atividades, deverá aumentar este investimento
da mesma maneira para garantir sua liquidez.
4.5.1.3 Investimento Fixo
Os investimentos fixos são todas as aquisições de ativos que a empresa precisará para
a consecução de suas atividades, conforme quadro 7.
67
Quadro 7: Investimento fixo
Quantidade
1
1
2
1
1
11
1
6
1
300
300
300
1
1
3
1
1
100
200
80
30
1
1
3
1
30
2
20
480
66
3
1
10
4
1
1
1
2
2
1
1
1
1
15
1
1
1
2
1
1
1
1
1
1
Investimentos fixos em reais
Produto/Equipamento
Valor unitário
Freezer Consul de uma tampa
1.000,00
Freezer Consul de duas tampa
1.580,00
Geladeira tipo Cooler Gelopar
3.000,00
Geladeira Brastemp duplex
400,00
Fogão a gás com botijão
350,00
Forno elétrico
150,00
Forno Micro-ondas
150,00
Réchauds retangulares
200,00
Réchaud redondo
280,00
Pratos Brancos
10,00
Facas inox
8,00
Garfos inox
8,00
Panela de pressão 7 l
50,00
Panela de pressão 20l
450,00
Panelas de 20l
60,00
Escorredor de massa grande
180,00
Multiprocessador Walitta
300,00
Taças para cerveja
6,50
Copos de Chopp
8,00
Toalhas de mesa
20,00
Equipamentos e utensílios de cozinha
Assadeiras de vidro
30,00
Balança digital Urano
300,00
Fritadeira elétrica
300,00
Ventilador de mesa
50,00
Fogareiro tripé com disco e tampa
250,00
Espetos de alumínio
15,00
Réchauds para arroz
280,00
Garrafeiras para cerveja
20,00
Garrafas cerveja 600ml
1,50
Garrafas cerveja litrão
1,50
Garrafas térmicas
20,00
Adega refrigerada
480,00
Caixas plásticas
10,00
Caixas plásticas com tampa
40,00
Serra fita para carne com moedor
1.200,00
Mesa Sextavada de madeira
200,00
Organizador tipo estante com gavetas
200,00
Banqueta alta
50,00
Banquetas baixas
35,00
Mesa de madeira dobrável
100,00
Mesa de Escritório
200,00
Cadeira para escritório
250,00
Cadeira executiva
350,00
Biombos de madeira
50,00
Mesa de som
300,00
Impressora HP J3680
400,00
Caixa amplificada
500,00
Cx de som
200,00
Notebook
1.500,00
Móveis da copa
5.000,00
Móveis para escritório
2.273,00
Carro (Fiorino)
20.000,00
Cama elástica
1.650,00
Piscina de bolinhas
800,00
Total
Fonte: Autora, 2014.
Total
1.000,00
1.580,00
6.000,00
400,00
350,00
1.650,00
150,00
1.200,00
280,00
3.000,00
2.400,00
2.400,00
50,00
450,00
180,00
180,00
300,00
650,00
1.600,00
1.600,00
6.200,00
900,00
300,00
300,00
150,00
250,00
450,00
560,00
400,00
720,00
99,00
60,00
480,00
100,00
160,00
1.200,00
200,00
200,00
100,00
70,00
100,00
200,00
250,00
350,00
750,00
300,00
400,00
500,00
400,00
1.500,00
5.000,00
2.273,00
20.000,00
1.650,00
800,00
72.792,00
68
A relação dos investimentos listados no quadro 07 foi construída com base no que a
empresa já fez de investimento nos sete anos de atuação, com seus valores atualizados no
valor presente, bem como inclusos os investimentos que deverão ser realizados para atuar
nesta nova estrutura formalizada da empresa.
Os investimentos atuais são a nova estrutura da cozinha em móveis e utensílios, os
móveis para escritório, como também o acréscimo de mais um refrigerador para bebidas, o
veículo apropriado para transportes de mercadorias e os brinquedos para as crianças. Estes
itens têm como principal objetivo melhorar o atendimento aos clientes e atender as normas
vigentes para o ramo de atuação da empresa.
4.5.1.4 Investimento Total
O Investimento Total apresentado no quadro 08 indica a soma dos totais dos
quadros 05, 06 e 07 e caracteriza o total que deverá ser investido para a empresa funcionar
legalmente.
Quadro 8: Investimento inicial total
Investimento Inicial total
SUB-TOTAL 1 (pré-operacional)
SUB-TOTAL 2 (capital de giro)
SUB-TOTAL 3 (investimento fixo)
TOTAL
1.275,56
13.294,06
72.792,00
87.361,62
Fonte: Autora, 2014.
O valor de R$ 87.361,62 é o investimento inicial que a empresa terá que realizar e
sobre o qual a empresa espera ter retorno durante suas atividades. Este investimento para a
empresa é consideravelmente baixo, já que toda a estrutura das instalações é de
responsabilidade do Clube Cultural 25 de Julho e por isso este investimento será financiado
por recursos próprios do empresário.
Portanto é necessário definir qual a taxa de retorno esperada pelo empresário, sobre o
valor que está investindo na empresa, que se define como sendo, a Taxa Mínima de
Atratividade, e é através dela que também poderá se definir a viabilidade do empreendimento.
Esta taxa pode ser descoberta aplicando o método Capital Asset Princing Model
(CAPM), amplamente aceito no meio financeiro de diversos países, ele é calculado com a
seguinte fórmula:
69
Ke = Rf + (Rm – Rf)β
Onde:
Ke = Custo do Capital próprio;
Rf = Taxa livre de risco;
Rm = Remuneração oferecida pelo mercado;
β = Beta representativo do risco não diversificável do ativo em análise.
Neste caso a Taxa Livre de Risco (Rf) que será utilizada para fins de cálculo da
TMA e também utilizada no mercado financeiro Brasileiro é a Taxa Selic (Sistema Especial
de Liquidação e de Custódia), a qual tem seu valor determinado atualmente em torno de 11%
a.a. No entanto sabe-se que esta taxa não é confiável devido sua instabilidade e não garante ao
empresário uma informação sólida para tomada de decisão.
Segundo Boratti (FGV), isso se caracteriza como uma grande dificuldade para
definição da TMA, como também a análise e escolha da Taxa de remuneração oferecida pelo
mercado (Rm), pois não há dados históricos confiáveis de empresas no mercado de ações que
pudessem ser utilizados para o cálculo.
Portanto foi determinado o valor de 20% a.a. para a Taxa de Remuneração do
Mercado, levando em consideração que a empresa atua em um setor que está em expansão
nos últimos anos segundo o SEBRAE.
E o Beta representativo do risco não diversificável do ativo em análise (β), é
determinado com o valor de 1, o que significa que a empresa tem o mesmo nível de risco que
as demais empresas do mercado.
Desta forma a fórmula é calculada conforme abaixo:
Ke = Rf + (Rm – Rf).β
Ke= 11%+ (20% - 11). 1
Ke = 20 % a.a.
Portanto, como o investimento será financiado somente pelo capital próprio, temos
uma TMA de 20% a.a., pois deve considerar um percentual maior que o de investimentos
seguros, devido ao risco que um empreendimento oferece.
70
4.5.2 Projeção de Receitas e Custos
A projeção de receitas e custos é necessária para a análise da viabilidade do
empreendimento e tem fundamento no histórico da empresa e nos seus objetivos para o
futuro.
