Informativo do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza - HUBFS. Ano I ●n.º: 02 ●Abril, 2010 HUBFS APRIMORA SERVIÇO DE MEIOS DIAGNÓSTICOS Cleide Magalhães O Bettina otimiza a implantação do Setor de Meios Diagnósticos, que agregará serviços que já funcionam na instituição como Radiologia, Ultrassonografia, Eletrocardiografia, Anatomia Patológica e Endoscopia Digestiva Alta com pesquisa de H. pylori, que chegou recentemente no hospital. (foto abaixo) Pág. 05 HOSPITAL SERÁ PRIMEIRO NO NORTE A REALIZAR O IMPLANTE COCLEAR A UFPA, por meio do HUBFS, será a primeira instituição no estado a desenvolver a cirurgia de implante coclear, popularmente conhecido como "ouvido biônic0’’. Pág. 03 TRABALHADORES MELHORAM RELAÇÕES INTERPESSOAIS Com o equipamento, a UFPA passa a ser uma das poucas instituições em Belém a oferecer o exame de H. pylori, por meio do SUS SERVIÇO NUTRICIONAL ATENDE NECESSIDADE INDIVIDUAL DO TRABALHADOR Detectar e corrigir hábitos alimentares inadequados dos trabalhadores são os principais serviços oferecidos pelo projeto Adequação do Perfil Nutricional dos Trabalhadores do HUBFS. Pág. 06 P E S Q U I S A C I E N T Í F I C A T R A Ç A S AT I S FA Ç Ã O D O U S U Á R I O O HUBFS, em parceria com o Laboratório de Sistema de Informação e Georeferenciamento (Lasig), realizará pesquisa científica de satisfação com os usuários do hospital. Também na pág. 06 Cleide Magalhães Entrevista O médico João Amaury Brito fala em entrevista exclusiva do Instituto Paraense de Toxina Botulínica (IPAT), que o hospital implementará e será o primeiro do Norte do país. O IPAT foi idealizado por ele e se voltará às crianças atendidas no HUBFS que apresentam sequelas de paralisia cerebral, vítimas de acidentes, traumatismo craniano e AVC. Pág. 07 O hospital ajudou no desenvolvimento das atividades de setenta trabalhadores das secretarias, higienização e limpeza e recepção. Eles participaram de capacitações ministradas por profissionais da UFPA. Pág. 04 CERIMÔNIA ENCERRA RESIDÊNCIA MÉDICA Médicos residentes em Oftalmologia e Otorrinolaringologia concluíram o Programa de Residência Médica em 2010. Outros seis novos foram recebidos. Pág. 08 Somos Brasileiros e não desistimos nunca “Apesar de ser ainda muito jovem, esta casa de saúde proporciona atendimento assistencial a milhares de pacientes carentes do Sistema Único de Saúde (SUS) e garante ensino nessa área aos estudantes de graduação e pósgraduação da UFPA”. O diretor geral do hospital, o médico Murilo Morhy, destaca o assunto. Pág. 02 EDITORIAL Somos Brasileiros e não desistimos nunca Apesar de ser ainda muito jovem, esta casa de saúde proporciona atendimento assistencial a milhares de pacientes carentes do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela garante, ainda, ensino nessa área aos estudantes de graduação e pós-graduação da UFPA. Hoje, a instituição busca seu caminho, sua vocação e rumo a seguir: ser um hospital geral, de ensino e pesquisa, certificado pelo Ministério da Educação (MEC), com várias especialidades e atrelado ao Instituto de Ciências da Saúde (ICS). Objetivo este que em apenas seis meses de gestão da nova Reitoria, liderada pelo professor Carlos Maneschy, foi determinado, após várias gestões anteriores a atual. O apoio do reitor foi fundamental para o Hospital Bettina começar as obras de reestruturação física, que trará para seu lado o ICS e a Faculdade de Medicina da UFPA, para receber os alunos da graduação e pósgraduação de saúde. As salas de espera, os consultórios e o Serviço Caminhar estão climatizados. A reativação do setor de raio-x do hospital trouxe fontes de recursos. Em curto prazo, houve a instalação do setor especializado em Endoscopia Digestiva Alta e Colonoscopia com o novo equipamento adquirido com ação direta do reitor Carlos Maneschy, assim como o aparelho de Lazer de Argônio, utilizado para foto coagulação do setor de Oftalmologia. Outra