CONCURSO DELEGADO POLÍCIA CIVIL – Professor Kanduka Oliveira – MATO GROSSO (MT) GEOGRAFIA DE MATO GROSSO: Pontos cardeais e colaterais de Mato Grosso 1 Mato Grosso e a região Centro-Oeste. 2 Geopolítica de Mato Grosso. 3 Ocupação do território. 4 Aspectos físicos e domínios naturais do espaço mato-grossense. 5 Aspectos políticoadministrativos. 6 Aspectos socioeconômicos de Mato Grosso. 7 Formação étnica. 8 Dinâmica da população em Mato Grosso. 9 Programas governamentais e fronteira agrícola mato-grossense. 10 A economia do Estado no contexto nacional. 11 A urbanização do Estado. 12 Produção e as questões ambientais. Localização do estado do Mato Grosso Região Centro-Oeste Estado do Mato Grosso INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA DO MATO GROSSO A Região Centro-Oeste A Região Centro-Oeste é uma das cinco Regiões que compõem o território brasileiro. É composta pelos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e pelo Distrito Federal. Sua área é de 1.612.000 Km2, ocupando aproximadamente 18,8% do Brasil, tendo a segunda maior extensão territorial entre as Regiões brasileiras, sendo menor apenas que a Região Norte. Seu povoamento é consequência dos fluxos migratórios, isso ocorreu primeiramente devido à atuação dos bandeirantes paulistas e ao transporte de gado do Sul e Sudeste para as primeiras fazendas do Centro-Oeste. Nas últimas décadas, a Região tem sido bastante atrativa para correntes migratórias, principalmente da Região Nordeste. Esse processo se intensificou na década de 1950, com a construção de Brasília. Mas, o Centro-Oeste brasileiro tem absorvido fluxos migratórios de todo Brasil. São pessoas de vários locais do país que migram para a Região em busca de emprego e melhores condições de vida. A partir da década de 1970 com a política de ocupação do Centro Oeste e da Amazônia, pelos governos militares, a região se transformou numa das mais importantes fronteiras agrícolas do país, atraindo migrantes do Sul e Sudeste em busca de seus vastos chapadões e planícies, consolidando o agronegócio na região. Características Gerais Somados os três Estados e o Distrito Federal, o Centro-Oeste brasileiro é composto por 466 municípios e população total de 15 660 988 habitantes (estimativa IBGE/2016). É uma região pouco povoada, apresenta densidade demográfica de aproximadamente 9,75 habitantes por Km2. A maioria reside em áreas urbanas 88,8%, apenas 11,2% moram na zona rural. O relevo do Centro-Oeste caracteriza-se por terrenos antigos e aplainados pela erosão, fato esse que desencadeou os chapadões na Região. O clima é tropical semiúmido, o cerrado é a vegetação predominante. As principais atividades econômicas são a agricultura e a pecuária, há também uma forte presença de indústrias. As manifestações culturais de maior destaque no Centro-Oeste são: Fogaréu na Cidade de Goiás, Cavalhada na cidade de Pirenópolis, ambos no Estado de Goiás; Cururu, dança folclórica dos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O turismo no Centro-Oeste é baseado nas belezas naturais da região. Destaca-se o Pantanal, Chapada dos Guimarães, Chapada dos Veadeiros, Parque Nacional das Emas, Bonito, Pirenópolis, Cidade de Goiás, além do Distrito Federal. O estado do Mato Grosso CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO 1 CONCURSO DELEGADO POLÍCIA CIVIL – Professor Kanduka Oliveira – MATO GROSSO (MT) O Mato Grosso ocupa uma área de 903366.192 km² do território que são bem conhecidas: região Norte, região Nordeste, região Centrobrasileiro e localiza-se a oeste do Meridiano de Greenwich e oeste, região Sudeste e região Sul. a sul da Linha do Equador, tendo fuso horário -4 horas em relação a O terceiro nível analítico são os Estados (ou Unidades hora mundial GMT. No Brasil, o estado faz parte da região CentroAdministrativas). Existem ao todo vinte e sete destes no Brasil. Oeste, fazendo fronteiras com os estados de Mato Grosso do O quarto nível é representado pelas mesorregiões: ao todo, a Sul, Goiás, Pará, Amazonas, Rondônia, Tocantins, além de um país, subdivisão corrente se vale de cento e trinta e sete mesorregiões. a Bolívia. O quinto nível corresponde às microrregiões, que são subdivisões A capital (Cuiabá) está localizada a 15º35'55.36" lat. e 56º05'47.25" das mesorregiões: ao todo, estão definidas 558 microrregiões. long., sendo conhecida, por isso mesmo, como coração da América do Finalmente, o sexto nível corresponde aos municípios, dos quais Sul. existem 5.570, mas na realidade dois tem status especial: o Distrito O centro geodésico da América do Sul fica em Cuiabá. Federal é considerado uma unidade em todos os níveis hierárquicos O Fuso Horário em vigor é uma hora menor em relação ao Horário (ou seja, é um Estado, uma mesorregião, uma microrregião e um de Brasília e quatro horas a menos em relação a Greenwich, UTC-4. município ao mesmo tempo), e o arquipélago de Fernando de Noronha, Geralmente entre os meses de outubro e fevereiro adota-se o Horário que é um distrito estadual, pertencente a Pernambuco, mas de Verão, no qual os relógios são adiantados uma hora para poupar considerado como município para fins de análise. energia. Curiosamente, ainda que em caráter não oficial, alguns municípios do leste do estado, na região conhecida como "Vale do As 5 mesorregiões de Mato Grosso Araguaia", adotam o Horário de Brasília mesmo sendo obrigados por lei a adotarem o Fuso Horário Oficial de Mato Grosso. A população, por sua vez, alega que a região já está dentro do fluxo 45° O e, além disso, sofre muita influência do estado de Goiás, uma vez que por se tratar de região de divisa, a capital Goiânia está muito mais próxima que Cuiabá. Portanto, municípios como Barra do Garças, Alto Araguaia, Canarana, Água Boa e Nova Xavantina, por exemplo, seguem o Horário de Brasília. RAIO-X DO ESTADO DO MATO GROSSO Região: Centro-Oeste Área: 903 378,292 Km2 (3ª.) População: 3.033.991(18ª.) IBGE (2010) Urbanização: 82% Urbana 18 % Rural Estimativa da população atual: 3 305 531 IBGE (2016) Crescimento populacional em relação a 2000: 17% Fronteiras estaduais: AM, PA (N), TO, GO (L), MS (S) e RO e Bolívia (O) Mesorregiões: 5 Microrregiões: 22 Municípios: 141 PIB: R$ 101,2 bilhões (14º) – (2014) IBGE Crescimento médio do PIB 2002/2014: 8,8% (IBGE) Participação nacional no PIB: 1,8% Renda per capita: 31.396,81 (2015) (9ª.) IDH: Alto: 0,725 (2010) (11º.) Expectativa de vida: 74,0 ANOS (2015) (12ª.) Mortalidade infantil: 17,3/1000 nascimentos (2015) (10º.) Analfabetismo: 7,8 % (2010) (11º.) Os 10 municípios mais ricos de Mato Grosso 1. Cuiabá (Centro-Sul) 2. Rondonópolis (Centro Sul) 3. Várzea Grande (Sudeste) 4. Sorriso (Norte) 5. Primavera do Leste (Sudeste) 6. Sinop (Norte) 7. Lucas do Rio Verde (Norte) 8. Nova Mutum (Norte) 9. Sapezal (Norte) 10. Campo Novo dos Parecis (Norte) Mesorregião é uma subdivisão dos estados brasileiros que congrega diversos municípios de uma área geográfica com similaridades econômicas e sociais, que por sua vez, são subdivididas em microrregiões. Foi criada pelo IBGE e é utilizada para fins estatísticos e não constitui, portanto, uma entidade política ou administrativa. O IBGE divide o Mato Grosso em 5 mesorregiões. 1. Norte Mato-grossense (8 microrregiões) 2. Nordeste Mato-grossense (3 microrregiões) 3. Sudoeste Mato-grossense (3 microrregiões) 4. Centro-Sul Mato-grossense (4 microrregiões) 5. Sudeste Mato-grossense (4 microrregiões) PIB das mesorregiões de Mato Grosso Fonte: IBGE/2012 Conceitos sobre regionalização do IBGE O Brasil é um país, de dimensões continentais. O país todo representa o primeiro nível da hierarquia. O segundo nível, para fins de análises estatísticas são as cinco macrorregiões, também conhecidas como grandes regiões nacionais, CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO 2 CONCURSO DELEGADO POLÍCIA CIVIL – Professor Kanduka Oliveira – MATO GROSSO (MT) As 22 microrregiões de Mato Grosso I – Noroeste 1 – Juína II – Norte – Alta Floresta III – Nordeste – Vila Rica IV – Leste – Barra do Garças V- Sudeste – Rondonópolis VI – Sul – Cuiabá/Várzea Grande VII – Sudeste – Cáceres VIII- Oeste Tangará da Serra IX – Centro-Oeste – Diamantino X – Centro – Sorriso XI – Noroeste 2 – Juara XII – Centro-Norte - Sinop Amazônia Legal A Amazônia Legal Brasileira é formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Grosso e grande parte do estado do Maranhão (a partir do meridiano 44º.W). 