Carga Econômica da Dengue em Paíse Endêmicos - IPTSP

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
Nazareth Elias da Silva Nascimento
CARGA ECONÔMICA DA DENGUE E O IMPACTO NA
QUALIDADE DE VIDA
Orientadora:
Professora Doutora Celina Maria Turchi Martelli
Co-Orientador:
Professor Doutor João Bôsco Siqueira Júnior
Tese de Doutorado
Goiânia-GO
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL
Nazareth Elias da Silva Nascimento
CARGA ECONÔMICA DA DENGUE E O IMPACTO NA
QUALIDADE DE VIDA
Orientadora:
Profa. Dra. Celina Maria Turchi Martelli
Co-Orientador:
Prof. Dr. João Bosco Siqueira
Júnior
Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
Universidade Federal de Goiás, para obtenção
título de Doutor em Medicina Tropical, área
concentração em Epidemiologia.
Goiânia-GO
do
da
do
de
2009
Nascimento, Nazareth Elias S.
CARGA ECONÔMICA DA DENGUE E O IMPACTO NA
QUALIDADE DE VIDA
Universidade Federal de Goiás, Instituto de Patologia
Tropical e Saúde Pública, 2009
Tese de Doutorado Medicina Tropical – Epidemiologia
1 – Dengue
2 – Carga da Dengue
3 – Avaliação Econômica
4 – Impacto da Dengue
5 – Qualidade de Vida
6 – Revisão Sistemática
I.
II.
Universidade Federal de Goiás
Título
Dedicatória
iv
Aos meus filhos Rafael e Ana Cláudia,
que são o meu incentivo para as minhas conquistas.
Agradecimentos
v
A DEUS, por conceder-me a vida e por dar-me a determinação, a perseverança e a alegria
de viver. SEM TI, EU NADA SERIA.....
À Profa. Dra. Celina Maria Turchi Martelli, minha orientadora desde o mestrado. Muito
obrigada, pela oportunidade de realizar esse doutorado, pela amizade, pela confiança e pela
sua inestimável orientação durante toda a fase da pesquisa e da elaboração da tese. Você é
um exemplo de excelência e certamente foi fundamental para a minha vida profissional.
Ao Prof. Renato Maurício de Oliveira, meu primeiro professor de epidemiologia, meu
amigo incansável, a quem devo a paixão pela pesquisa e pela epidemiologia. Muito
obrigada pela sua amizade, pela confiança e pelas oportunidades a mim concedidas,
inclusive a de conviver contigo durante todos estes anos.
À Profa. Dra. Marília Dalva Turchi, pelas sugestões e orientações valiosas na condução da
pesquisa e na elaboração final da tese.
À Profa. Dra. Ana Lúcia S.S. Andrade pela competência, dinamismo, inteligência e
criatividade para superar os desafios. Muito obrigada pelo seu exemplo de vida, pela
amizade e pelas sugestões valiosas na qualificação, com certeza contribuíram para a
qualidade desse trabalho.
Á Profa. Dra. Adriana Oliveira Guilarde pela amizade e pela contribuição no trabalho de
campo e na análise dos dados.
Ao Prof. Dr. João Bosco Siqueira Júnior pela motivação, pela coordenação,
acompanhamento da pesquisa e pela co-orientação durante todo o doutorado.
À Profa. Dra. Cristina Aparecida Borges Pereira Laval, pelo incentivo e pela colaboração
na conclusão desse trabalho.
À Profa. Dra. Maria de Fátima P. Militão Albuquerque, pela disponibilidade em participar
da banca examinadora e pela conclusão dessa tese.
Ao João Borges Júnior, meu amigo, a quem muito contribuiu para a realização e elaboração
dessa tese. Acima de tudo, agradeço-o pela amizade e pela disponibilidade para a conclusão
do trabalho de doutorado.
Aos meus colegas, Benigno Rocha, Flúvia Amorim, Juliana Brasiel pela amizade, incentivo
e contribuição no trabalho de campo.
Ao Dr. Otaliba Libânio de Morais Neto pelo grande incentivo e apóio durante a realização
dessa pesquisa em Goiânia.
À Dra. Mirtes Barros Bezerra, meus chefe e amiga, pela sua compreensão quanto a
importância da pesquisa e pela contribuição para a conclusão da minha tese.
À Enfermeira Jacireni Melo Alves, da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, pelo apóio
logístico para a realização da pesquisa e pelo apóio para a conclusão desse doutorado.
Agradecimentos
vi
Aos pacientes e familiares que prontamente concordaram em participar da pesquisa, os
quais nos confiaram as informações que foram objeto dessa pesquisa.
À Pós-Graduação da Universidade Federal de Goiás, pelo suporte acadêmico durante todo
o doutorado.
Ao Pediatric Dengue Vaccine Institute (PDVI), Fundação Bill & Mellinda Gates e
Ministério da Saúde do Brasil pelo suporte financeiro na realização deste trabalho e pela
iniciativa de se pesquisar uma vacina segura e eficaz contra a dengue. Com certeza, será
um grande empreendimento para a saúde pública mundial.
Lista de Abreviaturas
vii
LISTA DE ABREVIATURAS
Ae
ACB
ACE
ACU
AVP
AVI
AVAI
AVAQ
BCCQ
CIOMS
CNPq
CONASS
DALY
DC
DCC
DENV
DENV-1
DENV-2
DENV-3
DENV-4
DF
DHF
DNA
DSS
EQ-5D
ELISA
EUA
FHD
FACT-B
GBD
HRQOL
IBGE
ICTV
IPTSP
IRB
LILACS
MedCaribe
MEDLINE
MS
OMS
OPAS
PACS
PSF
Aedes
Análise de Custo-Benefício
Análise de Custo-Efetividade
Análise de Custo-Utilidade
Anos de Vida Perdidos por Mortalidade
Anos Vividos com a Incapacidade
Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade
Anos de Vida Ajustados pela Qualidade
Breast Câncer Chemotherapy Questionnaire
Council for International Organizations of Medical Sciences
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Conselho Nacional de Secretários de Saúde
Disability Adjusted Life Years
Dengue Clássica
Dengue com Complicação
Vírus Dengue
Vírus Dengue Sorotipo 1
Vírus Dengue Sorotipo 2
Vírus Dengue Sorotipo 3
Vírus Dengue Sorotipo 4
Dengue Fever
Dengue Hemorrhagic Fever
Deoxyribonucleic Acid
Dengue Shock Syndrome
Health Status Questionaire
Enzyme-Linked Immunosorbent Assay
Estados Unidos da América
Febre Hemorrágica da Dengue
Functional Assessment of Câncer Therapy Breast
Global Burden of Disease
Health Related Quality of Life
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
International Committee on Taxonomy of Viruses
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
Institutional Review Board
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
Literatura do Caribe em Ciências da Saúde
MEDlars on LINE, Literatura Internacional
Ministério da Saúde do Brasil
Organização Mundial da Saúde
Organização Pan-Americana de Saúde
Programa de Agentes Comunitários de Saúde
Programa de Saúde da Família
Lista de Abreviaturas
PAHO
PDEAa
PIACD
PNCD
QV
QOL
QWB
QVRS
QALY
QALD
RNA
RT-PCR
SIA
SF-12
SF-36
SIP
SAU/UNIMED
SCD
SES-GO
SIH
SAI
SMS-Goiânia
SNC
SPSS
SUS
SVS
TDR
UFG
WHO
WHOQOL
WHQ
YLL
YLI
viii
Pan American Health Organization
Plano Diretor de Erradicação do Aedes aegypti
Plano de Intensificação das Ações de Controle da Dengue
Programa Nacional de Controle da Dengue
Qualidade de Vida
Quality of Life
Quality of Well-Being
Qualidade de Vida Relacionado à Saúde
Quality Adjusted Life Years
Quality Adjusted Life Day
Ribonucleic Acid
Reverse Transcriptase-Polimerase Chain Reaction
Sistema de Informação Ambulatorial
Short Form 12 Health survey Instrument
Short Form 36 Health Survey Instrument
Sickness Impact Profile
Serviço de Atendimento de Urgência da UNIMED
Síndrome do Choque da Dengue
Secretaria de Estado da Saúde de Goiás
Sistema de Informação Hospitalar
Sistema de Informação Ambulatorial
Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia
Sistema Nervoso Central
Statistical Package for Social Sciences
Sistema Único de Saúde
Secretaria de Vigilância a Saúde
Research and Training in Tropical Diseases
Universidade Federal de Goiás
World Health Organization
World Health Organization of Quality of Life
Women’s Health Questionnaire
Years of Life Lost
Years Lived with Disability
Sumário
ix
SUMÁRIO
Dedicatória......................................................................................................................... iv
Agradecimentos................................................................................................................... v
Lista de Abreviaturas........................................................................................................ vii
Sumário.............................................................................................................................. ix
Lista de Tabelas e Figuras.................................................................................................. xi
Apresentação..................................................................................................................... xii
Resumo.............................................................................................................................xiii
Abstract..............................................................................................................................xv
1 Introdução.........................................................................................................................2
1.1 Epidemiologia da Dengue.................................................................................... 2
1.2 Quadro Clínico..................................................................................................... 8
1.3 Prevenção e Controle da Dengue....................................................................... 11
1.4 Carga Econômica da Dengue............................................................................. 14
1.5 Impacto da Dengue na Qualidade de Vida......................................................... 20
2 Justificativa.....................................................................................................................27
3 Objetivos.........................................................................................................................30
4 Material e Métodos.........................................................................................................32
4.1 Artigo 1: Carga da Dengue no Início do Novo Milênio: Revisão Crítica
da Literatura............................................................................................................32
4.1.1 Delineamento.............................................................................................32
4.2 Artigo 2:
Impact of a Dengue Episode on The Quality of Life:
Household Survey in Central Brazil................................. 33
4.2.1 Delineamento e área do estudo.................................................................. 33
4.2.2 Local e período.......................................................................................... 33
4.2.3 População de estudo e critério de elegibilidade.........................................34
4.2.4 Testes de Laboratórios Utilizados para a Confirmação dos Casos
de Dengue................................................................................... 35
4.2.5 Coleta de Dados........................................................................... 36
Sumário
x
4.2.6 Trabalho de Campo......................................................................37
4.2.7 Variáveis do Estudo..................................................................... 38
4.2.8 Análise de Dados......................................................................... 38
4.2.9 Considerações Éticas................................................................... 39
5 Referências Bibliográficas..............................................................................................41
6 Resultados....................................................................................................... 54
Artigo 1: Carga da Dengue no Início do Novo Milênio: Revisão Crítica da
Literatura......................................................................................55
Resumo..................................................................................................................... 57
Abstract.....................................................................................................................58
Introdução.................................................................................................................59
Métodos.................................................................................................................... 61
Resultados.................................................................................................................61
Discussão.................................................................................................................. 64
Referências............................................................................................................... 67
Tabela. Custos Econômicos da Dengue nas Américas, 1979 a julho de 2009......... 72
Artigo 2: Impact of a Dengue Episode on the Quality of Life: Household
Survey in Central Brazil................................................................... 74
Abstract.....................................................................................................................76
Introduction.............................................................................................................. 77
Materials and Methods............................................................................................. 78
Results...................................................................................................................... 80
Discussion.................................................................................................................81
Conclusions.............................................................................................................. 83
References................................................................................................................ 83
Tables and figures.....................................................................................................87
6 Conclusões e Recomendações Finais............................................................................. 92
7 Anexos............................................................................................................................ 93
Lista de tabelas e figuras
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Figura 1. Série Histórica dos Casos Notificados de Dengue. Brasil, 1986 a 2008
............................................................................................................................... 7
Figura 2. Série Histórica dos Casos Notificados de Dengue. Goiás, 1986 a 2008
............................................................................................................................... 8
xi
Apresentação
xii
APRESENTAÇÃO
O presente trabalho é a conclusão do doutorado do Programa de Pós-Graduação em
Medicina Tropical do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade
Federal de Goiás, área de concentração em Epidemiologia. A tese foi estruturada em uma
introdução que contém uma revisão da literatura, com ênfase na epidemiologia da dengue
nas Américas, no Brasil e em Goiás, quadro clínico, carga econômica da dengue e o
impacto na qualidade de vida dos pacientes. A tese é apresentada em dois manuscritos
científicos, ambos em fase de construção, que descrevem os resultados e a metodologia da
pesquisa.
O primeiro, intitulado: Carga da Dengue no Início do Novo Milênio: Revisão Crítica
da Literatura apresenta os resultados sumarizados de uma revisão bibliográfica sobre
estudos econômicos em dengue, que avaliaram os custos econômicos e a carga da doença
na perspectiva das famílias e da sociedade em geral. No segundo manuscrito, intitulado
Impact of a Dengue episode on the Quality of Life: Household survey in Central Brazil,
apresenta os resultados do inquérito domiciliar, que entrevistou uma coorte prospectiva de
pacientes com dengue e FHD, da área urbana de Goiânia, Goiás. Esse estudo investigou o
efeito das incapacidades na qualidade de vida dos pacientes durante o episódio da doença.
Este estudo fez parte da pesquisa “Household Dengue Burden of Ilness SurveyMulticountry
Study
2004-2005”,
coordenada
pela
Brandeis
Unversity
(Massachussetes/USA) e pelo grupo de pesquisa da vacina contra a dengue, do Instituto
Internacional de Vacina (IVI/PDVI/Seul/Coréia). A pesquisa multicêntrica foi conduzida
em cinco países das Américas (Brasil, El Salvador, Guatemala, Panamá e Venezuela) e três
países da Ásia (Camboja, Malásia e Tailândia).
A iniciativa desse estudo deve-se à lacuna do conhecimento sobre a carga da
dengue na saúde pública tanto em termos de custos econômicos como de impacto na
qualidade de vida dos pacientes.
Esses resultados são subsídios importantes para os
gestores sobre a magnitude da carga da dengue na saúde pública e para os prejuízos
Apresentação
xiii
sociais, que poderiam ser evitados caso houvesse medidas eficazes para o controle da
doença.
Resumo
xiv
RESUMO
Este estudo faz parte de uma iniciativa internacional para avaliar a carga da dengue,
conduzido em países das Américas (Brasil, El Salvador, Guatemala, Panamá e Venezuela)
e da Ásia (Camboja, Malásia e Tailândia), nos anos de 2004- 2005. A tese foi apresentada
no formato de um capítulo introdutória, da metodologia expandida da investigação de
campo de dois manuscritos. O primeiro artigo intitulado: Carga de dengue da dengue no
início do novo milênio: revisão crítica da literatura é uma revisão sistemática sobre
estudos econômicos em dengue, no período de 1979 a julho de 2009. Nessa pesquisa
bibliográfica, utilizou-se as principais bases de dados eletrônicas em saúde (Pubmed,
MedCaribe e Scielo), com os seguintes descritores: Dengue, Economic Impact, Burden of
Dengue, Disability-Adjusted Life Year (DALYs), Quality of Life, Health Related Quality
of Life (HRQOL). Dezoito estudos econômicos em dengue foram recuperados, incluindo
avaliação econômica de epidemias e os custos relativos aos episódios da dengue, e dos
programas de controle vetorial nos países endêmicos. Para a América Latina e Caribe, a
carga da dengue em DALYs apontou perdas similares às da malária, tuberculose e outras
doenças da infância. Em estudo de custo da dengue em 8 países, os custos indiretos
decorrentes da perda de produtividade e da renda foram, em geral, superiores aos custos
diretos com a doença. Nessa revisão, a carga da dengue e os custos foram considerados
expressivos para os países endêmicos. Foram apontadas as questões metodológicas na
avaliação econômica em dengue e para comparabilidade entre estudos. O segundo
manuscrito, intitulado Impact of a Dengue episode on the Quality of Life: Household
survey in Central Brazil apresenta o impacto da dengue na qualidade de vida (QOL). 410
pacientes confirmados de dengue/ febre hemorrágica da dengue (FHD) foram recrutados
de ambulatórios e hospitais do sistema de saúde público e privado, em Goiânia/Go, em
2005. As entrevistas foram realizadas no domicílio, aproximadamente 15 dias após o início
dos sintomas, com aplicação do instrumento padronizado EQ-5D (EuroQOL 2000) da
Organização Mundial de Saúde. Esse instrumento possibilita avaliar os principais domínios
relacionados à saúde, com respostas graduadas (ruim a ótimo) sobre função física,
emocional, cognitiva e função social. Um termômetro de escala visual analógica foi
Resumo
xv
também aplicado para uma auto-avaliação do estado de saúde do paciente. A maioria dos
pacientes adultos informou que o estado de saúde era bom ou muito bom antes da dengue
versus ruim ou muito ruim durante o episódio. Houve procura precoce dos serviços de
saúde, nas primeiras 24-48 horas de início dos sintomas. Evidenciou-se também
prolongada duração das incapacidades físicas e psicológicas além da fase aguda da doença,
causando impacto negativo na qualidade de vida. Apoio do Instituto Internacional de Vacina
(PDVI/Coréia) e do Ministério da Saúde e Brandeis University (Massachussetes/USA).
Abstract
ABSTRACT
xvi
INTRODUÇÃO
Introdução
2
1 Introducão
1.1 Epidemiologia da Dengue
A dengue é uma arbovirose causada por um vírus pertencente ao gênero Flavivirus,
família Flaviviridae, que apresenta quatro sorotipos DENV-1, 2, 3 e 4. Os vírus são
transmitidos por meio da picada do mosquito infectado do gênero Aedes, sendo o Aedes
aegypti o principal vetor de importância epidemiológica na transmissão da dengue e da
febre amarela nas Américas (Monath 1996, Holmes & Twiddy 2003, ICTVdb 2005). Há
evidencias de que o Aedes albopictus tem competência vetorial para a transmissão dos
vírus da dengue (Chambers et al. 1990, Gomes et al. 1999, Johnson et al. 2002, Santos et
al. 2003).
Atualmente, a doença está presente em 112 paises das regiões tropicais e
subtropicais do sudeste da Ásia, África, Américas e Pacífico Ocidental, onde o clima e as
condições sócio-demográficas favorecem significativamente a proliferação do vetor e a
manutenção da transmissão da doença (Gubler & Clark 1995, Gibbons & Vaughn 2002,
Torres & Castro 2007). Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam
uma ocorrência anual de 50 a 100 milhões casos de dengue e destes, cerca de 500 mil
evoluem para as formas graves de Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome do Choque
da Dengue (FHD/SCD), incluindo mais de 3 mil óbitos, principalmente em crianças (WHO
1999).
Historicamente, os primeiros relatos sobre a ocorrência de infecção de dengue
ocorreram na metade do século XVIII, sobre as epidemias de dengue clássico (DC) na Ásia
em 1779, África e América do Norte em 1780. A ocorrência simultânea desses eventos
mostrou que tanto o vírus quanto o vetor circulavam há várias décadas nesses continentes.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os sorotipos virais DENV-1 e DENV-2 foram
Introdução
3
identificados pela primeira vez como agentes etiológicos da dengue (Sabin 1952, Henchal
et al. 1983, Morton 1983).
Conforme o país, a dengue recebeu várias denominações: “febre da China”, na Ásia
(1779); “bouhou”, na Oceania (1780); “febre quebra-ossos”, “febre dos sete dias” nos
Estados Unidos (1789); “febre colorado”, nas colônias espanholas (1732); “febre de Dandy
(dandy fever)”, nas colônias inglesas (1732); “dengue” nas Antilhas (1832). No Brasil, a
doença foi denominada de “polca”, no Rio de Janeiro (1846) e de “patuléia”, na Bahia
(1846). A denominação de dengue para a doença acha-se definitivamente consagrada, haja
vista, que foi incorporada à Nomenclatura Internacional das Doenças, do Conselho das
Organizações Internacionais de Ciências Médicas (CIOMS) e da Organização Mundial de
Saúde (Holiday 1880, Chernoviz 1890, CIOMS 1983, Pontes & Ruffino-Netto 1994).
As formas graves de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) e Síndrome do Choque da
Dengue (SCD) parecem ser fenômenos mais recentes. Os primeiros relatos das formas
graves de dengue datam de 1953 e 1954, sobre a epidemia de FHD ocorrida em Manila,
nas Filipinas. Esta epidemia foi associada às infecções sucessivas causadas por dois novos
sorotipos virais DENV-3 e 4. Até a década de 70, as epidemias de dengue ficaram restritas
ao continente asiático, sendo de pouca magnitude, esporádicas, sem gravidade e com
intervalos longos de 10 a 40 anos (Hammon & Sather 1964, Gubler 1998, Endy et al. 2002,
Halstead & Deen 2002).
A partir de 1980, houve uma mudança no padrão epidemiológico da doença nos
países asiáticos, onde passou a observar-se uma hiperendemicidade, um aumento crescente
das formas graves e da mortalidade em crianças menores de 10 anos (Lee et al. 2006, Ooi
et al. 2006). Entre 1985 e 2003, mais de 1,7 mil casos de dengue foram registrados no
sudeste da Ásia e a maioria foi diagnosticada como FHD. Relatos recentes indicam uma
tendência de mudança no perfil da doença na população, em decorrência do deslocamento
da doença para a faixa etária acima de 15 anos. Mesmo com a circulação da doença há
mais de 50 anos, desde 2000 tem se observado um aumento da prevalência em adultos
entre 15 e 24 anos. Uma das explicações seria o declínio da imunidade dos pacientes que
tiveram a doença na infância e em conseqüência haveria uma redução dos anticorpos
Introdução
4
primários de dengue, ficando os pacientes vulneráveis às re-infecções primárias (Okanurak
et al. 1997, Endy et al. 2002, Kittigul et al. 2007, Chow et al. 2005, WHO 2008b).
