Sumário Nesta última década assistiu-se a uma proliferação enorme de aparelhos electrónicos portáteis, tais como: brinquedos, jogos, relógios, lanternas, ferramentas eléctricas, agendas electrónicas, “walk-talks”, máquinas de barbear, câmaras fotográficas, câmaras de filmar, telemóveis, computadores, aparelhos de som, equipamentos médicos etc. Ao mesmo tempo, aumentou muito a procura por pilhas e baterias cada vez menores, mais leves e de melhor desempenho para utilizar nos referidos aparelhos. Com este trabalho, pretende-se estudar e entender um ramo da Química - a electroquímica, como resultado da tendência das substâncias em receber ou doar electrões, formando iões e culminando na criação de corrente eléctrica e dar a conhecer de forma simples qual o funcionamento das pilhas e baterias. De seguida, pretendemos abordar de forma mais exaustiva um estudo da pilha electroquímica, da pilha de combustível e um estudo da viabilidade da reciclagem das pilhas a nível ambiental. Para finalizar, realizamos duas actividades experimentais de forma a estudar os fenómenos envolvidos em cada uma das pilhas e verificar qual delas deveria ser utilizada no nosso dia – a – dia. Pág. 1 Capítulo I – Pilhas Electroquímicas: história e funcionamento A tendência que as substâncias têm de perder ou doar electrões, visando o equilíbrio, gera um tema de estudo na química, conhecido como Electroquímica. Reacções de oxidação - redução tanto podem gerar corrente eléctrica, como serem iniciadas por uma corrente eléctrica. Esta última recebe o nome especial de electrólise, e a primeira é responsável pelos dispositivos conhecidos como pilhas, baterias e acumuladores. Pilha galvânica ou pilha voltaica é um dispositivo que utiliza reacções de oxidação redução para converter energia química em energia eléctrica. A reacção química utilizada será sempre espontânea. Neste dispositivo, há dois eléctrodos que são constituídos, geralmente, por metais diferentes. Estes eléctrodos são postos em dois compartimentos separados, imersos num meio contendo iões em concentrações conhecidas e separados por uma placa. Os dois eléctrodos são ligados a um circuito eléctrico, localizado fora da célula, denominado circuito externo, garantindo o fluxo de electrões entre os eléctrodos. As pilhas não devem ser confundidas com as baterias. Enquanto a primeira apenas converte energia química a eléctrica, a segunda faz a interconversão entre energia química e eléctrica. É importante saber que na pilha, os electrões fluem do ânodo para o cátodo, sendo que o sentido da corrente eléctrica, frequentemente utilizado na Física, se dá do cátodo para o ânodo. Foi no século XVII que Otto Von Guericke inventou a primeira máquina para produzir electricidade. Luigi Aloisio Galvani na segunda metade do século XVIII começou a pesquisar a aplicação terapêutica da electricidade e os seus trabalhos influenciaram Alessandro Volta, que após muitas pesquisas desenvolveu um dispositivo que pode ser formado por prata e zinco; prata e chumbo; prata e estanho; cobre e estanho; ou ainda por prata e cobre. Cada par metálico era separado por um disco de material poroso embebido numa solução de sal (o disco inferior era sempre de prata e o superior de zinco) e essas placas terminais eram ligadas por fios metálicos para conduzir a electricidade produzida. Davy em 1812 produziu um arco voltaico usando eléctrodos de carvão ligados a uma bateria de vários elementos. As pilhas eléctricas foram idealizadas por Alessandro Volta em 1800. A chamada pilha de Volta consta de uma sobreposição de discos de cobre e zinco, soldados dois a dois e dispostos na mesma ordem, ficando cada par separado do outro por uma rodela de pano ou de cartão embebida em água acidulada. Volta notou uma diferença de potencial que dava origem a fenómenos electroquímicos, entre as placas da base e as do alto. Este foi o ponto de Pág. 2 partida para a construção das pilhas eléctricas. A pilha é, então, um gerador químico, e, entre os vários tipos de pilhas, destacam-se as pilhas secas e húmidas. Em 1836, John Frederic Daniell criou um tipo de pilha usando zinco e cobre metálicos e soluções de sulfato de cobre e de zinco. Esta pilha foi rapidamente incorporada pelos Ingleses e Americanos em seus sistemas telegráficos. A Pilha de Daniell, como é conhecida, é um experimento clássico e fácil de se realizar, e que ilustra com propriedade os fenómenos eléctricos de uma reacção de oxidação-redução com formação de iões. A pilha de Daniell, figura 1, é construída usando-se um eléctrodo de zinco metálico, que é colocado em uma solução de sulfato de zinco, e um eléctrodo de cobre metálico, que é colocado em uma solução de sulfato de cobre. As duas soluções são postas em contacto através de uma superfície porosa, de modo a não se misturarem, mas permitindo que os iões possam atravessá-la (figura 2). Em alternativa à superfície porosa, pode-se usar uma ponte salina, um tubo contendo no seu interior um material poroso embebido numa solução