O negócio atualmente oferece Buffet para casamentos, aniversários, batizados,
confirmação, eventos para empresas e festas em geral. Além do Buffet disponibiliza para seus
clientes, uma grande variedade de bebidas em um ambiente climatizado.
É oferecido seis tipos de cardápio conforme Quadro 09, porém é especializado e
trabalha na maioria dos eventos com o tradicional churrasco com saladas, preferência dos
clientes, conforme relato do Sr. Werno em entrevista realizada com ele, portanto esta pesquisa
se baseará na projeção de receitas e custos somente neste cardápio.
Quadro 9: Cardápio
Cardápio
Churrasco com saladas, arroz e cuca.
Galinhada com saladas e cuca.
Galeto com massa, molho, saladas e cuca.
Lasanha com saladas, arroz.
Café colonial.
Filé ao molho madeira com purê, arroz e saladas.
Fonte: Autora, 2014.
O Sr. Werno conta que, na maioria dos eventos os clientes o procuram para
demonstrar a satisfação pela qualidade do alimento, principalmente pelo bom tempero, carne
macia e variedade de saladas, e observa que somente optam por outro cardápio se possuem o
objetivo de reduzir os custos, o que levam a escolher o galeto com massa ou galinhada, mas
salienta que estes casos são raros. Por isso na projeção de receita será levado em consideração
somente o cardápio de churrasco com saladas.
O cardápio disponibiliza uma variedade de saladas dentre os quais os clientes
deverão optar entre sete ou oito tipos. E ainda o Sr. Werno é bem flexível a pedidos dos
clientes como, por exemplo, incluir frutas, mandioca e outras opções que normalmente ele
não disponibiliza no cardápio. Além disso, é oferecido bebidas de diversos tipos, conforme
quadro 10.
71
Quadro 10: Bebidas oferecidas
Cerveja 600ml
Cerveja preta 600 ml
Cerveja 1l
Cerveja sem alcool
Refrigerante 290 ml
Refrigerante 600 ml
Refrigerante 2l
Fonte: Autora, 2014.
BEBIDAS
Vinho tinto seco
Vinho branco seco
Água com gás
Água sem gás
Bebida H²0
Água tônica
Bebidas destiladas
Sempre com antecedência ao evento é combinado com o anfitrião da festa, que tipos
de bebidas que ele deseja oferecer aos seus convidados, possibilitando desta forma realizar a
programação de compras e também para haver tempo suficiente para deixá-las na temperatura
ideal. Conforme o Sr. Werno, esta programação é necessária, pois não há freezers suficientes
para deixar uma variedade grande de bebidas disponibilizada ao mesmo tempo,
principalmente as cervejas, devido à enorme quantidade de marcas que o mercado
disponibiliza.
Em virtude disso apresentou-se a necessidade investir na compra de mais um
refrigerador específico para as bebidas, tanto para cervejas quanto para refrigerantes e sucos o
que proporcionará uma melhora no atendimento aos clientes.
Esta pesquisa possui algumas particularidades, pois uma tradicional análise de
viabilidade econômica e financeira remete á necessidade de realizar uma pesquisa de mercado
para identificar a demanda que existe para o negócio escolhido, porém pelo fato de o negócio
já estar em funcionamento há sete anos, foi possível identificar um histórico da demanda,
como evoluiu e onde estão as sazonalidades, não sendo necessária a realização desta pesquisa.
Com base nas agendas do proprietário foi possível somar a quantidade de eventos
realizados e o número de pessoas que participaram em cada um, em um período de cinco
anos, conforme apresentado no quadro 11.
72
Quadro 11: Histórico da demanda
Média anual de pessoas
por evento
95,09
Eventos
Pessoas
Eventos
Pessoas
Eventos
9
4
8
5
8
5
15
7
8
7
14
15
105
Pessoas
956
860
687
610
520
285
380
989
694
665
496
1511
8653
2013
Eventos
8
7
9
6
7
5
5
10
6
6
8
14
91
2012
Pessoas
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
TOTAL
Pessoas
Meses
Eventos
Tabela de histórico da demanda em quantidade
2009
2010
2011
547
290
847
197
525
250
663
183
778
534
1174
981
6.969
12
11
5
11
15
9
10
9
12
15
17
25
151
1175
1301
380
784
1093
652
538
586
1115
1115
1365
1720
11.824
7
5
11
12
7
13
17
16
7
5
16
24
140
715
637
1172
1173
467
774
1129
1167
584
254
977
1808
10.857
10
12
7
10
12
8
16
9
12
19
24
29
168
613
857
446
846
715
398
989
694
1160
1795
1455
1708
11.676
66,37
78,30
77,55
69,50
Fonte: Autora, 2014.
Com os dados do quadro acima foi possível realizar uma estimativa de crescimento
para os próximos anos. Conforme o Sr. Werno Dahmer o volume de eventos foi evoluindo
naturalmente, primeiramente foi realizado alguns eventos para os próprios sócios e assim a
propaganda foi se espalhando pelo famoso “boca a boca”, portanto os próprios clientes são
responsáveis pelo aumento da demanda no decorrer dos anos.
No Quadro 11 pode-se observar o aumento progressivo da quantidade de eventos,
tendo uma queda somente em 2012 de 7,29% em comparação com 2011, porém há um grande
êxito ao comparar a quantidade de eventos de 2009 com a de 2013, onde o número de eventos
aumentou 84,62%.
O proprietário explica isso pelo fato de ele juntamente com sua equipe e família zelar
pela qualidade do alimento oferecido e pelo bom atendimento aos clientes, proporcionando
um ambiente familiar e acolhedor, o que faz com que o cliente volte e faça boa referência da
empresa.
Ainda conforme a quadro 11 pode-se observar que a quantidade de pessoas nos
eventos oscilou no decorrer destes cinco anos, mas se comparado o ano de 2009 e 2013 temse um aumento de 34,94%.
Outro fator que chama atenção é o fato de a quantidade média de pessoas por evento
ser de apenas 77 pessoas no decorrer dos cinco anos analisados e em 2013 não chegou a 70
73
pessoas. Portanto, percebe-se que são realizados muitos eventos pequenos com poucas
pessoas, o que acarreta diretamente nos custos do negócio, pois a estrutura utilizada de
pessoal, luz e energia para realizar um evento de 30 pessoas é a mesma que seria utilizada
para fazer um evento de 50 pessoas. A consequência disso é a diminuição do lucro para a
empresa.
4.5.2.1 Projeção de Receita
A projeção de receita leva em consideração as características da empresa, onde cada
evento realizado tem suas particularidades e todas elas são analisadas no momento de planejar
uma festa, principalmente pela quantidade de convidados e suas características. O Sr. Werno
relata que tanto a quantidade de comida, quanto de bebida, devem ser calculadas pensando na
diversidade do público, que pode ser jovens ou idosos, mulher ou homem, qual a cultura e
origem étnica, se tem grande quantidade de crianças, se é publico frequentador de igreja, os
quais possuem restrições em algumas bebidas, entre outras características que definem muito
do que será consumido.
Em virtude disso, cada evento tem sua receita, custo e lucro diferentes e por não
poder determinar uma receita fixa para os eventos foi criado um histórico destes eventos,
calculando uma média anual de receita, custo e lucro.
