Zacarias de Góes e Vasconcellos na Crise entre Estado e Igreja no Segundo Reinado. Eduardo José Neves Santos; Bolsista de Iniciação Científica- FAPESP; e-mail: [email protected]; Orientador: Prof. Dr. José Carlos Barreiro; Curso de História; Faculdade de Ciências e Letras- UNESP, Campus de Assis. Palavras Chave: História, Brasil Império, Política. Introdução O Segundo Reinado (1840-1889), apresentou-se fulgente em relação aos jogos de poder que se desenvolveram na vida política do Brasil Império. Segundo Caio Prado Júnior, é o momento em que se observa a “transformação da estrutura colonial i para a moderna” e quando o cenário político toma novos contornos. A década de 1860 é marcada pela formação da Liga Progressista e a posterior constituição do Partido Liberal. Os anos 1870, pelo desenvolvimento do Partido Republicano, que se dá concomitantemente a desestabilização da ordem ii saquarema e a crise entre Estado e Igreja – a Questão Religiosa – que levou à prisão dois bispos de regiões episcopais extremante importantes. Objetivos Tendo em vista os aspectos conjunturais elucidados, têm-se como objetivo a compreensão da influência política de Zacarias de Góes e Vasconcellos no desenrolar da Questão Religiosa do Segundo Reinado, bem como o delinear do espaço de interferência da Questão na crise do Brasil Império. Material e Métodos Os materiais utilizados no desenvolvimento desta pesquisa compõem-se de uma leva variada fontes, podendo-se categorizá-las em três grupos: os documentos legislativos, como as Atas do Conselho de Estado e discursos parlamentares; os livros autobiográficos, que foram escritos pelos atores históricos e expressam suas considerações sobre a Questão Religiosa; e os periódicos que noticiaram a agitação popular. Todas as fontes se apresentam em bom estado de conservação, de fácil acesso e manuseio, e se encontram no sítio eletrônico da Hemeroteca Digital Brasileira do Arquivo Nacional e no Portal de Publicações e na Biblioteca Digital do Senado Federal. No que tange a metodologia, as fontes foram, sobretudo analisadas, procurando iii desvendar o que estava subjacente , observando contexto, natureza, autoria e conteúdo. Como aproximação inicial às questões específicas da natureza política das fontes, a pesquisa debruça-se sobre o entendimento das relações de poder que se XXVI Congresso de Iniciação Científica desenvolveram entre os grupos políticos do país, “a compreensão da formação e evolução das iv racionalidades políticas” na sociedade do Oitocentos. Resultados e Discussão A discussão historiográfica deste estudo fundamenta-se, sobretudo, nas motivações de Zacarias de Góes e Vasconcellos na defesa no Superior Tribunal de Justiça do bispo de Olinda, D. Frei Vital em 1874 e as repercussões de tal empreitada no Partido Liberal, bem como em que medida a crise entre Estado e Igreja corroborou para a decadência do governo monárquico. Tendo em vista o caráter inicial da pesquisa, com previsão de termino para abril de 2015, os resultados são parciais. Conclusões A Questão Religiosa constituiu-se como um agravante à crise do Brasil Império, uma vez que a estabilidade da Monarquia devia-se em muito as suas relações peculiares com a Igreja Católica. Outrossim, passando por um momento de efervescência política, o Segundo Reinado também presenciou a migração de expoentes conservadores em direção aos liberais, caso de Zacarias e Góes e Vasconcellos, que no julgamento dos bispos era liberal, mas que há pouco tempo configurava nas fileiras conservadoras. Desta maneira observa-se o quão movimentado e instável estavam às relações políticas, ainda em desenvolvimento, do final do século XIX. Agradecimentos À FAPESP pelo financiamento e ao Dr. José Carlos Barreiro pelo incentivo a pesquisa histórica. i Prado Júnior, Caio. Roteiro para a historiografia do Segundo Reinado. In: Evolução Política do Brasil e outros estudos. São Paulo: Brasiliense, 1979, p. 191. ii Alonso, Angela. Idéias em movimento: a geração 1870 na crise do Brasil-Império. São Paulo: Paz & Terra, 2002, p. 87. iii Barreiro, José Carlos. Interrogando o fato revolucionário: a Independência do Brasil no imaginário europeu moderno. História (São Paulo), v. 10, 1991, p 119. iv Rosanvallon, Pierre. Por uma história conceitual do Político. Revista Brasileira de História. São Paulo, v.15, n. 30, 1995, p.16.