FEBRE E INFILTRADOS PULMONARES DE REPETIÇÃO - 15/07/09 Autores: Karin Mueller Storrer, R4 pneumologia, UNIFESP e Carlos Alberto de Castro Pereira, médico-assistente UNIFESP-SP • • • • • • • • • • • • • • • • Feminina, branca, 37 anos, não fumante. Início há dois anos com quadro de tosse, chiado e dispnéia associado a pneumonias de repetição. Assintomática entre os episódios de pneumonia. Anemia hemolítica há dois anos, tendo sido tratada por seis meses até janeiro de 2008 com prednisona. Nega asma infância ou outras comorbidades. Nega etilismo Pais e irmão hígidos Nega exposição a agentes nocivos ou medicações. Nega sintomas de DRGE e de vias aéreas superiores Nega antecedentes de asma Em uso de azitromicina 250mg em dias alternados desde maio 2008, tendo apresentado apenas um episódio de pneumonia desde então. Ao exame físico: Tórax:-sons respiratórios normais, ausência de ruídos adventícios. Restante do exame físico normal. SpO2 em repouso=98%; após exercício em degrau=97%. Radiografias de dois episódios de pneumonia são mostradas abaixo. • Exames complementares Leucócitos=3130/mm3, com neutrófilos 1002 e linfócitos=1743; ausência de esosinofilia. Plaquetas 12600/mm3. Hb=10,7 g%. DHL=233 U/ml Bilirrubina total=0,8 mg/dL, indireta 0,7mg/dL Submetida à broncoscopia em 22/10/2007. A biópsia revelou: • • • - Septos com edema e congestão vascular e infiltrado inflamatório linfocitário discreto. - Processo inflamatório crônico com discreta fibrose - Áreas de bronquiolite obliterante com pneumonia em organização Questão 1. Qual o diagnóstico mais provável no presente caso: • • • • • Lupus eritematoso sistêmico Vasculite sistêmica Hiperesplenismo Imunodeficiência comum variável BOOP idiopática Pneumonia recorrente é definida como mais de um episódio de pneumonia em um ano ou mais de três episódios durante a vida, com resolução radiograficamente documentada entre os episódios (Kaplan, 2006). Um primeiro ataque de pneumonia pode resultar em bronquiectasias residuais e infecções de repetição no mesmo local. Todas as radiografias prévias devem ser recuperadas para avaliação, devendose prestar particular atenção aos locais de comprometimento e resolução entre os episódios. Pneumonias repetidas na mesma localização sugerem doença obstrutiva ou pulmonar localizada, como bronquiectasias, devendo ser indicada broncoscopia. Infiltrados pulmonares recorrentes de causa não infecciosa podem cursar com febre e simular pneumonias de repetição. Para complicar ainda mais a situação, algumas doenças pulmonares com infiltrados fixos podem predispor a pneumonias recorrentes. Um exemplo é a proteinose alveolar, situação em que a patogenia envolve a formação de anticorpos contra o GM-CSF, o que também predispõe a pneumonias bacterianas de repetição e outras infecções como micoses. Quando se encontra um paciente com pneumonias de repetição, é útil considerar as defesas do organismo que poderiam estar alteradas, o que facilita os episódios. As defesas podem ser anormais por defeitos sistêmicos ou locais. Causas gerais Em séries de adultos com pneumonias recorrentes, são causas predisponentes comuns o alcoolismo, diabetes melllitus e a insuficiência cardíaca congestiva. Os mecanismos de defesa nestas condições são alterados por diversos mecanismos, que fogem à presente discussão. Sinusite crônica pode se associar a mecanismos de defesa anormais do trato respiratório inferior, como nas imunodeficiências, asma e outras, mas também pode responder por pneumonias de repetição de maneira isolada. Nestes casos em geral os surtos de sinusite precedem as infecções pulmonares. Não esquecer da granulomatose de Wegener, que cursa com sinusite em mais de 90% dos casos, e infiltrados pulmonares. Doenças de vias aéreas Vias aéreas permeáveis é uma barreira para infecções. Uma falta da função de filtro das vias aéreas superiores pode resultar em penetração aumentada de bactérias e material particulado para as vias aéreas inferiores. Se as vias aéreas inferiores de condução se tornam obstruídas, agentes