realidade é o retorno do equipamento de mamografia demanda esta tão reprimida pela regulação da Secretaria Municipal de Saúde – e a criação do Setor de Primeiro Atendimento que garante apoio na saúde dos servidores técnico-administrativos, alunos e professores da UFPA, e de todos que circulam pela Cidade Universitária José da Silveira Netto. Mais melhorias são a reestruturação do setor administrativo com a criação do Protocolo Geral e do Núcleo de Auditoria Interna, para o controle e transparência de nossas ações; a criação de um núcleo específico para os meios diagnósticos; e a nova, limpa e reluzente fachada do hospital. Logicamente, tudo isso em curto tempo não seria possível sem a ajuda de todos os funcionários do hospital, pois sabemos que essas ações fazem parte de um processo que iniciou e continua pela luta dos trabalhadores do Bettina e das pessoas que antecederam a nossa direção. Recentemente, estiveram em Belém, vindos da capital federal, o coordenador geral de Hospitais Universitários do MEC, Celso Araújo, a coordenadora de Planejamento e Gestão da Secretaria de Educação Superior do MEC e gerente do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), Valéria Grilanda, e a antropóloga Ximena Traa e a médica Joana Godinho, ambas do Banco Mundial. Eles, em uma viagem confusa e programada, na qual se destinaram a visitar in loco as necessidades do Bettina, em última hora se deslocaram ao Barros Barreto, criando um sentimento de frustração, indignação, expectativas e dúvidas sobre a destinação da visita. Ao Hospital Bettina, a pedido deles, haviam solicitado Cleide Magalhães Página 02 nossas necessidades, o projeto de transformação em hospital geral e valores que seriam garantidos pelo Banco Mundial à reforma. Portanto, agendaram a visita, mas na hora marcada o avião mudou de rumo. O reitor da UFPA recebeu uma comitiva do HUBFS, formada pela direção e coordenação, para discutir o assunto. Carlos Maneschy fez com que a comitiva do MEC e Banco Mundial viesse explicar ao efetivo do hospital sobre a mudança da visita. Mas para surpresa de todos a coordenação do MEC nos informou que nenhuma verba estava prevista ao Bettina, que o mesmo não era um hospital e, por isso, em nada seria beneficiado. O representante do MEC foi duramente questionado, e sem respostas adequadas e convincentes agradeceu a todos e devido ao adiantado da hora foramse embora. Suas ações se limitaram ao Hospital Barros Barreto. Certamente, nós Bettinianos não desistiremos nunca, pois somos brasileiros, e ao lado do Magnífico Reitor continuaremos nossa saga. Professor doutor Murilo Morhy Diretor geral do HUBFS. [email protected] Expediente: Hospital Universitário Betttina Ferro - Campus IV da UFPA Rua Augusto Corrêa, 01, Guamá (com aceso pela Avenida Perimetral Terra Firme) - Belém – PA Telefones: 3201.7825/3201.7656. Ano I – Nº 1 Outubro/2009. Gestão: Reitor: Carlos Maneschy – Vice-Reitor: Horácio Schneider – Diretor geral: Murilo Morhy. Edição: Cleide Magalhães - Jornalista - 1563 DRT/PA – Estagiária: Clareana Rodrigues – Projeto Gráfico: Cleide Magalhães. Home Page: http://www.ufpa.br/bettina www.twitter.com/hospitalbettina - E-mails: [email protected] e [email protected] . Tiragem: 1.000 mil exemplares Diagramação: Andrew Lima. Impressão: Gráfica Amazônia. Página 03 Wagner Meier Cleide Magualhães CURTAS Primeiros Atendimentos A equipe multidisciplinar de profissionais se qualifica dentro e fora do Estado para realizar a cirurgia Audição UFPA SERÁ PRIMEIRA INSTITUIÇÃO DO NORTE A DESENVOLVER O IMPLANTE COCLEAR Cleide Magalhães A UFPA, por meio do HUBFS, será a primeira instituição no estado a desenvolver a cirurgia de implante coclear, popularmente conhecido como "ouvido biônico". O projeto para a criação de um Centro de Indicação e Adaptação de Implante Coclear e outros Implantes Auditivos foi aprovado, por unanimidade, pela Comissão Intergestores