Nas Américas, desde o século XVIII, há evidências da ocorrência de infecções de
dengue em cidades portuárias do Golfo do México, Caribe, sul dos Estados Unidos,
Panamá, Cuba, Porto Rico e Venezuela. Na década de 70, Cuba, Porto Rico e Venezuela
notificaram a ocorrência de casos de dengue clássica pelo sorotipo DENV-1,
provavelmente vindo da Jamaica. Após 11 anos, Cuba registrou a primeira epidemia de
FHD e a introdução do DENV-2 nas Américas. Esse evento representa o marco histórico
da doença nas Américas e principalmente pelo fato da magnitude dessa epidemia ter sido
muito similar aos países asiáticos. Durante a epidemia, foram registrados mais de 300 mil
casos de dengue, incluindo 24 mil casos de FHD e 158 óbitos, sendo predominantemente
em crianças. Comparando com as epidemias ocorridas nos países asiáticos, a letalidade da
dengue em Cuba, foi relativamente baixa. Uma das justificativas para esse padrão deve-se
ao alto investimento do governo em medidas de prevenção e assistência ao paciente,
principalmente na hospitalização de crianças diagnosticadas como FHD e SCD (Pinheiro
& Corber 1997, Arias 2002, Guzman & Kouri 2003, Guzman 2005).
A partir de Cuba, houve a proliferação do vetor e dos vírus para outros países,
inclusive para o Brasil. Na década de 80, a dengue passou a figurar como um dos
principais problemas de saúde pública mundial, em decorrência da alta incidência, dos
vários países com transmissão autóctone da doença e do risco de expansão para outras
regiões indenes, como os Estados Unidos e Europa. Diferente do padrão epidemiológico
apresentado na Ásia e em Cuba, as epidemias de dengue clássica nos países latinoamericanos foram de pouca gravidade e com maior ocorrência nos adultos jovens,
predominantemente na faixa-etária entre 15 e 49 anos. Em 2008, aproximadamente 30
países apresentavam a transmissão contínua de dengue e a co-circulação de pelo menos,
dois sorotipos virais (Organização Pan-Americana de Saúde 1997, Isturiz et al. 2000,
Calisher 2005, Periago & Guzman 2007).
No Brasil, desde 1846, há relatos de epidemias de dengue, ocorridas em São Paulo
e Rio de Janeiro, sendo esporádicos e de pouca magnitude. Um inquérito conduzido na
Introdução
5
região Amazônica, no período de 1953 e 1954, evidenciou-se a presença do vírus da
dengue em várias amostras de sangue da população, indicando que tanto o vetor como o
vírus circulava há vários anos no país. Em 1981, a dengue ressurgiu em Boa Vista,
Roraima, causando um surto com mais de 12 mil pessoas infectadas pelos sorotipos virais
DENV-1 e DENV-4. O fato das medidas de combate químico terem sido oportunas e
eficazes para reduzir a densidade vetorial, colaborou para impedir a dispersão do vetor e
dos vírus para outras áreas indenes (Osanai et al. 1983).
Após cinco anos, em 1986, a dengue ressurgiu no Rio de Janeiro causando uma
epidemia explosiva de dengue clássico, de grande magnitude, com mais de 1 milhão de
pessoas infectadas pelo vírus DENV-1 (Schatzmayr et al. 1986, Figueiredo et al. 1990,
Nogueira et al. 1999). Do Rio de Janeiro, a doença se disseminou para outros cinco
estados: São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Pernambuco e Ceará, ficando as epidemias
concentradas nas capitais (Figueiredo 2000, Nogueira et al. 2000, Silva Júnior et al. 2002).
Em 1990, o país registrou a primeira epidemia de FHD e SCD, em conseqüência da
co-circulação dos vírus DENV-1 e 2, caracterizando uma tendência de gravidade dos casos
da doença (Zagne et al. 1994, Figueiredo 2000). Nos anos seguintes outros estados
passaram a registrar epidemias de FHD e SCD, inclusive com registros de óbitos. Em
1994, houve a dispersão dos vírus para outros estados, passando a figurar um padrão de
transmissão contínua da doença e intercalados por períodos epidêmicos. Nessa época, o
estado do Ceará notificou mais de 30 mil casos de dengue, sendo mais de 25 casos de FHD
e 12 óbitos (Vasconcelos et al. 1998). Em 2002, o Brasil contabilizou mais de 800 mil
casos de dengue, o que correspondeu a mais de 70% do total de casos das Américas. Em
2003, houve a introdução do vírus DENV-3 no Rio de Janeiro, caracterizando a circulação
simultânea dos três sorotipos virais no país. Diferente do padrão asiático e de Cuba, no
Brasil as formas graves de FHD e SCD foram predominantes nos adultos jovens,
principalmente a faixa etária entre 20 e 40 anos (Silva Júnior et al. 2002, De Simone et al.
2004, Figueiredo et al. 2004, Nogueira et al. 2005, Siqueira Júnior et al. 2005, Teixeira et
al. 2008).
Nos últimos cinco anos, houve o agravamento da doença em todo o território
nacional, em conseqüência da circulação dos vários sorotipos virais, da recrudescência do
Introdução
6
sorotipo DENV-2 em vários estados e do aumento das formas graves nas crianças. Relatos
recentes evidenciaram um aumento dos casos de dengue com complicações em crianças
menores de 15 anos durante a epidemia ocorrida na região amazônica (Ferreira et al. 2005,
Ministério da Saúde & Secretaria de Vigilância em Saúde 2005, Favier et al. 2006, Coelho
et al. 2008). Desde 2007, outros estados como Rondônia, Pernambuco, Mato Grosso e
Goiás vêm registrando um aumento da incidência dos casos de dengue com complicações
(DCC), principalmente das manifestações neurológicas associadas ao episódio de dengue
(Casseb 2007, Domingues et al. 2008).
Em 2008, foram notificados à Secretária de Vigilância em Saúde, do Ministério da
Saúde, mais de 800 mil casos suspeitos de dengue, 4 137 casos confirmados de FHD e 17
477 de dengue com complicação. Destes, 223 foram óbitos por FHD e 225 foram óbitos
por DCC. A maioria dos casos de FHD esteve concentrada no Rio de Janeiro (64,2%),
seguido do Ceará (10,2%), Rio Grande do Norte (6,4%) e Amazonas (5,7%). No Maranhão
e no Piauí foi evidenciado um deslocamento de faixa etária devido ao aumento na
proporção dos casos de FHD, em crianças menores de 15 anos. Essa tendência de
deslocamento de faixa etária sugere uma mudança no padrão da doença no país, sendo
muito semelhante aos países asiáticos, onde as formas graves de FHD e SCD são
primariamente mais prevalentes nas crianças (Ministério da Saúde & Secretaria de
Vigilância em Saúde 2008, Teixeira et al. 2008).
A Figura 1 mostra a série histórica dos casos de notificados de dengue no Brasil nos
últimos 22 anos (1986-2008), onde se observa que a ocorrência das epidemias coincide
com a introdução de um novo sorotipo viral: DENV-1 (1986), DENV-2 (1990) e DENV-3
(2000). De 1987-1989, observa-se um período de baixa endemicidade da doença, seguido
do recrudescimento da doença em 1990, em decorrência da introdução do DEN-2. A
maioria dos municípios registra a ocorrência de notificação de dengue durante todo o ano e
ondas epidêmicas nos meses de janeiro a maio, coincidindo com os meses de maior índice
pluviométrico no país e com a introdução de novos sorotipos virais. A partir de 2005,
observou-se uma tendência crescente da incidência dos casos de dengue e o aumento
concomitante das hospitalizações em decorrência do aumento das formas graves da doença
(Ministério da Saúde & Secretaria de Vigilância em Saúde 2008).
Introdução
7
Figura 1. Série Histórica dos Casos Notificados de Dengue. Brasil, 1986 a 2008.
900000
Casos notificados
Hospitalizações
800000
Casos notificados
50000
600000
40000
500000
400000
DENV3
300000
30000
20000
DENV1
DENV2
100000
0
Hospitalizações
60000
700000
200000
70000
10000
0
86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08
Fonte: Ministério da Saúde-Secretaria de Vigilância em Saúde, 2008.
Em Goiás, após oito anos da ocorrência da epidemia do Rio de Janeiro, a dengue
foi introduzida no município de Goiânia. A epidemia de dengue clássico em 1994, causada
pelo sorotipo DENV-1 foi de pouca magnitude e sem gravidade. Nos anos seguintes,
houve a interiorização da dengue para outros municípios e a introdução dos vírus DENV-2
(1999) e do DENV-3 (2003). A partir daí, observou-se o aumento das hospitalizações e dos
casos de FHD. Um inquérito sorológico de 2002 mostrou um coeficiente global de
prevalência de 29,5%, onde mais de 350 mil pessoas foram infectadas pela dengue. Em
2008, foram notificados mais de 20 mil casos suspeitos de dengue, 120 casos confirmados
de FHD e 7 casos de DCC. Atualmente, o município figura entre os municípios de alto
potencial para a re-circulação do vírus DENV-2 e para a ocorrência de uma epidemia de
FHD como a que ocorreu no Rio de Janeiro (Maciel 1999, Siqueira Júnior et al. 2004,
Feres et al. 2006, Maciel et al. 2008, Rocha 2008, Ministério da Saúde & Secretaria de
Vigilância em Saúde 2008).
Introdução
8
Figura 2. Série Histórica dos Casos Notificados de Dengue. Goiás, 1986 a 2008.
50000
45000
40000
900
2008 n= 45744
Aumento de 191,40%
Den III
800
700
35000
600
30000
500
25000
20000
400
Den I
300
Den II
15000
10000
200
5000
100
0
0
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Notificados
Confirmados
Incidência
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, 2008
A ineficácia das atuais medidas de controle e a capacidade vetorial de adaptar-se às
diversidades ambientais constituem uma ameaça constante para outras regiões indenes,
principalmente o Médio Oeste dos Estados Unidos, Europa e Austrália (Havaí). O aumento
das áreas endêmicas e o trânsito internacional de pessoas e produtos tem sido um dos
fatores primordiais para a dispersão mundial da doença e a manutenção da transmissão da
dengue nas regiões tropicais (Donalísio & Glasser 2002, Lindback et al. 2003, WilderSmith & Schwartz 2005, Wichmann et al. 2007, WHO 2008b).
1.2 Quadro Clínico
A infecção pelos diferentes sorotipos virais da dengue apresenta um amplo espectro
clínico-patológico, podendo cursar desde febre inaparente ou indiferenciada e autolimitada
(febre da dengue) até formas graves, nos quais se observam hemorragias, abrupto aumento
Introdução
9
da permeabilidade vascular e o desenvolvimento de choque hipovolêmico. A maioria das
infecções é assintomática e uma parcela menor pode apresentar um quadro de doença febril
aguda ou dengue clássico (Halstead 1988, 1993, Deen et al. 2006). Estimativa da
Organização Mundial de Saúde indica que 3% dos casos sintomáticos de dengue podem
evoluir com complicações ou para as formas de FHD e SCD, com risco de óbito (WHO
2008a).
Na dengue clássica, a febre é uma das manifestações mais freqüentemente descrita,
presente em 92% a 100% dos casos (Harris et al. 2000, Gubler & Kuno 2001, Lee et al.
2006). A duração da febre é de até 7 dias, podendo se estender por 12 dias ou mais.
Durante a defervescência pode ocorrer deterioração clínica do paciente e o surgimento das
complicações, podendo evoluir para o choque. A presença dos sinais de alerta como dor
abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, hipotensão postural, pressão
diferencial convergente (≤20mmHg), hemorragias espontâneas, extremidades frias,
cianose, pulso rápido e fino, agitação e/ou letargia, diminuição da diurese e desconforto,
são indicativos de gravidade da doença (WHO 1997, Harris et al. 2003, Ministério da
Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde 2005).
As manifestações clínicas da dengue freqüentemente dependem da idade do
paciente. Nos adultos, a maioria dos sintomas inclui cefaléia, mialgia intensa e
generalizada, astenia, prostração e dor retro-ocular. Exantema, vômitos, diarréia, dor
abdominal e hepatomegalia aparecem com menor freqüência (Marzochi 1991, Gubler &
Kuno 2001, Torres 2005). Nas crianças com menos de dois anos de idade, os sintomas
podem apresentar-se por choro persistente e irritabilidade, podendo confundir-se com
outras infecções febris comuns dessa faixa-etária. Exantema maculopapular ou
morbiliforme (rash cutâneo) pode aparecer tanto nas primeiras vinte e quatro horas do
período febril, quanto no período de defervescência, ou mesmo imediatamente após o
desaparecimento da febre. Após a remissão do exantema, pode surgir prurido palmoplantar. A dengue pediátrica caracteriza-se pelo aumento da permeabilidade vascular,
perda de plasma, manifestações hemorrágicas e trombocitopenia, que são características
das formas graves de FHD/SCD (Fischer & Halstead 1970, Ooi et al. 2003, Phuong et al.
2004, Lee et al. 2006). Estudo recente, em uma coorte de paciente hospitalizados em
Introdução
10
Goiânia, a defervescência dos pacientes não foi acompanhado da recuperação clínica do
paciente, sendo que os sintomas de gravidade apareceram após a febre (Guilarde et al.
2008).
Manifestações hemorrágicas espontâneas e petéquias podem ocorrer tanto em
adultos, quanto em crianças (Harris et al. 2000, Lee et al. 2006, Malavige et al. 2006). É
importante ressaltar que a hemorragia não é a maior causa de evolução desfavorável na
dengue, e sim a perda de liquidos em decorrência do aumento da permeabilidade vascular
(Gubler & Kuno 2001, Torres 2005). A convalescença dos pacientes com dengue
hemorrágica pode ser de curta duração e sem maiores problemas ou ser prolongada, por
mais de 15 dias, com persistência das queixas de fadiga, prostração e várias incapacidades
físicas e psicológicas (Halstead 1980, Kittigul et al. 2007, Lum et al. 2008).
Além dos sintomas e sinais clínicos descritos, apresentações atípicas em
decorrência das complicações da dengue podem surgir no decorrer da doença ou na fase de
convalescença. Embora raras na literatura médica, em áreas endêmicas essas apresentações
têm sido descritas, com freqüência crescente, nos últimos anos (Nimmannitya et al. 1987,
Patey et al. 1993). Hepatites graves, incluindo hepatite fulminante, são consideradas
manifestações não usuais na dengue, que habitualmente se manifesta com elevações
discretas ou moderadas de transaminases. Em áreas endêmicas, os casos de hepatite aguda
grave e de insuficiência hepática é diagnóstico diferencial para dengue em áreas endêmica
(Subramanian et al. 2005, Seneviratne et al. 2006, Ling et al. 2007).
Apresentações clínicas envolvendo o sistema nervoso central (SNC) têm sido
descritas com freqüência nesses anos. Durante o período febril podem surgir manifestações
neurológicas denominadas de para-infecciosas, que se caracterizam por um quadro de
encefalite, delírio, convulsão, irritabilidade, depressão e letargia. Nas pós-infecciosas, que
surgem após o histórico de dengue, foram descritas com meningoencefalite, convulsão,
irritabilidade, hemorragia intracranial, depressão, letargia, parestesias de membros,
demência, insônia, disfunção sexual, tremores e Síndrome de Guillain-Barré (Lum et al.
1996, Zagne et al. 1998, Haritoglou et al. 2000, Solomon et al. 2000, Cam et al. 2001,
Chan et al. 2006, Muzaffar et al. 2006, Guilarde et al. 2008, Rocha 2008).
Introdução
11
No Brasil, uma série de casos de dengue com manifestações neurológicas foi
descrita durante o período epidêmico na região amazônica (51), Pernambuco (41) e Rio de
Janeiro (13). Dentre as manifestações descritas destacou-se a paralisia facial, paralisia de
membros inferiores, convulsões, disfunção sexual e mudanças de comportamento. A
maioria dos casos apresentou associação com a infecção causada pelo sorotipo DENV-3
(Ferreira et al. 2005, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde 2005, Casseb
2007, Domingues et al. 2008).
1.3 Prevenção e Controle da Dengue
Por vários anos, o controle da dengue nas Américas esteve associado às medidas
de combate vetorial estabelecidas pelo Programa de Erradicação do Aedes aegypti (PEAa)
para a erradicação da febre amarela urbana do continente americano. O fato de alguns
países não ter aderido ao programa estabelecido pela Organização Pan Americana de
Saúde (OPAS) e mesmo a descontinuidade das medidas por parte daqueles que haviam
recebido o certificado de erradicação, foi um dos fatores que colaborou para o
ressurgimento do Aedes aegypti nas Américas (Causey & Theiler 1958, Pan American
Health Organization 1994, Rodhain & Rosen 1997).
No Brasil, o último caso notificado de febre amarela urbana foi em 1942, no Acre.
Em 1958, o Brasil foi um dos primeiros países das Américas a receber o Certificado de
Erradicação do Aedes aegypti (Pan American Health Organization 1994). Na década de 60,
houve a re-infestação do vetor em várias capitais brasileiras como Belém (1967), Salvador
(1976) e Rio de Janeiro (1977). A partir da década de 80, as medidas de combate químico
se mostraram ineficazes para impedir a dispersão geográfica do vetor e conter a força de
morbidade da dengue nos centros urbanos (Tauil 2002, Teixeira et al. 2002).
Introdução
12
A re-emergência da dengue no Brasil, na década de 80 e a magnitude da epidemia
no Rio de Janeiro fizeram com que o Ministério da Saúde empreendesse uma campanha
nacional para a erradicação do vetor em todo o território. A re-infestação do país trouxe o
risco de re-emergência da dengue bem como da febre amarela urbana. Diante disso, em
1996, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e a OPAS elaborou o
Plano Diretor de Erradicação do Aedes aegypti (PDEAa). Diferente do anterior, o novo
programa incluiu além do combate químico, um conjunto de estratégias de saneamento
ambiental, infra-estrutura urbana, educação em saúde, informação e uma ampla
mobilização social para as práticas sanitárias. Além da dengue, outros problemas de saúde
relacionados com o saneamento e o meio-ambiente foram incluídos nas metas do
programa. No entanto, a escassez de recursos financeiros e a falta de articulação entre as
três esferas do governo impediram a execução do plano, e em conseqüência, as metas não
foram alcançadas. Nessa época, houve a proliferação do vetor para quase todos os estados,
com exceção do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Newton & Reiter 1992, Ministério da
Saúde 1996, Tauil 2002, Teixeira et al. 2008).
Diante da impossibilidade de erradicação da doença e do agravemento do quadro
epidemiológico em consequência da co-circulação dos vírus DENV-1, 2 e 3, o Ministério
da Saúde implantou, em 2002, o Plano de Intensificação das Ações de Controle da Dengue
(PIACD/2002), visando o controle da dengue nos centros urbanos. Em seguida, o PIACD
foi redesenhado, passando a ser denominado Programa Nacional de Controle da Dengue
(PNCD), o qual foi programado para intensificar as ações existentes e implementar novas
estratégias com maior abrangência operacional. O novo programa foi construído nos
moldes de uma política nacional de saúde, com a integração das três esferas de governo:
federal, estadual e municipal. O PNCD englobou um conjunto de estratégias
fundamentadas em vários componentes: vigilância epidemiológica, vigilância sanitária,
entomológica, saneamento ambiental, assistência básica, com inclusão do Programa de
Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Programa de Saúde da Família (PSF), combate
vetorial, educação sanitária da população e mobilização social para as práticas sanitárias
saudáveis. O PNCD foi construído com base nos princípios do planejamento estratégico,
com o objetivo de reduzir a infestação do vetor Aedes aegypti a menos de 1%, reduzir a
letalidade de FHD a menos de 1% e a incidência da doença em 50% em 2003 e nos anos
Introdução
13
seguintes em 25% a cada ano. O PNCD selecionou municípios prioritários no país cujos
critérios de inclusão foram as capitais de estado, incluindo sua região metropolitana, os
municípios com população igual ou superiou a 50 mil habitantes e aqueles receptivos à
introdução de novos sorotipos virais de dengue como fronteiras, cidades portuárias,
núcleos de turismo e outras (Ministério da Saúde 2002, Silva Júnior et al. 2002, Tauil
2002).
Em análise de ocorrência da dengue após a implantação do PNCD em 2002, nos
municípios prioritários mostrou que as estratégias de prevenção foram ineficazes para
conter as epidemias, reduzir a incidência e a letalidade da doença. O não cumprimento das
metas, na quase totalidade dos municípios prioritários das regiões Sudeste e Centro-Oeste
aponta para a necessidade de revisão operacional do PNCD e o aprimoramento da
vigilância (Pessanha et al. 2009).
Esse cenário epidemiológico evidencia a necessidade urgente de medidas de
prevenção que visem reduzir a morbi-mortalidade da dengue e os prejuízos financeiros
decorrentes da doença (Meltzer et al. 1998, Torres & Castro 2007, Coelho et al. 2008).
Atualmente, não existe nenhum medicamento específico para o tratamento da dengue,
sendo que o prognóstico da doença depende do diagnóstico precoce e do manejo clínico
apropriado. Nesse sentido, a única medida promissora para o controle da endemia seria o
desenvolvimento de uma vacina tetravalente para uso em larga escala na população
(Shepard et al. 2004, Kroeger et al. 2006, Halstead et al. 2007).
Em 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu a dengue no Grupo I do
Programa Especial de Investimentos em Pesquisa “UNDP/World Bank/WHO Special
Programme for Research and Training in Tropical Diseases-TDR”. Desde essa época, a
dengue passou a figurar na lista dos agravos negligenciados, como a leishmaniose,
esquistossomose e malária, que são doenças prioritárias para os investimentos em
prevenção e em pesquisas de novas terapêuticas, novos testes de diagnósticos e até de uma
vacina. As altas taxas de morbidade e mortalidade decorrentes destes agravos e o efeito
negativo dessas doenças no crescimento econômico dos países em desenvolvimento
constituem justificativas para priorizar os investimentos nesse grupo de agravos (Remme et
al. 2002, Kroeger & Nathan 2006).
