ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG

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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
ENCONTRO NACIONAL DE
PESQUISA EM FILOSOFIA DA
UFMG
DE 12 A 16 DE SETEMBRO DE 2016
FAFICH – UFMG
CADERNO DE RESUMOS
Realização:
12 a 16 de Setembro de 2016
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
OS RESUMOS ESTÃO DISPOSTOS EM ORDEM ALFABÉTICA:
Adriana Maria Cunha (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: Gordofobia feminina: reflexões sobre o policiamento repressivo e cruel do corpo da mulher a
partir de Foucault
Resumo: Repensar os padrões estéticos que se impõem sobre o corpo da mulher é fundamental no
contexto das lutas feministas. Analisamos, partindo de uma perspectiva foucaultiana, dois relatos
publicados no site “Blogueiras feministas” que tratam do tema da Gordofobia. A partir da análise do
discurso (Faiclough, 2001; Foucault, 2013) e da escrita de si (Foucault, 1992; Rago, 2013), percebemos
que a construção discursiva dos relatos femininos sobre gordofobia situa-se, sobretudo, em dois eixos: a
denúncia de diversos aspectos da vigilância e da pressão social sobre seus corpos e, por outro lado, uma
tentativa explícita de desconstrução do discurso vigente sobre as pessoas gordas. A “escrita de si”, neste
contexto, pode ser capaz “de unificar esses fragmentos heterogêneos por intermédio da sua subjetivação
no exercício da escrita pessoal” (Foucault, 1992, p. 142). Trata-se, portanto, de repensar e reorganizar o
que é dado pelo mundo externo e submeter estes “fragmentos” ao mundo interno, culminando em um
processo de reflexão (sobre valores e dispositivos de vigilância) e de subjetivação, denunciando e
nomeando injustiças ligadas à vigilância alheia que incide sobre seu peso e sobre o que comem, à
violência contra suas autoestimas e ao empecilho a uma vida afetiva e sexual saudável.
Palavras-chave: gordofobia-discurso-escrita-de-si
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Alline Gomes Garcia (UFES)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Robson Loureiro
Título: O pensamento dialético como crítica epistemológica e ideológica: considerações sobre a
perspectiva pragmática da filosofia a partir de Adorno e Kosik.
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo precípuo criticar o aspecto ideológico da perspectiva
pragmatista da filosofia. Entende-se que a tradição empirista, em seu desdobramento no pragmatismo e
neopragmatismo, postulou uma supremacia da prática em relação à teoria. A dialética como concepção do
conhecimento filosófico aponta para as contradições existentes tanto de ordem epistemológica, como de
ordem social. Entende-se que a primazia da prática impossibilita ao sujeito a percepção de totalidade. A
experiência é considerada o princípio do conhecimento, logo, a compreensão da estrutura social é
obscurecida pelo enfoque nos nas relações particulares. O pensamento dialético, além de revelar as
contradições existentes na realidade concreta, aponta para a necessidade do pensamento negativo como
crítica na estrutura social vigente.
Palavras-chave: Dialética - Ideologia - Crítica
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
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Ana Beatriz de Lima Correia; Alexandre Lima de Brito (UFC)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: PODER E VIOLÊNCIA NO PENSAMENTO POLÍTICO DE HANNAH ARENDT
Resumo: Este texto pretende analisar a reflexão empreendida por Hannah Arendt (1906-1975) acerca dos
fenômenos do poder e da violência que se apresentam de forma sistematizada em seu ensaio Sobre a
violência de 1968/69. A distinção entre poder e violência constitui-se, pois, em tema central do
pensamento político arendtiano, que teve como motivação sua reflexão sobre os conflitos políticos da
época. Trata-se de um texto escrito em um contexto de revoltas: rebelião estudantil, movimentações
políticas da “nova esquerda”, confrontos raciais, guerra do Vietnã, entre outros. A sua pretensão era fazer
uma reflexão filosófica sobre tais acontecimentos e a partir disso contestar a tese de que poder e violência
são sinônimos e que o fundamento do poder seria a violência. Segundo Arendt, o poder é inerente a toda
comunidade política e resulta da capacidade de agir conjuntamente. Por outro lado, a violência é
instrumental e se funda na categoria meio-fim. Portanto, poder e violência são assuntos distintos: quando
um se afirma absoluto, o outro desaparece. Analisando suas ideias, tentaremos pensar junto com a Arendt
o sentido que esses dois termos têm.
Palavras-chave: Hannah Arendt; poder; violência.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Ana Laura Ramos (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Leonardo de Mello Ribeiro
Título: O discurso moral como prática adquirida
Resumo: O presente trabalho irá se lançar em uma tarefa compreensiva e explicativa de uma possível
relação entre a posição semântica contextualista e a posição epistemológica contextualista, presentes no
livro Morality Without Foundations, do autor Mark Timmons.
O quarto capítulo de Morality Without Foundations, intitulado “Contextual Moral Semantics”, terá como
objetivo construir uma defesa da apropriação do contextualismo semântico, tese da filosofia da
linguagem, para o discurso moral, lidando com as consequências metafísicas e ontológicas que esta
abordagem da linguagem acarreta e, ainda mais, de algum modo, casando tais consequências com as
consequências da tese metaética de um contextualismo moral. A partir da posição elaborada nesse
capítulo, acreditamos haver uma relação essencial, para sustentação da tese do autor, entre a semântica e a
epistemologia contextualista no âmbito da moralidade, de modo que esboçaremos um possível link entre
o quarto capítulo e o quinto, por sua vez, intitulado Moral Justification in Context.
Palavras-chave: Contextualismo, Discurso Moral, Contextualismo semântico, Mark Timmons.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
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Ana Lúcia Feliciano (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof. Dr. José Luiz de Oliveira
Título: A análise arendtiana acerca das Revoluções do século XVIII e a legitimação dos Direitos do
Homem
Resumo: No tocante à condição humana, Hannah Arendt salienta a importância dos Direitos do Homem.
Tópica abordada pela filósofa política a partir de suas considerações sobre as Revoluções do século
XVIII, especificamente a Revolução Americana e a Revolução Francesa, marcantes pelo legado deixado à
humanidade. Arendt enfatiza que as Revoluções mencionadas foram responsáveis pelo advento dos
Direitos do Homem na Era Moderna. De acordo com a perspectiva arendtiana, as Revoluções Americana
e Francesa implicaram na busca da efetivação dos Direitos do Homem. Direitos esses referentes à pessoa
humana, independente de sua condição pública ou privada. A garantia desses direitos seria dada por meio
dos direitos civis, elementos constituintes da esfera pública. Arendt ressalta que a relevância das
Revoluções Americana e Francesa encontra-se no fato de que foram acontecimentos históricos de caráter
político, acarretando transformações no domínio público com a legitimação dos Direitos do Homem e do
Cidadão. Logo, neste trabalho, nossa tarefa consiste em explicitar a legitimação desses direitos por meio
das Revoluções do século XVIII.
Palavras-chave: Direitos. Legitimação. Revoluções.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
André Cangussu (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): José Raimundo Maia Neto
Título: "O cinismo e o ceticismo são escolas filosóficas?"
Resumo: Na presente comunicação eu pretendo analisar o conceito de escola filosófica (haíresis). Quero,
em especial mostrar o estatuto problemático de escola filosófica: mostrar quais são os critérios e
argumentos para mostrar que o pirronismo e o cinismo são ou não haíresis. No caso em questão, me
aterei a uma passagem das "Ditos e feitos do filósofos ilustres" (DL I 20) e (HP I 16-17 ) de Sexto
empírico. Em tal discussão será fundamental também as noções tanto de doutrina filosófica como modo
de vida filosófico.
Palavras-chave: Haíresis, pirronismo, cinismo, escola filosófica
Linha de pesquisa: Filosofia Moderna
André Prock Ferreira (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Profª Drª Glória Maria Ferreira Ribeiro
Título: PENSAR O FENÔMENO MUNDO: HEIDEGGER E AS CONCEPÇÕES DE MUNDO
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Resumo: O presente trabalho tem como objetivo a investigação do conceito de mundo em Martin
Heidegger (1889 - 1976), tal como apresentado no curso Introdução à Filosofia. O curso foi ministrado
entre 1928-1929 na universidade de Freiburg, e publicado somente em 1996, com o início das publicações
das obras completas (Gesamtausgabe). O tema específico a que nos propusemos aparece na Segunda
Seção da obra supracitada, intitulada Filosofia e Visão de Mundo. Nessa seção, o autor realiza uma
análise histórica do conceito de mundo, desde a antiguidade até a discussão contemporânea acerca das
“visões de mundo” (Weltanschauung). Desta forma, nos propomos examinar a reflexão heideggeriana
acerca das diversas concepções históricas do fenômeno “mundo”, buscando compreender a relação entre
este fenômeno e a estrutura do Dasein. Isso nos permitirá compreender a relevância do tema do mundo e
da mundanidade no período em que foi escrito Ser e Tempo (1927), tendo em vista que tal tema e a
pergunta “o que é mundo?” são recorrentes em seus escritos. Buscamos, pois, responder à pergunta: o que
significa “mundo” e qual sua relevância na elaboração da hermenêutica ontológica de Heidegger?
Palavras-chave: Mundo; Concepções de Mundo; Hermenêutica; Ontologia
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
André Vinicius Silva Martins (UFES)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Lúcio Vaz de Oliveira
Título: Os Limites da Vontade na Interpretação Schopenhaueriana do Suicídio
Resumo: Este trabalho se propõe a analisar o tema do suicídio na obra de Arthur Schopenhauer, a partir,
sobretudo, do seu conceito de Vontade, que é o alicerce de toda a sua obra. Influenciado pelo pensamento
moderno (mormente, o de Immanuel Kant) e pelo pensamento oriental, Schopenhauer aborda de uma
forma original as mais diversas áreas da filosofia, destacando-se, principalmente, em sua análise da vida
humana pautada no sofrimento inerente à Vontade. Assim, propomos tratar neste trabalho os aspectos da
sua filosofia concernentes ao ato do suicídio, tema que o referido autor aborda em algumas de suas obras,
haja vista estar diretamente ligado ao tema do sofrimento. Intencionamos resolver aqui alguns aspectos do
tema do suicídio em Schopenhauer, nomeadamente: problematizar a tese de que o suicídio seja uma
afirmação da vontade, abordando o ato de suicídio nas mais diversas formas com que ele se apresenta,
especialmente, no suicídio por ascese cuja resolução este autor não concluiu de maneira tão precisa.
Palavras-chave: Vontade, Fenômeno, Morte, Suicídio, Schopenhauer
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
Angélica Santos da Costa (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Professor Dr. José Luiz de Oliveira
Título: A Esfera Social no pensamento de Hannah Arendt
Resumo: O presente trabalho pretende analisar a concepção arendtiana acerca da esfera social. Para tanto,
sabemos que para a autora ela se caracteriza como a própria sociedade,ou seja, uma esfera híbrida entre o
político e o privado. Segundo a pensadora cada vez que abandonamos as quatro paredes protetoras do
nosso lar e cruzamos o limiar do mundo público, entramos primeiro não na esfera política da igualdade,
mas na esfera social. E entramos nessa esfera pela necessidade de ganhar a vida, ou incitados pelo prazer
da companhia e pela livre associação. Na esfera social, o princípio é justamente, as diferenças pelas quais
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as pessoas pertencem a certos grupos e não a outros. Isso posto, nosso propósito é explicitar o conceito de
esfera social na perspectiva de Hannah Arendt .
Palavras-chave: Público; Privado; Social; Modernidade; Trabalho.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Anne Caroline Souza Pinto (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Dr. José Luiz Oliveira
Título: A QUESTÃO DA NATALIDADE NO PENSAMENTO DE HANNAH ARENDT
Resumo: Hannah Arendt abordou em suas obras temas relevantes que, ainda, se mostram atuais. Nosso
objetivo nesse trabalho é explicitar a questão da Natalidade desenvolvida no pensamento da autora. O
conceito de Natalidade diz respeito à capacidade do ser humano de iniciar algo novo e peculiar em sua
maneira de agir no mundo. Dentre as atividades fundamentais da Vita activa (o trabalho, a obra e a ação),
a ação é aquela que para a autora possui a mais estreita ligação com a condição humana da Natalidade.
Trata-se de uma atividade que em conformidade com o discurso proporciona ao homem um “segundo
nascimento”, que se refere ao âmbito político devido ao caráter inédito da ação.
Palavras-chave: Natalidade. Vita activa. Ação. Discurso.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Antônio Martins de Oliveira (UFSC)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Celso Braida
Título: A noção de arte na performance contemporânea
Resumo: Embora a palavra performance esteja desgasta pelos múltiplos usos nos vários campos de
pesquisas como gesto humano,nesse texto ela inicia sobre a visão de três estudiosos do assunto ligados e
especificadamente focados na área da antropologia social e cultural que são;VictorTurner (1982,
1987)Clifford Geertz (1978, 2001),Richard Schechner (1985, 1988). O que de início focalizo a palavra
em seu habitat natural, que é o agir humano em uma cultura. O objetivo desse ensaio é articular a noção
de arte numa teoria que relacione a performance como arte contemporânea, no centro das novas narrativas
sobres o artístico que se iniciaram com o '' fim da arte'' 1950). Como incita Arthur Danto sobre o ''depois
do fim da arte'' (1984).Nesse sentido a performance como vamos tratar aqui como arte, não é imitativa,
representativa ou ilustrativa numa apresentação. Com isso iniciamos essa teoria de interpretação que vai
de encontro a outra então considerada por Carroll (2003),que corrobora ao pensamento de Gadamer
(2006), que decifra a representação como apresentação numa atuação que envolve um comportamento
próximo ao de jogo, pelo fato de ter um autor e um participador que se envolve na atuação da
performance arte, e tentar alcançar objetivos dentro dos parâmetros da obra, de tentar compreender o
funcionamento das partes, de determinar o que se pretende naquela construção, de entender como uma
técnica está sendo utilizada na qual pode se enxergar o processo ação da arte ou não.
Palavras-chave: Performance arte. representação .Interpretação . Arte contemporânea.
Linha de pesquisa: Estética ou Filosofia da Arte
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Aruan Fernandes Gonçalves (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Fernando Rey Puente
Título: O elo entre o sombrio e o sagrado
Resumo: O cerne desta comunicação dar-se-á com o intuito de desvelar o lugar ocupado pelo tema da
Desgraça no pensamento de Simone Weil. Retoma-se aqui as obras dessa filosofa de primeira linha para
compreender, de que modo Simone concede a Desgraça não um lugar secundário, periférico ou
deplorável, mas um ponto central na existência humana e conseqüentemente um tema indispensável à
filosofia. Além disso, contrariando toda uma tradição filosófica que negligencia e marginaliza as mazelas
da existência humana, busca-se aqui revelar de que forma até mesmo a existência ordinária e banal da
vida humana se encontra sempre permeada e assombrada pelo espectro da Desgraça. Por fim, tal estudo
se concentrará em apresentar o ponto no pensamento filosófico de Simone Weil no qual a absoluta
devastação do ego se mostra como propedêutica para dissolução das ilusões, e o supremo sofrimento do
ser se converte em caminho para redenção divina e desvelar da verdade.
Palavras-chave: Desgraça, sofrimento, iluminação, eu.
Linha de pesquisa: Filosofia Contemporânea
Bárbara de Abreu Freitas (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Pr. Dr. Luiz Paulo Rouanet
Título: Concepções pré-homéricas e homéricas de morte e psykhé
Resumo: Ao analisarmos a representação da vida espiritual em Homero, em obras como a Ilíada e a
Odisseia, notamos o emprego de vários termos, como: thymos, θῡμός (ânimo), phren, φρήν (mente),
nous, νοὺς (pensamento) e psykhé, ψυχή (alma). Nas traduções desses poemas épicos para as línguas
latinas, frequentemente essas palavras foram traduzidas como alma ou espírito. Notamos que,
diferentemente dos outros termos, o termo psykhé é usado apenas para designar a alma no momento da
morte. A psykhé era vista como vida ou sopro de vida, pois ao sair do corpo morto, por meio de
ferimentos ou voando pela boca, ia em direção ao Hades (Ἅιδης), onde permaneceria para sempre como
espectro. Todavia, há passagens nos poemas homéricos em que notamos uma contraposição radical a esse
modo de entender a psykhé. Segundo algumas interpretações, que analisaremos nesta comunicação,
podemos observar, nos próprios poemas, a menção de uma concepção anterior, mas ainda viva de certa
forma na época homérica. A seguinte comunicação tem como tentativa descrever as concepções
homéricas e pré-homéricas de alma encontradas nos poemas Ilíada e Odisseia. Mais especificamente, para
analisar as concepções pré-homéricas, nos atentaremos para o canto XI da Odisseia, que relata a ida de
Odisseu ao Hades.
