CONCURSO DELEGADO POLÍCIA CIVIL – Professor Kanduka Oliveira – MATO GROSSO (MT)
GEOGRAFIA DE MATO GROSSO:
Pontos cardeais e colaterais de Mato Grosso
1 Mato Grosso e a região Centro-Oeste. 2 Geopolítica de Mato
Grosso. 3 Ocupação do território. 4 Aspectos físicos e domínios
naturais do espaço mato-grossense. 5 Aspectos políticoadministrativos. 6 Aspectos socioeconômicos de Mato Grosso. 7
Formação étnica. 8 Dinâmica da população em Mato Grosso. 9
Programas governamentais e fronteira agrícola mato-grossense. 10 A
economia do Estado no contexto nacional. 11 A urbanização do
Estado. 12 Produção e as questões ambientais.
Localização do estado do Mato Grosso
Região Centro-Oeste
Estado do Mato Grosso
INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA DO MATO GROSSO
A Região Centro-Oeste
A Região Centro-Oeste é uma das cinco Regiões que compõem o
território brasileiro. É composta pelos Estados de Goiás, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e pelo Distrito Federal. Sua área é de 1.612.000
Km2, ocupando aproximadamente 18,8% do Brasil, tendo a segunda
maior extensão territorial entre as Regiões brasileiras, sendo menor
apenas que a Região Norte.
Seu povoamento é consequência dos fluxos migratórios, isso
ocorreu primeiramente devido à atuação dos bandeirantes paulistas e
ao transporte de gado do Sul e Sudeste para as primeiras fazendas do
Centro-Oeste.
Nas últimas décadas, a Região tem sido bastante atrativa para
correntes migratórias, principalmente da Região Nordeste.
Esse processo se intensificou na década de 1950, com a
construção de Brasília. Mas, o Centro-Oeste brasileiro tem absorvido
fluxos migratórios de todo Brasil. São pessoas de vários locais do país
que migram para a Região em busca de emprego e melhores
condições de vida.
A partir da década de 1970 com a política de ocupação do Centro
Oeste e da Amazônia, pelos governos militares, a região se
transformou numa das mais importantes fronteiras agrícolas do país,
atraindo migrantes do Sul e Sudeste em busca de seus vastos
chapadões e planícies, consolidando o agronegócio na região.
Características Gerais
Somados os três Estados e o Distrito Federal, o Centro-Oeste
brasileiro é composto por 466 municípios e população total de 15 660
988 habitantes (estimativa IBGE/2016). É uma região pouco povoada,
apresenta densidade demográfica de aproximadamente 9,75
habitantes por Km2. A maioria reside em áreas urbanas 88,8%, apenas
11,2% moram na zona rural.
O relevo do Centro-Oeste caracteriza-se por terrenos antigos e
aplainados pela erosão, fato esse que desencadeou os chapadões na
Região. O clima é tropical semiúmido, o cerrado é a vegetação
predominante. As principais atividades econômicas são a agricultura e
a pecuária, há também uma forte presença de indústrias.
As manifestações culturais de maior destaque no Centro-Oeste
são: Fogaréu na Cidade de Goiás, Cavalhada na cidade de
Pirenópolis, ambos no Estado de Goiás; Cururu, dança folclórica dos
Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O turismo no Centro-Oeste é baseado nas belezas naturais da
região. Destaca-se o Pantanal, Chapada dos Guimarães, Chapada dos
Veadeiros, Parque Nacional das Emas, Bonito, Pirenópolis, Cidade de
Goiás, além do Distrito Federal.
O estado do Mato Grosso
CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO
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O Mato Grosso ocupa uma área de 903366.192 km² do território
que são bem conhecidas: região Norte, região Nordeste, região Centrobrasileiro e localiza-se a oeste do Meridiano de Greenwich e
oeste, região Sudeste e região Sul.
a sul da Linha do Equador, tendo fuso horário -4 horas em relação a
O terceiro nível analítico são os Estados (ou Unidades
hora mundial GMT. No Brasil, o estado faz parte da região CentroAdministrativas). Existem ao todo vinte e sete destes no Brasil.