Bipartite do Estado do Pará, em 2009. Para tanto, o Bettina fez seu primeiro Pregão Eletrônico desde a fundação do hospital, há 16 anos, para aquisição de equipamentos médicos hospitalares que darão suporte para implementar o projeto, que seguiu para o Ministério da Saúde (MS) para aprovação final. Enquanto o ministério não o abraça, a Secretaria Executiva de Estado de Saúde (Sespa) autorizou os custos do procedimento pelo período de três meses. A primeira cirurgia do implante está prevista para acontecer no Bettina ainda este ano. Segundo o médico e coordenador do Serviço de Otorrinolaringologista do HUBFS, professor doutor José Cláudio Cordeiro, a cirurgia é vista como o caminho para os portadores de surdez neurossensorial de severa a profunda que não têm condições de escutar e compreender a fala, ou mesmo que escutando alguns sons, essa sensação não seja suficiente para o uso social ou profissional. Outro fator relevante à avaliação da possibilidade de realizar o implante coclear é o uso prévio, sem resultados satisfatórios, de aparelhos auditivos clássicos. O projeto foi elaborado há mais de dois anos pela equipe multidisciplinar de profissionais do Bettina, que se qualifica dentro e fora do estado para realizar o procedimento. O hospital já atua, há mais de três anos, como Centro de Atenção à Saúde Auditiva em Alta Complexidade no Pará. “Dispomos de todos os prérequisitos para garantir o credenciamento pelo MS implantar o primeiro Centro de Implante Coclear do Norte do país”, destaca. Os recursos garantidos pela Sespa atenderão cerca de dezoito pacientes que constam no agendamento do hospital. São pessoas que não tiveram condições financeiras de fazer o implante fora do Estado, que ainda não dispõe de centro de implantes com atendimento pelo SUS ou privado. Os principais centros no Brasil estão em São Paulo, no Rio Grande do Sul e no Rio Grande do Norte. O novo Serviço de Primeiros Atendimentos (foto acima), criado em outubro de 2009 pela UFPA no HUBFS, já realizou, até março deste ano, cerca de 700 atendimentos médico e de enfermagem aos trabalhadores e estudantes da UFPA, e pessoas que se sintam mal na Cidade Universitária. A iniciativa faz parte da política de humanização das relações de trabalho e valorização das pessoas, tratadas com prioridade pela gestão do reitor Carlos Maneschy. O serviço funciona de segunda a sextafeira, das 8h às 18h, no próprio hospital. Novo Regimento A comissão que reformula o atual Regimento Interno do Bettina, previsto na Portaria 035, se reuniu várias vezes e concluiu a reformulação. O documento foi enviado ao Conselho Universitário para análise e aprovação final. Fizeram parte da comissão representantes de todas as categorias do hospital e parceiros institucionais. A equipe foi coordenada pelo farmacêutico e bioquímico Renato Ferreira da Silva, diretor adjunto do Bettina. Cipa A nova gestão da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Cipa) para 2009/2010 é formada por 14 membros. Desses, sete foram eleitos pelo voto direto dos funcionários da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa, lotados no Bettina. Os demais, entre eles o presidente, o farmacêutico Juan Riviera, foram indicados pela direção do HUBFS. www.ufpa.br/bettina www.twitter.com/hospitalbettina Página 04 BETTINA PROMOVE CURSOS AOS TRABALHADORES Contemplar os aspectos das relações interpessoais e públicas no trabalho, para fortalecer a gestão hospitalar. Esse é um dos principais objetivos das ações da direção do Bettina. Por isso, nos últimos meses, o hospital já ajudou no desenvolvimento das atividades de setenta trabalhadores das secretarias, higienização e limpeza e recepção, que participaram de capacitações, ministradas por profissionais da UFPA. As secretárias e secretários estiveram envolvidos no Mini-curso de Secretaria Executiva (foto abaixo). Segundo a técnicaadministrativa Sandra Souza, socióloga