Palavras-chave: Homero, Psykhé, Pré-homérico, Odisseia.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Antiga
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Bruna Ribeiro Martins (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): José Raimundo Maia Neto
Título: Descartes e suas influências céticas
Resumo: A partir da interpretação de Popkin em "História do Ceticismo - de Erasmo a Espinoza", em que
ele mostra a recepção do ceticismo antigo na modernidade a partir da Contra-Reforma, o trabalho em
questão tem como objetivo mostrar como a dúvida que aparece na Primeira Meditação Metafísica de
Descartes sofre influência do ceticismo de Montaigne e Charron, e como ela se diferencia desse mesmo
ceticismo e do ceticismo antigo. Para isso, serão analisados trechos da "Apologia de Raymond Sebond"
de Montaigne e de o "Pequeno Tratado da Sabedoria" de Charron.
Palavras-chave: ceticismo moderno; Montaigne; Charron; Descartes
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
Bruno José do Nascimento Oliveira (UEPI)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: A maldição familiar dos átridas
Resumo: Este trabalho examina alguns elementos arcaicos, presentes nas representações trágicas gregas, a
partir da trilogia de Ésquilo intitulada Oréstia (Agamêmnon, Coéforas e Eumênides). O objetivo é
esclarecer a funcionalidade de elementos como hybris, hamartia e miasma para a evolução dos
acontecimentos relatados. Essa abordagem requer nosso olhar para além da trilogia, pois, os fatos
mencionados são resultado de acontecimentos anteriores à própria obra. No entanto, para compreender o
decorrer da ação da peça e a própria mudança política e social pela qual a Grécia passa, faz-se necessário
relacionar o conteúdo do mito a esses elementos arcaicos. A investigação apresenta também o vínculo dos
elementos em questão através da relação entre miasma e mana tendo por base a obra de Marcel Mauss. O
mana assume significação antropológica que remonta a força espiritual das religiões e povos antigos e
que, segundo nossa análise, aparece na peça de Ésquilo no próprio caráter ancestral da maldição. A obra
de Ésquilo, embora narre à segunda geração da família dos átridas, na abordagem que apresentamos nesse
artigo, faz alusão a elementos arcaicos tão antigos quanto a própria existência humana.
Palavras-chave: Hybris, Hamartia, Miasma, Mana, Átridas
Linha de pesquisa: História da Filosofia Antiga
Caio Luiz Carvalho Penha (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Dr. José Luiz de Oliveira
Título: Conselhos revolucionários: potencialidades e fragilidades na perspectiva arendtiana
Resumo: A pensadora alemã Hannah Arendt, em sua obra Sobre a Revolução dedicou-se especialmente à
compreensão do fenômeno que ela considerou o tesouro perdido das Revoluções, os conselhos, surgidos
em momentos de expressivo desejo de participação política. Nesse trabalho pretendemos situar na
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perspectiva arendtiana, o porquê dos conselhos se apresentarem como alternativas concisas para o
problema da liberdade ou participação política. Para tanto, analisaremos os seus aspectos essenciais,
especialmente aqueles considerados consistentes e frágeis em relação aos partidos e ao governo.
Palavras-chave: Conselhos; Participação; Política; Revolução.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Carlos Alexandre Ratton de Freitas (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Ivan Domingues
Título: Biotecnologias e pós-humanismo
Resumo: O desenvolvimento e a aplicação das biotecnologias novas ou modernas, quer dizer, as
tecnologias que envolvem a manipulação de material genético, datando o seu começo, portanto, do início
dos anos 1970 (período do desenvolvimento da tecnologia do DNA recombinante), levanta questões de
ordem antropológica. As partilhas tradicionais que funcionam como parâmetro em nossa cultura, muitas
vezes assimétricas e hierárquicas, estão em vias de se tornar obsoletas: natural/artificial, natureza/cultura,
masculino/feminino, Deus/homem, espírito/corpo, eu/outro, original/réplica. Em meio a essas mudanças e
a falta de parâmetros, o pós-humanismo ganhou corpo como um pensamento bem definido, cujas
propostas não se encerram no quadro da ficção científica e da fantasia. Será ele uma via promissora para
se repensar o homem na idade da tecnociência?
Palavras-chave: Biotecnologias; pós-humanismo; tecnociências
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
Carlos Henrique de Souza da Silva (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof.Dr. José Luiz de Oliveira
Título: A DEMOCRACIA NA FILOSOFIA DE ANTÔNIO GRAMSCI
Resumo: Entre as consequências da I Guerra Mundial para a Europa, encontramos o fortalecimento de
várias concepções políticas e o desenvolvimento de um sistema de governo fascista. É nesse contexto que
Antônio Francesco Gramsci (1891-1937) faz investigação sobre estruturas políticas, tendo como base
teórica o pensamento marxista. Em seus escritos Gramsci elabora reflexões filosóficas acerca do contexto
político- social e econômico, no qual estava inserido, destacando-se como um dos principais pensadores
europeus do século XX. O pensador italiano dedica grande parte de sua filosofia à análise de um processo
democrático que atendesse aos anseios das camadas sociais mais oprimidas da Itália. Nesse sentido,
nosso autor sustenta que era fundamental para as classes operárias atingir um consenso. Dessa maneira,
tal consenso somente seria possível por meio da consolidação de um bloco hegemônico, que uma vez
estabelecido, poderia enfraquecer e derrotar o regime fascista. O presente trabalho objetiva apontar os
principais aspectos da democracia no âmbito do pensamento gramsciano, bem como explicitar a
importância da luta hegemônica na construção de uma sociedade democrática.
Palavras-chave: DEMOCRACIA, FASCISMO, HEGEMONIA, MARXISMO
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
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Cláudio de Abreu Machado Campos (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Imaculada Kangussu
Título: A contribuição da teoria quântica para a fundamentação do conceito de pós-história na filosofia de
Vilém Flusser
Resumo: O intuito da apresentação é apontar que a filosofia dos media de Vilém Flusser, em especial, seu
conceito paradigmático de pós-história, teve a contribuição fundamental das reflexões e dos conceitos
advindos da mecânica quântica. Assinalarei que muitas reflexões estéticas flusserianas foram elaboradas
em plena guerra fria, - de maneira que havia a suspeita do perigo de uma guerra nuclear iminente, que,
por sua vez, gerou uma fecunda análise filosófica da nova física por Flusser. Por exemplo, a
característica descontinua que o quantum de energia instaura na física clássica, também é a característica
fulcral da pós-história em relação à história para Flusser. E mais, a história é caracterizada por Flusser
com os mesmos conceitos da física clássica, i.e., a física newtoniana, entre eles os principais são, o
conceito de causalidade e o conceito de determinismo; já a pós-história possui as mesmas características
da teoria quântica, além do já supracitado conceito de descontinuidade, há também a ideia de acaso e de
necessidade. Indicarei ao longo da apresentação que muitos autores a quem Flusser se refere textualmente
na construção de seu conceito paradigmático de pós-história são físicos, como, por exemplo, Newton,
Einstein e, principalmente, o mais filosófico dos físicos, Werner Heisenberg. Em resumo, tentarei indicar
a importância filosófica que a teoria quântica teve como fonte inspiradora e, sobretudo, questionadora
para a filosofia dos media de Vilém Flusser.
Palavras-chave: Pós-história; teoria quântica, acaso, causalidade
Linha de pesquisa: Estética ou Filosofia da Arte
Cristiano Dutra Batista (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: Uma breve defesa do teísmo cético
Resumo: A partir de uma crítica ao problema indutivo do mal, esta comunicação apresentará uma defesa
do teísmo cético com o intuito de desmistificar a ideia de irrazoabilidade do teísmo. Serão apresentados
argumentos que não apenas negam a oposição entre teísmo e ceticismo, como admitem a possibilidade do
ceticismo como justificativa para o teísmo.
Palavras-chave: ceticismo, religião, problema-do-mal, teísmo-cético
Linha de pesquisa: Lógica ou Filosofia da Linguagem
Cristiano Godinho Meireles (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Alice Serra
Título: O semi-luto do autor - Derrida e o problema da autoria
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Resumo: A partir, principalmente, das obras concebidas por Derrida em 1967, "A escritura e a diferença",
"Gramatologia" e "A voz e o fenômeno", o trabalho propõe expor a maneira como os quase-conceitos
concebidos pela desconstrução para pensar a linguagem acabam por provocar um drástico deslocamento
nas concepções clássicas de autor, de obra e de texto.
Palavras-chave: Derrida - Desconstrução - Filosofia contemporânea
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
Daniel Ribeiro de Almeida Chacon (FAJE)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: Ciência e Sabedoria no De Trinitate de Agostinho de Hipona
Resumo: O objetivo desta apresentação consiste em elucidar a distinção entre ciência e sabedoria presente
no De Trinitate de Santo Agostinho. Na referida obra, o hiponense enfatizou a existência de um duplo
movimento da razão: 1) o de acesso à luz imutável e eterna – intelectum; e, 2) o de relação com a
realidade mundana – actionem. Na alma encontram-se, portanto: a) a razão inferior, responsável pela
ciência de apreender e desenvolver os conhecimentos ligados à realidade temporal e sensível – actio
racionalis in temporalibus; e, b) a razão superior, função mais elevada da alma, responsável pela
contemplação das verdades inteligíveis – contemplatio aeternorum. O itinerário epistemológico sugerido
por Santo Agostinho, parte, assim, do conhecimento da exterioridade dos sensíveis (scientia) para a
interioridade da alma racional; e da consciência de si para a consciência de Deus (sapientia).
Palavras-chave: scientia, sapientia, razão inferior, razão superior
Linha de pesquisa: História da Filosofia Medieval
Daniel Rodrigues da Costa (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof. Dr. Fernando Rey Puente
Título: A questão da Memoria Dei nas Confessiones e no De Trinitate de Agostinho
Resumo: Esta pesquisa visa analisar os livros X das Confessiones e do De Trinitate, com o intuito de
investigar o tema da memória de Deus. A conclusão volitivo-epistemológica de Agostinho, de que só
procuramos algo que, de alguma forma, já conhecemos, e que só amamos aquilo que conhecemos, traz
consequências para sua filosofia. Será analisada a hipótese de que a Memoria Dei é um conteúdo natural
inconsciente, que já está presente na memória antes de qualquer exercício consciente, como resposta à
questão da possibilidade do conhecimento de algo transcendente. Analisaremos a herança do apriorismo
platônico, evidenciando a distinção dos fundamentos metafísicos, para aclarar a nova significação do
conceito de participação. O objetivo, atento às recentes disputas dos comentadores, é definirmos o que é
este conteúdo da memória.
Palavras-chave: Memoria, apriorismo, iluminação, inconsciente, transcendente
Linha de pesquisa: História da Filosofia Antiga
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Daniele Cristina Horta Oliveira, Débora Diniz Machado Trindade (E. S. Dom Helder Câmara)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Marcelo Antônio Rocha
Título: A necessidade de um novo paradigma ambiental à luz da Transvaloração de Nietzsche
Resumo: O meio-ambiente é, visivelmente, afetado pelo homem. Numa análise dos últimos séculos, é
possível perceber que a atuação do homem na natureza, quando não sustentável, provoca desequilíbrio de
ecossistemas,
extinção
de
espécies,
mudanças
climáticas
e
desastres
ambientais.
O presente artigo se propõe a analisar de que forma o entendimento do homem acerca do conceito de
natureza influencia a sua relação com o meio ambiente. Ademais, objetiva-se desvendar um possível
conceito de natureza para Nietzsche e criticar, à luz do pensamento do filósofo, a atual subjugação da
natureza em face do homem. Por fim, intenta-se aplicar a necessidade de uma Transvaloração, percebida
por Nietzsche, no que tange à maneira do homem se portar perante a natureza.
Palavras-chave: Meio-Ambiente, Homem, Natureza, Transvaloração
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Dariohana Moreira Alencar (UFPB)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: Direitos humanos: Uma abordagem na perspectiva de Hannah Arendt
Resumo: O presente texto busca, dentro de uma abordagem arendtiana, observar o efeito incisivo que os
sistemas totalitários tiveram na História dos Direitos humanos. Ao refletir sobre as intempéries políticas
do século XX sob um olhar de historiadora, mas, sobretudo, de cientista política, Arendt buscou
compreender como surgiu o evento do totalitarismo, as causas, motivos e circunstâncias que serviram de
base para sua instauração na sociedade. É no interior dessa reflexão que percebemos sua preocupação
com a temática dos direitos humanos e como, segundo sua análise, eles foram lesionados por esse
sistema, contribuindo incontestavelmente para o crescente número de apátridas nos países europeus.
Diante disso, elaboraremos o texto contextualizando os regimes totalitários; em seguida, pontuaremos
acerca dos Direitos humanos e as críticas arendtiana e, por fim, pensaremos sobre quais são as
possibilidades para se pensar os direitos humanos e sua efetividade.
Palavras-chave: Direitos humanos; sistemas totalitários; apátridas
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Diogo Andrade de Lima (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: Kokusui - Entre Hegel e Okakura Kakuzo
Resumo: O corpo humano é, segundo Hegel, o único concreto sensível capaz de acolher e revelar o
espiritual, sendo a arte grega considerada a suprema expressão do absoluto. A consciência deste absoluto
não é universal, ela não se mostra do mesmo modo ao se considerar os variados povos. Dentre as críticas
voltadas à arte simbólica, a compreensão indiana do absoluto como o indeterminado conduziria a uma
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
aniquilação da autoconsciência ao buscar a união do si-mesmo com Brahma. Algo semelhante é dito
sobre o conceito budista de vacuidade. Apesar de a consciência do absoluto não ser universal, a noção de
necessidade da arte assim seria compreendida. Esta universalidade é racional: a autoconsciência, trazendo
para si o mundo exterior, encontra-se em seus objetos. Concepções divergentes do absoluto sugerem
também uma divergência do ideal a ser exposto. Não se trata de indicar, a partir de uma consciência
subjetiva, uma possível desarmonia entre o conteúdo e a sua configuração sensível, mas de admitir a
possibilidade de que o indivíduo se reconheça em determinada exposição. Okakura Kakuzo afirma que
os asiáticos nunca tiveram interesse glorificar o corpo humano, e o homem exterior não seria mais
importante que outras manifestações da natureza. Intrínseco a sua concepção estética era o conceito de
kokusui (国粋); a arte é elemento característico de um povo e responsável pela formação identitária de
um país. A avaliação hegeliana da arte oriental poderia ser repensada a partir de um outro ideal.
Palavras-chave: Hegel; Okakura Kakuzo; estética oriental
Linha de pesquisa: Estética ou Filosofia da Arte
Diogo Luiz Souza de Matos (UEAP)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): DILNÉIA TAVARES DO COUTO
Título: CONTRAPOSIÇÕES AO INATISMO CARTESIANO: OS POSICIONAMENTOS DE LOCKE
E HUME
Resumo: Descartes fez uma grande revolução na teoria do conhecimento quando apontou a existência do
inatismo no homem, ou seja, conhecimentos que já nascem com o homem e apontou Deus como o
princípio último. Porém toda grande teoria vem acompanhada de críticas e, nesse caso, a crítica veio
pautada em argumentos bastante embasados, feitos por John Locke e David Hume, que apontavam falhas
na argumentação feita por Descartes. O objetivo do presente artigo é expor o posicionamento dos dois
pensadores supracitados frente ao argumento cartesiano da teoria inatista e da prova ontológica da
existência de Deus, e, posteriormente fazer uma interpelação entre ambos para que se analise em que
ponto os críticos ao inatismo de Descates divergem.
Palavras-chave: Inatismo, Crítica, John Locke, David Hume.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
Eduardo Bittencourt Pinto Coelho (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof. André Abath
Título: Corvos e a virtualidade do corpo na Fenomenologia da Percepção
Resumo: Esta comunicação tem como objetivo explorar uma das possibilidades de extensão da análise
merleau-pontyana do corpo, na Fenomenologia da Percepção, a animais não-humanos. Partindo da
delineação dos diversos sentidos do conceito de corpo nessa obra do autor, visa-se à explicitação de como
o corpo humano pode se dirigir não apenas aos aspectos atuais de sua experiência, mas também a um
campo virtual de ações possíveis. Contrariando a noção do jovem Merleau-Ponty de que apenas a "vida
humana 'compreende' não apenas tal ambiente definido, mas uma infinidade de ambientes possíveis" (FP,
p.438), passa-se à análise da virtualidade em um exemplo específico no comportamento dos corvos -
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
ancorado na garantia, por parte do autor, de um esquema corporal e de um sentido do comportamento
também no caso de animais não-humanos.