1. Alta Floresta 2. Alto Guaporé 3. Alto Araguaia 4. Alto Pantanal 5. Alto Paraguai 6. Alto Teles Pires 7. Arinos 8. Aripuanã 9. Canarana 10. Colíder 11. Cuiabá 12. Jauru 13. Médio Araguaia 14. Norte Araguaia 15. Paranatinga 16. Parecis 17. Primavera do Leste 18. Rondonópolis 19. Rosário Oeste 20. Sinop 21. Tangará da Serra 22. Tesouro Geopolítica do Mato Grosso Limites da Amazônia Legal (BGE/2014) REGIÕES DE PLANEJAMENTO Mato Grosso possui 141 municípios, agrupados em 22 microrregiões político-administrativas, que fazem parte de 5mesorregiões definidas pelo IBGE. Em 2001, através de estudos produzidos pela Seplan-MT, foi realizada uma nova regionalização do Estado e foram definidas 12 Regiões de Planejamento. Atualmente Mato Grosso possui 75 terras indígenas e 19 unidades de conservação federais, 42 estaduais e 44 municipais distribuídas entre reservas, parques, bosques, estações ecológicas e RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Nacional). Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá A Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá foi instituída em 2009, pela lei complementar estadual nº 359, sendo composta pelos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento e Santo Antônio de Leverger. A lei também define o entorno metropolitano (também conhecido como colar metropolitano), formado pelos municípios de Acorizal, Barão de Melgaço, Chapada dos CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO 3 CONCURSO DELEGADO POLÍCIA CIVIL – Professor Kanduka Oliveira – MATO GROSSO (MT) Guimarães, Jangada, Nobres, Nova Brasilândia, Planalto da subordinação e intensidade dos variados fluxos existentes entre essas Serra, Poconé e Rosário Oeste. cidades. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Atualmente conta com uma população de 887.410 habitantes na produziu o estudo mais recente dedicado ao tema, o "Regiões de região metropolitana, sendo a 2ª região metropolitana do Centro-Oeste influência das cidades - 2007" (REGIC 2007). do Brasil, além de cerca de 110.764 habitantes nos municípios em seu De acordo com a classificação do IBGE, há quatro níveis entorno. na hierarquia urbana, com dois ou três subníveis em cada. São eles: metrópoles (grande metrópole nacional, metrópole nacional e metrópole), capitais regionais (A, B e C), centros sub-regionais (A e B) e centros de zona (A e B). Por fim, há os centros locais, que são representados pelos restantes dos municípios em que a sua importância não extrapola os limites municipais. Em termos de hierarquia de cidades Cuiabá é classificada pelo IBGE como Capital Regional A. Diferença entre RIDE e Região Metropolitana (RM) A diferença básica entre as RIDEs e às Regiões Metropolitanas, que são recortes territoriais semelhantes, está na composição, pois enquanto nas RIDES existem municípios de mais de uma Unidade da Federação, nas Regiões Metropolitanas todos os municípios são da mesma Unidade da Federação, a segunda diferença e que as RIDES são criadas por lei federal e as regiões metropolitanas são leis dos estados. Municípios da Região Metropolitana Entorno ou Colar Metropolitano Hierarquia de cidades Região metropolitana é uma organização política criada por lei, composta por um município-núcleo (que empresta seu nome à Região Metropolitana) somado a um conjunto de municípios que, em termos funcionais, formam um único espaço urbano integrado. No último Censo Demográfico (2010) o Brasil possuía 36 Regiões Metropolitanas e três Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDEs). Desse