que coordena a Divisão de Educação Permanente do HUBFS, a ação contempla o Programa da Política Nacional de Saúde para os hospitais universitários. “Assistentes administrativos e secretários executivos têm uma dinâmica peculiar, que dá agilidade à agenda dos dirigentes. Uma boa secretaria libera mais o dirigente para outras atribuições do cargo”, destaca Sandra. Conscientizar os trabalhadores do Serviço de Higienização e Limpeza (SHL) que atuam no hospital, na Faculdade de Odontologia e nos Laboratórios de Ciências Biológicas da UFPA para a importância da higiene foi a principal finalidade do Curso de Capacitação para Colaboradores da Empresa. Cleide Magalhães e Clareana Rodrigues Clareana Rodrigues e Cleide Magalhães Vários trabalhadores participam do curso voltado às recepções do HUBFS Itororó Service que fazem o SHL (foto abaixo). O evento foi uma parceria entre a Prefeitura do Campus e o Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuve) do Hospital do Bettina e teve como palestrante a enfermeira Neliane Platon, coordenadora do Nuve na instituição. Luis André Santana, serviços gerais, que já trabalhou no Restaurante Universitário e em outros setores da UFPA, atua no Bettina há mais de um ano e conta algumas diferenças de lidar com um ambiente hospitalar. “Em um hospital a segurança deve ser maior e uma capacitação para limpeza correta utilizando equipamentos como luva, máscara e toca é mais importante que em outros ambientes, devido ser um local de maior risco de contaminação”. Outra ação foi o Curso de Capacitação aos Colaboradores das Recepções da Seção de Arquivo Médico e Estatístico (Same). A atividade teve vários os eixos temáticos: dinâmica de grupo, atividade interativa e utilização de recursos audiovisuais. O curso fez parte do projeto Treinamento para Colaboradores da Same e atendeu às demandas da Política Nacional de Humanização para os serviços de saúde, que busca preparar melhor os trabalhadores para o atendimento no serviço público. A organização foi da Coordenação Acadêmica e Assistencial e da Divisão de Gestão de Pessoas, e contou com a parceria do Laboratório Apsen, de São Paulo. A coordenadora Acadêmica e mestre em Pediatra, Laélia Brasil, explica que a iniciativa levou em consideração uma pesquisa de satisfação realizada com os usuários do hospital, em 2008, que entre outras coisas destacou os usuários apontaram que queriam atendimento humanitário. Além disso, a elaboração do curso à recepção do hospital contemplou uma pesquisa acadêmica d e s e n vo l vi d a , e m 20 0 8 , p e l a estudante de psicologia Danielly da Silva Lopes, orientada pelo professor João Bosco de Assis Rocha, da UFPA, que identificou alguns aspectos pela busca da melhoraria no desempenho profissional para os trabalhadores do hospital. “Deveremos realizar mais ações que se estenderão ainda a outros setores do hospital, por meio de seminários, palestras, jornadas, etc.”, afirma Laélia. Página 05 Cleide Magalhães Recursos HOSPITAL OTIMIZA SETOR DE MEIOS DIAGNÓSTICOS Cleide Magalhães O Hospital Bettina otimiza o Setor de Meios Diagnósticos, que agregará serviços que já funcionam na instituição como o de Radiologia, o qual disponibiliza exames de mamografia e raio-x simples, Ultrassonografia; Endoscopia Digestiva Alta com pesquisa de H. pylori (espécie de bactéria que infecta o revestimento mucoso do estômago humano e causa a gastrite aguda), Eletrocardiografia e o Serviço de Anatomia Patológica. A médica Roselis Gonçalves, coordenadora técnicaassistencial do HUBFS, ressalta que o setor está sendo melhorado para atender aos diagnósticos dos demais serviços do hospital. “As principais áreas em que o Bettina é referência – Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Desenvolvimento e Crescimento Infantil - já dispõem de seus meios diagnósticos específicos. Agora, o Setor de Meios Diagnósticos atenderá aos demais serviços do