perfil epidemiológico do hiv

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO HIV (VÍRUS DA
IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA) POSITIVO EM GOIANA,
MUNICÍPIO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Estela Rodrigues Paiva Alves, a
a) End.: Des. Edmundo Jordão de Vasconcelos, n° 586, Centro. Goiana-PE. CEP: 55900-000; email:
[email protected]
RESUMO: Trata-se de um estudo retrospectivo do tipo documental, objetivando
levantar dados epidemiológicos acerca da infecção pelo vírus HIV no município de
Goiana-PE, no período de outubro de 2005 a julho de 2009. A pesquisa foi desenvolvida
no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do referido município. Utilizando-se
como instrumento o banco de dados. A amostra foi composta por todos os clientes que
apresentaram sorologia positiva para o HIV no período. O CTA está inserido no
programa Municipal de DST/Aids e realiza exames sorológicos para HIV e sífilis
direcionado a população gratuitamente, atendendo a demanda espontânea e
encaminhada. Além dos exames, são desenvolvidas ações de aconselhamento individual
e coletivo, bem como a distribuição de preservativo às pessoas cadastradas. De outubro
de 2005 a julho de 2009, 5.374 pessoas acessaram o CTA para realização de exames
para HIV e Sífilis, destas 103 apresentaram sorologia positiva para HIV, sendo 54 do
sexo feminino e 49 do sexo masculino, as gestantes representam 20,37% do total de
mulheres com sorologia positiva para HIV. A maioria da clientela é procedente do
município. Do total de mulheres com sorologia positiva para HIV, 68,51% estão entre
15 e 36 anos de idade, nesta mesma faixa etária a população masculina corresponde a
75,51% e 100% das gestantes entre 16 de 29 anos de idade. Quanto ao grau de
escolaridade, avaliado por anos de estudo, revela uma tendência a pauperização da
infecção no município. A transmissão do HIV em 99% dos casos ocorreu através de
relação sexual desprotegida e 1% por uso de drogas injetáveis. Não há registro de
exposição ao HIV por acidente com material biológico. O perfil epidemiológico,
segundo a categoria de exposição heterossexual, aponta para o aumento do número de
mulheres com sorologia positiva para HIV. A feminização e a heterossexualização da
infecção pelo HIV tem como consequência o aumento de crianças infectadas em virtude
da transmissão vertical, ou seja, da gestante/parturiente para o bebê. Com relação à
situação epidemiológica da Aids no município, foram notificados pelo Programa
Estadual de DST/Aids, no período de 1986 a maio de 2009, 86 casos. O processo de
descentralização da oferta da testagem do HIV no pré-natal vem ocorrendo desde a
estruturação do CTA (outubro/2005), no entanto a cobertura desse exame ainda é baixa,
o que revela as oportunidades perdidas para detecção precoce da infecção pelo HIV e
consequente instituição da profilaxia para prevenção da transmissão vertical. Estudos
epidemiológicos apontam que a infecção pelo HIV se dá, principalmente, através de
exposições ligadas diretamente ao comportamento. Isso nos leva a concluir que fatores
culturais, econômicos e sociais que influíram e influem na mudança de comportamento
sexual e uso de drogas, quer facilitando a entrada de pessoas na vida sexual ativa quer
facilitando a variação de parceiro sexual e fácil acesso às drogas tem um peso bastante
significativo no aumento da infecção pelo HIV e de outras doenças sexualmente
transmissíveis.
1 INTRODUÇÃO
A infecção pelo vírus HIV, sigla do inglês: Human Immunodeficiency Vírus, que
significa em português (Vírus da Imunodeficiência Humana) e a Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (Aids), sigla do inglês: Acquired Immune Deficiency
Syndrome tem-se constituído em um dos mais sérios agravos já enfrentado pela
humanidade e se tornado uma enfermidade pandêmica (BRASIL, 2010).
A Aids, doença decorrente da infecção pelo Vírus HIV, se caracteriza pela
combinação de sinais e sintomas (síndrome) causados pela falência do sistema
imunológico (BRASIL, 2010). É uma manifestação clínica avançada da infecção.