Oeste, fazendo fronteiras com os estados de Mato Grosso do
O quarto nível é representado pelas mesorregiões: ao todo, a
Sul, Goiás, Pará, Amazonas, Rondônia, Tocantins, além de um país,
subdivisão corrente se vale de cento e trinta e sete mesorregiões.
a Bolívia.
O quinto nível corresponde às microrregiões, que são subdivisões
A capital (Cuiabá) está localizada a 15º35'55.36" lat. e 56º05'47.25"
das mesorregiões: ao todo, estão definidas 558 microrregiões.
long., sendo conhecida, por isso mesmo, como coração da América do
Finalmente, o sexto nível corresponde aos municípios, dos quais
Sul.
existem 5.570, mas na realidade dois tem status especial: o Distrito
O centro geodésico da América do Sul fica em Cuiabá.
Federal é considerado uma unidade em todos os níveis hierárquicos
O Fuso Horário em vigor é uma hora menor em relação ao Horário
(ou seja, é um Estado, uma mesorregião, uma microrregião e um
de Brasília e quatro horas a menos em relação a Greenwich, UTC-4.
município ao mesmo tempo), e o arquipélago de Fernando de Noronha,
Geralmente entre os meses de outubro e fevereiro adota-se o Horário
que é um distrito estadual, pertencente a Pernambuco, mas
de Verão, no qual os relógios são adiantados uma hora para poupar
considerado como município para fins de análise.
energia. Curiosamente, ainda que em caráter não oficial, alguns
municípios do leste do estado, na região conhecida como "Vale do
As 5 mesorregiões de Mato Grosso
Araguaia", adotam o Horário de Brasília mesmo sendo obrigados por
lei a adotarem o Fuso Horário Oficial de Mato Grosso.
A população, por sua vez, alega que a região já está dentro do
fluxo 45° O e, além disso, sofre muita influência do estado de Goiás,
uma vez que por se tratar de região de divisa, a capital Goiânia está
muito mais próxima que Cuiabá. Portanto, municípios como Barra do
Garças, Alto Araguaia, Canarana, Água Boa e Nova Xavantina, por
exemplo, seguem o Horário de Brasília.
RAIO-X DO ESTADO DO MATO GROSSO
 Região: Centro-Oeste
 Área: 903 378,292 Km2 (3ª.)
 População: 3.033.991(18ª.) IBGE (2010)
 Urbanização: 82% Urbana 18 % Rural
 Estimativa da população atual: 3 305 531 IBGE (2016)  Crescimento populacional em relação a 2000: 17%
 Fronteiras estaduais: AM, PA (N), TO, GO (L), MS (S) e RO e
Bolívia (O)
 Mesorregiões: 5
 Microrregiões: 22
 Municípios: 141
 PIB: R$ 101,2 bilhões (14º) – (2014) IBGE
 Crescimento médio do PIB 2002/2014: 8,8% (IBGE)
 Participação nacional no PIB: 1,8%
 Renda per capita: 31.396,81 (2015) (9ª.)
 IDH: Alto: 0,725 (2010) (11º.)
 Expectativa de vida: 74,0 ANOS (2015) (12ª.)
 Mortalidade infantil: 17,3/1000 nascimentos (2015) (10º.)
 Analfabetismo: 7,8 % (2010) (11º.)
Os 10 municípios mais ricos de Mato Grosso
1. Cuiabá (Centro-Sul)
2. Rondonópolis (Centro Sul)
3. Várzea Grande (Sudeste)
4. Sorriso (Norte)
5. Primavera do Leste (Sudeste)
6. Sinop (Norte)
7. Lucas do Rio Verde (Norte)
8. Nova Mutum (Norte)
9. Sapezal (Norte)
10. Campo Novo dos Parecis (Norte)
Mesorregião é uma subdivisão dos estados brasileiros que
congrega diversos municípios de uma área geográfica com
similaridades econômicas e sociais, que por sua vez, são subdivididas
em microrregiões. Foi criada pelo IBGE e é utilizada para fins
estatísticos e não constitui, portanto, uma entidade política ou
administrativa.
O IBGE divide o Mato Grosso em 5 mesorregiões.
1. Norte Mato-grossense (8 microrregiões)
2. Nordeste Mato-grossense (3 microrregiões)
3. Sudoeste Mato-grossense (3 microrregiões)
4. Centro-Sul Mato-grossense (4 microrregiões)
5. Sudeste Mato-grossense (4 microrregiões)
PIB das mesorregiões de Mato Grosso
Fonte: IBGE/2012
Conceitos sobre regionalização do IBGE
O Brasil é um país, de dimensões continentais. O país todo
representa o primeiro nível da hierarquia.