O quadro 12 apresenta este cálculo para o ano de 2013 o qual vai ser utilizado como
base para a projeção para os próximos anos. Os quadros que detalham os valores que deram
origem a este histórico de receita, custos e resultado se encontram no Apêndice C desta
pesquisa.
Quadro 12: Receita, custo e resultado 2013
Descrição
Receita
Custo
Resultado
Fonte: Autora, 2014.
Receita, custo e resultado 2013
Valor em reais
378.302,40
236.804,04
141.498,36
As receitas foram calculadas com base no número de pessoas que frequentaram os
eventos em 2013, que foram 11.676, conforme Quadro 11. Multiplicando este número pelo
preço cobrado, por pessoa, no Buffet, que era naquele ano R$ 23,00, tem-se uma receita de R$
268.548,00 com o Buffet.
74
A receita com bebidas da empresa foi calculada através da média de consumo em
eventos, com diferentes características e chegou-se em um gasto médio de R$ 9,40 por
pessoa, conforme apresentado no Quadro 27 no apêndice C. Multiplicando este valor médio
pelas 11.676 pessoas que participaram nos eventos em 2013, tem-se uma receita de R$
109.754,40. Somando estas duas receitas encontra-se o total de receitas de 2013 no valor de
R$ 378.302,40.
Os custos com os alimentos foram calculados com base em um evento para 55
pessoas onde se encontrou o valor de R$ 9,63 por pessoa, conforme apresentado no quadro 26
do apêndice C. Multiplicando este valor médio pela quantidade de pessoas em 2013 tem-se o
valor total de custos de R$ 112.439,88, somando este valor aos custos com mão-de-obra,
bebidas, material de limpeza e escritório, telefone e internet, conforme quadro 28 do apêndice
C, têm-se os custos totais de R$ 236.804,04.
Esta diferença entre receita e custos proporcionou um resultado de R$ 141.498,36 no
ano de 2013 para empresa.
A partir dos dados levantados no quadro 11 e 12 foi construída a projeção de receitas
para os próximos 05 anos de atividades da empresa, mas também foi necessário analisar a
capacidade de eventos que a empresa pode realizar no período de um ano.
Diante disso foi pensado nos dias com maior sazonalidade, que são os finais de
semana, mais especificamente sexta-feira e sábado à noite e domingo ao meio-dia. O ano
possui 51 finais de semana, multiplicado por três dias, são 153 dias que a empresa poderá
fazer eventos, e multiplicando este número por dois salões os quais comportam a quantidade
média de pessoas por evento, chega-se a um resultado de capacidade de 306 eventos por ano.
Estas análises levaram à projeção de receitas, conforme quadro 13.
75
Quadro 13: Projeção de receita
Projeção de receitas em reais
Valor
base
um
Quant
Valor
Quant
Valor
Quant
Valor
Quant
Valor
Jantar
23,00
12.844
314.678
14.770
384.020
15.509
426.498
16.285
472.265
17.913 546.347
Bebidas
9,40
12.844
128.183
14.770
156.562
15.509
174.631
16.285
194.769
17.913 227.495
4,00
6.422
27.294
7.385
33.233
7.755
37.224
8.143
41.529
8.957
48.368
110,00
24
2.640
30
3.300
36
3.960
38
4.180
48
5.280
3,00
1.445
4.335
1.662
4.986
1.745
5.235
1.832
5.496
2.015
6.045
1,50
3.853
4.280
4.431
6.647
4.653
6.980
4.886
7.329
5.374
8.061
8,00
803
6.424
923
7.384
969
7.752
1.018
8.144
1.120
8.960
150,00
35
5.250
39
5.850
41
6.150
43
6.450
45
6.750
150,00
8
1.200
10
1.500
12
1.800
12
1.800
12
1.800
50,00
5
250
8
400
8
400
8
400
8
400
Garçom
90,00
89
8.010
98
8.820
103
9.270
108
9.720
113
10.170
DJ
450,00
8
3.600
10
4.500
12
5.400
12
5.400
12
5.400
Descrição
Bufett
sobremesa
Brinquedo
crianças
Toalhas
Capas
cadeira
Arranjo
mesa
Painéis
fotos
Projetor
datashow
+ tela
Caixa de
som+
Microfone
Total
Ano 1
507.643
Ano 2
617.201
Ano 3
685.299
Ano 4
757.482
Ano 5
Quant
Valor
875.075
Fonte: Autora, 2014.
A projeção de faturamento com o jantar foi elaborado pensando na quantidade de
eventos realizados e na média de pessoas em cada um deles. A quantidade de eventos foi
projetada com um crescimento de 10% no primeiro ano, pensando que este ano ainda será um
período de adequações e estabilização do negócio. No segundo ano a projeção foi de 15 %
acreditando que neste ano a empresa colherá os resultados dos esforços realizados no primeiro
ano e após estabilizará com um crescimento de 10% no terceiro, quarto e quinto ano, visto
que foi levada em consideração a capacidade da empresa, chegando ao quinto ano utilizando
73,85% da sua capacidade em quantidade de eventos produzidos.
Também foi estimado um crescimento da quantidade média de pessoas em cada
evento, conforme o proprietário Werno Dahmer a empresa é bastante procurada para realizar
eventos pequenos e por isso as estimativas não foram arrojadas. Para o primeiro ano foi
projetado o crescimento de 5%, no segundo ano 10% e estabilizará com um crescimento de
5% no terceiro, quarto e quinto ano, chegando com uma média de 79 pessoas por evento ao
quinto ano.
As receitas com venda de bebidas foram estipuladas com base em uma média de
consumo em cinco eventos com características diferentes, pois como o proprietário salientou
76
este consumo varia muito em função das características do público da festa. Foi somado todo
o consumo em cada evento e dividido pela média de pessoas participantes, proporcionando
uma receita média de R$ 9,40 por pessoa, conforme apresentado no quadro 27 do Apêndice
C, o que possibilitou projetar a receita com este produto, aumentando o valor anualmente,
conforme taxa de inflação de 6,20%.
O Buffet de sobremesa é um dos itens que vai ser acrescentado aos produtos
oferecidos pela empresa. Foi visto esta oportunidade pelo fato de os clientes buscarem este
produto em outras empresas, e desta forma no momento de contratar o jantar já poderão fazer
a escolha das sobremesas, tendo mais comodidade. Para possibilitar oferecer este produto a
empresa fez uma parceria com uma empresária do ramo, a qual irá fornecer este produto a um
custo acessível e em troca terá exclusividade para fornecê-lo.
A estimativa de vendas deste produto é de 50% de todos os eventos produzidos e o
valor será cobrado por pessoa, igualmente ao jantar.
Outro produto acrescentado será o aluguel de cama elástica e piscina de bolinhas,
visto que nos eventos há grande quantidade de crianças. Será um entretenimento para elas e
poderão ser instalados dentro do salão permitindo que fiquem sob a supervisão das mães.
Estes produtos terão que ser adquiridos e farão parte dos investimentos fixos da empresa.
No primeiro ano foi estimado 02 aluguéis por mês, ou seja, 24 no ano e para os
próximos a projeção foi feita com aumento progressivo na quantidade de aluguéis,
ponderando que este serviço será mais conhecido e divulgado entre os clientes.
