PORTUGUÊS - 1o ANO MÓDULO 31 EXERCÍCIOS GERAIS — PARTE 4 F Fixação 1) (INSPER) O poder da vírgula Numa prova de português do ensino fundamental, ante a pergunta sobre qual era a função do apóstrofo, um aluno respondeu: “Apóstrofos são os amigos de Jesus, que se juntaram naquela jantinha que o Leonardo fotografou”. A frase, além de alertar sobre os avanços que precisamos na excelência da educação, é didática quanto aos cuidados no uso da língua portuguesa, preciosidade que herdamos dos lusos, do galego e do latim. O erro gritante que o aluno cometeu ao confundir dois termos com sonoridade parecida foi agravado com a colocação da vírgula depois de “amigos de Jesus”. (Josué Gomes da Silva, Folha de S.Paulo, 02/09/2012) A respeito da falha de pontuação cometida pelo aluno, é correto afirmar que o emprego da vírgula: a) revela o caráter restritivo da expressão antecedente, indicando uma pausa desnecessária;2 b) permite subentender que os apóstolos mencionados não eram os verdadeiros amigos de( Jesus; ( c) produz uma informação incoerente, pois indica que os apóstolos eram os únicos amigos de ( Jesus; d) expressa desrespeito à figura religiosa, pois o aposto está associado a necessidades mun-( danas; e) provoca uma ambiguidade, pois o pronome relativo pode se referir a “amigos” ou “Jesus”. Fixação Ricos e ricos Os ricos, como ensinou Scott Fitzgerald, são seres humanos diferentes de você e, provavelmente, de todas as pessoas que você conhece mais de perto – eis aí, dizia ele, a primeira coisa realmente importante, talvez a única que é preciso aprender com eles. Não pense, nem por um instante, que você possa estar na mesma turma. É possível, sim, conviver com gente rica, falar de assuntos comuns, frequentar lugares parecidos. Dá para torcer pelo mesmo time de futebol, ter gostos semelhantes ou partilhar desta e daquela ideia. Mas inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde, vai ficar claro que a aproximação chega só até um certo ponto; a partir daí entra em ação um freio automático, e os ricos deslizam de volta para o seu mundo psicológico particular. Fitzgerald sabia do que estava falando. Andou cercado de gente rica durante a maior parte de sua vida tumultuada e curta, sobretudo depois que espetaculares sucessos como O Grande Gatsby ou Suave é a Noite o transformaram num fenômeno na literatura americana e mundial. (Adaptado de: J.R. Guzzo, Revista Veja, edição 2254, 01/02/2012, pág. 106.) 2) (UEPG) Com referência à acentuação gráfica, assinale o que for correto. Somando as opções. (01) Acentuam-se dá e daí porque são monossílabos tônicos. (02) Psicológico e único são acentuados pelo mesmo motivo. (04) é (verbo) e e (conjunção) diferem no timbre e na tonicidade. -(08) Fenômeno leva acento porque é uma palavra polissilábica. Soma: ( ) Fixação 3) (INSPER) Levando em conta as informações do primeiro quadrinho, identifique a alternativa que apresenta a palavra que também sofreu alterações na acentuação gráfica devido à regra mencionada. a) plateia; b) heroico; c) gratuito; d) baiuca; e) caiu. F 4 T T Fixação Texto III 4) (UFF) Texto I Cacá Diegues desbrava o Brasil como os brasilianistas de outrora e mostra uma população alijada que tenta se manter entre a cultura tradicional – transmitida por seus antepassados – e a modernidade, que como um bandeirante entra nos mais longínquos rincões do Brasil. O eterno retorno e a interminável travessia resgatada, entre outros, por Euclides da Cunha emergem na obra de Diegues. O filme é uma forma contemporânea de denunciar o Brasil que conhecemos pouco. Texto II (http://www.facasper.com.br/cultura/site/ensaio. Adaptação). O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços do litoral. A sua aparência, entretanto, no primeiro lance de vista, revela o contrário. É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo é o homem permanentemente fatigado. Entretanto, toda essa