salina, tipo NaCl, interligando as soluções de sulfato de cobre e de zinco (figura 3). Figura 1: Foto de Pilha de Daniell. Pág. 3 ZnCu+ H2O + ZnSO4 H2O + CuSO4 Figura 2: Pilha de Daniell, versão vaso poroso. NaCl + H2O Cu + Zn- Figura 3: Pilha de Daniell, versão ponte salina. H2O + CuSO4 H2O + ZnSO4 Os dois eléctrodos são ligados através de fios a um voltímetro ou outro equipamento, que medirá a diferença de potencial gerada pela pilha. A reacção envolvida nesta pilha pode ser ilustrada pelas seguintes equações: Zn + CuSO4 ZnSO4 + Cu Zn Zn2+ + 2eZn + Cu2+ Zn2+ + Cu (1) e Cu2+ + 2e- Cu (2) (3) Pág. 4 A equação (1) representa a reacção global do que está a ocorrer nas soluções e metais. O zinco metálico reage com o sulfato de cobre, produzindo sulfato de zinco e cobre metálico. A equação (2) mostra que isso decorre da oxidação do zinco, que perde 2 electrões e transforma-se num ião. Estes electrões são transferidos pelo fio condutor até ao eléctrodo de cobre, que está apto a receber estes electrões. Iões livres Cu2+ na solução são, então, atraídos para o eléctrodo de cobre. Estes iões são reduzidos, transformando-se em Cu e depositandose sobre a superfície do eléctrodo. Os iões positivos Zn2+ criados pelo eléctrodo de zinco transferem-se para a solução de sulfato de zinco. Para cada átomo de cobre que se deposita sobre o eléctrodo de cobre, um átomo de zinco passa para a solução, doando dois electrões para o eléctrodo de zinco. A equação (3) representa a dissolução de átomos de zinco para sua forma iónica, o que corresponde ao depósito de iões de cobre na sua forma metálica. Os electrões fornecidos pelos átomos de zinco passam pelo fio de interligação, fornecendo corrente ao dispositivo a ele ligado. Se não houvesse contacto entre as duas soluções (chamadas de electrólitos), através da ponte salina, com o tempo, iões Zn2+ vindos do eléctrodo de zinco, provocavam um aumento da concentração de sulfato de zinco, enquanto que paralelamente haverá redução de concentração na solução de sulfato de cobre, por perda de iões Cu2+. Isso provocará diminuição gradual da corrente eléctrica, até que a reacção cesse e pilha é considerada esgotada. Os iões Zn2+ acabarão por finalmente alcançar o eléctrodo de cobre, envolvendo-o e bloqueando qualquer movimento de iões Cu2+, polarizando este eléctrodo. Assim, a ponte salina irá estabelecer um equilíbrio de cargas nas soluções aquosas, pois no electrólito onde fique um excesso de iões positivos deslocar-se-ão da ponte salina os iões negativos e no electrólito onde existe uma deficiência de iões positivos deslocar-se-ão os iões positivos presentes na ponte salina. Em suma, a pilha ou célula eletroquímica é um dispositivo que transforma energia química em energia eléctrica. Uma reacção de oxidação-redução é estabelecida, estando o oxidante e redutor separados em compartimentos diferentes, de modo que o redutor seja obrigado a ceder seus electrões através de um fio ou circuito externo. Uma bateria como a usada em motos e automóveis é constituída de um conjunto de pares de placas de materiais diferentes, imersos numa solução de ácido sulfúrico (H2SO4), ligadas em Pág. 5 série, intercalando placas positivas (eléctrodos positivos) e placas negativas (eléctrodos negativos). O ácido sulfúrico diluído na água está dissociado em iões hidrogénio (H+) e iões sulfato (SO4 2-). Esses iões reagem com os dois eléctrodos e provocam o aparecimento de excesso de electrões em um deles e falta no outro. O eléctrodo negativo é constituído de chumbo e de uma camada externa de sulfato de chumbo mais electrões. O eléctrodo positivo é formado de peróxido de chumbo e de uma camada externa de iões positivos de chumbo. Assim, quer a bateria quer a pilha são fontes de corrente contínua. Pág. 6 Capitulo 2 - Reciclagem Com a era dos equipamentos electrónicos surgiu um novo problema: o que fazer com pilhas e baterias usadas? Dado que algumas das pilhas e baterias disponíveis no mercado usam materiais tóxicos, muitos países, inclusive Portugal, têm - se preocupado com os riscos à saúde humana e ao meio ambiente que estes sistemas electroquímicos apresentam. Muitas das pilhas e baterias que utilizamos contêm metais pesados e produtos químicos que, se libertam na natureza, contaminam o solo e o lençol freático. Além disso, fazem um mal tremendo à saúde, causando desde enfraquecimento ósseo, perda de olfato, visão e audição até danos no cérebro, rins e pulmões. Devido a pressões políticas e novas legislações ambientais, que regulamentaram a destinação de pilhas e baterias em diversos países, alguns processos foram desenvolvidos visando a reciclagem desses produtos. Para promover a reciclagem de pilhas e baterias é necessário, inicialmente, o conhecimento de sua composição. Infelizmente, não há uma correlação entre o tamanho ou formato das pilhas e baterias e a sua composição. Em diferentes laboratórios têm sido realizadas pesquisas para desenvolver novos processos de reciclagem de pilhas e baterias usadas ou, em alguns