Edição nº 2. Ano 2010

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Informativo do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza - HUBFS.
Ano I ●n.º: 02 ●Abril, 2010
HUBFS APRIMORA SERVIÇO DE
MEIOS DIAGNÓSTICOS
Cleide Magalhães
O Bettina otimiza a implantação do Setor de Meios Diagnósticos, que agregará
serviços que já funcionam na instituição como Radiologia, Ultrassonografia,
Eletrocardiografia, Anatomia Patológica e Endoscopia Digestiva Alta com
pesquisa de H. pylori, que chegou recentemente no hospital. (foto abaixo)
Pág. 05
HOSPITAL SERÁ
PRIMEIRO NO NORTE
A REALIZAR O
IMPLANTE COCLEAR
A UFPA, por meio do
HUBFS, será a primeira
instituição no estado a
desenvolver a cirurgia de
implante coclear,
popularmente conhecido
como "ouvido biônic0’’.
Pág. 03
TRABALHADORES
MELHORAM
RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
Com o equipamento, a UFPA passa a ser uma das poucas instituições em Belém a oferecer o
exame de H. pylori, por meio do SUS
SERVIÇO NUTRICIONAL ATENDE NECESSIDADE INDIVIDUAL DO TRABALHADOR
Detectar e corrigir hábitos alimentares inadequados dos trabalhadores são os
principais serviços oferecidos pelo projeto Adequação do Perfil Nutricional dos
Trabalhadores do HUBFS.
Pág. 06
P E S Q U I S A C I E N T Í F I C A T R A Ç A S AT I S FA Ç Ã O D O U S U Á R I O
O HUBFS, em parceria com o Laboratório de Sistema de Informação e
Georeferenciamento (Lasig), realizará pesquisa científica de satisfação com os
usuários do hospital.
Também na pág. 06
Cleide Magalhães
Entrevista
O médico João Amaury Brito fala
em entrevista exclusiva do
Instituto Paraense de Toxina
Botulínica (IPAT), que o hospital
implementará e será o primeiro
do Norte do país. O IPAT foi
idealizado por ele e se voltará às
crianças atendidas no HUBFS que
apresentam sequelas de paralisia
cerebral, vítimas de acidentes,
traumatismo craniano e AVC.
Pág. 07
O hospital ajudou no
desenvolvimento das
atividades de setenta
trabalhadores das
secretarias, higienização e
limpeza e recepção. Eles
participaram de
capacitações ministradas
por profissionais da UFPA.
Pág. 04
CERIMÔNIA ENCERRA
RESIDÊNCIA MÉDICA
Médicos residentes em
Oftalmologia e
Otorrinolaringologia
concluíram o Programa
de Residência Médica
em 2010. Outros seis
novos foram recebidos.
Pág. 08
Somos Brasileiros e não
desistimos nunca
“Apesar de ser ainda muito jovem, esta casa de
saúde proporciona atendimento assistencial a
milhares de pacientes carentes do Sistema
Único de Saúde (SUS) e garante ensino nessa
área aos estudantes de graduação e pósgraduação da UFPA”. O diretor geral do
hospital, o médico Murilo Morhy, destaca o
assunto.
Pág. 02
EDITORIAL
Somos
Brasileiros e não
desistimos nunca
Apesar de ser ainda muito
jovem, esta casa de saúde
proporciona atendimento
assistencial a milhares de pacientes
carentes do Sistema Único de
Saúde (SUS). Ela garante, ainda,
ensino nessa área aos estudantes de
graduação e pós-graduação da
UFPA. Hoje, a instituição busca seu
caminho, sua vocação e rumo a
seguir: ser um hospital geral, de
ensino e pesquisa, certificado pelo
Ministério da Educação (MEC),
com várias especialidades e
atrelado ao Instituto de Ciências da
Saúde (ICS). Objetivo este que em
apenas seis meses de gestão da
nova Reitoria, liderada pelo
professor Carlos Maneschy, foi
determinado, após várias gestões
anteriores a atual.
O apoio do reitor foi
fundamental para o Hospital
Bettina começar as obras de
reestruturação física, que trará
para seu lado o ICS e a Faculdade de
Medicina da UFPA, para receber os
alunos da graduação e pósgraduação de saúde. As salas de
espera, os consultórios e o Serviço
Caminhar estão climatizados. A
reativação do setor de raio-x do
hospital trouxe fontes de recursos.