As toalhas, capas de cadeira, arranjo de mesa e painéis para fotos são itens básicos de
qualquer decoração para festa e por isso a empresa se dispõe a oferecer estes produtos para
agilizar os preparativos para os clientes criando valor ao produto principal e como resultado
agregar renda para a empresa. Os arranjos de mesa e painéis para fotos serão adquiridos de
uma empresa do ramo, com a qual será feita parceria para fornecê-los.
A projeção de receita com as toalhas de mesa consideraram que 90% dos eventos
adquiriram este produto por se tratar de item necessário para qualquer festa. Estima-se que as
capas de cadeiras serão alugadas em 30% dos eventos, pois é um item que muitos clientes
dispensam na decoração.
Para os arranjos de mesas foi considerados que 50% dos eventos utilizarão e os
painéis para fotos 20%, pois é o item menos solicitado entre os clientes.
Alguns eventos realizados na empresa são com o fim de reuniões de partidos, cursos
profissionalizantes e formaturas, os quais demandam o projetor multimídia e tela para
projeção, bem como caixa de som e microfone, por isso a ideia de fornecer o aluguel, já que
77
estes itens a empresa já possui, porém não eram explorados desta forma. A quantidade de
aluguéis estimada foi baixa, pois não há um número grande deste tipo de evento.
Os garçons e Dj’s são itens geralmente esquecidos de providenciar pelos anfitriões
das festas, só é lembrado quando, durante a festa gostariam de uma música mais animada para
se divertir ou quando vê os próprios convidados buscar a bebida. Diante disso esses serviços
também serão oferecidos, mas terceirizados, cobrando por eles uma comissão da empresa ou
pessoa responsável.
Os preços estabelecidos tem como base o aplicado pelo mercado local e reajustados
anualmente conforme índice da inflação.
4.5.2.2 Projeção de Custos
Os custos da empresa estão divididos em fixos e variáveis. Os fixos são custos que
não estão ligados diretamente com a produção durante os eventos e os custos variáveis
dependem exclusivamente da realização ou não das festas para determinar seus valores.
Os custos fixos são demonstrados no Quadro 14 e tiveram como base o histórico de
custos da empresa atualizados anualmente com o índice da inflação.
Quadro 14: Projeção de custos fixos
Custos fixos
Item
1
2
Descrição
Telefone Internet
Pro labore
Impostos sobre
3
Pró labore
4
Depreciação
Honorários
5
contábeis
6
Despesa veículos
7
Propaganda
Mão-de-obra aux.
8
limpeza
9
Energia elétrica
10
Água
11
Mat. expediente
12
Manutenção
13
Mat. limpeza
Sub- Total
Fonte: Autora, 2014.
Valor mensal
base
132,00
10.000,00
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano 5
1.584,00
120.000,00
1.682,00
129.600,00
1.786,00
140.000,00
1.896,00
151.200,00
2.013,00
164.000,00
79,64
955,00
955,00
955,00
955,00
955,00
632,42
7.589,00
7.589,00
7.589,00
7.589,00
7.589,00
200,00
2.400,00
2.640,00
2.904,00
3.192,00
3.504,00
300,00
150,00
3.600,00
1.800,00
3.823,00
1.800,00
4.060,00
1.800,00
4.311,00
1.800,00
4.578,00
1.800,00
937,42
11.249,00
12.149,28
13.121,28
14.170,92
15.304,56
725,00
150,00
40,00
100,00
300,00
11.494,06
8.700,00
1.800,00
480,00
1.200,00
3.600,00
164.957,00
9.239,00
1.911,00
509,00
1.274,00
3.823,00
176.994,28
9.811,00
2.029,00
540,00
1.353,00
4.060,00
190.008,28
10.419,00
2.154,00
573,00
1.436,00
4.311,00
204.006,92
11.065,00
2.287,00
608,00
1.525,00
4.578,00
219.806,56
Anteriormente o proprietário não tinha um valor estipulado de Pró-Labore bem como
não tinha conhecimento de quanto resgatava da empresa para gastos pessoais, e por isso o
valor foi estipulado pensando na capacidade da empresa e na necessidade do Sr. Werno. O
78
imposto sobre pró-labore foi estipulado o mínimo, que é referente a um salário mínimo pelo
fato de o proprietário já estar aposentado.
A mão-de-obra inclusa nos custos fixos é a da auxiliar de limpeza que será a única
mensalista, seu salário foi baseado no mínimo regional para empregadas doméstica ou
faxineiras e reajustado anualmente conforme histórico de reajuste desta classe de trabalho.
O quadro 15 apresenta os custos variáveis e tem como base a projeção de receitas
apresentada no quadro 13, bem como os preços praticados pelo mercado e a análise dos custos
dos produtos utilizados na confecção das refeições para os eventos.
Quadro 15: Projeção de custos variáveis
Projeção de custos variáveis em reais
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Valor
base
un
Quant.
Valor
Quant
Valor
Quant
Jantar
9,63
12.844
131.266
14.770
160.255
Bebidas
5,21
12.844
71.027
14.770
2,80
6.422
19.138
5,00
803
120,00
Garçom
DJ
Descrição
Bufett
sobremesa
Arranjo
mesa
Painéis
fotos
Ano 4
Ano 5
Valor
Quant
.
Valor
15.509
178.664
16.285
199.166
17.913 232.690
86.700
15.509
96.621
16.285
107.807
17.913 125.928
7.385
23.337
7.755
26.057
8.143
29.071
8.957
33.947
4.015
923
4.615
969
4.845
1.018
5.090
1.120
5.600
35
4.200
39
4.680
41
4.920
43
5.160
45
5.400
70,00
89
6.230
98
6.860
103
7.210
108
7.560
113
7.910
350,00
8
2.800
10
3.500
12
4.200
12
4.200
12
4.200
Mão-deobra
Total
Quant
.
Valor
60.366
72.768
82.179
93.854
106.714
299.042
362.714
404.695
451.907
522.390
Fonte: Autora, 2014.
Com base em um jantar para 55 pessoas foi realizado um levantamento de todas as
matérias-primas utilizadas na preparação do jantar, bem como de mão-de-obra, conforme
quadro número 14 do apêndice B. Com base neste levantamento foi criada uma média de
custo por pessoa para o jantar, com a qual foi possível fazer a projeção de custos e resultado
para os próximos cinco anos.
Os custos com as bebidas segue a mesma base de projeção de receitas com este
produto, foi realizada a média de consumo em cinco eventos com características diferentes,
conforme Quadro 28 do Apêndice C e multiplicado pelo valor pago na compra do produto na
distribuidora ou no supermercado. Chegando assim no valor médio do custo da bebida por
pessoa, sendo possível a partir disso, projetar este custo baseado na quantidade de pessoas nos
eventos.
79
O Buffet de sobremesa, arranjos de mesas e painéis de fotos serão adquiridos de
parceiros da empresa e o custo se baseia no valor que será pago pelo produto, bem como os
garçons e Dj’s que serão pagos por evento que prestarem os serviços conforme combinado em
parceria firmada.
A mão-de-obra variável se refere a pessoas que são chamadas exclusivamente para
trabalhar nos eventos, ou seja, se não há eventos, não tem trabalho para estas pessoas. São
elas a cozinheira, as auxiliares de cozinha e assadores de carne. Portanto conforme a projeção
de eventos foi projetada a necessidade de mão-de-obra para a sua realização.
