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www.spvs.org.br
18 / abril / 2017
Projeto de conservação registra 116 nascimentos de papagaios-de-cara-roxa
PROJETO DE CONSERVAÇÃO REGISTRA 116 NASCIMENTOS DE PAPAGAIOS-DECARA-ROXA
Pesquisadores registraram que, no período reprodutivo 2016/2017, a maioria dos nascimentos
aconteceu em ninhos artificiais instalados pelo projeto de conservação da espécie
Depois de sair da categoria “vulnerável” para “quase ameaçado” na Lista de Espécies da Fauna Brasileira
Ameaçadas de Extinção em 2014, o acompanhamento do último período reprodutivo do papagaio-decara-roxa (Amazona brasiliensis), aconteceu entre setembro de 2016 e março de 2017, registrou 116
novos nascimentos e o êxito reprodutivo de 75 filhotes. A maioria dos filhotes nasceu em ninhos
artificiais instalados no litoral do Paraná pelos pesquisadores do Projeto de Conservação do Papagaiode-cara-roxa, que monitora a população das aves desde 1998.
Segundo os biólogos da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS),
instituição responsável pelo projeto, a retirada de árvores antigas da floresta é um dos principais
obstáculos para a manutenção e aumento da população de papagaios, porque gera falta de árvores com
cavidades adequadas para serem utilizadas como ninhos pelos papagaios. Rafael Meirelles Sezerban,
que atua no projeto desde 2007, explica que o êxito reprodutivo da espécie aumentou com a
distribuição dos ninhos artificiais em ilhas do litoral paranaense. “Os casais se adaptaram muito bem aos
ninhos artificiais. Hoje temos quase 100% deles ocupados e estamos experimentando colocá-los
também em São Paulo”, conta Sezerban. Os ninhos são feitos de madeira ou PVC e instalados em pontos
estratégicos.
No litoral do Paraná, 140 ninhos são cadastrados e anualmente monitorados, para isso o projeto conta
com ajuda de dois moradores locais desde 1998 que são importantes guardiões das áreas de
reprodução. Já em São Paulo, a partir do apoio da Fundação Grupo Boticário e da Fundação Loroparque,
as ações tiveram início em 2014, com um grande esforço na busca de ninhos ativos. Atualmente, as
ações tem foco em seis municípios do litoral sul de São Paulo, com maior intensidade na Ilha Comprida,
Cananéia, Iguape e Pariquera-Açu. Até o momento a equipe cobriu nos municípios paulistas uma área
de 41.520 hectares durante 200 dias de atividades de campo. Essa busca registrou cerca de 65 cavidades
potenciais para ninhos, e apenas 14 ninhos naturais ativos, com registro de nascimento de 30 filhotes e
o sucesso reprodutivo de apenas oito. [A coordenação deste trabalho foi reconhecida foi uma das 15
melhores do mundo - saiba mais]
A espécie do papagaio-de-cara-roxa ocorre apenas na faixa de Mata Atlântica que vai do litoral do
Paraná ao litoral sul de São Paulo [Conheça a área de ocorrência da espécie] e sofre constante ameaça
com a captura de filhotes para o comércio ilegal e destruição de seu habitat. Apesar da população no
Paraná ter se mantido estável, no estado de São Paulo, a situação encontrada pelo projeto ainda é frágil,
com registro de vários ninhos saqueados e filhotes capturados. Elenise Sipinski, coordenadora do
projeto, explica que os ninhos paulistas estão em áreas muito próximas de cidades e estradas, já que
muitos dos remanescentes de vegetação estão em áreas urbanas, o que facilita a ação de pessoas que
destroem cavidades naturais para retirar filhotes de papagaio para o comércio ilegal.
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Projeto de conservação registra 116 nascimentos de papagaios-de-cara-roxa
No entanto, a equipe encontrou adesão e apoio de moradores locais também em São Paulo, como
aponta a pesquisadora. “Me surpreendeu como a comunidade está envolvida.”, diz Sipinski. “Alguns
moradores mais antigos se dispõem a nos apresentar a região e nos auxiliam na localização e na
proteção dos ninhos, o que está ajudando muito no trabalho em campo e na manutenção dos ninhos
com filhotes registrados”.
No começo do ano, os biólogos do Projeto Papagaio-de-cara-roxa contaram com o auxílio de moradores
para resgatar com vida dois filhotes em um ninho destruído pela chuva. “Ao subir nesse ninho,
verificamos que os filhotes estavam soterrados. Prontamente desenterramos três filhotes. No entanto,
um deles não resistiu e acabou morrendo”, relata Roberta Boss, bióloga do projeto. Os filhotes
sobreviventes receberam anilhas de identificação e já voaram do ninho. [Conheça mais dessa história]
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Projeto de conservação registra 116 nascimentos de papagaios-de-cara-roxa
Outras ações
O envolvimento da sociedade na preservação do Papagaio-de-cara-roxa e do Bioma Mata Atlântica é
estimulado pelas ações de educação para conservação da SPVS nos municípios onde o monitoramento
das aves é feito. “O nosso propósito é inserir o tema da conservação da natureza e estimular a reflexão
sobre o papel de cada cidadão na proteção da biodiversidade” conta Sipinski.
Ao longo dos 19 anos do projeto, a SPVS organizou atividades educativas com jovens, palestras e
orientações para visitantes e cursos de formação de professores da rede pública de ensino. Também
fazem parte das ações projetos culturais, como incentivo a criação e apresentação de peças de teatro,
exposições fotográficas e o lançamento de um livro infantil contando a história do papagaio-de-cararoxa.
Ano do Papagaio
2016 foi o “Ano do Papagaio”. Campanha desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Zoológicos e
Aquários do Brasil (SZB) em parceria com projetos de conservação de papagaios no Brasil. A campanha
divulgou os principais resultados dos projetos de conservação de espécies como o papagaio-charão, o
papagaio verdadeiro, o papagaio-chauá, o papagaio-de-peito-roxo e o papagaio-de-cara-roxa. [Acesse
aqui o site do Ano do Papagaio]
O objetivo foi chamar atenção sobre a preservação das espécies ameaçadas e combater a captura de
filhotes de papagaios para venda ilegal.
As atividades da campanha atingiram mais de 200 mil pessoas e foram encerradas com a produção de
um calendário em parceria com a Prefeitura Municipal de Curitiba e uma cartilha educativa com o
Ministério do Meio Ambiente, que começa a ser distribuída este ano e está disponível pelo site da SPVS
[Acesse aqui a cartilha]
Saiba mais