Palavras-chave: corpo; fenomenologia; animalidade
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
Eduardo César Campos Coelho (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Leonardo de Mello Ribeiro
Título: A pretensão de objetividade da ética: uma breve defesa
Resumo: Embora defendida por poucos filósofos ou demais intelectuais no passado, a tese de que as
verdades morais são relativas às crenças dos indivíduos ou aos costumes da sociedade no qual ele está
inserido tornou-se lugar-comum no último século. Irei argumentar que há boas razões para duvidar de tal
tese. O discurso e a prática moral possuem uma pretensão de objetividade que não pode ser facilmente
capturada por teorias relativistas. Em primeiro lugar, irei defender que o relativismo não consegue
explicar bem como poderíamos estar errados sobre assuntos morais ou como o progresso nesses tópicos
seja possível. Num segundo momento, considerarei as dificuldades enfrentadas por tais teorias para
explicar a discordância ou o debate moral. Por fim, mostrarei como, talvez para a surpresa de alguns, é o
relativismo moral, e não o objetivismo, a teoria que dá mais espaço para o dogmatismo e a intolerância.
Palavras-chave: metaética, filosofia moral, relativismo,
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Eduardo Chagas (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): José Raimundo Maia Neto
Título: Tempo: Tragédia.
Resumo: Pretendo, num primeiro momento, expor de maneira sumária os aspectos fundamentais da
concepção pessimista do tempo: 1) este consiste num movimento linear que se estende de modo
indeterminado do passado ao futuro; 2) sua natureza é a de perpétua transformação, ou contínua sucessão
de momentos distintos. Isto posto, procuro demonstrar, à maneira dos pessimistas, que consciência-dotempo constitui a propriedade fundamental da consciência humana: é conditio sine qua non tanto da
faculdade do raciocínio como da auto-reflexão que, compreendida como "senso de continuidade no
interior da mudança", acarreta na auto-consciência, que por sua vez se afigura na mente através do
conceito do "eu". — Num segundo momento, buscarei desenvolver, a partir do exposto, a tese
característica do pessimismo de que o horizonte fenomenológico instaurado pela temporalidade, enquanto
elemento fundante da mente, é a causa da maior parte dos sofrimentos que o ser humano padece:
sofrimentos estes que o tornam, sobre a face da terra, o ser vivo mais infortunado. Neste sentido, o exame
do contraste entre a condição humana e a dos demais animais (irracionais, mas sobretudo intemporais) me
auxiliará na empresa de pontuar os diferentes aspectos do fatídico efeito da temporalidade da constituição
da primeira.
Palavras-chave: Pessimismo, Tempo, Schopenhauer, Cioran, Técnicas de Si
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Eduardo da Silva Teodoro (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Miriam Campolina Diniz Peixoto
Título: "Dia e Noite na investigação da Natureza em Parmênides".
Resumo: Investigar Parmênides é questionar nosso modo de conhecer, não somente questionar a coisa
conhecida, mas também o modo pelo qual conheço. E em meio a essas questões uma parece ser
fundamental nesse caminho, o radicalismo do pensamento de Parmênides em um primeiro momento e o
estado fragmento pelo qual nos chegou o poema o tornou em um pensador encarado de forma também
fragmentada, de modo que aqueles que se propõem a discutir o pensador se apóiam em uma ou outra
parte do poema, seguindo daí as mais diversas interpretações que muitas vezes não parecem abarcar todo
o pensamento de Parmênides. Não pretendemos aqui com isso dizer que faremos à devida apresentação
do que teria sido o pensamento de Parmênides, mas sim que buscaremos nos orientar não por um texto
fragmentado e um pensamento fragmentado, ao contrário, do interior do poema nos atentaremos ao fio
condutor que ligam além dos fragmentos o pensamento.
Deste modo, compreender o discurso lógico-ontológico na via do ser e o discurso acerca do mundo na via
da doxa, será o caminho por nos trilhado. Uma vez que não nos parece certo a contradição entre uma
parte e outra do poema, o erro dos homens em nomear formas está em duas perspectivas contrárias não
contraditórias, o guiar-se bicéfalo humano nos parece à problemática da qual Parmênides está a indica.
Palavras-chave: Parmênides- discurso- Natureza
Linha de pesquisa: História da Filosofia Antiga
Elba Carolina Oliveira Silva (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof. Dr. Antonio Mariano Nogueira Coelho
Título: A Contribuição de Hume para o Debate acerca de Leis da Natureza
Resumo: É bem conhecido que na teoria epistemológica de David Hume noções como conexão necessária
e poderes são vistas como obscuras e elimináveis. Ele defende que de observarmos sempre que um objeto
venha seguindo outro não podemos extrair daí qualquer conexão necessária. O que podemos notar é que
há regularidades. É a força do hábito que nos faz pensar que o primeiro causa o segundo. Essa concepção
influenciou fortemente vários filósofos até os dias de hoje em assuntos como causalidade e leis da
natureza. Quanto a leis da natureza, a influência de Hume é tanta que uma das principais divisões em
relação ao tipo de teorias é a distinção entre teorias humianas ou neo-humianas de um lado; e teorias nãohumianas de outro. As teorias neo-humianas são teorias regularistas das leis, ou seja, tentam reduzir de
algum modo leis da natureza a meras regularidades. Há várias versões desse gênero, propostas por
filósofos como Mill, Popper, Mackie, Hempel e Lewis. Os não-humianos, por sua vez, geralmente
defendem algum tipo de necessidade na base das suas teorias. Eles, entretanto, não se livram facilmente
das ideias cujo cerne estão em Hume: o debate com os neo-humianos é quase uma constante.
Penso que por essa importância de Hume para as discussões contemporâneas sobre leis da natureza, cabe
uma investigação mais cuidadosa das considerações feitas por ele relativas a esse tema. Meus objetivos
são apresentá-las em um primeiro momento e em seguida mostrar até que ponto elas parecem se sustentar.
Palavras-chave: Hume; Leis da Natureza; Teorias Regularistas
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Eric Tadeu Miguel (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof. Dr. José Luiz de Oliveira
Título: O Republicanismo na perspectiva de Maquiavel apresentado no Discurso sobre a Primeira Década
de Tito Lívio
Resumo: Em sua obra “A Primeira Década de Tito Lívio” o pensador florentino apresenta-se com uma
postura republicana, analisando a Itália de sua época e seus problemas com Roma, tendo como base o
escritor e historiador Tito Lívio, autor da obra Ad Urbe Condita (desde a fundação da cidade) que
apresenta a história de Roma desde as suas origens. Desta forma, Maquiavel esboça a importância dos
discursos de uma maneira normativa como na obra O Príncipe. Assim, este trabalho tem como objetivo
mostrar por meio de fatos ocorridos e apresentados a dimensão do republicanismo e o significado de
virtú.
Palavras-chave: Estado; República; Roma, Tito Lívio, Virtú.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Érica da Silva Martins, Matheus Mariano da Silva (UNASP/EC)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Dr. Renato Garibaldi Mauri
Título: A Desconstrução do Materialismo Histórico através da Fenomenologia da Vida
Resumo: Como é conhecido, o Socialismo é uma teoria proveniente dos ideais propostos pelo filósofo
Karl Marx. Onde este propunha uma sociedade que estabelecesse um padrão de vida mais igualitário
sendo que, este seria o mediador para se alcançar o ideal Comunista. Contudo, o pensamento inicial de
Marx na visão do filósofo contemporâneo Michel Henry, foi comprometido pela distorção que seus
seguidores impuseram através do marxismo. Marx na visão de Henry critica o capitalismo voraz, que
acaba por subjugar o homem a uma condição de perda de consciência da capacidade e do potencial de
agir. A partir do materialismo histórico à essa condição de estar estático, pode-se atribuir um termo da
filosofia que é a Coisificação. Nesse sentido podemos dizer que o homem encontra-se imerso em um
contexto em que foi reduzido há um simples objeto. No momento em que o trabalho vivo e todas suas
significações vão perdendo espaço para tornar-se escravo de um sistema, a vida e sua subjetividade vão
deixando o sentido de ser. É importante frisar que de acordo Henry, em sua interpretação sobre a batalha
contra o capitalismo selvagem não está meramente reduzido a algo físico, ou a destruição, mas contra
algo muito mais complexo onde o foco é o indivíduo que está por trás disso. A partir do momento em que
é deixada a importância do indivíduo por detrás da máquina, que produz os bens de consumo, também é
esquecida a importância da vida real.
Palavras-chave: Karl Marx, Michel Henry, Socialismo, Capitalismo.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Fabio Luizi dos Santos (UMESP)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: CONSIDERAÇÕES SOBRE O PRINCÍPIO DE INDIVIDUAÇÃO À LUZ DA FILOSOFIA DE
MAX STIRNER
Resumo: Neste presente trabalho, pretende-se investigar a problemática questão referente ao conceito de
individuação e os seus desdobramentos nas instâncias da vida social do homem à luz da perspectiva
filosófica exposta na obra “O Único e a sua Propriedade” de Max Stirner. Com efeito, ao seguirmos por
este caminho epistemológico, tornar-se-á imprescindível encaminhar uma reflexão sobre a busca do
homem pela satisfação de seus interesses individuais; visando resgatar a sua autonomia pessoal para criar
as condições de possibilidade de tomar a posse de si mesmo, (re)afirmando a dimensão radical de sua
singularidade perante a sociedade. Diante do exposto, cabe aqui, postularmos o seguinte questionamento:
De que modo, o processo de individuação pode corroborar com o advento da plena liberdade do homem
para encontrar-se consigo mesmo? Sendo assim, consideramos que esta pesquisa pode nos proporcionar
novas possibilidades de compreender a constituição do agir crítico e reflexivo do homem sobre o mundo
para consolidar o seu projeto de vida.
Palavras-chave: Max Stirner, Individuação, Singularidade, Autonomia, Liberdade
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
Felipe Fernandes Fagundes de Carvalho (USP)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: Que podem os afetos? A etologia segundo Deleuze
Resumo: Trata-se de uma breve consideração sobre o programa etológico presente no pensamento de
Gilles Deleuze. Enquanto uma espécie de ciência geral do afeto, a etologia seria aquilo que definiria o
pensamento de Espinosa, para Deleuze, a partir da pergunta pelo poder de afetar e ser afetado que cada
corpo possui. Deve-se considerar essa pergunta como fundamental no próprio pensamento de Deleuze,
baseado no modo que suas investigações sobre a produção do desejo e a gênese da subjetividade são
dependentes da tematização do modo como suas estruturas são determinadas a partir dos afetos e sua
potência. Longe ser um mero desvio temático, a reflexão sobre os afetos se encontra presente desde suas
leituras de Hume, passando por Nietzsche, Espinosa e de certa forma Bergson. Tal reflexão permite levar
a cabo o programa materialista deleuziano, seja no interior da sua ontologia, sua ética ou sua política.
Palavras-chave: Deleuze, desejo, etologia, afeto.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
Filipe Bacelar Resende (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientado (a): Miriam Campolina Peixoto
Título: Antifonte: natureza e convenção
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Resumo: O trabalho desenvolvido tem como intuito delinear as concepções da natureza e convenção
presentes no texto de Antifonte, tomando como base os fragmentos do Oxyrhynchus Papyri. A
argumentação será desenvolvida através de asserções que contrapõem a natureza e a convenção, buscando
mapear a crítica central do autor às leis e os pontos de possíveis convergências entre o que é natural e o
que é convencional. Para isso, a pesquisa se deterá em estabelecer o que o ateniense entende por natureza,
analisando suas características, por ele ressaltadas, de verdade, necessidade e semelhança. Além disso, os
aspectos das leis/convenções serão perpassados, sendo eles a artificialidade, a oposição ao que é natural e
a falta de socorro a situações no qual ela poderia ser proveitosa, caso intervisse. Após ser enquadrado
melhor cada um desses conceitos, voltaremos a vista para uma análise da relação entre os dois termos
chaves, estabelecendo o modo que se sobrepõem um ao outro e o modo como se apoiam.
Palavras-chave: Antifonte natureza convenção
Linha de pesquisa: História da Filosofia Antiga
Francis Mary Soares Correia da Rosa (UEFS)
E-mail: [email protected]
Orientado (a):
Título: O conceito de literatura menor em Deleuze e Guattari: ressonâncias na educação brasileira
Resumo: Na obra dos filósofos Guattari e Deleuze as noções de literatura menor/maior ganham destaques
como ferramentas conceituais abertas a experimentações. Dessa forma, o conceito de menoridade está
atrelado, nas obras dos filósofos supracitados na própria emergência da literatura como espaço de
transvalorização e experimentação. Consagrado no livro de Gilles Deleuze “Kafka: Por uma literatura
menor”, escrito em conjunto com o psicanalista Felix Guattari, o termo remonta sua origem a obra do
próprio Franz Kafka. É ao falar sobre os escritos em língua iídiche na cidade de Praga que Kafka
caracteriza e enaltece a presença destas “pequenas literaturas” (die kleinen Literaturen em alemão). Para
além de uma discussão sobre as origens, é necessário apontar que o conceito ganha um arranjo decisivo
na obra de Gilles Deleuze e Felix Guattari, publicada pela primeira vez em 1975, Kafka: Por uma
literatura menor. Esta obra se responsabiliza por popularizar o termo no meio acadêmico, ao mesmo
tempo que evidência seu poder de circulação e sua natureza subversiva, propondo uma inversão de
natureza qualitativa na tradução de Marthe Robert. Diante disso, construiremos um ponto de partida na
obra deleuziana, e assim, tentaremos demonstrar como o conceito ressoou em solo epistêmico brasileiro
por meio dos desdobramentos propostos na obra de Silvio Gallo, naquilo que o autor supracitado nomeio
de uma “educação menor”.
Palavras-chave: Deleuze;literatura;menor;educação
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
Gabriela Esther N. dos Santos (UFPA)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Antônio Sergio da Costa Nunes
Título: Habermas: O Surgimento da Esfera Pública e suas implicações
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Resumo: Este trabalho tem por objetivo discutir a perspectiva de esfera pública proposta por Jürgen
Habermas e suas implicações para o mundo político atual. Para tanto, analisaremos suas principais obras a
fim de esquematizar a teoria formulada por Habermas. A relação entre este conceito de esfera pública e a
teoria da democracia deliberativa constitui uma outra dimensão da nossa análise. Exercendo uma crítica
ao sistema teórico habermasiano, buscaremos discutir a validade do ideal histórico sobre o qual assenta
sua tese.
Palavras-chave: Política, Esfera Pública, Sociedade, Habermas, razão.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
George Matias de Almeida Júnior (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Dr. Marcelo P. Marques
Título: Atopía e mundos (im)possíveis em Platão
Resumo: Partimos do tema da atopía, a estranheza e o deslocamento da vida filosófica na pólis,
explorando a singularidade da personalidade de Sócrates e da própria prática filosófica aos olhos de
Platão com relação à vida do indivíduo em sua convivência com os outros na cidade. Uma atenta
consideração sobre a atopía de Sócrates nos diálogos reflete, além de seu lugar na pólis, o seu próprio
tópos no kósmos. Essa hipótese será confrontada com as noções/conceitos de “espaço/lugar”
(khóra/tópos) e de “mundo” (kósmos/oikouméne) em obras como Fédon, Górgias, República e Timeu.
Dirigimo-nos à teoria dos dois mundos (T2M) de uma maneira incomum, pois em geral a referida teoria
recobre uma leitura epistemológica/ontológica da teoria das ideias inteligíveis, mas nega seus aspectos
topológicos e cosmológicos. Tangenciando a história, as origens e os pressupostos da T2M, postulamos
que a atopía pode convir a uma crítica à teoria em pauta, considerando-se que o não lugar assumido pelo
filósofo, para além de uma negação simples, remete a uma alteridade fundamental e à própria situação de
deslocamento entre o tópos horatós e o tópos noetós, entre os lugares sensíveis e inteligíveis de uma
realidade una (na diferença), e não entre dois kósmoi opostos, um mundo inteligível e outro sensível,
dicotomia que, apesar das interpretações consolidadas, é estranha à filosofia platônica, como
mostraremos, a partir da noção de atopía e dos conceitos e imagens que os diálogos mencionados fazem
do(s) mundo(s).
Palavras-chave: atopía; cosmologia; topologia; teoria das formas inteligíveis; teoria de dois mundos
Linha de pesquisa: História da Filosofia Antiga
Glauber Ataíde (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: Kant e Lukács: antinomias da razão ou antinomias do pensamento burguês?
