Solanum mauritianum (tabaqueira)

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Solanum mauritianum (tabaqueira)
Arbusto ou pequena árvore, de folhas simples, flores numerosas de cor violeta e bagas amareladas.
Nome cien fico: Solanum mauri anum Scop.
Nomes vulgares: tabaqueira, fona-de-porco
Família: Solanaceae
Estatuto em Portugal: espécie invasora
Nível de risco: (em desenvolvimento)
Sinonímia: Solanum auriculatum Aiton, Solanum tabacifolium Vell.
Data de atualização: 28/10/2015
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Como reconhecer
Arbusto ou pequena árvore de até 4 m; densamente pubescente.
Folhas: grandes (20-35 x 6-11 cm), verde mais escuro na página superior e mais claras na inferior,
pubescentes, alternas, ovado-elíp cas, acuminadas.
Flores: violetas, com cerca de 2 cm Ø, reunidas em inflorescências corimbiformes.
Frutos: bagas com cerca de 1,5 cm Ø, pubescente, amarelo-alaranjada.
Floração: maio a junho.
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Espécies semelhantes
Outras espécies de Solanum, presentes em Portugal, têm tamanhos, pubescências e/ou cor da flor
diferentes.
Caracterís#cas que facilitam a invasão
Reproduz-se por via seminal, produzindo centenas a milhares de sementes/planta/ano, facilmente
dispersas por animais e a par r de “desperdícios” de jardins. A germinação é es mulada pelo fogo.
Também se reproduz vegeta vamente, formando rebentos de touça ou raiz ue têm grande capacidade de
enraizamento.
ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO
Área de distribuição na#va
América do Sul.
Distribuição em Portugal
Portugal con nental (Douro Litoral), Arquipélago dos
Açores (ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira,
São Jorge, Faial, Flores) e ilha da Madeira.
Para verificar localizações mais detalhadas desta
espécie, verifique o mapa interac vo online. Este
mapa ainda está incompleto - precisamos da sua
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da espécie onde a conhecer.
Outros locais onde a espécie é invasora
Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, EUA (Califórnia, Flórida), Ilhas do Pacífico.
Razão da introdução
Provavelmente para fins ornamentais.
A mbientes preferenciais de invasão
Surge junto a povoações, margem de bosques, linhas de água e caminhos, baldios e áreas cul vadas.
IMPACTES
É considerada uma das piores espécies invasoras em ecossistemas terrestres em Portugal con#nental.
Impactes nos ecossistemas
Pode formar povoamentos densos impedindo o desenvolvimento da vegetação na va.
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Impactes económicos
Custos elevados na aplicação de metodologias de controlo.
Outros impactes
Todas as partes da planta são tóxicas para o Homem, especialmente as bagas quando verdes.
CONTROLO
O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área
invadida, iden ficação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de
intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será
fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de
forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.
As metodologias de controlo usadas em Solanum mauri anum incluem:
Controlo .sico
Arranque manual (metodologia referencial para plântulas e plantas jovens): em substratos mais
compactados, o arranque deve ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do
sistema radicular. Deve garan r-se que não ficam raízes de maiores dimensões no solo, os quais enraízam
facilmente.
Descasque: metodologia preferencial para plantas adultas com casca lisa, sem feridas. Fazer uma incisão
em anel, con nuo, à volta do tronco, à altura que for mais confortável para o aplicador e remover toda a
casca e câmbio vascular até à superTcie do solo, se possível até à raiz. Deve realizar-se apenas quando o
câmbio vascular es ver a vo o que pode variar de local para local; as melhores épocas para realização
coincidem com temperaturas amenas e com alguma humidade.
Controlo .sico + químico
Corte combinado com aplicação de herbicida: aplica-se a plantas adultas. Corte do tronco tão rente ao
solo quanto possível e aplicação imediata (impreterivelmente nos segundos que se seguem) de herbicida
(princípio a vo: triclopir) na touça. Se houver formação de rebentos, estes devem ser eliminados através
de corte, arranque ou pulverização foliar com herbicida (princípio a vo: glifosato, triclopir); até 25 a 50
cm de altura). Rebentos de maiores dimensões (a par r de 2-3 cm Ø) podem ser descascados ou repe r a
metodologia inicial (corte com aplicação de herbicida).
Controlo químico
Aplicação foliar de herbicida: para rebentos jovens (25-50 cm de altura) ou germinação elevada.
Pulverizar com herbicida (princípio a vo: glifosato, triclopir) limitando a aplicação à espécie-alvo. Dever
ser feita na altura de maior crescimento da planta.
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Controlo biológico
- Gargaphia decoris (Hemiptera: Tingidae), sugador de folhas, foi introduzido na África do Sul em 1999,
verificando-se atualmente alguns danos na espécie invasora;
- Anthonomus santacruzi (Coleoptera: Curculionidae), que se alimenta dos gomos florais, foi introduzido
recentemente na África do Sul para controlo desta espécie.
Estes agentes não foram ainda testados em Portugal, de forma a verificar a sua segurança rela vamente
às espécies na vas, pelo que a sua u lização ainda não cons tui uma alterna va no nosso país.
Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta
destas metodologias.
REFERÊNCIAS
Agricultural Research Council – Plant Protec on Research Ins tute – Weed Research Division (2014) Management of invasive
alien plants: A list of biocontrol agents released against invasive alien plants in South Africa. Disponível: hYp://
www.arc.agric.za/arc-ppri/Documents/WebAgentsreleased.pdf [Consultado 24/11/2014].
CABI (2014) Solanum mauri anum. In: Invasive Species Compendium. CAB Interna onal, Wallingford, UK. Disponível:
www.cabi.org/isc [Consultado 24/11/2014].
Marchante H, Morais M, Freitas H, Marchante E (2014) Guia Prá co para a Iden ficação de Plantas Invasoras em Portugal.
Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra, pp. 208.
Silva L, Corvelo R, Moura M, Gallo AG, Land EO, Jardim R, Fernandes FM (2008) Solanum mauri anum Scop. In: Silva L, Land
EO, Luengo JLR (eds) Flora e fauna terrestre invasora na Macaronésia. Top 100 nos Açores, Madeira e Canárias. Arena, Ponta
Delgada, pp. 302-305.
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