Em curto prazo, houve a instalação
do setor especializado em
Endoscopia Digestiva Alta e
Colonoscopia com o novo
equipamento adquirido com ação
direta do reitor Carlos Maneschy,
assim como o aparelho de Lazer de
Argônio, utilizado para foto
coagulação do setor de
Oftalmologia.
Outra realidade é o retorno
do equipamento de mamografia demanda esta tão reprimida pela
regulação da Secretaria Municipal
de Saúde – e a criação do Setor de
Primeiro Atendimento que garante
apoio na saúde dos servidores
técnico-administrativos, alunos e
professores da UFPA, e de todos
que circulam pela Cidade
Universitária José da Silveira
Netto.
Mais melhorias são a
reestruturação do setor
administrativo com a criação do
Protocolo Geral e do Núcleo de
Auditoria Interna, para o controle e
transparência de nossas ações; a
criação de um núcleo específico
para os meios diagnósticos; e a
nova, limpa e reluzente fachada do
hospital.
Logicamente, tudo isso em
curto tempo não seria possível sem
a ajuda de todos os funcionários do
hospital, pois sabemos que essas
ações fazem parte de um processo
que iniciou e continua pela luta dos
trabalhadores do Bettina e das
pessoas que antecederam a nossa
direção.
Recentemente, estiveram
em Belém, vindos da capital
federal, o coordenador geral de
Hospitais Universitários do MEC,
Celso Araújo, a coordenadora de
Planejamento e Gestão da
Secretaria de Educação Superior do
MEC e gerente do Programa
Nacional de Reestruturação dos
Hospitais Universitários Federais
(Rehuf), Valéria Grilanda, e a
antropóloga Ximena Traa e a
médica Joana Godinho, ambas do
Banco Mundial.
Eles, em uma viagem
confusa e programada, na qual se
destinaram a visitar in loco as
necessidades do Bettina, em última
hora se deslocaram ao Barros
Barreto, criando um sentimento de
frustração, indignação,
expectativas e dúvidas sobre a
destinação da visita.
Ao Hospital Bettina, a
pedido deles, haviam solicitado
Cleide Magalhães
Página 02
nossas necessidades, o projeto de
transformação em hospital geral e
valores que seriam garantidos pelo
Banco Mundial à reforma.
Portanto, agendaram a visita, mas
na hora marcada o avião mudou de
rumo.
O reitor da UFPA recebeu
uma comitiva do HUBFS, formada
pela direção e coordenação, para
discutir o assunto. Carlos
Maneschy fez com que a comitiva
do MEC e Banco Mundial viesse
explicar ao efetivo do hospital sobre
a mudança da visita.
Mas para surpresa de todos
a coordenação do MEC nos
informou que nenhuma verba
estava prevista ao Bettina, que o
mesmo não era um hospital e, por
isso, em nada seria beneficiado.
O representante do MEC
foi duramente questionado, e sem
respostas adequadas e
convincentes agradeceu a todos e
devido ao adiantado da hora foramse embora. Suas ações se limitaram
ao Hospital Barros Barreto.
Certamente, nós
Bettinianos não desistiremos
nunca, pois somos brasileiros, e ao
lado do Magnífico Reitor
continuaremos nossa saga.
Professor doutor Murilo Morhy
Diretor geral do HUBFS.
[email protected]
Expediente: Hospital Universitário Betttina Ferro - Campus IV da UFPA Rua Augusto Corrêa, 01, Guamá (com aceso pela Avenida
Perimetral Terra Firme) - Belém – PA Telefones: 3201.7825/3201.7656. Ano I – Nº 1 Outubro/2009. Gestão: Reitor: Carlos Maneschy
– Vice-Reitor: Horácio Schneider – Diretor geral: Murilo Morhy. Edição: Cleide Magalhães - Jornalista - 1563 DRT/PA –
Estagiária: Clareana Rodrigues – Projeto Gráfico: Cleide Magalhães. Home Page: http://www.ufpa.br/bettina
www.twitter.com/hospitalbettina - E-mails: [email protected] e [email protected] . Tiragem: 1.000 mil exemplares Diagramação:
Andrew Lima. Impressão: Gráfica Amazônia.