O segundo nível, para fins de análises estatísticas são as cinco
macrorregiões, também conhecidas como grandes regiões nacionais,
CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO
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As 22 microrregiões de Mato Grosso
I – Noroeste 1 – Juína
II – Norte – Alta Floresta
III – Nordeste – Vila Rica
IV – Leste – Barra do Garças
V- Sudeste – Rondonópolis
VI – Sul – Cuiabá/Várzea Grande
VII – Sudeste – Cáceres
VIII- Oeste Tangará da Serra
IX – Centro-Oeste – Diamantino
X – Centro – Sorriso
XI – Noroeste 2 – Juara
XII – Centro-Norte - Sinop
Amazônia Legal
A Amazônia Legal Brasileira é formada pelos estados do Acre,
Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato
Grosso e grande parte do estado do Maranhão (a partir do meridiano
44º.W).
1. Alta Floresta
2. Alto Guaporé
3. Alto Araguaia
4. Alto Pantanal
5. Alto Paraguai
6. Alto Teles Pires
7. Arinos
8. Aripuanã
9. Canarana
10. Colíder
11. Cuiabá
12. Jauru
13. Médio Araguaia
14. Norte Araguaia
15. Paranatinga
16. Parecis
17. Primavera do Leste
18. Rondonópolis
19. Rosário Oeste
20. Sinop
21. Tangará da Serra
22. Tesouro
Geopolítica do Mato Grosso
Limites da Amazônia Legal (BGE/2014)
REGIÕES DE PLANEJAMENTO
Mato Grosso possui 141 municípios, agrupados em 22
microrregiões político-administrativas, que fazem parte de
5mesorregiões definidas pelo IBGE. Em 2001, através de estudos
produzidos pela Seplan-MT, foi realizada uma nova regionalização do
Estado e foram definidas 12 Regiões de Planejamento.
Atualmente Mato Grosso possui 75 terras indígenas e 19 unidades
de conservação federais, 42 estaduais e 44 municipais distribuídas
entre reservas, parques, bosques, estações ecológicas e RPPN
(Reserva Particular do Patrimônio Nacional).
Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá
A Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá foi instituída em
2009, pela lei complementar estadual nº 359, sendo composta
pelos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Nossa Senhora do
Livramento e Santo Antônio de Leverger.
A lei também define o entorno metropolitano (também conhecido
como
colar
metropolitano),
formado
pelos
municípios
de Acorizal, Barão
de
Melgaço, Chapada
dos
CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO
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Guimarães, Jangada, Nobres, Nova
Brasilândia, Planalto
da
subordinação e intensidade dos variados fluxos existentes entre essas
Serra, Poconé e Rosário Oeste.
cidades. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Atualmente conta com uma população de 887.410 habitantes na
produziu o estudo mais recente dedicado ao tema, o "Regiões de
região metropolitana, sendo a 2ª região metropolitana do Centro-Oeste
influência das cidades - 2007" (REGIC 2007).
do Brasil, além de cerca de 110.764 habitantes nos municípios em seu
De acordo com a classificação do IBGE, há quatro níveis
entorno.
na hierarquia urbana, com dois ou três subníveis em cada. São
eles: metrópoles (grande metrópole nacional, metrópole nacional e
metrópole), capitais regionais (A, B e C), centros sub-regionais (A e B)
e centros de zona (A e B). Por fim, há os centros locais, que são
representados pelos restantes dos municípios em que a sua
importância não extrapola os limites municipais.
Em termos de hierarquia de cidades Cuiabá é classificada pelo
IBGE como Capital Regional A.
Diferença entre RIDE e Região Metropolitana (RM)
A diferença básica entre as RIDEs e às Regiões Metropolitanas,
que são recortes territoriais semelhantes, está na composição, pois
enquanto nas RIDES existem municípios de mais de uma Unidade da
Federação, nas Regiões Metropolitanas todos os municípios são da
mesma Unidade da Federação, a segunda diferença e que as RIDES
são criadas por lei federal e as regiões metropolitanas são leis dos
estados.