aparência de cansaço ilude. No revés o homem transfigura-se e da figura vulgar do tabaréu canhestro reponta, inesperadamente, o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinárias. (Euclides da Cunha, Os sertões.) (Drummond & Ziraldo, O pipoqueiro da esquina.) a) Caracterize os efeitos de sentido que a intertextualidade do Texto III (aspectos verbais e não verbais) apresenta com o fragmento de Os sertões (Texto II). b) Observe a diferença de pontuação entre “O sertanejo é, antes de tudo, um forte.” (Texto II) e “O sertanejo é antes de tudo um agitador!” (Texto III) e comente os aspectos semântico-estilísticos na produção de sentidos nessas duas frases. Fixação 5) (ESPM) Questão de pontuação Todo mundo aceita que ao homem cabe pontuar a própria vida: que viva em ponto de exclamação (dizem: tem alma dionisíaca) viva em ponto de interrogação (foi filosofia, ora é poesia) viva equilibrando-se entre vírgulas e sem pontuação (na política) O homem só não aceita do homem que use a só pontuação fatal: que use, na frase que ele vive o inevitável ponto final. (João Cabral de Melo Neto) Assinale a afirmação inaceitável sobre o poema: a) A exclamação estaria relacionada a uma vida exuberante, prazerosa, arrebatada. b) Há um questionamento existencial sob vários pontos de vista humanos. c) Numa suposta vida atribulada, o homemF deve buscar equilíbrio nas pausas. d) Na política, sugere-se que não há normas, espécie de liberdade total para mandos e desmandos. e) O “inevitável ponto final” é metáfora da morte, ideia com a qual o homem não se conforma. Fixação O dia abriu seu para-sol bordado O dia abriu seu para-sol bordado De nuvens e de verde ramaria. E estava até um fumo, que subia, Mi-nu-ci-o-sa-men-te desenhado. Depois surgiu, no céu azul arqueado, A Lua – a Lua! – em pleno meio-dia. Na rua, um menininho que seguia Parou, ficou a olhá-la admirado... Pus meus sapatos na janela alta, Sobre o rebordo... Céu é que lhes falta Pra suportarem a existência rude! E eles sonham, imóveis, deslumbrados, Que são dois velhos barcos, encalhados Sobre a margem tranquila de um açude.. (Mario Quintana. Prosa e verso. Porto Alegre: Globo, 1978.) 6) (UERJ) Há no poema de Mario Quintana um mesmo sinal de pontuação – o ponto de exclamação – que aparece em versos diferentes e com sentidos distintos. Explicite o valor semântico atribuído a esse sinal em cada um dos versos. Fixação 7) (UNIFESP) O Museu da Língua Portuguesa foi inaugurado em São Paulo, em março de 2006. Na ocasião, houve um erro num painel, conforme a imagem: Sobre isso, Pasquale Cipro Neto escreveu: Na última segunda-feira, foi inaugurado o Museu da Língua Portuguesa. Na terça, a imprensa deu destaque a um erro de acentuação presente num dos painéis do museu (grafouse “raiz” com acento agudo no “i”). Vamos ao que conta (e que foi objeto das mensagens de muitos leitores): por que se acentua “raízes”, mas não se acentua “raiz”? (www2.uol.com.br/linguaportuguesa/artigos.) a) Considerando o contexto social, cultural e ideológico, por que o erro do painel teve grande repercussão? b) Responda à pergunta que foi enviada ao professor Pasquale por seus leitores. Proposto 1) (IFSC) Quanto à ortografia e à acentuação, assinale a alternativa CORRETA. a) Após um gesto de comando, os que ainda estão de pé sentão-se e fazem silencio para houvir o diretor. b) Mesmo que sofresse-mos uma repreenção por queixa de algum professor mais cioso de suas obrigações, a oférta parecia-nos irrecusável. c) Marta nunca deixa o filho sózinho na cozinha, temerosa de que ele venha a puchar uma panela sobre sí. d) À excessão de meu primo, que se mostrava um tanto pretencioso, todos os garotos eram bastante humildes. e) A perícia analisaria a flecha, em busca de vestígios que pudessem fornecer indícios sobre sua trajetória. Proposto Emoções na montanha-russa (fragmento) Uma das sensações mais intensas e perturbadoras 4que se