Página 03
Wagner Meier
Cleide Magualhães
CURTAS
Primeiros Atendimentos
A equipe multidisciplinar de profissionais se qualifica dentro e fora do
Estado para realizar a cirurgia
Audição
UFPA SERÁ PRIMEIRA INSTITUIÇÃO DO NORTE A
DESENVOLVER O IMPLANTE COCLEAR
Cleide Magalhães
A UFPA, por meio do HUBFS,
será a primeira instituição no estado
a desenvolver a cirurgia de implante
coclear, popularmente conhecido
como "ouvido biônico". O projeto
para a criação de um Centro de
Indicação e Adaptação de Implante
Coclear e outros Implantes Auditivos
foi aprovado, por unanimidade, pela
Comissão Intergestores Bipartite do
Estado do Pará, em 2009.
Para tanto, o Bettina fez seu
primeiro Pregão Eletrônico desde a
fundação do hospital, há 16 anos,
para aquisição de equipamentos
médicos hospitalares que darão
suporte para implementar o projeto,
que seguiu para o Ministério da
Saúde (MS) para aprovação final.
Enquanto o ministério não o abraça,
a Secretaria Executiva de Estado de
Saúde (Sespa) autorizou os custos do
procedimento pelo período de três
meses.
A primeira cirurgia do
implante está prevista para acontecer
no Bettina ainda este ano.
Segundo o médico e
coordenador do Serviço de
Otorrinolaringologista do HUBFS,
professor doutor José Cláudio
Cordeiro, a cirurgia é vista como o
caminho para os portadores de
surdez neurossensorial de severa a
profunda que não têm condições de
escutar e compreender a fala, ou
mesmo que escutando alguns sons,
essa sensação não seja suficiente para
o uso social ou profissional.
Outro fator relevante à
avaliação da possibilidade de realizar
o implante coclear é o uso prévio, sem
resultados satisfatórios, de aparelhos
auditivos clássicos.
O projeto foi elaborado há
mais de dois anos pela equipe
multidisciplinar de profissionais do
Bettina, que se qualifica dentro e fora
do estado para realizar o
procedimento. O hospital já atua, há
mais de três anos, como Centro de
Atenção à Saúde Auditiva em Alta
Complexidade no Pará.
“Dispomos de todos os prérequisitos para garantir o
credenciamento pelo MS implantar o
primeiro Centro de Implante Coclear
do Norte do país”, destaca.
Os recursos garantidos pela
Sespa atenderão cerca de dezoito
pacientes que constam no
agendamento do hospital. São
pessoas que não tiveram condições
financeiras de fazer o implante fora
do Estado, que ainda não dispõe de
centro de implantes com
atendimento pelo SUS ou privado. Os
principais centros no Brasil estão em
São Paulo, no Rio Grande do Sul e no
Rio Grande do Norte.
O novo Serviço de Primeiros
Atendimentos (foto acima),
criado em outubro de 2009 pela
UFPA no HUBFS, já realizou, até
março deste ano, cerca de 700
atendimentos médico e de
enfermagem aos trabalhadores e
estudantes da UFPA, e pessoas
que se sintam mal na Cidade
Universitária. A iniciativa faz
parte da política de
humanização das relações de
trabalho e valorização das
pessoas, tratadas com
prioridade pela gestão do reitor
Carlos Maneschy. O serviço
funciona de segunda a sextafeira, das 8h às 18h, no próprio
hospital.
Novo Regimento
A comissão que reformula o
atual Regimento Interno do
Bettina, previsto na Portaria
035, se reuniu várias vezes e
concluiu a reformulação. O
documento foi enviado ao
Conselho Universitário para
análise e aprovação final.
Fizeram parte da comissão
representantes de todas as
categorias do hospital e
parceiros institucionais. A
equipe foi coordenada pelo
farmacêutico e bioquímico
Renato Ferreira da Silva, diretor
adjunto do Bettina.
Cipa
A nova gestão da Comissão
Interna de Prevenção de
Acidentes de Trabalho (Cipa)
para 2009/2010 é formada por
14 membros. Desses, sete foram
eleitos pelo voto direto dos
funcionários da Fundação de
Amparo e Desenvolvimento da
Pesquisa, lotados no Bettina. Os
demais, entre eles o presidente,
o farmacêutico Juan Riviera,
foram indicados pela direção do
HUBFS.
www.ufpa.br/bettina
www.twitter.com/hospitalbettina
Página 04
BETTINA PROMOVE CURSOS AOS TRABALHADORES
Contemplar os aspectos
das relações interpessoais e
públicas no trabalho, para
fortalecer a gestão hospitalar.