Municípios da Região Metropolitana
Entorno ou Colar Metropolitano
Hierarquia de cidades
Região metropolitana é uma organização política criada por lei,
composta por um município-núcleo (que empresta seu nome à Região
Metropolitana) somado a um conjunto de municípios que, em termos
funcionais, formam um único espaço urbano integrado.
No último Censo Demográfico (2010) o Brasil possuía 36 Regiões
Metropolitanas e três Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDEs).
Desse total apenas 12 são metrópoles, as demais classificam-se como
capitais regionais - nível na hierarquia urbana imediatamente inferior.
A hierarquia
urbana
do
Brasil
é
a estruturação
hierárquica dos centros urbanos brasileiros, refletindo o grau de
As 10 maiores cidades de Mato Grosso
1 - Cuiabá
Cuiabá é a capital do estado de Mato Grosso. A cidade está
situado às margens do rio Cuiabá, na sua margem esquerda, e forma
uma conurbação com o município de Várzea Grande. Segundo o IBGE,
a população de Cuiabá é de 581.700 habitantes, enquanto que a
população da conurbação ultrapassa os 800 mil habitantes.
É conhecida como "cidade verde", por causa da grande
arborização.
2 - Várzea Grande
Várzea Grande é uma cidade do estado de Mato Grosso. É a
segunda cidade mais populosa do estado, a 7ª mais populosa do
centro oeste, a 100ª cidade mais populosa do Brasil e está em
conurbação com Cuiabá, da qual é separada pelo Rio Cuiabá.
Pertence à Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá.
3 - Rondonópolis
Rondonópolis é uma cidade do estado de Mato Grosso.
Localizado na região Sudeste do estado, a 210 km da capital Cuiabá.
Possui 230.320 habitantes.
A cidade é rica em belezas naturais e tem solo fértil em sua zona
rural. Já é conhecida nacionalmente pelo seu excelente desempenho
agropecuário, que lhe garante a liderança do ranking de exportações
do Estado e o reconhecimento como a capital do agronegócio e do
bitrem.
4 - Sinop
Sinop é a quarta maior cidade de MT com sua população em 2016
estimada em 131.900 habitantes. Possui uma área de 3.194,339 km².
É conhecida como a Capital do Nortão, sendo atualmente pólo de
referência em todo o norte mato-grossense.
A cidade de Sinop é resultado da política de ocupação da
Amazônia Legal Brasileira, desenvolvida pelo Governo Federal na
década de 1970. O seu nome deriva das letras iniciais da Colonizadora
que projetou a cidade, Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná.
5 - Tangará da Serra
Tangará da Serra é uma cidade com população de 110.100
habitantes, conforme a estimativa do IBGE, em 2016.
Criado em 13 de maio de 1976, é consideravelmente novo e
destaca-se pelo seu rápido crescimento populacional e econômico,
além de ser um dos mais progressistas do interior do estado. Sua
economia baseia-se na prestação de serviços, agroindústria e
agricultura, com destaque para a produção de soja e cana-de-açúcar.
O comércio é considerando um dos mais estruturados no interior de
Mato Grosso. O município é um pólo regional, sendo uma das cidades
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mais ricas do estado, possuindo também diversos atrativos turísticos
em seu interior, como cachoeiras, pousadas e parques.
6 - Cáceres
A Cidade de Cáceres está localizada na mesorregião Centro-Sul
do estado de Mato Grosso e na microrregião do Alto Pantanal. Tem
uma população de 90.600 segundo estimativa do o IBGE e faz fronteira
com a Bolívia.
Cáceres é banhada pelo Rio Paraguai, que tem Topografia
predominante acidentada à esquerda, com presença de região
montanhosa em cordilheiras com escarpas. Ao sul, apresenta extensa
área de planície pantanosa.
7 - Sorriso
Sorriso é uma cidade do estado de Mato Grosso. Sua população,
de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, é de 82.200 habitantes em 2016. A cidade está Localizada
as margens da BR-163 no entroncamento com a BR-242.
A emancipação político-administrativa de Sorriso ocorreu em 1986,
Municípios em Latitudes e longitudes extremas no Mato Grosso
mas sua colonização começou na década de 70.
