Adolescentes e a preocupação com a estética bucal “Sendo assim, a prevenção é deixada um pouco de lado pelos jovens e a procura pelo dentista geralmente acontece quando sentem alguma dor ou algo que os incomode esteticamente”, afirma André Felipe Abrão, ortodontista da Clínica Genesis, Mestre em Ortodontia pela FOUSP. No entanto, a prevenção é extremamente importante nessa faixa etária e permite uma atuação ampla e diversa do cirurgião-dentista, pois é quando os pacientes já estão com maior autonomia para se cuidar, para procurar informações e para optar por hábitos alimentares e de vida mais saudáveis. “Mas, para isso, é preciso que estejam cientes da importância de prevenir problemas bucais e de que um sorriso bonito também tem que ser saudável”, lembra Abrão. Além da atenção na prevenção, o atendimento odontológico do adolescente deve levar em consideração que é durante a adolescência que a dentição permanente se completa e ocorrem intensas modificações craniofaciais. “Cabe ao profissional identificar precocemente possíveis dentes supranumerários, impactados ou inclusos. As exodontias de terceiros molares - dentes do ciso podem ser necessárias no final da fase adolescente”, destaca Abrão, que também ministra aulas no Curso Clínico de Ortodontia – Braquetes Autoligados SMARTCLIP 3M® do CETAO. Problemas também muito freqüentes nessa faixa etária são a cárie dentária, a doença periodontal, as conseqüências da fluorose, a halitose e as maloclusões. Fatores que fazem parte da vida do jovem, que não estão diretamente ligados à saúde bucal, mas podem trazer conseqüências para essa área também devem ser observados. “Entre eles está o estresse, a ansiedade, a dieta desequilibrada e o aumento da responsabilidade escolar e social, que podem causar o desenvolvimento de desordens têmporo-mandibulares (DTM), dentre elas, o bruxismo, que podem ser identificados pelo cirurgião-dentista, que irá atuar preventivamente: realizando alguns procedimentos para evitar prejuízos à saúde bucal”, diz André Abrão. Problemas estéticos que incomodam O jovem pode ter os dentes tortos, desalinhados, manchados (devido ao uso de cigarro e outras substâncias que contenham corantes); erosões devido ao consumo exagerado de refrigerantes e sucos cítricos, apresentar bruxismo decorrente de estresse emocional, aumento da incidência de cárie devido ao consumo de alimentos industrializados ricos em carboidratos e açúcar e uma série de outros problemas que o incomodam muito. “O dentista é o profissional mais indicado para orientar também os praticantes de esportes quanto ao risco de traumatismos dentários, aconselhando-os, em alguns casos, a usar protetores bucais e passando noções de primeiros socorros em caso de ocorrer algum acidente. No CETAO, a Ortodontia trabalha em parceria com a Odontologia do Esporte, indicando a todos os pacientes que praticam esportes com riscos de trauma na região oral, o uso de um protetor bucal individualizado”, diz André Abrão. O perigo dos piercings Argolas, labrets bolinha, barbel, captive, alargadores, nostril, banana bell, halteres… Essas palavras soam estranhas para você? Para quem é adepto dos piercings elas são muito familiares. Apesar dos riscos...“Essa mania de furar o nariz, a orelha, os mamilos e as sombrancelhas está se tornando cada vez mais popular entre os jovens. Hoje, é muito comum pacientes adolescentes que utilizam piercings porque está na moda” , afirma o ortodontista da Clínica Genesis, André Abrão. Piercing é uma palavra inglesa cujo significado é perfuração. Para o adolescente, piercing é maneira de expressar emoção, angústias, revoltas e outros estados de espírito. É muito popular porque conquistou a garotada que não tem coragem e nem autonomia para fazer uma tatuagem. Em São Paulo, a Lei N.º 9.828/97 proíbe a colocação de piercings e a realização de tatuagens em menores de idade, mesmo com o consentimento dos pais. A legislação se tornou um obstáculo para os adolescentes e um problema também, já que vários resolvem fazer a perfuração de modo caseiro e acabam por machucar o corpo, ao invés de adorná-lo. Complicações em cena Apesar do boom do piercing entre os mais jovens, “é bom estar atento para os perigos de infecção caso a perfuração seja feita de maneira incorreta, com instrumentos inadequados e sem as devidas condições higiênicas”, alerta o professor do CETAO. O uso do piercing tem trazido sérios riscos de saúde para os adolescentes. O tempo de cicatrização varia de acordo com a região do corpo e, se não for bem colocado e mantido sob cuidados higiênicos, ele pode provocar complicações, desde reações alérgicas até doenças graves. Em último caso, doenças de todos os tipos podem ser transmitidas, inclusive a AIDS, se o material perfurante não for esterilizado ou descartável. O risco de se contrair uma infecção por más condições de higiene e objetos utilizados no local de colocação do piercing é muito grande. O acessório pode ainda causar alergia em algumas pessoas, provocar uma lesão em estruturas como veias ou artérias ou ainda, levando às últimas conseqüências, uma necrose (morte do tecido ou de parte dele) na região acometida. Existem também os riscos específicos de cada tipo de piercing. “O uso de piercings na cavidade bucal, especialmente na língua, traz riscos de aumento do fluxo salivar, dor, fraturas dentárias, impedimento da fala, hematomas, cistos, retração gengival, sangramento, lesões na mucosa e problemas em relação ao sabor dos alimentos. Trata-se de um corpo estranho no organismo, dificultando a fonação, a mastigação e a acomodação da língua”, alerta André Abrão. “Já os piercings dentais, feitos principalmente de pedras, só devem ser aplicados por dentistas. Sua instalação é completamente indolor e deve ser feita no consultório dentário que atenda a todas as normas de biossegurança, para evitar infecções, hepatites e a AIDS”, recomenda o cirurgião-dentista. Nunca se deve retirar o piercing sozinho. Somente dentistas habilitados podem colocar e retirar o adorno dental, que pode ser fixado em qualquer dente, seja ele natural, de resina ou porcelana. Isso porque se tratam de adesivos, pedras e jóias que são apenas colados no dente com um fixador especial, sem trazer prejuízo algum ao elemento dental. Tal colagem é feita da mesma forma que se colam os bráquetes ortodônticos dos aparelhos fixos. “É iniciado com a aplicação de uma substância que deixa o dente mais áspero por alguns segundos, então, aplica-se a jóia com um produto adesivo, que é polimerizado por meio de uma potente fonte de luz”, explica o ortodontista da Clínica Genesis. “Os cuidados com a higiene bucal auxiliam na vida útil do adereço. Mas, mesmo assim, com o tempo pode haver a formação de placa bacteriana e tártaro na região de contato do adesivo com o dente, sendo necessária a realização de uma profilaxia dental periódica. Cabe sempre reforçar a importância do acompanhamento do cirurgião-dentista”, defende André Abrão. Clínica Genesis - Integra o Grupo S& E- Saúde e Educação www.clinicagenesis.com.br /www.cetao.com.br