Geralmente a infecção pelo vírus leva a uma imunossupressão progressiva,
especialmente da imunidade celular e a uma desregulação imunitária (VERONESI;
FOCACCIA, 2004). Esta síndrome tem causado impacto significativo em nossa
sociedade diferenciando-se de outras doenças graves (NEIVA, 2004).
A progressão da deficiência imunológica apresenta uma variação de indivíduo
para indivíduo e de acordo com o grau de exposição. A progressão da deficiência do
sistema imune pode decorrer de vários fatores como: forma de transmissão do HIV;
carga viral; presença de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST); presença
de tuberculose (TB) que aumenta a carga viral; competência do sistema imunológico do
indivíduo infectado; resposta primária do hospedeiro na fase de infecção aguda; fatores
psicológicos e sociais, assim como adoção de medidas de prevenção (NEIVA, 2004).
O Vírus HIV é transmitido de pessoa para pessoa por via sexual, via sanguínea e
vertical (da mãe infectada para o feto - durante a gestação, parto ou aleitamento natural)
(BRASIL, 2010).
O diagnóstico do HIV baseia-se na história clínica do cliente, identificação dos
fatores de risco, exame físico, evidência laboratorial da disfunção imune, identificação
dos anticorpos para o HIV (sorologia para HIV), sinais e sintomas (BRASIL, 2010).
Sendo a Aids uma doença que ainda não tem cura, pode ser considerada uma
doença de perfil crônico, porém com os avanços da medicina, atualmente uma pessoa
infectada pode realizar o tratamento e viver com o vírus por um longo período de
tempo, não significando assim que a doença é uma sentença de morte, como se pensava
há alguns anos (BRASIL, 2010).
1.1 JUSTIFICATIVA
Ao longo de minha vida acadêmica e profissional da Atenção Primária em Saúde
(APS) como enfermeira especialista em Saúde da Família, atuando principalmente na
Estratégia Saúde da Família (ESF), a infecção pelo vírus HIV tem me despertado
interesse por se tratar de uma doença pandêmica e um problema de Saúde Pública.
Assim, este estudo tem sua relevância por se tratar de uma temática atual e pertinente à
saúde pública.
Diante do exposto, é através do conhecimento da situação epidemiológica da
infecção pelo vírus HIV em uma região é que se pode planejar ações de prevenção,
acolhimento, aconselhamento e assistência adequada e humanizada aos portadores do
vírus e aos seus parceiros sexuais. Apontam, também, como meio para melhorar a
atenção aos agravos de notificação do HIV/DST.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
Realizar uma caracterização epidemiológica da infecção pelo vírus HIV de um
Centro de Testagem e Aconselhamento para DST/Aids (CTA), no período de outubro de
2005 a julho de 2009.
1.2.2 Objetivos específicos:
Caracterizar a população de estudo quanto à faixa etária;
Caracterizar a população de estudo quanto ao sexo;
Caracterizar a população de estudo segundo o grau de escolaridade;
Caracterizar a população de estudo segundo a procedência;
Identificar o número de gestantes com sorologia positiva para HIV;
Identificar a via transmissão pela infecção do HIV.
2 REVISTA DA LITERATURA
2.1 ASPECTOS GERAIS DO HIV/Aids
O Vírus HIV é o agente causal da Aids, esta pode ocorrer quando o sistema
imune de um indivíduo está significativamente enfraquecido pelo vírus. A definição de
AIDS, conforme determinado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC),
mudou várias vezes desde que a síndrome foi reconhecida em 1981. A Síndrome é um
conjunto de sinais e sintomas que caracterizam a doença e que atinge o sistema
imunológico que passa a não funcionar corretamente. A doença é adquirida porque a
infecção ocorre através da penetração do vírus no corpo do hospedeiro (AZEVEDO,
2002).
O vírus HIV atua nos glóbulos brancos (os linfócitos) que estão presentes no
tecido linfóides, vasos linfócitos e circulação sanguínea. Os linfócitos T são as células
responsáveis pela defesa imunológica do indivíduo, estas em especial são atacadas pelo
vírus, devendo assim ao aparecimento das doenças conhecidas por “oportunistas” e/ou
neoplasias associadas (AZEVEDO, 2002; NEIVA, 2004).
O indivíduo quando infectado pode levar de 7 a 10 anos para apresentar as
manifestações clínicas da Aids. Atualmente esse prazo vem se alterando devido às
drogas potentes que são capazes de prolongar a vida dos infectados (AZEVEDO, 2002).