8 - Barra do Garças
Barra do Garças é uma cidade localizada no estado de Mato
Grosso, do qual é o oitavo município mais populoso, com população de
59.800 habitantes, conforme a estimativa do IBGE, em 2016. A criação
do município de Barra do Garças veio a ser uma encampação do
município de Araguaiana, ou seja, uma mudança de sede de
Araguaiana para Barra do Garças, passando Araguaiana à distrito de
Barra do Garças.
9 - Primavera do Leste
Primavera do Leste é uma cidade do estado de Mato Grosso.
Localiza-se a uma latitude 15º33'32" sul e a uma longitude 54º17'46"
oeste, estando a uma altitude de 636 metros. Sua população, de
acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, é de 58.200 habitantes em 2016.
10 - Lucas do Rio Verde
Lucas do Rio Verde é uma cidade do estado de Mato Grosso,
Relevo do Mato Grosso
Região Centro-Oeste do Brasil. Pertence a microrregião de Alto Teles
Pires e mesorregião do norte-matogrossense, distante 333 km a norte
de Cuiabá, capital estadual. Conhecida com a sua alta qualidade de
vida e alto Índice de Desenvolvimento Humano. Sua população
estimada em 2016 é de 58.100 habitantes.
ASPECTOS FÍSICOS E GEOMORFOLÓGICOS
Latitude e longitude
O estado do Mato Grosso está totalmente inserido no Hemisfério
Sul (ao sul da Linha do Equador), portanto, está localizado na latitude
9º.S e 18º.S.
O Estado do Mato Grosso está totalmente inserido a Oeste do
Meridiano de Greenwitch, portanto, está localizado na longitude 50º.W
e 61º.W.
OBSERVAÇÃO: W=West ou Oeste, em português.
Mato Grosso é um estado com altitudes modestas, o relevo
apresenta grandes superfícies aplainadas, talhadas em rochas
sedimentares e abrange três regiões distintas: na porção centro-norte
do estado, a dos chapadões sedimentares e planaltos cristalinos (com
altitudes entre 400 e 800m), que integram o planalto central brasileiro.
A do planalto arenito-basáltico, localizada no sul, simples parcela
do planalto meridional, com as maiores altitudes podendo chegar de
800 a mais de 1100m.
O Ponto mais elevado de Mato Grosso é a Serra de Monte Cristo,
a 1118 metros acima do nível do mar, na região sudoeste do estado.
A parte do Pantanal Mato-Grossense, baixada da porção centroocidental.
Ao sul do Planalto Brasileiro, situa-se o divisor de águas entre
as bacias dos rios Paraguai e Amazonas, constituído em parte
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pela Chapada dos Parecis. A maior parte da área é drenada pelos rios
da Bacia amazônica.
A planície aluvial do médio Araguaia situa-se na região limítrofe
entre Mato Grosso e Goiás. Tem natureza semelhante à da planície do
Pantanal: ampla, está sujeita a inundações anuais e deposição
periódica de aluviões.
. Pouco depois dela, para oeste, ficam os contrafortes da Serra do
Roncador.
Hidrografia do Mato Grosso
Mato Grosso é um dos lugares com maior volume de água doce no
mundo. Considerado a caixa-d'água do Brasil por conta dos seus
inúmeros rios, aquíferos e nascentes. O planalto dos Parecis, que
ocupa toda porção centro-norte do território, é o principal divisor de
águas do estado. Ele reparte as águas das três bacias hidrográficas
mais importantes do Brasil: Bacia Amazônica, Bacia Platina e Bacia do
Tocantins.
Os rio de Mato Grosso estão divididos nessas três grandes bacias
hidrográficas que integram o sistema nacional, no entanto, devido à
enorme riqueza hídrica do estado, muito rios possuem características
específicas e ligações tão estreitas com os locais que atravessam que
representam, por si só, uma unidade geográfica, recebendo o nome de
sub-bacias.
As principais sub-bacias do estado são: Sub-bacia do Guaporé,
Sub-bacia do Aripuanã, Sub-bacia do Juruena-Arinos, Sub-bacia do
Teles Pires e Sub-Bacia do Xingu.
Os rios pertencentes a Bacia Amazônica drenam 2/3 do território
mato-grossense.
VEGETAÇÃO
Mato Grosso é o único estado a possuir características de três
biomas: o pantanal, o cerrado e a amazônia.