Introdução
14
Nos últimos anos, laboratórios internacionais como Aventis Pasteur, na França e o
GlaxoSmithKline na Bélgica, têm investido em pesquisas de uma vacina contra ao quatro
sorotipos virais da dengue (DENV-1, 2, 3 e 4). As cepas de vírus DENV atenuado, RNA
dos vírus e proteínas têm se constituído em antígenos para as vacinas. Resultados recentes
dessas pesquisas foram apresentados na 56ª reunião da Sociedade Americana de Medicina
Tropical e Higiene (ASTMH) (PDVI 2007). Em estudo com a vacina WRAIR, do
laboratório GlaxoSmithKline, testada em 50 adultos voluntários, a soro-conversão foi o
equivalente a 80 e 90% nos indivíduos vacinados. A segunda vacina, da Sanofi Pasteur, a
soro-conversão foi observada em 100% dos adultos vacinados (100 voluntários). Relatos
recentes indicam que a vacina do laboratório Sanofi Pasteur está em fase de ensaio clínico
e que até 2012, poderá ser disponibilizada para a população (Almond et al. 2002, Halstead
& Deen 2002, Eckels et al. 2003, Hombach 2007, PDVI 2007).
1.4 Carga Econômica da Dengue
A dengue é reconhecida mundialmente, como uma das doenças emergentes, nãocontroladas e de maior impacto na saúde pública. O crescimento das epidemias, a elevação
dos custos financeiros com a prevenção, com a assistência médica aos pacientes e os
prejuízos oriundos das incapacidades temporárias ou permanentes e das mortes prematuras
em conseqüência da infecção exercem uma influência negativa sobre o processo de
crescimento dos países em desenvolvimento, principalmente a América Latina,
compreendendo o Brasil (Banco Mundial 1993, Fernandez Martin et al. 1995, Hinman
1997, Meltzer et al. 1998, Lopez et al. 2006).
Desde a década de 70, tem havido um crescente interesse por parte dos organismos
governamentais e não-governamentais no desenvolvimento de estudos econômicos em
saúde com a finalidade de auxiliar os gestores na tomada de decisões e na maximização
dos recursos públicos (Byford et al. 2000, WHO 2001, Drummond et al. 2005). A
avaliação econômica de programas e serviços de saúde permite a comparação entre os
Introdução
15
custos econômicos das alternativas e os benefícios produzidos para a saúde da população.
Os resultados, que são os benefícios, são utilizados para definir as prioridades de
investimentos ou mesmo, decidir em quais programas ou serviços, que produz os melhores
resultados com o menor custo. O termo saúde para os economistas significa utilidade, que
é o estado de bem estar percebido pelos indivíduos (Garber et al. 1996, Byford et al. 2000,
Tanaka & Melo 2001, Drummond et al. 2005).
Embora esses estudos sejam largamente utilizados em outras áreas da saúde, como
a previdência social e seguridade social, na saúde pública ainda encontram algumas
resistências por parte dos profissionais de saúde. Isso decorre em parte, pelo fato dos
estudos econômicos focalizarem o custo monetário do processo saúde-doença e pelo fato
dos profissionais não aceitarem o sistema de valoração da vida humana nas decisões em
saúde. Até hoje, muitos profissionais confundem a utilização desses indicadores como uma
especulação financeira da saúde pública. No entanto, o uso desses indicadores são mais
uma das alternativas a serem consideradas no processo de tomada de decisão e no
estabelecimento de prioridades na saúde pública (Duarte de Araújo 1975).
Os estudos econômicos conduzidos por Fein (1958) sobre o efeito do custo das
doenças mentais, os de Weisbrod (1961) sobre a quantificação dos custos com a
poliomielite, tuberculose e neoplasias malignas e os de Rice (1966) sobre os prejuízos
econômicos produzidos pelas doenças do coração, câncer e acidentes vasculares são
modelos metodológicos atuais de avaliação de custos econômicos em saúde (Fein 1958,
Weisbrod 1961, Rice 1967). Os principais métodos predominantemente utilizados nas
avaliações econômicas em saúde são as de custo-benefício (ACB), custo-efetividade
(ACE) e custo-utilidade (ACU). Embora tenham como princípio comum à avaliação do
custo econômico dos investimentos, os resultados produzidos são diferentes. A análise de
custo-benefício tem sido a metodologia mais utilizada nas avaliações das estratégias ou
programas sociais, como a educação e a saúde. Os ACBs comparam os custos de uma ou
mais estratégias de saúde e os benefícios produzidos à saúde em termos de valores
monetários: rentabilidade ou prejuízo econômico no orçamento dos governos (Nunes 1998,
Piola & Vianna 2002, Drummond et al. 2005). No Brasil, a primeira iniciativa de uso dessa
metodologia na área da saúde refere-se ao estudo econômico, que avaliou a viabilidade
Introdução
16
econômica da Campanha Nacional contra a Tuberculose em 1947. Nesse estudo, que foi
conduzido pelo Ministério da Educação e Saúde, sob a orientação do Engenheiro Paulo de
Assis Ribeiro, os resultados indicaram que o investimento econômico no programa de
prevenção da tuberculose por um período de 10 anos, pouparia quase 2 milhões de anos de
vida, o que resultaria em uma economia de mais de 10 bilhões de cruzeiros para o país
(Ministério da Educação e Saúde do Brasil 1949, Duarte de Araujo 1975).
A análise de custo-efetividade (ACE) é um estudo econômico bastante recente na
área da saúde, mais especificamente, a partir da década de 90. Diferente dos estudos ACB,
esta análise avalia os custos das alternativas e compara com os benefícios, que não são
apresentados em forma de unidades monetárias, mas através de indicadores de efetividade,
que são as mudanças produzidas por uma intervenção na saúde da população, como por
exemplo, a redução da incidência, da prevalência, da mortalidade, das taxas de
hospitalização, a melhoria da sobrevida e da qualidade de vida. Com base nos princípios
econômicos, a alternativa com menor custo por unidade de efetividade é a que deve ser
escolhida, pois apresenta a melhor razão custo-efetividade (Brosnan & Swint 2001,
Drummond et al. 2005).
A análise de custo-utilidade (ACU) difere da ACE pelo fato de avaliar os custos
econômicos das intervenções e quantificar os resultados de saúde em termos de utilidade
para o grupo de intervenção. As utilidades de saúde representam os ganhos que o paciente
julga como benefício, como por exemplo, a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos
ou os anos de vida economizados sem a doença. Nesse tipo de análise, os resultados de
saúde consideram os benefícios subjetivos ou as preferências dos indivíduos em relação a
determinados resultados quando confrontados com a incerteza. Os resultados de saúde
mais freqüentes na literatura internacional sobre análises de custo-utilidade são
apresentados através dos Quality adjusted life years – QALYs. Esse indicador combina
numa mesma medida os ganos na quantidade e na qualidade de vida dos indivíduos, com
um potecial de utilização na análise e avaliação das intervenções de saúde (Torrance et al.
1995, Drummond et al. 2005, Pinho & Veiga 2009).
Introdução
17
Os QALYs (Quality adjusted Life Years) foram desenvolvidos na década de 70
com a finalidade de se incorporar tanto a morbidade (ganhos em qualidade) como a
mortalidade (ganhos em quantidade) em um único indicador. Internacionalmente, é
considerado o indicador padrão para a avaliação dos programas de saúde, podendo
inclusive ser convertido em valores monetários, que são os custos por QALY. O QALY ou
o benefício de saúde corresponde aos anos de vida ajustados pela qualidade (AVAQ) e
representa os anos de vida com saúde plena a uma série de anos vividos em outro estado.
Nesse sentido, os anos extras que determinada alternativa concede aos indivíduos,
ajustados pela qualidade, valem mais do que os anos piores (Piola & Vianna 2002,
Drummond et al. 2005).
No cálculo do QALY são atribuídos pesos aos diferentes estados de saúde situados
no contínuo entre os extremos da saúde plena e da morte (Torrance et al. 1995, Costa
2006). Os pesos representam as preferências dos indivíduos pelo tempo vivido em cada
estado de saúde, servindo como fatores de ajuste em relação ao tempo de vida com plena
saúde. A maioria das metodologias utilizam o sistema de escalas, como a rating scale e
magnitude estimation, o sistema dos jogos como o standard gamble e os métodos de
equivalência como o time trade-off e o person trade-off . No caso de doenças agudas e de
duração curta, ao invés de anos, os economistas utilizam a qualidade de vida ajustada pelos
dias, que corresponde ao Quality Adjusted Life Day (QALD) (Nunes 1998, Drummond et
al. 2005)
Outro indicador de utilidade bastante utilizado na área da saúde é o DisabilityAdjusted Life Year (DALY), que corresponde aos Anos de Vida Perdidos Ajustados por
Incapacidade (AVAI) (Murray & Lopez 1996, Drummond et al. 2005). Seguindo a
metodologia dos QALYs, os DALYs foram desenvolvidos por um grupo de economistas
do Banco Mundial e da Organização Mundial de Saúde, em 1993, para avaliar a carga
global de doença (Global Burden of Disease - GBD) de uma lista de mais de 100 doenças
consideradas prioritárias em oito regiões do mundo (Murray & Lopez 1996, WHO 2001).
A principal inovação desse indicador é que, desde sua apresentação, ele tem sido
largamente utilizado pelos países para quantificar a carga global ou o peso de uma doença
em termos de morbidade, mortalidade e qualidade de vida. O fato de esse indicador ser um
Introdução
18
sumário “do tempo vivido com incapacidade e do tempo perdido devido à mortalidade
prematura”, ele permite estimar os prejuízos sociais ou o ônus da doença, os quais são
representados pela categoria dos custos indiretos da doença, que são as perdas monetárias
decorrentes das incapacidades, mortes prematuras e baixa qualidade de vida (Murray &
Lopez 1996, Habicht et al. 1999, Nedel et al. 1999).
Em resumo, os DALYs ou AVAIs expressam em um único indicador de saúde as
conseqüências fatais (morbidade) e não fatais da doença (mortalidade). Ele resulta da soma
dos anos de vida perdidos por mortalidade (AVP), que corresponde ao YLL (Years of Life
Lost) e dos anos vividos com incapacidade (AVI), que corresponde ao YLI (Years Lived
with Disability). Esses indicadores são comparados a uma esperança de vida ideal cujo
padrão utilizado foi o do Japão, considerado o país com maior eexpectativa de vida ao
nascer do mundo, sendo de 80 anos para os homens e 80,2 anos para as mulheres. A
utilização de um mesmo padrão para todos os países é um dos critérios importantes para
garantir a comparabilidade dos resultados (Murray 1996).
A metodologia dos DALYs incorpora em sua construção alguns supostos técnicos e
valores sociais: a) supostos técnicos - na medida do possível, qualquer conseqüência para a
saúde que represente perda de bem-estar deve incluir-se em um indicador de saúde; as
características da pessoa que sofre uma conseqüência para a saúde, a serem medidas, serão
limitadas à idade e sexo; consideração idêntica para as mesmas conseqüências para a
saúde; o tempo é a unidade de medida da carga da doença; b) valores sociais – tempo de
vida perdido por morte prematura; valor social do tempo vivido a diferentes idades;
ponderação da incapacidade; preferência temporal (Murray & Lopez 1996).
Os QALYs e os DALYs têm como principais objetivos identificar prioridades em
função do perfil epidemiológico, a tomada de decisões sobre a destinação de recursos,
além de torná-las mais explícitas à sociedade, estabelecer prioridades de investigação em
saúde, identificar os grupos desfavorecidos, enfocar as intervenções em saúde e oferecer
uma medida comparável do seu produto para avaliar e planejar as intervenções, os
programas e o setor. Esses indicadores não devem ser considerados um novo paradigma,
mas sim um método complementar para a análise das necessidades de saúde cuja grande
Introdução
19
vantagem é medir a carga global da doença e sua utilidade para a análise de custoefetividade de ações dirigidas a melhorar o nível de saúde das populações (Murray 1996,
Nedel et al. 1999, WHO 2001). Em estudo sobre a Carga de Doença no Brasil, em 1998,
coordenado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/FIOCRUZ)
mostrou que os maiores DALYs foram observados nas doenças não transmissíveis e de
causas violentas, sugerindo uma mudança no padrão epidemiológico no país, onde as
doenças transmissíveis como tuberculose, malária e outras foram responsáveis pela carga
de doença no país (Schramm et al. 2004).
Embora a maioria das avaliações de custo de doença focaliza as despesas com o
tratmento e com a prevenção, há de se ressaltar que esses componentes não representam o
custo total da doença, portanto não evidenciam o efeito ou a carga econômica da doença
(Rice 1967). O custo total da doença requer o computo de um conjunto de componentes,
desde os custos diretos com o tratamento e a assistência do paciente, que incluem os custos
médicos e não médicos até os custos indiretos decorrentes, decorrentes da perda de
produtividade (absenteísmo) do paciente ou seus familiares. Alguns estudos incluem a
categoria dos custos intangíveis, como o DALYs e o QALYs, os quais podem ser
transformados em prejuízos econômicos (Hinman 1997, Drummond et al. 2005).
Os custos diretos representam o total de despesas que incidem diretamente sobre o
tratamento do paciente ou sobre os investimentos em um programa de prevenção,
incluindo os gastos com pessoal, consultas, hospitalização, exames de diagnósticos,
insumos hospitalares, medicamentos, terapias instituídas, honorários médicos, salários dos
profissionais de saúde, e invetimentos na estruturação dos serviços de saúde. Além desses,
são incluídos os custos diretos não-médicos, que se referem aos gastos efetuados pelo
paciente e seus familiares e que foram utilizados para o pagamento do transporte do
paciente para os serviços de saúde, os gastos com alimentação e até as despesas com o
alojamento e alimentação dos acompanhantes (Rice 1967, Hinman 1997, Brosnan & Swint
2001, Piola & Vianna 2002, Drummond et al. 2005).
Os custos indiretos em saúde são aqueles usualmente associados à morbidade, à
perda da produtividade e mortalidade precoce, os quais representam os prejuízos
Introdução
20
produzidos pela doença ou os custos sociais da doença. Nesse sentido, quanto maior a
incidência e a letalidade de uma doença no grupo de indivíduos, cuja faixa etária
representa a força produtiva do país, maior serão os custos da doença e o seu impacto no
desenvolvimento econômico do país. Os custos indiretos podem ultrapassar a categoria dos
custos diretos com o tratamento do paciente. Os custos intangíveis são os prejuízos
decorrentes da perda da saúde, da dor, do sofrimento, da angústia, da infertilidade, da
perda do bem-estar e da baixa qualidade de vida dos pacientes. Esses custos são associados
ao efeito da doença e difíceis de serem estabelecidos em valores monetários (Rice 1967,
Murray & Lopez 1996, Drummond et al. 2005).
Há várias décadas, as análises econômicas em saúde têm sido freqüentemente,
utilizadas em avaliações sobre o impacto dos custos e a carga global de doenças como
HIV/Aids, hepatites, diabetes, malária, esquizofrenia e outras (Barlow 1967, Szucs et al.
2001, Bachmann & Booysen 2003, Costa et al. 2005). No caso específico da dengue, esses
estudos são recentes e com uma vasta lacuna tanto na literatura nacional como na
internacional. A maioria das avaliações econômicas em dengue focalizou o impacto dos
custos das epidemias de dengue, sendo poucos os estudos que estimaram os custos do
episódio da doença e a carga social da doença em termos de DALYs perdidos ou qualidade
de vida (Torres & Castro 2007).
Estudos conduzidos em países das Américas estimaram o custo das epidemias de
dengue na ordem de US$ 6,1 a 15,6 milhões em Porto Rico (1977) (Von Allmen et al.
1979), de US$ 103 milhões em Cuba (1981) (Kouri et al. 1989), US$ 2,7 milhões na
Nicarágua (Ferrando 1995). Os resultados dos estudos mostram que o impacto econômico
da dengue em Cuba (1997) foi diretamente proporcional à magnitude da epidemia, onde
mais de 24 mil pessoas com FHD foram hospitalizadas. Os custos diretos com o tratamento
dos pacientes foi o equivalente a US$ 41 milhões e o restante, de US$ 43 milhões foram
investimentos em medidas de prevenção e controle vetorial (Valdes et al. 2002). Em estudo
recente, o custo total da dengue no Panamá foi estimado US$ 16,8 milhões, sendo o custo
individual equivalente a US$ 332,0 (Armien et al. 2008).
Introdução
21
Na Ásia, o custo econômico da epidemia de dengue na Tailândia, em 1994 foi
estimado em US$ 12,6 milhões. Do total, aproximadamente US$ 56,7 milhões foram
gastos médicos efetuados pelos pacientes e seus familiares, sendo o custo individual
equivalente a US$ 102 em crianças e de US$ 138 em adultos (Okanurak et al. 1997). No
Vietnã, o custo total da hospitalização de uma criança com dengue foi estimado em US$ 61
(Harving & Ronsholt 2007). As estimativas econômicas sobre o custo da dengue nos países
do sudeste da Ásia foi o equivalente a US$ 69,5 milhões e US$ 105 milhões para FHD. O
custo total da dengue clássica foi de US$ 35,5 milhões (Shepard et al. 2004). O custo
individual da dengue foi estimado em US$ 139 para FHD e US$ 4,3 para dengue clássico.
Em estudo recente, o custo individual da dengue na Tailândia foi estimado em US$ 1 758
para os pacientes hospitalizados. No Camboja, o custo da hospitalização foi o equivalente a
US$ 756 e na Malásia, o custo foi da ordem de US$ 666 para os pacientes atendidos em
ambulatório e de US$ 1 988 para os hospitalizados (Suaya et al. 2009).
As diferenças geográficas, o perfil epidemiológico de cada país, a gravidade dos
casos, a renda per capita, o tipo de assistência médica (ambulatório ou hospitalar), o tipo de
sistema de saúde (público ou privado) e a falta de padronização de protocolos de
tratamento são fatores que podem ter contribuído tanto para subestimar como para
superestimar o custo da dengue nos países endêmicos. Nesse sentido, a quantificação da
carga da doença com base somente nos indicadores econômicos da doença parece não ser
suficientes para dimensionar o verdadeiro impacto da doença na saúde pública dos países
endêmicos (Drummond et al. 2005, Torres & Castro 2007).
A carga da dengue em Porto Rico foi estimado em uma perda de 658 DALYs,
sendo equivalente ao DALYs estimados para toda a América Latina e região do Caribe
para malária, tuberculose, helmintoses e outras doenças da infância (Banco Mundial 1993,
Meltzer et al. 1998). Na Ásia, região hiperendêmica e de alta letalidade para a dengue (>
de 5%), a carga da dengue foi estimada em 848 DALYs perdidos (Shepard et al. 2004).
No Sudeste da Ásia, os prejuízos da dengue foram estimados em 427 DALYs nas famílias
e 465 nas crianças (Shepard et al. 2004, Clark et al. 2005, Anderson et al. 2007). Em
estudo do Banco Mundial sobre a carga global de uma lista de mais de 100 doenças
prioritárias para a saúde pública dos países em desenvolvimento, a dengue foi superada
Introdução
22
apenas pela AIDS, tuberculose, malária e hepatites (Banco Mundial 1993, Meltzer et al.
1998).
No Brasil, não encontramos nenhuma referência de estudos sobre custos
econômicos e carga da dengue na saúde pública. Os dados disponíveis e não publicados
são aqueles referentes aos pagamentos efetuados pelo Ministério da Saúde à rede
credenciada do Sistema Único de Saúde (SUS), disponíveis no Sistema de Informação
Ambulatorial e no Sistema de Informação Hospitalar do Ministério da Saúde (SIH e
SIA/DATASUS/MS). No período de 2002 a 2005, o custo médio da hospitalização de um
paciente de dengue e FHD variaram de US$ 80,3 em 2002 e US$ 144,1 em 2005
(Ministério da Saúde/DATASUS 2005). Dados recentes do Programa Nacional de
Controle da Dengue apontaram um investimento de mais de R$ 1 bilhão de reais em 2008.
Do total, R$ 270 milhões foi para o pagamento de salários dos agentes de saúde, R$ 20
milhões para inseticidas, R$ 1,2 milhão para capacitação dos agentes, R$ 13,3 milhões
para equipamentos de pulverização, veículos, motocicletas, R$ 40,3 milhões para as
campanhas publicitárias, R$ 128 milhões para o aporte financeiro da vigilância da dengue.
Em estudo recente, onde o Brasil foi parte de uma pesquisa multicêntrica intitulada
"Household Dengue Burden of Ilness Survey-Multicountry Study 2004-2005", os custos
diretos e indiretos do episódio de dengue por paciente foi estimado em I$ 699 para os
atendidos em ambulatório e em I$ 1 622 para os hospitalizados (Tauil 2002, Ministério da
Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde 2008, Teixeira et al. 2008, Suaya et al. 2009).
1.5 Impacto da Dengue na Saúde e na Qualidade de Vida
O uso racional dos recursos disponíveis torna imprescindível em saúde pública a
busca permanente de instrumentos que ajudem a tomada de decisões. Além de
considerarem-se as questões ideológicas, políticas e administrativas que estão implicadas
nos temas de saúde é necessário dispor de informações adequadas para uma análise
objetiva das situações sobre as quais se pretende atuar. Os indicadores de saúde cumprem
Introdução
23
esse papel e suas características determinam a extensão de seu uso (Testa & Simonson
1996, Nedel et al. 1999).
