PARTES DA MISSA PREPARAÇÃO PARA A SANTA MISSA Deve-se chegar antes de começar e, de joelhos abrandar nosso espírito, acalmar nossa alma, clamar que o Espírito Santo venha em nosso socorro e nos encha com sua unção, para que nós recebamos todas as bênçãos que a Santa Missa possa nos oferecer. 1 Ritos Iniciais: 1.1 - Entrada do Celebrante: É o nosso encontro com Deus, marcado pelo próprio Cristo. Jesus é o orante máximo, que assume a Liturgia oficial da Igreja e conosco a oferece ao Pai. Ele é a cabeça e nós os membros desse corpo. Por isso nos incorporamos a Ele para que nossa vida tenha sentido e nossa oração seja eficaz. O padre assume a posição de Persona Christi. CURIOSIDADE: O beijo no altar é para Cristo. 1.2- Saudação: O padre dirige-se aos fiéis fazendo o sinal da cruz. Essa expressão "EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO", tem um sentido bíblico. Nome em sentido bÍblico quer dizer a própria pessoa. Isto é iniciamos a Missa colocando a nossa vida e toda a nossa ação nas mãos da Santíssima Trindade. 1.3- Ato Penitencial – Hora de reconhecer e nos arrependermos de nossas faltas, pedir perdão e, com o perdão receber as bênçãos de Deus. 1.4 - Hino de Louvor – Uma vez perdoados glorificamos a Santíssima Trindade com todo coração. Deve-se prestar atenção às palavras da oração do glória para realmente se louvar com toda nossa alma. IMPORTANTE: Há uma proibição explícita de se substituir o texto do Hino do GLÓRIA por outro, conforme n.53 da IGMR - INSTRUÇÃO GERAL DO MISSAL ROMANO que diz: “O Glória é um antiquíssimo e venerável hino com que a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. Não é permitido substituir o texto deste hino por outro”. 1.5- Oração Coleta: A palavra coleta quer dizer reunir, recolher, coletar. É daí que vem também o sentido da Oração “Coleta”. Ela quer reunir, numa só oração, todas as orações da Assembléia. Por isso, ela começa com o “Oremos”. É o convite do Presidente da Celebração para que todos os presentes se coloquem em oração. Esse “Oremos” é seguido de uma pausa, para que durante esse tempo de silêncio cada pessoa faça mentalmente a sua oração pessoal. Em seguida, o padre eleva as mãos e profere a oração, oficialmente, em nome de toda a Igreja. Nesse ato de levantar as mãos, o Presidente está assumindo e elevando a Deus todas as intenções dos fiéis. Tanto é que, no final da “Coleta”, todos respondem “Amém!” para dizer que aquela oração é também sua. 2 Liturgia da Palavra Primeira Leitura, Salmo Responsorial (nunca pode ser substituído por um cântico, a não ser que seja exatamente o salmo do dia conforme n.57 da IGMR). Segunda Leitura, Aclamação ao Evangelho, Proclamação do Evangelho, Homilia, Profissão de Fé e Oração da Comunidade. 3. Rito Sacramental (Liturgia Eucarística) A celebração eucarística é o supremo e mais belo ritual da Missa, reproduzindo com delicadeza o acontecimento central da Última Ceia, quando Jesus instituiu a Eucaristia. A Missa revive este momento com o Ofertório, a Oração Eucarística e a Comunhão. Os atos da Liturgia Eucarística são: 1- Preparação das Oferendas e oração sobre as oferendas (Ofertório) Jesus é a Vítima do Sacrifício que se vai realizar sobre o altar. Ali são preparados para o Sacrifício o pão e o vinho, que depois de consagrados se transformam no Corpo e no Sangue de Jesus. Durante a preparação os fiéis permanecem sentados. O celebrante vai para a frente do altar e recebe as ofertas trazidas em procissão. Entregues as oferendas, de novo de pé os fiéis atendem à convocação do celebrante (“Orai, irmãos e irmãs...”) e pedem a Deus que aceite o sacrifício que elas representam: “Receba o Senhor por tuas mãos (as mãos do celebrante) este sacrifício ...” O acólito derrama um pouco de água sobre os dedos do celebrante enquanto este diz em voz baixa a oração do Lavabo: “Lavai-me, Senhor, da minha iniquidade e purificai-me do meu pecado”. Em seguida, o celebrante toma as oferendas - pão e vinho - e as oferece a Deus (“Acolhei, ó Deus, as preces dos vossos fiéis...”). 2– Oração Eucarística: IMPORTANTE: A instrução Redemptionis Sacramentum, no capítulo 3 diz que: [n.51] Só se podem utilizar as Orações Eucarísticas que se encontram no Missal Romano ou aquelas que têm sido legitimamente aprovadas pela Sé apostólica, na forma e maneira que se determina na mesma aprovação. «Não se pode tolerar que alguns sacerdotes reivindiquem para si o direito de compor orações eucarísticas», nem modificar o texto aprovado pela Igreja, nem utilizar outras composições feitas por pessoas privadas. E também [n.52]: A proclamação da Oração Eucarística, que por sua natureza, é pois o cume de toda a celebração, é própria e exclusiva do sacerdote, em virtude de sua mesma ordenação. Por tanto, é um abuso fazer que algumas partes da Oração Eucarística sejam pronunciadas pelo diácono, por um ministro leigo, ou ainda por um só ou por todos os fiéis juntos. A Oração Eucarística, portanto, deve ser pronunciada em sua totalidade, tão somente pelo Sacerdote”. A Oração Eucarística, é o ritual central da Missa. É o momento em que Deus vai atender a súplica dos fiéis e santificar as oferendas transformando o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Jesus. O