Resumo: Nesta comunicação abordaremos a crítica de Lukács às chamadas "antinomias da razão",
expostas por Kant em sua “Crítica da razão pura”. As antinomias da razão são consideradas o ponto alto
da dialética kantiana, revelando o destino trágico da razão ao se envolver em contradições em sua busca
por um absoluto. As contradições nos diferentes sistemas filosóficos derivam, segundo Kant, não desses
sistemas, mas da natureza contraditória da própria razão. Lukács dedica, em "História e consciência de
classe", uma longa seção de seu artigo "A reificação e a consciência do proletariado" ao exame da
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
filosofia moderna, especialmente a essas antinomias. Para o filósofo húngaro, as antinomias não devem
ser consideradas como oriundas da natureza da razão, mas de determinados problemas filosóficos
suscitados pelo período em que surgiram. Um sinal característico de toda essa época, de acordo com
Lukács, seria a equivalência ingênua entre o conhecimento racional, formal e matemático, de um lado, e o
“nosso” conhecimento de outro, tendência que encontrou expressão também em Kant, que buscou
descobrir como estabelecer juízos sintéticos a priori a exemplo dos que se podem encontrar na
matemática. A filosofia crítica moderna nasceu, segundo Lukács, da estrutura reificada da consciência, e
nessa estrutura tem origem os seus problemas específicos, a exemplo das antinomias kantianas.
Palavras-chave: marxismo; idealismo alemão; lukács; kant; antinomias
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Guilherme Oliveira (FAJE)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: Liberdade x Determinismo na obra de Marx
Resumo: A discussão determinismo x liberdade perpassa toda tradição do pensamento filosófico. Marx
comparece a essa discussão. De modo geral, é visto como um determinista, que prioriza o todo em
detrimento do individuo. Vejamos se essa tese se sustenta e quais são os contornos desse assunto no
pensamento
de
Marx.
Para tal analisaremos os conceitos de trabalho e alienação, para compreender a concepção de homem da
qual Marx parte. Após isso, apresentarei os conceitos de forças produtivas e relações de produção, sua
conexão com a concepção de homem e entender o que Marx entende por liberdade, ou se não passa de um
determinismo, e qual a condição desta no modo de produção capitalista.
Palavras-chave: Marx Liberdade Determinismo
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Helrison Costa (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Helton Adverse
Título: Sobre a contra-conduta em Michel Foucault
Resumo: Nesta comunicação, apresentaremos algumas considerações acerca do termo contra-conduta que
aparece no pensamento de Foucault concomitantemente aos estudos concernentes à governamentalidade.
Procuraremos demonstrar de que maneira se ligam esses dois termos. Para tanto, nos ateremos
principalmente em textos e conferências de Foucault no final da década de 70 em que se vê desenhar, a
partir de uma referência a Kant, a noção de atitude crítica.
Palavras-chave: Foucault-Governamentalidade-contra-conduta
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Helton Lucas Romualdo (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Simeão Sass
Título: A teoria sartreana da imagem
Resumo: A partir das obras L’Imagination e L’Imaginaire Jean-Paul Sartre desenvolve sua teoria da
imagem, do imaginário e da fantasia. O presente trabalho tem por objetivo explicitar tal teoria retomando
as análises sartriana de algumas insuficiências teóricas evidenciadas em obras de filósofos e psicólogos da
modernidade elaboradas sobre o referido tema. A partir da explicitação dessa teoria, nosso segundo
objetivo será apresentar os modos de existência da imagem e sua distinção em relação ao objeto concreto.
Em outros termos, enquanto o objeto concreto é estático, a imagem pode ser compreendida como ato
criativo e pleno de sentido. Tal tese sartriana parte do princípio fenomenológico: a imagem é um tipo de
consciência. Após a análise dos diversos modos de manifestação imagética, o estudo considerará a
possibilidade de tal construto teórico ser pensado como uma ontologia fenomenológica da imagem.
Palavras-chave: Imagem, consciência, Intencionalidade, existência
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
Henrique Lisboa de Sousa (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: Conhecimento Sensível em Tomás de Aquino
Resumo: O trabalho proposto pretende analisar a questão do conhecimento humano nas questões 84 e 85
da Suma Teológica de Tomás de Aquino. Para isso, pensaremos na questão de como a alma humana
apreende o conhecimento dos corpóreos, ressaltando pontos essenciais para a compreensão desta questão,
como a dependência dos sensíveis para o conhecimento a partir da impressão gerada pelas representações
imaginárias – phantamatas; o intelecto agente como mediador da mudança de intelecto possível para
intelecto em ato e os objetos próprios do intelecto humano, pensando na abstração do universal a partir
dos particulares.
Palavras-chave: Conhecimento sensível, Suma Teológica
Linha de pesquisa: História da Filosofia Medieval
Igor Britto Lica (Escola de Direito Dom Helder Câmara)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): José Adércio de Leite Sampaio
Título: Como não usar a Filosofia: para uma crítica do poder punitivo
Resumo: Partimos do óbvio em Filosofia Política: para cada concepção do Estado – visto na figura de um
contrato – existirá o seu par na concepção do que será o Homem – visto enquanto sujeito capaz de ação
na sociedade. Isso pode ser sentido de modo mais acentuado na modernidade, mas também na idade
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
clássica e no final do período medieval, sobretudo no renascimento com Pico Della Mirandola e
Maquiavel. Segue-se disso que se a sociedade, composta por indivíduos, se organiza através de um
contrato social, então aquele que quebrar o acordo será punido através da coação estatal.
O problema supracitado será por nós analisado em confronto com a obra Direito Penal do Inimigo de
Günther Jakobs, haja vista o referido penalista alemão fazer referência aos filósofos políticos da
modernidade para justificar sua teoria sobre o poder punitivo do Estado. É nesse sentido, pois, que iremos
analisar, brevemente, as concepções de Homem e Contrato em Fichte e Rousseau e, no outro polo, Kant e
Hobbes. Sobre esse último iremos deter uma atenção especial, visto que é sobre ele que recai um interesse
maior do jurista alemão. Com isso, visamos fazer um crítica dos fundamentos da teoria do Direito Penal
do Inimigo à luz de autores como Giorgio Agamben, Michel Foucault e Walter Benjamin a fim de
esclarecer os possíveis equívocos teóricos presentes em tal obra.
Palavras-chave: Contrato - Homem - Punição - Inimigo - Política
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Igor Guimarães Martins (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: Schopenhauer e Kant, diferenças entre metodos e seus resultados
Resumo: A presente comunicação pretende elucidar a faceta negativa da relação Schopenhauer-Kant com
especial atenção a contraposição dos métodos filosóficos acolhidos por cada um deles. Esse exame partirá
do Apêndice de O Mundo como Vontade e Representação no intuito de sublinhar o teor alternativo da
metafísica de Schopenhauer no apogeu do racionalismo.
Palavras-chave: Schopenhauer, Kant, Racionalismo, Método, Metafísica.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
James Jesuino de Souza (UFVJM)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: A noção de política na modernidade: o uso racional do poder.
Resumo: A constituição da inovação do pensamento político moderno traz consigo um novo paradigma, o
de poder. Esta novidade se fundamenta na dicotomia entre a moral herdada da tradição cristã, e a ética
política, laica, determinada pelas circunstâncias do real. Assim, a busca da compreensão entre ética e
política moderna se estabelece sob uma nova égide: a da noção de virtù e de fortuna conceitos essenciais
para esta nova compreensão de política e de poder. Tais elementos conceituais servem para determinar a
capacidade humana de controlar e antecipar os efeitos do ato de governar. Não existem, contudo, métodos
específicos ou prontos para a tomada do poder político, mas há sim, uma maneira de se apropriar tanto da
fortuna como da virtù, ou seja, fazendo uso racional do poder, articulado, meticuloso, perspicazmente...
Palavras-chave: Política, Poder, modernidade, virtù
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Jéssica Tatiane Felizardo (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientado (a): Prof. Dr. José Luiz de Oliveira
Título: As análises arendtianas acerca do racismo
Resumo: O presente trabalho almeja expor as análises encaminhadas por Hannah Arendt acerca do
racismo. Iremos utilizar duas obras norteadoras da autora para o presente trabalho: “Origens do
Totalitarismo” (1975) e um dos textos presente em sua coletânea “Responsabilidade e Julgamento”
(2004), intitulado “Reflexões sobre Little Rock”. De acordo com Arendt, o racismo foi umas das bases
fundamentais do imperialismo, visto como ideologia e instrumento de organização política e categoria de
poder sobre os indivíduos. A teoria racial era o fator que tudo determinava nesse sistema de governo. Já
em suas “Reflexões sobre Little Rock” (2004), voltando-se também para a questão dos negros, a
pensadora faz menção à exclusão dos afrodescendentes da vivência da igualdade constitucional. Nessa
análise, Arendt expõe que o governo federal americano não deveria exigir, por imposição legal, a
integração das crianças negras em escolas tradicionalmente frequentadas por crianças brancas nas
instituições de ensino do Sul dos Estados Unidos da América. O argumento de Arendt contra a
intervenção governamental obrigatória fundamenta-se nas distinções entre as esferas política, social e
privada. Dessa maneira, de acordo com os textos arendtianos explícitos, ressaltaremos as abordagens de
Arendt acerca da não inclusão dos negros na efetivação dos direitos civis no ato da fundação da
Constituição dos Estados Unidos da América.
Palavras-chave: Direito; Constituição; Negritude; Racismo
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
João Batista Farias Junior (IFPI)
E-mail: [email protected]
Orientado (a):
Título: Hans Jonas e Hannah Arendt: algumas considerações sobre o conceito de responsabilidade
Resumo: Hannah Arendt e Hans Jonas, além da amizade, compartilharam também os mestres durante
seus estudos na Alemanha nas décadas de 1920 e 1930, assim como compartilharam a mesma origem:
famílias judias assimiladas e as dores infligidas pelos nazistas aos judeus de toda a Europa. Os dois
filósofos viveram o que de pior se pode esperar da raça humana: o não reconhecimento de seus valores e a
extirpação de sua humanidade. Porém, diferentemente dos milhões que pereceram nos campos de
concentração, eles conseguiram encontrar uma nova pátria e salvar-se da máquina de aniquilação nazista.
O horizonte de nossa trabalho é o de que o princípio da responsabilidade, princípio moral proposto por
Hans Jonas, deva figurar como um dos preceitos políticos mais básicos dentro da sociedade moderna
contemporânea. Desse modo, não tendo sido bem determinado por Jonas por quais vias sua ética da
responsabilidade deveria ser transposta para as discussões políticas, procuramos apontar para uma
possível complementação do pensamento de Jonas a partir do que Hannah Arendt, filósofa
contemporânea e amiga de Jonas, tem a oferecer de suporte teórico político necessário para pensarmos a
responsabilidade como um princípio moral e político.
Palavras-chave: Hans Jonas, Hannah Arendt, Responsabilidade.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
João Gabriel da Silva Pinto Filho (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: Elementos do Direito em Thomas Hobbes
Resumo: A pesquisa em Filosofia se encontra na fase preliminar de estudo dos principais conceitos da
Filosofia do Direito hobbesiana, visando futuros aprofundamentos. O filósofo Thomas Hobbes é um dos
pais do conceito moderno de estado. Tal conceito está em estreita relação com o aparato jurídico por ele
proposto. O Estado de direito contemporâneo possui em seus pilares várias ideias, conceitos e noções
elencadas pelo referido autor. Sendo assim, é de extrema pertinência a pesquisa filosófica do direito em
Hobbes, tanto para uma melhor compreensão do surgimento e estabelecimento do Estado moderno
relacionado ao direito, como para um maior entendimento do Estado de direito da atualidade.
A apresentação acontecerá em tópicos que seguirão a seguinte ordem:
1) O direito na época de Hobbes.
2) Definição de direito por Hobbes (distinção jus/lex e common law).
3) Direito de natureza e leis de natureza.
4) Direito no Estado e leis civis (Contrato, representação, direitos do soberano, direito sobre as coisas,
direito sobre as pessoas, direito de punição e direito de resistência).
5) O direito de Hobbes e o Estado moderno.
Palavras-chave: Direito, leis, Hobbes, Estado.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
João Pedro Andrade de Campos (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof.Dr. José Luiz de Oliveira
Título: Sobre a concepção de Direitos Humanos na filosofia política de Hannah Arendt
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo discutir a proposta de Direitos Humanos encaminhada
por Hannah Arendt. Para realização de tal intento, nos deteremos em dois pontos centrais, a saber: (i) a
tópica dos apátridas e (ii) o conceito de amor mundi. É à partir da figura dos apátridas que a autora
desenvolve sua crítica acerca da ineficiência dos direitos universais e é com base na ideia de amor mundi
que a pensadora pretende buscar um novo viés para os Direitos Humanos. Neste sentido, nossa
comunicação visa discorrer acerca de aspectos fundamentais nas obras Origens do Totalitarismo e A
Condição Humana.
Palavras-chave: Amor Mundi; Apátridas; Direitos Humanos.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Jose Dimas Petronilho da Silva (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof. Leonardo de Mello Ribeiro
Título: O problema da teleologia no discurso ético contemporâneo
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Resumo: Aristóteles, na "Ética", nos mostra a relação necessária que há entre virtude e felicidade. Dessa
relação é possível se extrair outro conceito necessário e fundamental, o de teleologia. Este conceito será o
foco de nossa apresentação. A teleologia não é comumente aceita nos discursos acadêmicos, uma vez que
seu significado aparenta demasiado teor metafísico, ou até mesmo, religioso. Para se fazer esta crítica,
utilizaremos o filósofo Thomas Hurka e algumas de suas passagens do livro "Perfectionism". Nesta obra
Hurka aponta uma outra vertente de uma ética neo-aristotélica. No entanto, podemos dizer que interpretar
a teleologia desta forma, não é a única via de interpretação. Para tal defesa de uma teleologia no discurso
de uma ética das virtudes, nos utilizaremos da obra "The Morality of Happiness", da filósofa Julia Annas.
Por meio deste confronto, buscaremos evidenciar que Annas se mostra mais razoável em sua defesa, uma
vez que sua descrição teleológica de uma ética das virtudes não é tão exigente, metafisicamente, como
muitos afirmam, mas ao contrário, é bastante intuitiva (no comum senso da palavra). Destarte, exporemos
este campo de discussão, sem decidirmos, necessariamente, a melhor via interpretativa, evidenciando,
brevemente, as possíveis consequências de se poder ou não tratar de teleologia - no sentido forte do termo
- nas descrições éticas, ou melhor, na descrição de uma ética das virtudes.
Palavras-chave: Ética das Virtudes, Julia Annas, Teleologia
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
José Vander Vieira (UFES)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Thana Mara de Souza
Título: Linguagem, quadratura e poesia no pensamento de Heidegger
Resumo: O presente trabalho visa uma compreensão mais ampla da questão da linguagem na obra de
Martin Heidegger, com o foco na relação de proximidade originária entre a poesia e o ser-aí histórico do
homem, entrevista pelo autor. Se em Ser e Tempo Heidegger indica que a linguagem tem um lugar
ontológico originário e está ligada à abertura da presentificação do ser-aí como ser-no-mundo, em escritos
posteriores, como na Carta Sobre o Humanismo e nas conferências publicadas na década de 1950,
Heidegger leva ainda mais longe o estatuto dado à linguagem, dizendo que a mesma é “a casa do Ser”.
Considerando a linguagem como morada do Ser, nosso trabalho busca compreender como é possível ao
homem habitar poeticamente esta terra, saindo das noções cotidianas e técnicas de habitação e de poesia
para pensá-las a partir de seu vigor como acontecimento existencial. Dessa forma, fica possível conceber
uma forma do homem habitar poeticamente, a partir de um diálogo com a linguagem e do acontecimento
do que Heidegger chama de simplicidade da quadratura de terra e céu, mortais e imortais.
Palavras-chave: Linguagem. Técnica. Poesia. Habitar.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
Josicleyton Araujo dos Santos (UFMA)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Wellington Lima Amorim
Título: CONTINGÊNCIA DA LINGUIAGEM: A POSSIBILIDADE DA REDESCRIÇÃO DE SI
Resumo: Durante muitos milênios o homem se perguntou sobre a realidade absoluta das coisas. O que é
real? O que é aparente? O que de fato é verdade? Platão faz em seu discurso uma reflexão que busca a
saída da caverna, ou seja, o descobrimento da verdade. Hegel busca o absoluto. Kant a coisa-em-si.
Enfim, toda a tradição filosófica é marcada pela busca do ser, da realidade absoluta. Rorty considera que
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
todos esses problemas são problemas conceituais. E por isso, ele se debruçou na análise Nietzschiana
sobre a verdade. Afirma, portanto, que não existe uma verdade absoluta, mas que nossas projeções
conceituais sobre o que é se dá apenas de modo provisório e relativo . Afirmar a contingência da
linguagem é afirmar os paradigmas aos quais estamos inseridos. Assim, a mente forma a linguagem, as
muletas provisórias, os paradigmas. Tudo depende, portanto, de uma consciência que produz. Esta
também não é necessária, mas contingente. Assim, a consciência é um quadro a ser pintado. Afirmar isto
é afirmar a liberdade. Assim Rorty percebe a contingência da consciência e da linguagem. É conferindo
as particularidades contingenciais que iremos nos direcionar ao indivíduo que se modifica, se faz, se
recria. O objetivo aqui é expressar a marca da liberdade de modelar-se conforme sua disposição. Assim,
teremos com isso a elucidação da liberdade e responsabilidade do indivíduo.
