Vestibular UERJ 2016 Comentário Geral A prova de Biologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ passeou por assuntos que já tradicionalmente fazem parte de seu conteúdo e seguiram o padrão de comandos diretos, sem muito espaço para ambiguidades, como nos anos anteriores. Uma prova cuja dificuldade pode ser classificada entre média e difícil. Com a estrutura de prova apresentada, a UERJ busca alunos que tenham conhecimento do conteúdo global da Biologia, com ênfase em Fisiologia, sendo também capazes de interpretar gráficos e situações relacionadas ao dia a dia da sociedade. A prova não surpreendeu ao cobrar cinco questões relacionadas à Fisiologia Humana e de outros grupos de animais (sistema endócrino, excreção, respiração, digestão e reprodução), afinal este tema é de extrema relevância para um dos cursos mais concorridos da Universidade, que é o curso de Medicina. O tema Ecologia aparece com uma questão sobre bioinvasão, tema atual, ligado à poluição e que remete a um problema importante envolvendo a fauna do Brasil. A Botânica, item em que a UERJ é referência, aparece em duas questões, surpreendendo com o tema “movimentos vegetais” na questão 9 e abordando o metabolismo das plantas de forma bem específica com a questão 5, sobre plantas CAM. Genética, tema menos usual, mas que tem aparecido nas últimas provas, é cobrada de forma clássica com uma questão de epistasia, e a situação problema apontada está amplamente presente na bibliografia do Ensino Médio.As questões estavam coerentes com os conteúdos presentes nos livros de Ensino Médio, ao mesmo tempo que os abordavam com profundidade. Apesar disso, Evolução aparece em uma questão muito conceitual sobre Mimetismo Mulleriano. Esta pode trazer dificuldade para os alunos, pois apesar do conceito de Mimetismo ser abordada na dinâmica de aulas, a diferença entre os tipos não é algo trivial nos livros. Neste ponto, o aluno poderia lembrar que no Mimetismo Batesiano a espécie mimética não apresenta as características do modelo, o que ocorre no Mimetismo Mulleriano. Na questão, todas as espécies de rãs são venenosas. Outra questão de maior dificuldade envolvia o hormônio cortisol. Nesta questão há um gráfico que mostra a variação de um hormônio, que possui três picos ao longo do dia. As dicas do enunciado aparecem em dois momentos, primeiro quando diz que o hormônio pode estar ligado ao sono ou à fome e depois, ao relacionar o aumento do nível hormonal à perda de massa muscular. O cortisol trabalha no estado de vigília (por isso seu aumento por volta das 6hs da manhã) e em situações de fome, sendo essencial à mobilização lipídica e proteica. Além disso, com a mobilização proteica em processo de gliconeogênese, induz o uso de aminoácidos para formação de glicose e, com isso, levando a perda de massa muscular. Professores: Cicero Melo e Nathália Pinho