infecciosos e materiais estranhos tornam-se aprisionados, causando um volume aumentado de secreções e uma resposta inflamatória. Compressão das vias aéreas podem ser adquiridas de uma fonte externa ou interna. São exemplos: pacientes com traqueostomias, inalação de corpos estranhos, tumores endobrônquicos, obstrução externa das vias aéreas por linfadenopatias, traqueobroncomegalia com colapso expiratório à tosse, aspiração, e defeitos anatômicos. A aspiração pode ser facilitada por incoordenação orofaríngea ou crico-faríngea, como ocorre nas doenças neuromusculares. O refluxo gastro-esofágico pode resultar em pneumonias recorrentes. Em crianças, defeitos anatômicos respondem por uma proporção de 8-28% das pneumonias recorrentes. Dentre estes situam-se os seqüestros pulmonares e as fístulas traqueoesofágicas. Defeitos funcionais no clearance das vias aéreas Os pacientes com DPOC, por apresentarem colonização do trato respiratório com S. pneumoniae e H. influenzae, além de diminuição do clearence mucociliar associado muitas vezes à permanência do hábito tabágico, estão predispostos a infecções respiratórias repetidas. As exacerbações na DPOC são caracterizadas por alteração da coloração ou aumento da quantidade de expectoração e piora da dispnéia. Em geral não há febre e a radiografia não mostra áreas de consolidação. Em certos paciente, entretanto, ocorrem pneumonias de repetição. Nestes casos, deve-se buscar a presença associada de bronquiectasias em tomografia de alta resolução, feita for do período infeccioso, desde que podem ocorrer dilatações brônquicas reversíveis no período de doença ativa. Outra causa de pneumonias de repetição é a fibrose cística, uma doença genética que causa alteração das glândulas exócrinas em vários níveis de intensidade. O quadro clínico pode variar de um comprometimento difuso, com doença pulmonar obstrutiva crônica associada à insuficiência pancreática e cirrose biliar até quadros mais leves e restritos ao trato respiratório, com doença obstrutiva leve, espessamento peribroncovascular, bronquiectasias e infecções de repetição. Nestes casos, o diagnóstico pode ser feito apenas na vida adulta. A asma pode se associar a pneumonias de repetição. Em crianças episódios de atelectasias repetidas por formação de tampões de muco, pode cursar com febre quando a causa da crise decorre de infecções virais, resultando em falsos diagnósticos de pneumonias de repetição. Em asmáticos podem ocorrer infiltrados pulmonares de repetição não infecciosos, como nos pacientes com aspergilose broncopulmonar alérgica e pneumonia eosinofílica crônica, situação onde metade dos acometidos são portadores de asma. A síndrome da discinesia ciliar é uma deficiência congênita do transporte mucociliar; por defeitos diversos nos cílios. Estes pacientes apresentam nfecções de trato respiratório superior recorrentes (sinusite e otite média aguda supurativa) associado a pneumonias de repetição. O diagnóstico pode ser mais difícil quando a doença não se apresenta com dextrocardia (componente da síndrome de Kartagener). Imunodeficiências Anormalidade no sistema imunológico pode resultar em pneumonias de repetição. Existem múltiplas linhas de defesa, cada uma exibindo um perfil particular de infecções. A produção de anticorpos é mantida pela linhagem de células B. A deficiência mais comum é a deficiência de IgA Pacientes podem ter níveis de IgG total normal, embora possam ter defeitos nas sub-classes de IgG, a mais comum sendo uma deficiência combinada de IgG2 e IgG4. Pacientes com ou sem deficiência de subclasses de IgG podem ter defeitos funcionais da imunidade humoral, os quais podem ser apenas diagnosticados medindo-se a resposta dos anticorpos à imunização. Geralmente, pacientes com defeitos da imunidade humoral têm infecções sino-pulmonares recorrentes, particularmente por H influenzae, Mycoplasma pneumoniae, e S pneumoniae. Hipogamaglobulinemia secundária é frequentemente observada em pacientes com leucemia linfocítica crônica e mieloma múltiplo. Imunodeficiência mediada