Palavras-chave: CONTINGÊNCIA, PARADIGMAS, LINGUAGEM, CONSCIÊNCIA
Linha de pesquisa: Lógica ou Filosofia da Linguagem
Kelvlin Ferreira Medeiros (UnB)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Professor Dr. Pedro Ergnaldo Gontijo
Título: Conceito, problema e ensino: uma conversação.
Resumo: A presente comunicação pretende explorar a relação entre conceito, problema e ensino a partir
da filosofia deleuziana. Para tanto, pretendemos i) expor a indissociabilidade entre problema e conceito
para, então, ii) construir diálogos que visam a tangenciar o ensino de filosofia. Em O que é a filosofia,
Deleuze identifica o ato de criar conceitos com a própria filosofia. Nesta obra, o filósofo marca a
indissociabilidade entre conceito e problema. A atividade filosófica consistiria numa criação de conceitos
- que emergem de uma interação com problemas diversos, de modo que conceito e problema fazem parte
de um mesmo plano. Gallo, assimila elementos da filosofia de Deleuze e organiza um plano de ação para
o ensino de filosofia que tenta seguir a ideia de que a filosofia é uma atividade criadora de conceitos.
Assim, em Metodologia do Ensino de Filosofia, o brasileiro expõe algumas orientações metodológicas
que possibilitam o ensino de filosofia balizado nesta ideia. A proposta de Gallo conversa com a filosofia
de Deleuze pois consegue reunir quatro momentos (sensibilização, problematização, investigação e
conceituação) que proporcionam um ambiente no qual a experiência com o conceito, bem como com o
problema, é possível. E é nesse sentido que a proposta de ensino objetiva propiciar um ambiente
favorável para esta atividade - a vivência com um problema para que, dele, haja a possibilidade de
emergir um conceito e, assim, estabelece e marca um lugar ante à filosofia Deleuziana.
Palavras-chave: Conceito; problema; ensino de filosofia; Deleuze; Sílvio Gallo
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
Kim Abreu (UERJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Vera Portocarrero
Título: A questão do sujeito e da verdade entre as genealogias de Nietzsche e Foucault
Resumo: O objetivo principal desta apresentação é aproximar as genealogias de Nietzsche e de Foucault a
respeito das relações entre sujeito e verdade. O ponto de convergência principal entre os dois autores será
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
as noções de sujeito, de verdade e de conhecimento como invenção, fabricação ou produção históricas.
Os objetivos específicos são: a) mostrar a relevância do tema para os estudos nietzschianos e
foucaultianos; b) desenvolver o método que será adotado para aproximar os dois filósofos; c) trabalhar a
questão: até que ponto a hipótese genealógica de Nietzsche foi também a de Foucault?; d) mostrar os
deslocamentos metodológicos de Foucault; e) arqueologia do saber – a dessujeição dos saberes; f)
genealogia do poder – a invenção do sujeito a partir de relações de poder; g) genealogia da ética – a
constituição
do
sujeito
como
aquele
que
diz
a
verdade
sobre
si
mesmo.
Urge, não somente entre os estudos nietzschianos, mas foucaultianos, a necessidade de se compreender o
que é genealogia. A minha preocupação é com a ausência de problematização filosófica, pois em muitos
textos
falta
conceituar
claramente
do
que
se
trata
essa
genealogia.
Não buscarei, portanto, provar a fidelidade de Foucault a Nietzsche. Não se trata de comprovar que
determinada palavra, expressão, conceito ou noção foram retiradas de Nietzsche, mas de aproximá-los e
afastá-los para que se possa ter uma compreensão melhor do que é a genealogia.
Palavras-chave: Genealogia. Sujeito. Verdade. História.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
LAIANE ALMEIDA TELES; KLEYSON ROSÁRIO ASSIS (UFRB)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): RICHARD RORTY E A LITERATURA
Resumo: Em "Contingência, Ironia e Solidariedade" (RORTY, 2007), Richard Rorty conduz-nos a tese de
que “o mundo está dado, mas a verdade não está dada”. Isto é, o mundo existe, mas as descrições do
mundo não existem. O mundo só existe por causa da linguagem e da capacidade descritiva dos homens.
Como o mundo não fala, só nós o fazemos, nós, através da linguagem, criamos o mundo. Assim, a
verdade, nada mais é do que um atributo linguístico. Sabendo que linguagem é prática social, Rorty
atribui à filosofia, aproximando-a assim da literatura, um papel de gênero literário no qual os vocabulários
são frutos de uma escolha contingente que pode redescrever o mundo e as atividades humanas de novas
maneiras e que em nada se aproximam de algo neutro e universal. Ao fazer isso, Rorty atribui também à
literatura um papel relevante em nossa política cultural, na medida em que é convocada a se manifestar
sobre aspectos polêmicos que ocorrem cotidianamente em nossa cultura. Nesta comunicação,
pretendemos esclarecer como a literatura é encarada como política cultural, posto que isso significa,
dentre outras coisas, discussões acerca do uso correto de determinados vocabulários. Também
apontaremos como determinadas obras tidas como estritamente literárias podem cumprir um papel
tradicionalmente atribuído à filosofia.
Palavras-chave: Política Cultural. Neopragmatismo. Rorty.
Linha de pesquisa: Estética ou Filosofia da Arte
Leandro Rocha dos Santos (UFRJR)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Dr. Walter Valdevino Oliveira Silva
Título: Sexualidades heterodiscordantes e o problema das liberdades individuais
Resumo: Atualmente as discussões teóricas na filosofia tematizam o problema das liberdades individuais
percorrendo os caminhos trilhados por inúmeras/os pensadoras/es. Ao criticar os aspectos conceituais de
um saber filosófico voltado majoritariamente para a problematização de conceitos, muitas discussões se
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
tornam eminentemente frágeis por não conseguirem dar conta de materializar anseios mais honestos,
sobretudo, no campo da sexualidade. Inspirado em algumas discussões filosóficas sobre o problema das
liberdades individuais, o objetivo deste trabalho é oferecer luz, a partir das reflexões de filósofas/os como
Stuart Mill, Nancy Fraser e John Rawls, às discussões políticas da luta por reconhecimento de direitos
sexuais das pessoas LGBT e inferir as reais consequências que a sua não concessão provoca, refletindo
desde a ausência de políticas públicas e direitos civis, por exemplo, até processos de exclusão e
estigmatização. Como efeito desse processo, percebe-se um significativo aumento das violências, que são
fomentadas por instituições como a família, a igreja (sobretudo o protestantismo neopentecostal) e pelo
próprio direito – por meio de seus legisladores, instâncias e ordenamentos jurídicos –, reificando, ao que
nos parece, esse estigma social brasileiro que são as violências LGBTfóbicas.
Palavras-chave: Liberdades individuais; direitos sexuais; reconhecimento; LGBTfobia;
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Ligea Hoki, Leiner Hoki (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: O escutar da mente: uma reflexão sobre a Língua Brasileira de Sinais
Resumo: Partindo do pensamento derridiano, exposto em seu livro Gramatologia o presente trabalho
pretende explorar as possibilidades expressivas e de comunicação da língua brasileira de sinais (Libras).
Como aponta Derrida, a tradição estruturalista e mesmo o pensamento Husseliano teriam uma definição
restrita de linguagem, fono-logo-centrada que não abarcaria por exemplo a linguagem de sinais. Desse
modo, para essa reflexão utilizaremos o livro de Oliver Sacks, Vejo Uma Voz: uma viagem ao mundo dos
surdos. No qual Sacks descreve sua imersão na cultura Surda e reflete sobre a cognição das pessoas com
auto grau de surdes. Esperamos com a presente pesquisa denunciar a hierarquia das línguas faladas e
alfabéticas e repensar nossos próprios conceitos de pensamento, cognição e linguagem.
Palavras-chave: Libras, Linguagem, Pensamento, Derrida, Oliver Sacks
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
LORENA FIUNGO DA SILVA (UnB)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Samuel José Simon Rodrigues
Título: O Racionalismo na Filosofia de David Hume
Resumo: O presente trabalho buscou analisar até que ponto é possível falar de racionalismo na filosofia
de David Hume. Por um lado, Hume defende que o conhecimento humano se origine na experiência,
sendo, portanto falibilista, ou seja, pode-se ter dúvidas acerca do conhecimento originado na empiria. No
entanto, por outro lado, Hume não negou a possibilidade de um conhecimento, mesmo com base na
experiência, por ser seguro. Esse conhecimento seguro e certo (intuitivo e demonstrativo), expressa-se na
matemática. Os fundamentos da filosofia da ciência humiana, particularmente o que se poderia chamar de
uma filosofia da matemática, e seus vínculos com uma teoria do conhecimento, admite a tese não somente
de racionalismo, mas também de algum apriorismo na filosofia de David Hume, ao contrário do que
admitem muitos autores ao exporem apenas um Hume cético.
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Palavras-chave: Racionalismo, apriorismo, matemática, David Hume,
Linha de pesquisa: Epistemologia ou Filosofia da Ciência
Lucas Carvalho Peto (UNESP)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Danilo Saretta Verissimo
Título: Considerações acerca da questão da corporeidade na filosofia de Marx
Resumo: Objetiva-se evidenciar e discutir os fundamentos que tornam possível problematizar a questão
da corporeidade [Leiblichkeit] a partir dos escritos de Marx. A questão da corporeidade não fora objeto de
sistematização nos postulados marxianos. Os “críticos pós-modernos” imputam aos escritos pautados nos
postulados marxianos a dificuldade de se confrontar com o estudo do corpo. Nas próprias pesquisas de
base marxiana há tendência a rechaçar a questão da corporeidade, classificando-a como desvio relativo à
centralidade das questões estruturais de ordem político-econômica. Em Marx, contudo, fundamentações
acerca da problemática da corporeidade jazem em íntima relação com as tramas conceituais constituintes
das redes categoriais ontológicas do ser social. Problematizar a corporeidade com base nos postulados
marxianos é concebê-la em relação orgânico-processual com a produtividade humana, com a
configuração histórica da sensibilidade e da ação humanas. Intenta-se evidenciar fundamentos para uma
abordagem que recoloque a corporeidade no campo das problemáticas referentes ao ser social.
Palavras-chave: Karl Marx (1818-1883). Corporeidade. Filosofia.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
Lúcia Helena da Silva (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof.Dr. José Luiz de Oliveira
Título: A QUESTÃO DO HOMO FABER NO PENSAMENTO DE HANNAH ARENDT
O presente estudo tem por finalidade explicitar as análises de Hannah Arendt acerca do homo faber. A
pensadora trata da inversão da tradição hierárquica no âmbito da vita activa, e da contemplação na Era
Moderna. O fio condutor será avaliar as conseqüências da glorificação do trabalho na modernidade,
quando todo trabalho passa a ser considerado como obra. O conceito de processo assumiu a posição
central e para o homo faber, a moderna troca do “o que” para o “como” concebeu a natureza como
processo desencadeado pela ação humana, não se preocupando com o que as coisas são, mas com o
processo de vir-a-ser. A exaltação da atividade do trabalho diluiu a antiga divisão entre o público e o
privado e, ao mudar o sentido destes dois termos, tornou-os quase irreconhecíveis. Há a possibilidade da
moderna ascensão do trabalho e do consumo, serem responsabilizados pelo desaparecimento da liberdade
política no mundo contemporâneo?
Palavras Chave: Homo Faber- Animal Laborans- Política- Liberdade- Trabalho.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Luis Filipe Maciel Jacinto (UFRGS)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Eros Moreira Carvalho
Título: A revolução científica foi Copernicana?
Resumo: Thomas Kuhn, em a "Revolução Copernicana" e "A Estrutura das Revoluções Cientifícas",
atribui aos trabalhos de Copérnico o rompimento fundamental com a tradição ptolomaica e, portanto,
defende um revolução científica copernicana. O objetivo da nossa exposição será avaliar uma concepção
alternativa, defendida por Peter Barker, que atribui o rompimento fundamental com a tradição ptolomaica
aos trabalhos de Kepler e, portanto, defende um revolução científica kepleriana. Para a execução deste
objetivo, serão necessárias duas etapas. Na primeira etapa, os conceitos astrônomicos relevantes e o
conceito de incomensurabilidade serão explicados. Na segunda etapa, apresentaremos o modelo
representacional utilizado por Barker como ferramenta para mensuração dos graus de
incomensurabilidade entre a teoria ptolomaica e as respectivas contribuições de ambos cientistas. Em
seguida, será identificado qual das contribuições engendram graus maiores ou menores de
incomensurabilidade com o sistema conceitual ptolomaico.
Palavras-chave: Copérnico, Mudança conceitual, Incomensurabilidade
Linha de pesquisa: Epistemologia ou Filosofia da Ciência
Maiara Franci dos Santos do Nascimento (UESPI)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Solange Aparecida de Campos Costa
Título: O Poder do sexo feminino nas tragédias Oréstia e Macbeth.
Resumo: O presente trabalho busca mostrar o poder das mulheres nas tragédias Oréstia e Macbeth, dando
destaque a Clitemnestra e Lady Macbeth. Não fazendo juízo de valor em relação às obras, mas
ressaltando a influência, semelhanças e dissemelhanças que o sexo feminino possui em ambas as
tragédias, principalmente no que concerne aos jogos de palavras, ironias, ambiguidades e poder de
persuasão que foram atribuídos às mulheres, em um contexto em que o poder era maioritariamente da
figura masculina.
Palavras-chave: Tragédia, Clitemnestra, Lady Macbeth, Poder, Mulher
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Marco Antonio Correa Bezerra (UFPA)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Profº. Dr. Ernani Pinheiro Chaves
Título: FUNDAMENTO MORAL E PODER SOBERANO EM JEAN-JAQUES ROUSSEAU
Resumo: A questão fundamental dessa investigação será mostrar quais bases sustentam a ideia do poder
soberano no interior do chamado Estado Moderno e como nele se manifesta a relação com seus membros.
Para alcançar esse objetivo pretendemos inicialmente mostrar nesse projeto, que é exatamente a busca
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
dessas bases que o pensamento de Jean-Jacques Rousseau persegue desde o Discurso sobre as ciências e
as artes (1749), passando pelo Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os
Homens (1755) até alcançar sua formulação mais completa em Do Contrato Social (1762), considerado o
estudo mais influente da vida intelectual do autor. Nessa última obra, a legitimidade do comportamento se
torna necessária para organizar os integrantes da sociedade, tornando coeso o corpo político. Para isso, os
cidadãos se submetem a uma lei inviolável, a qual será validada pelos próprios membros do Estado.
Portanto, delegam seu poder particular em direção à vontade geral, sendo cada homem considerado parte
do poder soberano do Estado.
Palavras-chave: Poder, Estado, lei, soberania, cidadão
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Maria Carolina Mendonça de Resende (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Patrícia Kauark
Título: A idealidade transcendental do espaço e do tempo - da dissertação de 1770 à Estética
Transcendental
Resumo: A noção de idealidade transcendental do espaço e do tempo se constituiu ao longo do percurso
conceitual kantiano como um elemento basilar para as teses defendidas na primeira Crítica. Desse
percurso, destaca-se a Dissertação de 1770, também intitulada “Forma e princípios do mundo sensível e
do mundo inteligível”, um texto pré-crítico em que Kant já apresenta os primeiros elementos para a tese
da idealidade transcendental do espaço e do tempo, apresentada integralmente na Crítica da Razão Pura:
espaço e tempo como formas puras da intuição sensível e condições da possibilidade real de percepção de
objetos sensíveis (que só se aplicam a objetos na medida em que estes são fenômenos). O objetivo geral
deste trabalho consiste em investigar comparativamente os pontos de semelhança e de divergência entre o
texto da Dissertação e o da Estética Transcendental, em suas edições A (1781) e B (1787), no que
concerne às intuições formais do espaço e do tempo.
Palavras-chave: Estética Transcendental; Dissertação de 1770; Espaço e Tempo; Kant;
Linha de pesquisa: Epistemologia ou Filosofia da Ciência
Mateus Felipe Pereira Leite (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Leonardo de Mello Ribeiro
Título: Revisitando a máquina de experiências: uma defesa do hedonismo.