4.5.3 Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa é, conforme explica Gitmann (2002, p.81) a relação das entradas e
saídas provenientes das atividades da empresa. O fluxo de caixa da empresa Centro de
Eventos Vila Germânica aborda uma projeção de cinco anos de atividades e é apresentado no
quadro 16.
Quadro 16: Fluxo de caixa
Fluxo de caixa
Itens
Investimento
Inicial
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano 5
507.643,42
617.201,00
685.299,34
757.481,90
875.075,40
299.041,76
362.714,00
404.695,10
451.907,01
522.389,59
164.957,00
176.994,28
190.008,28
204.006,92
219.806,56
34.722,81
46.536,96
51.671,57
57.568,62
66.505,73
(=) Sub - Total 1
8.921,85
30.955,76
38.924,39
43.999,35
66.373,52
(+) Depreciação
7.589,20
7.589,20
7.589,20
7.589,20
7.589,20
16.511,05
38.544,96
46.513,59
51.588,55
73.962,72
Receitas
(-) Custos
variáveis
(-) Custos fixos
(-) Impostos
Sub – Total 2
(87.361,62)
Perpetuidade
Fluxo de Caixa
(87.361,62)
Operacional
Fonte: Autora, 2014.
369.813,60
16.511,05
38.544,96
46.513,59
51.588,55
443.776,32
O investimento inicial se caracteriza pelos investimentos pré-operacional, fixo e
capital de giro é o desembolso inicial para que a empresa funcione em uma situação
formalizada.
Para a análise dos investimentos, os quais foram demonstrados no Quadro 08, não foi
adotado o conceito de fluxo de caixa incremental, mas decidiu-se admitir o fluxo de caixa
80
integral tanto para os investimentos, quanto em receitas e custos, pois o objetivo deste
trabalho é verificar a viabilidade do negócio na forma integral com todos os custos e
investimentos já realizados ou que serão necessários.
O valor dos impostos é calculado com base na alíquota do Simples Nacional, na qual
a empresa se enquadra, conforme a receita produzida, em cada respectivo ano.
A estrutura do fluxo de caixa também considera que o valor residual da empresa após
os cinco de projeção, será determinado pelo método da perpetuidade, ou seja, seus ativos não
serão liquidados, mas ao contrário, a empresa terá duração indeterminada e considerará que o
valor do último ano do fluxo de caixa projetado irá estender-se infinitamente.
O valor da perpetuidade da empresa é determinado com base no valor do fluxo de
caixa do último ano da projeção, dividido pela taxa de retorno esperada pelo investidor,
conforme fórmula abaixo:
P = FCO / CMPC
Onde:
P - Valor da empresa pelo método da perpetuidade.
FCO - Fluxo de caixa operacional do último ano.
CMPC - Custo médio ponderado de capitais.
Desta forma ela é resolvida a seguir.
P = FCO / CMPC
P = 73.962,72 / 0,2
P = 369.813,60
Aplicando-se a taxa de 20% (0,20), que se refere à TMA, ao resultado do fluxo de
caixa do último ano, chega-se ao resultado de R$ 369.813,60, este valor representa o valor da
empresa no 5º ano da projeção, caso o respectivo Fluxo de Caixa fosse perpétuo e o investidor
desejasse retorno de 20%.
Observa-se também, no fluxo de caixa, que o valor da depreciação está inclusa nos
custos fixos, portanto ela é somada ao Subtotal 1, pois se trata de uma despesa não
desembolsável e a finalidade do fluxo de caixa é demonstrar as efetivas entradas e saídas de
caixa da empresa.
81
4.5.4 Viabilidade Econômica e Financeira
Este item da pesquisa tem a função de atender ao principal objetivo deste estudo que
é analisar a viabilidade econômica e financeira do empreendimento Centro de Eventos Vila
Germânica. Portanto foram utilizados métodos econômicos para a análise de investimentos,
possibilitando desta maneira que o empreendedor tenha suas decisões com bases racionais e
coerentes, conforme salientado por Assaf (2009, p.320).
4.5.4.1 Payback
O Payback é o período de tempo que será necessário para que a empresa recupere o
valor que foi investido no empreendimento e possui grande importância, pois mostrará ao
empresário qual o nível de risco do negócio. O Payback construído para a empresa Centro de
Eventos Vila Germânica está apresentado no quadro 17.
Quadro 17: Payback
Payback descontado
Período
Investimento
ANO Ø
ANO 1
ANO 2
ANO 3
ANO 4
ANO 5
Saldo a recuperar
Valor Presente dos Fluxos de
Caixa anuais
(87.361,63)
(74.767,15)
(42.646,35)
(3.885,03)
39.105,43
100.741,03
12.594,48
32.120,80
38.761,32
42.990,45
61.635,60
PAYBACK
3 anos 1 mês e 3 dias
Fonte: Autora, 2014.
O cálculo do período de Payback leva em consideração o fluxo de caixa efetivo da
empresa, ou seja, considera os valores em seus respectivos períodos de ocorrência. Conforme
demonstrado no quadro 17, o investimento realizado na empresa terá retorno no período de
três anos um mês e três dias.
Este período é atrativo aos olhos do investidor, pois sequer utiliza todo o período das
projeções, pelo fato de os investimentos não serem altos, o que torna o nível de risco da
empresa baixo. Assim o empresário poderá tomar decisões com mais segurança, inclusive
podendo propor investimentos futuros.
82
4.5.4.2 Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno
Os métodos de avaliação Taxa Interna de Retorno (TIR) e Valor presente Líquido
(VPL), foram calculados com base no fluxo de caixa projetado, utilizando como ferramenta a
calculadora HP e apresentados no Quadro 18.
Quadro 18: Valor presente líquido e taxa interna de retorno
Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno
TIR
59,78%
VPL
FONTE: Autora, 2014.
R$ 183.305,00
Para o cálculo da Taxa Interna de Retorno foi utilizado a calculadora Hp12, na qual
obteve-se o resultado de 59,78% a.a., este resultado é em tese, atrativo ao considerarmos que
a taxa de retorno exigida pelo investidor é de 20% a.a.
No entanto, Assaf Neto (2009) explica que ela só é verdadeira quando os fluxos
intermediários de caixa forem reaplicados até o final da vida útil prevista, à própria taxa de
retorna, obtida com o cálculo.
Desta forma, considerando que o pressuposto da Taxa Interna de Retorno é reaplicar
cada um dos fluxos de caixa projetados pelo valor da própria TIR até o final do período
avaliado, podemos imaginar que uma TIR de 59,78% ao ano é praticamente impossível de ser
alcançada, no contexto de uma atividade, que em média não oferece retornos muitos
superiores a 20% ao ano.
Deste modo, verifica-se que o valor obtido é muito diferente das taxas aplicadas no
mercado e por isso pode-se considerar que não é o real retorno que o investimento poderá
proporcionar ao empresário.
Assim, conforme Assaf Neto (2009) é preciso que sejam consideradas as taxas
possíveis de serem reaplicadas nos fluxos intermediários de caixa, levando em consideração a
realidade do mercado econômico, pois como visto, o desempenho de um investimento
depende tanto das projeções de caixa, como também da sua taxa de reinvestimento.
O método de análise de empresa também muito utilizado no meio financeiro é o
Valor Presente Líquido (VPL), é a forma de avaliar o valor do dinheiro no tempo. O VPL foi
calculado através da calculadora Hp12, onde foram descontados os fluxos de caixa anuais do
investimento inicial, aplicando a taxa de desconto exigida pelo investidor.
