FEBRE AMARELA

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SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE FEBRE AMARELA
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1. O que é FEBRE AMARELA?
Doença infecciosa febril aguda, causada pelo vírus da febre amarela, arbovírus pertencente ao
gênero Flavivirus, família Flaviviridae, transmitida por vetores, que possui dois ciclos
epidemiológicos distintos (silvestre e urbano) embora os vetores sejam diferentes, o vírus e a
evolução da doença são absolutamente iguais. Reveste-se da maior importância epidemiológica,
por sua gravidade clínica e elevado potencial de disseminação em áreas urbanas.
2. Qual a diferença entre Febre Amarela Silvestre e a Febre Amarela Urbana?
Ambas são semelhantes dos pontos de vista etiológico, fisiopatológico, imunológico e clínico, as
diferenças entre elas dizem respeito à localização geográfica, espécie vetorial e tipo de
hospedeiro.
2.1. Febre Amarela Silvestre:
Esta forma epidemiológica da doença ocorre pela picada do mosquito (dos gêneros Haemagogus
e Sabethes) infectado com o vírus amarílico, na pessoa sadia que adentra o habitat natural dos
macacos, ou seja, na mata. É uma séria ameaça às populações rurais e um risco permanente
para a introdução do vírus nas grandes cidades e pequenas localidades infestadas pelo Aedes
aegypti.
2.2. Febre Amarela Urbana:
Esta forma epidemiológica da doença ocorre pela picada do mosquito do gênero Aedes, que tem o
habitat urbano, infectado com o vírus amarílico. A transmissão ocorre através da pessoa que
retorna da mata infectada pelo vírus amarílico e é picada na cidade pelo Aedes aegypti irá infectar
este mosquito, que será transmissor urbano.
3. Como ocorre a transmissão da Febre Amarela?
A febre amarela não é transmitida de uma pessoa para a outra. A transmissão do vírus ocorre
quando o mosquito pica uma pessoa ou primata (macaco) infectado, normalmente em regiões de
floresta e cerrado, e depois pica uma pessoa saudável que não tenha tomado a vacina.
4. Depois de quanto tempo a pessoa que é picada pelo mosquito infectado com o vírus da
Febre Amarela fica doente?
Três a seis dias após a picada do mosquito infectado, período em que o homem pode infectar os
mosquitos transmissores.
5. Quais são os principais sintomas da Febre Amarela?
Os principais sintomas da febre amarela são: febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular
muito forte, cansaço, calafrios, vômito e diarreia. Surgem em média de três a seis dias após a
picada do mosquito (período de incubação). Aproximadamente metade dos casos da doença
evolui bem. Quinze por cento, podem apresentar além dos já citados, sintomas graves como
icterícia, hemorragias, comprometimento dos rins (anúria), do fígado (hepatite e coma hepático),
dos pulmões e problemas cardíacos que podem levar à morte. Uma vez recuperado, o paciente
não apresenta sequelas.
O quadro clínico típico é caracterizado por manifestações de insuficiência hepática e renal, tendo
em geral apresentação bifásica, com um período inicial prodrômico (infecção) e um toxêmico que
surge após uma aparente remissão e, em muitos casos, evolui para óbito em aproximadamente
uma semana.
Período de infecção – dura cerca de três dias, tem início súbito e sintomas gerais como febre,
calafrios, cefalalgia, lombalgia, mialgias generalizadas, prostração, náuseas e vômitos.
Remissão – caracteriza-se pelo declínio da temperatura e diminuição dos sintomas, provocando
uma sensação de melhora no paciente dura poucas horas, no máximo um a dois dias.
Período toxêmico – reaparecem a febre, a diarreia e os vômitos com aspecto de borra de café.
Caracteriza-se pela instalação de quadro de insuficiência hepato-renal representado por icterícia,
oligúria, anúria e albuminúria, acompanhado de manifestações hemorrágicas (gengivorragias,
epistaxes, otorragias, hematêmese, melena, hematúria, sangramentos em locais de punção
venosa) e prostração intensa, além de comprometimento do sensório, com obnubilação mental e
torpor, com evolução para coma e morte. O pulso torna-se mais lento, apesar da temperatura
elevada. Essa dissociação pulso - temperatura é conhecida como sinal de Faget.
6. Existem outras doenças que podem ser confundidas com a FEBRE AMARELA?
As formas leve e moderada da febre amarela são de difícil diagnóstico diferencial pois podem ser
confundidas com outras doenças infecciosas que atingem os sistemas, respiratório, digestivo e
urinário. As formas graves, com quadro clínico clássico ou fulminante, devem ser diferenciadas de
malária por Plasmodium falciparum, leptospirose, além de formas fulminantes de hepatites.
Devem ser lembradas, ainda, as febres hemorrágicas de etiologia viral, como dengue com
complicações e septicemias.
