violencia no futebol - TCC On-line

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VIOLÊNCIA NO FUTEBOL: A PERSONALIDADE DO ATLETA
DIANTE DE SEU COMPORTAMENTO.
Helen Roberta Lima de Oliveira
Orientadora: Prof. Ms. Beatriz Dorigo
1- Acadêmica do curso de Educação Física, Bacharelado, da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);
2- Educação Física, Prof. da Universidade Tuiuti do Paraná.
[email protected]
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RESUMO: O presente estudo objetivou identificar se há a mudança de personalidade diante do
comportamento de atletas de futebol, buscando analisar por meio de atitudes agressivas geradas dentro de
campo. Para isso, o instrumento utilizado foi um questionário adaptado de agressão do BAGGI (Bredemeier
AtheleticInventory) para ser utilizado no contexto esportivo, com 26 questões fechadas para os atletas. A
população deste estudo foi atletas da suburbana de Curitiba, apenas do sexo masculino dos quais os
mesmos responderam o questionário. A pesquisa foi composta por 50 atletas. Diante dessas constatações
percebe-se que a personalidade tem uma influência no meio esportivo por estar associada ao comportamento
dos atletas e as atitudes tomadas dentro de campo não sendo as mesmas fora dele. Diante dessas
constatações percebe se que os atletas podem ser influenciados também por fatores ambientais externos e
influenciados pela alteração emocional do momento que está vivendo.
Palavras Chaves: comportamento, atleta, futebol.
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ABSTRACT: This study aimed to identify if there is a personality change before the soccer players
behavior , trying to analyze through aggressive attitudes generated on the pitch. For this, the instrument was a
questionnaire adapted from aggression Baggi ( Bredemeier AtheleticInventory ) to be used in the sporting
context , with 26 closed questions for athletes. The study population was athletes from Curitiba suburban ,
only male of which they answered the questionnaire . The survey was composed of 50 athletes. Given these
findings it is clear that personality has an influence in sports to be associated with the behavior of athletes and
the actions taken on the field not being the same out of it. Given these findings realize that athletes can also
be influenced by external environmental factors and influenced by emotional moment change that is living.
Keywords: behavior, athlete, football
1. INTRODUÇÃO
Desde os primórdios, a humanidade sempre se preocupou em tentar achar uma
explicação para a diferença de comportamentos e personalidades humanas, mas as
inúmeras dúvidas surgiam através de questionamentos sem respostas, mesmo estando
associados fatores biológicos e psicológicos. Entretanto, as contribuições de autores
acercam teorias explicativas e divergentes sobre a origem da personalidade, tornando as
limitadas e indecifráveis na tentativa de compreender os comportamentos humanos, ou
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seja, tentar entender as ações realizadas pelas pessoas em determinadas situações, bem
como os motivos que condicionam tais ações, e todas as possíveis alterações que o meio e
as relações sociais, ao longo da vida, proporcionam a cada indivíduo.
Segundo D`Andrea (2000, pg. 10) a "personalidade é a resultante psicofísica da
interação da hereditariedade com o meio, manifestada através do comportamento, cuja
características são peculiares a cada pessoa", ou seja, ninguém nasce idêntico ao outro, o
que pode existir são pessoas semelhantes, porém que manifestem comportamentos
diferentes. Sendo assim podemos inquestionavelmente identificar que o desenvolvimento
do ser humano é completamente heterogêneo.
Para uma melhor compreensão, a personalidade encontra se dividida em três níveis
estruturais básicos, sendo eles; O núcleo psicológico, as respostas típicas e o
comportamento relacionado ao desempenho de papeis. Segundo Weinberg & Gould (2001,
pg. 50) "o núcleo psicológico representa a peça central de sua personalidade", onde os
valores básicos de cada indivíduo giram em torno de si mesmo, do mesmo modo que
Samulski (2002, pg. 36) ressalta que esse nível estrutural "inclui atitudes e valores, motivos
e interesses, pensamentos e crenças sobre a própria pessoa". Já as respostas típicas
agem de forma intermediária entre esses níveis estruturais, pois elas resultam da interação
entre o núcleo psicológico e os comportamentos relacionados ao desempenho de papeis.