hospital e a demanda reprimida do SUS ao qual o HUBFS está integrado e que carece desses exames. Além disso, ajudará a aumentar a produção do hospital, gerando recursos para o mesmo e servirá, ainda, para apoio ao ensino da Faculdade de Medicina da UFPA’’, explica. Aparelho - O aparelho de Endoscopia Digestiva Alta chegou recentemente e está em pleno funcionamento. Ele foi comprado, a pedido da direção do Bettina, pela Reitoria da UFPA. Com o equipamento, a Universidade passa a ser uma das poucas instituições em Belém a oferecer o exame de H. pylori, por meio do SUS. Os profissionais responsáveis são o gastroenterologista Calderaro Neto, a enfermeira Marluce Tenório e o auxiliar de enfermagem Aldeci Albuquerque. O Serviço de Radiologia também faz parte do Setor de Meios Diagnósticos que o Hospital Bettina otimiza Melhorias SERVIÇO DE RAIO-X REALIZA MAIS DE SETE MIL EXAMES Desde setembro do ano passado, quando o Serviço de Radiologia foi reativado, o hospital realizou mais de sete mil exames. Isso representa uma média de mil por mês. O serviço, que conta com 10 profissionais da área, busca melhorias, garante apoio à população e ajuda ainda o hospital a captar recursos. O aparelho e a mesa radiológica estavam parados, desde o final de 2008, por falta de manutenção e reposição de peças eletrônicas. Mas o conserto dos mesmos foi uma das prioridades da atual gestão da UFPA e do Bettina. Djalma Farias, técnico em radiologia do Hospital Bettina, conta como funciona o atendimento. “Os exames são realizados e os laudos emitidos todos os dias. Eles são entregues ao paciente num período de 48 horas. Nos casos de urgência e emergência o paciente leva a radiografia ao médico que lhe solicitou o exame para antecipar seu tratamento e, posteriormente, essa radiografia volta para setor de radiologia para ser dado o laudo”. O laudo é feito pelo médico radiologista Róbson Tadachi, que coordena o Serviço de Radiologia do Hospital Bettina. Outra melhoria nesse serviço foi a adaptação do Biofix ao aparelho de raio-x garantindo a coleta e reaproveitamento dos resíduos. O Biofix tem a função de filtrar os produtos químicos (revelador e fixador) utilizados na radiografia. O exame disponível no Bettina envolve todo o esqueleto humano, exceto o contrastado, que é o raio-x indicado quando há necessidade de se investigar órgãos e estruturas que não sejam visualizados pela técnica simples. Opinião Página 06 PESQUISA TRAÇA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO DO HOSPITAL BETTINA Entre os dias 24 e 25 de abril, o Hospital Bettina, em parceria com o Laboratório de Sistema de Informação e Georeferenciamento (Lasig), do Instituto de Ciências Exatas e Naturais da UFPA, realizará pesquisa científica com os usuários do hospital. A iniciativa faz parte de um processo contínuo que acontece anualmente na instituição. O objetivo é avaliar o grau de satisfação nas áreas de atendimento e infraestrutura oferecidas à população. A pesquisa de satisfação foi encomendada pela direção do Bettina, que vê a iniciativa como importante instrumento para aperfeiçoar e dinamizar os serviços oferecidos pelo hospital. O estudo busca atender a Portaria de nº. 540, de 17 de abril de 2001, do Ministério da Saúde, a qual determina que seja feita avaliação da satisfação dos usuários que utilizam os serviços dos hospitais integrados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Silvia Almeida, coordenadora do Lasig, na pesquisa constarão 24 especialidades e serão aplicados, por amostragem, 323 questionários, com uma margem de 5% de erro. “Os usuários serão convidados a participarem da pesquisa logo após serem atendidos. O público alvo são os pacientes e acompanhantes”, explica. Silvia destaca que a parceria com o HUBFS é importante para o laboratório, uma vez que este é um projeto de extensão da Universidade. “A pesquisa de satisfação é uma forma de reforçarmos o papel