Trabalho para conservação do papagaio-de-cara-roxa está entre os 15 melhores do mundo

Conheça a área de ocorrência do Papagaio-de-cara-roxa

Cartilha educativa com os resultados do Ano do Papagaio está disponível para download

Artistas internacionais pintam os papagaios do Brasil
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Projeto de conservação registra 116 nascimentos de papagaios-de-cara-roxa
Galeria de fotos
Papagaio-de-cara-roxa em ninho artificial instalado pelo Projeto de Conservação da espécie
desenvolvido pela SPVS. Crédito: Arquivo-SPVS
Papagaio-de-cara-roxa em ninho artificial instalado pelo Projeto de Conservação da espécie
desenvolvido pela SPVS. Crédito: Zig Koch
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Projeto de conservação registra 116 nascimentos de papagaios-de-cara-roxa
Equipe do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa realizando atividade de monitoramento da
espécie. Crédito: Arquivo-SPVS
Equipe do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa com as caixas ninhos para instalação no
litoral de São Paulo. Crédito: Marina Cioato
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Projeto de conservação registra 116 nascimentos de papagaios-de-cara-roxa
Papagaio-de-cara-roxa sendo monitorado pela equipe do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cararoxa. Crédito: Giovana Logulo
Equipe do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa realizando atividade de monitoramento da
espécie. Crédito: Arquivo-SPVS
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Projeto de conservação registra 116 nascimentos de papagaios-de-cara-roxa
Equipe do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa realizando atividade de monitoramento da
espécie. Crédito: Arquivo-SPVS
Equipe do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa realizando o censo anual da espécie.
Crédito: Zig Koch
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Mapa da área de ocorrência do papagaio-de-cara-roxa
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Projeto de conservação registra 116 nascimentos de papagaios-de-cara-roxa
TRABALHO PARA CONSERVAÇÃO DO PAPAGAIO-DE-CARA-ROXA ESTÁ ENTRE
OS 15 MELHORES DO MUNDO
O Prêmio Whitley Awards, reconhece a atuação de Elenise Sipinksi como coordenadora do projeto de
Conservação do Papagaio-de-cara-roxa
Elenise Sipinksi, coordenadora do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa desenvolvido pela
Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS, esteve entre os quinze finalistas
do Prêmio Whitley Awards de 2017. A premiação é concedida pelo Whitley Fund for Nature (WFN) a
líderes nacionais e regionais que se destacam por suas atuações e experiências em conservação da
biodiversidade.
O trabalho de Elenise Sipinksi, junto à equipe de pesquisadores e técnicos do projeto Papagaio-de-cararoxa, alcançou significativos resultados. Nos 19 anos de monitoramento da espécie foram registrados
1.455 nascimentos de filhotes e o sucesso reprodutivo de 891 deles, ou seja, filhotes que se
desenvolveram no ninho e conseguiram alçar voo. A maioria desses nascimentos foram registrados em
ninhos artificiais instalados pelo projeto. A partir de 2013 o projeto expandiu suas ações de conservação
para a área de ocorrência no litoral sul do estado de São Paulo, onde além do monitoramento, busca
estratégias para a conservação e realiza ações de educação. Todos esses esforços contribuíram para que
em 2014, a espécie saísse da categoria “vulnerável” para “quase ameaçado” na lista de Espécies da
Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção e para que no ano de 2016, 8.380 papagaios fossem registrados
no censo anual. [Conheça mais dos resultados de 2017]
Para concorrer ao Prêmio Whitley Awards, também conhecido como “O Oscar Verde”, os interessados
se inscreveram por meio de um formulário, onde apresentavam os resultados e avanços obtidos com
suas ações de conservação, e do envio de três referências em forma de carta de recomendação. O
processo final incluía uma entrevista com os finalistas para validação das informações.
Os seis finalistas serão conhecidos em uma cerimônia pública no dia 18 de maio em Londres –
Inglaterra, promovida pela WFN, onde receberão a homenagem das mãos da princesa Anne. No ano de
2017 foram 169 inscritos, o que reforça a relevância do projeto de conservação do papagaio-de-cararoxa, coordenado pela bióloga Elenise Sipinksi estar entre os 15 finalistas.
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