Dessa forma, Weinberg e Gould (2001, pg. 50) conceituam essas respostas típicas como
"as formas como cada um de nós aprende a ajustar se ao ambiente ou como geralmente
respondemos ao mundo à nossa volta". Na extremidade da pirâmide estrutural encontra se
o comportamento relacionado ao desempenho de papeis, ou seja, uma estrutura externa e
dinâmica da personalidade, a qual "seu comportamento mudará à medida que mudarem
suas percepções do ambiente", conforme cita Weinberg e Gould (2001, pg. 50).
Sendo assim, a partir desses três níveis estruturais da personalidade onde em
conjunto e proporcionam estabilidade e mudanças desejáveis, de forma que esses
aspectos (Central, ou estável e dinâmico, ou variável) fornecem uma sustentação para
exercer sua função em sociedade e também possibilitar a aprendizagem.
De acordo com Weinberg e Gould (2001, pg. 50) "o estudo da personalidade ajudanos a trabalhar melhor com estudantes, atletas e praticantes de exercícios", ou seja, há
uma linha muito tênue entre a personalidade e o esporte, e essas relações são
representadas na Psicologia do Esporte, que de acordo com Vieira. et al (2010, pg. 392) "
No Brasil a Psicologia do Esporte tem sido considerada como um ramo emergente da
Psicologia, tanto em congressos científicos da psicologia, como em seus cursos de
graduação ". Nesse sentido, para compreender melhor o seu desenvolvimento ao longo
dos anos, é necessário entender seu conceito.
Segundo Samulski (2002, pg. 03) " a Psicologia do esporte e do exercício é o estudo
cientifico de pessoas e seus comportamentos no contexto do esporte e dos exercícios
físicos e a aplicação desses conhecimentos ". Já na concepção de Rubio (1999, pg. 60) a
psicologia estuda e atua em "situações que envolvem motivação, personalidade, agressão
e violência, liderança, dinâmica em grupo, bem-estar de atletas caracterizando se como um
espaço onde o enfoque social, educacional e clinico se completam". De acordo com
Weinberg e Gould (2001, pg. 28) "a psicologia do esporte e do exercício é o estudo
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cientifico de pessoas e seus comportamentos em atividades esportivas e atividades físicas
e a aplicação pratica desse conhecimento".
Essas definições são necessárias para compreender que a Psicologia do Esporte
está diretamente associada à Psicologia e a Ciências dos Esportes, contribuindo
profissionalmente para os demais campos. A psicologia do esporte traz um tema muito
abordado dentro do esporte, que se relaciona a personalidade, a agressão.
Para Gould (2001, pg. 494), agressão é definida como ''qualquer comportamento
dirigido a prejudicar ou ferir intencionalmente um outro ser vivo''. Ou seja, a agressão é
caracterizada com qualquer ato que seja prejudicial a outra pessoa, seja ele físico ou
verbal, sendo interpretado como uma necessidade de alteração comportamental.
Segundo Buriti (1997, pg. 77), "a origem da agressividade pode se dar de várias
formas, mas o que parece mais correto é que se trata de uma somatória de diversos
fatores". Isto é, pode se tratar como uma forma instintiva, que pode se consistir como uma
forma de defesa de território ou sobrevivência. Buriti (1997, pg. 76), ressalta que a
agressão se torna, "uma violação das normas sociais e regidas pela sociedade em que o
agressor está inserido".
Então, a agressão além ser instintiva, ou seja do indivíduo nascer com ela, ainda há
um aprendizado de profanação das regras, sendo com atos hostis em há o intuito de
prejudicar, ou com atos instrumentais, que por outro lado, ocorre a busca de algum objetivo
sem a intenção de prejudicar. No esporte, temos que compreender as diferentes formas de
personalidade e seus comportamentos agressivos, pois para Buriti (1997, pg.79), "a
agressão surge então como componente importante no processo", ou seja, apesar de
existir dois tipos diferentes de atos (hostil e instrumental), o atleta terá que exercer a prática
do ato instrumental, o que se torna necessário para a competição.
De acordo com Buriti (1997, pg. 79), o esporte, seria uma “válvula de escape para as
tensões acumuladas", ou seja, o esporte acaba se tornando uma forma do atleta projetar
sentimentos de tensão, frustração, ansiedade, emoção, entre outros fatores que podem
causar a agressão e a mudança de personalidade dentro da modalidade praticada.