pode experimentar, neste nosso mundo atual, é um passeio na montanha-russa. Só não é nem um pouco recomendável para quem tenha problemas com os nervos ou com o coração, nem para aqueles com o sistema digestivo sensível. A própria decisão de entrar na brincadeira já requer alguma coragem, a gente sabe 1 que a emoção pode ser forte até demais e 2que podem decorrer consequências imprevisíveis. Entra quem quer ou quem se atreve, mas sabe-se também 3que muita gente entra forçada por amigos e pessoas queridas, meio que contra a vontade, pressionada pela vergonha de manifestar sentimentos de prudência ou o puro medo. Mas, uma vez que se entra, 5que se aperta a trava de segurança e a geringonça se põe em movimento, a situação se torna irremediável. Bate um frio na barriga, o corpo endurece, as mãos cravam nas alças do banco, a respiração se torna cada vez mais difícil e forçada, o coração descompassa, um calor estranho arde no rosto e nas orelhas, ondas de arrepio descem do pescoço pela espinha abaixo. (Nicolau Sevcenko: A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa.) 2) (IFCE) A pontuação entre as orações do último parágrafo sugere a descrição de reações emocionais múltiplas e simultâneas, em ritmo tão acelerado, que se confundem numa única imagem: a tensão do corpo. A informação rítmica dos acontecimentos, portanto, é uma leitura de entrelinhas e uma das funções cumpridas pela pontuação. Outra pontuação adequada poderia ser feita nesse trecho. Ele continuaria correto, não alteraria o sentido declarativo, mas alteraria a informação rítmica sugerida pela sucessão dos eventos informados. Essa pontuação seria a: a) substituição das vírgulas por pontos; b) substituição das vírgulas por dois-pontos; c) eliminação das vírgulas; d) substituição das vírgulas por travessões; e) substituição das vírgulas por pontos de interrogação. Proposto Texto para as próximas 4 questões: Leia uma passagem do livro A vírgula, do filólogo Celso Pedro Luft (1921-1995). - - e o a - A vírgula no vestibular de português “Mas, esta, não é suficiente.” “Porque, as respostas, não satisfazem.” “E por isso, surgem as guerras.” “E muitas vezes, ele não se adapta ao meio em que vive.” “Pois, o homem é um ser social.” “Muitos porém, se esquecem que...” “A sociedade deve pois, lutar pela justiça social.” Que é que você acha de quem virgula assim? Você vai dizer que não aprendeu nada de pontuação quem semeia assim as vírgulas. Nem poderá dizer outra coisa. Ou não lhe ensinaram, ou ensinaram e ele não aprendeu. O certo é que ele se formou no curso secundário. Lepidamente, sem maiores dificuldades. Mas a vírgula é um “objeto não identificado”, para ele. Para ele? Para eles. Para muitos eles, uma legião. Amanhã serão doutores, e a vírgula continuará sendo um objeto não identificado. Sim, porque os três ou quatro mil menos fracos ultrapassam o vestíbulo... Com vírgula ou sem vírgula. Que a vírgula, convenhamos, até que é um obstáculo meio frágil, um risquinho. Objeto não identificado? Não, objeto invisível a olho nu. Pode passar despercebido até a muito olho de lince de examinador... — A vírgula, ora, direis, a vírgula... Mas é justamente essa miúda coisa, esse risquinho, que maior informação nos dá sobre as qualidades do ensino da língua escrita. Sobre o ensino do cerne mesmo da língua: a frase, sua estrutura, composição e decomposição. Da virgulação é que se pode depreender a consciência, o grau de consciência que tem, quem escreve, do pensamento e de sua expressão, do ir-e-vir do raciocínio, das hesitações, das interpenetrações de ideias, das sequências e interdependências, e, linguisticamente, da frase e sua constituição. As vírgulas erradas, ao contrário, retratam a confusão mental, a indisciplina do espírito, o mau domínio das ideias e do fraseado. Na minha carreira de professor, fiz muitos testes de pontuação. E sempre ficou clara a relação entre a maneira