83
O resultado mostra que o empreendimento, Centro de Eventos Vila Germânica é
viável, pois, segundo Assaf Neto (2003), quando o resultado do VPL for maior que zero a
empresa está proporcionando resultados acima do esperado.
4.5.4.3 Demonstrativo de Resultados de Exercício
Com vista a analisar outros aspectos financeiros e de rentabilidade, apresenta-se no
Quadro 19 a Demonstração de Resultados do Exercício (DRE).
Quadro 19: Demonstração de resultados do exercício
DRE
Receita Operacional Bruta
Ano 1
507.643,42
Ano 2
617.201,00
Ano 3
685.299,34
Ano 4
757.481,90
Ano 5
875.075,40
(-) Impostos (Simples nacional)
34.722,81
46.536,96
51.671,57
57.568,62
66.505,73
(=) Receita Operacional Líquida
472.920,61
570.664,04
633.627,77
699.913,28
808.569,67
(-) Custos dos produtos vendidos
299.041,76
362.714,00
404.695,10
451.907,01
522.389,59
(=) Lucro Bruto
173.878,85
207.950,04
228.932,67
248.006,27
286.180,08
(-) Custos fixos
164.957,00
176.994,28
190.008,28
204.006,92
219.806,56
8.921,85
30.955,76
38.924,39
43.999,35
66.373,52
(=) Lucro Líquido
Fonte: Autora, 2014.
É importante salientar que o Fluxo de Caixa difere do Demonstrativo de Resultados
do Exercício, pois enquanto o primeiro permite uma análise técnica dos investimentos, o
segundo cuida das questões de lucros da empresa. Além disso, outro elemento que as
diferencia é a depreciação, que não é levada em consideração no fluxo de caixa, pois não
consideram em seu cálculo as despesas não desembolsáveis, mas somente as efetivas entradas
e saídas de caixa.
Além disso, devido ao fato de os investimentos terem sido financiados pelo capital
próprio, a empresa não possui despesas com encargos financeiros, portanto o Lucro Líquido é
o próprio Lucro Operacional da empresa.
A DRE é necessária para que possam ser feitos os cálculos dos índices de
rentabilidade, os quais contribuem para verificar a análise da viabilidade do empreendimento,
como o Ponto de Equilíbrio, Retorno sobre o Investimento e Margem Operacional Líquida.
84
4.5.4.4 Ponto de Equilíbrio
O Ponto de Equilíbrio traz a compreensão de qual valor é necessário produzir em
receitas para que a empresa cubra seus custos e despesas para atingir um lucro operacional
igual à zero.
A fórmula utilizada para o cálculo foi a seguinte:
PEC
=
CDF
MC%
Desta forma obtiveram-se os resultados de ponto de equilíbrio para cada ano do
projeto, conforme apresentado no quadro 11.
Quadro 20: Ponto de equilíbrio contábil
Ponto de Equilíbrio Contábil em R$
Ano 1
Custos fixos
Ano 3
Ano 4
Ano 5
164.957,00
176.994,28
190.008,28
204.006,92
219.806,56
0,4109
0,4123
0,4095
0,4034
0,4030
401.431,78
429.259,83
464.043,41
505.707,62
545.378,66
Margem de Contribuição em %
Receita necessária
Fonte: Autora, 2014.
Ano 2
Os resultados apresentados acima demonstram que em cada ano apresentado, as
atividades da empresa deverão ter o volume necessário para produzir este valor de receita para
que a empresa possa honrar com todos os seus compromissos financeiros, e a partir deste
valor, a receita produzida poderá ser considerada como lucro para a empresa.
Desta forma verifica-se que no primeiro ano de atividades em situação formalizada, o
ponto de equilíbrio corresponde a 79,08% da receita projetada, criando um ambiente de
desconforto para a empresa, pois se encontra em um nível de risco maior de obter prejuízos,
porém para os próximos anos a situação melhora, chegando ao quinto ano com o resultado de
ponto de equilíbrio representando 62,32 % do valor de receitas projetadas.
4.5.4.5 Análise da Rentabilidade
Em complemento às análises de Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno e
Payback, a análise da rentabilidade indica o quanto o negócio é atraente para o investidor,
porém utilizam grupos de contas das demonstrações financeiras para demonstrar tais aspectos.
85
Neste sentido serão demonstrados os cálculos para os indicadores de Retorno sobre o
Investimento (RI), Retorno sobre Patrimônio Líquido (RPL) e a Margem Operacional Líquida
sobre vendas (MOL).
O RI é calculado através da fórmula abaixo e os resultados apresentados no quadro
21.
R
Quadro 21: Retorno sobre o investimento
Lucro Líquido
Ativos Totais
Resultado
Fonte: Autora, 2014.
Ano 1
8.921,85
87.361,63
10,21%
Retorno sobre o Investimento (RI)
Ano 2
Ano 3
30.955,76
38.924,39
87.361,63
87.361,63
35,43%
44,56%
Ano 4
43.999,35
87.361,63
50,36%
Ano 5
66.373,52
87.361,63
75,98%
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL) é calculado através da fórmula abaixo
e os resultados apresentados no quadro 22.
R
Quadro 22: Retorno sobre o patrimônio líquido
Lucro Líquido
Patrimônio Líquido
Resultado
Fonte: Autora, 2014.
Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL)
Ano 1
Ano 2
Ano 3
8.921,85
30.955,76
38.924,39
87.361,63
87.361,63
87.361,63
10,21%
35,43%
44,56%
Ano 4
43.999,35
87.361,63
50,36%
Ano 5
66.373,52
87.361,63
75,98%
Observa-se que os resultados do RI e do RPL são os mesmos, isso se deve ao fato de
o empreendimento ter sido financiado totalmente pelo capital próprio, o que faz com que o
Ativo Total seja o mesmo valor do Patrimônio Líquido da empresa, gerando o mesmo
resultado para os dois cálculos.
Os resultados obtidos demonstram quanto que o investidor está recebendo pelo seu
capital investido e neste caso apenas no primeiro ano o valor é menor do que a TMA, no
86
entanto no decorrer dos cinco anos a empresa proporciona um resultado muito atrativo ao
investidor, pois quanto maior o resultado de RI e RPL melhor.
A margem Operacional Líquida é calculada através da fórmula abaixo e os resultados
apresentados no quadro 23.
Quadro 23: Margem líquida sobre vendas
Lucro Líquido
Receita Operacional Líquida
Resultado
Fonte: Autora, 2014.
Margem Líquida sobre Vendas (ML)
Ano 1
Ano 2
Ano 3
8.921,85
30.955,76
38.924,39
472.920,61 570.664,04 633.627,77
1,89%
5,42%
6,14%
Ano 4
43.999,35
699.913,28
6,29%
Ano 5
66.373,52
808.569,67
8,21%
A ML é o resultado que o investidor tem sobre as vendas produzidas no período,
observa-se que no primeiro ano o resultado é de apenas 1,89%, o que caracteriza um valor
baixo para empresa, contudo é um período onde a empresa terá seu foco em ganhar mercado
com sua nova estrutura, produtos e serviços.