Pode se tomar como exemplo o futebol, que segundo Samulski (2002, pg. 206), "o
surgimento de comportamentos agressivos e violentos depende de forma significativa da
importância emocional que o jogo representa para cada jogador", ou seja, o jogador poderá
influenciar ou ser influenciado devido ao seu estado emocional e o quão representa a
partida para ele, podendo assim deixar se levar pela torcida, adversários, colegas, criando
então um clima suscetível para a quebra das regras, tornando se agressivo. Já para
Bidutte. et al ( 2005, pg. 02), trazem que, “as ações coletivas favorecem o comportamento
agressivo e, como resultado, enfraquecem o controle moral”, ou seja, o futebol por ser um
esporte coletivo se torna um facilitador para os comportamentos agressivos, pois a
perspectiva de jogo não será apenas do atleta como um praticante “individual” haverá
fatores ambientais, segundo Samulski (2002 pg.206), que influenciaram em seu
comportamento, porém cabe ao atleta utilizar se de um ato instrumental.
Para Singer (1997, pg. 89), "é lógico esperar que a personalidade do esportista seja
modificada pela extensão e natureza de suas experiências esportivas". Quer dizer, que,
devido ao convívio na modalidade esportiva, o comportamento do atleta acabou se
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moldando a característica do esporte, devido a necessidade de execuções de movimentos
exigidos para a ação. Se houver a necessidade de força contra o adversário ou contra o
ambiente, será difícil ao atleta mensurar sua força, mantendo se dentro das regras.
2. METODOLOGIA
Esse estudo é de cunho quantitativo caracterizado como comparativo a partir de
questionário. A mensuração dos resultados foi realizada a partir do critério em
porcentagens a partir das respostas dos participantes.
INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS
Questionário de agressividade em competição adaptado do BAGGI (Bredemeier
Atheletic Inventory), desenvolvido por Bredemeier em 1975, com o objetivo de avaliar a
agressão no contexto esportivo. Este teste foi inicialmente composto com base na definição
de Gould (2001), que define a agressão como qualquer ato que seja prejudicial à outra
pessoa, seja ele físico ou verbal caracterizando também a intimidação como um indicador
agressivo.
Considerou se ainda, a proposta de Buriti (1997), de existir dois tipos diferentes de
atos, hostil e instrumental, ou seja, o atleta terá de separar a agressividade hostil e
instrumental. Nesses termos foram constituídas 26 perguntas de condutas agressivas no
esporte, com respostas fechadas, com três níveis possíveis de avaliação em que o atleta
deveria assinalar a frequência de ocorrência entre, sempre, às vezes e nunca. O
procedimento de coleta de dados realizou se antes do início da partida, para a explicação e
apresentação do objetivo da pesquisa.
Após todo o procedimento de autorização e explicação referente à participação do
estudo, foi aplicado o questionário não ultrapassando 20 minutos.
POPULAÇÃO
A população deste estudo foi atletas amadores de Futebol do gênero masculino de
dois times da suburbana da cidade de Curitiba PR
AMOSTRA
A amostra foi composta por 50 atletas amadores de futebol, sendo todos do gênero
masculino, que participam de competições na modalidade Futebol de campo. Todos os
sujeitos são residentes da região metropolitana de Curitiba PR, com idade mínima de 19
anos e máxima de 57 anos. A amostra foi do tipo não probabilístico, isto é, de
conveniência, uma vez que participaram apenas aqueles que aceitaram, voluntariamente,
fazer parte do estudo.
3.RESULTADOS E DISCUSSÃO
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1. Sempre que posso na partida faço algo para
incomodar meus adversários.
Sim
As vezes
Nunca
38%
46%
16%
De acordo com o quadro acima, pode-se observar que na pergunta 1, 38% dos
atletas responderam “sim”, que sempre que podem fazem algo para incomodar os
adversários na partida. Já 46% dos atletas responderam que “as vezes” fazem algo para
incomodar os adversários e apenas 16% responderam que não sentem vontade de fazer
algo para incomodar os adversários. Em uma análise geral dos resultados apresentados,
pode-se observar que é normal que haja mudanças no comportamento dos atletas durante
a partida, conforme ressalta Buriti (1997, pg.76), que “ é normal que surjam vários
componentes de comportamento humano”. Ou seja, a alteração comportamental se
modifica, pois a alteração e sentimentos vividos do momento se tornam uma válvula de
escape do momento.
2. Provoco meus adversários para intimidá-los.
Sim
16%
As vezes
64%
Nunca
20%
Na pergunta 2, pode-se observar que 16% dos atletas responderam que sim,
provocam seus adversários para intimidá-los. Já 64% dos atletas que participaram da
pesquisa, responderam que as vezes provocam seus adversários, e 20% responderam que
nunca provocam para intimida-los.