Resumo: A Máquina de Experiências de Nozick é um dos experimentos mentais mais famosos da
filosofia analítica contemporânea. Muitos filósofos consideram que a sua conclusão é uma objeção fatal
para o hedonismo ético e, mais geralmente, para todas as teorias do bem-estar que recorrem a estados
mentais. O presente trabalho pretende apresentar algumas respostas à objeção de Nozick e mostrar que, ao
contrário do que geralmente se coloca, a máquina de experiências é incapaz de descartar o hedonismo
como uma tese relevante para o bem-estar
Palavras-chave: hedonismo; utilitarismo; bem-estar.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Mateus Masiero (UNICAMP)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: Uma leitura do problema da máscara em Montaigne à luz de um critério de intencionalidade moral
Michel de Montaigne, ao tratar dos negócios públicos e dos mecanismos pelos quais eles se sustentam,
emprega frequentemente a metáfora da máscara. Isso porque, para o filósofo, a sociedade dita civilizada
se alicerça sobretudo em práticas relacionadas à dissimulação, de modo que tal sociedade passa a ser
entendida como um grande teatro. No entanto, Montaigne parece, por vezes, se contradizer no tocante aos
juízos morais que aufere ao uso da máscara: ora condenando-a, ora enaltecendo-a. O objetivo de nossa
comunicação será propor uma leitura para esse problema das diferentes valorações morais da máscara
apresentadas ao longo dos Ensaios. Pretendemos mostrar que a divergência das posturas de Montaigne
nesse tocante se baseiam em um critério de intencionalidade, pelo qual o indivíduo deve se manter fiel à
sua própria consciência e sua razão; de modo que a crítica à dissimulação independe de um conhecimento
real acerca de uma verdade absoluta e transcendente e, assim, não contraria a premissa cética a que o
filósofo diz aderir. Uma vez estabelecido esse critério da intencionalidade, pode-se julgar corretamente as
diferentes ocorrências da máscara na sociedade, distinguindo entre os modos honestos ou não de
empregá-la.
Palavras-chave: Máscara, Ensaios de Montaigne, ética renascentista
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Matheus Colares do Nascimento (UFPA)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof. Dr. Pedro Paulo da Costa Corôa
Título: A Importância da Religião Civil para a Formação do Sentimento de Espírito Público
Resumo: Apesar de não compor efetivamente a estrutura argumentativa do pensamento político de
Rousseau, presente no Contrato Social, a Religião Civil ocupa um lugar importante no que se refere à
aplicação destes princípios. O filósofo considerara imprescindível a preexistência de certas condições
sociais e morais favoráveis à implantação de uma determinada legislação. Uma delas é a de um liame
social entre os cidadãos. A Religião Civil seria, então responsável por instaurá-lo. Considerando-a,
portanto, como uma questão de cunho político-filosófico, nosso objetivo com esta comunicação é,
mostrar por quê, efetivamente, há a necessidade deste conceito no contexto político e, em seguida,
esclarecê-lo.
Palavras-chave: Rousseau, Religião Civil, Sentimento Moral, Liame Social
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Mauro Luiz do Nascimento Júnior (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof. Dr. José Luiz de Oliveira
12 a 16 de Setembro de 2016
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Título: Considerações Iniciais acerca da Liberdade como princípio da Vontade em Agostinho
Resumo: Nosso trabalho busca explicitar de que maneira a Liberdade se constitui principio da Vontade.
Aurélio Agostinho no livro VIII (Confissões) inicia-se dizendo que ardeu em desejos de imitar Vitorino e
afirma que admira a coragem do mesmo de se converter à religião cristã nos tempos do Imperador
Juliano. Neste perpassar o mestre argelino evidencia os primeiros traços das duas vontades que se
encontram no interior de si. Reverberando as vontades, percebe-se que uma delas o dominava a ponto de
fazer prevalecer uma frente à outra. A vontade da carne, ou seja, aquela que por analogia Agostinho diz
ser uma cadeia problematizada como luxúria, vontade perversa e por sucessão que termina levando ao
hábito. Trata-se de algo aparentemente normal aos olhos de si, permeando uma falsa necessidade. Dessa
maneira, trilhando o aspecto da vontade no pensamento de Agostinho, se ganha distinção da vontade da
carne, nomeada como a vontade nova. O sábio norte-africano salienta que algo começa a criar aspectos de
um novo querer dentro de si, a fim de levá-lo a buscar Deus, mesmo querendo, confessa a sua inaptidão
em perpetuar nessa vontade. Começa a destacar as duas vontades e gerar suas evidências, no sentido de
que ocorre a luta de uma contra a outra, cortando sua alma. A carne tem desejos contra o espírito (e
vice/versa), formando vontades distintas. É nessa perspectiva que Agostinho salienta os atos livres na
condição de início da liberdade, entre o querer e o não querer dentro do hábito.
Palavras-chave: Liberdade; Interioridade; Vontade.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Medieval
Mayã Gonçalves Fernandes (UnB)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Loraine Oliveira
Título: As faces de Odisseu no tratado Sobre o belo de Plotino
Resumo: No capitulo oitavo do tratado I. 6 [1] Sobre o belo, Plotino apresenta o mito de Odisseu, herói
que foge das belezas sensíveis das ninfas Circe e Calipso. O que essa fuga representa para o tratado?
Como o herói consegue percorrer o caminho da beleza buscando conhecer o inteligível? Como proposta
para essa investigação, este presente trabalho tem por objetivo analisar duas possibilidades de
interpretação: a primeira consiste em compreender Odisseu como a figura da alma, que se afasta das
belezas sensíveis ao perceber que essas são sombras e projeções da verdadeira beleza. Assim, Odisseu
enquanto representante da alma deseja encontrar o seu arquétipo, o retorno para sua origem, o Intelecto e
Um; a segunda interpretação, parte do pressuposto que o tratado I. 6 [1] em conjunto com o I. 3 [20]
Sobre a dialética, proporcionam a verificação do caminho ascensional por três tipos de humanos: o artista,
o amante e o filósofo. Nesse sentido, Odisseu se assemelharia à figura do amante, que após conviver com
belezas sensíveis, encontra em si seu verdadeiro amado e foge para sua pátria querida. De todo modo, ao
longo do tratado Sobre o belo é possível conceber aspectos que embasam essas análises. Ao acolher as
duas perspectivas para o mito do herói marinheiro, pretende-se mostrar que nesse percurso,
eventualmente, ambas as interpretações são possíveis e complementares.
Palavras-chave: Caminho ascensional; Alma; Amante
Linha de pesquisa: História da Filosofia Antiga
12 a 16 de Setembro de 2016
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Maylson Gonçalves Candeira (UESPI)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Thiago Monteiro Chaves
Título: Aspectos Empíricos da Teoria da Mente
Resumo: A Teoria da Mente surgiu como uma adaptação que foi moldada pela seleção natural. A
intencionalidade é uma característica fundamental a partir da qual pode-se descrever e prever o
comportamento de um agente e, como produto da evolução por seleção natural, a intencionalidade
executou um papel essencial que permitiu aos indivíduos estabelecerem relações sociais a partir da
atribuição de estados mentais aos seus co-específicos. A tese de sistema intencional de Daniel Dennett
será aplicada à Teoria da Herança Dual de Tomasello, segundo a qual a descrição do comportamento e
dos processos cognitivos humanos é possível apenas considerando a herança biológica e cultural atuando
em conjunto. A Evolução Cultural, que configura um fluxo de informação que certos indivíduos adquirem
de outros por meio do aprendizado social e por imitação, fundamenta-se na capacidade exclusivamente
humana de desenvolver uma teoria da mente. A atenção conjunta que consiste na relação triádica entre
dois sujeitos que interagem entre si sobre algo que encontra-se no mundo é possível apenas se os agentes
enxergam-se como agentes intencionais. A eclosão de uma Teoria da Mente permitiu o desenvolvimento
da herança cultural cumulativa que condicionou o desenvolvimento e aprimoramento de artefatos
culturais. Será feita uma análise da Teoria da Mente a partir do modularismo, segundo o qual mente é um
conjunto de órgãos, cada órgão realizando uma função específica; dentre essas funções encontra-se a
Teoria da Mente.
Palavras-chave: Teoria da Mente; Teoria da Herança Dual; Modularismo
Linha de pesquisa: Epistemologia ou Filosofia da Ciência
Michaele Andrezza Alves (Escola Superior Dom Helder Câmara)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: A construção da figura do bandido no Estado Democrático de Direito à luz do pensamento de
Giorgio Agamben
Resumo: A construção do bandido em um Estado Democrático de Direito será analisada sob o
pensamento de Agamben juntamente a concepção criminológica de Loic Wacquant. Essa análise terá
como intuito demonstrar as formas que o Estado, atualmente, utiliza para criar o bandido e,
posteriormente, incluí-lo ao seio social por meio da exclusão. Agamben defende que, o Estado
Democrático de Direito, vive um estado de exceção permanente, visto que o soberano exerce seu poder
sobre todos os indivíduos de forma inclusiva-exclusiva em todo o tempo. Essa forma de inclusãoexclusiva faz com que este capture a vida nua, dando-lhe existência política. Dessa forma, Agamben
acredita que não há distinção entre o regime totalitário e o regime democrático, já que o poder do
soberano é permanente. Outro fator relevante analisado por Agamben, é a figura do Homo Sacer no qual
era uma vida insacrificável, porém matável. Este ser poderia morrer a qualquer momento sem que a
pessoa que o matasse sofresse qualquer tipo de punição. O autor define que o soberano tem poder de
decidir sobre quem tem o direito ou não de viver, mais precisamente, em decidir qual vida merece ser
vivida. São pessoas insacrificáveis, porém matáveis. Essa observação feita por Agamben permite afirmar
que, atualmente, o Estado continua tendo a possibilidade de criar a figura do bandido, este que será
incluído na sociedade por meio da exclusão. O marginalizado, hoje, era o Homo Sacer da antiga
comunidade romana.
Palavras-chave: Bandido-Política-Exceção-Soberano
Linha de pesquisa: Ética e Filosofia política
12 a 16 de Setembro de 2016
Página 34
XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Michelle Cardoso Montoya (UFF)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Dirk Greimann
Título: A Nova Sintaxe em Gottlob Frege
Resumo: Pretende-se expor na presente comunicação o modo operante da sintaxe fregeana, a partir da
noção de begriffsschrift proposta por Gottlob Frege, bastante sugestiva quanto ao rompimento de uma
concepção sintática clássica, proposta originalmente por Aristóteles nos Tópicos. A linguagem falada,
fugidia da possibilidade da submissão a processos lógicos, bem como o pensamento limitado às ações
naturais da linguagem correspondentes a uma multiplicidade de relações lógicas e extra-lógicas dará lugar
a uma linguagem constituída por fórmulas aritméticas, a fim de que se alcance uma perfeição conceitual
genuína da linguagem expressa. Será exposto sua tentativa de substituir as antigas noções de “sujeito” e
“predicado” na sintaxe, dando lugar ao que ele chamará de “função” e “argumento”. Logo, por meio deste
arcabouço, será apresentada a proposta de uma nova Sintaxe em contraposição a antiga noção aristotélica
de sujeito e predicado.O significado de cada termo ou elemento sintático se transformará. Na concepção
aristotélica, uma argumentação, por si só, seria constituída por quatro elementos fundamentais: definição,
propriedade, gênero e acidente enquanto que na concepção fregeana veremos que a proposição ou frase
em si mesma, já será o próprio argumento formado em um outro escopo.A partir disto, ter-se-á a
construção de uma nova relação sintática diferente da tradicional entre sujeito e predicado.
Palavras-chave: Nova Sintaxe.Sujeito.Predicado.Função .Argumento.
Linha de pesquisa: Lógica ou Filosfia da Linguagem
Mirian Monteiro Kussumi (PUC-Rio)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: O Absoluto como Lógos: a transição da Fenomenologia para a Lógica de Hegel.
Resumo: Ainda inserido no idealismo alemão, Hegel teria pensado a consciência como elemento
fundamental para o pensamento filosófico, de modo que no final da fenomenologia se chegue em uma
identidade entre a consciência e seu oposto, ou seja, entre sujeito e objeto. Já em posse do conceito de
Absoluto, a lógica lidaria com a contraparte metafísica, em que se busca ter uma compreensão do modo
como o próprio Absoluto se desenvolve. Dialeticamente, nos cabe entender como o Nada precisa aparecer
como negação do Ser, não de forma concreta, mas configurando uma negatividade lógica, dando a
explicação intelectual de como os objetos concretos que nos rodeiam podem vir a ser (Devir). Contudo, a
explicação do desenvolvimento da lógica seria o que realmente se passa na realidade ou apenas o modo
de apreensão da consciência? O Absoluto, a que Hegel tantas vezes recorre, seria apenas uma formulação
racional, sem, contudo, estar presente no próprio real, ou poderíamos admiti-lo como perfazendo a
totalidade da realidade? Nossa hipótese seria que Hegel, ao identificar a identidade entre sujeito e objeto,
teria identificado um Lógos que perpassa tanto a consciência como a realidade, de modo a ver tanto no
sujeito quanto no mundo um fio condutor lógico em comum. Na lógica, haveria a apreensão do absoluto,
na medida em que se entende sua estrutura lógica. Assim, entender um Lógos significa entender o
Absoluto como apreensível pelo pensamento, como partilhando a mesma natureza inteligível.
Palavras-chave: Absoluto, Lógos, Consciência, fenomenologia, lógica
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
12 a 16 de Setembro de 2016
Página 35
XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Monique Costa (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Eduardo Soares
Título: Abertura inicial a mundo como ocultamento: O impessoal
Resumo: Dasein é um ente, de onde advém seu caráter ôntico, porém ele é determinado ontológicamente.
Isso porque corresponde ao ser desse ente questionar o sentido do ser. Dasein como ser-aí é um ente
ontológico por ser o responsável pela abertura originária ao seu próprio ser, e ao ser de todos os outros
entes. Assim é constitutivo do Dasein o poder-ser como desvelamento do sentido do ser. Porém, quase
sempre o Dasein não se questiona sobre o seu ser. A maioria das vezes o ele não tem clareza sobre o seu
ser. O Dasein “de imediato e no mais das vezes” se deixa ser tomado pelo mundo. Ele é em sua
cotidianidade absorvido pelo mundo e não é si mesmo, seu modo-de-ser é impróprio .O fenômeno em que
o Dasein tem seu poder ser encoberto é o que Heidegguer denomina de impessoal. Para investigar o
modo-de-ser impessoal faz-se necessária a análise do Dasein como ser-no-mundo. Isso porque é a partir
da relação entre Dasein e mundo que é possível chegar às suas estruturas originárias,que delimitam as
suas possibilidades e modos-de-ser. Com esse propósito a investigação se deterá, em sua maior parte, no
quarto capítulo e início do quinto capítulo da obra heideggeriana de Ser e tempo.
Palavras-chave: Fenomenologia; Hermeneutica; Ontologia; Heidegger
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
Otávio Vasconcelos Vieira (UNICAMP)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Yara Frateschi
Título: A manutenção dos principados em O Príncipe - a conduta dos príncipes e os contextos políticos
Resumo: Nesta comunicação pretendemos salientar, pela reconstituição dos dois primeiros capítulos de O
Príncipe, o especial interesse de Maquiavel pelo exame das ações políticas em sua discussão acerca da
manutenção dos principados. Maquiavel se propõe a tarefa de questionar as formas pelas quais se
preservam os principados, isto é, as condutas políticas mais adequadas para a manutenção destes Estados.
O autor, ao propor este questionamento, se vê confrontado com uma grande variedade de maneiras
possíveis de se agir, bem como com a variabilidade dos sucessos e fracassos destas ações. Maquiavel,
então, não pode determinar regras rígidas para a conduta dos governantes, mas deve relativizar e ponderar
sobre as diferentes razões e causas para os procedimentos políticos escolhidos pelos governantes e suas
conquistas ou derrotas. Diante da variabilidade da ação política e da necessidade de uma ponderação e
relativização do tema, Maquiavel recorre aos contextos políticos como base para seus exames. É
considerando as condições políticas em que o agente está inserido que se pode avaliar a efetividade de sua
ação. Ao considerar os contextos em que estão inseridos os príncipes, Maquiavel pode avaliar as
dificuldades específicas que lhes são impostas, bem como a capacidade do governante de suplantá-las.
Palavras-chave: Maquiavel, Ação, Manutenção, Principado, Poder
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
12 a 16 de Setembro de 2016
Página 36
XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Patrick Lennon Reis de Lima (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Fernando Eduardo de Barros Rey Puente
Título: Da relação entre a nudez e o problema da cultura em Emmanuel Lévinas.
