Sistema Nervoso, Sinapse e Consumo de Cocaína

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Sistema Nervoso, Sinapse e Consumo de
Cocaína
O Sistema Nervoso é responsável pela maioria das funções que controlam o organismo, coordena e regula as
atividades corporais.
O neurónio é a unidade funcional do sistema. Os neurónios
comunicam entre si através de sinapses (a sinapse dá-se no
sentido do dendrito até ao axónio), possibilitando a
propagação dos impulsos nervosos.
Este processo comunicativo entre neurónios começa com
uma descarga químico-eléctrica na membrana da célula
emissora (pré-sináptica). Quando esse impulso nervoso
chega à extremidade do axónio, o neurónio segrega uma
substância que se aloja no espaço sináptico entre esse
neurónio transmissor e o neurónio receptor (pós-sináptico).
Por sua vez, esse neurotransmissor excita o neurónio
seguinte.
A cocaína
Fig.1- Esquema de uma sinapse.
(https://neuroscienceknowledge.wordpress.com/2015/02/23/como-ocerebro-se-comunica-com-o-corpo-aprendendo-um-pouco-mais-sobresinapses/)
No século XIX, a cocaína converteu-se num ingrediente
essencial no vinho tónico e inúmeros remédios caseiros, sendo, durante cerca de aproximadamente duas
décadas, a componente mais popular da Coca-Cola. O cloridrato de cocaína é uma substância ilícita que
estimula o sistema nervoso e provém de uma planta cujo nome científico é Erytroxylon cocas sendo a sua
fórmula química C17H21NO4.
Essa substância é extraída da planta através de processos químicos cujo cultivo provém essencialmente da
América do Sul, chegando a todos os continentes, por mais variadas vias, marítima, terreste ou aérea.
A cocaína é uma das drogas mais nefastas conhecidas pelo
Homem. Os seus danos colaterais1 são irreversíveis, isto é uma
vez criada a sua dependência, é quase impossível sair desse
abismo. Esta estimula as terminações nervosas do cérebro2 que
levam à súbita euforia que os seus consumidores criam
rapidamente tolerância. Só o aumento de quantidade da cocaína
ingerida consegue provocar a mesma sensação.
Por outro lado, esta droga causa uma rápida e intensa euforia,
Fig.2-Esquema de uma sinapse após o consumo de cocaína.
sendo seguida depois pelo seu oposto – uma intensa depressão (https://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/cocaina-e-crack/)
e desespero pela avidez de mais. Os toxicodependentes não
comem ou dormem adequadamente, sofrem de frequência
cardíaca elevada, espasmos musculares e convulsões. Existem vários casos em que o indivíduo chega
mesmo a sentir-se paranóico, zangado ou ansioso.
Na mesma época, foram realizados estudos científicos relevantes que originaram discussões em torno dos
malefícios/benefícios desta substância, pondo em questão o conduzir à dependência.
Através de meios auxiliares de diagnóstico, os cientistas descobriram que a cocaína bloqueia o contacto com
os transportadores de dopamina 3 nas células cerebrais. Numa situação normal, a dopamina circula pelo
cérebro, promovendo os seus efeitos. A cocaína, ao ser ingerida, vai adulterar este mecanismo de transporte
deste neurotransmissor. A dopamina irá ficar “em suspensão” até que a cocaína seja absorvida e é essa
anormal presença no cérebro que irá causar os efeitos eufóricos associados à droga.
Tanto a dopamina como o aumento da concentração de outras substâncias no cérebro podem levar à
vasoconstrição e causar sérias lesões 4 , das quais se podem destacar as hemorragias agudas 5 e infarto
cerebral6.
Um estudo, executado no National Institute on Drug Abuse (NIDA), nos EUA, provou que o vício da
cocaína está intrinsecamente relacionando com o aumento no cérebro de recetores para substâncias
opióides 7 . Quando maior for o vício, maior a presença destes recetores. Nesta pesquisa, os
toxicodependentes foram submetidos a um mês de teste sem drogas e nalguns dos casos os valores voltam
ao normal, porém em outros indivíduos o efeito mantém-se o mesmo, o que pode significar a suscetibilidade
de voltar ao consumo.
Já não há dúvidas de que a cocaína destrói o organismo das mais variadas formas. Não só a nível interno
como físico e num curto espaço de tempo, mas também a nível químico, na medida em que cria dependência
psicológica logo na primeira vez que é consumida. É importante alertar também para a decadência
financeira, provocando os mais variados danos no seio familiar.
…Ainda achas que vale a pena? Nós… não!
Artigo realizado por: Inês Lopes nº 11 11ºCT2, Margarida Marques nº13 11ºCT2, Matilde Carvalho nº15 11ºCT2, Pedro Lima nº20 11ºCT
1
Físicos, mentais e sociais.
Ao interagir com os neurotransmissores, esta droga torna imprecisas as mensagens entre os neurónios.
3
Neurotransmissor envolvido no controle dos movimentos, aprendizagem, emoções e memória cognitiva.
4
Processo de contração dos vasos sanguíneos.
5
Rompimento abruta de um grande vaso.
6
Zona de morte cerebral, causada pela escassez de oxigénio.
7
Produzem a insensibilidade à dor e são usadas sobretudo em terapias de dor aguda. Produzem elevadas doses de euforia, hipnose
(transe) e dependência.
2
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