A Missa parte por parte - Ritos Iniciais RITOS INICIAIS: DEUS NOS REÚNE Canto de Entrada: Intróito. Canta-se algo que diga respeito à Igreja peregrina neste mundo, a caminho da Casa do Senhor, ou algo que lembre o tema principal da Liturgia da Palavra. Antigamente cantava-se nesse momento o Salmo 150 (Salmo de Louvor – Louvai a Deus no seu Templo), ou outro Salmo que expresse a alegria do povo de ir à casa do Senhor. Quando não se faz procissão de entrada, nas celebrações mais simples, não se deve omitir a recitação da antífona da celebração do dia. Ao chegar ao Altar o Sacerdote lhe faz a devida veneração. O beijo com que o Padre saúda o Altar, representa um beijo de fidelidade a Cristo e ao seu mistério que embora indigno, o Sacerdote se apresenta para celebrar. Sinal da Cruz e Saudação: Estamos reunidos em torno do Altar do Senhor, para renovar o Sacrifício da Cruz. Toda Santa Missa é ação da Santíssima Trindade. Após o sinal da cruz, o sacerdote com uma das fórmulas propostas no Missal acolhe os fiéis e depois com breves palavras os informa sobre o conteúdo e o significado da Missa. Ato penitencial: Decorre da consciência de que somos pecadores e indignos de participar do sacrifício de Cristo. Por isso, temos que pedir perdão de nossas faltas no limiar da Celebração Eucarística. O ato penitencial nos é oferecido nesse momento apenas para o perdão dos pecados leves, (veniais), nunca, porém, o dos pecados graves. Em alguns lugares faz-se a aspersão dos fiéis com a água benta. Esse gesto traz a recordação do Batismo, onde por meio do banho, somos libertos dos nossos pecados e incorporados na vida de Deus. Hino de Louvor: “Glória a Deus nas alturas”. É uma das mais antigas composições da Igreja. Retoma o hino que os anjos entoaram na noite de Natal (Lc 21,3). O hino se torna um louvor à Santíssima Trindade. Faz eco às aclamações que o povo proferia em honra de um herói em seu cortejo triunfal: “Nós te louvamos!”, “Nós te bendizemos!”, “Nós te glorificamos!” Tal hino era cantado pelos cristãos orientais na sua Liturgia matutina, no intuito de saudar o Cristo que aparece sob o símbolo do sol ou da luz do novo dia. No ocidente foi introduzido na Liturgia Eucarística de Natal, quando celebrada pelo Bispo, no século V. Atualmente, é dito também em dias de festas, mas omitido durante o Advento e a Quaresma, que são tempos preparatórios para a vinda do Cristo Luz. Oração da Coleta: É a oração central do dia. É o último dos ritos que antecedem e preparam as leituras. A Missa parte por parte - Liturgia da Palavra LITURGIA DA PALAVRA: DEUS NOS FALA Liturgia da Palavra: A proclamação da Palavra de Deus já é uma maneira de tornar presente o Senhor Jesus, que na Eucaristia se oferece ao Pai com a Igreja. O número de três leituras parece usual desde o século IV. A Palavra de Deus é um Sacramental. Ela santifica os fiéis não apenas na proporção do que entendem, mas na medida da fé e do amor com que cada um ouve. Primeira leitura: É na maioria das vezes um trecho do Antigo Testamento, no qual é transmitido uma profecia ou fato da história do povo da Antiga Aliança, referentes ao Messias que surgirá na plenitude dos tempos. Salmo Responsorial: É uma meditação do texto lido anteriormente. Este é sempre retirado do Saltério (coleção de Salmos existentes na Sagrada Escritura). Na Missa, o Salmo Responsorial, não pode ser substituído por outro canto de meditação. Segunda Leitura: Chama-se “Epistola” que significa “Carta”. Geralmente extraída de uma carta enviada pelos Apóstolos (sobretudo São Paulo), as antigas comunidades cristãs. A Epistola sempre quer despertar em nós uma reflexão, sobre a nossa atitude como membros da Igreja. O Evangelho: Como outrora pelas estradas da Palestina, Jesus anuncia aos homens de hoje a Palavra de seu Pai celeste que acolhemos com aclamações de júbilo e louvor. Os três pequenos sinais da cruz que fazemos nos lábios, na boca e no coração, representam e indicam que Cristo deve reinar em nossos pensamentos, em nossas palavras e em nossa vida. O Sacerdote antes de proclamar o Evangelho, se inclina diante do altar, da cruz ou do Sacrário e ora em silêncio assim: “Ó Deus todo poderoso, purificai-me o coração e os lábios, para que eu anuncie dignamente o vosso Santo Evangelho”.Quando o Diácono proclama o Evangelho ele se inclina diante do Sacerdote e lhe pede a benção dizendo: “Dá-me tua bênção!” O Sacerdote por sua vez lhe abençoa dizendo: “O Senhor esteja em teu coração e em teus lábios, para que possas anunciar dignamente o seu Evangelho: em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo”. O beijo que é dado ao final do Evangelho expressa a estima, o afeto e o amor