total apenas 12 são metrópoles, as demais classificam-se como capitais regionais - nível na hierarquia urbana imediatamente inferior. A hierarquia urbana do Brasil é a estruturação hierárquica dos centros urbanos brasileiros, refletindo o grau de As 10 maiores cidades de Mato Grosso 1 - Cuiabá Cuiabá é a capital do estado de Mato Grosso. A cidade está situado às margens do rio Cuiabá, na sua margem esquerda, e forma uma conurbação com o município de Várzea Grande. Segundo o IBGE, a população de Cuiabá é de 581.700 habitantes, enquanto que a população da conurbação ultrapassa os 800 mil habitantes. É conhecida como "cidade verde", por causa da grande arborização. 2 - Várzea Grande Várzea Grande é uma cidade do estado de Mato Grosso. É a segunda cidade mais populosa do estado, a 7ª mais populosa do centro oeste, a 100ª cidade mais populosa do Brasil e está em conurbação com Cuiabá, da qual é separada pelo Rio Cuiabá. Pertence à Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá. 3 - Rondonópolis Rondonópolis é uma cidade do estado de Mato Grosso. Localizado na região Sudeste do estado, a 210 km da capital Cuiabá. Possui 230.320 habitantes. A cidade é rica em belezas naturais e tem solo fértil em sua zona rural. Já é conhecida nacionalmente pelo seu excelente desempenho agropecuário, que lhe garante a liderança do ranking de exportações do Estado e o reconhecimento como a capital do agronegócio e do bitrem. 4 - Sinop Sinop é a quarta maior cidade de MT com sua população em 2016 estimada em 131.900 habitantes. Possui uma área de 3.194,339 km². É conhecida como a Capital do Nortão, sendo atualmente pólo de referência em todo o norte mato-grossense. A cidade de Sinop é resultado da política de ocupação da Amazônia Legal Brasileira, desenvolvida pelo Governo Federal na década de 1970. O seu nome deriva das letras iniciais da Colonizadora que projetou a cidade, Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná. 5 - Tangará da Serra Tangará da Serra é uma cidade com população de 110.100 habitantes, conforme a estimativa do IBGE, em 2016. Criado em 13 de maio de 1976, é consideravelmente novo e destaca-se pelo seu rápido crescimento populacional e econômico, além de ser um dos mais progressistas do interior do estado. Sua economia baseia-se na prestação de serviços, agroindústria e agricultura, com destaque para a produção de soja e cana-de-açúcar. O comércio é considerando um dos mais estruturados no interior de Mato Grosso. O município é um pólo regional, sendo uma das cidades CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO 4 CONCURSO DELEGADO POLÍCIA CIVIL – Professor Kanduka Oliveira – MATO GROSSO (MT) mais ricas do estado, possuindo também diversos atrativos turísticos em seu interior, como cachoeiras, pousadas e parques. 6 - Cáceres A Cidade de Cáceres está localizada na mesorregião Centro-Sul do estado de Mato Grosso e na microrregião do Alto Pantanal. Tem uma população de 90.600 segundo estimativa do o IBGE e faz fronteira com a Bolívia. Cáceres é banhada pelo Rio Paraguai, que tem Topografia predominante acidentada à esquerda, com presença de região montanhosa em cordilheiras com escarpas. Ao sul, apresenta extensa área de planície pantanosa. 7 - Sorriso Sorriso é uma cidade do estado de Mato Grosso. Sua população, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é de 82.200 habitantes em 2016. A cidade está Localizada as margens da BR-163 no entroncamento com a BR-242. A emancipação político-administrativa de Sorriso ocorreu em 1986, Municípios em Latitudes e longitudes extremas no Mato Grosso mas sua colonização começou na década de 70. 8 - Barra do Garças Barra do Garças é uma cidade localizada no estado de Mato Grosso, do qual é o oitavo município mais populoso, com população de 59.800 habitantes, conforme a estimativa do IBGE, em 2016. A criação do município de Barra do Garças veio a ser uma encampação do município de Araguaiana, ou seja, uma mudança de sede de Araguaiana para Barra do Garças, passando Araguaiana à distrito de Barra do Garças. 