Mato Grosso, rico em biodiversidade, é o único estado da
federação a possuir três ecossistemas distintos.
Cerrado
O Cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira e
originalmente ocupava uma área de quase dois milhões de km², sendo
que hoje ocupa cerca apenas 20% do total. Em Mato Grosso a área
ocupada por este bioma é de aproximadamente 300 mil km², o
equivalente a 34% do território estadual.
Característico de regiões tropicais, o Cerrado apresenta duas
estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco. Em pelo
menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca
que prolonga-se por cinco a seis meses.
Por ter deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, típico
solo de savana tropical, abriga plantas de aparência seca e árvores de
troncos retorcidos e curvados com folhas grossas e esparsas. Estas
árvores e plantas vivem em meio a uma vegetação rala e rasteira,
misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas não muito
altas.
Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o
barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira,
o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem
diferentes tipos de capim, como o capim-flecha, que pode atingir uma
altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas
ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de
árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos,
próximos às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as
veredas de buriti.
Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os
amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima
do nível do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m.
Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta
seus rios. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da
América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região
favorece sua biodiversidade
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Cerrado (bioma hotpot)
- 2º maior bioma do Brasil (23,9% do território nacional (2 milhões
de km2)
- mais rica floresta de savana do mundo (44% de espécies vegetais
endêmicas – pelo menos 300 de uso medicinal)
Possui + de:
- 10.000 tipos de vegetais
- 195 mamíferos
- 605 aves
- 225 répteis
- 250 anfíbios
Principais paisagens fisionômicas do cerrado
O cerrado apresenta expressiva diversidiade fisionômica, veja as
principais a seguir:
Cerradão ou Mata tropical do cerrado
O revestimento do solo é feito em quase sua totalidade por
gramíneas que podem ultrapassar a altura de 1 metro. Nesse tipo de
vegetação são comuns que formas lenhosas constituam agrupamento,
dando ao ambiente uma aparência de “ilhas” de vegetação, os
chamados campos de murundus.
Campo Limpo
Vegetação exuberante, cada vez mais rara, tipicamente arbórea, é
fechada e, geralmente, de altura irregular, varia de 7 até 15m com
árvores individuais podendo chegar a 20 metros.
Cerrado ou cerrado típico (Stricto sensu.)
É o tipo de cerrado mais comum. Árvores de pequeno porte,
poucas folhagens, raízes longas adequadas à procura de água no subsolo, folhas pequenas duras e grossas, caindo grande parte na
Estação seca. As espécies nativas mais comuns são: pau-terra, pausanto, barbatimão, pequi, araticum e murici
Campo sujo
Uma divisão do cerrado, que apresenta árvores bastante
espaçadas uma das outras e, às vezes, em formação compacta. Ex:
lixeira, gramínea etc.
No campo sujo, os arbustos e subarbustos, que se destacam da
camada graminosa, tem caules relativamente finos. Geralmente
morrem a cada ano, sendo continuamente renovados a partir de
brotações da base lenhosa.
Caracteriza-se por se constituir uma formação tipicamente
herbácea, com feição de estepes, quando isoladas; se em tubas
deixam parcelas de terrenos descobertas, sob a forma de praiarias;
quando é contínua, reveste densamente o terreno. Está ligada à
topografia e hidrografia, notando-se uma associação nos divisores de
água, nas encostas das elevações onde o lençol freático aflora, e,
também, nas várzeas dos rios. Ex: Ilha do Bananal – onde se dá
criação extensiva do gado no estado.
Os campos limpos são usados regionalmente como pastagens
naturais, pois seus recursos forrageiros são abundantes,
principalmente após a passagem do fogo, quando os capins emitem
folhas tenras que apetecem ao gado. Algumas leguminosas ricas em
proteínas ocorrem junto com a massa gramínea, ajudando a elevar o
valor forrageiro dos campos.
Mata ciliar, de galeria ou mata ripária:
Também conhecida como Floresta tropical, a mata ciliar ou de
galeria ou ripária ocorre ao longo dos rios, córregos e outros cursos
d’água. Pode ser subdividida em duas: a mata ciliar úmida ou inundada
e a mata ciliar seca.
