54º Congresso Brasileiro de Genética 149 Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008 Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 Análise do polimorfismo MboI (2646G>A) no gene da Renina e seu papel na Doença Aterosclerótica Coronariana e a Hipertensão Arterial Sistêmica em Amostra do estado da Bahia Pereira, CS1; Araujo, LJ3; Pereira JF3; Silva, KS1; Korontai, LLS1; Guimarães, LO1; Santos, JS1; Ferreira, RS1; Oliveira, JS1; Nascimento, CCC2; Nogueira, MVR2; Barbosa, AAL1; Sousa, SMB1; Chung-Filho, AA2; Rios, DLS2,3 Laboratório de Genética Molecular, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB 2 Departamento de Ciências da Vida – Universidade do Estado da Bahia – UNEB 3 Programa de Pós-graduação em Biotecnologia – Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS [email protected] 1 Palavras-chave: Afro-descendentes, Doença Arterial Coronariana, Hipertensão, Renina, polimorfismo A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma enfermidade degenerativa, multifatorial, poligênica, extremamente freqüente. O sistema renina-angiotensina-aldosterona é responsável pela homoestasia de sódio e água no organismo, controlando o volume de sangue circulante e os níveis pressóricos. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um importante fator de risco para doença arterial coronariana (DAC). O gene da renina apresenta um polimorfismo reconhecido pela enzima MboI (2646G>A) que foi previamente associado à hipertensão arterial sistêmica e doença arterial coronariana. O objetivo deste trabalho foi verificar a associação deste polimorfismo com a HAS e a DAC, comprovada por cineangeocoronariografia, em indivíduos do estado da Bahia. Foi avaliada uma amostra composta de 706 indivíduos que realizaram este exame no Hospital Santa Izabel, Salvador/BA, dentre os quais 444 Euro-descendentes e 262 Afro-descendentes. Destes 451 apresentaram lesões ateroscleróticas significantes ao exame (obstrução ≥ 50% da luz arterial) e foram considerados casos de DAC, 255 indivíduos não apresentaram lesões visíveis ao exame e foram considerados controles. A análise do polimorfismo foi realizada pela técnica da PCR/RFLP utilizando a enzima de restrição MboI. O produto de restrição foi analisado em gel não desnaturante de poliacrilamida 8% seguido de coloração com brometo de etídio e as bandas foram visualizadas com luz ultravioleta. As análises estatísticas foram feitas utilizando-se o programa SPSS e as freqüências gênicas e genotípicas foram comparadas entre os grupos utilizando o teste do χ2. Foi utilizada a análise de regressão logística multivariada para estimativas dos odds ratios associados aos genótipos. As freqüências genotípicas para o polimorfismo MboI (2646 G>A) estavam de acordo com as esperadas para o Equilíbrio de Hardy-Weinberg. O alelo 2646A foi mais freqüente entre os Afro-descedentes (48,9%) quando comparados aos Euro-descendentes (37,6%; p<0,001). Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes para as freqüências gênicas do polimorfismo entre hipertensos e normotensos tanto nos Afro- como nos Euro-descendentes. Assim como também não houve diferenças significantes entre pacientes com lessões ateroscleróticas significantes (obstrução ≥ 50% da luz arterial) e os indivíduos sem este tipo de lesão em ambos os grupos étnicos. Os resultados sugerem que o polimorfismo MboI no gene da renina não está associado à hipertensão arterial sistêmica nem com o risco de DAC em Afro- e Euro-descendentes do estado da Bahia.