Esse é um dos principais
objetivos das ações da direção
do Bettina. Por isso, nos últimos
meses, o hospital já ajudou no
desenvolvimento das atividades
de setenta trabalhadores das
secretarias, higienização e
limpeza e recepção, que
participaram de capacitações,
ministradas por profissionais
da UFPA.
As secretárias e
secretários estiveram
envolvidos no Mini-curso de
Secretaria Executiva (foto
abaixo). Segundo a técnicaadministrativa Sandra Souza,
socióloga que coordena
a Divisão de Educação
Permanente do HUBFS, a ação
contempla o Programa da
Política Nacional de Saúde
para os hospitais
universitários. “Assistentes
administrativos e secretários
executivos têm uma dinâmica
peculiar, que dá agilidade à
agenda dos dirigentes. Uma
boa secretaria libera mais o
dirigente para outras
atribuições do cargo”, destaca
Sandra.
Conscientizar os
trabalhadores do Serviço de
Higienização e Limpeza (SHL)
que atuam no hospital, na
Faculdade de Odontologia e
nos Laboratórios de Ciências
Biológicas da UFPA para a
importância da higiene foi a
principal finalidade do Curso
de Capacitação para
Colaboradores da Empresa.
Cleide Magalhães e Clareana Rodrigues
Clareana Rodrigues e
Cleide Magalhães
Vários trabalhadores participam do curso voltado às recepções do
HUBFS
Itororó Service que fazem o SHL (foto
abaixo). O evento foi uma parceria
entre a Prefeitura do Campus e o
Núcleo de Vigilância Epidemiológica
(Nuve) do Hospital do Bettina e teve
como palestrante a enfermeira
Neliane Platon, coordenadora do
Nuve na instituição.
Luis André Santana, serviços
gerais, que já trabalhou no
Restaurante Universitário e em outros
setores da UFPA, atua no Bettina há
mais de um ano e conta algumas
diferenças de lidar com um ambiente
hospitalar. “Em um hospital a
segurança deve ser maior e uma
capacitação para limpeza correta
utilizando equipamentos como luva,
máscara e toca é mais importante que
em outros ambientes, devido ser um
local de maior risco de
contaminação”.
Outra ação foi o Curso de
Capacitação aos Colaboradores das
Recepções da Seção de Arquivo
Médico e Estatístico (Same). A
atividade teve vários
os eixos
temáticos: dinâmica de grupo,
atividade interativa e utilização de
recursos audiovisuais. O curso fez
parte do projeto Treinamento para
Colaboradores da Same e atendeu às
demandas da Política Nacional de
Humanização para os serviços de
saúde, que busca preparar melhor os
trabalhadores para o atendimento no
serviço público. A organização foi da
Coordenação Acadêmica e
Assistencial e da Divisão de Gestão de
Pessoas, e contou com a parceria do
Laboratório Apsen, de São Paulo.
A coordenadora Acadêmica e
mestre em Pediatra, Laélia Brasil,
explica que a iniciativa levou em
consideração uma pesquisa de
satisfação realizada com os usuários
do hospital, em 2008, que entre
outras coisas destacou os usuários
apontaram que queriam atendimento
humanitário.
Além disso, a elaboração do
curso à recepção do hospital
contemplou uma pesquisa acadêmica
d e s e n vo l vi d a , e m 20 0 8 , p e l a
estudante de psicologia Danielly da
Silva Lopes, orientada pelo professor
João Bosco de Assis Rocha, da UFPA,
que identificou alguns aspectos pela
busca da melhoraria no desempenho
profissional para os trabalhadores do
hospital. “Deveremos realizar mais
ações que se estenderão ainda a
outros setores do hospital, por meio
de seminários, palestras, jornadas,
etc.”, afirma Laélia.
Página 05
Cleide Magalhães
Recursos
HOSPITAL OTIMIZA SETOR DE
MEIOS DIAGNÓSTICOS
Cleide Magalhães
O Hospital Bettina otimiza
o Setor de Meios Diagnósticos, que
agregará serviços que já
funcionam na instituição como o
de Radiologia, o qual disponibiliza
exames de mamografia e raio-x
simples, Ultrassonografia;
Endoscopia Digestiva Alta com
pesquisa de H. pylori (espécie de
bactéria que infecta o revestimento
mucoso do estômago humano e
causa a gastrite aguda),
Eletrocardiografia e o Serviço de
Anatomia Patológica.