por células tem várias etiologias conhecidas, congênitas e adquiridas. As células T desempenham um papel central nas defesas contra infecções virais e fúngicas, bem como na regulação da resposta dos anticorpos. O exemplo clássico de deficiência congênita das células T é a síndrome de DiGeorge, no qual um defeito no deselvolvimento do timo leva a produção e maturação inadequada das células T. Defeitos adquiridos das células T são encontrados na infecção pelo HIV e em transplantados. O sistema do complemento é uma coleção de proteínas que são particularmente importantes na luta contra agentes bacterianos encapsulados, tais como S. pneumoniae e H. influenzae. Distúrbios de fagocitose incluem diversas condições, como a doença granulomatosa crônica, a síndrome de Job (hiper-IgE), deficiência de mieloperoxidase, e a síndrome de Chediak-Higashi. Estes pacientes em geral têm infecções cutâneas associadas a infecções respiratórias repetidas, incluindo a formação de abscessos pulmonares. S aureus, Serratia, Burkholderia bem como fungos, são agentes etiológicos freqüentes. Condições que imitam pneumonias de repetição Várias doenças podem cursar com febre e infiltrados pulmonares recorrentes. Um importante diagnóstico diferencial das pneumonias de repetição é a bronquiolite obliterante com pneumonia em organização idiopática, ou pneumonia em organização criptogênica (POC). Nesta condição são observados histologicamente pólipos em bronquíolos respiratórios, ductos e espaços alveolares, acompanhado por pneumonia em organização em parênquima adjacente mais distal. As paredes alveolares apresentam infiltrado inflamatório crônico com hiperplasia de pneumócitos tipo II. A POC geralmente acomete indivíduos na quinta e sexta décadas, com sintomas semelhantes aos de uma pneumonia adquirida na comunidade podendo estar associados dispnéia ou sintomas gripais, além de perda ponderal. As imagens radiológicas são bastante sugestivas e incluem consolidações peribrônquicas e periféricas. Opacidades recorrentes e migratórias são comuns. No presente caso, a biópsia transbrônquica revelou pneumonia em organização, mas este achado pode ser encontrado em qualquer pneumonia infecciosa em fase de resolução. As pneumonias eosinofílicas incluem doenças caracterizadas por apresentar infiltrado pulmonar por eosinófilos, com ou sem eosinofilia periférica. A pneumonia eosinofílica crônica frequentemente resulta em infiltrados pulmonares de repetição. As manifestações são semelhantes à POC, podendo haver febre baixa, emagrecimento, sudorese noturna e tosse. Infiltrados periféricos são clássicos, porém podem ser inespecíficos. Eosinofilia sanguínea está presente na maioria dos casos. Nesta linha também pode apresentar-se a pneumonite por hipersensibilidade (PH). A PH resulta da resposta inflamatória imunologicamente mediada pela inalação de agentes orgânicos e inorgânicos. Dentre os agentes responsáveis pela PH estão a inalação de mofo, excreções de pássaros, e agentes diversos como isocianatos, encontrados em tintas. Repetidas exposições intensas podem resultar em infiltrados pulmonares recorrentes e falsos diagnósticos de pneumonias de repetição. As vasculites pulmonares podem causar infiltrados pulmonares de repetição, seja por lesão vascular com hemorragia, infiltração granulomatosa do parênquima pulmonar ou por infiltrados eosinofílicos, como na síndrome de Churg-Strauss. Hemorragias alveolares, pneumonia em organização ou infecções respiratórias podem ser encontradas no lupus eritematoso sistêmico. Adultos que apresentam pneumonias de repetição representam um desafio. A avaliação inicial deve constar (baseado na história clínica) de dosagem de imunoglobulinas, tomografia de tórax e seios da face, broncoscopia (principalmente se o acometimento pulmonar é unifocal), avaliação esofágica (EDA, esofagomanometria) e testes de função pulmonar. Resposta correta: D FAN-negativo FR-negativo IgA 11,2 (59-396) IgM 14 (55-300) IgG 190 (650-1500) Complemento T C2 98 97 Questão 02 – São condições associadas à