7. Como é feito o diagnóstico laboratorial?
O diagnóstico pode realizado por isolamento do vírus amarílico e detecção de antígeno em
amostras de sangue ou tecido e por sorologia. Também podem ser realizados exames de
histopatologia em tecidos do corpo após a morte.
8. Como é o tratamento para a Febre Amarela?
Não existe tratamento específico, trata-se apenas os sintomas que surgirem, com cuidadosa
assistência ao paciente que deve permanecer em repouso e sob hospitalização, faz-se reposição
de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser
atendido numa unidade de terapia intensiva (UTI), o que reduz as complicações e a letalidade
(morte).
9. Como proceder nos casos suspeitos de Febre Amarela?
Ocorrência de suspeita de febre amarela deve ser notificada imediatamente e investigada o mais
rápido possível, pois se trata de uma doença grave e de notificação compulsória internacional.
Todos os casos suspeitos devem ser informados às autoridades sanitárias, já que um caso pode
sinalizar o início de um surto, o que pede medidas de ação imediata de controle.
10. Como se prevenir da Febre Amarela?
A única forma de evitar a Febre Amarela é a vacinação contra a doença. A vacina é altamente
eficaz (confere imunidade em 95% a 99% dos vacinados) e está disponível gratuitamente nos
postos de saúde em qualquer época do ano.
11. Qual a via de administração e a dosagem da vacina Febre Amarela?
A vacina contra febre amarela é administrada por via subcutânea, na dosagem de 0,5 ml.
12. Quem deve receber a vacina?
Toda pessoa nunca vacinada ou com esquema incompleto que reside ou vai viajar para áreas
com recomendação da vacinação. A idade recomendada para iniciar a vacinação contra febre
amarela é aos nove meses de idade, porém em situação de surto, a intensificação de vacinação e
vacinação de bloqueio por ocorrência de epizootias (morte em macacos) com ou sem confirmação
laboratorial, e ou ocorrência de casos confirmados ou suspeitos da doença em humanos, a idade
mínima para vacinação é a partir dos seis meses de idade, independente da vacinação ser feita
em área urbana ou rural.
13. Quantas doses da vacina preciso tomar?
O novo esquema vacinal da Febre Amarela é o seguinte:
• Crianças de 9 meses até 4 anos 11 meses e 29 dias de idade: administrar 1 dose aos 9
meses e 1 dose de reforço aos 4 anos de idade;
• Pessoas a partir de 5 anos de idade, que receberam uma dose da vacina antes de
completar 5 anos de idade: administrar uma única dose de reforço. Com intervalo mínimo de 30
dias;
• Pessoas a partir de 5 anos idade, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de
vacinação: administrar a primeira dose da vacina e 1 dose de reforço, 10 anos após a
administração desta dose;
• Pessoas a partir dos 5 anos de idade que receberam 2 doses da vacina: considerar
vacinado. Não administrar nenhuma dose;
• Pessoas com 60 anos e mais que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de
vacinação: o médico deverá avaliar o benefício/risco da vacinação, levando em conta o risco da
doença.
14. Então não é preciso mais tomar um reforço da vacina de 10 em 10 anos?
Não. Adultos que tenham 2 doses comprovadas no cartão de vacinação, considerar vacinado, não
precisa receber outra dose. Caso tenha apenas uma dose há mais de 10 anos deverá receber
outra dose.
15. Se tomou a vacina há menos de dez anos e tem a confirmação através do cartão de
vacinação, é preciso tomá-la em caso de epizootia (morte de macacos) e/ou casos
suspeitos e confirmados em humanos?
Não. A não ser que você não tenha o cartão de vacinação.
16. Todas as pessoas podem tomar a vacina da Febre Amarela?
Não. Ela é contraindicada para pessoas que estiverem nos grupos abaixo:
● Em crianças com menos de 6 meses de idade;
● Pacientes com imunodepressão de qualquer natureza;
● Pacientes infectados pelo HIV com imunossupressão grave, com contagem de células CD4 <
200 células/mm³ ou menor de 15% do total de linfócitos para crianças menores de 6 anos;
● Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (para crianças: dosagens acima de 2
mg/kg/dia e em adulto doses maiores ou iguais a 20 mg/kg/dia, período maior que 14 dias). Em
regiões de médio e alto risco para febre amarela, devem ter sua vacinação avaliada;
● Pacientes submetidos a transplante de órgãos;
● Pacientes com imunodeficiência primária;
● Pacientes com neoplasia;
● Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, ausência do
timo);
● Indivíduos com história de reação anafilática as substâncias presentes na vacina (ovo de
galinha e seus derivados, gelatina bovina ou outras);
● Gestantes, a administração deve ser analisada caso a caso na vigência de surtos.