O Giro do Ativo estabelece uma comparação entre o Lucro Líquido e as vendas de
um período. O seu resultado representa o percentual de lucro que a empresa está obtendo em
relação ao seu faturamento, e é calculado com fórmula abaixo e seu resultado é dado no
quadro 24.
Quadro 24: Giro do ativo
Receita Operacional Líquida
Ativos Totais
Resultado
Fonte: Autora, 2014.
472.920,61
87.361,63
5,41
Giro do Ativo
570.664,04
87.361,63
6,53
633.627,77
87.361,63
7,25
699.913,28
87.361,63
8,01
808.569,67
87.361,63
9,26
Este índice é fundamental para a análise das vendas da empresa, pois somente
olhando para o montante total não se pode interpretar o verdadeiro desempenho que elas estão
87
tendo, desta forma este cálculo permite que sejam vistos quanto que a empresa tem de
lucratividade comparando com os investimentos totais que ela fez.
Ao analisar os resultados apresentados no quadro 24, é possível verificar que no
primeiro ano a empresa já proporciona um Giro do Ativo de mais de cinco vezes, isso
significa que no período de um ano a empresa recuperou 5,41 vezes o seu ativo, o que é bom,
pois ela está vendendo mais, no sentido de quantidade, no entanto ao compararmos com a
Margem líquida, é compreensível que as vendas estão ruins, no sentido de lucro
proporcionado a empresa, pois a margem do mesmo ano é de apenas 1,89%.
Desta forma no primeiro ano de atuação formalizada, a empresa está em uma
situação onde ela tem menos margem com maior giro. Esta característica é própria de
empresas que querem ganhar mercado, que é o caso do Centro de Eventos Vila Germânica,
pois trabalham com preços menores para seus produtos e serviços para atrair maior
quantidade de consumidores.
Após atrair mais consumidores e fazê-los conhecer o seu produto, é possível
aumentar a margem, pois não é somente o preço que vai atraí-los, mas a qualidade dos seus
produtos e serviços.
Os resultados obtidos com os índices financeiros levam a considerar que é viável ao
empreendedor realizar os investimentos necessários na empresa para que possa atuar em
situação formalizada no que diz respeito ao tramites jurídicos e fiscais.
88
CONCLUSÃO
No Brasil, há números expressivos de empresas que atuam informalmente, e
este é o caso do empreendimento do Sr. Werno Dahmer que atua há sete anos no ramo de
alimentação e eventos. O negócio sempre foi rentável aos olhos do proprietário, mas sem
nenhum fundamento para isso, pois não tinha nenhum controle administrativo e financeiro da
empresa. Diante disso surgiu o problema que fundamentou esta pesquisa, identificar se é
viável estruturar e formalizar o empreendimento Centro de Eventos Vila Germânica, sob a
ótica econômica e financeira.
Ao realizar as análises através dos métodos financeiros de Ponto de Equilíbrio,
Retorno de Investimentos, Taxa Interna de Retorno, Valor Presente Líquido e Payback, foi
constatado que é viável formalizar a empresa Centro de Eventos Vila Germânica e continuar
atuando neste ramo, já que o negócio demonstrou ser atrativo aos olhos do investidor mesmo
tendo todos os custos com impostos, serviços contábeis e diversas taxas necessárias.
Conforme análise feita da demanda da empresa nos cinco últimos anos de atuação
verificou-se que ela está em crescimento constante, mesmo tendo vários concorrentes na
cidade e que a qualidade nas refeições e bom atendimento são pontos fortes da empresa que
justificam este crescimento.
As ações do governo para incentivar a formalização das empresas também
contribuem para o resultado positivo desta pesquisa, principalmente no que se refere aos
impostos e desburocratização. Ao adotar o regime tributário de Empresa de Pequeno Porte
(EPP), optante pelo Simples Nacional, a empresa vai pagar em conjunto seis tipos de
impostos e contribuições reduzindo significativamente o valor pago, de uma forma prática,
através de somente uma guia.
Um ponto importante para os ótimos resultados dos índices financeiros foi o fato de
os investimentos necessários para a empresa terem sido baixos, pois ela utiliza toda a estrutura
e instalações do Clube Cultural 25 de Julho e ainda todos os investimentos estruturais ficam
de responsabilidade do clube, não gerando gastos para o empreendimento.
Também foi imprescindível repensar a questão dos produtos e serviços, pois ao
agregar novos, foi possível projetar uma maior receita, bem como é estratégia para que
possam ser atraídos mais consumidores através destes diferenciais competitivos como a
disponibilidade de decoração, garçons e brinquedos para as crianças. Isso tudo em busca de
satisfazer e fidelizar o cliente, acreditando que ele, através da sua ótima experiência com a
89
empresa possa indicar novos clientes, já que toda a demanda da empresa foi criada desta
forma.
O valor investido na empresa foi financiado pelo capital próprio, devido a
disponibilidade de recursos do empresário, no entanto, a necessidade de definir uma taxa
mínima de atratividade gerou dificuldades, pois como visto, há incertezas nas taxas aplicadas
no Brasil.
Importante salientar a facilidade que a empresa tem de administrar o seu Fluxo de
Caixa, pois ela não vende a prazo, todos os pagamentos de clientes são feitos até a data do
evento, impedindo que a empresa tenha problemas com inadimplência, o que poderia afetar
diretamente a sua saúde financeira. E por isso todos os seus pagamentos a fornecedores e
demais compromissos também são pagos dentro do mês de competência, não gerando dívidas.
Evidenciando que, se a empresa produzir conforme projeção, dificilmente terá problemas
financeiros.
O Payback encontrado de três anos um mês e três dias é ótimo, pois a empresa
sequer necessitará de todo o período do projeto para ter o retorno do valor investido, podendo
assim pensar logo em novos investimentos, e a sugestão dada é que se pense em futuramente
analisar a possibilidade de ter instalações próprias, que possibilite ao empresário,
independência na tomada de decisão diante de ajustes na estrutura, como também
proporcionar um local mais atraente, agradável e confortável ao cliente.
Verificou-se que é preciso analisar cuidadosamente e criticamente os resultados
obtidos com cálculos financeiros, pois podem não representar a verdade para a empresa. Isso
se refletiu quando calculado a Taxa Interna de Retorno, que apresentou um resultado de
59,78% a.a., superficialmente pode-se dizer que o resultado é muito bom, pois afinal a taxa
exigida pelo investidor foi de 20%, no entanto é compreensível que a empresa nunca poderá
obter um retorno deste nível, pois não existe no mercado taxa de reaplicação deste valor.
Destaca-se, portanto o resultado das demais análises financeiras. O valor obtido do
VPL foi positivo, o que representa um ótimo resultado, pois todo o valor de VPL igual à zero
ou positivo torna o investimento viável.
O Ponto de Equilíbrio Contábil de todos os anos da projeção representou um valor
menor do que as projeções de receitas para os mesmos respectivos anos, o que significa que a
empresa terá capacidade de honrar suas obrigações e ainda terá lucros.
Os índices de RI e RPL representaram valores iguais, pois devido à empresa ter sido
financiado por capital próprio todo o seu Ativo representa o Patrimônio Líquido. A taxa de
retorno somente foi menor que a TMA esperada pelo investidor no primeiro ano, sendo o
90
valor de R$ 10,21%, porém verifica-se que em todos os demais anos da projeção os valores
são acima da TMA, chegando ao quinto ano a 75,98%.