3. Quando estou ao lado de meu adversário
falo coisas para tirar sua concentração.
Sim
22%
As vezes
56%
Nunca
22%
Na pergunta 3, pode-se observar que 22% dos atletas responderam que quando
estão ao lado de seus adversários, falam coisas para desconcentra-los. No entanto, 56%
dos atletas responderam que as vezes falam algo para tirar a concentração dos seus
adversários, e apenas 22% dos atletas responderam que nunca falam coisas para
desconcentrar seus adversários.
Em relação a questão levantada acima, nota-se uma discrepância nos resultados
obtidos, 78% dos atletas responderam que “sim e as vezes ” falam algo para desconcentrar
seus adversários, onde segundo Buriti (1997, pg. 76) “ o emocional contribui no processo
com as emoções do momento”, ou seja, as provocações elas não se tornam a fim de
agredir fisicamente o adversário, mas sim de alterar o seu estado emocional
4. Em meio a uma partida falo coisas para os
adversários para irritar.
Sim
18%
As vezes
58%
Nunca
24%
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Na pergunta 4, pode-se observar que 18% dos atletas responderam “sim”, que em
meio a uma partida de futebol, falam coisas para irritar os seus adversários. Já 58% dos
atletas, responderam que “as vezes” falam coisas para irritar os mesmos, e 24% dos
atletas responderam que “nunca” falam coisas para irritar os adversários.
5. Se o juiz não estiver vendo, provoco meus
adversários.
Sim
20%
As vezes
46%
Nunca
34%
De acordo com o gráfico acima, pode se identificar que na pergunta 5, 20%
respondeu que sempre que o juiz não está olhando provoca os adversários. Já 46%
responderam que as vezes e 34% nunca provocam os adversários.
6. Importuno os meus adversários.
Sim
20%
As vezes
60%
Nunca
20%
Na pergunta 6, pode-se observar que 20% dos atletas responderam tanto para “sim”
quanto para “nunca” eles importunam dos seus adversários ne partida de futebol. Enquanto
que na maioria, 60% dos atletas responderam que “as vezes” importunam seus
adversários.
Em relação as questões 4, 5 e 6 levantas acima, nota-se uma discrepância dos
resultados onde a intenção dos atletas é desconcentrar, intimidar, provocar e importunar os
adversários no momento da partida de futebol. Com base nas informações obtidas e de
acordo com D’ Andrea (2000, pg. 10) “ os diferentes tipos de comportamento, resultam de
experiências e de estímulos atuais do meio”, ou seja, os atletas podem ter sido vítimas de
estímulos e de experiências vividas no passado ou no presente, e portam esse
comportamento com o adversário, não para provocar uma agressão física, mas sim alterar
o emocional e despertar irritabilidade no adversário.
7. Xingo meus adversários sem que o juiz veja
Sim
10%
As vezes
44%
Nunca
46%
Na pergunta 7, pode-se observar um equilíbrio nas respostas dos atletas, onde 44%
dos mesmos responderam que “as vezes” xingam seus adversários sem que o juiz veja, e
46% responderam que nunca xingam seus adversários. Somente 10% dos atletas
responderam que “sim”, xingam seus adversários sem que o juiz veja.
8. Quando estou frente a frente com um
adversário encaroo com firmeza para intimidar.
Sim
28%
As vezes
46%
Nunca
26%
Na pergunta 8, pode-se observar que 28% dos atletas responderam “sim”, que
quando estão frente a frente com um adversário encaram-no com firmeza para intimida-lo.
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Já 46% dos mesmos, responderam “as vezes”, e 26% responderam que “nunca” encaram
com firmeza o adversário para intimida-lo. Desta forma, Bidutte (2005), compreende que na
análise das perguntas 7 e 8, são atitudes que o atleta tem dentro do campo, podendo ser
do momento que está sendo vivido, o que torna as condutas intimidativas, constrangedoras
elevadas, tornando as agressões verbais constantes dentro da competição, se tornando
uma forma de intimidar o adversário e para ele uma forma de defesa própria.
9. Quando faço falta falo que não fiz para
enganar o juiz.