Resumo: O plano central de nossa discussão busca comparar diferentes noções de homem construídas
entre a modernidade e a contemporaneidade e implicações na história do pensamento de hoje, o que será
conduzido por meio de uma relação entre Lévinas (na obra de 1972, Humanismo de outro homem) e
considerações levantadas na obra de Pedro Nogare (Humanismos e anti-humanismos) onde poderemos
apontar, ainda que de modo breve, o percurso que vai do Humanismo Renascentista até Antropologia
moderna, os quais, a seu modo, procuraram desvendar um sentido e um estatuto para o homem. Assim
procedemos, por considerar que a principal crítica feita por Lévinas ao conceito de humanismo situar-se
na origem do Renascimento com o período moderno, ou seja, a partir do século XIV, conceito este que,
segundo Lévinas, envolve a fundamentação de uma essência no homem, ignorando a ética e a
responsabilidade pré-originária do sujeito.
Palavras-chave: Homem, Lévinas, Nogare, humanismo
Linha de pesquisa: Filosofia Contemporânea
Paula Bettani Mendes de Jesus (USP)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Dra. Tessa Moura Lacerda
Título: A mecânica das paixões na filosofia de Hobbes
Resumo: A proposta da presente comunicação é apresentar a maneira pela qual Hobbes desenvolve o
tema das paixões humanas em sua filosofia. Mais precisamente, mostrar como ele pensa o processo de
causação das paixões a partir de um modelo mecanicista. Sabemos que, embora não tenha escrito um
tratado das paixões, Hobbes dedicou a primeira parte da sua obra capital, o Leviatã, a essa discussão. O
que mostra, entre outros fatores, que o tema das paixões ocupa um lugar importante em seu pensamento,
inclusive em matéria de política. Partindo de uma concepção totalmente mecanicista, o filósofo inglês
defende que tudo o que há é movimento, e decorre da relação de corpos em movimento. O que serve para
explicar também as paixões humanas, as quais são entendidas como movimentos de aproximação e
afastamento. Assim como Descartes, Hobbes mostra que as paixões se originam a partir da maneira como
os corpos exteriores agem sobre o nosso corpo, e de como esses movimentos são comunicados às suas
partes mais internas por meio dos espíritos animais. No entanto, na medida em que recusa a ação de
qualquer coisa imaterial (alma), deve explicar as paixões exclusivamente a partir da mecânica do corpo,
de como ele recebe e reage aos movimentos externos a ele. Dadas essas questões nos dedicaremos a
mostrar como Hobbes constrói e defende esse pensamento.
Palavras-chave: paixões, mecanicismo, movimento, corpo, Hobbes.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
12 a 16 de Setembro de 2016
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Pedro Augusto Pereira Guimarães (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Dr. Prof. Fabio de Barros Silva
Título: Natureza como conceito regulador em J.-J. Rousseau
Resumo: Natureza é um dos termos com maior difusão e assiduidade na obra de Jean-Jacques Rousseau
(1712-1778). No Discurso sobre a desigualdade [1755], por exemplo, Rousseau descreve o estado de
natureza, em que há uma ordem natural, caracterizada, principalmente, pelo equilíbrio entre a vontade e a
potência. Além disso, o autor considera a “liberdade natural” e a perfectibilidade como faculdades
virtuais que distinguem o homem dos animais. Por conseguinte, na Carta a Christophe de Beaumont
[1762], Rousseau afirma que a origem de todo o mal está no fato de nossa ordem social contrariar a
Natureza em tudo. Nessa perspectiva, uma análise da concepção de Estado legítimo apresentada no
Contrato Social [1762], revela que o conceito de Natureza, na sua dimensão política, desempenha uma
função reguladora da ordem política instituída pelo Contrato. Portanto, o objetivo deste trabalho é analisar
a ideia de Natureza como conceito regulador da ordem política em J.-J. Rousseau. Para esse fim, nos
valeremos da análise das obras mencionadas acima e dos comentários de Eric Will, Jean Starobinski, Luiz
R. Salinas Fortes, entre outros.
Palavras-chave: Natureza; conceito regulador; ordem política.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Pedro Henrique Pereira Silva (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): José Luiz de Oliveira
Título: ELEMENTOS DA FÍSICA ARISTOTÉLICA NO DEBATE ACERCA DO PROBLEMA DA
ETERNIDADE DO MUNDO EM BOÉCIO DE DÁCIA: UMA ANALOGIA
Resumo: A problemática da eternidade do mundo constitui-se uma das questões fundamentais pelas quais
giravam em torno as discussões teológicas e filosóficas da Universidade de Paris durante, de maneira
especial, o século XIII. Boécio de Dácia é um dos glosadores medievais que se envereda pelo debate, por
meio do qual almeja, mediante suas conclusões, encontrar sintonia entre as posições da fé cristã e as
linhas de pensamento de Aristóteles. Para tanto, utiliza-se de suas obras clássicas, entre elas a Física, bem
como alguns comentários de pensadores muçulmanos. A intenção do presente trabalho é, por conseguinte,
explicitar uma analogia entre elementos contidos em tal obra e os argumentos levantados por Boécio
acerca da admissão ou não da eternidade do mundo.
Palavras-chave: Eternidade; Mundo; Fé; Filosofia.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Medieval
Pryscilla Gomes Matias (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Andityas Soares de Moura Costa Matos
12 a 16 de Setembro de 2016
Página 38
XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Título: A sofística na formação política e jurídica da Grécia Antiga
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar a concepção de justiça nos sofistas. Para tanto,
questiona-se o tratamento empregado a eles - como imorais desinteressados da verdade e da justiça - por
parte de filósofos como Platão e da tradição que predominou na História da Filosofia do Direito.
Buscamos, através de fontes alternativas e historiográficas, reconstruir seu pensamento no tocante à
política e à justiça e demonstrar que, ao contrário do que se pensava, muitos deles foram extremamente
engajados nessas questões e ganharam bastante fama e notoriedade à época por sua atuação até mesmo
como legisladores e em outros cargos políticos importantes. Além disso, avaliamos o fato de que, embora
descrentes de uma verdade e justiça universais e adeptos do relativismo, os sofistas não eram arbitrários
no que dizia respeito à justiça. Pelo contrário, testemunhos e fragmentos antigos demonstram que
discorriam sobre diversos critérios balizadores para encontrá-la, que serão discutidos neste trabalho, tais
como: utilidade, verossimilhança, proveito, senso de respeito, necessidade, entre outros. Eram cientes,
ainda assim, da precariedade e das limitações humanas nos processos, bem como dos diversos paradoxos
e dificuldades a serem enfrentados na atividade judicante. Analisamos, como consequência, as várias
implicações relevantes do pensamento sofístico para a democracia a para a prática cidadã na Atenas do
século V a.C.
Palavras-chave: Sofistas – justiça – História da Filosofia do Direito
Linha de pesquisa: História da Filosofia Antiga
Quesidonis Felipe da Silva (USP)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Maurício Cardoso Keinert
Título: Proposições Práticas e Determinação Universal
Resumo: Esta apresentação tem por objetivo discutir dois aspectos das proposições práticas na filosofia
moral kantiana.
A primeira secção da FMC, inicia-se com a apresentação do conceito de boa vontade: para demonstrá-la
como aquilo que é bom sem restrições, o filósofo defende-a como boa simplesmente pelo querer,
abstraindo qualquer possível resultado. Para tanto, introduz à noção de princípio e argumenta que as ações
orientadas por uma boa vontade serão conformes a fins universais. Ainda na FMC, após a apresentação da
chamada terceira proposição, Kant diz que “máxima é o princípio subjetivo do querer, e o princípio
objetivo [...] é a lei prática” (AA 4: 401n). Na CRPr, Kant apresenta a mesma estrutura teórica ao dizer
que “proposições fundamentais práticas são proposições que contêm uma determinação universal, que
tem sob si diversas regras práticas. Essas proposições são subjetivas ou máximas, se a condição for
considerada pelo sujeito como válida somente para a vontade dele; mas elas são objetivas ou leis práticas,
se a condição for conhecida como objetiva, isto é, como válida para a vontade de todo ente racional” (AA
5: 19). É nítida a proximidade entre esta citação da CRPr e a passagem da FMC.
As proposições fundamentais práticas só podem ser de ações que tenham sob si diversas regras práticas.
Contudo, deve-se entender [1] o que o filósofo compreende por “determinação universal da vontade” e
[2] que quer dizer a ideia de que elas têm, sob si, diversas regras práticas.
Palavras-chave: Kant, proposições práticas, moralidade
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
12 a 16 de Setembro de 2016
Página 39
XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Rafael Azevedo Lima (UnB)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Dr. Marcos Aurélio Fernandes
Título: Ensaio fenomenológico acerca do inusitado: considerações no entrecruzamento de filosofia,
antropologia e literatura.
Resumo: O presente ensaio pretende trazer à luz a partir de uma análise fenomenológica uma forma de
receptividade específica quando diante do inusitado. A partir de diversos exemplos narrativos, a partir de
autores como Júlio Cortázar e Jorge Luis Borges, se torna possível explorar esse recurso narrativo de
ambientalização ou presentificação de um fenômeno na dimensão do evento, situacionalmente – dada a
forma como compreendemos fenômenos incidentais, ou mesmo fantásticos. Tal análise perpassa a
proposta fenomenológica-descritiva de Husserl, percorrendo um fluxo de variações eidéticas de
apresentações possíveis de um fenômeno, assim como estabelece diálogos com o estruturalismo de LéviStrauss na medida em que o nosso pensamento tenta abarcar o mundo e, mesmo, o estranho – o outro.
Testando, pois, em meio a um encontro de perspectivas, consequências desse encontro em meio ao
perspectivismo ameríndio, abordado por Eduardo Viveiros de Castro, habitar semelhante, ou
dessemelhante posição, disposição, d’onde se negocia sentidos para-com perspectivas outras,
reverberando suas intenções, pretende-se indicar uma abertura d’onde diversas intensidades constituem o
mundo concriativamente.
Palavras-chave: Fenomenologia, Literatura fantástica, Perspectivismo
Linha de pesquisa: Estética ou Filosofia da Arte
Rafael Santos da Silva (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof. Dr. José Luiz de Oliveira (DFIME/UFSJ)
Título: O Sentido do Republicanismo em Hannah Arendt
Resumo: O presente trabalho pretende analisar o sentido do republicanismo abordado por Hannah Arendt
em seus escritos acerca das Revoluções modernas. Para tanto, vamos enfatizar nossa investigação no
sexto capítulo da obra Da Revolução, a saber, A Tradição Revolucionária e seu Tesouro Perdido. O
objetivo é demonstrar que o modus operandi republicano é o elemento que Arendt destaca positivamente
no movimento pré-revolucionário, de modo geral, e, especificamente, nos conselhos populares. Nesse
contexto, evidencia-se que quando o engajamento político da maioria dos atores sociais foi negado e
transferido para políticos profissionais ou revolucionários perpétuos, a liberdade pública e o poder gerado
na associação popular definharam ou passaram a serem demonstráveis apenas em eleições periódicas.
Segundo Arendt: “liberdade política ou significa participação do governo ou não significa nada”,
demonstrando-se insatisfeita a respeito da cultura de participação política moderna.
Palavras-chave: Revoluções; liberdade; poder; republicanismo.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
12 a 16 de Setembro de 2016
Página 40
XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Raphael Narcizo (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Marco Antônio Alves
Título: A crítica ao discurso jurídico-filosófico do poder de Michel Foucault
Resumo: Na primeira metade da década de 1970, Michel Foucault desenvolve análises de relações de
poder em pesquisas cujos resultados são apresentados no Collège de France e, em 1976, em A Defesa da
Sociedade ele apresenta a “hipótese Nietzsche” como um dos pontos centrais de toda sua analítica. Nesse
percurso, destaca-se a crítica ao modelo jurídico-filosófico das tradicionais teorias do direito e filosofia
política. Diante disso, propõe-se apresentar a cŕitica de Michel Foucault àquilo que ele chama “discurso
jurídico-filosófico do poder”, baseado, principalmente, nas ideias de soberania, legitimidade e contrato
social e, por outro lado, expor a proposta foucaultiana para uma analítica do poder, que busca descrever e
analisar as relações de dominação e sujeição a partir, não de um foco central, mas das extremidades. Para
tanto, a comunicação está organizada em três momentos: no primeiro, introduzir-se-á expondo a
concepção foucaultiana de poder, contrapondo-se, de um lado, aquilo que ele chama de “teoria do poder”
e, do outro, a sua opção metodológica denominada “analítica do poder”; segundo, apresentar-se-á como
ele entende o discurso jurídico do poder e suas principais características; por fim, pretende-se exibir as
críticas do filósofo francês a esse discurso jurídico-filosófico, apresentando os limites e consequências
dessa teoria em contraste com o que Foucault realizou em suas pesquisas.
Palavras-chave: Foucault; poder; soberania; teoria do poder; analítica do poder
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Regina Sanches (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Virginia de Araujo Figueiredo
Título: A política do conceito de Arte em Arthur Danto
Resumo: O objetivo geral desta comunicação é argumentar que o conceito de política na arte, ainda que
seja apresentado en passant nas obras de Arthur Danto, mostra-se crucial para a compreensão da estética
dantiana, em dois sentidos. O primeiro estaria relacionado à arte engajada, isto é, à arte em forma de
denúncia e, o segundo, aos movimentos internos que ocorrem no “mundo da arte”, isto é, as relações
políticas que ocorrem dentro do museu. É certo que Arthur Danto não elaborou uma teoria do conceito
político da arte. Contudo, no nosso entendimento, as relações entre arte e política adquirem relevância nos
seus escritos. Como se sabe, foi principalmente no contexto de insatisfação de 1964 que Danto, atento às
contradições da arte, reconheceu a dificuldade de distinguir a fronteira que separava obra de arte e objeto
comum. Diante deste contexto, várias obras ganharam destaques devido ao seu conteúdo político,
diferenciando-se dos objetos banais que concorriam para serem expostos em museus e galerias. Os
museus passaram por uma “reconfiguração” no que tange a pluralidade das conexões estabelecidas pelos
novos modelos de objetos artísticos. Será principalmente em seus livros, A transfiguração do lugarcomum, Após o fim da arte, O descredenciamento filosófico e o Abuso da Beleza que encontraremos
maior substrato para discutir o conceito político de arte, sobretudo ajustar a concepção de arte engajada e
a ideia do “mundo da arte” à noção de uma visão política do conceito de arte.
Palavras-chave: Arthur Danto. Política. Arte contemporânea.
Linha de pesquisa: Estética ou Filosofia da Arte
12 a 16 de Setembro de 2016
Página 41
XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Reinaldo Melo da Silva (UEPI)
E-mail: [email protected]
Título: Alguns comentários sobre a Filosofia Concreta de Mário Ferreira dos Santos
Resumo: Mário Ferreira dos Santos, legou ao pensamento filosófico a sua "Filosofia Concreta".
"Concreta" não referente a empiricidade ou irrefutabilidade, mas significando "crescer com" (tal sentido
tem raízes no Latim). "Crescer com" o quê? A "Filosofia Concreta" não é uma coxa de retalho de outras
filosofias, mas uma espinha dorsal que perpassa o pensamento humano. Ou seja, um filosofo concreto (se
assim podemos dizer) busca recolher as pedras mais preciosas e brilhantes do pensamento filosófico
reunindo-as (ou reconhecendo-as) em sua unidade. A "Filosofia Concreta" parte da tese "alguma coisa há,
e o nada absoluto não há". Mário considera essa tese inicial irrefutável, noutros termos, apodítica. Ela não
é possível de ser demonstrada (pois é um axioma) mas é possível de ser "monstrada" (mostrando a
impossibilidade do contrário, ou seja, sua necessidade). Tal tese é intuída apofâticamente. Todo aquele
que a negue teoricamente a afirma - inevitavelmente - existencialmente. Ela sobrevive ao crivo da dúvida
metódica de Descartes (e Mário crítica Descartes por ele não proceder de acordo com o que ele tinha
proposto, noutros termos, ele não foi até o fim com a sua dúvida metódica pois ele não chegou a duvidar
se quem de fato estava duvidando era ele mesmo), ela refuta o cético (que não acredita que algo possa ser
conhecido) assim que ele anuncia a sua proposição "estandártica".
Palavras-chave: Filosofia. Concreta. Teses.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
Renan Ferreira da Silva (USP)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof. Dr. Ricardo Nascimento Fabbrini
Título: O estatuto da imagem em Jacques Rancière
Resumo: As reflexões de Jacques Rancière acerca da questão da imagem estão presentes num dos eixos
principais de seu pensamento: a relação indissociável entre estética e política. Com base em suas
preocupações orientadas para as reflexões acerca da imagem, Rancière se distanciará da tendência crítica
que afirma haver uma substituição do real pelo campo da imagem, uma "desrealização do mundo" pelo
império da imagem. Não havendo qualidades particulares intrínsecas às próprias imagens, o filósofo
buscará entendê-las a partir de um sistema de relações a priori que determina seu modo de apresentação.