17. Em qual situação a gestante poderá tomar a vacina da Febre Amarela?
A recomendação de vacinar gestantes de febre amarela existe quando a situação epidemiológica
torna o risco da doença elevado. Desse modo, há que se avaliar a relação de risco e benefício de
sua aplicação, reservando-a para situações especiais onde a exposição da gestante ao vírus
amarílico é inevitável e ou, em casos de emergência epidemiológica, quando o risco de infecção
natural existe, independente da idade gestacional.
18. E a mãe que está amamentando pode receber a vacina da Febre Amarela?
Nas Nutrizes ou lactantes a vacinação deve ser evitada, ou postergada até a criança completar 6
meses de idade. Na impossibilidade de adiar a vacinação, devem ser adotados os seguintes
cuidados: antes da vacinação realizar a ordenha do leite e manter congelado por 28 dias, em
freezer ou congelador, para o uso durante o período de viremia, ou seja, por 28 dias ou, pelo
menos 15 dias após a vacinação. Caso a ordenha não seja possível, encaminhar a mãe a rede de
banco de leite humano.
Obs. como realizar a ordenha procurar unidades de saúde para receber orientações.
19. Quais orientações para pessoas de 60 anos ou mais?
Pessoas com 60 anos ou mais que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação,
devem passar por consulta médica para avaliar o benefício/risco da vacinação, levando em conta
o risco da doença.
20. Após o recebimento da vacina o paciente pode ingerir bebida alcoólica?
Sim. Não há nada registrado que contra indique a ingestão de bebida alcoólica após a vacinação
contra febre amarela.
21. A vacina Febre Amarela pode ser administrada no mesmo dia, com outras vacinas do
esquema de vacinação?
Sim. Exceto nas crianças menores de 2 anos de idade nunca vacinadas com a vacina de Febre
Amarela, não administrar simultaneamente com a vacina Tríplice Viral ou a Tetra Viral, em
decorrência da resposta imunológica ser menor. O ideal é obedecer um intervalo mínimo de 30
dias entre as vacinas. Entretanto, em situações de surto das doenças (Febre Amarela ou
Sarampo) poderão ser administradas simultaneamente.
22. A vacina Febre Amarela pode provocar eventos adversos (reações)?
Podem ocorrem manifestações locais e sistêmicas nos primeiros dias após a vacinação com
duração de 1 a 3 dias na maioria dos casos. Sendo: dor no local de aplicação, febre, dor de
cabeça (cefaleia), dores musculares (mialgia). Reações graves são raramente relatadas.
Na ocorrência de eventos adversos, procurar os postos de vacinação para que seja feita a
notificação, investigação e orientações caso a caso.
23. Qual a exigência sanitária em relação a vacina Febre Amarela para os viajantes?
Para viajantes internacionais, com destino as áreas endêmicas de Febre Amarela, a vacinação é
uma exigência sanitária internacional. Com isso o Certificado Internacional de Vacinação e
Profilaxia - CIVP é um documento que comprova a vacinação contra a doença conforme definido
no Regulamento Sanitário Internacional.
O Brasil recomenda a vacinação contra Febre Amarela para viajantes com destino as áreas
internacionais de risco para a doença, bem como para viajantes com destino as áreas nacionais
de risco para transmissão da mesma, pelo menos 10 (dez) dias antes da viagem, para as
pessoas nunca vacinadas ou sem comprovante de vacinação.
24. Como obter o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia/CIVP?
Os viajantes devem procurar os Centros de Orientação de Viajantes para efetuar a troca do
cartão de vacinação. A lista com os países que exigem o Certificado, locais de endereço dos
Centros de Orientação de Viajantes, documentos necessários, isenção do CIVP, assim como,
outras orientações ao viajante, consultar o site da ANVISA http://www.anvisa.gov.br/viajante.
25. Pessoas que não pode vacinar e precisam se deslocar para áreas de risco. O que fazer?
1. Evitar adentrar áreas de risco como: matas, zona rural, rios;
2. Não sendo possível evitar o acesso às áreas de risco, devem fazer uso de roupas com mangas
longas, calças e repelentes. Tentar prevenir picadas de insetos de todas as formas possíveis.
26. Onde obter mais informações?
Para outras informações, acessar os sites a seguir:
● Ministério da Saúde www.saude.gov.br
● Secretaria de Vigilância em Saúde www.saude.gov.br/svs
● Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento www.agricultura.gov.br
● Organização Mundial de Saúde www.who.int
RFERÊNCIAS
1. Disponível em: <www.anvisa.gov.br>. Acesso em:14 Julho.2015.
2. Disponível em: <www.saude.gov.br/svs>. Acesso em: 14 Julho.2015.
3. Nota Informativa Nº. 143 - CGPNI/DEVIT/SVS/MS – Recomendações da vacinação contra
Febre Amarela, após a declaração da Organização Mundial de Saúde, 12/2014.
4. Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-vacinação/
Brasil.Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde, 3ª edição, 2014.
5. Guia de Vigilância em Saúde. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília, 2014.
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