Sim
14%
As vezes
62%
Nunca
24%
Na pergunta 9, pode-se observar que 14% dos atletas responderam que “sim”,
quando fazem falta, falam que não fizeram para enganar o juiz. Já 62% responderam “as
vezes” para a pergunta acima, e 24% responderam que “nunca” falam que não fizeram a
falta para enganar o juiz. Para D’Andrea (2000, pg.11) “o caráter é o conjunto de formas
comportamentais mais elaboradas e determinadas pelas influências ambientais, sociais e
culturais, que o indivíduo usa para adaptar se ao meio”. Ou seja, os indivíduos utilizam se
de suas maneiras para enganar, esconder a verdade, muitas vezes omitindo fatos reais,
acontecidos da competição, para seu benefício próprio.
10. Xingo meus adversários para causar
constrangimento.
Sim
2%
As vezes
50%
Nunca
48%
Na pergunta 10, nota-se um equilíbrio nas respostas dos atletas, 50% responderam
que “as vezes” xingam os adversários para causar constrangimento, e 48% responderam
que “nunca”. Quanto a resposta “sim”, uma minoria de 2% dos atletas optou pela resposta.
Desta forma, levando em consideração que a agressividade é uma somatória de fatores,
ela também serve como forma de defesa e ataque, já que a mesma muitas vezes é
transmitida verbalmente pelos atletas (BURITTI, 1997).
11. Se pudesse bateria no juiz quando marca
falta contra minha equipe.
Sim
8%
As vezes
66%
Nunca
26%
Na pergunta 11, pode-se observar que uma minoria de 8% dos atletas responderam
que “sim”, se pudessem bateriam no juiz quando o mesmo marca falta contra a sua equipe.
Já 66% dos atletas responderam “as vezes”, e 26% responderam “nunca” bateriam no juiz,
caso ele marcasse falta contra a sua equipe. Com base nas informações obtidas através do
questionário aplicado aos atletas, a partir das respostas da questão 11, é dentro do campo
que o atleta se sente encorajado e afim de projetar suas emoções para fora, e com isso
aumenta a vontade de agredir as pessoas ao seu redor, mais especificamente, o juiz e os
indivíduos da equipe adversaria, tornando aquele momento dentro da partida de futebol
como uma válvula de escape (BURITTI, 1997).
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12. Quando estou perdendo em meio à
competição me irrito e faço mais faltas do
normalmente
Sim
30%
As vezes
54%
Nunca
16%
Na pergunta 12, pode-se observar que 30% dos atletas responderam que “sim” e
54% responderam que “as vezes”, quando estão perdendo em meio à competição se
irritam e fazem mais falta que o normal. Já 16% responderam que “nunca” se irritam diante
a uma derrota. Conforme Buriti (1997, pg. 79) ressalta que “o indivíduo possui a
capacidade de modificar o próprio comportamento e adaptá-lo a situações precisas”, é
natural do ser humano modificar o seu comportamento diante uma situação de perca,
fazendo o que for preciso para evitar este quadro de derrota, mais especificamente no
futebol, tornando-se mais agressivo e consequentemente causando mais faltas nos
adversários.
13. Quando perco em uma competição, faço
algo para me punir.
Sim
6%
As vezes
26%
Nunca
68%
Na pergunta 13, pode-se identificar que uma minoria de 6% dos atletas responderam
que “sim”, quando perdem uma competição, fazem algo para se punir. Já 26% dos atletas
responderam que “as vezes”, e 68% dos mesmos responderam que “nunca” fazem algo
para se punir, após perderem uma competição. De acordo com Samulski (2000, pg. 200),
“a derrota gera uma reação de frustação no individuo”, onde o mesmo acha alguma
maneira de minimizar essa frustação através da própria punição.
14. Perder competindo-me da raiva e tento
sempre descontar em alguém.
Sim
4%
As vezes
32%
Nunca
64%
Na pergunta 14, como pode-se observar acima, 4% dos atletas responderam que
“sim”, que perder numa competição da raiva e vontade de descontar em alguém. Já 32%
dos atletas optaram pela resposta “as vezes” e 64% responderam que “nunca” tentam
descontar a raiva em alguém. Para Singer (1997, pg 98), “a raiva que o atleta pode sentir
está relacionado a ansiedade de desempenho geral”. Ou seja, os sentimentos gerados são
sentimentos vividos ou momentâneos, podendo interferir em seu desempenho e em suas
atitudes, dentro e fora do campo.