9 - Primavera do Leste Primavera do Leste é uma cidade do estado de Mato Grosso. Localiza-se a uma latitude 15º33'32" sul e a uma longitude 54º17'46" oeste, estando a uma altitude de 636 metros. Sua população, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é de 58.200 habitantes em 2016. 10 - Lucas do Rio Verde Lucas do Rio Verde é uma cidade do estado de Mato Grosso, Relevo do Mato Grosso Região Centro-Oeste do Brasil. Pertence a microrregião de Alto Teles Pires e mesorregião do norte-matogrossense, distante 333 km a norte de Cuiabá, capital estadual. Conhecida com a sua alta qualidade de vida e alto Índice de Desenvolvimento Humano. Sua população estimada em 2016 é de 58.100 habitantes. ASPECTOS FÍSICOS E GEOMORFOLÓGICOS Latitude e longitude O estado do Mato Grosso está totalmente inserido no Hemisfério Sul (ao sul da Linha do Equador), portanto, está localizado na latitude 9º.S e 18º.S. O Estado do Mato Grosso está totalmente inserido a Oeste do Meridiano de Greenwitch, portanto, está localizado na longitude 50º.W e 61º.W. OBSERVAÇÃO: W=West ou Oeste, em português. Mato Grosso é um estado com altitudes modestas, o relevo apresenta grandes superfícies aplainadas, talhadas em rochas sedimentares e abrange três regiões distintas: na porção centro-norte do estado, a dos chapadões sedimentares e planaltos cristalinos (com altitudes entre 400 e 800m), que integram o planalto central brasileiro. A do planalto arenito-basáltico, localizada no sul, simples parcela do planalto meridional, com as maiores altitudes podendo chegar de 800 a mais de 1100m. O Ponto mais elevado de Mato Grosso é a Serra de Monte Cristo, a 1118 metros acima do nível do mar, na região sudoeste do estado. A parte do Pantanal Mato-Grossense, baixada da porção centroocidental. Ao sul do Planalto Brasileiro, situa-se o divisor de águas entre as bacias dos rios Paraguai e Amazonas, constituído em parte CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO 5 CONCURSO DELEGADO POLÍCIA CIVIL – Professor Kanduka Oliveira – MATO GROSSO (MT) pela Chapada dos Parecis. A maior parte da área é drenada pelos rios da Bacia amazônica. A planície aluvial do médio Araguaia situa-se na região limítrofe entre Mato Grosso e Goiás. Tem natureza semelhante à da planície do Pantanal: ampla, está sujeita a inundações anuais e deposição periódica de aluviões. . Pouco depois dela, para oeste, ficam os contrafortes da Serra do Roncador. Hidrografia do Mato Grosso Mato Grosso é um dos lugares com maior volume de água doce no mundo. Considerado a caixa-d'água do Brasil por conta dos seus inúmeros rios, aquíferos e nascentes. O planalto dos Parecis, que ocupa toda porção centro-norte do território, é o principal divisor de águas do estado. Ele reparte as águas das três bacias hidrográficas mais importantes do Brasil: Bacia Amazônica, Bacia Platina e Bacia do Tocantins. Os rio de Mato Grosso estão divididos nessas três grandes bacias hidrográficas que integram o sistema nacional, no entanto, devido à enorme riqueza hídrica do estado, muito rios possuem características específicas e ligações tão estreitas com os locais que atravessam que representam, por si só, uma unidade geográfica, recebendo o nome de sub-bacias. As principais sub-bacias do estado são: Sub-bacia do Guaporé, Sub-bacia do Aripuanã, Sub-bacia do Juruena-Arinos, Sub-bacia do Teles Pires e Sub-Bacia do Xingu. Os rios pertencentes a Bacia Amazônica drenam 2/3 do território mato-grossense. VEGETAÇÃO Mato Grosso é o único estado a possuir características de três biomas: o pantanal, o cerrado e a amazônia. Mato Grosso, rico em biodiversidade, é o único estado da federação a possuir três ecossistemas distintos. Cerrado O Cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira e originalmente ocupava uma área de quase dois milhões de km², sendo que hoje ocupa cerca apenas 20% do total. Em Mato Grosso a área ocupada por este bioma é de aproximadamente 300 mil km², o equivalente a 34% do território estadual. Característico de regiões tropicais, o Cerrado apresenta duas estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca que prolonga-se por cinco a seis meses. Por ter deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, típico solo de savana tropical, abriga plantas de aparência seca e árvores de troncos retorcidos e curvados com folhas grossas e esparsas. Estas árvores e plantas vivem em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas não muito altas. Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti. Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua biodiversidade CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO 6 CONCURSO DELEGADO POLÍCIA CIVIL – Professor Kanduka Oliveira – MATO GROSSO (MT) Cerrado (bioma hotpot) - 2º maior bioma do Brasil (23,9% do território nacional (2 milhões de km2) - mais rica floresta de savana do mundo (44% de espécies vegetais endêmicas – pelo menos 300 de uso medicinal) Possui + de: - 10.000 tipos de vegetais - 195 mamíferos - 605 aves - 225 répteis - 250 anfíbios Principais paisagens fisionômicas do cerrado O cerrado apresenta expressiva diversidiade fisionômica, veja as principais a seguir: Cerradão ou Mata tropical do cerrado O revestimento do solo é feito em quase sua totalidade por gramíneas que podem ultrapassar a altura de 1 metro. Nesse tipo de vegetação são comuns que formas lenhosas constituam agrupamento, dando ao ambiente uma aparência de “ilhas” de vegetação, os chamados campos de murundus. Campo Limpo Vegetação exuberante, cada vez mais rara, tipicamente arbórea, é fechada e, geralmente, de altura irregular, varia de 7 até 15m com árvores individuais podendo chegar a 20 metros. Cerrado ou cerrado típico (Stricto sensu.) É o tipo de cerrado mais comum. Árvores de pequeno porte, poucas folhagens, raízes longas adequadas à procura de água no subsolo, folhas pequenas duras e grossas, caindo grande parte na Estação seca. As espécies nativas mais comuns são: pau-terra, pausanto, barbatimão, pequi, araticum e murici Campo sujo Uma divisão do cerrado, que apresenta árvores bastante espaçadas uma das outras e, às vezes, em formação compacta. Ex: lixeira, gramínea etc. No campo sujo, os arbustos e subarbustos, que se destacam da camada graminosa, tem caules relativamente finos. Geralmente morrem a cada ano, sendo continuamente renovados a partir de brotações da base lenhosa. Caracteriza-se por se constituir uma formação tipicamente herbácea, com feição de estepes, quando isoladas; se em tubas deixam parcelas de terrenos descobertas, sob a forma de praiarias; quando é contínua, reveste densamente o terreno. Está ligada à topografia e hidrografia, notando-se uma associação nos divisores de água, nas encostas das elevações onde o lençol freático aflora, e, também, nas várzeas dos rios. Ex: Ilha do Bananal – onde se dá criação extensiva do gado no estado. Os campos limpos são usados regionalmente como pastagens naturais, pois seus recursos forrageiros são abundantes, principalmente após a passagem do fogo, quando os capins emitem folhas tenras que apetecem ao gado. Algumas leguminosas ricas em proteínas ocorrem junto com a massa gramínea, ajudando a elevar o valor forrageiro dos campos. Mata ciliar, de galeria ou mata ripária: Também conhecida como Floresta tropical, a mata ciliar ou de galeria ou ripária ocorre ao longo dos rios, córregos e outros cursos d’água. Pode ser subdividida em duas: a mata ciliar úmida ou inundada e a mata ciliar seca. Esta fisionomia é comumente associada a solos hidromórficos (com excesso de umidade na maior parte do ano) devido ao lençol freático superficial e grande quantidade de material orgânico acumulado, o que a torna uma mata rica em madeira de lei e árvores de alto porte. CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO 7 CONCURSO DELEGADO POLÍCIA CIVIL – Professor Kanduka Oliveira – MATO GROSSO (MT) Veredas, buritizais ou brejos: Popularmente conhecidas como brejo. São ambientes bastantes peculiares, onde o solo apresenta uma constante saturação d’água, formando verdadeiros pântanos. Ocorrem geralmente em solos rasos, mas aparecem também em encostas de morros e afloramento rochosos. As veredas, em geral, são longas, com dezenas de metros de largura. As plantas típicas desses ambientes são o buriti, nas áreas mais úmidas, e babaçu e carnaúba, nas áreas mais secas. As veredas são muito importantes ecologicamente, pois na época da seca constituem-se em verdadeiros oásis para certos animais que nelas vão buscar água e alimento, além de servirem de filtro contra erosão e a contaminação de nascentes. LEITURA COMPLEMENTAR A Floresta Amazônica Cobre perto de 3 milhões de Km2 de terras brasileiras, 1/3 dos 9 milhões de Km2 de florestas tropicais remanescentes no mundo. É banhada por 8% de toda a água doce disponível no planeta e abriga um complexo de ecossistemas (terra firme, várzea, igapó). O nº de espécies vegetais ainda é uma incógnita, mas as 30 mil já conhecidas pela ciência somam 10% do total mundial. As espécies animais são estimadas em 30 milhões de insetos, 2.500 peixes, 900 de aves, 324 de mamíferos (58 de primatas, 22 deles classificados nos anos 90). Isso constitui a maior concentração de vida do planeta. Tanta pujança, porém, depende de um complexo e delicado equilíbrio entre solo, clima, flora e fauna. Rompido o equilíbrio em 3 a 6 anos a terra mal produz capim. A presença humana da Amazônia até hoje é rarefeita e problemática. A selva já derrotou grandes projetos de ocupação, do marajoara, há 2.500 anos à Fordlândia em 1926. O surto da borracha não durou duas gerações. Vivem ali comunidades indígenas e caboclas, donas de uma cultura de adaptação sofisticada a seu modo, mas de base tecnológica primitiva, muitas vezes miseráveis e sem perspectiva de expansão. Igarapé na Floresta Amazônica A fronteira agrícola, a partir dos anos 70, ataca as bordas da floresta com uma atividade predatória, devastadora, à base da exploração madereira-queimadas-pecuária extensiva ou da garimpagem e mineração. A cada ano o desflorestamento avança 15 mil Km². A civilização ainda não produziu um modelo de ocupação e desenvolvimento sustentado para a maior floresta tropical do mundo Amazônia A Amazônia é o ecossistema de maior diversidade biológica do mundo, representando a mais extensa floresta tropical existente. É também o maior bioma brasileiro, sendo que de seus aproximadamente 5,5 milhões de km² de extensão, em torno de 3,3 milhões de km², estão em território brasileiro, e desses, pelo menos 550 mil km² estão dentro do estado de Mato Grosso. Embora a região fosse, tradicionalmente, vista como um bioma relativamente homogêneo, reconhece-se hoje tratar-se de um mosaico de distintos ecossistemas que abrigam comunidades bastante heterogêneas, tanto em composição quanto em diversidade (Prance & Love Joy, 1985). A fauna é caracterizada, em sua maioria, por formas florestais com adaptações típicas. Os primatas, aves, anfíbios e peixes atingem na Amazônia a sua maior diversificação taxonômica dentro do continente americano. Devido a sua grande área de superfície, a Amazônia ainda possui vastas extensões cobertas por floresta tropical úmida. É uma floresta tropical fechada, formada em boa parte por árvores de grande porte, situando-se próximas uma das outras (floresta fechada). O solo desta floresta não é muito rico, pois possui apenas uma fina camada de nutrientes. Esta é formada pela decomposição de folhas, frutos e animais mortos. Este rico húmus é matéria essencial para as milhares de espécies de plantas e árvores que se desenvolvem nesta região. Outra característica importante da floresta amazônica é o perfeito equilíbrio do ecossistema. Tudo que ela produz é aproveitado de forma eficiente. A grande quantidade de chuvas na região também colabora para o seu perfeito desenvolvimento. Como