imunodeficiência comum variável todas as baixo, EXCETO: • • • • • Sarcoidose Bronquiectasias Pneumonia em organização Anemia hemolítica Pneumonia intersticial linfóide A imunodeficiência comum e variável (IDCV) é a síndrome de imunodeficiência primária mais comum em adultos, apresentando uma prevalência que varia, na literatura, de 1:10.000 / 25.000 a 1:50.000. É caracterizada por hipogamaglobulinemia, infecções respiratórias de repetição, várias alterações imunológicas associadas e predisposição a doenças auto-imunes (anemia hemolítica, LES, Sjogren, AR) e neoplasia (principalmente linfoma não Hodgkin e carcinoma gástrico). Caracteristicamente apresenta baixos níveis de IgG (<450mg/dL) associado a diminuição de IgA (<5mg/dL) e/ou IgM (<20mg/dL). Alterações na produção de anticorpos (imunodeficiência humoral) são responsáveis por 65% das imunodeficiências primárias enquanto deficiência combinada humoral e celular ocorre em 15% dos casos. Ambos os sexos são igualmente afetados, apresentando distribuição bimodal de início do aparecimento dos sintomas (primeira e terceira décadas). Até 25% dos pacientes com IDCV podem apresentar doença auto-imune, sendo anemia hemolítica e púrpura trombocitopênica as mais comuns (5-8%). Alguns pacientes podem abrir o quadro clínico com estas alterações antes do diagnóstico de IDCV. Outras doenças incluem anemia perniciosa e tireoidite auto-imune, sendo menos comum LES, AR, vitiligo e vasculites. As neoplasias mais comuns são linfomas (principalmente não-Hodgkin) e câncer gástrico, porém também podem ocorrer em mama, próstata, ovário, pele e cólon. Portanto, investigação periódica e avaliação de histórico familiar é importante. Mais de 95% dos pacientes apresentam infecções de vias aéreas superiores e inferiores de repetição, o que pode levar gradualmente ao desenvolvimento de bronquiectasias. Em alguns estudos observou-se que esta complicação pode ocorrer mesmo naqueles pacientes que fizeram reposição de imunoglobulinas. Não se sabe ao certo se o comportamento das bronquiectasias nos pacientes com IDCV é semelhante ao de pacientes com fibrose cística (FC) , em que os agentes mais comuns na doença inicial são S. pneumoniae H.e influenzae e com a evolução estes pacientes passem a ser colonizados por S. aureus. Porém colonização por P. auruginosa em doença grave parece ser menos comum em IDCV que na FC. Para diagnóstico e monitorização destes pacientes está indicada tomografia de alta resolução (TCAR), sendo a prova de função pulmonar mais indicada avaliação da evolução da doença. Outras alterações pulmonares que podem ocorrer associadas a IDCV são hiperplasia linfóide (HL), pneumonite intersticial linfocítica (PIL), doença pulmonar granulomatosa e pneumonia em organização (PO). A prevalência de doença intersticial pulmonar (DIP) associada a IDCV pode chegar a ser 240 vezes maior que na população em geral, segundo alguns estudos. Diversas alterações podem ser vistas na TCAR como espessamentos septais, atenuações em vidro fosco, nódulos e faveolamento. A prova de função pulmonar alterada associada a alterações em lavado broncoalveolar, mesmo na presença de TCAR normal, pode sugerir DIP, porém alguns estudos demonstram que a correlação entre extensão do infiltrado reticular e DLCO fornece um melhor índice de comprometimento pulmonar. A estimulação crônica por agentes, associada à desregulação imune alterando o tecido linfóide associado ao brônquio (BALT) pode explicar a HL e a PIL. A doença granulomatosa pode ser bastante semelhante à sarcoidose, infiltrando pulmões, pele e outros órgãos, acometendo entre 5-10% dos pacientes com IDCV. Não se sabe a causa certa, podendo estar relacionada com desregulação de linfócitos T e consequente produção de TNF-α (já que esta citocina está relacionada a formação de granulomas), ou ainda infecção viral por herpes vírus 8. A doença pulmonar granulomatosa exibe infiltrado inflamatório associado rico em linfócitos, o que a diferencia da sarcoidose. Muitos casos publicados na literatura antiga eram denominados