É durante a troca de fluídos corporais que ocorre a transmissão. Tais fluídos são
o sangue, sêmen e secreção vaginal, portanto, é necessária uma porta de entrada
(mucosas e lesões abertas) para que ocorra a penetração do vírus no hospedeiro
(AZEVEDO, 2002).
Para caráter comprobatório do diagnóstico a sorologia é necessária através da
realização do teste Elisa, imunofluorescência (Enzima Link Immunosorbent Assay) e
Western blot. A contagem dos linfócitos CD4 e CD8 e carga viral também são
realizados para chegar ao diagnóstico final. No início da infecção os testes podem não
identificar a presença dos anticorpos para o vírus, devido à janela imunológica que é o
tempo entre a possível exposição e o desenvolvimento de anticorpos no organismo
(AZEVEDO, 2002).
De acordo com Veronesi e Focaccia (2004), a infecção pelo HIV se manifesta
em três fases: a) infecção aguda (surgem duas ou três semanas após o contágio); b) fase
assintomática (de duração variável); c) fase crônica. Os sintomas da fase aguda
(síndrome da infecção retroviral) incluem febre, adenomegalia, faringite, exantema
transitório e meningite asséptica; a fase assintomática (período de latência) pode durar
anos; e a fase crônica tem início com os sinais e sintomas característicos da deficiência
imunológica (Aids propriamente dita) (NEIVA, 2004).
As infecções oportunistas são causadas por vários microorganismos, dentre eles:
os vírus (citomegalovirose, herpes simples, leucoencefalopatia multifocal progressiva),
as bactérias (tuberculose, pneumonia e salmonelose), os fungos (pneumocistose,
candidíase,
criptococose
e
histoplasmose)
e os
protozoários
(toxoplasmose,
criptosporidiose, isosporíase). As neoplasias (sarcoma de Kaposi, linfomas, neoplasias
intra-epiteliais anal e cervical) também é bastante comum nesses indivíduos. É de suma
importância citar que o câncer de colo de útero faz parte desse elenco de doenças que
definem o caso de Aids nas mulheres (AZEVEDO, 2002; NEIVA, 2004).
O tratamento específico compreende na combinação de inibidores da
transcriptase reversa nucleosídicos por via oral e inibidores de proteases, também por
via oral ou inibidores da transcriptase reversa não-nucleosídicos. No tratamento das
doenças secundárias, são utilizados antifúngicos, antivirais, antibióticos e se necessário
antiineoplásicos (VERONESI; FOCACCIA, 2004).
2. 2 CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO (CTA)
Os CTA’s são unidades da rede pública de saúde que oferecem, entre outras
atividades, a realização de testes sorológicos anti-HIV, VDRL (sorologia para sífilis).
Estas unidades de saúde dispõem de coleta sistemática de dados permitindo conhecer o
perfil epidemiológico da clientela atendida (BASSICHETTO et al, 2004).
A implantação dos primeiros CTA no Brasil, marcava o compromisso do
programa Nacional de DST/Aids oferecendo acesso a população brasileira ao
diagnóstico, prevenção do HIV e outras infecções (DST) no Sistema Único de Saúde
(SUS). Transcorrido alguns anos, necessidades significativas foram observadas,
propondo mudanças como a testagem das hepatites virais (B e C) para o CTA (BRASIL,
2008).
Os centros foram implantadas num contexto de pouco conhecimento sobre HIV/
Aids, acompanhado de um forte preconceito contra as pessoas infectadas e/ou doentes.
Estas trouxeram para a prática inovações como a possibilidade de realização das
sorologias de forma anônima e a instituição de aconselhamento como eixo da sua
atividade central (BRASIL, 2008).
São unidades de referência às doenças sexualmente transmissíveis e conta com
uma equipe multidisciplinar de profissionais para realização dos atendimentos, tanto de
coleta do material para exames, quanto para a orientação e aconselhamento individual e
coletivo sobre prevenção das DST e tratamento (BRASIL, 2008).
Além das orientações e aconselhamento pré e pós testes, oferecem atividades
educativas (palestras) para a população sobre os riscos das DST/Aids, seu modo de
transmissão, tratamento e o controle. Na oportunidade dessas atividades são distribuídos
preservativos e materiais informativos (BRASIL, 2008).