A médica Roselis
Gonçalves, coordenadora técnicaassistencial do HUBFS, ressalta
que o setor está sendo melhorado
para atender aos diagnósticos dos
demais serviços do hospital. “As
principais áreas em que o Bettina é
referência – Oftalmologia,
Otorrinolaringologia e
Desenvolvimento e Crescimento
Infantil - já dispõem de seus meios
diagnósticos específicos. Agora, o
Setor de Meios Diagnósticos
atenderá aos demais serviços do
hospital e a demanda reprimida do
SUS ao qual o HUBFS está
integrado e que carece desses
exames. Além disso, ajudará a
aumentar a produção do hospital,
gerando recursos para o mesmo e
servirá, ainda, para apoio ao
ensino da Faculdade de Medicina
da UFPA’’, explica.
Aparelho - O aparelho de
Endoscopia Digestiva Alta chegou
recentemente e está em pleno
funcionamento. Ele foi comprado,
a pedido da direção do Bettina,
pela Reitoria da UFPA. Com o
equipamento, a Universidade
passa a ser uma das poucas
instituições em Belém a oferecer o
exame de H. pylori, por meio do
SUS. Os profissionais responsáveis
são o gastroenterologista
Calderaro Neto, a enfermeira
Marluce Tenório e o auxiliar de
enfermagem Aldeci Albuquerque.
O Serviço de Radiologia também faz parte do Setor de Meios Diagnósticos que o
Hospital Bettina otimiza
Melhorias
SERVIÇO DE RAIO-X REALIZA MAIS DE
SETE MIL EXAMES
Desde setembro do ano
passado, quando o Serviço de
Radiologia foi reativado, o
hospital realizou mais de sete
mil exames. Isso representa
uma média de mil por mês. O
serviço, que conta com 10
profissionais da área, busca
melhorias, garante apoio à
população e ajuda ainda o
hospital a captar recursos.
O aparelho e a mesa
radiológica estavam parados,
desde o final de 2008, por falta
de manutenção e reposição de
peças eletrônicas. Mas o
conserto dos mesmos foi uma
das prioridades da atual gestão
da UFPA e do Bettina.
Djalma Farias, técnico
em radiologia do Hospital
Bettina, conta como funciona o
atendimento. “Os exames são
realizados e os laudos emitidos
todos os dias. Eles são
entregues ao paciente num
período de 48 horas. Nos casos
de urgência e emergência o
paciente leva a radiografia ao
médico que lhe solicitou o
exame para antecipar seu
tratamento e, posteriormente,
essa radiografia volta para
setor de radiologia para ser
dado o laudo”. O laudo é feito
pelo médico radiologista
Róbson Tadachi, que coordena
o Serviço de Radiologia do
Hospital Bettina.
Outra melhoria nesse
serviço foi a adaptação do
Biofix ao aparelho de raio-x
garantindo a coleta e
reaproveitamento dos
resíduos.
O Biofix tem a função de
filtrar os produtos químicos
(revelador e fixador) utilizados
na radiografia.
O exame disponível no
Bettina envolve todo o
esqueleto humano, exceto o
contrastado, que é o raio-x
indicado quando há
necessidade de se investigar
órgãos e estruturas que não
sejam visualizados pela técnica
simples.
Opinião
Página 06
PESQUISA TRAÇA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO DO HOSPITAL BETTINA
Entre os dias 24 e 25 de
abril, o Hospital Bettina, em
parceria com o Laboratório de
Sistema de Informação e
Georeferenciamento (Lasig), do
Instituto de Ciências Exatas e
Naturais da UFPA, realizará
pesquisa científica com os usuários
do hospital. A iniciativa faz parte de
um processo contínuo que acontece
anualmente na instituição. O
objetivo é avaliar o grau de
satisfação nas áreas de atendimento
e infraestrutura oferecidas à
população.
A pesquisa de satisfação foi
encomendada pela direção do
Bettina, que vê a iniciativa como
importante instrumento para
aperfeiçoar e dinamizar os serviços
oferecidos pelo hospital. O estudo
busca atender a Portaria de nº. 540,
de 17 de abril de 2001, do Ministério
da Saúde, a qual determina que seja
feita avaliação da satisfação dos
usuários que utilizam os serviços
dos hospitais integrados ao Sistema
Único de Saúde (SUS).
Segundo Silvia Almeida,
coordenadora do Lasig, na pesquisa
constarão 24 especialidades e serão
aplicados, por amostragem, 323
questionários, com uma margem de
5% de erro. “Os usuários serão
convidados a participarem da
pesquisa logo após serem atendidos.
O público alvo são os pacientes e
acompanhantes”, explica.