15. Sinto vontade de bater nos meus
adversários no meio da competição
Sim
12%
As vezes
52%
Nunca
36%
Na pergunta 15, pode-se observar que 12% dos atletas responderam “sim”, que
sentem vontade de bater nos adversários no meio da competição. Já 52% dos atletas
responderam “as vezes”, e 36% dos mesmos responderam “nunca”.
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16. Quando perco tenho vontade de bater nos
meus adversários.
Sim
10%
As vezes
50%
Nunca
40%
Na pergunta 16, pode-se observar que 10% dos atletas responderam “sim”, que
quando perdem sentem vontade de bater nos adversários. No entanto a maioria, 50% dos
atletas responderam “as vezes”, e 40% responderam que “nunca”, para a questão acima.
17. Quando estou perdendo e faço falta, quero
bater no juiz que a marcou.
Sim
14%
As vezes
50%
Nunca
36%
Na pergunta 17, pode-se observar que 14% dos atletas responderam “sim”, quando
estão perdendo e fazem falta, quer bater no juiz que a marcou. Já a maioria, 50% dos
atletas responderam que “as vezes” sentem vontade de bater no juiz que marcou a falta.
Do total de atletas entrevistados, 36% responderam que “nunca” sentem vontade de
agredir fisicamente o juiz.
Em relação as questões 15, 16 e 17 levantadas acima, onde os resultados mais
significativos estão relacionados de forma sucinta com a agressividade durante a
competição. As ações que os atletas cometem para intimidar se tornam como uma forma
de defesa pessoal, como forma de demonstrar ser superior ou possuir mais habilidades, ou
até mesmo com o objetivo de alterar o lado emocional do adversário, sendo interpretada
como uma forma de alteração comportamental vivida no momento da partida. (PUJALS,
2005).
18. Faço faltas para constranger meus
adversários
Sim
12%
As vezes
32%
Nunca
56%
Na pergunta 18, pode-se observar que 12% dos atletas responderam “sim”,
cometem faltas para constranger os adversários. Já 32% responderam que “as vezes”, e
56% responderam que “nunca”, fazem falta para constranger os adversários. Segundo
Singer (1997, pg.89) “ por tantas situações ambientais nos afetarem, é perigoso atribuir as
mudanças”. Ou seja, o atleta sente a necessidade constranger seu adversário e cometer
falta como forma de se sentir seguro, porém nessa questão a maioria dos atletas
respondeu ter um controle de si, não repulsando o adversário com faltas ou gestos
constrangedores.
19. Sinto vontade de quebrar os vestiários
quando perco uma partida decisiva
Sim
10%
As vezes
36%
Nunca
54%
Na pergunta 19, pode-se observar que 10% dos atletas responderam “sim”, que
sentem vontade de quebrar os vestiários quando perdem uma partida decisiva. Já 36%
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optaram pela resposta “as vezes”, e 54% responderam que “nunca” sentem vontade de
quebrar os vestiários.De acordo com os resultados obtidos acima, Thomas (1993, pg. 128)
menciona que “a prática do esporte altera a personalidade do atleta”. Ou seja, o atleta na
sua emoção e diante de um resultado que não esperado, altera o seu comportamento
sentindo a vontade de projetar seus sentimentos para fora de si.
20. Faço falta em meus adversários para
machucar lhes.
Sim
0%
As vezes
32%
Nunca
68%
Na pergunta 20, pode-se observar que 32% dos atletas responderam “as vezes”,
que fazem falta nos adversários para machucar lhes. Já 68% dos atletas responderam que
“nunca” fazem falta com o objetivo de machucar os adversários. De acordo com as
respostas dos atletas na questão acima, Thomas (1983, pg. 129) evidencia que “forma-se
um traço característico de sua índole”.
21. Nas competições me irrito com facilidade.
Sim
18%
As vezes
56%
Nunca
26%
Na pergunta 21, pode-se observar que 18% dos atletas responderam que “sim”, se
irritam com facilidade nas competições. Já a maioria, 56% responderam que “as vezes” se
irritam, e 26% dos mesmos responderam que “nunca” se irritam com facilidade nas
competições.
22. Sinto vontade de brigar nas competições.
Sim
8%
As vezes
52%
Nunca
40%
Já na pergunta 22, uma minoria de 8% dos atletas responderam que “sim”, sentem
vontade de brigar nas competições. Já a maioria, 52% dos atletas responderam que “as
vezes” sentem vontade de brigar, e 40% dos mesmos, responderam que “nunca” sentem
vontade de brigar. Para Buriti (1997, pg. 76) ”determinadas situações desencadeiam o
problema”. Ou seja, as emoções tomam conta do momento, porém cabe ao domínio
cognitivo, sócio afetivo e psicomotor para solucionar o problema, não reagindo de forma
agressiva.
