CARACTERIZAÇÃO DE MEMBRANAS DE ALUMINA ANÓDICA PREPARADAS EM DIFERENTES SOLUÇÕES ELETRÓLITICAS Leonardo Dantas da Silva, Josileido Gomes, Hélio de Lucena Lira UFPB/CCT/DEMa – Av. Aprígio Veloso, 882 Fone: (083) 310 1180 – Fax: (083) 310 102 e-mails: [email protected], [email protected] 58.109 – 970 – Campina Grande – PB RESUMO Este trabalho descreve a preparação de membranas de alumina anódica utilizando diferentes soluções eletrolíticas (ácido oxálico, ácido fosfórico e ácido sulfúrico). Estas membranas foram caracterizadas por microscopia eletrônica de varredura, análise térmica diferencial, análise termogravimétrica e por espectroscopia de infravermelho. Pelas análises das micrografias, constatou-se que as membranas produzidas apresentaram aproximadamente 0,07 µm de diâmetro de poros, uma estrutura bem organizada, com poros dispostos paralelamente entre si, de tal maneira que não se interconectam. Através das curvas de termogravimetria, observou-se a perda de aproximadamente 2% e 4% em massa devida provavelmente a eliminação das hidroxilas e carbonatos, respectivamente. Quanto à analise térmica diferencial, verificou-se um pico em torno de 900oC, provavelmente devido à mudança de estrutura da alumina amorfa para alumina cristalina. Através da análise de infravermelho verificou-se na estrutura da membrana além de radicais iônicos, como é o caso do CO42-, também a presença de íons fosfato e sulfatos, impurezas estas incorporadas na membrana durante a anodisação das mesmas nas respectivas soluções eletrolíticas. Palavras-chave: Alumina anódica, preparação de membranas, membrana cerâmica. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 14001 INTRODUÇÃO O processo de produção da membrana cerâmica de alumina anódica foi primeiramente descrito por Martensson e posteriormente patenteado por Smith1. É obtida pela oxidação anódica do alumínio, e atualmente é o método que vem sendo usado para a produção de membranas cerâmicas comerciais de alumina anódica. O filme de alumina anódica é formado por uma camada óxida de alumina pura e porosa, com uma barreira impermeável no final dos poros. É obtida pela anodisação do alumínio em eletrólitos apropriados (ácido oxálico, ácido fosfórico, ácido sulfúrico, etc.). Através da aplicação de um tratamento eletroquímico, este filme de alumina anódica é imediatamente separado da folha de alumínio e a barreira do filme de alumina é completamente removida do filme, formando assim a membrana 2. Os filmes porosos de alumina anódica que são formados sob certas condições eletrolíticas, provêm de uma base sem igual para a preparação em larga escala de membranas cerâmicas para uso em filtração. Este tipo de membrana cerâmica tem muitas vantagens, incluindo uma regularidade geométrica ideal das estruturas dos poros, morfologia de poro completamente controlável e controle sem igual da espessura da camada ativa. Apesar de suas amplas vantagens, as aplicações na prática das membranas de alumina anódica estão severamente limitadas por problemas de fragilidade da membrana e o fato de que no estado amorfo, são suscetíveis ao ataque ácido e básico. Ao longo dos anos foram aperfeiçoados os métodos de produção e modificação destas membranas de alumina anódica com suas propriedades devidamente relatadas 2. Há duas possibilidades principais para a modificação das membranas de alumina anódica. A primeira é mudando a composição do eletrólito e as condições de anodisagem. Uma segunda é a modificação de suas estruturas através de tratamentos térmicos ou químicos adicionais. A calcinação pode conduzir à cristalização e destruição ou deformação da membrana de alumina anódica, e desta forma, a resultar na inviabilidade de seu uso na prática. Com métodos cuidadosos de preparação e de tratamento térmico subseqüente, pode-se preparar membranas de alumina anódica policristalinas3. Elas têm uma aceitável resistência mecânica, flexibilidade, resistência grandemente melhorada a ataque ácido, básico ou outra solução química qualquer, e uma estabilidade térmica com potencial para uso de até 1050 ºC. Tal estabilidade química e térmica das membranas podem ser modificadas por deposição à vácuo de camadas finas superficiais de óxidos, metais, íons ou outros métodos químicos para CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 14002 a produção de camadas seletivas adicionais. Estas camadas podem ser modificadas por subsequente tratamento químico ou térmico. O objetivo deste trabalho consiste em preparar membranas de alumina anódica com a utilização de diferentes soluções eletrolíticas, originando assim vários tipos de estruturas e propriedades diferentes, como também caracterização destas membranas por microscopia eletrônica de varredura (MEV), análises térmica e espectroscopia de infravermelho (FTIR) MATERIAIS E MÉTODOS Materiais Materiais e soluções utilizadas na preparação das membranas de alumina anódica: 1. Placa de Alumínio (com dimensões: 5 x 4,5 x 0,095 cm3, fornecida pela Nippon Light Metal Company, com a seguinte composição química: Al – 99,992%; Cu – 0,006%; Si – 0,0009%; Fe – 0,0007%; Mn – 0,0001%; Mg – 0,0001%; Zn – 0,0001%) 2. Verniz da marca OFPR-800, viscosidade de 20,0, 15 cps e fabricado pela Dynachem Corporation, Reino Unido. 