No âmbito da saúde coletiva, a quantificação da carga da doença na qualidade de
vida (QV) dos pacientes tem sido fundamental nas análises sobre a eficácia das
intervenções, da eficiência dos tratamentos e da efetividade das medidas de prevenção
(Sherbourne et al. 1992, Testa & Simonson 1996). O efeito negativo da doença na saúde e na
qualidade de vida produzem prejuízos tanto do ponto de vista econômico quanto social,
podendo comprometer significativamente a produtividade econômica dos países (Torrance
et al. 1995, Murray & Lopez 1996, Shepard et al. 2004, Drummond et al. 2005, Pinho &
Veiga 2009). Por outro lado, os indicadores de carga de doenças e de qualidade de vida são
os que mais influenciam as decisões na área da saúde. Eticamente, há uma resistência pelos
profissionais de saúde em utilizar os indicadores econômicos nas questões de saúde, haja
vista que, a vida humana não pode ser valorada em termos monetários (Kaplan 1995,
Torrance et al. 1995, Carr & Higginson 2001).
Nas últimas décadas, o termo qualidade de vida tem sido amplamente citado na
literatura médica, inclusive suscitando várias controvérsias quanto a sua conceituação e as
metodologias utilizadas para avaliar os diferentes estados de saúde, que interferem direta
ou indiretamente na qualidade de vida dos indivíduos. Revisões históricas do conceito de
saúde indicam que saúde e QV sempre estiveram intrinsecamente relacionadas. A tentativa
de uma definição científica de qualidade de vida é recente e a expressão tem sido utilizada
como sinônimo de estado de saúde, estado funcional, bem estar psicológico, felicidade
com a vida, satisfação das necessidades e avaliação da própria vida (Carr & Higginson
2001).
Na década de 40, a Organização Mundial da Saúde conceituou saúde como um
estado completo de bem-estar físico, mental e social, e não meramente, a ausência de
doença. Esse conceito amplo e subjetivo foi construído com a finalidade de direcionar as
políticas públicas de saúde para a prevenção da morbidade e principalmente, para
incentivar as medidas de promoção à longevidade e a redução da mortalidade dos
indivíduos (WHO 1946, Mezomo 1992, Centers of Disease Control and Prevention 2000).
Introdução
24
Em 1998, a Organização Mundial de Saúde redefiniu o conceito de saúde,
englobando aspectos inerentes da qualidade de vida dos indivíduos, principalmente aqueles
relacionados à percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da cultura,
do sistema de valores, onde estão inseridos, seus objetivos, expectativas e preocupações.
Portanto, saúde não significa apenas não estar doente, mas o completo estado de bem-estar
físico, psicológico e social. A partir daí, a expressão “qualidade de vida” passou a ser
referida como um sendo um conceito multidimensional, subjetivo e para o qual não existe,
até o momento, uma definição única que seja aceita por todos. È comum encontrarmos os
termos estado de saúde, nível funcional e bem-estar serem utilizados como sinônimos de
qualidade de vida. Na tentativa de uniformizar o conceito na área da saúde, a Organização
Mundial de Saúde reuniu um grupo de pesquisadores de vários países e culturas para
trabalharem nas metodologias e nos intrumentos de avaliação da QV ( WHOQOL Group
1995). O Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde conceituou QV
como sendo a percepção do indivíduo de seu estado de saúde, incluindo sua satisfação com
a vida, no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos
seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Essa definição baseiou-se nos
pressupostos de que QV é um conceito subjetivo, portanto depende da percepção do
indivíduo e multidimensional, pois inclui os elementos de avaliação tanto positivos (p.ex.,
mobilidade) quanto negativos (p.ex., dor) (WHOQOL Group 1995).
O termo mais utilizado na área da saúde é Health Related Quality of Life HRQOL, que corresponde à Qualidade de Vida Relacionada à Saúde – QVRS. Este termo
foi definido como sendo a quantificação do efeito da doença nas atividades de vida diária e
no bem-estar do paciente, sendo realizada de maneira formal e padronizada (Jones et al.
1991). Menos abrangente que QV, o QVRS refere-se ao valor atribuído à duração da vida,
modificado em função de deficiência, estados funcionais, percepções e oportunidades
sociais, que são influenciados pela ocorrência de doenças, traumas, tratamentos ou
políticas. Congrega-se assim, tanto a idéia de “quantidade”, que é o período de tempo,
quanto de “qualidade”, que é o quão bem se vive com a doença. QVRS é utilizado quando
se quer avaliar o efeito da doença no funcionamento físico, psicológico e social dos
indivíduos (Costa 2006).
Introdução
25
As avaliações de QVRS tem o objetivo de monitorar a saúde de uma determinada
população, diagnosticar a natureza, a gravidade, o prognóstico da doença e os efeitos do
tratamento na saúde e na QV dos pacientes. É avaliada a partir de dados objetivos e
mensuráveis, aplicados aos indivíduos reconhecidamente doentes do ponto de vista físico.
Refere-se à gravidade da limitação e desconforto que a doença e ou sua terapêutica acarreta
ao paciente (Pagani & Pagani Jr 2005).
Desde a década de 70, uma grande variedade de instrumentos tem sido planejada
para avaliar e medir os diferentes estados de saúde dos indivíduos, que interferem na
qualidade de vida. Independente dos instrumentos disponíveis, a informação relativa às
preferências dos indivíduos pelos diferentes estados de saúde é freqüentemente obtida
através da utilização de questionários, que se utilizam tanto de métodos qualitativos quanto
dos quantitativos, podendo ser gerais ou específicos (Patrick & Erickson 1993, Landon et
al. 1998).
Os questionários gerais ou genéricos foram os primeiros instrumentos utilizados nas
avaliações de qualidade de vida e se mostraram capazes de avaliar de uma forma geral o
estado de saúde tanto em termos qualitativos como quantitativos. Atualmente, são os
instrumentos mais utilizados neste tipo de pesquisa. Eles permitem a obtenção de valores
das alterações produzidas no estado geral de saúde dos indivíduos, independente de um
problema ou doença específica. Diversos instrumentos foram desenvolvidos para avaliar o
estado de saúde e qualidade de vida de populações gerais ou grupos específicos, como
portadores de deficiências e condições particulares. Entre os vários questionários existentes
citamos o Quality of Well-Being Scale (QWB), o Sickness Impact Profile (SIP), o Short
Form 36 Health Survey Instrument (SF-36), o Short Form 12 Health survey Instrument
(SF-12), o Nottin-Gham Health Profile, o WHO Disability Assessment Schedule
(WHODAS II) e o World Health Organization Quality of life (WHOQOL), sendo a versão
mais recente, o EuroQol (EQ-5D). Estas escalas revelam-se de grande interesse para
estudos que possam abranger populações de doentes dos mais variados tipos - agudos,
crônicos, ambulatórios, internados - e de diferentes especialidades (Patrick & Erickson
1993, Landon et al. 1998, Nunes 1998, Brazier et al. 2002, Fleck et al. 2008).
Introdução
26
Os questionários específicos foram desenvolvidos para avaliar o efeito de uma
doença específica na QV dos indivíduos e principalmente, para quantificar os ganhos de
saúde dos pacientes após um tratamento específico. São utilizados quando se pretendem
estabelecer comparações entre indivíduos com características idênticas e quando estas
características são as únicas importantes na definição do resultado, como por exemplo, o
Cat-Quest, o Functional Assessment of Cancer Therapy Breast (FACT-B), Breast Cancer
Chemotherapy Questionnaire (BCCQ), o Women’s Health Questionnaire (WHQ).
Enquanto os questionários gerais incidem mais em componentes importantes para a saúde,
como as funções físicas, papéis sociais ou estados psíquicos, os instrumentos específicos
incidem em sintomas da doença. São fáceis de serem aplicados, interpretados e permitem
obter informações sobre a etiologia da doença, sintomas mais importantes, gravidade da
doença e o seu impacto na vida dos pacientes. Dentre os específicos, ressaltam-se o
WHOQOL-HIV, artrite reumatóide, diabetes e outros (Carr & Higginson 2001, Fleck et al.
2008).
Desde 1987, um grupo de pesquisadores de vários países e áreas disciplinares
distintas, vem trabalhando no desenvolvimento, na validação e na padronização de um
instrumento de QV para ser utilizado em larga escala em pesquisas na área da saúde. O
primeiro questionário produzido pelo Grupo de Qualidade de Vida da Organização
Mundial de Saúde (EuroQol Group) foi o WHOQOL-100, que foi um instrumento que
englobou várias dimensões da saúde que afetam a QV. Esse questionário foi utilizado pela
OMS, em uma pesquisa multicêntrica sobre a QV da população mundial (EuroQol Group
2000).
Nos anos seguintes, o EuroQol Group apresentou uma versão mais resumida
denominada de WHOQOL-Bref, o qual foi validado em vários inquéritos, inclusive no
Brasil (Fleck et al. 2008). Desde 1991, o questionário original sofreu várias adaptações até
chegar à versão mais recente do EuroQol EQ-5D. Este instrumento caracteriza-se por ser
curto e de fácil compreensão, podendo ser auto-respondido ou até encaminhado pelo
correio. Foi desenvolvido com o objetivo de produzir um índice cardinal único do estado
de saúde, podendo ser usado como um indicador tanto na avaliação clinica quanto na
Introdução
27
econômica. No contexto da saúde, a avaliação dos estados de saúde geralmente,
representada em escala cardinal (ótimo, bom, regular/moderado, ruim), indica a “carga” de
doença de acordo com a percepção do indivíduo sobre seu estado de saúde. Apresenta
propriedades que permitem o cálculo do indicador QALY para a avaliação econômica da
doença (EuroQol Group 2000, WHOQOL Group 2007, Fleck et al. 2008).
Até o momento, não existe nenhum instrumento específico na literatura científica
validado para quantificar a QVRS dos pacientes de dengue. Os poucos estudos realizados,
utilizaram-se o modelo do questionário genérico do EuroQol Group (OMS), na versão do
EQ-5D. Este instrumento é constituído por duas partes: uma destina-se a quantificação do
estado de saúde do individuo (EQ-5D) e a outra se destina a avaliar os estados de saúde
definidos pelo EQ-5D (EuroQol Group 2000). Por outro lado, por ser inespecífico, não
permite obter uma avaliação diagnóstica da natureza e da severidade da dengue ou levantar
fatores etiológicos relacionados à doença (Miettinen 1987, Fitzpatrick et al. 1992, Carr &
Higginson 2001).
Em estudo recente no Panamá, a carga da dengue na qualidade de vida dos
pacientes foi significativamente associada à baixa qualidade de vida dos pacientes. Há
evidências de que de a persistência dos fenômenos físicos e psicológicos impediram a
realizaçao das atividades diárias como o trabalho, a escola e até as atividades sociais, como
o lazer (Armien et al. 2008, Lum et al. 2008).
A quantificação da carga da dengue em termos econômicos e na qualidade de vida
dos pacientes tem sido essencial para mostrar o quanto o governo, as famílias e a sociedade
em geral, poderiam ter economizado ou ganho, caso a doença fosse controlada. Esses
resultados têm sido de grande utilidade para chamar a atenção da comunidade científica
internacional para a necessidade urgente de se investir em pesquisas para o
desenvolvimento de estratégias que visem minimizar o sofrimento dos pacientes, diminuir
os custos econômicos com a doença e melhorar a qualidade de vida (Murray & Lopez
1996, Shepard et al. 2004).
Introdução
28
Desde 2005, o Instituto Internacional de Vacina (PDVI/Coréia) e a Brandeis
University (Massachussetes/EUA) realizaram um estudo multicêntrico (Household Dengue
Burden of Ilness Survey-Multicountry Study 2004-2005) para avaliar a carga da dengue na
Ásia (Camboja, Malásia, Filipinas e Tailândia) e nas Américas (Brasil, Guatemala, El
Slvador, Panamá e Venezuela). Os resultados dessa pesquisa têm sido um importante
subsidio para o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue na rotina de imunização
dos países, inclusive na definição de uma política de preços (Shepard et al. 2004, Torres &
Castro 2007, Suaya et al. 2009).
O presente estudo avaliou os custos econômicos da dengue em países endêmicos
através de uma revisão da literatura e investigou o impacto da doença na qualidade de vida
em uma coorte de pacientes com dengue.
JUSTIFICATIVA
Justificativa
30
2 Justificativa
A combinação dos indicadores econômicos e dos indicadores epidemiológicos tem
sido uma ferramenta essencial para os gestores públicos que buscam a maximização dos
recursos e a eficiência das políticas públicas, os quais podem ser traduzidos em benefícios
à saúde e melhoria da qualidade de vida (Torrance et al. 1995, WHO 2001, Drummond et
al. 2005, Pinho & Veiga 2009). A avaliação econômica dos programas e serviços de saúde
permite a comparação entre os custos econômicos das alternativas e os benefícios
produzidos para a saúde da população. Os resultados, que são os benefícios, são utilizados
para definir as prioridades de investimentos ou mesmo, decidir em quais programas ou
serviços, que produz os melhores resultados com o menor custo (Byford et al. 2000,
Tanaka & Melo 2001, Drummond et al. 2005).
As avaliações econômicas sobre o custo da dengue e a sua carga na saúde pública
têm sido fundamental para chamar a atenção dos organismos nacionais e internacionais
para os prejuízos econômicos produzidos pela doença, que poderiam ser evitados caso
houvesse investimentos no controle ou na prevenção da doença (Murray & Lopez 1996,
Shepard et al. 2004). Nos últimos anos, esses indicadores têm sido largamente utilizados
pelos grupos de pesquisas, que visam priorizar os investimentos no desenvolvimento de
novas terapêuticas e de vacinas para o controle da doença (Almond et al. 2002, Halstead &
Deen 2002, Eckels et al. 2003, Hombach 2007, PDVI 2007).
Considerando a magnitude da dengue na saúde pública dos países endêmicos e a
escassez de pesquisas envolvendo os custos econômicos e a carga da doença para os
pacientes, esse estudo vem preencher uma lacuna na literatura internacional e nacional,
principalmente sobre os prejuízos econômicos e sociais produzidos pela doença aos
pacientes, governos e sociedade em geral (WHOQOL Group 1995, Farrar et al. 2007,
Halstead et al. 2007, Torres & Castro 2007). No Brasil, são raras as publicações sobre os
Justificativa
31
custos econômicos envolvendo o tratamento, as medidas de prevenção e os prejuízos
decorrentes da perda de produtividade dos pacientes (Suaya et al. 2009).
Nesse sentido, os resultados deste trabalho poderão chamar a atenção dos grupos de
pesquisas para a necessidade de investimentos em medidas efetivas que visem o controle
da doença, a redução dos custos econômica da doença e a melhoria da qualidade de vida
dos pacientes. Por outro lado, serão de grande utilidade para subsidiar as pesquisas de um
potencial vacina contra a dengue para ser usada em larga escala na população mundial.
OBJETIVOS
Objetivo
33
3 Objetivos
1º Artigo
•
Avaliar os custos econômicos e a carga da dengue em países endêmicos mediante
uma revisão crítica da literatura
2º Artigo
•
Avaliar o impacto da dengue na qualidade de vida
MATERIAL E MÉTODOS
Material e métodos
35
4 Material e Métodos
4.1 Artigo 1: Carga da Dengue no Início do Novo Milênio: Revisão Crítica da Literatura
4.1.1 Delineamento
O delineamento desse estudo foi planejado como uma revisão sistemática da
literatura eletrônica de estudos econômicos em dengue, que avaliaram os custos, a carga da
doença em termos de anos de vida perdidos (DALY) e o impacto na Qualidade de Vida. A
identificação e seleção dos artigos baseiou-se em estudos primários, que utilizaram as
metodologias dos estudos de custo de doença e carga de doença, previamente definidos em
custo-benefício, custo-efetividade e custo-utilidade. Os resultados das revisões sistemáticas
têm sido um instrumento essencial para dar suporte teórico-prático à pesquisa bibliográfica
classificatória (Mulrow CD 1994).
A seleção dos artigos foi feita através da pesquisa bibliográfica nas bases de dados
eletrônicas do Pubmed, MEDLINE, MedCaribe e Scielo de artigos publicados no período
de 1979 a julho de 2009.
As palavras-chaves utilizadas na identificação dos artigos foram: Dengue, Economic
Impact, Burden of Dengue, DALYs, Quality of Life (QOL), Health Related Quality of Life
(HRQOL). Os critérios de inclusão dos artigos foram os artigos originais de estudos
econômicos sobre dengue, que avaliaram os custos da dengue, a carga da doença no
paciente, nos países e na sociedade em geral. Os critérios de exclusão foram: editoriais e
artigos indisponíveis nas bases de dados eletrônicas.
Material e métodos
36
4.2 Artigo 2: Impact of a Dengue Episode on The Quality of Life: Household Survey in
Central Brazil.
O presente estudo fez parte da pesquisa “Household Dengue Burden of Ilness
Survey-Multicountry Study 2004-2005”, que foi uma iniciativa do grupo de pesquisadores
da vacina contra a dengue do Instituto Internacional de Vacina (IVI/PDVI/Coréia). A
pesquisa multicêntrica foi realizada em cinco países das Américas (Brasil, El Salvador,
Guatemala, Panamá e Venezuela) e três países da Ásia (Camboja, Malásia e Tailândia). No
Brasil, o estudo foi conduzido em Goiânia, Goiás, situado na região centro-oeste, que
possui uma população estimada em 1.181.438 de habitantes (IBGE 2002).
O protocolo padrão dessa pesquisa incluiu as entrevistas domiciliares com os
pacientes e/ou familiares, a revisão de prontuários médicos para avaliar os custos
econômicos da dengue e o impacto na qualidade de vida dos pacientes. A metodologia e os
resultados dos custos econômicos por caso de dengue nesses países foram descritos em
recente artigo (Suaya et al. 2007a, Suaya et al. 2009). O material e métodos referentes ao
estudo de qualidade de vida durante o episódio de dengue serão detalhados a seguir.
4.2.1 Delineamento e área do estudo
Para responder aos objetivos, foi realizada uma coorte retrospectiva incluindo
pacientes clinicamente suspeitos de dengue.
4.2.2 Local e período
Os pacientes foram recrutados em aproximadamente 20 unidades de saúde que
integram o sistema de saúde público e privado de Goiânia, no período de março a junho de
Material e métodos
37
2005, considerado período interepidêmico da dengue no município (Siqueira Júnior et al.
2004, Rocha 2008).
Os pacientes de ambulatório público foram recrutados no CAIS Amendoeiras,
Jardim Curitiba, Vila Finsocial, Cândida de Morais e Pedro Ludovico. No setor privado foi
incluído o ambulatório do Serviço de Atendimento às Urgências da UNIMED (SAU). Os
pacientes hospitalizados foram recrutados no Hospital Materno Infantil, Hospital de
Doenças Tropicais/HDT, Hospital das Clínicas de Goiânia/UHC-UFG, Hospital de
Urgências de Goiânia/HUGO e a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. No setor privado
foi incluído o Hospital Santa Helena, Pronto Atendimento Infantil de Goiânia, Hospital da
Criança, Clinica Infantil de Goiânia, Hospital Samaritano, Hospital Jardim América. O
critério de inclusão dessas unidades de saúde foi o fato de serem unidades que representam
quase 90% dos atendimentos de dengue no município e por notificarem sistematicamente
os casos da doença ao Departamento de Vigilância Epidemiológica/SMS-Goiânia.
4.2.3 População de estudo e critério de elegibilidade
O critério de elegibilidade estabelecido no protocolo original foram os casos
confirmados de dengue independente da idade; residentes na área urbana de Goiânia e que
foram recrutados dentro de um período médio de 15 dias após o início dos sintomas,
considerado como período de referência para a entrevista domiciliar. O protocolo no Brasil
previu uma única entrevista para a obtenção de dados sobre Qualidade de Vida (QV).
A amostra de conveniência foi composta de 593 pacientes com sintomas clínicos
compatível com dengue (WHO 1997, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em
Saúde 2008). Conforme protocolo do estudo, na análise de dados foram incluídos apenas
os pacientes que apresentaram confirmação laboratorial para dengue. Assim, a mostra total
incluída no estudo foi constituída de 410 pacientes, sendo divididos em duas coortes: 38
crianças < 12 anos (7,8 %) e 372 adultos ≥ 13 anos (90,2%).
Material e métodos
38
A Figura 1 apresenta o esquema amostral onde se observa uma amostra inicial de
593 pacientes suspeitos de dengue e a amostra final de 410 pacientes confirmados de
dengue. Os 183 pacientes excluídos não preencheram os critérios de elegibilidade da
pesquisa, sendo a maioria por motivos de não confirmação laboratorial.
Figura 1: População do Estudo
4.2.4 Testes de Laboratórios Utilizados para a Confirmação dos Casos de Dengue: teste
sorológico MAC-ELISA para a captura do anticorpo IgM (Koraka et al. 2000), isolamento
viral (Henchal, Mccown et al. 1983); teste de biologia molecular pelo multiplex RT-PCR
(Sudiro, Zivny et al. 2001) ou teste imunocromatográfico/Pan Bio Dengue Rapid Test
(Qiagen, Germany; Pan bio Pty., Ltd. Brisbane, Australia).
Material e métodos
39
4.2.5 Coleta de Dados
As entrevistas foram realizadas através de um questionário padronizado,
desenvolvido pela coordenação da pesquisa na Brandeis University/USA, o qual foi
adaptado e traduzido para o português. O instrumento foi composto de três formulários: i)
dados de identificação, características sócio-econômicas, demográficas, sintomas e sinais
clínicos; duração do episódio da dengue; ii) dados extraídos dos prontuários médicos dos
pacientes hospitalizados (aspectos clínicos, exames diagnósticos e a classificação da
doença); iii) dados sobre o estado de saúde do paciente e as incapacidades relacionadas
com a qualidade de vida (QV).
Os dados de avaliação da QV foram coletados em um questionário adaptado da
Organização Mundial de Saúde, numa versão recente do modelo EQ-5D (EuroQOL 2000),
o qual foi validado em outros estudos populacionais (Guyatt et al. 1993, WHO 2002b).