Esta fisionomia é comumente associada a solos hidromórficos
(com excesso de umidade na maior parte do ano) devido ao lençol
freático superficial e grande quantidade de material orgânico
acumulado, o que a torna uma mata rica em madeira de lei e árvores
de alto porte.
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Veredas, buritizais ou brejos:
Popularmente conhecidas como brejo. São ambientes bastantes
peculiares, onde o solo apresenta uma constante saturação d’água,
formando verdadeiros pântanos. Ocorrem geralmente em solos rasos,
mas aparecem também em encostas de morros e afloramento
rochosos.
As veredas, em geral, são longas, com dezenas de metros de
largura. As plantas típicas desses ambientes são o buriti, nas áreas
mais úmidas, e babaçu e carnaúba, nas áreas mais secas.
As veredas são muito importantes ecologicamente, pois na época
da seca constituem-se em verdadeiros oásis para certos animais que
nelas vão buscar água e alimento, além de servirem de filtro contra
erosão e a contaminação de nascentes.
LEITURA COMPLEMENTAR
A Floresta Amazônica
Cobre perto de 3 milhões de Km2 de terras brasileiras, 1/3 dos 9
milhões de Km2 de florestas tropicais remanescentes no mundo. É
banhada por 8% de toda a água doce disponível no planeta e abriga
um complexo de ecossistemas (terra firme, várzea, igapó). O nº de
espécies vegetais ainda é uma incógnita, mas as 30 mil já conhecidas
pela ciência somam 10% do total mundial. As espécies animais são
estimadas em 30 milhões de insetos, 2.500 peixes, 900 de aves, 324
de mamíferos (58 de primatas, 22 deles classificados nos anos 90).
Isso constitui a maior concentração de vida do planeta. Tanta pujança,
porém, depende de um complexo e delicado equilíbrio entre solo,
clima, flora e fauna. Rompido o equilíbrio em 3 a 6 anos a terra mal
produz capim.
A presença humana da Amazônia até hoje é rarefeita e
problemática. A selva já derrotou grandes projetos de ocupação, do
marajoara, há 2.500 anos à Fordlândia em 1926. O surto da borracha
não durou duas gerações.
Vivem ali comunidades indígenas e caboclas, donas de uma
cultura de adaptação sofisticada a seu modo, mas de base tecnológica
primitiva, muitas vezes miseráveis e sem perspectiva de expansão.
Igarapé na Floresta Amazônica
A fronteira agrícola, a partir dos anos 70, ataca as bordas da
floresta com uma atividade predatória, devastadora, à base da
exploração madereira-queimadas-pecuária extensiva ou da
garimpagem e mineração. A cada ano o desflorestamento avança 15
mil Km². A civilização ainda não produziu um modelo de ocupação e
desenvolvimento sustentado para a maior floresta tropical do mundo
Amazônia
A Amazônia é o ecossistema de maior diversidade biológica do
mundo, representando a mais extensa floresta tropical existente. É
também o maior bioma brasileiro, sendo que de seus
aproximadamente 5,5 milhões de km² de extensão, em torno de 3,3
milhões de km², estão em território brasileiro, e desses, pelo menos
550 mil km² estão dentro do estado de Mato Grosso.
Embora a região fosse, tradicionalmente, vista como um bioma
relativamente homogêneo, reconhece-se hoje tratar-se de um mosaico
de distintos ecossistemas que abrigam comunidades bastante
heterogêneas, tanto em composição quanto em diversidade (Prance &
Love Joy, 1985).
A fauna é caracterizada, em sua maioria, por formas florestais com
adaptações típicas. Os primatas, aves, anfíbios e peixes atingem na
Amazônia a sua maior diversificação taxonômica dentro do continente
americano. Devido a sua grande área de superfície, a Amazônia ainda
possui vastas extensões cobertas por floresta tropical úmida.
É uma floresta tropical fechada, formada em boa parte por árvores
de grande porte, situando-se próximas uma das outras (floresta
fechada). O solo desta floresta não é muito rico, pois possui apenas
uma fina camada de nutrientes. Esta é formada pela decomposição de
folhas, frutos e animais mortos. Este rico húmus é matéria essencial
para as milhares de espécies de plantas e árvores que se desenvolvem
nesta região. Outra característica importante da floresta amazônica é o
perfeito equilíbrio do ecossistema. Tudo que ela produz é aproveitado
de forma eficiente. A grande quantidade de chuvas na região também
colabora para o seu perfeito desenvolvimento.