3. Ácido Oxálico (H2C2O4), Ácido Fosfórico (H3PO4), Ácido sulfurico (H2SO4), Acetona (CH3COCH3), Ácido Perclórico (HClO4), Anidrido Acético (C4H6O3), Hidróxido de Potássio (KOH), Álcool Isopropílico [CH3CH(OH)CH3], soluções adquiridas de diferentes fabricantes com pureza P.A. Metodologia A Figura 1 mostra de maneira resumida a metodologia para a preparação das membranas de alumina anódica, desde o estágio inicial (tratamento da placa de alumínio) até o seu estágio final, ou seja, a separação do filme de alumina anódica do alumínio. A descrição detalhada desta preparação encontra-se nos estudos realizados por Silva e Lira2. As membranas de alumina anódica foram preparadas pela anodisação da placas de alumínio. O processo de anodisação foi realizado usando-se três tipos de soluções eletrolíticas, o ácido oxálico, o ácido fosfórico e o ácido sulfúrico. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 14003 A anodisação com o ácido oxálico a 3%, em peso, foi realizada à temperatura constante de 10ºC e com voltagem constante de 80 V e tempo de 1 hora e 30 minutos. Após a anodisação o alumínio remanescente foi removido pelo tratamento eletroquímico, como descrito por Silva e Lira 2. A anodisação com o ácido fosfórico também a 3%, em peso, teve algumas alterações quanto as condições de anodisação: temperatura ambiente (27ºC), voltagem constante (80 V) durante 6 horas. Para o ácido sulfúrico utilizou-se uma concentração de 10% em peso, temperatura de 10ºC, voltagem constante de 13 V, por 1 hora e 30 minutos. Algumas das condições de anodisação para a preparação das membranas obtidas com o ácido oxálico, ácido fosfórico e ácido sulfúrico utilizados como soluções eletrolíticas, foram baseados inicialmente nos estudos realizados por Lira4, Ono e seus colaboradores5 e Nagayama e seus colaboradores 6, respectivamente. A tabela 1 mostra de maneira resumida as diferentes condições de anodisação utilizadas para a preparação das membranas de alumina anódica. Tabela 1 – Condições de anodisação utilizadas nas preparações das membranas de alumina anódica. Soluções Concentração Temperatura Tempo Voltagem Eletrolíticas (%) (ºC) (h) (V) Ácido Oxálico 3 10 1,5 80 Ácido Fosfórico 3 27 6 80 Ácido Sulfúrico 10 10 1,5 13 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 14004 Figura 1: Fluxograma da preparação das membranas de alumina anódica pelo processo de anodisação do alumínio RESULTADOS E DISCUSSÕES Preparação das membranas Observou-se uma grande diferença entre a coloração das membranas de alumina anódica obtidas com os três tipos de soluções eletrolíticas utilizadas (Fig. 2). A membrana preparada com o ácido oxálico como eletrólito, apresentou uma coloração amarelada, devido à formação de radicais C2O42- no interior de sua estrutura, como demonstrado posteriormente pelas análises de FTIR. Já a membrana preparada com o ácido fosfórico como eletrólito, apresentou uma coloração esbranquiçada, provavelmente devido à formação dos radicais iônicos PO42- produzidos dentro da membrana. A membrana preparada com o ácido sulfúrico apresentou-se transparente. Esta diferença na coloração das membranas preparadas com os três ácidos provavelmente é também devido a uma quantidade de impurezas bem menor da membrana preparada com o ácido sulfúrico se comparada com a membrana preparada com o ácido fosfórico, que por sua vez apresenta uma quantidade de impurezas inferior se comparadas as membranas preparadas com o ácido oxálico. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 14005 Figura 2: Fotografia (em tamanho natural) das membranas de alumina anódica obtidas com o ácido oxálico (A), ácido fosfórico (B), ácido sulfúrico (C) Caracterização por MEV Analisando as micrografias, observa-se através da Figuras 3, que a membrana de alumina anódica apresenta uma estrutura bem organizada, onde os poros formados estão dispostos paralelamente entre si, de tal maneira que eles não se interconectam. A face superior da membrana obtida, é vista com detalhes na Figura 4. Pode-se ver o formato quase hexagonal das células, com os poros situados nos centros e também sua uniformidade quanto a distribuição. Foi possível obter-se uma medida aproximada da densidade e diâmetro dos poros desta membrana preparada dentro das condições previamente mencionadas, com valores de 35 x 108 poros/cm2 e 70 nm, respectivamente. Figura 3: Micrografia da membrana de Figura 4: Micrografia da membrana de alumina anódica (seção transversal). alumina anódica (vista superior). CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 14006 Caracterização por Análise Térmica Pela observação da curva de análise térmica diferencial da amostra da membrana em estudo (Figura 5), constatamos que na temperatura 890 ºC aproximadamente, existe um pico extérmico provavelmente relacionado a mudança na microestrutura da alumina amorfa para alumina policristalina. Na temperatura de aproximadamente 920 ºC, podemos observar um pico endotérmico devido a uma provável eliminação do carbono ainda presente na forma de moléculas de CO2 , fato este também evidenciado na curva de análise termogravimétrica (Figura 6), onde vemos uma perda brusca de aproximadamente 4% de massa.. A perda inicial aproximada de 2% de massa até 500 ºC, na curva de análise termogravimétrica, pode ser devida à eliminação de hidroxilas durante o processo de queima.. Estas observações estão de acordo com os estudos realizados por Mardilovich e seus colaboradores 3. Figura 5: Curva de análise térmica diferencial Figura 6: Curva de análise termogravimétrica CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 14007 Caracterização por FTIR Com relação aos estudos de espectroscopia de infravermelho da membrana de alumina anódica preparada com ácido oxálico (Figura 7), verificou-se inicialmente a presença de um pico de absorção em aproximadamente 2400 cm-1, podendo ser atribuída às vibrações das moléculas de CO2; uma faixa larga aproximadamente a 2700 e 3100 cm-1, provavelmente devida as frequências vibracionais dos grupos carboxílicos, COO-. Uma outra faixa assimétrica larga entre 3700 e 3100 cm-1 pode ser devido às moléculas de água e grupos OH. No caso do ácido oxálico usado como eletrólito, a formação do radical iônico C2O42 – e então do ácido glioxílico, HCOCO2H, é estabelecido. Como resultado, a membrana de alumina anódica pode ser modificada através dos radicais iônicos C2O42-, HC2O42- e HC2O23-, além de outros. De acordo com Mardilovich e seus colaboradores3, resultados completamente inesperados são a formação de uma grande quantidade moléculas de CO2. A posição da banda que representa a vibração das moléculas de CO2, indica uma fraca interação entre estas moléculas com átomos de alumínio. É óbvio que neste estudo, a energia de ligação das moléculas de CO2 e os átomos de Al não pode ser responsável por tão alta termo-estabilidade do CO2 nas membranas de alumina anódica. Assim, as moléculas de CO2 que estão localizadas na estrutura da alumina anódica, são retidas através das treliças moleculares, e/ou dentro dos microporos fechados, e não podem ser removidas da membrana. A retirada parcial do CO2 da estrutura da alumina anódica só é possível com o aumento da temperatura, fazendo com que ocorra a policristalização do estado amorfo da membrana de alumina anódica. A Figura 8, mostra o espectro na região do infravermelho da membrana de alumina anódica preparada com ácido fosfórico. A faixa próxima de 2400 cm-1, pode ser atribuída às vibrações das moléculas de CO2, comparativamente, verifica-se que a intensidade deste pico é bem inferior à verificada para a membrana preparada com o ácido oxálico, devido ao fato de que na membrana preparada com o ácido oxálico, existe a presença do carbono proveniente da solução eletrolítica (H2C2O4), enquanto neste caso, este pico se deve essencialmente à molécula de CO2 do ar. A faixa assimétrica larga entre 3700 e 2500 cm-1 pode ser devido às moléculas de água e grupos OH; a presença de um pico intenso entre 1300-1200 cm-1 é provavelmente devido aos radicais iônicos PO42-. A Figura 9, mostra o espectro no infravermelho da membrana de alumina anódica obtida com o ácido sulfúrico. A faixa de valores entre 1800 e 1300 cm-1, apresenta picos intensos provavelmente devido aos radicais iônicos SO32-. A faixa de valores compreendida entre 2400 e 2200 cm-1 pode ser atribuída às vibrações das moléculas de CO2, de maneira CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 14008 similar à encontrada na membrana preparada com o ácido fosfórico. A faixa larga bastante intensa compreendida entre 3700 e 2700 cm-1 é devido provavelmente aos íons SO3H-. Figura 7: Espectroscopia da membrana de alumina anódica produzida com o ácido oxálico como eletrólito