23. Sinto vontade de distorcer os resultados
das partidas para me favorecer
Sim
0%
As vezes
26%
Nunca
74%
Na pergunta 23, pode-se observar que 26% dos atletas responderam que “as vezes”
sentem vontade de distorcer os resultados das partidas para se favorecer. No entanto, 74%
dos atletas responderam que “nunca” sentem essa vontade.
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24. Se pudesse, faria algo para manipular o
resultado da competição a meu favor.
Sim
2%
As vezes
14%
Nunca
84%
Já na pergunta 24 pode-se identificar que 2% dos atletas responderam que se
pudessem fariam algo para manipular os resultados e se favorecerem dos mesmos. Já
14% responderam que “as vezes”, e 84% responderam que “nunca” fariam algo para
manipular o resultado da competição e se favorecerem.
Em síntese geral dos resultados obtidos a partir das questões 23 e 24, as respostas
mais significativas dos atletas amadores de futebol foram para a resposta “nunca”, que
conforme Singer (1997, pg. 92) “sucesso, fracassos passados e esperanças futuras
determinam os sentimentos das pessoas ao entrarem em uma competição”. Ou seja, as
ações cometidas dentro de campo são geradas por sentimentos e emoções devido a uma
disputa que para eles tem um significado. Porem pode-se entender que os atletas por mais
que tenham seus sentimentos presentes não sentem à vontade de trapacear ou distorcer
informações ou resultados.
25. Faço qualquer coisa para prejudicar meus
adversários
Sim
0%
As vezes
22%
Nunca
78%
Na pergunta 25, pode-se observar que 22% dos atletas responderam que “as vezes”
fazem qualquer coisa para prejudicar seus adversários. No entanto, 78% dos atletas
responderam que “nunca” fazem qualquer coisa para prejudicar seus adversários.
26. Distorço informações para prejudicar os
outros nas partidas.
Sim
0%
As vezes
16%
Nunca
84%
Na pergunta 26, pode-se observar que apenas 16% dos atletas responderam que
“as vezes” distorcem informações para prejudicar os outros nas partidas. No entanto, 84%
responderam que “nunca” distorcem informações para prejudicar os outros nas partidas.
Em relação as questões 25 e 26 levantas acima, nota-se uma discrepância dos
resultados das respostas “nunca” para as demais. Com base nessas informações e de
acordo com Singer (1997, pg. 92),frequentemente os atletas relatam se sentir nervosos
imediatamente antes da competição, o que indica o significado da atividade para eles. Ou
seja, o começo de uma partida para disputa de um resultado deixa os atletas nervosos,
mas em nenhum momento de nervosismo eles sentem à vontade de prejudicar um
oponente para se favorecer ou de distorcer informações.
4.CONCLUSÃO
Diante dos resultados pode-se inferir que o objetivo geral deste estudo foi atingido,
pois foi possível por meio da análise dos questionários dos atletas amadores de futebol de
campo de Curitiba, perceber que a personalidade, mais especificamente o comportamento
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dos atletas dentro do campo, podem ser modificadas perante a situação que tenham que
enfrentar adversários.
Apesar do reconhecimento dos atletas quanto as suas atitudes cometidas dentro de
campo, o que chamou a atenção na análise dos atletas é que as mesmas perguntas
respondidas no questionário, foram feitas fora do campo e os mesmos responderam que,
não tem nenhum sentimento que o façam cometer as mesmas atitudes fora do campo.
Diante dessas constatações, pode se enfatizar que é perante a situação de disputa
que os jogadores utilizam comportamentos agressivos como forma intimidar seus
adversários, podendo essas situações ser estimuladas por fatores externos também como:
torcida, técnico, adversário, o que faz eles terem estímulos maiores para alteração do
emocional do momento, resultando a modificação comportamental em atitudes agressivas.
Sugere-se que sejam realizadas mais pesquisas acerca da necessidade para o
assunto personalidade dos atletas dentro do futebol diante do seu comportamento, já que
não há um número suficiente para resultados mais seguros, tornando muita peculiar do
assunto personalidade.
5.REFERÊNCIAS
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