casos, tratá-las para uma disposição segura. Uma maneira de reduzir o impacto ambiental do uso de pilhas e baterias é a substituição de produtos antigos por novos que propiciem um maior tempo de uso, como por exemplo o uso de pilhas alcalinas ou de baterias recarregáveis no lugar de pilhas comuns. Também pode-se eliminar ou diminuir a quantidade de metais pesados na constituição das pilhas e baterias. Vantagens A reciclagem tem essencialmente duas vantagens: - A primeira tem que ver com o facto de só se poder reciclar aquilo que é recolhido selectivamente. Logo, ao incentivar-se a recolha selectiva estamos a diminuir significativamente o risco de deposição descontrolada das pilhas e acumuladores usados, e a prevenir a possível poluição que daí pode advir. - A segunda vantagem é a da sustentabilidade. Reciclar significa recapturar materiais (no caso das pilhas, Manganês, Zinco, Aço e Carbono), que voltam a ser usados em processos produtivos, sem que seja necessário retirá-los da natureza (diminuindo por exemplo a Pág. 7 necessidade de recorrer à exploração mineira para a obtenção dos mesmos). Na prática, reciclar significa não gastar tão depressa as reservas daquilo que é para nós precioso. Processos de Reciclagem Os processos de reciclagem de pilhas e baterias podem seguir três linhas distintas: a baseada em operações de tratamento de minérios, a hidrometalúrgica ou a pirometalúrgica. Algumas vezes estes processos são específicos para reciclagem de pilhas, outras vezes as pilhas são recicladas juntamente com outros tipos de materiais. As baterias de Ni-Cd muitas vezes são recuperadas separadamente das outras devido a dois factores importantes, um é a presença do cádmio, que promove algumas dificuldades na recuperação do mercúrio e do zinco por destilação; o outro é dificuldade de se separar o ferro e o níquel. Assim como no caso geral de pilhas e baterias, existem dois métodos estudados para a reciclagem desse tipo de bateria, um seguindo a rota pirometalúrgica e outro seguindo a rota hidrometalúrgica. Até o momento não foi possível o desenvolvimento de um processo economicamente viável utilizando a rota hidrometalúrgica. Assim, os processos de reciclagem actualmente empregados são baseados na rota pirometalúrgica de destilação do cádmio. Impactos Ambientais e à Saúde Humana As pilhas e baterias são as prejudiciais ao meio ambiente e à saúde dos seres humanos. A necessidade de devolvê-las aos fabricantes para um destino adequado é essencial. Vejamos alguns dos principais problemas de cada um desses materiais: Chumbo - é prejudicial ao cérebro e ao sistema nervoso, pode afectar o sistema circulatório, rins, sistema digestivo e reprodutor, eleva a pressão arterial, agente cancerígeno acarretando mutação genética. É altamente tóxico. Cádmio - é um agente cancerígeno, provoca mutações genéticas nas células alterando sua função e pode causar danos ao sistema reprodutivo. Pág. 8 Cromo - causa dermatites, úlceras cutâneas, inflamação nasal, câncer de pulmão e perfuração do septo nasal. Mercúrio - pode provocar efeitos prejudiciais na pele e mucosas, náuseas violentas, vómito, dor abdominal, diarreia com sangue, danos aos rins e até morte. Em outros casos, a intoxicação pode ser crónica com sintomas como tremores, vertigens, irritabilidade e depressão, associados à salivação, estomatite e diarreia, falta de coordenação motora, perda de visão e audição e deterioração de células nervosas. Zinco – Em grandes quantidades, há sintomas como sensações como paladar adocicado e secura na garganta, tosse, fraqueza, dor generalizada, arrepios, febre, náusea e vómitos. Níquel – apesar de um elemento importante para o desenvolvimento humano, mas em doses elevadas pode causar irritação gastrointestinal, náuseas, vómitos, diminuição de apite, vertigens, dor de cabeça, palpitação e asma. Dos constituintes das pilhas aqueles que apresentam maiores problemas para o ambiente, principalmente pelo seu elevado tempo de permanência, são os metais pesados, ou seja, os elementos com elevados números atómicos que formam sulfuretos insolúveis, ou, mais claramente, que se combinam facilmente com doadores de electrões tais como o enxofre ou o sódio. Quando as pilhas são expulsas no solo e ao longo do tempo se vão deteriorando, os seus componentes espalham-se e infiltram-se provocando a contaminação dos solos e podendo mesmo atingir os lençóis freáticos. O tempo de permanência dos metais pesados no solo é elevadíssimo, dando-se ao longo de muitos anos a incorporação na cadeia alimentar com consequências, por exemplo, ao nível da toxicidade dos metais. Particularmente, no processo de compostagem, a presença das pilhas reduz significativamente a qualidade do adubo orgânico, podendo inclusivamente inviabilizar a sua utilização para a agricultura devido ao excesso dos metais pesados. Aquando da deposição na água, dá-se a absorção dos metais pelos sedimentos de matéria orgânica e da argila presentes na água. Este meio torna-se então equivalente ao