Figura 8: Espectroscopia da membrana de alumina anódica produzida com o ácido fosfórico como eletrólito CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 14009 Figura 9: Espectroscopia da membrana de alumina anódica produzida com o ácido sulfúrico como eletrólito CONCLUSÕES Membranas de alumina anódica com alta regularidade estrutural e pequeno diâmetro de poros foram preparadas com sucesso em diferentes soluções eletrolíticas (ácido oxálico, ácido fosfórico, ácido sulfúrico). As membranas fabricadas apresentaram uma estrutura bem organizada e definidas, com poros uniformemente distribuídos sobre a superfície, paralelos entre si, não interconectados e com 70 nm de diâmetro aproximadamente; - Ocorreu uma mudança da microestrutura amorfa para cristalina por volta de 900ºC; - Houve uma perda de aproximadamente 2 e 4% de massa, devido a eliminação das hidroxilas e carbono respectivamente, originário do ácido oxálico, durante o processo de preparação; - Verificou-se a presença de impurezas adsorvidas na superfície das membranas, como moléculas de CO2 e de H2O, devidas a exposição a atmosfera, principalmente no caso das membranas preparadas com o ácido fosfórico e com o ácido sulfúrico. No caso do ácido oxálico, verificou-se a presença de CO2 incorporado a estrutura da membrana, devido sua preparação na presença de H2C2O4; - Verificou-se a diferença na coloração das membranas preparadas com os três ácidos provavelmente devido menor quantidade de impurezas presentes na membrana preparada com o ácido sulfúrico, se comparada com as membrana preparada com o ácido fosfórico e com o ácido oxálico. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 14010 - As espectroscopias de infravermelho das membranas de alumina anódica preparadas com diferentes eletrólitos ácidos, mostraram a composição das possíveis impurezas presentes em sua estrutura amorfa, dentre elas podemos citar os íons COOH- , PO42-, SO3H- devido as soluções eletrolíticas utilizadas na anodisação. REFERÊNCIAS 1. Smith, W., Process for producing an anodic aluminum oxide membrane. U.S. Patent 3,850,762 (1974). 2. Silva, L.D., Lira, H.L., Preparação de membranas cerâmicas obtidas pelo processo de anodisação do alumínio, Anais do 43º Congresso Brasileiro de Cerâmica, Florianópolis, S.C., 1999, 33901. 3. Mardilovich, P. P., Govyadinov, A. N., Mukhurov, N. I., Rzhevskii, A. M., Paterson, R., New and modified anodic alumina membranes. Part. I. Thermotreatment of anodic alumina membranes, J. Membr. Sci.,98 (1995) 131. 4. Lira, H. L., Preparation and Properties of Ceramic and Surface Modified Ceramic Membranes, Tese de Doutorado, Universidade de Glasgow, Glasgow, UK, 1996. 5. Ono, S., Ichinose, H., Masuko N., The High resolution observation of porous anodic films formed on aluminum in phosphoric acid solution, The university of Tokyo, Tokyo 106, Japan. 6. Nagayama, M., Tamura, K., Dissolution of the anodic oxide filme on aluminium in a sulphuric acid solution, Hokkaido University, Sapporo, Japan. 7. O'Sullivan, J. P., Wood, G. 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L., Membranas Cerâmicas de Alumina Anódica, Preparação de Novas Membranas com Pequeno Tamanho de Poros, Parte 1, Anais do Congresso Brasileiro de Cerâmica, Minas Gerais, junho,1998, no prelo. 13. Smith, W., Porous Anodic Aluminum Oxide Membrane, Electrochemical Science and Technology, Boeing Aerospace Company, Seattle, Washington, 1973 CHARACTERIZATION OF ANODIC ALUMINA MEMBRANES PREPARED WITH DIFFERENT ELECTROLITIC SOLUTIONS ABSTRACT This work describes the preparation of membranes of anodic alumina using different electrolytic solutions (oxalic acid, phosphoric acid and sulphuric acid). These membranes were characterized by scanning electron microscopy, thermal analysis and infrared spectroscopy. For the analysis of the micrography, it was verified that the membranes present 0,07 µm pore diameter approximately and a very organized structure, with parallel pore, in such way not interconnected. From the thermal analysis, it was observed a loss of approximately 2% and 4% due to the elimination of the hydroxyl and carbonates, respectively. From the differential thermal analysis it was verified a pick around 900 ºC, probably due to the change of structure of the amorphous alumina for crystalline alumina. From the infrared analysis it was verified in the presence of ions oxalates, phosphate and sulphates, incorporated in the membrane during the anodisation in the respective electrolytic solution. Keyword: Anodic alumina, membrane preparation, ceramic membrane. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 14., 2000, São Pedro - SP. Anais 14012