da extensão dentro da UFPA e darmos retorno à comunidade das atividades que exercemos. Por isso, é fundamental a parceria com o hospital, que atende usuários do SUS”. Pela parceria firmada com o Lasig o hospital garantiu a infraestrutura, o material da pesquisa e concedeu um bolsista do Bettina, o estudante de Estatística José Messias. Ele e mais 14 alunos do curso participam da pesquisa, além de Silvia Almeida e os professores de Estatística Edson Ramos, vicecoordenador do Lasig, e Walquíria Carrera, e Adrilayne Araújo, coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas e Estatísticas e Computadores (Gepec). Cleide Magalhães Cleide Magalhães A pesquisa científica vai apontar o grau de satisfação do usuário nas áreas de atendimento e infraestrutura O resultado da pesquisa de satisfação será entregue à direção do Hospital Bettina até 15 de maio deste ano. “O resultado servirá para a direção traçar seu planejamento, pois a pesquisa deverá apontar os motivos e as falhas da instituição, que poderão ser corrigidas, caso existam. Há tempo para isso, pois a gestão é nova e conta com os três anos próximos para tentar melhorar o atendimento e infraestrutura buscando recursos junto às instituições superiores como o Ministério da Saúde e Ministério da Educação”, acredita a coordenadora do Lasig. Clareana Rodrigues HOSPITAL OFERECE SERVIÇO NUTRICIONAL O serviço atende às necessidades individuais dos trabalhadores Clareana Rodrigues Avaliar o estado nutricional, detectar e corrigir hábitos alimentares inadequados dos trabalhadores do HUBFS dos trabalhadores e bolsistas do hospital são os principais serviços oferecidos pelo projeto Adequação do Perfil Nutricional dos Trabalhadores do HUBFS. O atendimento do Serviço de Nutrição funciona na Ala D do hospital desde dezembro de 2009. Tem à frente a nutricionista Rosalba Velasco (foto à esquerda) e as acadêmicas da área Andreza Leão e Flávia Bragança. Segundo a nutricionista, o projeto surgiu para atender a necessidade individual dos funcionários e proporcionar uma alimentação adequada para cada patologia. “Os alimentos são fontes de nutrientes e a sua combinação tem como principal função suprir a carência de vitaminas que o corpo precisa para se manter”. Durante a consulta o funcionário preenche um formulário de atendimento com perguntas referentes ao estilo de vida do pacientes e antecedentes de doenças na família. É realizada, ainda, a avaliação nutricional baseada no cálculo de peso, altura e circunferência de cintura. “A qualidade de vida está diretamente ligada à alimentação adequada e à prática de atividades físicas. Alimentar-se bem é essencial para a manutenção da saúde e os resultados serão notados no futuro, quando o organismo envelhece e ocorre perda maior de substâncias do corpo”, alerta a nutricionista. Página 07 ENTREVISTA Cleide Magalhães O HUBFS busca implementar ainda este ano o Instituto Paraense de Toxina Botulínica (IPAT), que será o primeiro do Norte do país. O IPAT será voltado 100% ao Sistema Único de Saúde (SUS) e terá como público alvo a demanda reprimida de crianças atendidas no HUBFS que apresentam sequelas de paralisia cerebral, vítimas de acidentes, traumatismo craniano e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Em entrevista exclusiva ao Informe Bettina o idealizador do projeto, João Amaury Brito, médico do HUBFS que se aprimorou em Toxina Botulínica, conta que o projeto atuará de forma multidisciplinar, pois ganhará força da equipe qualificada de profissionais que já desenvolvem atividades com as crianças do Caminhar. Este serviço atendeu mais de 18 mil crianças com alterações de desenvolvimento infantil, síndromes genéticas e outros, de zero a 12 anos, em 2009. João Amaury: “Vamos trabalhar em prol da comunidade e contribuir com a ciência” Cleide Magalhães I.B. - O que é o IPAT ? J. A. - O IPAT será o primeiro instituto do Norte em toxina botulínica. O