as árvores crescem muito juntas uma das outras, as espécies de vegetação rasteira estão presentes em pouca quantidade na floresta. Isto ocorre, pois com a chegada de poucos raios solares ao solo, este tipo de vegetação não consegue se desenvolver. O mesmo vale para os animais. A grande maioria das espécies desta floresta vive nas árvores e são de pequeno e médio porte. Podemos citar como exemplos de animais típicos da floresta amazônica: macacos, cobras, marsupiais, tucanos, pica-paus, roedores, morcegos entre outros. Os rios que cortam a floresta amazônica (rio amazonas e seus afluentes) são repletos de diversas espécies de peixes. O clima que encontramos na região desta floresta é o equatorial, pois ela está situada próxima à linha do equador. Neste tipo de clima, as temperaturas são elevadas e o índice pluviométrico (quantidade de chuvas) também. Num dia típico na floresta amazônica, podemos encontrar muito calor durante o dia com chuvas fortes no final da tarde. CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO 8 CONCURSO DELEGADO POLÍCIA CIVIL – Professor Kanduka Oliveira – MATO GROSSO (MT) Pantanal Professor Kanduka Oliveira Bacharel e Licenciado em História (UFG) Especialista em História Econômica do Brasil [email protected] Instagram: @professorkanduka Periscope: @professorkanduka Periscope: @amo_direito O Pantanal é uma planície periodicamente inundável, cujo fenômeno é regulado pelas cheias e vazantes da Bacia do Rio Paraguai. Nestes ciclos das águas, estas invadem os campos, tomando quase que todas as suas terras. Nesta estação, as plantas se reproduzem e criam toda vegetação exuberante que marca com beleza este oásis biológico, de água, luz e terra. Na vazante do Pantanal suas terras ainda mais ricas e férteis, são invadidas pelos pássaros que buscam suas lagoas para pesca e alimentos necessários, este fato transforma a região num imenso viveiro natural. Esta grande bacia hidrográfica tributária do Rio Paraná, na sua parte brasileira abrange parcialmente a região Centro Oeste. A bacia de drenagem do Paraguai Superior e do Alto Paraguai alcança a área total de 548 mil km², dos quais 63,1% pertencem ao Brasil, o restante encontra-se em território paraguaio e boliviano. Cerca de 35% do Pantanal brasileiro se encontra em Mato Grosso. Esta imensa região alagadiça está sob influência do próprio Rio Paraguai e de alguns tributários: Rio Jauru, Piquiri, São Lourenço, Taquari e Cuiabá. A Bacia Sedimentar do Pantanal é formada de água, ar, terra, fauna e flora, dentro de mais de 240 mil km² de superfície líquida a drenar em direção sudoeste. O lençol líquido é definido, não adquire a correnteza dos caudais, desliza. O clima é quente e úmido, no verão, e frio e seco, no inverno. Durante a seca, os campos se tornam amarelados e não sendo raro a temperatura descer a níveis abaixo de 0 °C, e registrar geadas, influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente. A maior parte dos solos do Pantanal são arenosos e suportam pastagens nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado bovino, introduzido pelos colonizadores da região. A vegetação pantaneira é um mosaico de três regiões distintas: amazônica, cerrado e chaco (paraguaio e boliviano). Diferencia-se o aguapé, milhões de plantas flutuantes, o mais perfeito normalizador da integração sol-ar-água-poluição. A grande característica da fauna pantaneira é o domínio populacional de espécies de vertebrados de médio e grande porte, que são favorecidos pelo regime hídrico da região. A região pantaneira possui uma das biodiversidades mais ricas do planeta, como mais de duas mil espécies de aves, peixes, mamíferos e répteis. Alguns animais, como o tuiuiú e o jacaré, tornaram-se verdadeiros símbolos da região. A área é, também, bastante importante nas rotas de migração de várias espécies de aves não-residentes, proporcionando alimentação e refúgio sazonais. CONHECIMENTOS REGIONAIS – GEOGRAFIA e ASPECTOS ECONÔMICOS DO MATO GROSSO 9