Trata-se de um instrumento genérico, composto de 24 questões distribuídas em quatro
escalas de funcionalidade, os quais representam os principais domínios da qualidade de
vida relacionada à saúde (QVRS): função física, emocional, cognitiva e função social. O
domínio físico avaliou as incapacidades percebidas pelo paciente para executar as
atividades diárias (trabalho, escola e atividades domésticas), a mobilidade (atividades
vigorosas e locomoção), visão (dificuldade de enxergar uma pessoa à cerca de 20 metros e
de leitura), sono e energia (disposição), dor e desconforto. O psicológico avaliou os
sentimentos negativos (depressão e ansiedade), a cognição (dificuldade de concentração,
aprendizagem), cuidados com a aparência (higiene pessoal e cuidado pessoal com a
aparência). Quanto às relações interpessoais foram avaliadas as dificuldades no
relacionamento social e na resolução de conflitos (festas, reuniões). Cada item da escala foi
graduado em cinco opções de escolha, onde o paciente deveria escolher apenas uma das
alternativas, contendo cinco variáveis categóricas: 1-nenhum problema; 2-leve; 3moderado; 4-grave e 5-extremo/Incapaz. A questão 24 foi um termômetro de escala visual
analógica (Visual Analogyc Scale-VAS), que representou a auto-avaliação do estado de
saúde no momento da entrevista. O termômetro foi numerado de 0 a 100, onde zero
representou o pior estado de saúde imaginável e 100 a saúde perfeita (EuroQol Group
Material e métodos
40
2000). Conforme a percepção do paciente sobre o seu estado de saúde, foi pedido que
indicasse no termômetro qual a sua saúde no momento (ANEXO 1).
O questionário original EQ-5D no idioma espanhol foi traduzido e adaptado para o
português, seguindo todas as recomendações da coordenação geral da pesquisa na Brandeis
University /USA e do EuroQol Group (WHO). Antes de iniciar a pesquisa, o questionário
foi testado para verificar a compreensão e a confiabilidade do instrumento.
4.2.6 Trabalho de Campo: A equipe de campo foi composta de 02 coordenadores, 02
secretárias, 02 motoristas e 06 entrevistadores, sendo 04 para as entrevistas domiciliares e
02 hospitalares. Os entrevistadores foram selecionados entre os estudantes do último ano
de enfermagem e biomedicina, os quais foram devidamente treinados para aplicar o
questionário. Conforme fluxo estabelecido, as notificações de dengue tanto do sistema
público de saúde quanto do privado, foram encaminhadas diariamente para a coordenação
local, no IPTSP/UFG. Além das notificações, 02 entrevistadores visitaram diariamente
cerca de 10 unidades hospitalares para fazer a busca ativa dos casos e agendar as
entrevistas domiciliares. Através de um sistema de “call center”, os coordenadores da
pesquisa conferiram os dados da notificação para certificar a elegibilidade do paciente e
em seguida, agendaram as entrevistas conforme a conveniência dos pacientes e a
disponibilidade dos entrevistadores. Os pacientes foram entrevistados durante o período de
referência de 15 dias do início dos sintomas. A duração média das entrevistas foi de 90
minutos, sendo programado uma média de 3 entrevistas por dia para cada entrevistador.
Todos os participantes ou os representantes legais, no caso de menores de 17 anos
assinaram o Termo de Consentimento. Todos os procedimentos de campo foram
previamente aprovados pelo Institutional Review Board (IRB)/ Brandeis University.
4.2.7 Variáveis do Estudo
1.Variáveis sócio-demográficas; idade, sexo, escolaridade, tipo de assistência recebida,
tipo de sistema de saúde (público e privado).
Material e métodos
41
2. Variáveis epidemiológicas: data do início dos sintomas, duração da febre (data do início
e término da febre), data que recebeu a assistência médica, tipo de serviço (ambulatório e
hospital), sintomas e sinais clínicos relevantes, classificação dos casos de dengue.
3.Variáveis da Qualidade de Vida: domínio físico (dificuldades de executar as atividades
diárias, dor, desconforto, sono, energia, disposição, mobilidade), domínio psicológico
(depressão, ansiedade, capacidade de aprendizagem, memória, concentração e cuidado
pessoal com a aparência) e as relações sociais (resolver conflitos, festas, reuniões).
4.2.8 Análise de Dados
Nossa análise enfocou os dados obtidos sobre qualidade de vida na entrevista
realizada no período de referência de 15 dias do início dos sintomas, tendo como hipótese
que este momento seria oportuno para recuperar os dados sobre as incapacidades físicas e
emocionais relativos ao período de doença aguda.
Na análise de QOL, as variáveis categóricas foram transformadas em variáveis
numéricas, onde as respostas receberam uma pontuação ou escore: 5 (nenhum problema); 4
(problema leve); 3 (moderado); 2 (mal) e 1 (muito mal/incapaz). Considerou-se a melhor
qualidade de vida aqueles pacientes que apresentaram maiores escores e, em piores,
aqueles com menores escores obtidos. Considerou-se como prejudicados os domínios que
apresentaram escores cuja média e mediana foram inferiores ao ponto de corte de 3, uma
vez que a pontuação máxima foi de 5 pontos. Dessa forma, as respostas com os escores
abaixo de 3,0 (< 3) foram consideradas de efeito negativo na saúde e na qualidade de vida
dos pacientes.
Os dados do questionário foram duplamente digitados em uma base de dados
padronizada, construída na plataforma do Microsoft Access (Redmond, WA). Os dados
foram analisados no programa estatístico do Statistical Package for Social Sciences,
version 13.0 Windows (SPSS Inc. Chicago, II, USA). A análise descritiva dos domínios da
Material e métodos
42
QV utilizou a média e o desvio padrão. As variáveis foram estratificadas em ambulatório,
hospitalizados, crianças (< 13 anos), adultos (≥ 13 anos). Foram calculados testes de quiquadrado para comparação de variáveis categóricas e teste t para variáveis contínuas.
4.2.9 Considerações Éticas
Esse estudo foi submetido ao Comitê de Ética Regional do Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Goiás (CEPMHA/HC/UFG) sob o nº. 097/2004 (ANEXO 2).
Todos os pacientes selecionados para a pesquisa ou seus representantes legais em caso de
menores de idade assinaram o Termo de Consentimento (ANEXO 3). Foi assegurado o
sigilo das informações através de codificação das entrevistas, com exclusão dos nomes nos
registros eletrônicos.
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RESULTADOS
Artigo 1
59
Artigo 1
CARGA DA DENGUE NO INÍCIO DO NOVO MILÊNIO: REVISÃO CRÍTICA DA
LITERATURA
Artigo 1
CARGA DA DENGUE NO INÍCIO DO NOVO MILÊNIO: REVISÃO CRÍTICA DA
LITERATURA
BURDEN OF DENGUE AT THE START OF A NEW MILLENIUM: CRITICAL REVIEW
Título resumido: CARGA DA DENGUE
Nazareth Elias Silva Nascimento1
NASCIMENTO, N.E.S.
Celina Maria Turchi Martelli2
MARTELLI, C.M.T.
1
Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Av. Universitária, 644, Setor Universitário,
Goiânia-Goiás, Brasil. CEP 74605-010.
2
Departamento de Saúde Coletiva. Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública.
Universidade Federal de Goiás. Rua 235, s/n, Setor Universitário, Goiânia-Goiás, Brasil. CEP
74605-050.
Endereço para correspondência:
Celina Maria Turchi Martelli
Departamento de Saúde Coletiva.
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública/UFG.
Rua 235, s/n, Setor Universitário, Goiânia-Goiás, Brasil.
CEP 74605-050. Email: [email protected]
60
Artigo 1
RESUMO
OBJETIVO: Avaliar os custos econômicos e a carga da dengue em países endêmicos através
de uma revisão bibliográfica.
MÉTODOS: Realizou-se uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados eletrônicas do
Pubmed, MEDLINE, MedCaribe e Scielo, no período de 1979 a julho de 2009. Foram
utilizados os seguintes descritores: Dengue, Economic Impact, Burden of Dengue, DALYs,
Quality of Life, Health Related Quality of Life (HRQOL), , nas bases de dados eletrônicas.
RESULTADOS: Foram recuperados 18 estudos econômicos conduzidos em países
endêmicos das Américas e da Ásia. Em três estudos, o impacto social produzido pela dengue
em decorrência das mortes precoces, incapacidades e perda de produtividade foi avaliado
através do indicador de carga de doença (Disability-Adjusted Life Year-DALY). Em estudo
multicêntrico, realizado em países das Américas e da Ásia, o custo econômico da dengue
representou uma carga expressiva tanto na coorte de pacientes atendidos em ambulatório
como nos hospitalizados. Os custos indiretos decorrentes da perda de produtividade e da
renda foram superiores aos custos diretos com a doença, que contabilizaram as despesas com
consultas, exames e medicamentos. Foram discutidas as questões metodológicas que
dificultam a avaliação econômica em dengue e a comparabilidade dos resultados entre os
estudos. Poucos estudos avaliaram a carga da dengue na perspectiva familiar e da sociedade.
CONCLUSÃO: Os resultados evidenciam uma alta carga econômica da dengue na
perspectiva familiar e da sociedade em geral. A perda de produtividade representa um dos
principais componentes em gastos durante um episódio da doença. Esses achados sugerem o
potencial benefício de uma vacina contra dengue nos países em desenvolvimento.
DESCRITORES: Dengue, Carga, Impacto Econômico, Custos Econômicos, Revisão.
61
Artigo 1
ABSTRACT
OBJECTIVE: To analyze the cost economic studies related to the burden of dengue and
DHF in the endemic countries.
METHODS: The search was performed using the terms: Dengue, Economic Impact, Burden
of Dengue, DALYs, Quality of Life and Health Related Quality of Life (HRQOL), from 1979
to July 2009 in electronic databases. We included cost studies on dengue based on types of
economic analysis: cost-benefit, cost-effectiveness and cost-utility analysis.
RESULTS: Overall 18 studies were retrieved, mainly conducted in the American and in Asia
regions. In three investigations, the social impact of dengue was calculated using DisabilityAdjusted Life Year (DALYs) lost due to disease, which encompasses premature death and
disability and loss of productivity. In a multicentric study, in selected American and Asia
countries, the total cost showed evidence of expressive burden of disease in the ambulatory
and hospitalized cohort. The indirect cost related to loss of productivity and earning was
higher than the direct cost with health attendance, laboratory tests and drugs. We discussed
the methodological issues that hamper the economic evaluation in dengue and also the
comparability among studies. Few of the studies evaluated the burden of dengue in familial
and societal perspective.
CONCLUSIONS: This finding evidenced the large economic cost of dengue infection in a
family and a societal level. The burden of dengue due to the productivity lost represented the
principal component of the total cost per dengue case. It suggests the benefit of the vaccine
against dengue to the economic development of the countries.
DESCRIPTORS: Dengue, Burden, Economic Impact, Costs of Dengue, Review
62
Artigo 1
63
INTRODUÇÃO
A dengue é reconhecida entre as doenças re-emergentes em expansão no mundo e de
grande impacto na economia dos países em desenvolvimento (Meltzer et al. 1998, Cattand et
al. 2006). De etiologia viral, com quatro sorotipos conhecidos (DENV-1 a DENV-4), a
dengue é transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti. Atualmente, a doença está
presente em 112 paises das regiões tropicais e subtropicais do sudeste da Ásia, África,
Américas e Pacífico Ocidental, onde o clima e as condições sócio-demográficas favorecem
significativamente a manutenção do ciclo de transmissão da doença (Gubler & Clark 1995,
Gibbons & Vaughn 2002, Torres & Castro 2007). Estimativas da Organização Mundial de
Saúde (OMS) indicam uma ocorrência anual de 50 a 100 milhões casos de dengue e destes,
cerca de 500 mil casos podem evoluir para as formas graves de Febre Hemorrágica da
Dengue e Síndrome do Choque da Dengue, sendo 95% das ocorrências em crianças
(FHD/SCD) (WHO 2002a, Deen et al. 2006).
No Brasil, em 2008, mais de 800 mil casos de dengue foram notificados à Secretária
de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. Nesse período, mais de 17 mil casos foram
confirmados por dengue com complicação (DCC) e mais de 4 mil casos por FHD. Destes, 448
foram óbitos por FHD ou por DCC. A tendência de gravidade do padrão epidemiológico da
doença tem sido observada principalmente, no Rio de Janeiro (64,2%), Ceará (10,2%), Rio
Grande do Norte (6,4%) e Amazonas (5,7%). Semelhante ao padrão asiático, onde as crianças
são mais acometidas pelas formas graves de dengue, no Maranhão e no Piauí foi registrado
um aumento da incidência de FHD em menores de 15 anos (Ministério da Saúde & Secretaria
de Vigilância em Saúde 2008, Rocha 2008, Teixeira et al. 2008).
A despeito dos indicadores epidemiológicos, como a incidência (DC, FHD, DCC), a
letalidade, as hospitalizações, duração da doença e perda da qualidade de vida evidenciar a
carga da dengue na saúde pública, o uso dos indicadores de custo econômico da doença têm
sido frequentemente utilizados para alertar sobre os prejuízos econômicos produzidos pela
dengue aos governos e à sociedade em geral (Meltzer et al. 1998, Torres & Castro 2007).
Artigo 1
64
Ainda recente na dengue, as avaliações econômicos em saúde produzem indicadores
fundamentais para auxiliar os gestores na tomada de decisões, no planejamento, nos
investimentos dos recursos do setor saúde e em pesquisas de novas terapêuticas, incluindo as
vacinas (Rice 1967, Banco Mundial 1993, Drummond et al. 2005).
Embora o foco das avaliações econômicas sejam os custos da doença, os resultados
produzidos podem ser tanto em termos de valores monetários quanto em termos de ganhos ou
prejuízos para a saúde. Na área da saúde, as análises de custo-benefício (ACB), custoefetividade (ACE) e custo-utilidade (ACU) são as mais utilizadas para avaliar custo de doença
(Cost of Ilness) e carga de doença (Burden of Disease). A análise de custo-benefício compara
os custos de uma ou mais estratégias de saúde e os benefícios produzidos à saúde em termos
de valores monetários: rentabilidade ou prejuízo econômico no orçamento dos governos
(Nunes 1998, Piola & Vianna 2002, Drummond et al. 2005). A análise de custo-efetividade
(ACE) é recente na área da saúde, a partir da década de 90. Diferente dos estudos ACB,
compara uma ou mais estratégias de saúde em termos de custos econômicos e os resultados
são apresentados através da efetividade das medidas: redução da incidência, da prevalência,
da mortalidade, das taxas de hospitalização, a melhoria da sobrevida e da qualidade de vida da
população (Brosnan & Swint 2001, Drummond et al. 2005, Pinho & Veiga 2009).
A análise de custo-utilidade (ACU) avalia os custos das intervenções e os resultados
são os ganhos em anos de vida vividos com qualidade de vida, podendo ser apresentados
através dos indicadores de carga de doença: o Disability adjusted life year (DALYs), que
corresponde aos Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade (AVAI) (Murray &
Lopez 1996) e o Quality adjusted life year (QALYs), que corresponde aos Anos de Vida
Ajustados pela Qualidade (AVAQ) (Torrance et al. 1995, Costa 2006). O DALYs é
internacionalmente o indicador de carga de doença (GBD/OMS). Ele foi desenvolvido com a
finalidade de englobar em uma única medida os indicadores epidemiológicos de morbidade e
mortalidade e os custos econômicos da doença (Banco Mundial 1993). A carga imposta por
uma doença ou os benefícios de uma intervenção, como uma vacinação podem ser
evidenciados através dos DALYs, que é número de anos de vida perdidos pela doença ou
economizados devido à prevenção e até no cálculo dos custos por DALYs (Murray & Lopez
1996, Habicht et al. 1999, Nedel et al. 1999, WHO 2001).).
Artigo 1
65
Na avaliação dos custos da doença requerem a quantificação das despesas com o
tratamento do paciente, medidas de prevenção, perda de produtividade, incapacidades,
sofrimento e perda da qualidade de vida (Rice 1967, Brosnan & Swint 2001, Piola & Vianna
2002, Drummond et al. 2005). Os custos diretos representam o total de despesas efetuadas
com o tratamento do paciente (consultas, diárias de hospitalização, exames de diagnósticos,
insumos, medicamentos, terapias instituídas, honorários médicos, salários dos profissionais de
saúde, e investimentos na estruturação dos serviços de saúde), as medidas de prevenção
(vigilância dos casos, combate vetorial) e as despesas diretas não-médicas, como o pagamento
do transporte do paciente para os serviços de saúde, alimentação e alojamento dos
acompanhantes. O custo indireto são os custos causados pelas faltas ao trabalho e à escola
(Rice 1967, Hinman 1997, Brosnan & Swint 2001, Piola & Vianna 2002, Drummond et al.
2005).
Diferente de outras arboviroses como a malária e a leishmaniose, poucos estudos têm
explorado a carga da dengue na saúde, na qualidade de vida e o impacto dos custos
econômicos no orçamento dos países endêmicos. Evidências recentes indicam que,
dependendo da magnitude epidemiológica da doença, a carga imposta pela dengue em
decorrência da perda de produtividade e das mortes prematuras foram superiores aos DALYs
perdidos pela malária e tuberculose, que são agravos prioritárias nos países em
desenvolvimento (Meltzer et al. 1998, Cattand et al. 2006).
O presente artigo tem como objetivo avaliar o custo da dengue e a carga da doença em
países endêmicos através de uma revisão crítica da literatura de estudos econômicos de custobenefício, custo-efetividade e custo-utilidade em dengue.
MÉTODOS
Artigo 1
66
A pesquisa bibliográfica foi realizada no período de 1979 a julho de 2009, nas bases
de dados eletrônicas (MEDLINE, LILACS, SciELO e MedCaribe), utilizando como
descritores: Dengue, economic impact, burden of dengue, DALYs, Quality of Life, Health
Related Quality of Life (HRQOL). O processo de seleção dos artigos baseou-se em estudos
primários de custos econômicos em dengue e que se enquadrou em uma das categorias
metodologicas de avaliação econômica: custo-benefício, custo-efetividade e custo-utilidade.
Os artigos selecionados foram aqueles estudos sobre o custo das epidemias de dengue para os
países e sociedade em geral, o custo do tratamento do paciente, o custo da dengue para as
famílias, a carga da doença através do cálculo do indicador por DALYs e do indicador de
qualidade de vida ou custo por QALYs.
RESULTADOS
Foram recuperados 18 estudos econômicos em dengue: 12 de custo-benefício, 2 de
custo-efetividade e 4 de custo-utilidade. A Tabela 1 apresenta um sumário dos artigos
selecionados nos últimos 30 anos, os países de origem e os resultados apresentados pelos
estudos. Do total, 10 estudos foram conduzidos em países das Américas (Torres 1979, Von
Allmen et al. 1979, Kouri et al. 1989, Guzman et al. 1992, Ferrando 1995, Meltzer et al. 1998,
Valdes et al. 2002, McConnell & Gubler 2003, Anez et al. 2006, Armien et al. 2008) e 7
foram conduzidos em países da Ásia (Okanurak et al. 1997, Shepard et al. 2004, Van Damme
et al. 2004, Clark et al. 2005, Anderson et al. 2007, Harving & Ronsholt 2007, Lum et al.
2008). Um estudo multicêntrico recente, avaliou o custo da dengue simultâneamente, em 5
países da Américas (Brasil, El Salvador, Guatemala, Panamá, Venezuela) e 3 países da Ásia
(Malásia, Tailândia e Camboja) (Suaya et al. 2009). Em 3 estudos, avaliou-se a carga da
dengue pelo cálculo dos anos de vida perdidos ajustados pelas incapacidades ou custo por
DALYs (Meltzer et al. 1998, Clark et al. 2005, Anderson et al. 2007). Apenas um estudo
avaliou o efeito negativo da dengue na saúde e na qualidade de vida dos pacientes durante o
episódio de dengue (Lum et al. 2008).
Em análise econômica sobre a carga da dengue em Porto Rico (1984-1994) em
decorrência dos anos de vida perdidos por mortes prematuras e incapacidades foi o
equivalente a 658 DALYs por milhão de habitantes. Essas evidências indicam que a carga da
Artigo 1
67
dengue em termos de morbidade e mortalidade foi similar à carga da malária, tuberculose,
helmintoses e doenças da infância para toda a América Latina e região do Caribe para a
malária, tuberculose, helmintoses e outras doenças da infância (Meltzer et al. 1998). Na
Tailândia, o impacto da dengue e FHD em crianças e seus familiares foi estimado em uma
perda de 427 DALYs por milhão de hab, sendo em 2001, esses valores foram similares a
outras doenças endêmicas prioritárias para a saúde pública como a malária, meningites e
hepatites (Clark et al. 2005). Em coorte de 2 214 crianças assintomática de área rural da
Tailândia, a carga da dengue foi estimada em 465 DALYs perdidos por milhão de hab,
quando se avaliou a incidência de desfechos leves e graves acompanhadas durante cinco.
Nesse estudo evidenciou-se que a maioria da carga da doença foi proveniente de casos não
hospitalizados, mostrando a importância da inclusão de casos moderados e leves nas
estimativas de carga da doença (Anderson et al. 2007, Halstead et al. 2007).
O impacto econômico da maior epidemia de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) em
Cuba, no ano de 1981, foi da ordem de US$ 103 milhões em assistência médica e prevenção.
Desses recursos 84% foram com a assistência médica e o controle vetorial, sendo o custo
médio da dengue por paciente foi estimado em US$ 300 (Kouri et al. 1989). Nesta mesma
epidemia o custo da hospitalização em crianças foi de aproximadamente US$ 42 (Guzman et
al. 1992). Na segunda epidemia de Cuba, no ano de 1997, o custo total foi de cerca de US$ 10
milhões, sendo 76% em combate ao vetor, quase 20% em hospitalizações (Valdes et al. 2002).