solo em termos de tempo de permanência. Os metais decompõem-se em tóxicos bioacumulativos com incorporação na cadeia alimentar (moluscos, peixes,…). Pág. 9 O Papel de cada um de nós O cidadão desempenha um papel fulcral no sucesso de todo sistema ao depositar as suas pilhas e acumuladores usados, nos canais disponíveis de recolha selectiva, que são: Os Pilhões colocados pelas Autarquias, nos seus Ecopontos e Ecocentros Nos Pilhões disponíveis nos Hiper e Supermercados, Retalhistas e outras Entidades (Ecoparceiros). Pág. 10 Capitulo 3 - Pilha de combustível 3.1. Definição/constituição e funcionamento duma célula de combustível Uma célula de combustível pode ser definida como um dispositivo electroquímico que transforma continuamente a energia química em energia eléctrica (e algum calor) desde que lhe seja fornecido o combustível e o oxidante, através dum processo que envolve essencialmente um sistema eléctrodo/electrólito. O combustível é o hidrogénio ou um composto que o tenha na sua constituição e o oxidante é o oxigénio. O hidrogénio utilizado no processo pode ser obtido de várias fontes: electrólise da água, gás natural, propano, metanol, ou outros derivados do petróleo como qualquer hidrocarboneto. Relativamente ao oxigénio é retirado do ar, podendo também ser obtido a partir da electrólise da água. Uma célula de combustível pode converter mais do que 90% da energia em energia eléctrica e calor. Como funcionam? Todas as células de combustível são constituídas por dois eléctrodos, um positivo e outro negativo, designados por, cátodo e ânodo, respectivamente. Para além disso, todas as células têm um electrólito, que tem a função de transportar os iões criados no ânodo, ou no cátodo, para o eléctrodo contrário, e um catalisador, que acelera as reacções nos eléctrodos. Pág. 11 Como exemplo, utilizando o hidrogénio como combustível e o oxigénio como oxidante, as reacções no ânodo e cátodo na célula de combustível são as seguintes, respectivamente: Ânodo: H2(g) 2 H+(aq) + 2 eCátodo: 1/2 O2(g) + 2 H+(aq) + 2 e- H2O(g) O hidrogénio (combustível) é alimentado no ânodo da célula de combustível, onde é oxidado no catalisador de platina, havendo a produção de dois electrões e dois protões hidrogénio, H+. De seguida, os electrões produzidos pela reacção de oxidação do hidrogénio são transportados através de um circuito eléctrico e utilizados para produzirem trabalho. Por sua vez, os protões produzidos na reacção anódica são transportados do ânodo para o cátodo, através do electrólito. No cátodo, o oxigénio é alimentado e reage com os protões transportados através do electrólito e com os electrões provenientes do circuito eléctrico. O produto final da reacção que ocorre no cátodo é o vapor de água. Noutro tipo de células de combustível, o oxigénio é reduzido pelos electrões do circuito eléctrico no cátodo e, de seguida, o seu ião transfere-se através do electrólito para o ânodo, onde se combina com os iões hidrogénio. A selecção do electrólito é de extrema importância, visto que este deve permitir somente a transferência de iões do ânodo para o cátodo, ou vice-versa. Se os electrões ou Pág. 12 outras substâncias se transferirem através do electrólito do ânodo para o cátodo, ou viceversa, o desempenho global da célula de combustível fica seriamente afectado. Por sua vez, de maneira a obter-se um funcionamento o mais eficiente possível de uma célula de combustível, os eléctrodos devem ter elevadas áreas de contacto e o electrólito deve ter uma espessura reduzida. Na prática, cada uma das células de combustível pode produzir uma diferença de potencial inferior ou igual a 1 V. Isto significa que para se obterem níveis úteis de potência eléctrica têm de se associar diversas células de combustível em série (pilha). Deste modo, um sistema de células de combustível apresenta a vantagem de ser modular e, por isso, tem a possibilidade de ser construído para uma ampla gama de potências eléctricas, podendo ir dos mWatts até aos Mwatts. As células de combustível são interligadas entre si por pratos bipolares. Estes pratos devem ser bons condutores de electricidade, e ter canais ao longo da sua superfície, de maneira a possibilitar o escoamento do combustível no ânodo e do ar ou oxigénio no cátodo. Ao mesmo tempo, estes devem permitir um bom contacto eléctrico com os eléctrodos, ser o menos espesso possível e de fabrico barato. Um requisito adicional é o de evitar as fugas de reagentes. O desenho e o fabrico das conexões entre as células de combustível é de extrema importância para o sistema, e contribui em grande parte para o custo da pilha. 3.2. Tipos de células de combustível De maneira a responder aos diversos desafios técnicos, os investigadores desenvolveram diferentes tipos de células de combustível. Os diferentes tipos de células de combustível são os seguintes: o Células de combustível com membrana de permuta protónica (CCMPP). o Células de combustível alcalinas (CCA). o Células de combustível ácido fosfóricas (CCAF). Pág. 13 o Células de combustível de carbonato fundido (CCCF). o Células de combustível de óxido sólido (CCOS). 