Este sistema estabelece um regime de imagéité, revelando sua dimensão política específica. O presente
trabalho procurará caracterizar o atual estatuto da imagem compreendido por Rancière, sendo necessário
depreender a passagem do que o filósofo entende por regime representativo ao regime estético.
Palavras-chave: imagem; imagéité; regimes; representação
Linha de pesquisa: Estética ou Filosofia da Arte
Renato Silva da Fonseca (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Dra. Lívia M. Guimarães
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Título: Sentimento religioso e sua origem: História Natural da Religião e Ciência Cognitiva da Religião
Orientador (a): Nosso objetivo geral será apresentar a perspectiva defendida por David Hume em sua
História Natural da Religião (HNR), e como há uma estreita relação com as pesquisas contemporâneas de
Ciência Cognitiva da Religião (CCR) e que localizar essa relação contribuiu para a compreensão da
origem natural do sentimento religioso. Para sustentar essa hipótese, tomarei também como referência
algumas passagens do livro II do Tratado da Natureza Humana. Para fundamentar devidamente este
objetivo geral, buscarei apresentar os aspectos fundamentais da teoria das paixões humiana. Assim,
compreender os mecanismos da natureza humana que produzem sentimentos de medo e esperança, é uma
questão imperativa, uma vez que os compreender nos coloca na mesma linha de pensamento do filósofo
que procura entender a religião como o resultado de um evento da natureza humana, como fruto de
paixões. A ciência cognitiva, pode contribuir para estas questões por diversas razões. Fazendo jus ao
projeto empírico de Hume, ela pode indicar, cientificamente e através de dados, os pontos mais
importantes expressos na HNR, especialmente considerando que muitos dos objetos de estudo da CCR e
da filosofia humiana confluem largamente, à saber (em termos contemporâneos), atenção, consciência,
formas de considerar e analisar objetos, estudos sobre as paixões humanas e processos psicológicos
básicos, como memória, percepção, imaginação e outros.
Palavras-chave: Hume, Religião, Cognição
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
Robson Farias Gomes (UFPA)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): ANTONIO SERGIO DA COSTA NUNES
Título: A COMPLEXIDADE E AS RELAÇÕES DE INVARIANTES INFORMACIONAIS NO
CONTEXTO DO MUNICÍPIO AMAZÔNICO DE IGARAPÉ-MIRI/PA
Resumo: A presente investigação destaca a relação entre a Teoria da Percepção Direta (TPD) iniciada por
J. J. Gibson (1904-1979) e a complexidade da interação entre organismo e meio ambiente numa
perspectiva informacional a partir do estudo sócio-cultural amazônico enfaticamente no contexto do açaí,
no município de Igarapé-Miri/PA com sua larga produção, utilização e atribuição simbólica. Neste viés, o
estudo do comportamento a partir da percepção-ação concentra-se na relação de sentido da população
deste município com este elemento que se faz "pano de fundo" (SEARLE, 2000) à suas formas de pensar,
agir, comportar e conviver com a manifestação contundente na estrutura organizacional desta sociedade.
Nesta interação instalaram-se invariantes informacionais as quais são objetos desta investigação. Por
metodologia adotamos revisão bibliográfica e pesquisa documental em registros digitais do ciclo
estabelecido pela(s) função(ões) estabelecida(s) pelo usufruto do açaí nesta comunidade.
Palavras-chave: COMPLEXIDADE, IGARAPÉ-MIRI/PA, AÇAÍ
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
Sâmara Araújo Costa (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): André Joffily Abath
Título: O hábito como modo de compreensão.
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Resumo: Este trabalho primeiro mostrará o que M. Merleau-Ponty entende por ações que envolvem
hábito. Segundo, quais seriam as relações do hábito com o que descreve como esquema corporal e corpo
próprio. Dito isto, mostraremos sua concepção do que é “sentido”, tratando da descrição de significação
motora e como esta culminará numa nova noção de compreensão. A proposta é explicar como o hábito se
mostra como uma relação fundamental com o mundo –tanto natural e cultural- com uma função
impessoal e pessoal ao mesmo tempo.
Palavras-chave: Ação habitual, esquema corporal, corpo próprio, significação motora, compreensão.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
Samuel C. Bellini-Leite (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): André Abath
Título: Predições e Reflexões
Resumo: Recentemente teorias de duplo processo ganharam bastante destaque na ciência cognitiva do
raciocínio humano e tomada de decisão (Kahneman, 2011). Estas geralmente concordam que existem dois
processos importantes para o raciocínio humano: o Tipo 1, o qual é rápido, exige pouco esforço, pouca
memória de trabalho e age de forma autônoma e o Tipo 2, o qual é devagar, exige muito esforço,
memória de trabalho e usa representações dissociadas (decoupled). Apesar dessa popularização,
internamente a teoria ainda sofre de graves problemas conceituais e de definição (Evans, 2008). O
fílósofo Richard Samuels (2009) nota que existe um problema de explicar porque esses processos
possuem essas propriedades, ou seja, o que explica essa diferença entre dois tipos de processos, chamado
de problema da união (unity problem). Este trabalho pretende oferecer uma resposta a esse problema
afirmando que processos do Tipo 1 possuem essas características por serem predições enquanto processos
do Tipo 2 são reflexões.
Palavras-Chave: Teoria de duplo processo; Filosofia da Mente; Ciência Cognitiva.
Linha de pesquisa: Epistemologia ou Filosofia da Ciência
Sandro Eduardo Gaia Militão (UFPA)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Msc. Verônica de Araujo Capelo
Título: A Banalidade do Mal enquanto elemento do governo autoritário: Uma análise da obra V de
Vingança
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar a noção de “banalidade do mal” de Hannah
Arendt, na obra V de Vingança, graphic novel escrita por Alan Moore e desenhada por David Lloyd em
1988, e que nos mostra uma Inglaterra autoritária e durante o pós-guerra nuclear. Moore temia o que o
governo de Margaret Thatcher tornar-se-ia caso continuasse seguindo posições conservadoras, e faz
críticas severas ao governo e à mídia, que apoiava e acobertava ações contra minorias. A banalidade do
mal, descrita por Arendt no livro Eichmann em Jerusalém: Um relato sobre a banalidade do mal (1963),
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
causada pela erosão do espaço público e observada na linguagem cheia de clichês e frases repetidas, é a
ausência de pensamento e está diretamente ligada ao agir ético e político, profundamente prejudicado em
regimes totalitários. Na obra V de Vingança verifica-se a discussão acerca da banalidade do mal efetivada
pela propaganda de massa e pelos mecanismos de controle de crítica de um Estado Policial voltado para a
debilitação do agir político.
Palavras-chave: ética, política, mal, vingança
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Stéfany Lourenço de Sousa (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Dr. José Luiz de Oliveira
Título: A questão da banalidade do mal na perspectiva de Hannah Arendt
Resumo: O tema da banalidade do mal possui grande relevância dentre as questões tratadas no
pensamento arendtiano. Na concepção da pensadora, o mal banal se dá na ausência do pensamento e na
falta da capacidade de julgar, tornando-se, desta maneira uma maldade irrefletida. A autora elucida as
diferenças entre o mal conhecido na tradição cristã e o mal banal, demonstrando como essa espécie de
mal pode tomar proporções catastróficas a exemplo do ocorrido durante o regime totalitário nazista.
Pretendemos com o desenvolvimento deste trabalho demonstrar de que maneira Hannah Arendt aborda o
conceito de banalidade do mal e as consequências políticas que possui.
Palavras-chave: Banalidade; Juízo; Mal; Pensamento.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Stephanie Hamdan Zahreddine (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Lívia Guimarães
Título: A filosofia natural de Margaret Cavendish: uma leitura feminista
Resumo: Esta comunicação é fruto de um estudo, ainda precoce, sobre a filosofia natural de Margaret
Cavendish. Meu primeiro objetivo é analisar de que maneira a autora desenvolve uma filosofia que,
dentre outras pretensões, busca enfraquecer hierarquias de gênero que estabelecem a inferioridade da
mulher com relação ao homem, comumente subjacentes às tradições filosóficas e científicas da Inglaterra
do século XVII. Algumas das estratégias argumentativas utilizadas por Cavendish para atingir este
objetivo, no entanto, são ambivalentes, pois podem levar, tanto à dissolução dessas hierarquias de gênero,
quanto à sua justificação - o que desemboca em tensões e conflitos entre alguns elementos de seu
pensamento. Meu segundo objetivo é apresentar algumas destas tensões.Inicio com a análise da filosofia
natural de Cavendish: primeiramente, constituída por uma teoria corpuscular atomista, que,
posteriormente, fora abandonada e substituída por uma teoria de caráter materialista orgânico. Prossigo
com a apresentação dos pontos de tensão da filosofia de Cavendish, especialmente explícitos nas
implicações da admissão do ceticismo e de uma hierarquia da matéria.
Palavras-chave: Cavendish - filosofia natural - gênero
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Tamires Ferreira Coêlho (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Angela Marques
Título: O aparecer político das sertanejas conectadas pelo Facebook: contribuições de Didi-Huberman
Resumo: Este texto traz reflexões sobre a articulação entre o pensamento de Didi-Huberman e nossa
pesquisa de doutorado, que aborda o rosto e o aparecer das sertanejas piauienses como sujeitos políticos a
partir da prática de publicação de imagens de si (dentre elas selfies) no Facebook. Imagens e palavras,
segundo Didi-Huberman (2011), perturbam-se mutuamente, configurando o aparecer político. A política
faz emergir diversidades, diferenças; o espaço político seria uma rede de intervalos, residiria no “estar
entre”, constituindo-se como relação (ARENDT, 1995; DIDI-HUBERMAN, 2011). Assim, observamos
que as imagens das sertanejas podem aproximar, no contato imagético, na oportunidade de aparecer
diante do outro sem mediações proporcionadas por meios hegemônicos, mas também asseguram
distanciamento e incompreensão. Consideramos que o aparecer por meio de autorretratos, potencializado
e modificado a partir de redes como o Facebook, evidencia posicionamentos, olhares, mas também
sentimentos e emoções por vezes não considerados ou valorizados em relações presenciais. “[...] se não
podemos fazer política efetiva apenas com sentimentos, tampouco podemos fazer boa política
desqualificando nossas emoções” (DIDI-HUBERMAN, 2016, p. 38). Os espaços potencializados a partir
do Facebook são também ocupados por emoções que compõem as narrativas de si, que orientam
percepções e interferem nos modos como nos apropriamos da linguagem.
Palavras-chave: Política; Aparecer; Mulheres Sertanejas; Facebook; Didi-Huberman
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Thayla Magally Gevehr (UNIOESTE)
E-mail: [email protected]
Orientador (a):
Título: O conceito de existência em Heidegger e Sartre
Resumo: A Carta sobre o Humanismo, de Martin Heidegger, foi publicada em 1947. Embora tenha sido
escrita em resposta à Jean Beaufret, a carta deu ensejo a que Heidegger marcasse posição em relação ao
existencialismo
sartreano.
Em 1945, Jean-Paul Sartre publicara o texto intitulado O existencialismo é um humanismo. Ali, o filósofo
afirmara identificar-se com o projeto filosófico heideggeriano porque ambos, segundo ele, pensavam a
existência do homem como liberdade. A afirmação sartreana pode ser entendida como segue: somente
porque o homem existe e existe como livre de qualquer determinação essencial ele pode, por isso mesmo,
escolher a cada vez o que vai ser. Dessa compreensão resulta, a nosso ver, a máxima sartreana “a
existência precede a essência” (2010, p. 23). Tal afirmação, contudo, é recebida por Heidegger como o
que há de mais contrário a sua proposta de pensar o ente que nós mesmos somos (Dasein), aquele que
habita a clareira do ser. Existir nada tem a ver com um dar-se “fatual” no mundo, com uma existência
presente, substancial, tal qual, ao que parece, quis Sartre (na leitura que evoca a rejeição heideggeriana);
para o pensador alemão, existir implica o movimento de abertura de mundo (liberdade para o ser). Diante
disso, pretendemos pensar mais detidamente as diferenças que marcam a concepção de existência
defendida por esses dois pensadores e o motivo por que Heidegger parece ficar impossibilitado de
concordar com a leitura de Sartre entorno do conceito citado.
Palavras-chave: Heidegger. Sartre. Existência. Liberdade.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Contemporânea
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
Valmira de Oliveira Santos (UFSJ)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Prof. Dr. José Luis de Oliveira
Título: A “VITA ACTIVA”: UMA ANÁLISE A LUZ DO PENSAMENTO DE HANNAH ARENDT
Resumo: Em a Condição humana (2013), Hannah Arendt, propõe uma reflexão filosófica acerca da vida
activa. Em suas análises sobre esse conceito a autora classifica a tríplice divisão das esferas da vida, a
saber: o trabalho, a obra e a ação. Dentre estas três atividades, Arendt caracteriza o trabalho como
atividade que corresponde ao processo biológico do corpo, na medida em que este se torna o elemento
fundamental para o processo vital. A obra de modo distinto, é atividade correspondente ao artificialismo,
pois o homem traz ao mundo algo que transcende o ambiente natural em que vive. E a ação, esta é
atividade política por excelência, porque é única que não se encontra mediada pelas coisas, mas permite o
contato entre os homens pela pluralidade o fundamento da vida política, visto que, cria condições para as
lembranças dos feitos de modo a eternizá-los.
Palavras-chave: “Vita activa”; Política; Eternidade.
Linha de pesquisa: Ética ou Filosofia Política
Wendel de Holanda Pereira Campelo (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Livia Mara Guimaraes
Título: O ceticismo quanto à razão e o "argumento da diminuição" de Hume
Resumo: Na seção 1.4.1 do Tratado, Hume apresenta o argumento cético conhecido pelos intérpretes
como o “argumento da diminuição” que está divido em duas partes: (i) dado o caráter falível de nossas
operações cognitivas, todo o “conhecimento degenera em probabilidade” (T, 1.4.1.1) e, (ii) dada a
incerteza e a dúvida que acompanham os nossos raciocínios de probabilidade, toda probabilidade é
reduzida a nada; o que levaria, consequentemente, todo raciocínio a “total extinção da crença e da
evidência” (T, 1.4.1.6). Todavia, após a exposição deste argumento, Hume passa a confessar as suas reais
intenções em apresentá-lo, que é justamente provar que a base do julgamento e da crença não é a razão,
mas nossas propensões naturais e sentimentos: “Minha intenção [...] é apenas sensibilizar o leitor para a
verdade de minha hipótese: que nossos raciocínios acerca de causas e efeitos derivam unicamente do
costume; e que a crença é mais propriamente um ato da parte sensitiva que da parte cognitiva de nossa
natureza” (T, 1.4.1.7). A partir daí, Hume passa a examinar mais detalhadamente, por quais motivos, a
despeito do “argumento da diminuição”, somos ainda incapazes de chegarmos a uma “total suspensão do
juízo” (T, 1.4.1.8), tendo em vista que o argumento por ele apresentado forneceria razões sólidas e
consistentes para tal atitude.
Palavras-chave: Hume - Ceticismo - razão - Argumento da Diminuição
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
12 a 16 de Setembro de 2016
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XIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFMG
WILLIAN RICARDO DOS SANTOS (UFMG)
E-mail: [email protected]
Orientador (a): Newton Bignotto
Título: As origens da modernidade: a filosofia natural de Bernardino Telesio
Resumo: A obra De rerum natura iuxta propria principia do filósofo calabrês Bernardino Telesio (15091588) é um dos textos mais representativos do movimento naturalista e antiaristotélico do Renascimento.
Nesta obra, Telesio aprofunda a crise da escolástica abrindo caminho para a ciência e filosofia modernas,
uma vez que sua concepção de natureza é elaborada independentemente da teologia ou de qualquer
reflexão metafísica. Como o título da sua obra diz, sua filosofia é exposta de acordo com os próprios
princípios da natureza, dos quais é possível obter conhecimento pela experiência sensível. Em nossa
exposição apresentaremos brevemente a tese de Telesio de que o calor e o frio são os dois princípios
elementares da natureza, responsáveis tanto pela constituição dos corpos como pelos seus movimentos.
Esta discussão nos levará a definir a concepção que o filósofo tem de espaço e tempo, que existiriam em
si, independentes dos corpos, o que exemplifica seu papel de ruptura com a física aristotélica. Nosso
objetivo é, sobretudo, trazer à tona algumas das grandes inovações teóricas das filosofias do
Renascimento, bem como estimular a discussão sobre a importância que tiveram para o desenvolvimento
da modernidade. Trata-se de um tema fundamental, porém ainda pouco estudado nas nossas
universidades.
Palavras-chave: Renascimento; Naturalismo; Ontologia; Mudança; Corporeidade.
Linha de pesquisa: História da Filosofia Moderna
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