Como as árvores crescem muito juntas uma das outras, as
espécies de vegetação rasteira estão presentes em pouca quantidade
na floresta. Isto ocorre, pois com a chegada de poucos raios solares ao
solo, este tipo de vegetação não consegue se desenvolver. O mesmo
vale para os animais. A grande maioria das espécies desta floresta vive
nas árvores e são de pequeno e médio porte.
Podemos citar como exemplos de animais típicos da floresta
amazônica: macacos, cobras, marsupiais, tucanos, pica-paus,
roedores, morcegos entre outros. Os rios que cortam a floresta
amazônica (rio amazonas e seus afluentes) são repletos de diversas
espécies de peixes.
O clima que encontramos na região desta floresta é o equatorial,
pois ela está situada próxima à linha do equador. Neste tipo de clima,
as temperaturas são elevadas e o índice pluviométrico (quantidade de
chuvas) também. Num dia típico na floresta amazônica, podemos
encontrar muito calor durante o dia com chuvas fortes no final da tarde.
CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO
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CONCURSO DELEGADO POLÍCIA CIVIL – Professor Kanduka Oliveira – MATO GROSSO (MT)
Pantanal
Professor Kanduka Oliveira
Bacharel e Licenciado em História (UFG)
Especialista em História Econômica do Brasil
[email protected]
Instagram: @professorkanduka
Periscope: @professorkanduka
Periscope: @amo_direito
O Pantanal é uma planície periodicamente inundável, cujo
fenômeno é regulado pelas cheias e vazantes da Bacia do Rio
Paraguai. Nestes ciclos das águas, estas invadem os campos,
tomando quase que todas as suas terras. Nesta estação, as plantas se
reproduzem e criam toda vegetação exuberante que marca com beleza
este oásis biológico, de água, luz e terra.
Na vazante do Pantanal suas terras ainda mais ricas e férteis, são
invadidas pelos pássaros que buscam suas lagoas para pesca e
alimentos necessários, este fato transforma a região num imenso
viveiro natural.
Esta grande bacia hidrográfica tributária do Rio Paraná, na sua
parte brasileira abrange parcialmente a região Centro Oeste. A bacia
de drenagem do Paraguai Superior e do Alto Paraguai alcança a área
total de 548 mil km², dos quais 63,1% pertencem ao Brasil, o restante
encontra-se em território paraguaio e boliviano. Cerca de 35% do
Pantanal brasileiro se encontra em Mato Grosso.
Esta imensa região alagadiça está sob influência do próprio Rio
Paraguai e de alguns tributários: Rio Jauru, Piquiri, São Lourenço,
Taquari e Cuiabá. A Bacia Sedimentar do Pantanal é formada de água,
ar, terra, fauna e flora, dentro de mais de 240 mil km² de superfície
líquida a drenar em direção sudoeste. O lençol líquido é definido, não
adquire a correnteza dos caudais, desliza.
O clima é quente e úmido, no verão, e frio e seco, no inverno.
Durante a seca, os campos se tornam amarelados e não sendo raro a
temperatura descer a níveis abaixo de 0 °C, e registrar geadas,
influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente. A maior
parte dos solos do Pantanal são arenosos e suportam pastagens
nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado bovino,
introduzido pelos colonizadores da região.
A vegetação pantaneira é um mosaico de três regiões distintas:
amazônica, cerrado e chaco (paraguaio e boliviano). Diferencia-se o
aguapé, milhões de plantas flutuantes, o mais perfeito normalizador da
integração sol-ar-água-poluição.
A grande característica da fauna pantaneira é o domínio
populacional de espécies de vertebrados de médio e grande porte, que
são favorecidos pelo regime hídrico da região. A região pantaneira
possui uma das biodiversidades mais ricas do planeta, como mais de
duas mil espécies de aves, peixes, mamíferos e répteis. Alguns
animais, como o tuiuiú e o jacaré, tornaram-se verdadeiros símbolos da
região.
A área é, também, bastante importante nas rotas de migração de
várias espécies de aves não-residentes, proporcionando alimentação e
refúgio sazonais.
CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO
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