3.2.1. Células de combustível com membrana de permuta protónica (CCMPP) Vantagens: Funcionamento simples; O único líquido na célula é a água pelo que os problemas de corrosão são mínimos. Podem funcionar com combustíveis alternativos (desde que estes sejam previamente convertidos em hidrogénio, como por exemplo, metanol, etanol, metano, propano, etc.) O uso de catalisadores e eléctrodos sofisticados aumenta a velocidade das reacções. Desvantagens: Funciona para temperaturas inferiores a 100º C. As velocidades de reacção são reduzidas. O electrólito nesta célula é uma membrana de permuta iónica (polímero ácido sulfónico fluorizado ou outro polímero similar) que é boa condutora de protões do ânodo para o cátodo. O combustível utilizado é o hidrogénio com elevado grau de pureza. A presença da água líquida na célula é de extrema importância porque a membrana de permuta protónica deve ser hidratada durante o funcionamento da célula de combustível. Pág. 14 O catalisador utilizado é a platina, e não são precisas grandes quantidades sendo o custo da platina pouco significativo no preço total da CCMPP. Reacções CCMPP Reacções CCDM Ânodo: H2(g) 2 H (aq) + 2 e + Ânodo: CH3OH(aq) + H2O(l) CO2(g) + 6 e- + - Cátodo: 1/2 O2(g) + 2 H (aq) + 2 e H2O(l) + 6 H+(aq) - Cátodo: 6 H+(aq) + 6 e- + 3/2 O2(g) 3 H2O(l) 3.2.2. Células de combustível alcalinas (CCA) O electrólito usado é uma solução concentrada de KOH para temperaturas elevadas (≈250 ºC) e menos concentrada para temperaturas inferiores (< 120 ºC). Vantagens: Funciona num grande intervalo de temperaturas. O uso de eléctrodos porosos, como a platina, com a utilização de pressões elevadas supera o problema das reacções lentas. Possibilidade da utilização de metais não nobres. O electrólito apresenta custos reduzidos. Pág. 15 Desvantagens: Os electrólitos alcalinos (como NaOH e KOH) dissolvem o CO2 e diminuem a circulação do electrólito na célula, tornando o funcionamento desta mais complexo Reacções CCA Ânodo: H2(g) + 2 OH-(aq) 2 H2O(l) + 2 eCátodo: 1/2 O2(g) + H2O(l) + 2 e- 2 OH-(aq) 3.2.3. Células de combustível ácido fosfóricas (CCAF) Vantagens: Simplicidade de funcionamento. Disponibilizam um sistema de produção de energia eléctrica seguro e que envolve baixos custos de manutenção. Longa durabilidade. O ácido fosfórico é mais estável, comparado com outros ácidos. Pode produzir energia eléctrica a temperaturas elevadas (220 ºC). A utilização do ácido fosfórico, sendo concentrado, minimiza a pressão de vapor da água, facilitando a gestão da água na célula. Desvantagens: Funciona num reduzido intervalo de temperaturas (para temperaturas baixas, o ácido fosfórico é um mau condutor iónico e aumenta a toxicidade da platina). Pág. 16 Apesar do problema do armazenamento de hidrogénio poder ser resolvido pela transformação de metano em hidrogénio e dióxido de carbono, o equipamento necessário para o realizar tem um custo elevado, é mais complexo, e de maior tamanho. As células de combustível de ácido fosfóricas (CCAF) foram as primeiras a ser produzidas comercialmente e apresentam uma grande aplicação a nível mundial. Neste tipo de células de combustível, o electrólito utilizado é o ácido fosfórico a ≈100. O suporte utilizado universalmente para o ácido é o carboneto de silicone e o electrocatalisador utilizado no ânodo e cátodo é a platina. Reacções CCAF Ânodo: H2(g) 2 H+(aq) + 2 eCátodo: 1/2 O2(g) + 2 H+(aq) + 2 e- H2O(l) 3.2.4. Células de combustível de carbonato fundido (CCCF) A célula de combustível de carbonato fundido (CCCF) utiliza como electrólito uma combinação de carbonatos alcalinos (Na, K, Li). Este tipo de células de combustível funciona a temperaturas entre 600 e 700 ºC, para as quais os carbonatos alcalinos formam um sal bom condutor de iões (ião carbonato). Para temperaturas elevadas pode-se utilizar o níquel como catalisador no ânodo e óxido de níquel no cátodo, não sendo necessária a utilização de metais nobres. Devido às temperaturas Pág. 17 elevadas de operação, neste tipo de sistema pode utilizar-se directamente gás natural, no entanto, esta simplicidade é contraposta pela natureza do electrólito, uma mistura quente e corrosiva de lítio, potássio e carbonatos de sódio. Reacções CCCF Ânodo: H2(g) + CO32- H2O(g) + CO2(g) + 2 eCátodo: 1/2 O2(g) + CO2(g) + 2 e- CO32- 3.2.5. Células de combustível de óxido sólido (CCOS) Vantagens: Funcionam a temperaturas elevadas, o que proporciona grandes velocidades de reacção sem a utilização de catalisadores nobres. O metano pode ser utilizado directamente, não sendo necessário sofrer nenhuma transformação. Desvantagens: Os materiais cerâmicos que constituem estas células trazem dificuldades adicionais na sua utilização, envolvendo custos de fabrico elevados e sendo necessários muitos equipamentos extra para que a célula produza energia eléctrica. Pág. 18 O electrólito utilizado neste tipo de célula é um metal