3 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo retrospectivo do tipo documental, objetivando levantar
dados epidemiológicos acerca da infecção pelo vírus HIV de um CTA. Conforme
Marconi e Lakatos (2006) a pesquisa documental representa à fonte de coleta de dados
restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina fontes primários.
Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre ou depois.
A pesquisa foi desenvolvida no CTA do município de Goiana - PE. O CTA está
inserido no programa Municipal de DST/Aids e realiza exames sorológicos para HIV e
sífilis direcionado a população de forma gratuita, atendendo tanto a demanda
espontânea, quanto encaminhada. Além dessas atividades, também são desenvolvidas
ações de aconselhamento individual e coletivo, bem como a distribuição de preservativo
às pessoas cadastradas.
A população foi constituída por todos os clientes que realizaram a sorologia para
o HIV no período de outubro de 2005 a julho de 2009, enquanto que amostra foi
composta por todos aqueles que apresentaram sorologia positiva nesse mesmo período.
Foi utilizado como instrumento de coleta de dados o banco de dados do CTA do
referido município, após autorização do represente legal, mediante a carta de anuência.
Os dados foram agrupados e compilados através de um aplicativo computacional
(Microsoft Excel) de acordo com as necessidades e/ou complexidades impostas pelo
problema, posteriormente foram apresentados e discutidos por meio de gráficos
ilustrativos e tabelas e comparados posteriormente com a literatura pertinente.
A pesquisa foi realizada levando-se em considerações os aspectos éticos da
Resolução COFEN-240/2000, que trata do Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem, bem como da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que trata
de pesquisa com seres humanos com envolvimento direto ou indireto (BRASIL, 1996).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No período de outubro de 2005 a julho de 2009, 5.374 pessoas acessaram o CTA
para realização de exames para HIV e Sífilis, destas 103 apresentaram sorologia
positiva para HIV, sendo 54 do sexo feminino e 49 do sexo masculino, as gestantes
representam 20,37% do total de mulheres com sorologia positiva para HIV.
As pessoas que acessam o CTA, em sua maioria, são provenientes do município.
Do total de mulheres com sorologia positiva para HIV, 68,51% estão entre 15 e
36 anos de idade, nesta mesma faixa etária a população masculina corresponde a
75,51% e 100% das gestantes entre 16 de 29 anos de idade.
O grau de escolaridade, avaliado por anos de estudo, das pessoas com sorologia
positiva para HIV destaca uma tendência a pauperização da infecção no município.
A transmissão do HIV em 99% dos casos ocorreu através de relação sexual
desprotegida e 1% por uso de drogas injetáveis. Não há registro de exposição ao HIV
por acidente com material biológico.
O perfil epidemiológico, segundo a categoria de exposição heterossexual, aponta
para o aumento do número de mulheres com sorologia positiva para HIV. A feminização
e a heterossexualização da infecção pelo HIV tem como consequência o aumento de
crianças infectadas em virtude da transmissão vertical, ou seja, da gestante/parturiente
para o bebê.
Com relação à situação epidemiológica da Aids no município, foram notificados
pelo Programa Estadual de DST/Aids, no período de 1986 a maio de 2009, 86 casos.
O processo de descentralização da oferta da testagem do HIV no pré-natal vem
ocorrendo desde a estruturação do CTA (outubro/2005), no entanto a cobertura desse
exame ainda é baixa (tabela 1), o que revela as oportunidades perdidas para detecção
precoce da infecção pelo HIV e consequente instituição da profilaxia para prevenção da
transmissão vertical.
Tabela - Quantitativo de mulheres que realizaram teste anti-HIV no Pré-natal
encaminhados ao CTA / Goiana pelas Unidades Básicas de Saúde.
Outubro de 2005 a junho de
2008
Julho 2008 a julho de 2009
1.355
583
Para o Ministério da Saúde, no Brasil, entre as falhas no processo da testagem do
HIV no pré-natal, destacam-se: as diferenças sócio-espaciais; inicio tardio do
acompanhamento pré-natal, sem tempo de obter o resultado da sorologia do HIV e a
devida intervenção; atendimento pré-natal sem solicitação de teste do HIV; solicitação
compulsória do teste sem realização do aconselhamento; baixa e/ou inexistência da
testagem no terceiro trimestre (BRASIL, 2008).