pela Palavra de Deus. Homilia: Depois de ter falado pela boca dos Profetas, dos Apóstolos e pela boca do próprio Cristo, Deus nos fala pela boca do Sacerdote que explica as leituras, aplicandoas à Assembléia. A homilia não é um acréscimo ou um parêntese na celebração litúrgica, mas parte viva da própria celebração. Profissão de Fé: Em resposta a Palavra de Deus, recitamos juntos a nossa solene profissão de fé, que é o Credo. O Credo era o resumo da doutrina cristã professada pelos catecúmenos em seu batismo. Ele foi introduzido na Missa primeiramente no Oriente e depois do Ocidente, pelo século VI. É o momento que devemos sentir-nos unidos e conscientes de nossa fé: milhões de homens, por este Credo sacrificaram suas vidas. A Oração Universal dos Fiéis: É a oração de toda a Igreja. É aberta e encerrada pelo celebrante. A Missa parte por parte - Liturgia Eucarística LITURGIA EUCARÍSTICA: COM CRISTO AO PAI PELO ESPÍRITO Cristo presente em sua Palavra estará agora presente no seu Sacrifício, associando-nos ao seu povo: o Sacrifício de Cristo é também nosso e da Igreja. A Liturgia Eucarística é o ponto central da Missa. Procissão das Oferendas (Apresentação do Pão e do Vinho): Os fiéis levam ao Altar os seus dons. As atuais orações com que o Sacerdote apresenta privadamente a Deus a Hóstia e o Cálice foram introduzidos na Idade Média. Antigamente a oferta era feita com um sóbrio silêncio, já por si expressivo. Também os ritos de purificação das mãos (lavabo) com o seu simbolismo foram introduzidos mais tarde. Ao Altar se levam apenas aquilo que temos para ofertar a Deus. Nossa contribuição material (oferta em dinheiro), já é expressão de nosso trabalho, portanto não é necessário levar ao altar instrumentos mecânicos, ferramentas, instrumentos de trabalhos etc. Oração sobre as Oferendas: Concluem os ritos do ofertório. Sobre o pão e o vinho, preparados, o Celebrante pronuncia uma oração que implora os efeitos reais do Sacrifício. Prefácio: Conclui o rito do ofertório e introduz a Oração Eucarística. Seu ápice é a Consagração. Existem ao todo 100 fórmulas de prefácios no Missal Romano. Oração Eucarística: É o conjunto de textos, que vão do Prefácio até a Doxologia. O Canto do Santo que entoado nesse momento tem sua origem em Is 6,1-3, onde se lê que os Serafins cantam: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos exércitos. Toda a terra está cheia de sua glória”. Esse hino era cantado na Liturgia judaica de manhã. Na Liturgia cristã esse hino expressa a união da Liturgia terrestre com a Liturgia celeste. Ele é o hino angélico à glória do Deus três vezes Santo. São Quatro as Orações Eucarísticas Universais: Oração Eucarística I: Conhecida como Cânon Romano, a Oração Eucarística da Igreja de Roma. Ela a Oração Eucarística mais antiga. Já era usada na Igreja no século IV. Oração Eucarística II: Conhecida como o Cânon de Santo Hipólito. O próprio Santo Hipólito a compôs por ocasião de sua ordenação episcopal. Sua composição foi feita por volta do século IV. Oração Eucarística III: Esta oração foi composta por uma comissão de liturgistas que participaram do Concilio Vaticano II. Ela afirma que a Eucaristia é o sacrifício perfeito, pelo qual toda a humanidade presta um ato de louvor a Deus. A Igreja como principal responsável pela prolongação dos mistérios de Cristo, não se cansa de oferecer do nascer ao por do sol este sacrifício agradável ao Senhor. Oração Eucarística IV: Também composta por ocasião do Concilio Vaticano II. Ela narra as maravilhas realizadas por Deus ao longo da História da Salvação. No Brasil, por autorização da Santa Sé, existem outras fórmulas de Orações Eucarísticas: Oração Eucarística V: Do Congresso Eucarístico de Manaus Oração Eucarística para diversas circunstâncias VI A: – A Igreja a Caminho da Unidade Oração Eucarística para diversas circunstâncias VI B: – Deus conduz sua Igreja pelo caminho da salvação. Oração Eucarística para diversas circunstâncias: VI C: – Jesus caminho para o Pai Oração Eucarística para diversas circunstâncias VI D: – Jesus que passa fazendo o bem Oração Eucarística VII: Sobre Reconciliação I Oração Eucarística VIII: Sobre Reconciliação II Oração Eucarística IX: Para Missa com crianças I Oração Eucarística X: Para Missa com crianças II Oração Eucarística XI: Para Missa com crianças III A Oração Eucarística é constituida de: Epiclese – Invocação do Espírito Santo sobre as oferendas, para que elas se transformem em Corpo e Sangue de Cristo; Narrativa da Instituição e a Consagração dos dons – "Ele tomou o pão, deu graças e o partiu..." Anamnese – Recordação e atualização do Sacrifício de Cristo na Cruz. Renovação do Mistério Pascal (Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus); Oblação – a Igreja se apresenta como Oferta viva a pede para que a sua entrega seja semelhante à entrega perfeita de Cristo; Intercessões – Súplica pela Igreja, pelo Papa, pelo Clero e por todos os fiéis e o Memento dos mortos. União da Igreja militante com a Igreja padecente e a Igreja triunfante; Doxologia – Glorificação: Por Cristo, Com Cristo e em Cristo... O Sacerdote apresenta o Cristo ao Pai pelo Espírito. Rito da Comunhão - O Senhor vem até nós Oração do Senhor (Pai Nosso): A Oração do Pai Nosso sempre foi tido como oração oportuna em preparação a Comunhão Eucarística. O Pai Nosso tem seu embolismo (acréscimo), que desenvolve a petição final: “livai-nos de todos os males”, acrescentando o pedido de paz: “Dai-nos hoje a vossa paz”. É por esse motivo, que não dizemos o “amém” no termino da oração durante o Santo Sacrifício da Missa. Rito da Paz: Sempre existiu o costume na Igreja de se dar o ósculo da paz antes da Comunhão. Não é mera formalidade, mas deve ser o sinal do apagamento de todas as tensões e dissensões que possam existir entre os irmãos. Fração do Pão: É o gesto que o Sacerdote parte o Pão Consagrado. Esse gesto expressa a nossa participação plena no Corpo do Senhor, pois embora sendo muitos, em Cristo, formamos um só corpo. Comistão: Representa a mistura de duas realidades. O Sacerdote mistura, mergulha um pedaço do Pão Consagrado dentro do Cálice. Cordeiro de Deus: É um canto que vem a ser uma homenagem de adoração e de humilde súplica àquele que está presente na espécie do Pão e do Vinho. Preparação espiritual e pessoal do Sacerdote para a Comunhão: O Sacerdote se prepara para receber a Comunhão. Nesse momento todos nós devemos nos unir a oração pessoal do Celebrante. Apresentação do Pão Eucarístico e convite à Comunhão: Somos felizes por sermos convidados a participar do Banquete das núpcias do Cordeiro Divino que deu a vida por amor de nós. Canto de Comunhão: Expressa a união dos fiéis na participação no Corpo de Cristo por meio do canto. Purificação dos Vasos Sagrados: É o momento em que o Sacerdote ou o Diácono purificam os Vasos onde foram colocados o Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Ação de Graças (Silêncio): A Instrução Geral ao Missal Romano nos ensina assim sobre o silêncio na Celebração Eucarística, principalmente após a Sagrada Comunhão:“Também se deve guardar, nos momentos próprios, o silêncio sagrado, como parte da celebração. A natureza deste silêncio depende do momento em que ele é observado no decurso da celebração. Assim, no ato penitencial e a seguir ao convite à oração, o silêncio destina-se ao recolhimento interior; a seguir às leituras ou à homilia, é para uma breve meditação sobre o que se ouviu; depois da Comunhão, favorece a oração interior de louvor e ação de graças. Terminada a distribuição da Comunhão, o sacerdote e os fiéis, conforme a oportunidade, oram alguns momentos em silêncio. Se se quiser, também pode ser cantado por toda a assembleia um salmo ou outro cântico de louvor ou um hino”. (IGMR nº 45 e 88) Oração pós Comunhão: Para completar a oração do povo de Deus e concluir todo o rito da Comunhão, o sacerdote diz a oração depois da Comunhão, na qual implora os frutos do mistério celebrado. RITOS FINAIS - DEUS NOS ENVIA Os Ritos Finais da Celebração da Santa Missa são compostos dos seguintes momentos: • Vivência ou Compromisso • Avisos O Celebrante ou algum leigo da comunidade anuncia algum evento ou informa algo de interesse à comunidade. Os avisos não devem ser prolongados, eles apenas devem informar a comunidade sobre os principais acontecimentos que irão ocorrer durante a semana na vida da paróquia. • Bênção Final (Solene ou Simples) e Despedida É hora da reflexão final. Tudo que sentimos e vivemos, será completado pela bênção final; pelas mãos do sacerdote, Deus nos abençoa. É preciso valorizar mais e receber com fé a bênção solene dada no final da Missa. E a Missa termina com a bênção. Ao deixarmos o interior da Igreja, a celebração deve continuar em cada momento de nosso dia a dia, pois Jesus não ficou no altar, mas está dentro de cada um de nós. Estamos fortalecidos e prontos para vivenciar a salvação. Olhando o mundo de nova maneira, acolhendo bem a todos os irmãos, praticando a caridade e fraternidade; principalmente com os excluídos deste mundo, os doentes, presos e marginalizados; com aqueles que não conhecem a Jesus, ensinando-os a conhecê-lo. Só agindo assim, a Santa Missa terá o verdadeiro sentido e nos fará caminhar e aproximar-nos cada vez mais da vida eterna junto à Santíssima Trindade. Fontes: http://www.santaluziagardenia.org.br