óxido, sólido e não poroso, usualmente X2O3. Apesar de funcionar a temperaturas superiores a 1000 ºC, o electrólito da CCOS mantém-se permanentemente no estado sólido. Tipicamente o ânodo é Co-ZrO2 ou Ni-ZrO2 e o cátodo é Sr-LaMnO3. Reacções CCOS Ânodo: H2(g) + O2- H2O(l) + 2 eCátodo: 1/2 O2(g) + 2 e- O2- 3.3. Vantagens e desvantagens? As vantagens das células de combustível são: o Podem converter mais do que 90% da energia contida num combustível em energia eléctrica e calor. o As centrais de produção de energia através de células de combustível podem ser implementadas junto dos pontos de fornecimento, permitindo a redução dos custos de transporte e de perdas energéticas nas redes de distribuição. o Além de produzirem electricidade, produzem igualmente vapor de água quente. o Devido ao facto de não possuírem partes móveis, apresentam maiores níveis de confiança comparativamente com os motores de combustão interna e turbinas de combustão. o A substituição das centrais termoeléctricas convencionais que produzem electricidade a partir de combustíveis fósseis por células de combustível melhorará a qualidade do ar e reduzirá o consumo de água e a descarga de água residual. o As centrais eléctricas de células de combustível são muito menos poluentes do que o limite permitido pelas normas ambientais mais restritas. Para além disso, as células de combustível produzem um nível muito inferior de dióxido de carbono. o Produzem muito menos ruído do que os sistemas convencionais de energia. o Podem ser desenvolvidas para funcionarem a partir de gás natural, gasolina ou outros combustíveis fáceis de obter e transportar (disponíveis a baixo custo). o Apresentam um elevado potencial de desenvolvimento. As desvantagens são: o Ser necessário utilizar metais nobres como, por exemplo, a platina que é um dos metais mais caros e raros. Pág. 19 o O elevado custo actual em comparação com as fontes de energia convencionais. o A elevada pureza que a corrente de alimentação de hidrogénio deve ter para não contaminar o catalisador. o Os problemas e os custos associados ao transporte e distribuição de novos combustíveis como, por exemplo, o hidrogénio. 3.4. Aplicações As aplicações mais importantes para as células de combustível são as centrais de produção de electricidade estacionárias e de distribuição, veículos eléctricos motorizados e equipamentos eléctricos portáteis. I. Centrais eléctricas estacionária Uma das características das células de combustível é o facto do tamanho exercer praticamente nenhuma influência sobre a eficiência. Isto significa que podem ser desenvolvidas centrais de produção eléctrica pequenas, com elevadas custos eficiências, excessivos evitando os envolvidos no desenvolvimento da centrais eléctricas convencionais. Como resultado deste facto, inicialmente, as centrais eléctricas com células de combustível foram desenvolvidas para produzirem potências na gama dos kW até aos MW. Assim que estas unidades sejam comercializadas e a diminuição dos preços seja alcançada, as células de combustível podem passar a ser utilizadas em centrais estacionárias de produção de electricidade devido à sua elevada eficiência. Um exemplo prático pode ser uma central eléctrica a células de combustível produzida pela empresa UTC (ver figura). Esta central está instalada numa cervejeira japonesa e produz energia eléctrica a partir de gases residuais do processo de fermentação. A potência máxima que produz é de 200 kW. Pág. 20 II. Centrais eléctricas de distribuição As centrais eléctricas de distribuição com células de combustível são sistemas pequenos e modulares que apresentam a possibilidade de serem implementadas nas proximidades do ponto de utilização. O sistema típico produz uma potência eléctrica inferior a 30 MW, envolvendo emissões de poluentes consideradas desprezáveis, comparativamente com os sistemas tradicionais de combustão. Sendo uma tecnologia recente, nos momentos iniciais de desenvolvimento esta envolvia custos elevados. No entanto, na actualidade os custos envolvidos são cada vez menores devido ao crescente aumento da capacidade de produção. Aliás, para este tipo de sistemas, os custos são praticamente insensíveis em relação ao tamanho. Isto torna-os ideais para uma grande diversidade de aplicações onde podem ser utilizados para terem conformidade com as necessidades do consumidor. Os sistemas de células de combustível apresentam também a vantagem de emitirem baixos níveis de ruído. Esta qualidade possibilita a sua colocação junto dos pontos de consumo de energia eléctrica. Estes sistema apresentam igualmente eficiências superiores comparativamente com outros sistemas convencionais. A eficiência pode ainda ser aumentada com a utilização de um sistema de aproveitamento do calor libertado pela água residual produzida. Desta forma, pode utilizar-se um sistema combinado de produção de calor e de potência eléctrica. A primeira geração de células de combustível de ácido fosfórico já foram comercializadas com um sucesso