Aula 11 – Microeconomia – 05/04/2009 - Bibliografia: Vasconcelos (2006) Mankiw (2007) ELASTICIDADE RENDA DA DEMANDA: A elasticidade renda da demanda visa verificar o que acontece com a quantidade demandada de determinado bem caso ocorra uma variação da renda do consumidor. Erd = VariaçãoPercentualDaQuantidadeDemandada , sendo portanto: VariaçãoPercentualDa Re ndaDoConsumidor Erd = ∆Q R1 Onde, ∆ Q=Q2-Q1 e ∆ R=R2-R1 . ∆R Q1 Com base na elasticidade Renda da demanda pode-se descobrir se o bem é um bem normal, um bem inferior ou até um bem de luxo. Caso ocorra um aumento na renda e a quantidade demandada também se elevar, trata-se de um bem normal, ou seja, um bem que o consumo se eleva caso aumente a renda do consumidor. Os bens normais podem ser mercadorias supérfluas (bem de luxo) ou ainda bens necessários. Quando a elasticidade for maior do que 1 trata-se de um bem de luxo. Se for positiva e menor do que um trata-se de um bem necessário. Caso se eleve a renda do consumidor e a quantidade demandada do bem se reduza, trata-se de um bem inferior, ou seja, dado uma elevação na renda do consumidor, este deixa de adquirir determinado bem. Um exemplo de um bem inferior são as passagens de ônibus. Caso um indivíduo tenha sua renda substancialmente elevada, ele passa a demandar menos passagens de ônibus e passa a demandar outros meios de transporte, como viagens de carro e avião. Nestes casos a elasticidade é negativa. É importante perceber que um bem pode ser um bem de luxo para pessoas de baixa renda e um bem inferior para pessoas de renda mais elevada. Se Erd>0 – É o caso de um bem normal. Os bens normais podem ser bens de luxo ou bens necessários. Se Erd<0 – É o caso de um bem inferior. ELASTICIDADE PREÇO CRUZADA DA DEMANDA A elasticidade cruzada da demanda visa verificar o que acontece com a quantidade demandada de um bem, dada a variação no preço de outro bem. É dada por: Exy = VariaçãoPercentualDaQuantidadeDemandadaDoBemX VariaçãoPercentualDo Pr eçoDoBemY Erd = ∆Qx Py . Onde, ∆ Qx=Qx2-Qx1 e ∆ Py=Py2-Py1 ∆Py Qx Por meio deste indicador pode-se descobrir se os bens analisados são complementares ou substitutos entre si. Exemplo: Antes Mercadoria Café (Y) Chá (X) Exy = Preço $ 20 $ 10 Depois Quant 50 40 Preço $ 30 $ 10 Quant 20 40 Preço $ 10 $ 10 50 − 40 20 . = +0,5 30 − 20 40 Antes Mercadoria Limões (Z) Chá (X) Exz = Quant 30 50 Preço $5 $ 10 Depois Quant 15 35 35 − 40 5 . = −0,125 10 − 5 40 Assim, tem-se que: Exy>0 – Bens Substitutos – Dada uma elevação no preço de Y, a quantidade de X se eleva. Exy<0 – Bens Complementares – Dada uma elevação no preço de Y, a quantidade de X se reduz. ELASTICIDADE PREÇO DA OFERTA: De modo bastante semelhante à elasticidade preço da demanda, é possível calcular a elasticidade preço da oferta. Tem-se: Epo = VariaçãoPercentualDaQuantidadeOfertada ∆Q P1 = . VariaçãoPercentualDo Pr eço ∆P Q1 Epo > 1 – Oferta é elástica Epo = 1 – Elasticidade é unitária Epo < 0 – Oferta é Inelástica Casos Particulares: I – Elasticidade-Preço da Oferta = 0 Px Ox Qx Fonte: PG 89 PINHO, VASCONCELLOS (2006) Neste caso, a qualquer preço a quantidade ofertada é a mesma. Tem-se que a quantidade é determinada pela oferta e o preço pela demanda. II – Elasticidade Infinita Px Ox Qx Fonte: GRÁFICO PG 90 PINHO, VASCONCELLOS (2006) Neste caso, o preço é definido pela curva de oferta, e as quantidades pela demanda. A Elasticidade Preço da oferta depende da flexibilidade da quantidade produzida. É de se esperar por exemplo, que a oferta de terrenos de frente para o mar seja mais inelástica do que a oferta por livros. Isto é devido a dificuldade de flexibilizar a quantidade ofertada de terrenos de frente para o mar, uma vez que estes existem em quantidade limitada. Os livros entretanto, podem ser produzidos em grande escala e sem custo adicional. CURVAS DE OFERTA DE LIVROS E TERRENOS DE FRENTE PARA O MAR EM SALA. Elasticidade no Curto Prazo e no Longo Prazo: No curto prazo, a oferta não responde muito bem ao preço. Já no Longo Prazo as empresas podem se adequar comprando máquinas e a oferta se torna mais elástica. Exemplo de cálculo da elasticidade preço da oferta no arco. Imagine que o preço do leite subiu de $ 2,85 para $ 3,15. O aumento do preço fez a oferta se elevar de 9 mil litros por mês para 11 mil litros por mês. Calcule a elasticidade preço da oferta neste arco. E oAB P1 + P 2 2,85 + 3,15 ∆Q 11000 − 9000 2 2 = = . . =2 ∆P Q1 + Q 2 3,15 − 2,85 9000 + 1000 2 2 Exemplos de aplicação de elasticidade passados em sala: - O que ocorre com a receita dos agricultores caso seja inventado um trigo mais produtivo, dado a demanda inelástica por alimentos? Com um trigo mais produtivo ocorre um deslocamento na oferta (os produtores desejam ofertar mais a um mesmo preço) e dada a inelasticidade da demanda por alimentos a receita total se reduz. Nos Estados Unidos em 1950 cerca de 17% da força de trabalho estava concentrada no campo. Em 2000, apenas 2% da força de trabalho habitava o campo. Isso pode ser explicado pelo fato de atualmente menos pessoas sejam necessárias para produzir os alimentos para toda a nação, devido a avanços tecnológicos na produção agrícola. - O que ocorreu com a oferta de petróleo e por que a estratégia da OPEP deu certo apenas no Curto Prazo? No curto prazo a demanda por petróleo é rígida. Entretanto, com uma elevação no preço do petróleo a demanda no longo prazo pode se adequar e se tornar mais elástica, na medida em que com o preço do petróleo elevado os consumidores começam a comprar carros mais econômicos e depender menos deste produto. - Dado o mecanismo de oferta e demanda, como pode ser reduzido o consumo de drogas? Por deslocamentos da oferta e/ou da demanda por drogas. O deslocamento da oferta é realizado por meio da proibição das drogas e repressão aos traficantes pelo governo. Pelo lado da demanda, no curto prazo a curva é inelástica pois independente do preço os viciados sentirão a necessidade de consumir uma mesma quantidade de drogas. No longo prazo por meio de políticas públicas de educação e conscientização da população, a demanda por drogas pode ser reduzida deslocando a curva para a esquerda.