objetivo é melhorar a saúde dos pacientes que sofrem de espasticidade muscular. Tem como foco atender à demanda reprimida de crianças atendidas no HUBFS que apresentam sequelas de paralisia cerebral, vítimas de acidentes, traumatismo craniano e AVC. O IPAT não tem fins lucrativos, vamos trabalhar em prol da comunidade e buscar publicar trabalhos acadêmicos contribuindo com a ciência e levando a UFPA a ganhar ainda mais reconhecimento dentro e fora do Estado. I.B. - O que levou você a idealizar o projeto? J. A. - Faço aplicação da toxina botulínica em consultório particular e vejo que o resultado e a recuperação dos pacientes é fantástica. Acompanhei, ainda, a experiência em outros centros do país. Então, por que não levar melhoria aos pacientes do SUS que não têm condições econômicas para realizar o procedimento? Com o IPAT faremos o atendimento de forma mais completa e colocá-lo em prática não é difícil. I.B. - Como o IPAT atuará no Bettina? E por que você buscou apoio da direção e outras instituições para implementá-lo nesse hospital? J. A. - Ele atuará de forma multidisciplinar, pois o hospital já tem equipe qualificada de profissionais que atuam com as crianças do Caminhar. Esse foi um dos motivos que me levaram a buscar apoio da direção e demais parceiros do IPAT. Além disso, o HUBFS é cadastrado na Rede do SUS, o que facilita a garantia do serviço à população. O hospital garante, ainda, todo acesso logístico ao paciente, funciona todos os dias da semana e fica dentro da UFPA. No Bettina tem também estudantes de medicina – o que propicia ao instituto fazer parceria com a UFPA para engrandecer o currículo desses graduandos e incentivá-los ao estudo e à pesquisa científica, além da publicação desse material. I.B. - Qual é a área da medicina que trabalha a espasticidade motora? J. A. - É a Ortopedia Pediátrica. Ela trabalha com as doenças que ocorrem no recém-nascido, pré-adolescente e adolescente. Quando essas doenças não são tratadas nessas faixas etárias, são cuidadas na vida adulta. Então, existe situação em que o pediatra atua no adulto, apesar de ser uma subespecialidade pediátrica. Mas existe outra ramificação da Ortopedia Pediátrica que trabalha com espasticidade motora, que envolve crianças com sequelas de paralisia cerebral, porque nasceram ou adquiriram a paralisia logo após o nascer e evoluíram com espasticidade de vários músculos, estes que acometem nos membros superiores e inferiores dificultando essas crianças à locomoção e atividades habituais. I.B. - Qual é a estimativa da doença no Estado? J. A. - Há falta de diagnóstico da doença no Pará. Mas com certeza existe uma demanda reprimida não somente no Norte, mas Nordeste e Sul do Brasil. Consulto no HUBFS há quase dois anos e toda semana entre 5 e 7 crianças têm indicação para fazer esse tratamento. I.B. - O que é toxina botulínica? J. A. - É uma toxina que tem por finalidade enfraquecer o músculo espástico, que é tenso. A toxina, quando aplicada, diminui a força de contração desse músculo bloqueando os neurotransmissores e a diminuição dessa contração faz com que o músculo relaxe. Se você aplicar a toxina hoje, pode começar a perceber o resultado após 10 dias. I.B. - Mas acontece a recuperação do movimento? J. A. - A recuperação do movimento é permanente ou, às vezes, o paciente precisará de manutenção de toxina a cada quatro ou seis meses. Dependerá do grau de contração muscular. Há casos em que a recuperação da função chega a 100%. Mas, às vezes uma função que parece grosseira em movimentos para algumas pessoas; para o paciente é grande, pois ele consegue escrever, pentear o cabelo, etc. Antes, era preciso fazer cirurgia do músculo espástico, entretanto o paciente perdia o movimento porque o músculo era alongado fazendo com que não houvesse a recuperação total do movimento. Quanto mais cedo a pessoa tratar é melhor para recuperar a função. I.B. - Qual é a