relativo. No presente estão a realizar-se diversos esforços de investigação para desenvolverem-se novos materiais cerâmicos e melhorar diferentes técnicas de fabrico de maneira a reduzir os custos de produção. Na actualidade, a empresa H Power comercializa a unidade estacionária RCU 1-10 kW AC (ver figura). Este sistema de produção de energia eléctrica utiliza células de combustível com membrana de permuta protónica (CCMPP). Os combustíveis utilizados podem ser o gás natural e o propano. Esta unidade é capaz de produzir uma potência eléctrica na gama dos 3 a 10 kW. A unidade dispõe de um modulo adicional de recuperação de calor de maneira a produzir água quente para sistemas de aquecimento central. Pág. 21 III. Veículos eléctricos motorizados Nos últimos anos da década de 1980 passou a existir um interesse crescente no desenvolvimento de células de combustível para utilização em veículos motorizados ligeiros e pesados. O principal interesse deste desenvolvimento é a necessidade de meios de transporte menos poluentes e eficientes. Um veículo motorizado que utilize o hidrogénio como combustível não emite qualquer poluente para a atmosfera. Com outros combustíveis, o sistema de células de combustível utiliza um processador para converter esses mesmos combustíveis em hidrogénio, possibilitando um poder de tracção eléctrico eficiente e com uma emissão praticamente desprezável de gases associados às chuvas ácidas e efeito de estufa. Para além dos aspectos citados anteriormente, os veículos que utilizam células de combustível apresentam disponibilizarem as electricidade vantagens extra de para componentes do automóvel e de envolverem baixos custos de manutenção devido ao facto de terem poucas partes em movimento. A investigação e o desenvolvimento da tecnologia das células de combustível aplicada aos veículos motorizados é financiada pelo governos do Norte da América, Europa e Japão, assim como, pelas principais construtoras mundiais de automóveis. Recentemente, a maior actividade no desenvolvimento de células de combustível para meios de transporte foi focada nas células de combustível com membrana de permuta protónica (CCMPP). Em 1993, a empresa Ballard Power Systems apresentou um autocarro com 10 metros de comprimento com um sistema de 120 kW, seguido de um sistema de 200 kW, com 12 metros, em 1995. Estes autocarros utilizam o hidrogénio como combustível (veículos com emissões zero). Pág. 22 Em colaboração com a Ballard, a Daimler-Chrysler construiu uma série de veículos motorizados ligeiros que utilizam células de combustível do tipo CCMPP. Estes veículos foram intitulados pela abreviatura NECAR (Non Emission Car). A primeira geração destes veículos, NECAR 1 e 2, foi alimentada a hidrogénio. Por sua vez, o NECAR 3 (modelo classe A) introduziu a utilização do metanol como fonte de hidrogénio. De seguida, em 1999, com o NECAR 4 foi adoptado novamente o hidrogénio como combustível directo das CCMPP. Mais recentemente, em Novembro de 2000, a Daimler-Chrysler apresentou o modelo mais recente da família NECAR, o NECAR 5. Este automóvel adoptou novamente o metanol líquido como fonte de hidrogénio. A velocidade máxima deste veículo é de 150 km/h e apresenta uma autonomia de ≈480 km. Comparativamente com o NECAR 3, o sistema de células de combustível da versão 5 é 50% mais eficiente, tem metade do tamanho e pesa menos 300 kg. IV. Equipamentos eléctricos portáteis O tipo de células de combustível mais utilizadas em equipamentos portáteis são as células de combustível alcalinas e com membrana de permuta protónica. Isto porque estes tipos de células são aquelas que apresentam uma maior independência da performance em relação ao tamanho. Os combustíveis com maior potencialidade de utilização são o metanol e o etanol, devido à sua facilidade de armazenamento e de abastecimento. Estas miniaturas de células de combustível, quando disponíveis no mercado, irão possibilitar aos consumidores a utilização de telemóveis durante um mês sem a necessidade de recarga eléctrica. As células de combustível irão revolucionar o mundo da energia portátil, fornecendo energia durante períodos de tempo muito mais alargados a computadores portáteis e equipamentos electrónicos. Outras aplicações para células de combustível em miniatura são as câmaras de vídeo, agendas electrónicas, televisores portáteis, leitores de DVD e todos os outros equipamentos portáteis que utilizam energia eléctrica. Recentemente, o Instituto de Tecnologia Avançada da empresa Samsung desenvolveu uma célula de combustível que pode ser utilizada num telemóvel. Esta trata-se de uma célula de combustível com alimentação directa de metanol (CCDM) que produz uma densidade de potência de 32 mW/cm2. O tamanho desta é igual ao de um cartão de crédito e Pág. 23 a temperatura de funcionamento é de 20 ºC. A transferência de metanol através da MPP foi reduzida em 30%, resultando num aumento da densidade de potência. Que futuro? O aumento da poluição, a não-renovação dos combustíveis