O custo total da dengue em Porto Rico, no período de 1984 e 1994, englobando as
duas epidemias de FHD, em 1984 e 1991, variou entre US$ 6,1 milhões e 15,6 milhões, sendo
que 60% do custo total da doença decorrente da perda econômica pelo absenteísmo do
paciente e ou seus familiares (incapacidade de trabalhar, estudar e atividade de rotina) (Von
Allmen et al. 1979). Em área rural de Porto Rico, a perda de renda familiar atribuível a um
surto de dengue em área rural foi estimado em US$ 305 por família e US$ 125 por habitante
em epidemia de dengue de 1997 (Torres 1979). Na Venezuela, a estimativa de custo total em
dengue na província de Zúlia, no período entre 1997 e 2003, foi de cerca de US$1,3 milhões
sendo quase 80% em custos indiretos produzidos pela doença e o restante em custos com
assistência ao paciente (Anez et al. 2006). Em uma epidemia na Nicarágua, com
aproximadamente 61 mil casos de dengue e FHD, a estimativa de custo foi de US$2,7
Artigo 1
68
milhões, sendo o custo da hospitalização estimado em US$ 130 e ambulatorial em US$ 44
(Ferrando 1995).
Em países do Sudeste da Ásia, o impacto econômico da epidemia de FHD na
Tailândia foi o equivalente a US$ 12,6 milhões para o ano de 1994, sendo que 45% das
despesas foram pagas com recursos dos pacientes e seus familiares (Okanurak et al. 1997).
Ainda neste estudo, o custo médio do tratamento do paciente variou de US$ 102 nas crianças
e US$ 138 nos adultos. Estimativa do custo individual do tratamento do paciente com dengue
clássico foi da ordem de US$ 4 e US$ 139 para pacientes com FHD (Shepard et al. 2004). No
Vietnã, o custo da dengue em criança foi de aproximadamente US$ 61 (Harving & Ronsholt
2007). O estudo sobre o impacto social da dengue em 72 domicílios no Camboja indicou que
as despesas extras no âmbito familiar foi o equivalente a US$ 103 para o setor privado e US$
8 para o setor público (Van Damme et al. 2004).
No estudo multicêntrico os custos totais (diretos e indiretos) do episódio da dengue em
países das Américas e Ásia variaram entre U$ 514 na coorte de pacientes de ambulatório a U$
1 394 nos hospitalizados, cálculos ajustados em dólares internacionais para comparabilidade
do poder de compra entre os países. O custo indireto foi quase sete vezes superior ao custo
direto da doença (consultas, exames, medicamentos) (Suaya et al. 2009). No Brasil, o custo
médio da hospitalização por dengue, calculado conforme os procedimentos estabelecidos no
guia de manejo clínico do Ministério da Saúde foi estimado em U$ 1.622. A estimativa do
custo da hospitalização da dengue foi seis vezes superior ao valor do custo direto para a
modalidade de ambulatório (U$ 121) (Suaya et al. 2009). Nos oito países estudados o custo
agregado da dengue equivaleria ao montante de pelo menos U$ 587 milhões de dólares
internacionais, assumindo-se média anual de 574 mil casos notificados e de U$1,8 bilhões
quando se ajusta pelas subnotificações dos casos. Esses valores expressivos dos custos em
dengue nesses oito países endêmicos podem estar subestimados, pois ainda não foram
computados os gastos com os programas de controle vetorial (Suaya et al. 2009).
Em Porto Rico, 1984 e 1994, estudo de custo efetividade de programa de controle de
larvas de Aedes aegypti em vigência de epidemia mostrou que se o controle reduzir pela
metade dos casos de dengue ao custo de menos US$ 2,5 por habitante, esse tipo de
Artigo 1
69
intervenção seria custo-efetiva (McConnell & Gubler 2003). Para introdução de uma
potencial vacina contra a dengue crianças em um cenário do Sudeste da Ásia, um modelo de
custo efetividade mostrou que uma vacina tetravalente (DENV-1,2,3 e 4) seria bastante
efetiva para reduzir a carga da doença em crianças. O custo da dose da vacina foi
relativamente baixo, sendo estimado em US$ 0,5 e US$ 10 nos setor público e no setor
privado. Os autores sugerem que a vacina contra a dengue poderia substituir as atuais
estratégias de controle com redução dos custos (Shepard et al. 2004).
DISCUSSÃO
Estudos de carga de dengue estimaram as maiores perdas de anos em decorrência da
doença, da ordem de 241 DALYs por milhão de habitantes em países da Ásia para o ano de
2000 (Clark et al. 2005). Nessa região, a co-circulação dos 4 sorotipos virais desde a Segunda
Guerra mundial e o padrão de gravidade da doença na infância parecem justificar essa
elevada carga da doença (WHO/TDR 2002, Suaya et al. 2007a). Quando calculada pela
mesma metodologia, a carga da dengue para as regiões endêmicas para as Américas foi
estimada em uma perda anual de 39 DALYs, sendo superada apenas pelo Sudeste Asiático e
Pacífico Ocidental (Clark et al. 2005). Nessa comparação, os países do sudeste asiático
apresentam as maiores cargas de dengue estimadas em DALYs devido as maiores incidências
de FHD e óbitos em crianças (WHO/TDR 2002, Clark et al. 2005).
No entanto, a carga da dengue nas Américas pode não refletir a situação
epidemiológica atual, particularmente para o Brasil, país que congrega o maior número de
casos de dengue das Américas, na última década, pelo aumento da incidência da dengue em
adultos e crianças, da gravidade da doença com conseqüente aumento das hospitalizações e
dos óbitos (Siqueira Júnior et al. 2005, Ministério da Saúde & Secretaria de Vigilância em
Saúde 2008, Teixeira et al. 2008). Em Porto Rico evidenciou que carga da dengue,
equivalente a 659 DALYs perdidos por milhão de habitantes, foi comparável às cargas
atribuíveis a doenças como meningite, hepatites virais, malária (Meltzer et al. 1998).
Artigo 1
70
Nas Américas, as primeiras publicações sobre avaliações de carga e custo econômico
em dengue foram realizadas em Porto Rico, que se destaca pela qualidade da Vigilância em
Dengue realizada pelo laboratório do Center for Disease Control and Prevention (CDC)
(Meltzer et al. 1998, Gubler 2005). Em Cuba, na epidemia de 1981 foram estimados gastos
de US$ 103 milhões, quando se registrou 34 mil casos de FHD/DSS e 158 óbitos em apenas 3
meses, na maior epidemia de FHD das Américas (Guzman et al. 1984, Isturiz et al. 2000,
Torres & Castro 2007). O impacto econômico da dengue em Cuba na epidemia de 1981 foi
quase dez vezes superior aos custos estimados na segunda epidemia em 1997 (US$ 10,3
milhões), com registros de 300 mil casos, e em outros países das Américas e da Ásia (Kouri et
al. 1989, Valdes et al. 2002). De forma geral, os gastos em atendimento à saúde e
prevenção/controle nas epidemias parecem variar proporcionalmente à magnitude das
epidemias e à gravidade clínica dos eventos.
Conceitualmente, além das despesas diretas com o diagnóstico e tratamento, os custos
indiretos são considerados essenciais nos estudos econômicos em saúde (Rice 1967, Brosnan
& Swint 2001). Poucos estudos avaliaram os custos indiretos da dengue, decorrentes da perda
de produtividade dos pacientes e dos familiares, e que refletem os prejuízos financeiros e o
potencial endividamento das famílias pela doença. (Okanurak et al. 1997, Van Damme et al.
2004, Suaya et al. 2009). Os custos indiretos representaram cerca de 70% do custo total em
pacientes ambulatoriais, em recente estudo multicêntrico (Suaya et al. 2009). Essa maior
proporção dos custos indiretos no total dos custos foi mantida interpaíses, apesar da
variabilidade do custo total da dengue nos diferentes países das Américas e Ásia. Por
exemplo, no Brasil custo ambulatorial direto foi de U$ 121 e os custo indireto US$ 579, sendo
o custo da interrupção das atividades diárias seis vezes maior que os custos dos
procedimentos de saúde (Suaya et al. 2009). Interessante, que mesmo em pacientes
hospitalizados, o custo indireto foi equivalente aos gastos diretos com a hospitalização, sendo
de US$ 782 e US$ 840 os custos diretos e indiretos respectivamente, de acordo com os
resultados nacionais (Suaya et al. 2009). Dessa forma, mesmo considerando-se as diferenças
no perfil epidemiológico na dengue nos diferentes países, no padrão de atendimento à saúde e
no perfil sócio-econômico da população, os custo indiretos representam despesas
significativas no custo global da doença (Torres & Castro 2007, Suaya et al. 2009).
Artigo 1
71
No Brasil, informações disponíveis sobre o custo econômico da dengue referem-se ao
estudo de Suaya et al. 2009 (Suaya et al. 2009). O custo do tratamento nas modalidades de
ambulatório foi o equivalente a U$ 699 e nos pacientes hospitalizados de U$ 1 622. Vale
ressaltar que se estas estimativas forem extrapoladas para os mais de 450 mil casos de dengue
registrados no país, no ano de 2008, e se for computado os investimentos de mais de R$ 1
bilhão de reais no controle da dengue, pode-se concluir que o impacto da dengue na saúde é
bastante elevado (Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde 2008).
Algumas características da infecção/doença e da organização e acesso ao sistema de
saúde são limitantes na avaliação da carga do dengue. A falta de uniformidade no uso dos
critérios de classificação de dengue ou mesmo inadequação dos critérios da WHO;
sintomatologia inespecífica da doença; dificuldade na confirmação laboratorial de todos os
casos; as subnotificações dos casos de menor gravidade; diferenças nos Sistemas de
Vigilância epidemiológica intra e inter-países estão entre os entraves (Suaya et al. 2007a,
Torres & Castro 2007). Entre as estratégias para correção das subnotificações ajustar a
incidência da doença tem sido o uso de um fator de expansão, que considera que cada caso
notificado exista um número de casos não notificados de acordo com a faixa etária. Diferentes
fatores de expansão foram usados na literatura, como por exemplo, um multiplicador de 20
para os custos dos casos no Panamá (Armien et al. 2008) e um fator de 36, utilizado na
avaliação de custo da doença em Porto Rico (Meltzer et al. 1998). Esse fator de expansão
poderá variar de acordo com a sazonalidade da doença, gravidade dos eventos e
características do acesso e atendimento de saúde, devendo ser cuidadosamente estabelecido.
Fatores de expansão inadequados podem subestimar o custo global dos surtos e da doença nos
períodos epidêmicos.
Nesse sentido, os estudos de custo econômico tem sido uma ferramenta importante
para focalizar a dengue na agenda de prioridades dos governos e das pesquisas, para o
desenvolvimento de uma vacina tetravalente para ser usada em larga escala na população.
AGRADECIMENTOS
Artigo 1
Esta pesquisa foi parcialmente financiada pelo Pediatric Dengue vaccine Initiative (PDVI)
and Bill & Mellinda Gates Foundation. Nossos agradecimentos aos colaboradores do
Ministério da Saúde do Brasil, da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, do
Departamento de Medicina Tropical do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da
Universidade Federal de Goiás e do Schneider Institutes for Health Policy, Heller School,
Brandeis University, Massachusetts.
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Artigo 1
76
Artigo 1
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País/Autor/Ano
Período do Estudo
População
RESULTADOS em US$
Von Allmen et al. 1979
Epidemia de 1977
Crianças e Adultos
(N ~ 55 000)
Custo Total: 6,1 a 15,6 milhões; Custos Diretos: 2,4 a 4,7 milhões;
Custos Indiretos: 3,7 a 10,9 milhões; Custo Ambulatorial: 26 a 31
Torres M. 1997
Epidemia de 1997
Crianças e Adultos
Prejuízos por família: 305; Prejuízo individual: 125
Porto Rico
Meltzer et al. 1998
1984 – 1994
McConnell & Gubler. 2003
1984 – 1994
DC & FHD
Custo-efetividade do programa de controle da dengue: 2,5 /hab. para reduzir
em 50% os casos.
Kouri et al. 1989
Epidemia 1981
Crianças e Adultos
Custo Total: 103 milhões; Custos Diretos: 84 milhões; Custos Indiretos: 19
milhões ; Custo por caso : 299.
Guzmán et al . 1991
Epidemia 1981
Crianças
1997
Crianças (N=3 012)
1997 – 2003
Crianças e Adultos (N=2.162)
2005
Crianças (N=126) e Adultos (N=74)
Epidemia 1994
Crianças e Adultos
(N=60.916 DC & FHD)
Crianças e Adultos (N=3595)
658 DALYs perdidos por ano / 1 milhão de hab.
Cuba
A
M
É
R
I
C
A
S
Valdés et al. 2002
Custo da Hospitalização: 42,5
Custo Total: 10,3 milhões; Combate ao vetor: 7,8 milhões,
Custo da Hospitalização: 919 mil; Seguridade Social: 507 mil, Vigilância: 38
mil .
Venezuela
Añez et al. 2007
Suaya et al. 2009*
Custo Total : 1,3 milhões; Custos Diretos: 474 mil ; Custos Indiretos: 873 mil;
Custo Ambulatório: 3,9; Custo da Hospitalização: 94,9
Custo Total: 10,2 milhões; Custo por caso: 231; Custo Ambulatorial: 218;
Custos Diretos: 90; Custos Indiretos: 128
Custo da Hospitalização: 815; Custos Diretos: 611; Custos Indiretos: 204
Nicarágua
Ferrando 1995
Custo Total : 2,7 milhões; Custo da Hospitalização: 130 ; Custo por caso: 44.
Panamá
Armien et al. 2008
2005
Crianças (N= 23) e
Adultos (N=107)
Suaya et al. 2009*
2005
Crianças (N=23) e Adultos (N=107)
2006
Crianças (N=41) e Adultos (N=59)
2005
Crianças (N=189)
Custo Total : 16,8 milhões; Combate ao Vetor = 5,5 milhões; Custo Direto:
11,3 milhões
Custo da Hospitalização: 1 065; Custo Ambulatorial = 332.
Custo Total: 900 mil; Custo por caso: 536; Custo Ambulatorial: 531: Custos
Diretos: 132; Custos Indiretos: 399
Custo da Hospitalização: 1 704; Custos Diretos: 1 190; Custos Indiretos: 515
Guatemala
Suaya et al. 2009*
Custo total: 1,2 milhões; Custo por cso: 144; Custo Ambulatorial: 158; Custos
Diretos: 48; Custos Indiretos: 110
Custo da Hospitalização:752; Custos Diretos: 651; Custos Indiretos: 102
El Salvador
Suaya et al. 2009*
Custo total: 1,7 milhões; Custo por caso: 156; Custo Ambulatorial:184; Custos
Diretos: 51; Custos Indiretos: 133
Artigo 1
78
Custo da Hospitalização: 960; Custos Diretos: 790; Custos Indiretos: 170
Brasil
Suaya et al. 2009*
2005
Crianças (N=77) e Adultos (N=473)
Custo total da dengue: 135 milhões, Custo por caso: 351
Custo Ambulatorial: 699; Custos Diretos: 121; Custos Indiretos: 579
Custo da Hospitalização:1622; Custos Diretos: 782; Custos Indiretos: 840
Tabela 1. (Continuação) Estudos de Custo Econômico da Dengue nos países da Ásia, 1979 a julho de 2009.
País/Autor/Ano
Período do Estudo
População
1998 – 2002
Coorte de crianças assintomática
(N=2 214)
Desfecho: 328 DC & FHD
Clark et al. 2005
2001
Crianças (N= 204 DC & FHD)
Okanurak et al. 1997
1994
Crianças e Adultos
(N=184 casos FHD)
Suaya et al. 2009*
2005
Shepard et al. 2004
2001
RESULTADOS em US$
Tailândia
Anderson et al. 2007
Á
S
I
A
Crianças (N=52) e Adultos (N=121)
DC & FHD
Crianças
(N=11.6 milhões habitantes)
465 DALYs perdidos / 1 milhão de hab.
427 DALYs perdidos pelas famílias /1 milhão de hab.
Custo Total: 12,6 milhões; Custos Diretos: 5,7 milhões; Custo Indireto: 6,9
milhões. Custo da Hospitalização em criança: 102 a 118; Adulto: 138 a 161;
Custo por caso: 61 a 67
Custo Total: 47,5 milhões; Custo por caso: 599; Custo da Hospitalização: 1
758; Custos Diretos: 1 621; Custo Indireto: 137
Custo da dose da vacina: 10 e o custo total por mil indivíduos: 154
DALYs: 848 /milhão de hab. Custo por DALY economizado: 50
Camboja
Van Damme & Van Leemput. 2004
2002
N=72 domicílios
Suaya et al. 2009*
2005
Crianças (N=124) e Adultos (N=3)
2005
Crianças (N=175)
Lum et al. 2008
2005
Crianças (N=56) e Adultos (N=152)
Suaya et al. 2009*
2005
Crianças (N=30) e
Adultos (N=165)
Despesas Extras das famílias: Setor Privado: 103 e Público: 8.
Custo Total: 2,8 milhões; Custo por caso: 265Custo da Hospitalização: 756;
Custos Diretos: 393; Custos Indiretos: 363
Vietnã
Harving & Rönsholt 2007
Custo por caso: 61
Malásia
* Estudo multicêntrico.
Impacto negativo na Qualidade de Vida
Custo Total: 38,2 milhões; Custo por caso: 1 234; Custo Ambulatorial: 666;
Custos Diretos: 447, Custos Indiretos: 219
Custo da Hospitalização: 1988; Custos Diretos: 1739; Custos Indiretos: 249
Artigo 2
79
Artigo 2
Impact of a Dengue Episode on the Quality of Life: Household Survey in
Central Brazil
Artigo 2
80
Impact of a Dengue Episode on the Quality of Life: Household Survey in
Central Brazil
Author (s): Nazareth Elias S. Nascimento M.D., M.Scª., Celina Maria Turchi Martelli M.D.,
Ph.D.b, João Bosco Siqueira Júnior M.D., Ph.D.b, Marília Turchi M.D., PhD.b, Benigno Rocha
M.D., M.Sc.b, Adriana Guilarde M.D., Ph.D.b, Jose A. Suaya M.D., Ph.D.c, Donald S. Shepard
M.D., Ph.D.c,
a
b
Secretaria of Health of the Municipality of Goiânia,Goiás, Brazil
Institute (s): Institute of Tropical Medicine and Public Health/ Federal University of Goiás,
Public Health Department, Goiânia, Brazil,
c
Schneider Institutes for Health Policy, Heller School, Brandeis University, Boston, United
States of America.
*
Corresponding author: Celina Maria Turchi Martelli, Departamento de Saúde Coletiva
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás
Rua 235, Esq. c/ 1ª Avenida, Setor Leste Universitário. CEP: 74.605-050, Goiânia, Goiás, Brazil.
Phone: 55 62 3202 0500, E-mail: [email protected]; [email protected].
Acknowledgements: This study was sponsored by the Pediatric Dengue Vaccine Initiative
(PDVI), Bill & Melinda Gates Foundation and Institute of Tropical Medicine and Public Health/
Federal University of Goiás.
Key words: Dengue, Quality of Life, health status, Brazil
Abbreviated title: Impact of Dengue in Brazil
Running title: Quality of life of dengue patients in Brazil
Artigo 2
81
ABSTRACT
Background: Dengue has reemerged as a public health priority in the Americas, with increase
trend in incidence and severity, particularly in Brazil. Few studies have addressed quality of life
for adults during a dengue episode.
Objective: To assess the impact of a dengue episode on health-related quality of life (HRQOL)
among children and adults in a cohort of laboratory-confirmed dengue patients recruited in the
public and private health.sector.
Methods: This investigation was conducted in the capital city of Goiânia (1.2 million
inhabitants), in Central Brazil, as part of a multi-country initiative, during March to June of
2005. The eligibility criteria were as follows: i) clinical suspicion of dengue according WHO
definition case; ii) reference period considered ~ 15 days after the onset of symptoms; iii)
laboratory confirmed dengue cases. Laboratory confirmation was performed by: anti-dengue
IgM antibodies, or virus detection by cell culture or nucleic acid detection or multiple. A
standardized structured questionnaire was adapted from EuroQOL Group, 2000. The QOL
consisted of 5 items covering 12 dimensions including: mobility, self-care, usual activities, pain,
discomfort, cognition, vision, energy, sleeping, interpersonal relation and anxiety, depression.
Each dimension was graded from 1 (no problems) to 5 (extreme problems) and thermometer-like
scale which evaluated current health state. Descriptive statistics and exploratory data analysis
was performed. The QOL-Dengue score were calculated as the average of responses to 24-items
included for each health domains. High score indicates good life quality and less disease burden
(score>3.0).
Results: Of the 410 patients eligible, 90.7% were adults with slightly higher proportion of
females. Most of the participants were clinically classified as classical dengue. The duration of
the illness episode ranged to 10.9 (SD 4.9 days) in ambulatory to 11.2 (SD 3.7 days) in
hospitalized. During dengue episode most patients reported bad and extremely complaints in
physical health domains such as usual activities, mobility, body pain, discomfort and sleeping.
Hospitalized dengue patients were more significativelly affected in psychological health domain
(p<0.001).
Conclusion: The prolonged duration of physical and psychological symptoms of the dengue
infection was significativelly associated with a negative impact on QOL among children and
adults.