maior vantagem dessa medicação? J. A. - A grande vantagem é que em 90% dos casos ela pode ser feita em tratamento ambulatorial, como é o caso do Hospital Bettina, não precisa de alta complexidade, que seria uma internação hospitalar para tratar desse paciente. Isso é muito bom para o paciente, para o Estado e para a União, pois não gera ônus a estes últimos. Além disso, atua de forma multidisciplinar no paciente, pois colabora bastante com trabalho desenvolvido pela fisioterapia. Comemoração Página 08 CERIMÔNIA ENCERRA RESIDÊNCIA MÉDICA Cleide Magalhães Cleide Magalhães Recentemente, aconteceu a cerimônia de encerramento da turma de Residência Médica em O f t a l m o l o g i a e Otorrinolaringologia do Programa de Residência Médica do HUBFS, concluintes em 2010. Na ocasião, outros seis novos médicos nessas áreas foram recebidos. O evento ocorreu no auditório do Capacit e, entre outras pessoas, contou com a participação do reitor da UFPA, Carlos Maneschy, do médico Murilo Morhy, diretor do HBFS, do médico Eduardo Leitão, diretor do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), e coordenadores do Bettina. O médico Cláudio Acatauassu, coordenador Comissão de Residência Médica do HUBFS, fez um breve histórico da Residência, saudou os novos e médicos concluintes e ressaltou o privilégio de tê-los acompanhado. Em seguida, o diretor do Hospital Bettina saudou aos homenageados e destacou a contribuição da UFPA, por meio d o H U B F S , p a r a o desenvolvimento da região. “A UFPA contribui de forma relevante à Amazônia com a produção do conhecimento e a formação de médicos aptos a exercerem a atividade profissional”, disse. O reitor Carlos Maneschy homenageou aos residentes e seus familiares e falou do orgulho em estar à frente da instituição. “Vocês estão sendo qualificados com o que há de melhor na Amazônia nessas áreas, que elevam o Bettina a ser um dos melhores no Estado. Orgulho-me em ser reitor da UFPA que tem um hospital com essa qualidade”. Maneschy palestrou sobre ‘’Abordagem sobre a importância dos hospitais universitários na Reitor Carlos Maneschy, direção e coordenação do Bettina e direção do hospital Barros Barreto recebem novos médicos do HUBFS administração da UFPA’’, na qual elencou o formato que os Hospitais Universitários (HUs) do Brasil ganharam ao longo do tempo, desde o Renascimento, baseado em quatro pontos: atendimento de alta complexidade; ensino e pesquisa; alto nível de recursos humanos, físicos, estruturais e tecnológicos; e a importância política dos HUs com a inserção na comunidade em que o hospital está localizado. Residência Médica É uma modalidade de ensino de pós-graduação latu sensu e se caracteriza pela aprendizagem no serviço. O HUBFS conta hoje com 18 médicos residentes em O f t a l m o l o g i a e Otorrinolaringologia. O Serviço Caminhar recebe, ainda, profissionais da Residência Médica em Pediatria da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Além disso, o Bettina terá oito vagas na especialização lato sensu aos profissionais em Saúde do Idoso. A pós-graduação faz parte do Programa Residência Multiprofissional em Saúde, que lançou edital em 2009 para selecionar em 2010 profissionais também em Oncologia para o HUJBB, conforme prevê a Portaria Int e rminis t e rial 1.077, d e 12/11/09, dos Ministérios da Educação e da Saúde. Com isso, esses hospitais passam a integrar a Residência Multiprofissional do Brasil. Há no país 36 residências multiprofissionais e com o edital serão 50. “A Residência garantirá conhecimento e agregará valor na área de atuação do profissional na assistência, garantindo retorno à comunidade, uma vez que o profissional estará mais desenvolvido na prática cotidiana para se relacionar melhor com o paciente”, ressalta a coordenadora acadêmica do Bettina, Laélia Brasil, mestre em pediatria e membro da Comissão em Residência Multiprofissional do Bettina (foto acima).