de pontuar e o grau de cociente intelectual. Conclusão que tirei: os exercícios de pontuação constituem um excelente treino para desenvolver a capacidade de raciocinar e construir frases lógicas e equilibradas. Quem ensina ou estuda a sintaxe — que é a teoria da frase (ou o “tratado da construção”, como diziam os gramáticos antigos) — forçosamente acaba na importância das pausas, cortes, incidências, nexos, etc., elementos que vão se espelhar na pontuação, quando a mensagem é escrita. Pontuar bem é ter visão clara da estrutura do pensamento e da frase. Pontuar bem é governar as rédeas da frase. Pontuar bem é ter ordem, no pensar e na expressão. 3) (UNESP) Sim, porque os três ou quatro mil menos fracos ultrapassam o vestíbulo... Nesta passagem, Celso Pedro Luft sugere, com algum deboche, que: a) somente três ou quatro mil pessoas empregam adequadamente a vírgula; b) quem passa nos exames vestibulares são os candidatos menos fracos; c) se a pontuação fosse um edifício, poucas pessoas ultrapassariam seu vestíbulo; d) até mesmo grandes escritores não sabem virgular; e) quem sabe usar a vírgula é bem-sucedido na vida. Proposto 4) (UNESP) As frases abaixo correspondem a tentativas de corrigir o erro de virgulação apontado por Celso Pedro Luft na série de exemplos que apresenta. I) “Porque as respostas não satisfazem.” II) “E, muitas vezes, ele não se adapta ao meio em que vive.” III) “Pois o homem é, um ser social.” IV) “A sociedade deve, pois, lutar pela justiça social.” As frases em que o problema de virgulação foi resolvido adequadamente estão contidas apenas em: a) I e II b) I e III c) I, II e III d) I, II e IV e) II, III e IV Proposto -5) (UNESP) As vírgulas erradas, ao contrário, retratam a confusão mental, a indisciplina do espírito, o mau domínio das ideias e do fraseado. As quatro palavras destacadas nesta frase, se substituídas, na ordem adequada, pelas palavras da relação abaixo, produzem outra frase, de sentido oposto: I) disciplina. II) organização. III) bom. IV) corretas. Aponte a alternativa que indica a ordem em que se deve fazer a substituição: a) I, II, III, IV b) II, III, IV, I c) IV, II, I, III d) III, I, II, IV e) IV, I, III, II Proposto 6) (UNESP) Amanhã serão doutores, e a vírgula continuará sendo um objeto não identificado. Com base nesta previsão, o autor acredita que: a) com a internet, futuramente a vírgula se tornará desnecessária e desconhecida; b) todos os doutores esquecem o que aprenderam sobre a vírgula; c) quanto à sintaxe, não se pode dizer se a vírgula é objeto direto ou indireto; d) no futuro, os doutores precisarão consultar ufos para aprender a usar a vírgula; e) mesmo depois de formadas, muitas pessoas não saberão usar a vírgula. Proposto Malditos românticos, que têm crismado tudo e trocado em seu crismar os nomes que melhor exprimem as ideias!... O que outrora as chamava em bom português, moça feia, os reformadores dizem menina simpática!... O que numa moça era antigamente, desenxabimento, hoje é ao contrário: sublime languidez!... Já não há mais meninas importunas e vaidosas... As que o foram chamam-se agora espirituosas!... A escola dos românticos reformou tudo isso, em consideração ao belo sexo. (MACEDO, Joaquim Manuel de. A Moreninha. São Paulo: FTD, 1991. p.31.) 7) (UEL) Sobre o uso do acento circunflexo em “têm” na primeira frase do texto, é correto afirmar: a) O verbo está acentuado dessa forma porque está no plural, concordando com “românticos”. b) O verbo aparece dessa forma porque é auxiliar, acompanhando o verbo “crismar”. c) O acento obedece à mesma norma de acentuação que determina a acentuação no verbo “ver”, na terceira pessoa do plural do presente do indicativo. d) O acento decorre da mesma regra que determina a acentuação em “românticos”: a nasalização da sílaba. e) O acento justifica-se por ser um dos casos especiais em que o verbo é precedido pelo pronome relativo “que”.