Artigo 2
82
INTRODUCTION
Dengue is the most important vector-born viral infection that affects millions of people in
tropical regions of the world in developing nations (Monath 1994, Pinheiro & Corber 1997,
Gubler 2002, WHO 2007). In Brazil, since the 80’s dengue re-emerged as a major the public
health concern (Figueiredo et al. 1990, Zagne et al. 1994). Despite of large investments in
control mosquito-vector and clinical management measures to reduce the infection transmission
and disease mortality, the disease became endemic with outbreaks in several regions, and
increasing trend of hospitalization and of the dengue hemorrhagic fever (DHF) notification that
is the severe form of the disease (Silva Júnior et al. 2002, Teixeira et al. 2002). In 2007, Brazil
reported two thirds of the total thousands (~560 thousands cases) dengue cases reported in the
World Health Organization, figuring of the principal countries that contributed to the global
burden of dengue. Although the age distribution of dengue is among adult population, there has
been recent record of a shift in pick age incidence of dengue from young adults (15 to 49 years)
to increase incidence of dengue severity in primarily pediatric age (Siqueira Júnior et al. 2005,
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde 2008, Teixeira et al. 2008).
Currently, dengue is commonly referred to as a neglected disease. For some disease such as
schistosomiases, leishmaniase and malaria, research has explored their impact on physical
capacity to work and on well-being, including their quality of life. In literature on dengue is
scanty (WHO/TDR 2002). Several population-based studies conducted in endemic countries of
Asia and Americas have showed the burden of dengue in terms of financial and the disruption to
quality of life (DALYs) (Guzman et al. 1992, Valdes et al. 2002, Anez et al. 2006, Anderson et
al. 2007, Torres & Castro 2007). In addition the socio-economic impact can be greater the costs
evaluated by the economic studies when the incapacities to perform of the patients’ daily
activities (work, school, domestic), social function and impaired well-being are measured
(Shepard et al. 2000, Halstead & Deen 2002, Shepard et al. 2004, Suaya et al. 2007a, Armien et
al. 2008, Lum et al. 2008).
In recent decades, the international scientific community has become increasingly interested
in the concept of health-related quality of life (HRQOL) to assess the true burden of the diseases
(Fitzpatrick et al. 1992, Testa & Simonson 1996, WHOQOL Group 2007). Little is know about
Artigo 2
83
the impact on the quality of life (QOL) during a dengue episode and their relationship to disease
severity, especially from a community-based study. Currently, these studies are considered
invaluable tools to guide health policies in terms of investments in new treatments, diagnostic,
prevention strategies and research priorities (Shepard et al. 2004, Fleck et al. 2008).
A multicountry study to evaluate the dengue burden and the impact of the patient’s daily life
was launched in 2005, sponsored by the Pediatric Vaccine Dengue Institute. The main economic
findings were reported comparing five countries in the Americas (Brazil, Panama, El Salvador,
Guatemala and Venezuela and three in Asia (Cambodia, Malaysia and Thailand), analyzing
provides some indicating of the costs imposed by in all settings (Suaya et al. 2009). As part of
this international initiative, in this manuscript we explored the impact of the dengue episode on
the health-related quality of life (HRQOL). This assessment included children and adults treated
in the public and private sector in an endemic capital city in Central Brazil. To our knowledge
this is the first study to provide a comprehensive picture of the impaired well-being during a
dengue episode.
MATERIALS AND METHODS
Patients and samples: This prospective health care facility study was conducted in endemic city
of Goiânia, in Central Brazil (~ 1.200.000 population) during March to June 2005.
The
methodology was based-studies on disease burden and cost of dengue illness. All 593 suspected
dengue patients were consecutively recruited from the ambulatory and hospital facilities in both
private and public health care system (SUS), which are reference for dengue treatment. The
eligibility criteria were as follows: a) clinical suspicion of dengue according WHO definition
case; b) reference period considered ~ 15 days after the onset of symptoms; c) laboratory
confirmed dengue cases. Patients who met criteria for the study were contacted over the phone
and asked to participate in an in-person interview. We excluded 183 participants since were not
laboratory-confirmed or out of the reference period, with an ejection fraction of 30%. Figure 1
show the study population which comprised of 410 patients 38 children < 12 years old and 372
adults ≥ 13 years.
Laboratory tests
Artigo 2
84
The following laboratory techniques were used for dengue confirmation: anti-dengue IgM
antibodies (MAC-ELISA; Immunocromatography test Pan Bio), or virus detection by cell
culture or nucleic acid detection or multiplex (polymerase chain reaction/ PCR amplification)
(Qiagen, Germany; Pan bio Pty., Ltd. Brisbane, Australia).
Research instruments: A standardized structured questionnaire was adapted from the
WHOQOL Group (EQ-5D) and translated into Portuguese (EuroQOL, 2007). It included
outcome measures such as demographic characteristics of the patient and others household
members, as well as relevant clinical characteristics of the illness episode and its effects on
health status. The QOL was a two part patient self administrated questionnaire. The first part
consisted of 5 items covering 5 dimensions including: mobility, self-care, usual activities,
pain/discomfort and anxiety/depression. Each dimension was graded in 5 favorable responses to
a 1 (no problems), 2 (good), 3 (moderate problems), 4 (bad), and 5 (extreme problems). Hence,
the maximum possible score for each item was 5 point (good health-related quality of life) and
the minimum 1 (poor health-related quality of life). The second part was a thermometer-like
scale (visual analog scale-VAS) valuing current health state, measured on a 20 cm 10-point
interval scale. Worst imaginable health state was scored as 100 at the top. The participants
indicated their level of health by drawing a line from a box to the point on the scale
corresponding to their health state. Medical record extraction was written for hospitalized
patients to confirm the length of patients stay in the hospital, the characteristics clinical and the
classification of patients.
Data collections and management:
All patients were interviewed once by trained health
interviewer approximately two weeks after the onset of symptoms. For hospitalized patients, data
were also extracted from medical record. Median days from the onset to interview range to 12 to
18 days. Around 85% of the interviews were answered by the patient him/herself. For 58
underage patients had the questionnaire answered by the legal guardians. The mean application
time was approximately 5 to 10 minutes. All data were double entered into customized Microsoft
Access database (2003, Microsoft Corp, Redmond, WA) and converted into Statistical Package
for Social Sciences, version 13.0 Windows (SPSS Inc. Chicago, II, USA).
Data analysis: The unit of analysis a dengue confirmed-case, defined as a documented acute
febrile illness with some of the dengue laboratory testing. DHF (dengue hemorrhagic fever) and
DF (dengue fever) cases were defined according to WHO criteria. Intermediate DF/DHF
category was defined as dengue with severe clinical manifestation due to internal hemorrhage,
Artigo 2
85
plasma leakage, and shock or thrombocytopenia ≤ 50,000 per mm3. This category is in
concordance with the current case definitions for clinical management published by the Brazilian
Control Program Guideline (Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde 2005).
Previous studies have adopted similar clinical groups to grade disease severity (Balmaseda et al.
2005, Wichmann et al. 2007).
The data were stratified by ambulatory and hospitalized cohorts, children and adults. Descriptive
statistics and exploratory data analysis was performed in order to evaluate variables distribution.
The QOL-Dengue score were calculated as the average of responses to 24-items included for
each health domains. High score indicates good life quality and less disease burden (score>3.0).
Ethical considerations: The study protocol was approved by the Institutional Review Boards at
Brandeis University and Federal University of Goias, Brazil. All participants or legal guardians
for the underage signed the informed consent form.
RESULTS
Demographic and Patient characteristics: Dengue patients (n= 410) consisted of 38 children
(9.3%) and 372 adults (90.7%). Females represented ~ 60% of the patients. The mean age of
children ranged to 8.9 years in ambulatory and 8.5 years in hospitalized cohort and for adults the
mean age were 39.4 and 38.1 years, respectively. According classification, all ambulatory
patients were classified as dengue fever (99.3%) and hospitalized patients were classified as
dengue fever (59.6%), Intermediate DF/DHF (31.2%) and DHF (10.1%). Hence, for each case of
dengue hemorrhagic fever, there were about five cases of dengue fever. In both settings, the
majority of the patients sought medical care after onset of symptoms between 24 and 48 hours.
According the health system, 48.2% of the ambulatory attendance was public and 52.3% were
private facilities. Table 1 presents the mean of duration of the illness episode in ambulatory
(10.9; SD 4.9 days) and in hospitalized settings (11.2; SD 3.7 days). The length of fever was 4.8
days (SD=2.6) in ambulatory and 5.7 days (SD=2.6) in hospitalized patients.
The most frequent clinical characteristics were fever, muscle/joint pain, dizziness, retro-orbital
pain and skin rash among children and adults. Bleeding and abdominal were more frequent
among hospitalized adult patients than ambulatory ones (p<0.001).
Artigo 2
86
Health Status and QOL:
The general health status before dengue episode was reported as good to very good by ~90% of
the children and more than 80% of the adults, independently of the ambulatory of hospital care.
In contrast during the illness episode, children reported high frequency of difficulties with
performing daily activities and with schooling (68.0%) and mobility difficulties, particularly in
vigorous activities (72.0%). Other aspects of the physical domain such as body pain/ discomfort
and sleeping difficulties were also prevalent among children. Among adults, reports of severe
and extreme difficulties were most prevalent in physical health sub-domains (usual activities,
mobility, body pain and discomfort and sleeping), followed by physiological (self-care
difficulties, feeling sad and depressed and anxiety). Among the adults patients, the frequency of
difficulties were higher in hospitalized patients compared to ambulatory ones, statistically
significant different in the sub-domains. Table 3 presents the prevalence of sub-domains affected
comparing patients attended in the ambulatory and hospitalized settings according to age-groups.
Figure 2 compares the scores before and during the dengue episode stratified by ambulatory and
hospitalized patients. The pattern of distribution of difficulties gives a similar picture of the
frequencies with striking difference before and during dengue episode in most physical and
physiological sub-domains evaluated, being hospitalized patient the most affect group.
DISCUSSION
Our analyses of the quality of life among dengue patients showed impairments in several
physical and psychological dimensions, affecting work, school and household activities, with
substantial loss in quality of life. Patients seek early care access in the first 24 and 48 hours after
the onset of the symptoms. The likely explanation for this health seeking behavior is that the
disease affects significantly the health status with large number of symptoms and health domains
affected, even when a majority of cases were classified as classical dengue, the mild or moderate
form of the disease.
The prolonged duration of symptoms beyond the acute febrile phase was also observed which is
in line with other studies (Harris et al. 2000, Armien et al. 2008). This study showed highly
Artigo 2
87
negative impact on the quality of life during the acute dengue episode, perceived as bad or
extremely among adults and children. In contrast the health status previous to the disease was
informed as good/very good by the participants. The little time between the onset of the
symptoms and the health care seeking (48 hours) for both the ambulatory and hospitalized cases
also suggests the rapid worsening of the health conditions. Hospitalized adults were more prone
to be affected in the dimensions related to physical, mainly daily activities and psychological
depressed and anxiety, compared to the ambulatory ones. In contrast, in the Malaysia study about
quality of life using the same instrument, the most affected domains were cognition and
interpersonal activities for children and adults (Lum et al. 2008). The high scores of pain and
discomfort evidenced the suffering posed by dengue infection and the worse of the QOL.
Skevington (1999) discuss the importance of the pain and discomfort how trusts indicators to be
considered in evaluations of the impact of disease in QOL (Cella 1994, Skevington 1999, Mason
et al. 2004). The fact of more prevalent of dengue fever in adults may reflect the diversity of
epidemiological patterns and the severity of the disease between the settings. In Central Brazil,
around 70% of the patients were classified as DF mild different from the Malaysia patients who
mainly were categorized as DHF/ or DF with plasma leakage. The similar findings among
children and adults may be explained by the fact of the low perception of the health status of the
children as well as for the lack of specific instrument of the QOL in pediatric (Harding 2001,
Wallander et al. 2001, Prebianchi 2003).
Our data set is unique since we investigated adults and children seeking health care in the private
and public sectors, ambulatory and hospital settings.
The patients studied resembles
epidemiological dengue pattern in Brazil where adults are the most affected age group and
classical dengue is the predominant form of disease (Siqueira Júnior et al. 2005, Guilarde et al.
2008, Maciel et al. 2008). However, several limitations should be mentioned. First the QoL
questionnaire, although simple and reliable, was conceived as a generic health index, and may
not be sensitive to capture some particular characteristics of dengue illness. Second, the research
instrument applied was not validated for children and some domains could be poorly evaluated
by the care-providers (Cella 1994, Guyatt 1995, Wallander et al. 2001). We judge that even with
the low of quality of life assessed, these measures may underestimate the real impact on the
quality of life during a dengue episode.
Artigo 2
88
CONCLUSIONS
The prolonged duration of physical and psychological symptoms of the dengue infection was
significativelly associated with a negative impact on Quality of Life of the dengue patients.
Acknowledgements: This research was sponsored in part by the Pediatric Dengue vaccine
Initiative (PDVI) and Bill & Mellinda Gates Foudation. Our thanks of the colleagues of the
Ministry of Health of Brazil, Secretaria of Health of the Municipality of Goiânia, Department of
Tropical Diseases, Federal University of Goiás and the Schneider Institutes for Health Policy,
Heller School, Brandeis University, Massachusetts
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Artigo 2
92
Table 1 Characteristics of the cohort of dengue laboratory confirmed patients
Characteristics
Ambulatory
(n=301)
n (%)
Hospitalized
(n=109)
n (%)
P
Female
186 (61.8)
70 (64.2)
0.65
8.9 (2.9)
39.4 (16.3)
8.5 (2.6)
38.1 (17.6)
0.20
0.48
Education
Mean, years (SD)
11.2 (5.4)
10.3 (4.9)
0.12
Classification ª
Dengue fever
Intermediate DF/DHF
Dengue hemorrhagic fever
299 (99.3)
1 (0.7)
-
65 (59.6)
34 (31.2)
11 (10.1)
-
Medical care after onset of symptoms
Between 24 and 48 hrs
174 (57.8)
75 (68.8)
<0.04
Health care system
Public (SUS)
Private (UNIMED)
145 (48.2)
156 (51.8)
52 (47.7)
57 (52.3)
0.93
0.93
Length of illness episode
Mean, days (SD)
10.9 (4.9)
11.2 (3.7)
0.56
Length of fever
Mean, days (SD)
4.8 (2.6)
5.7 (2.6)
<0.02
Age-group
Mean years (SD)
≤ 12 (Children)
≥ 13 (Adults)
NOTE: DHF (dengue hemorrhagic fever) and DF (dengue fever) were defined according to WHO
criteria. Intermediate DF/DHF category was defined as dengue with severe clinical manifestation due to internal
hemorrhage, plasma leakage, and shock or thrombocytopenia ≤ 50,000 per mm3.
Artigo 2
93
Table 2 Prevalence (%) of clinical characteristics of dengue study cohorts
Children
Ambulatory Hospitalized
Symptoms and signs
(n=25)
(n=13)
p
Fever
96.0
92.3
Myalgia or Arthralgia
76.0
76.9
0.735
Headache
88.0
84.6
0.831
Retro-orbital pain
72.0
30.8
0.015
Dizziness
76.0
76.9
0.735
Skin rash
72.0
84.6
0.641
Abdominal pain
68.0
61.5
0.969
Vomiting
68.0
76.9
0.842
Bleeding
16.0
0.333
Diarrhea
24.0
30.8
0.951
Sore throat/running nose
52.0
61.5
0.575
Adults
Ambulator
y
Hospitalized
(n=276)
(n= 96)
P
98.2
96.9
0.722
94.9
94.8
0.828
91.3
91.7
0.913
82.6
78.1
0.330
81.9
87.5
0.203
75.0
78.1
0.538
62.3
65.6
0.563
50.4
70.0
<0.001
24.3
47.9
<0.001
41.7
46.9
0.375
37.3
30.2
0.209
Artigo 2
94
Table 3 Prevalence of the severe and extreme difficulties by health issues in dengue patients.*
Children
Health Sub-Domains
Ambulatory
(n= 25)
Adults
Hospitalized
(n=13)
p
Ambulatory
(n= 276)
Hospitalized
(n=96)
p
Usual activities, difficulties
With scholling, job,or others
17 (68.0)
11 (84.7)
0.47
Mobility, difficulties
Moving around
In vigorous activities
16 (64.0)
18 (72.0)
9 (69.3)
11 (84.6)
0.96
0.64
160 (57.9)
230 (83.3)
65 (67.7)
88 (91.6)
0.09
0.04
Self-care, difficulties
With self-care
In taking care of general appearance
10 (40.0)
11 (44.0)
6 (46.2)
6 (46.2)
0.71
0.89
65(23.6)
70 (25.3)
43 (44.08)
44(45.8)
<0.01
<0.01
Pain/discomfort
Body aches or pains
Body discomfort
15 (60.0)
14 (56.0)
9 (69.2)
9 (69.3)
0.83
0.42
175 (63.4)
187 (67.8)
72 (75.0)
78 (81.3)
0.03
<0.01
Cognition, difficulties
With concentration
In learning a new task
5 (20.0)
5 (20.0)
1 (7.7)
1 (7.7)
0.60
0.60
67 (24.3)
77 (27.9)
35 (36.5)
41 (42.7)
0.02
<0.01
Interpersonal activities
With personal relationships
Emotional conflicts
4 (16.0)
5 (20.0)
2 (15.4)
2 (15.4)
0.67
0.92
86 (31.2)
103 (33.7)
48(49.5)
50(49.5)
<0.01
<0.01
1 (5.6)
1 (5.6)
2 (16.6)
1 ( 8.3)
0.54
-
18 (7.5)
18 (7.5)
11 (15.3)
10 (14.3)
0.02
0.04
Sleep and energy
Sleeping
Feeling rested or refreshed
13 (52.0)
16 (64.0)
4 (30.8)
7 (53.9)
0.21
0.54
160 (57.9)
187 (67.7)
60(62.5)
74 (77.0)
0.43
0.08
Affect
Feeling sad, depressed
Feeling worries or anxiety
10 (40.0)
6 (24.0)
5 (38.5)
6 (46.2)
0.92
0.30
80 (36.2)
123 (44.5)
52 (64.2)
64 (66.6)
<0.01
<0.01
Vision, difficulties
In seeing a person 20 mts
Reading
*Reponses to bad or extreme as part of a 5-point scale from World Health Survey
199 (72.0)
80 (83.4)
0.09
he
alt
hs
Da
tat
ily
us
ac
tivi
tie
s
Mo
bil
ity
Se
Pa
l
f
-ca
in
re
/d
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Int
for
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Co
ers
gn
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on
al
n
ac
tiv
itie
s
Sle
Vis
ep
ion
a
Em nd e
n
oti
erg
on
y
al
as
pe
ct
Ge
ne
ral
Mean scores of QOL
Mean scores of QOL
Artigo 2
95
Figure 2. Quality of life of dengue patients
A) Adult
5.0
4.5
4.0
3.5
3.0
2.5
2.0
1.5
B) Children
5.0
4.5
4.0
3.5
3.0
2.5
2.0
1.5
Ambulatory
Hospitalized
Artigo 2
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Conclusões e Recomendações
97
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES FINAIS
•
Os resultados mostraram que mesmo as formas benignas de dengue clássica
produziram uma carga sócio-econômica bastante elevada para as famílias e os
governos dos países em desenvolvimento.
•
O prolongamento das incapacidades físicas e psicológicas produziu um impacto
negativo na qualidade de vida e na vida diária dos pacientes como trabalhar, estudar
e até o lazer.
•
Nossos resultados são subsídios importantes para focalizar a dengue na agenda de
prioridades dos governos e das pesquisas, para o desenvolvimento de uma vacina
tetravalente para ser usada em larga escala na população.
Anexos
98
ANEXO 1
Instruções Gerais
O objetivo deste estudo é entender todos os acontecimentos relevantes que tem ocorrido ou que estão ocorrendocom o paciente e seus familiares desde que o paciente
apresentou os primeiros sintomas deste episódio de enfermidade. O paciente ou o responsável darão duas entrevistas.A primeira entrevista será relativa ao período que
vai desde o aparecimento dos primeiros sintomas de dengue até o momento que ocorre a primeira entrevista. A segunda entrevista cobrirá o período de tempo que vai
desde a primeira entrevista até o momento da segunda entrevista.O período compreendido por cada entrevista é chamado de "Período de Referência". Por favor
observe o calendário abaixo e determine as datas necessárias para determinar o período de referência.
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
O período de referência começa em:
___________(Dia da semana), __________(Dia do mês), ____________ (Mês)
Termina em:
___________(Dia da semana), __________(Dia do mês), ____________ (Mês)
O paciente ou resposável estão de acordo? Caso contrário esclareça.
O período de referência corresponde a
dias.
* Se o paciente tiver 17 de idade ou menos, o entrevistador deverá entrevistar um responsável. Este estudo esta dirigido a um responsável.Se o paciente tem 18 anos de idade
ou mais o entrevistador deverá entrevistar o próprio paciente.Em caso de entrevistar o paciente por favor substitua "ele/ela" por "você", e modifique a redação conforme a
necessidade. Se o responsável não estiver presente no momento da entrevista, o entrevistador deverá programar uma nova visita para quando o responsável estiver presente
(por ex. quando o mesmo tiver planejado uma conversa com o médico), e fazer várias tentativas se necessário. Como último recurso,se não for possível fazer a entrevista com
o responsável em um tempo razoável, o entrevistador poderá obter os dados diretamente com o paciente ou com seu filho.
Anexos
99
Nome completo do Paciente
NOME E SOBRENOME (do
formulário B, Q9001)
APELIDO (do formulário B,
Q9002)
PARA PROTEGER A CONFIDENCIALIDADE DO PACIENTE, ESTA PÁGINA SERÁ SEPARADA E RETIRADADESTE FORMULÁRIO PELO COORDENADOR DO OU PELO
ENTREVISTADOR PRINCIPALDEPOIS DA ENTREVISTA E ANTES QUE A INFORMAÇÃO CONTIDA NESTE FORMULÁRIO SEJA INCORPORADA EM UMA BASE DE DADOS E
POSTERIORMENTE ANALISADA.TODOS OS FORMULARIOS QUE CORRESPONDEREM AO MESMO PACIENTE DEVEM TER O MESMO NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO PARA
QUE SE POSSA AGRUPAR AS INFORMAÇÕES PROVENIENTES DE FORMULÁRIOS DIFERENTES DO MESMO PACIENTE QUE PARTICIPA DO ESTUDO DE INVESTIGAÇÃO.