Silvia destaca que a parceria
com o HUBFS é importante para o
laboratório, uma vez que este é um
projeto de extensão da Universidade.
“A pesquisa de satisfação é uma
forma de reforçarmos o papel da
extensão dentro da UFPA e darmos
retorno à comunidade das atividades
que exercemos. Por isso, é
fundamental a parceria com o
hospital, que atende usuários do
SUS”.
Pela parceria firmada com o
Lasig o hospital garantiu a
infraestrutura, o material da
pesquisa e concedeu um bolsista do
Bettina, o estudante de Estatística
José Messias. Ele e mais 14 alunos do
curso participam da pesquisa, além
de Silvia Almeida e os professores de
Estatística Edson Ramos, vicecoordenador do Lasig, e Walquíria
Carrera, e Adrilayne Araújo,
coordenadora do Grupo de Estudos e
Pesquisas e Estatísticas e
Computadores (Gepec).
Cleide Magalhães
Cleide Magalhães
A pesquisa científica vai apontar o grau
de satisfação do usuário nas áreas de
atendimento e infraestrutura
O resultado da pesquisa de
satisfação será entregue à direção do
Hospital Bettina até 15 de maio
deste ano. “O resultado servirá para a
direção traçar seu planejamento,
pois a pesquisa deverá apontar os
motivos e as falhas da instituição,
que poderão ser corrigidas, caso
existam. Há tempo para isso, pois a
gestão é nova e conta com os três
anos próximos para tentar melhorar
o atendimento e infraestrutura
buscando recursos junto às
instituições superiores como o
Ministério da Saúde e Ministério da
Educação”, acredita a coordenadora
do Lasig.
Clareana Rodrigues
HOSPITAL OFERECE SERVIÇO NUTRICIONAL
O
serviço atende às necessidades
individuais dos trabalhadores
Clareana Rodrigues
Avaliar o estado
nutricional, detectar e corrigir
hábitos alimentares inadequados
dos trabalhadores do HUBFS dos
trabalhadores e bolsistas do
hospital são os principais
serviços oferecidos pelo projeto
Adequação do Perfil Nutricional
dos Trabalhadores do HUBFS. O
atendimento do Serviço de
Nutrição funciona na Ala D do
hospital desde dezembro de
2009. Tem à frente a
nutricionista Rosalba Velasco
(foto à esquerda) e as acadêmicas
da área Andreza Leão e Flávia
Bragança.
Segundo a nutricionista, o
projeto surgiu para atender a
necessidade individual dos
funcionários e proporcionar uma
alimentação adequada para cada
patologia. “Os alimentos são
fontes de nutrientes e a sua
combinação tem como principal
função suprir a carência de
vitaminas que o corpo precisa
para se manter”.
Durante a consulta o
funcionário preenche um
formulário de atendimento com
perguntas referentes ao estilo de
vida do pacientes e antecedentes
de doenças na família. É
realizada, ainda, a avaliação
nutricional baseada no cálculo de
peso, altura e circunferência de
cintura.
“A qualidade de vida está
diretamente ligada à alimentação
adequada e à prática de
atividades físicas. Alimentar-se
bem é essencial para a
manutenção da saúde e os
resultados serão notados no
futuro, quando o organismo
envelhece e ocorre perda maior
de substâncias do corpo”, alerta a
nutricionista.
Página 07
ENTREVISTA
Cleide Magalhães
O HUBFS busca implementar ainda este ano o Instituto Paraense de Toxina
Botulínica (IPAT), que será o primeiro do Norte do país. O IPAT será voltado
100% ao Sistema Único de Saúde (SUS) e terá como público alvo a demanda
reprimida de crianças atendidas no HUBFS que apresentam sequelas de
paralisia cerebral, vítimas de acidentes, traumatismo craniano e Acidente
Vascular Cerebral (AVC). Em entrevista exclusiva ao Informe Bettina o
idealizador do projeto, João Amaury Brito, médico do HUBFS que se aprimorou
em Toxina Botulínica, conta que o projeto atuará de forma multidisciplinar, pois
ganhará força da equipe qualificada de profissionais que já desenvolvem
atividades com as crianças do Caminhar. Este serviço atendeu mais de 18 mil
crianças com alterações de desenvolvimento infantil, síndromes genéticas e
outros, de zero a 12 anos, em 2009.
João Amaury: “Vamos trabalhar em
prol da comunidade e contribuir com a
ciência”
Cleide Magalhães
I.B. - O que é o IPAT ?