A TB é a principal causa de morte entre as pessoas que vivem com HIV em todo
mundo. Dos casos diagnosticados de TB no Brasil, cerca de 15% também são infectados
pelo vírus da Aids. A mortalidade na co-infecção entre HIV e TB é também elevada no
país: a taxa é de 20%. De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde
(OMS), o Brasil tem o maior número de casos de TB na América Latina, com
aproximadamente 100 mil registros a cada ano (BRASIL, 2008).
Em razão do alto risco de co-infecção, toda pessoa com sorologia positiva para
HIV tem indicação para realizar o teste de TB. Da mesma forma, o profissional de
saúde deve oferecer o exame para HIV para as que têm TB. O diagnóstico precoce
contribui de forma efetiva para o controle da TB e da co-infecção TB/HIV, estudos
epidemiológicos demonstram a associação de história de TB e progressão para Aids e
redução da sobrevida.
O Programa Estadual de DST/Aids vem intensificando esforços no sentido de
aprimorar sua capacidade de resposta da co-infecção TB/HIV e encontra-se em curso o
desenvolvimento de tecnologias apropriadas e sustentáveis na área de diagnóstico como
a disponibilidade de teste rápido.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudos epidemiológicos mostram que a infecção pelo HIV se dá,
principalmente, através de exposições ligadas diretamente ao comportamento. Isso nos
leva a concluir que os fatores culturais, econômicos e sociais que influíram e influem na
mudança de comportamento sexual e uso de drogas, quer facilitando a entrada de
pessoas na vida sexual ativa quer facilitando a variação de parceiro sexual e fácil acesso
às drogas tem um peso bastante significativo no aumento da infecção pelo HIV e de
outras doenças sexualmente transmissíveis.
A principal estratégia estabelecida para o controle das DST, e consequentemente
do HIV é a disponibilização de serviços assistenciais acessíveis e resolutivos para
portadores de DST. O primeiro passo para o alcance desse objetivo é o treinamento dos
profissionais de saúde, para que possam fazer um atendimento adequado de todos os
portadores de DST, entendendo-se por atendimento adequado: pronto atendimento,
diagnóstico sindrômico, tratamento imediato, aconselhamento, orientação e entrega de
preservativos, oferecimento de teste anti-HIV, agendamento do retorno, oferecimento de
consulta para parceiro (a), notificação do caso.
A construção do novo Modelo de Atenção à Saúde deve acontecer por um
processo de reordenamento com expansão da atenção da rede municipal e por um
processo político junto aos diversos atores sociais que assegurem uma efetiva ação de
prevenção e tratamento das doenças sexualmente transmissíveis, garantindo assim, a
eqüidade e integralidade da atenção à saúde do portador de DST.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, R. B. Doenças sexualmente transmissíveis. São Paulo: Grupo Saúde e
Vida, 2002.
BASSICHETTO, K. C. et al. Perfil epidemiológico dos usuários de um Centro de
Testagem e Aconselhamento para DST/HIV da Rede Municipal de São Paulo, com
sorologia positiva para o HIV. Rev. bras. epidemiol. vol.7, n.3, 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v7n3/08.pdf>. Acesso em: 05 jan. 2010.
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos. Brasília-DF, 1996. Resolução 196 de 1996.
_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional
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Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/centros_testagem_aconselhamento_brasil.p
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_______. Ministério da Saúde. DST-AIDS. Disponível em:
<http://www.aids.gov.br/portalaids_services/data/Pages/LUMISBCFFC22EPTBRIE.ht
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COFEN (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM). Código de Ética dos
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<http://www.portalcofen.gov.br/2007/materias.asp?
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MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed.
São Paulo: Atlas, 2006.
NEIVA, R. H. Proposta de implantação de assistência às pessoas portadoras de
Doenças Sexualmente Transmissíveis no município de Paulista – PE. Trabalho de
conclusão do Curso de Especialização em Gestão Descentralizada realizado pela
Universidade Federal do Maranhão, 2004.
VERONESI, R.; FOCACCIA, R. Tratado de infectologia. São Paulo: Atheneu, 2004.
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