Numero de indentificação do paciente para este estudo (número com 3 dígitos) [Ex. 001, 019, 123]. Este número deve de coincidir com o determinado pelo administrador do projeto ou pelo
investigador principal na perguenta Q9003 do formulário B deste paciente.Por favor, escreva este mesmo número de identificação na margem superior direita da próxima página antes de
separar esta página.
___ ___ ___
Anexos
1000.
100
CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS DO PACIENTE
Identificação do paciente (para este estudo).(ver pagina anterior)
___ ___ ___
Q1000-A
Foi um paciente recrutado (incluído neste estudo) como ambulatório ou
hospitalização?
Q1000-B
Escreva o lugar do recrutamento (Nome do estabelecimento onde o paciente
está recebendo atendimento médico
Q1000-C
1. Ambulatorio
2. Hospitalização
O domicílio do(a) paciente (durante este episódio de enfermidade) está
localizado em uma área urbana ou rural?
1. Urbana
2. Rural
Q1001
Número dessa entrevista para este paciente/responsável.
1. Primeira
2. Segunda
3. Terceira
Q1002
Você está entrevistando o paciente ou um responsável?
1. Paciente
2.Responsavel
3. Ambos
Q1003
Data dessa entrevista:
Q1004
A entrevista é pessoalmente ou por telefone?
1. Pessoalmente
Q1005
Se for pessoalmente, indique o lugar.
1. Ambulatorio
3. Enfermaria
2. Sala de emergencia 4. Centro de saúde
Q1006
Se você está entrevistando um responsável, qual é a relação do responsável com o
paciente?
PARE!
dd/mm/aaaa
2. Por telefone
1. Mãe
2. Pai
5. Domicilio
6. Outro
4.irmão maior
5. Outro
3. Avó
4. Avô
Se esta é a segunda entrevista do paciente ou responsável, por favor vá para pergunta 2000.
Q1007
Indique o sexo do paciente
Q1008
Qual é a data de nascimento do paciente(dia, mês e ano)?
Q1009
Quantos anos fez o paciente (em anos) em seu ultimo aniversário?(Se é menor que 1 escreva 0)
Q1010
Qual é o maior nível de escolaridade do paciente?
Q1011
Quantos anos de escola , incluída a educação avançada completou o paciente?
Q1012
Qual é atualmente o tipo de emprego do paciente?
Q1013
Se tem emprego remunerado, vá à Q1014 (se aplicável)
Qual é a razão pela qual o paciente não tem emprego remunerado?
Q1014
Qual o estado civil do paciente?
1. Feminino
2. Masculino
dd/mm/aaaa
1. Sem educação formal
2.1º grau Incompleto
3.1º grau completo
4.2º grau Incompleto
5.2º grau completo
6. Curso profissionalizante ou técnico
7.3º grau
8.Pos Graduação
1.Funcionário Público
2. Empregado não governamental
3.Autonômo
4. Empresário/Patrão
1. Estudante
2. Cuidando da família
3. Trabalho sem remuneração
4. Aponsentado
1. Solteiro
2. Casado
3. Divorciado
4. Viuvo
5. Não tem emprego remunerado
6.Não Aplicável
5.Busca mas não encontra
6. Saúde debilitada
Anexos
101
INFORMAÇÃO DOS PAIS
Complete somente se o paciente for uma criança (menor de 18 anos).Caso seja maior de idade vá para a pergunta Q 1025.
Q1015
Informação do pai / Responsável
Qual a idade do pai do paciente (em anos)?
Q1016
Qual o nível de escolaridade mais alto do pai do paciente ?
Q1017
Quantos anos de escola, incluindo educação avançada , completou o pai do paciente?Se
não sabe deixe em branco.
Q1018
Qual é atualmente o tipo de emprego do pai do paciente?
Q1019
Se tem emprego remunerado, vá para 1020
Qual é a razão pela qual o pai do paciente não tem emprego remunerado?
Q1020
Informação da mãe / responsável
Qual a idade da mãe do paciente(em anos)
Q1021
Qual o nível de escolaridade mais alto da mãe do paciente?
Q1022
Quantos anos de escola, incluindo educação avançada , completou a mãe do
paciente?Se não sabe deixe em branco.
Q1023
Qual é atualmente o tipo de emprego da mãe do paciente?
Q1024
Se tem emprego remunerado, vá para Q 1025
Qual é a razão pela qual a mãe do paciente não tem emprego remunerado?
1. Sem educação formal
2.1º grau incompleto
3.1º grau completo
4.2 grau incompleto
5. 2º grau completo
6.Curso profissionalizante ou técnico
7. 3º grau
8. Não sabe
3.Por conta
1. Empregado do governo
2. Empregado não governamental 4. Empresário/Patrão
1.Estudante
2. Cuidando da família
1.Sem educação formal
2.1º grau incompleto
3.1º grau completo
4.2ºgrau incompleto
3. Trabalhando sem remuneração 5. Desempregado
4.Aponsentado
6.Saúde debilitada
Nome da moeda local(se seu país usa o dólar americano como
moeda corrente, indique-o aqui e use-o
Q1026
Indique a cotação de hoje
1 Dólar americano corresponde
a
5. Não tem emprego remunerado
6. Não sabe
3. Trabalhando sem remuneração 5. Desempregada
4.Aposentada
6. Saúde debilitada
Moeda Local
Q1025
7. Não sabe
5.2º grau completo
6.curso profissinonalizante ou técnico
7.3º grau
8. Não sabe
1. Empregado do governo
3. Por conta
2. Empregado não governamental 4. Empresário/Patrão
1. Estudante
2. Cuidando da família
5. Não tem emprego remunerado
6. Não sabe
(moeda local)
7. Não sabe
Anexos
2000.
102
EPISODIO DA DOENÇA
Q2001
Quando foi o inicio dos sintomas
Q2002
Você está com algum sintoma no momento da entrevista?
1. Sim
2. Não
Q2003
Você teve febre no período de referência?
1. Sim
2. Não
Q2004
Quando começou a febre ?(Se não teve, deixe em branco)
dd/mm/aaaa
Q2005
Quando terminou a febre ?Se não for aplicável ou no momento da entrevista o paciente
tem febre, deixe esse campo em branco.
Data em que você se recuperou completamente.Se no momento da entrevista o paciente
estiver com alguma doença, deixe esse campo em branco.
dd/mm/aaaa
Q2006
dd/mm/aaaa
dd/mm/aaaa
No calendário de ajuda visual , assinale a data de começo e do fim do período de referência.Mostre o calendário para o paciente/responsável e leia a seguinte nota:``como dissemos
, o período de referência começa em ......e termina hoje na hora dessa entrevista.``
Você teve algum dos sintoma ou sinais durante o período de referência ?
Q2007
Vômitos
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Q2008
Náusea
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Q2009
Sede excessiva
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Q2010
Diurese reduzida
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Q2011
Dor de cabeça
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Q2012
Manchas Vermelhas na Pele
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Q2013
Dor nos olhos
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Q2014
Dor muscular ou articular
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Q2015
Sangramentos(pequenos pontos vermelhos na pele, machucados
espontâneos ou provocados ,sangramentos pelo nariz,sangramento nas
gengivas ou outro tipo de sangramento)
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Q2016
Dor abdominal
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Q2017
Diarréia
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Q2018
Dor de garganta ou secreção nasal
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Anexos
103
Q2019
Quanto tempo depois de notar os primeiros sinais de enfermidade você
1.No mesmo dia ( em 24 horas) 2.No segundo dia (entre 24 e 48 3.Depois de 48 horas
recebeu a primeira assistência por parte de um serviço de saúde ou médico?
horas)
Q2020
Você conhece alguma pessoa em sua casa , do seu convívio, escola ou
trabalho que tenha sido recentemente diagnosticado com dengue?
Q2021
Se a resposta for não ou não sabe vá para Q2022
Quem foi diagnosticado com dengue?
2. Não
1. Sim
1. Familiar em casa
2. Vizinho
3. Não sabe
3. Companheiro de escola ou
trabalho
4. Outra pessoa
Q2022
Durante este periodo de referência,você recebeu alguma medicação Não
prescrita pelo serviço de saúde ou médico?
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Q2023
Voce recebeu aspirina / antiinflamatórios durante esse período ?(indique
nomes comercias comuns)
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Q2024
Você recebeu antibioticos durante este período?
1. Sim
2. Não
3. Não sabe
Anexos
7000.
Q7001
Q7002
104
Saúde Geral
* Adaptado da Pesquisa Mundial de Saúde, 2002
As duas perguntas seguintes são sobre a saúde geral do paciente, incluída a saúde física e mental.
Em geral, como era a sua saúde antes desse episódio da doença?
1. Muito boa 2. Boa
No total durante o período de referência, quanta dificuldade você teve com as atividades 1. Nenhuma
escolares, trabalho ou atividades domésticas?
Q7003
Pense no número total de dias desse período de referência e responda as seguintes 5 perguntas
Durante o período de referência, quantos dias você se sentiu "muito bem"
Q7004
Durante o período de referência, quantos dias você se sentiu "bem"?
Q7005
Q7006
Durante o período de referência, quantos dias você se sentiu "moderado" (mais ou
menos)?
Durante o período de referência, quantos dias você se sentiu "mal"?
Q7007
Durante o período de referência, quantos dias você se sentiu "muito mal"?
2. Leve
3. Moderada 4. Mal
5. Muito mal
3. Moderada 4. Grave
5. Extrema/
Incapaz
Some o número de dias de Q7003 a Q7007 e compare o resultado com a duração do período de referência. Em caso de discrepância, peça ao paciente que
revise este grupo de respostas.
Agora quero que repasse as distintas funções do seu organismo. Ao responder essas perguntas, quero que pense no período de referência (desde o início dos
sintomas ou desde a última entrevista), levando em conta os dias bons e os ruins. Quando pergunto sobre a dificuldade, quero que considere quanta
dificuldade você teve em média, nesse período de referência, para realizar determinada atividade de costume. Por dificuldade se entende maior esforço, malestar, dor, lentidão ou mudanças em como você realiza esta atividade.
Q7008
Q7009
Q7010
Q7011
Mobilidade
No total, durante o período de referência, qual o grau de dificuldade você teve para se
deslocar?
Durante esse período, qual grau de dificuldade você teve em atividades vigorosas, tais
como correr 3 km (ou equivalente) ou andar de bicicleta?
Cuidado pessoal
No total durante o período de referência, qual grau de dificuldade você teve com seu
cuidado pessoal, como tomar banho e vestir-se sem ajuda?
Durante esse período, qual grau de dificuldade você teve em manter seu aspecto geral
(por ex: asseio, se ver limpo e arrumado, etc.)
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderada 4. Grave
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderada 4. Grave
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderada 4. Grave
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderada 4. Grave
5. Extrema/
Incapaz
5. Extrema/
Incapaz
5. Extrema/
Incapaz
5. Extrema/
Incapaz
Q7012
Dor e mal-estar
Durante esse período, quanta dor ou sofrimento físico você teve?
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderado 4. Grave
5. Extremo
Q7013
Durante esse período, quanto mal-estar físico você teve?
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderado 4. Grave
5. Extremo
Anexos
Q7014
Q7015
Q7016
Q7017
Q7018
105
Cognição
Durante esse período, qual grau de dificuldade você teve para se concentrar e recordar
das coisas?
Durante esse período, qual grau de dificuldade você teve em aprender uma nova tarefa
(por exemplo, aprender como chegar a um novo endereço, aprender um novo jogo,
aprender uma nova receita, etc.)?
Atividades Interpessoais
No total, durante esse período, qual grau de dificuldade você teve com suas relações
pessoais e participação na comunidade?
Durante esse período, qual grau de dificuldade você teve para tratar conflitos e tensões
com os outros?
Visão
Você usa óculos ou lentes de contato? (Se o entrevistado disse Sim a essa pergunta,
introduza as seguintes 2 perguntas com "Por favor, responda as seguintes perguntas
levando em conta seus óculos ou lentes de contato".
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderada 4. Grave
5. Extrema/
Incapaz
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderada 4. Grave
5. Extrema/
Incapaz
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderada 4. Grave
5. Extrema/
Incapaz
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderada 4. Grave
5. Extrema/
Incapaz
1. Sim
2. Não
Q7019
Nos últimos 30 dias, quanta dificuldade você teve para ver e reconhecer alguém
conhecido cruzando a rua (quer dizer de uma distância de 20 metros aprox.)?
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderada 4. Grave
5. Extrema/
Incapaz
Q7020
Nos últimos 30 dias, quanta dificuldade você teve para ver e reconhecer um objeto
colocado ao seu alcance ou para ler?
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderada 4. Grave
5. Extrema/
Incapaz
Sono e Energia
Durante esse período, qual o grau de dificuldade para conciliar o sono, despertar várias 1. Nenhuma
vezes durante a noite ou despertar muito cedo pela manhã?
2. Leve
3. Moderado 4. Grave
5. Extrema/
Incapaz
2. Leve
3. Moderado 4. Grave
5. Extrema/
Incapaz
Q7021
Q7022
Durante esse período, qual o grau de cansaço e indisposição você teve em não se sentir 1. Nenhuma
descansado (por ex. se sentir cansado, sem energia)?
Q7023
Sentimentos
No total, durante esse período,qual o grau de tristeza e depressão?
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderado 4. Grave
5. Extrema/
Incapaz
Q7024
No total, durante esse período,qual o grau de ansiedade e preocupação?
1. Nenhuma
2. Leve
3. Moderado 4. Grave
5. Extrema/
Incapaz
Anexos
Q7025
106
Para ajudar as pessoas a medirem o seu estado de saúde, o quanto estão bem ou mal, temos abaixo desenhado, uma escala (similar a um
termômetro) onde o melhor estado é marcado como 100 e o pior estado é marcado como 0.
Gostaríamos que indicasse nesta escala qual o melhor ou pior estado da sua saúde durante o período de referência. Por favor, faça-o traçando
uma linha da estrela abaixo até qualquer ponto da escala que indique o melhor ou pior estado de saúde durante o período de referência. Se
necessário consulte o paciente.
Melhor estado de
saúde imaginável
Estado de Saúde do
Paciente durante
Período de
Referência
Pior estado de
saúde imaginável
107
ANEXO 2
108
109
110
111
ANEXO 3
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
FOLHETO DE INFORMAÇÕES
Título do Estudo: “Impacto Econômico da Dengue/ Febre Hemorrágica da Dengue na cidade
de Goiânia, Estado de Goiás, Brasil”
Nós gostaríamos de convidar você / seu filho(a) / seu familiar para participar como voluntário em
uma grande pesquisa que faz parte da Iniciativa do Ministério da Saúde do Brasil. Você / seu
filho(a) / seu familiar foi convidado para participar porque você / ele / ela pode estar com ou ter
tido dengue. Obrigado por ler estas informações importantes.
O que é a infecção da Dengue?
A infecção da Dengue é causada pelo vírus da dengue que é transmitido de pessoa a pessoa através
da picada de um mosquito infectado, o Aedes aegypti, que vive nas áreas urbanas do Brasil. O vírus
da dengue pode causar febre alta, dor nos músculos, dor de cabeça, dor de garganta, falta de apetite,
vômitos e manchas avermelhadas na pele. Nos casos leves, a doença pode durar até 5 a 7 dias.
Porém, complicações como hemorragia e choque podem acontecer em um grupo pequeno das
pessoas. Atualmente, não existe nenhum tratamento específico para dengue. Você / seu filho(a) /
seu familiar receberá tratamento adequado por um médico. Nos casos mais graves, o tratamento
consiste em hidratação com soro na veia e monitoramento de exames de sangue até que seu próprio
corpo se recupere da infecção.
Qual é o propósito desse estudo?
Uma vacina da dengue pode estar disponível no futuro próximo ou distante. Nós gostaríamos de
saber o quanto podemos economizar com o uso desta vacina quando ela estiver disponível. Então,
esse estudo irá determinar a carga da infecção da dengue para a cidade de Goiânia e para o país.
Para obtermos essas informações, serão feitas perguntas a você sobre esse episódio da doença
(você / seu filho(a) / seu familiar) e a quantia de dinheiro que sua família gastou em consultas
médicas e medicamentos, transporte de ida e volta ao hospital / clínica, faltas no trabalho e
mudança de hospital durante a doença. A sua participação ou do(a) seu filho(a) / do seu familiar no
estudo não traz nenhum benefício direto a sua saúde porque você / ele / ela receberá o mesmo
cuidado mesmo que não participe. Porém, nós esperamos que fique satisfeito em saber que as
informações você forneça contribuirão para uma compreensão do custo total de dengue para você /
ele / ela como um paciente, para o hospital e para a cidade e o país. Posteriormente, durante a
realização da entrevista você será informado sobre os resultados dos testes laboratoriais para
dengue. Não existe nenhum risco ou desconforto previsto para a sua participação.
Este estudo é intitulado “Estudo da Carga da Dengue no município de Goiânia”. Ele está sendo
conduzido pelo Dr. João Bosco Siqueira Jr e pela Dra. Celina Maria Turchi Martelli do Instituto de
Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás com a aprovação do Comitê
de Ética em Pesquisa Médica Humana e Animal do Hospital das Clínicas da Universidade Federal
de Goiás.
Quais serão os procedimentos do estudo?
Um investigador do estudo entrevistará você / seu filho(a) / seu familiar durante sua visita ao
centro de saúde ou durante sua internação no hospital. O entrevistador obterá informações sobre a
duração de febre, o tipo e duração de outros sintomas, como a doença afetou suas atividades e a
rotina de sua família (como licença para cuidar de você ou outras crianças na família). A entrevista
durará aproximadamente 50 minutos. Se o paciente for uma criança e você estiver respondendo as
112
perguntas por ele / ela, nós encorajaremos você a consultar a criança sempre que for conveniente.
Uma a duas semanas mais tarde, quando você /sua criança /seu parente já estiver relativamente
recuperado desse episódio da doença, você será novamente entrevistado por mais ou menos 50
minutos no ambulatório ou em sua casa.
Se houver necessidade, pedimos sua permissão para que seja coletado sangue da veia, usando
agulha e tubo de coleta (material descartável), perfurando-se a pele até alcançar a veia do braço,
a fim de colher 5 a 10 ml. Este procedimento pode causar um leve desconforto, como dor no local
da punção, e, raramente, pode levar ao aparecimento de uma mancha roxa ao redor da picada,
causada pelo extravasamento de pequena quantidade de sangue (hematoma).
Estou ciente que o resultado dos exames será entregue para mim. Esses resultados não serão
passados para outras pessoas e o meu nome também não será revelado.
Minhas respostas são confidenciais? Sim, suas respostas são confidenciais. Ninguém além dos
investigadores e dos indivíduos com o dever de proteger seus direitos e segurança saberão o que
você disse. Os estudos serão divulgados em grupo; nenhuma informação individual será
identificada.
Eu tenho que responder? Não. Sua participação é completamente voluntária. Você pode parar
sua participação no estudo a qualquer momento com a garantia que não existirá nenhum efeito
negativo no seu tratamento ou de seu filho(a) / seu familiar. Além disso, se você pedir por escrito,
nós destruiremos todos os registros que contêm suas informações. Sua decisão sobre a participação
não afetará sua saúde ou os serviços que você recebe.
Detalhes de Contato
Se você tiver perguntas ou precisar de mais informações sobre o estudo por favor entre em contato
com a Dra. Celina Martelli, responsável pelo estudo no seguinte número: 2020500, no Instituto de
Patologia Tropical e Saúde Pública, localizado na Rua Delenda Rezende, s/n°, Setor Universitário,
CEP 74650-050 - Goiânia, Goiás.
CONSENTIMENTO INFORMADO
Título do Estudo: “Estudo da Carga da Dengue no Brasil”
Você receberá uma cópia deste formulário e a folha de rosto com informações:
NOME DO PACIENTE: _____________________________________________________
Eu confirmo que fui informado sobre a natureza do estudo. Eu também recebi, li, e entendi as
informações acima descritas relativas a este estudo.
Eu posso em qualquer fase, sem prejuízo ou penalidade, retirar meu consentimento para minha / do
meu filho(a) / do meu familiar participação neste estudo.
Assinatura: _______________________________
Data: _________________________
Nome do Paciente / Pais / Parente / Tutor: ______________________________
Relação com o paciente: _____________________________________________________
Nome da testemunha (opcional): ______________________________________________
Assinatura da testemunha: ____________________
Data: _________________________
113
Assinatura do Entrevistador do Estudo: _______________________ Data:_____________
Nome do Entrevistador do Estudo: _____________________________________________
Assinatura do Responsável do Estudo: _______________________ Data:_____________
Nome do Responsável do Estudo: _____________________________________________
CONSENTIMENTO INFORMADO
Título do Estudo: “Estudo da Carga da Dengue no Brasil”
Você receberá uma cópia deste formulário e a folha de rosto com informações:
NOME DO PACIENTE: _____________________________________________________
Eu confirmo que fui informado sobre a natureza do estudo. Eu também recebi, li, e entendi as
informações acima descritas relativas a este estudo.
Eu posso em qualquer fase, sem prejuízo ou penalidade, retirar meu consentimento para minha / do
meu filho(a) / do meu familiar participação neste estudo.
Assinatura: _______________________________
Data: _________________________
Nome do Paciente / Pais / Parente / Tutor: ______________________________
Relação com o paciente: _____________________________________________________
Nome da testemunha (opcional): ______________________________________________
Assinatura da testemunha: ____________________
Data: _________________________
Assinatura do Entrevistador do Estudo: _______________________ Data:_____________
Nome do Entrevistador do Estudo: _____________________________________________
Assinatura do Responsável do Estudo: _______________________ Data:_____________
Nome do Responsável do Estudo: _____________________________________________
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