J. A. - O IPAT será o primeiro
instituto do Norte em toxina
botulínica. O objetivo é melhorar a
saúde dos pacientes que sofrem de
espasticidade muscular. Tem como
foco atender à demanda reprimida de
crianças atendidas no HUBFS que
apresentam sequelas de paralisia
cerebral, vítimas de acidentes,
traumatismo craniano e AVC. O IPAT
não tem fins lucrativos, vamos
trabalhar em prol da comunidade e
buscar publicar trabalhos
acadêmicos contribuindo com a
ciência e levando a UFPA a ganhar
ainda mais reconhecimento dentro e
fora do Estado.
I.B. - O que levou você a idealizar
o projeto?
J. A. - Faço aplicação da toxina
botulínica em consultório particular e
vejo que o resultado e a recuperação
dos pacientes é fantástica.
Acompanhei, ainda, a experiência em
outros centros do país. Então, por que
não levar melhoria aos pacientes do
SUS que não têm condições
econômicas para realizar o
procedimento? Com o IPAT faremos
o atendimento de forma mais
completa e colocá-lo em prática não é
difícil.
I.B. - Como o IPAT atuará no
Bettina? E por que você buscou
apoio da direção e outras
instituições para implementá-lo
nesse hospital?
J. A. - Ele atuará de forma
multidisciplinar, pois o hospital já
tem equipe qualificada de
profissionais que atuam com as
crianças do Caminhar. Esse foi um
dos motivos que me levaram a buscar
apoio da direção e demais parceiros
do IPAT. Além disso, o HUBFS é
cadastrado na Rede do SUS, o que
facilita a garantia do serviço à
população. O hospital garante, ainda,
todo acesso logístico ao paciente,
funciona todos os dias da semana e
fica dentro da UFPA. No Bettina tem
também estudantes de medicina – o
que propicia ao instituto fazer
parceria com a UFPA para
engrandecer o currículo desses
graduandos e incentivá-los ao estudo
e à pesquisa científica, além da
publicação desse material.
I.B. - Qual é a área da medicina
que trabalha a espasticidade
motora?
J. A. - É a Ortopedia Pediátrica. Ela
trabalha com as doenças que ocorrem
no recém-nascido, pré-adolescente e
adolescente. Quando essas doenças
não são tratadas nessas faixas etárias,
são cuidadas na vida adulta. Então,
existe situação em que o pediatra atua
no adulto, apesar de ser uma
subespecialidade pediátrica. Mas
existe outra ramificação da Ortopedia
Pediátrica que trabalha com
espasticidade motora, que envolve
crianças com sequelas de paralisia
cerebral, porque nasceram ou
adquiriram a paralisia logo após o
nascer e evoluíram com espasticidade
de vários músculos, estes que
acometem nos membros superiores e
inferiores dificultando essas crianças
à locomoção e atividades habituais.
I.B. - Qual é a estimativa da
doença no Estado?
J. A. - Há falta de diagnóstico da
doença no Pará. Mas com certeza
existe uma demanda reprimida não
somente no Norte, mas Nordeste e
Sul do Brasil. Consulto no HUBFS há
quase dois anos e toda semana entre
5 e 7 crianças têm indicação para
fazer esse tratamento.
I.B. - O que é toxina botulínica?
J. A. - É uma toxina que tem por
finalidade enfraquecer o músculo
espástico, que é tenso. A toxina,
quando aplicada, diminui a força de
contração desse músculo
bloqueando os neurotransmissores e
a diminuição dessa contração faz
com que o músculo relaxe. Se você
aplicar a toxina hoje, pode começar a
perceber o resultado após 10 dias.
I.B. - Mas acontece a
recuperação do movimento?
J. A. - A recuperação do movimento
é permanente ou, às vezes, o paciente
precisará de manutenção de toxina a
cada quatro ou seis meses.
Dependerá do grau de contração
muscular. Há casos em que a
recuperação da função chega a
100%. Mas, às vezes uma função que
parece grosseira em movimentos
para algumas pessoas; para o
paciente é grande, pois ele consegue
escrever, pentear o cabelo, etc.
Antes, era preciso fazer cirurgia do
músculo espástico, entretanto o
paciente perdia o movimento porque
o músculo era alongado fazendo com
que não houvesse a recuperação total
do movimento. Quanto mais cedo a
pessoa tratar é melhor para
recuperar a função.