fósseis e a ausência de leis no sector de distribuição de energia são preocupações que estão, cada vez mais, a alarmar a humanidade. Estas questões representam um motivo para a investigação e desenvolvimento de novas fontes de energia amigas do ambiente, altamente eficientes e com ciclos de vida renováveis. Independentemente da escolha do combustível, as células de combustível representam uma alternativa eficiente para a conversão de energia. Num pequeno período de tempo, um grande número de organizações e empresas assumiram o desafio de iniciar a comercialização de células de combustível. As células de combustível apresentam um elevado potencial de desenvolvimento. Em contraste, as tecnologias competidoras das células de combustível, incluindo turbinas de gás e motores de combustão interna, já atingiram um estado avançado de desenvolvimento. Para este tipo de tecnologias são esperadas no futuro algumas melhorias, envolvendo obrigatoriamente um aumento de custos e de temperaturas de funcionamento, e por consequência um aumento das emissões poluentes. No entanto, para as células de combustível ainda existem diversos problemas importantes por resolver de maneira a lançar a tecnologia no comércio em larga escala. No dia a dia surgem novos desenvolvimentos como, por exemplo, novas membranas de permuta protónica, melhores catalisadores, melhores desenhos das células, etc. Actualmente, diversas soluções possíveis para os problemas das células de combustível estão a ser investigadas e desenvolvidas. Pág. 24 Capitulo 4 – Actividades prático - laboratoriais 4.1. Construção de uma Pilha Electroquímica Material Algodão. Tubo de borracha. Dois copos de vidro. Dois fios condutores com crocodilos. Voltímetro. Luvas de latex. Óculos. Reagentes Água destilada. Placa de cobre. Placa de zinco. Sulfato de cobre. Sulfato de zinco. Cloreto de sódio. Procedimento 1. Preparar uma solução aquosa de cloreto de sódio para a ponte salina. 2. Deitar a solução aquosa de cloreto de sódio no tubo de borracha e tapar as extremidades com algodão. (o algodão deve ser colocado de maneira a impedir que a solução de NaCl saia. No tubo não deve ser visível qualquer bolha de ar). 3. Encher 2/3 do volume total dos copos com água destilada. 4. Deitar uma colher de sulfato de cobre no primeiro copo e uma colher de sulfato de zinco no segundo. Misturar bem as soluções. 5. Utilizando um fio condutor com crocodilos nas extremidades, unir o eléctrodo de zinco ao fio preto do voltímetro. 6. Com o outro fio, unir o fio vermelho do voltímetro ao eléctrodo de cobre. Pág. 25 7. Mergulhar cada uma das extremidades da ponte salina nas soluções de sulfato de zinco e sulfato de cobre. (o sistema não funciona se a ponte salina não estiver bem mergulhada). 8. O eléctrodo de zinco na solução de sulfato de zinco. (é necessário cuidado com o manuseamento do sulfato de zinco porque este é nocivo). 9. Mergulhar o eléctrodo de cobre na solução de sulfato de cobre. (pode-se verificar que o voltímetro passa a apresentar uma diferença de potencial próxima de 1,1 V). O porquê? Na pilha de Daniell, o eléctrodo de cobre (cátodo) atrai electrões do eléctrodo de zinco (ânodo). Estes electrões passam através do circuito eléctrico em questão. Assim que o eléctrodo de cobre recebe electrões, os iões Cu2+ presentes na solução de sulfato de cobre aproximam-se do eléctrodo de maneira a igualar as cargas negativas. Quando os iões Cu2+ alcançam a superfície do cobre recebem dois electrões, depositando-se no eléctrodo sob a forma de metal. Por sua vez, por cada ião de cobre depositado, um ião Zn2+ é libertado do eléctrodo de zinco para a solução de sulfato de zinco. Assim como acontece para qualquer pilha, a pilha de Daniell não dura para sempre. Na realidade, a produção de corrente eléctrica diminui à medida que a concentração do electrólito de zinco aumenta e a do electrólito de cobre diminui. No que diz respeito à ponte salina, a função desta é permitir o transporte de cargas de uma solução para a outra. Visto que no interior desta existe uma solução salina, à medida que se vão acumulando as cargas positivas (Zn2+ no electrólito de sulfato de zinco), o Cl- da solução aquosa de NaCl compensa o balanço de cargas. Assim, os gradientes de concentração (polarização) devidos à presença de cargas não compensadas é minimizada pelo menos nos instantes iniciais. A pilha de Daniell pode produzir potenciais eléctricos superiores quando se unem diversas unidades independentes em série por intermédio de fios condutores. 4.1. Construção de uma Célula de Combustível Pág. 26 Bibliografia: http://www.ecopilhas.pt/portal/index.php?id=13 http://www.supercarloshp.hpg.com.br/pilha.htm Leitura de Física – Electromagnetismo 4, capítulos 20 a 29, FRENAY, J.& FERON, S., Domestic Battery Recycling in Western Europe, In: Second International Symposium in Recycling of Metals and Engineered Materials, Ed, By J,H,L,Van Linden, D,L,Stewart Jr,,Y,Sahai - The Minerals, Metals & Materials Society, 1990, 639-647 Pág. 27