Isso é considerável, pois no primeiro ano, na nova estrutura é um tempo necessário
para as adequações, reformulações e por isso vale o sacrifício por parte do investidor, pois
após ele terá retorno bem maiores.
Da mesma forma a MOL tem uma taxa baixa no primeiro ano, de 1,89%, porém o
giro do mesmo ano é de 5,41 vezes, o que reforça a análise da RI e RPL, pois no primeiro ano
a empresa se submete a uma margem menor para atrair mais consumidores, porém nos
próximos anos igualmente melhora, obtendo no quinto ano MOL de 8,21% e GA de 9,26
vezes.
Diante disso é compreensível que o empreendimento Centro de Eventos Vila
Germânica, na forma estruturada e formalizada no que tange tramites legais, jurídicos e fiscais
é viável. Continuará proporcionando bons lucros ao empresário e ainda proporcionará todos
os benefícios que uma empresa legalizada tem, como por exemplo, recursos e benefícios do
governo para continuar crescendo.
A pesquisa também é satisfatória no que tange a contribuição ao empresário para
organizar e esclarecer questões administrativas do seu negócio. O empresário é eficaz nas
atividades operacionais do negócio, porém há a necessidade de especialização para
administrar uma empresa, pois sem a contribuição desta pesquisa questões básicas como, os
custos de um evento não seriam do seu conhecimento.
Deste modo ela se torna um ponto de partida para uma ótima administração do
empreendimento. Diz-se isso, pois se recomenda que a partir da colocação em prática deste
projeto, recomenda-se a criação de um plano de negócio amplo, que abranja mais
detalhadamente questões de outras áreas, como por exemplo, na de Marketing que se
identificou ser deficitária, por não haver nenhuma ação da empresa.
91
REFERÊNCIAS
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92
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WOILER, Samsão; MATHIAS, Washington Franco. Projetos: Planejamento, Elaboração e
Análise. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1996.
93
APÊNDICE A – Roteiro de entrevista com o empresário Sr. Werno Dahmer
1. Atualmente como o Sr. trabalha com as questões jurídicas e fiscais do seu negócio?
2. Quais os produtos oferecidos.
3. Como o Sr. procede com as pessoas que trabalham contigo, horários, pagamento e
contratos.
4. O que o Sr. pensa e sente da demanda do mercado e da satisfação do cliente.
5. O Sr. faz algum tipo de divulgação, propaganda do negócio?
6. Quem são os consumidores, fornecedores, concorrentes do negócio?
7. Quais os investimentos realizados durante o tempo de atuação deste negócio?
94
APÊNDICE B – Roteiro de entrevista com contabilista Valquiria Racheler
1. Quais são os impostos e contribuições que incidirão na operação do Buffet?
2. Quais os procedimentos para abertura da empresa?
3. Como são apurados os impostos?
4. Em que momento?
5. Quando e como devem ser pagos?
6. Quais são as opções para pagar menos impostos?
95
APÊNDICE C – Levantamento de custos, receitas e resultados
Quadro 25: Custos da matéria-prima para Buffet
CARNES
Carne bovina – kg
Carne suína – kg
Carne Frango (Coxa/sobrecoxa) - kg
Linguicinha – kg
Saladas
Chuchu – kg
Repolho verde - kg
Repolho roxo - kg
Alface un.
Rúcula un.
Brócolis kg
Couve flor kg
Abobrinha - kg
Pimentão Kg
Couve chinesa un.
Batatinha rosa - kg
Tomate - kg
Cebola - kg
Cenoura - kg
Beterraba Kg
Pepino em conserva 2.000g
Maionese Oderich - kg
Maionese Helmanns - kg
FRUTAS
Manga - kg
Abacaxi un.
Maça - kg
Kiwi - kg
Uva - kg
Melão - kg
Mamão - kg
Melancia - kg
Pêssegos - kg
Ameixa - kg
Fonte: Autora, 2014.
Custos dos alimentos em reais
DIVERSOS
12,00
Massa parafuso - 500g
12,00
Mandioca - Kg
4,50
Arroz - 5 kg
12,98
Cuca - un
Ovos - Dúzia
3,48
Batata palha 80g
1,89
Batata palha 1Kg
2,45
Vinagre branco 1l
1,59
Sal - Kg
2,00
Farofa 500g
6,95
Milho verde - pct
5,85
Ervilha - pct
1,95
Queijo Kg
4,95
Sal grosso – kg
3,75
Guardanapo pct. com 50
2,25
Palito de dente 100un.
2,69
Vinagre tinto – 1l
1,98
Açúcar 5Kg
2,29
Alho pct.
2,35
26,90
12,80
24,90
2,38
3,48
4,95
9,98
8,95
3,15
3,25
1,39
4,48
5,29
2,98
4,18
10,60
10,00
3,30
1,89
11,90
3,42
1,96
3,94
1,49
1,55
12,00
2,94
3,94
11,99
2,39
7,94
2,65
96
Quadro 26: Levantamento de custos de Buffet para 55 pessoas
Custo Buffet para 55 pessoas
Prato
Carnes
Ingredientes
Bovina 15kg
Suína 8kg
Linguicinha 5kg
Frango 8kg
Quant.
12,00
12,00
12,98
4,50
Total
Salada
376,90
1 Repolho roxo com maça, abacaxi e maionese
10,12
2 Brócolis e Couve Flor
20,26
3 Couve chinesa com pimentão e cebola
4 Cenoura com ervilha e maionese
5 Beterraba cozida com ovo cozido
5,19
11,62
8,70
6 Tomate com pepino em conserva
18,83
7 Maionese
19,90
8 Alface e rúcula
7,18
Total
Acompanhamentos
Valor
180,00
96,00
64,90
36,00
101,80
Arroz branco
2,65
Arroz a grega
12,18
Cuca 1
10 un.
10,00
Farofa
Total
Frutas
24,83
Manga 4un.
2,38
Uva 4 cachos grandes
8,95
1 mamão grande
3,90
Total
Variados
Total
Total geral
Total por pessoa
Fonte: Autora, 2014.
15,23
Carvão
10,00
Sal Grosso 1 pct
2,94
Vinagre tinto
1,20
Vinagre branco
1,71
Guardanapo
3,94
Palito de dente
0,60
Sal fino
0,65
11,04
529,80
9,63
97
Quadro 27: Levantamento de receitas e custos com bebidas
Levantamento de receitas e custos com bebidas
Pessoas
Cerveja
Refri 2l
Refri 290ml
Refri 600 ml
Água
Total
Evento 1
40
170,50
150,00
75,00
395,50
Evento 2
70
407,00
252,00
102,50
761,50
Evento 3
110
698,50
162,00
342,50
1.203,00
Evento 4
55
99,00
57,50
234,50
Evento 5
62
286,00
337
1.661,00
Total
78,00
78,00
144,00
56,00
87,50
573,50
708,00
56,00
665,00
3.168,00
Receita média por pessoa
9,40
Custo médio por pessoa
5,21
Fonte: Autora, 2014
Quadro 28: Custos Totais 2013
Jantar (Mão-deCustos
obra/ Água/Luz)
2013
170.236,08
Fonte: Autora, 2014
Bebidas
60.832
Custos Totais 2013
Material de
Material de
limpeza
escritório
3.600,00
576,00
Telefone/Internet
Total
1.560,00
236.804,04
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