I.B. - Qual é a maior vantagem
dessa medicação?
J. A. - A grande vantagem é que em
90% dos casos ela pode ser feita em
tratamento ambulatorial, como é o
caso do Hospital Bettina, não precisa
de alta complexidade, que seria uma
internação hospitalar para tratar
desse paciente. Isso é muito bom
para o paciente, para o Estado e para
a União, pois não gera ônus a estes
últimos. Além disso, atua de forma
multidisciplinar no paciente, pois
colabora bastante com trabalho
desenvolvido pela fisioterapia.
Comemoração
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CERIMÔNIA ENCERRA RESIDÊNCIA MÉDICA
Cleide Magalhães
Cleide Magalhães
Recentemente, aconteceu
a cerimônia de encerramento da
turma de Residência Médica em
O f t a l m o l o g i a
e
Otorrinolaringologia do
Programa de Residência Médica
do HUBFS, concluintes
em
2010. Na ocasião, outros seis
novos médicos nessas áreas
foram recebidos. O evento
ocorreu no auditório do Capacit
e, entre outras pessoas, contou
com a participação do reitor da
UFPA, Carlos Maneschy, do
médico Murilo Morhy, diretor do
HBFS, do médico Eduardo
Leitão, diretor do Hospital
Universitário João de Barros
Barreto (HUJBB), e
coordenadores do Bettina.
O médico Cláudio
Acatauassu, coordenador
Comissão de Residência Médica
do HUBFS, fez um breve
histórico da Residência, saudou
os novos e médicos concluintes e
ressaltou o privilégio de tê-los
acompanhado.
Em seguida, o diretor do
Hospital Bettina saudou aos
homenageados e destacou a
contribuição da UFPA, por meio
d o H U B F S , p a r a o
desenvolvimento da região. “A
UFPA contribui de forma
relevante à Amazônia com a
produção do conhecimento e a
formação de médicos aptos a
exercerem a atividade
profissional”, disse.
O reitor Carlos Maneschy
homenageou aos residentes e
seus familiares e falou do orgulho
em estar à frente da instituição.
“Vocês estão sendo qualificados
com o que há de melhor na
Amazônia nessas áreas, que
elevam o Bettina a ser um dos
melhores no Estado. Orgulho-me
em ser reitor da UFPA que tem
um hospital com essa qualidade”.
Maneschy palestrou sobre
‘’Abordagem sobre a importância
dos hospitais universitários na
Reitor Carlos Maneschy, direção e coordenação do Bettina e direção do hospital
Barros Barreto recebem novos médicos do HUBFS
administração da UFPA’’, na qual
elencou o formato que os
Hospitais Universitários (HUs)
do Brasil ganharam ao longo do
tempo, desde o Renascimento,
baseado em quatro pontos:
atendimento de alta
complexidade; ensino e
pesquisa; alto nível de recursos
humanos, físicos, estruturais e
tecnológicos; e a importância
política dos HUs com a inserção
na comunidade em que o hospital
está localizado.
Residência Médica
É uma modalidade de
ensino de pós-graduação latu
sensu e se caracteriza pela
aprendizagem no serviço. O
HUBFS conta hoje com 18
médicos residentes em
O f t a l m o l o g i a
e
Otorrinolaringologia. O Serviço
Caminhar recebe, ainda,
profissionais da Residência
Médica em Pediatria da
Fundação Santa Casa de
Misericórdia do Pará.
Além disso, o Bettina terá
oito vagas na especialização lato
sensu aos profissionais em
Saúde do Idoso. A pós-graduação
faz parte do Programa
Residência Multiprofissional em
Saúde, que lançou edital em
2009 para selecionar em 2010
profissionais também em
Oncologia para o HUJBB,
conforme prevê a Portaria
Int e rminis t e rial 1.077, d e
12/11/09, dos Ministérios da
Educação e da Saúde. Com isso,
esses
hospitais passam a
integrar a Residência
Multiprofissional do Brasil. Há
no país 36 residências
multiprofissionais e com o edital
serão 50. “A Residência garantirá
conhecimento
e agregará
valor na área
de atuação do
profissional na
assistência,
garantindo
retorno à
comunidade,
uma vez que o
profissional
estará mais desenvolvido na
prática cotidiana para se
relacionar melhor com o
paciente”, ressalta a
coordenadora acadêmica do
Bettina, Laélia Brasil, mestre em
pediatria e membro da Comissão
em Residência Multiprofissional
do Bettina (foto acima).
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