celebrante lembra que agora, mais do que nunca, o pensamento de todos deve estar voltado para o Senhor e por isso trava com os fiéis este diálogo: - O Senhor esteja convosco. - Ele está no meio de nós. - Corações ao alto. - O nosso coração está em Deus. - Demos graças ao Senhor, nosso Deus. - É nosso dever e nossa salvação. Prefácio O ritual prossegue com a recitação do Prefácio pelo celebrante. O Prefácio é um verdadeiro hino de ação de graças, um grito de alegria por havermos tido a suprema graça de ter Jesus, nosso Senhor e dom do Pai, que Se sacrificou para nos salvar. Em nome da assembléia, o celebrante glorifica a Deus e Lhe rende graças por toda a obra da salvação. De certa forma, o Prefácio anuncia o conteúdo da Oração Eucarística. Santo - O que vale para o GLÓRIA e o CORDEIRO DE DEUS, vale “a fortiori” (com muito mais forte razão) para o Santo. O Sanctus faz parte integrante da Oração Eucarística. Constitui grande doxologia (oração de louvor a Deus), que abre o "Santo dos Santos" da Oração Eucarística. No Santo existem ao menos três elementos fundamentais a serem considerados: 1º - A santidade de Deus, o Deus transcendente (está acima da criação): Santo, Santo, Santo, 3 vezes - Pai, Filho e Espírito Santo, 3 pessoas em um só Deus. 2º - A majestade de Deus, bem como sua glória manifestada na criação: “Pleni sunt caeli et terra gloria tua” - O céu e a terra estão cheios da vossa glória. Seria esta a tradução mais autêntica do texto original latino. A nossa tradução “O céu e a terra proclamam a vossa gloria”, aceita e aprovada no convênio com Portugal, certamente enfraquece um pouco o sentido do original, onde se realça a ação de Deus e não tanto a resposta da criação. 3º - A imanência de Deus (ação de Deus sobre a criação). Por isso “Bendito o que vem em nome do Senhor”. É a teofania, a manifestação de Deus no mistério de Encarnação do Filho, Jesus Cristo. Não há, pois, lugar para traduções adaptadas, muito menos introduzindo o termo Javé para Deus. A Linha 4 da Liturgia da CNBB pede que, por respeito aos judeus que não pronunciam esta palavra, não se use esse nome para Deus na Liturgia. Consagração - Transubstanciação Os fiéis se ajoelham, o celebrante estende as mãos sobre o pão e o vinho e pede ao Espírito Santo que os transforme no Corpo e no Sangue de Jesus (“Santificai, pois, estas oferendas...”). Acontece a transubstanciação. Pão e vinho adquirem as propriedades do Corpo e do Sangue de Jesus. O momento da Consagração é descritivo da Última Ceia. O celebrante relembra e repete os mesmos gestos de Jesus, obedecendo à Sua ordem (“Fazei isto em memória de mim”). IMPORTANTE: Quando o sacerdote eleva o corpo e o sangue de Jesus se chama Elevação e não Consagração. Tanto que ele diz: Este é o Meu corpo que será entregue por vós... A Eucaristia é o Sacramento da presença de Jesus ressuscitado. A assembléia reconhece isso dizendo “Toda vez que comemos deste pão e bebemos deste cálice anunciamos, Senhor, a Vossa morte e proclamamos a Vossa ressurreição”. O celebrante ainda ora pela Igreja Católica e pelas necessidades dela e termina esta parte, elevando o Corpo e o Sangue num gesto de oferenda, com uma oração que resume todo o louvor da Oração Eucarística: "Por Cristo, com Cristo, em Cristo, toda honra e toda glória...". Esta oração é exclusiva do sacerdote (confor. N.151 da IGMR). A assembléia apenas aclama respondendo “Amém”. 3- Rito da Comunhão Pai Nosso - Através desta oração, os membros da grande família presente à celebração reconhecem novamente a Deus como Pai e suplicam a graça de poderem viver como verdadeiros filhos e amarem-se como verdadeiros irmãos em Cristo. Abraço da Paz - Paz é fruto da justiça. Paz é fruto da igualdade. Paz é tão necessária quanto o ar que respiramos. Quando quis dar aos Apóstolos o melhor de Si, Jesus lhes disse “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”. Fração do Pão - O celebrante se prepara para distribuir os alimentos consagrados. Parte a grande hóstia sobre a patena e coloca uma parte no cálice com o Sangue de Cristo. A fração do pão significa que todos os fiéis vão participar no mesmo Alimento e o gesto de colocar parte da hóstia no cálice simboliza a união do Corpo e do Sangue: uma vez consagrados, o pão e o vinho formam uma unidade, o Corpo vivo de Cristo, e representam o mistério da ressurreição. Agnus Dei - Antes de receber a comunhão, entretanto, os fiéis fazem ainda uma última confissão de humildade na oração do Agnus Dei (“Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo...”). Comunhão - Alimento da salvação, o Corpo, o Sangue, a Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ao receber a comunhão o fiel responde “Amém”, confirmando sua fé em Cristo presente na Eucaristia. 4- Ritos finais - A missa se encerra com a Bênção Final, um Canto Final e a exortação da Despedida. Todos de pé, o celebrante ergue a mão e marca os fiéis com o sinal da cruz pedindo para eles a bênção do Pai,do Filho e do Espírito Santo e diz vão em paz e que o senhor vos acompanhe. REFERÊNCIAS Congregação para o culto divino e a disciplina dos sacramentos - Instrução Redemptionis Sacramentum IGMR – Instrução geral do Missal Romano.