de sarcoidose. A associação de IDCV e doença granulomatosa representa pior prognóstico por estar mais relacionada a doenças linfoproliferativas e auto-imunes. Diferencia-se da sarcoidose por acometer mais brancos e estar associada a hipogamaglobulinemia (ao contrário da hipergamaglobulinemia policlonal encontrada na sarcoidose), além de apresentar uma padrão tomográfico peculiar com espessamento septal interlobular com maior acometimento das regiões médias e inferiores dos pulmões bilateralmente, além de nódulos mais em lobos inferiores. Porém o achado de linfonodomegalia hilar, micronódulos pulmonares e hepatoesplenomegalia deve alertar para exclusão de doença linfoproliferativa antes de fechar diagnóstico de doença granulomatosa. A pneumonia em organização pode ser encontrada isoladamente ou em associação a doença granulomatosa ou PIL. Resposta correta: A Questão 03 – Com relação ao tratamento da IDCV qual afirmação é verdadeira: • • • • • A via preferencial de administração da imunoglobulina é a IM. Os níveis de IgG são usados para avaliar resposta ao tratamento de reposição de imunoglobulinas Acetilcisteína deve ser usada em doses elevadas Não se deve utilizar corticóide para pacientes com bronquiectasia associada a IDCV Utilização de inibidores de TNF-α é contra-indicado por já tratar-se de uma imunodeficiência de imunoglubulinas e portanto inibir esta citocina causaria piora da resposta imune O tratamento da IDCV baseia-se na reposição de imunoglobulina intravenosa na dose de 300-400 mg/Kg a cada 3-4 semanas para manter níveis de IgG acima de 5g/L, apesar de alguns pacientes beneficiarem-se de níveis acima de 7g/L. Pode também ser aplicada via subcutânea em doses semanais, apresentando menos efeitos colaterais em comparação com via intravenosa que pode incluir cefaléia, náuseas, mialgias, artralgias, ansiedade, leucopenia, dores abdominais e em casos mais graves e raros, anafilaxia, insuficiência renal aguda, infarto agudo do miocárdio embolia venosa periférica e pulmonar. A via intramuscular não é mais utilizada por apresentar absorção inferior quando comparada com via intravenosa e subcutânea. O tratamento ideal da DIP associada a IDCV ainda não está definido. A reposição de imunoglobulina parece não exercer efeito na DIP. A doença granulomatosa costuma ser responsiva a esteróides e pode ser responsiva a metotrexate. Para PIL há alguns relatos sobre utilização de ciclosporina e azatioprina assim como micofenolato mofetil. A utilização de inibidores de TNF-α vem sendo estudada com infliximabe para doença granulomatosa difusa e etanercepte para forma cutânea. Estudos de relato de casos propõem utilização de altas dose de infliximabe para doença granulomatosa grave podendo ser necessário dose adicional de manutenção para evitar recidiva e possível efeito sinérgico com corticóide oral. O tratamento das bronquiectasias depende da persistência das infecções de repetição e piora da função pulmonar apesar da reposição de imunoglobulinas. Nestes casos pode estar indicado utilização de macrolídeos que teriam, além de efeito antibiótico, efeito imunomodulador. Além disso, podem ser utilizados corticóides inalatórios para diminuir produção de expectoração, não estando definido papel dos β2 de longa duração. Inibidores de leucotrieno e mucolíticos não têm indicação. Em resumo, a IDCV apesar de ser rara, deve fazer parte do diagnóstico diferencial das pneumonias de repetição, uma vez que o diagnóstico tardio pode resultar em déficit pulmonar permanente, tratamento incorreto e incompleto das comorbidades associadas e não detecção de neoplasias potencialmente tratáveis em estágios iniciais. Resposta correta: B Referências bibliográficas • • • • • • • • • • • • • Ekdahl K, Braconier JH, Rollof J. Recurrent pneumonia: a review of 90 adult patients. Scand J Infect Dis 192;24: 70-76. Garcia M; Rojas HF; Manzur N; Pamplona M; Torrero LC; Macian V; Tordera MP. Respiratory disorders in common variable immunodeficiency. 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