Para a TIM, troca de equipamentos causa instabilidade

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Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor -
Para a TIM, troca de equipamentos causa instabilidade
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Enviado por: [email protected]
Postado em:30/04/2012
Empresa garante que não há gargalo e que processo de modernização dos aparelhos nas antenas
está por trás de problemas
De longe a maior empresa de telefonia móvel do Paraná, a TIM foi bastante criticada após o
“caladão” da última quarta-feira, quando os serviços de voz e dados da operadora
ficaram por quase três horas fora do ar. Apesar de o problema ter atingido também outras
empresas, como a Claro e a Vivo, a TIM foi o grande alvo dos ataques nas redes sociais, com
mensagens como “Timganei” e “Tim, você sem sinal”, uma alusão ao
slogan “você sem fronteiras”.
No dia seguinte ao “caladão”, um requerimento do deputado estadual Evandro Júnior
(PSDB) para impedir a venda de novas linhas da TIM no Paraná foi aprovado pela Assembleia
Legislativa. O documento será encaminhado ao Ministério Público nesta quarta-feira.
Em parte, é natural que as reclamações contra a TIM sejam amplificadas nas redes sociais dos
paranaenses. A empresa detém quase 50% das linhas móveis do estado, o equivalente a 6,6
milhões de aparelhos ativos – e a participação de mercado continua crescendo a cada mês.
A segunda colocada, a Vivo, tem 19,7% das linhas. Qualquer problema nas redes da TIM afeta um
número muito maior de pessoas se comparado a um evento com as concorrentes.
Para o coordenador do cur--so de Engenharia Elétrica da UFPR, Ewaldo Luiz Mattos Mehl, o
número de clientes e a demanda por tráfego cresceram acima da capacidade de infraestrutura da
empresa. “Eles colocaram promoções comerciais bastante interessantes para o usuário, mas
isso não foi acompanhado por um devido suporte técnico”, diz Mehl. “Pode ser um
caso em que eles optaram por primeiro ter a receita, para depois realizar os gastos com
equipamentos”, opina.
O diretor comercial da TIM no Sul do Brasil, Ale--xan--dre Ratascheski, e o gerente de operações
no Sul e Centro-Oeste, Cleber Rodrigo Affânio, conversaram com a reportagem para explicar o
motivo da instabilidade da rede e foram taxativos em dizer que não existe
“suporlotação”.
Segundo eles, a TIM está passando por um processo de modernização dos aparelhos que ficam
acoplados às antenas, chamados de TRX, onde estão os canais que permitem o tráfego de dados e
de voz (veja no gráfico). O pro--jeto de substituição dos TRX teve início no ano passado, em cidades
do interior, e deve terminar em agosto deste ano na capital e no litoral. O investimento previsto para
este ano é de R$ 95 milhões no estado – mais de um terço do lucro de R$ 274 milhões
registrado pela empresa, em todo o país, no primeiro trimestre deste ano.
“O que acontece é que es--sas trocas são uma grande operação de engenharia. Elas
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começam a ser feitas de madrugada e precisam es--tar prontas pela manhã. Não podemos falar
para o nos--so cliente que ele vai ficar dois meses sem sinal porque vamos trocar os equipamentos,
então estamos trocando o pneu com o carro andando, uma operação que está sujeita a
problemas”, diz Ratascheski. Segundo ele, toda a operação estará completa até agosto e a
capacidade de tráfego da rede TIM no Paraná será 60% maior do que a atual, deixando a operadora
pronta, inclusive, para o início do uso da rede 4G, que será licitada em junho.
Pelos dados da Anatel, órgão responsável por fiscalizar a qualidade dos serviços de
telecomunicações prestados no país, o argumento do executivo faz sentido. A empresa cumpre
todos os requisitos mínimos de qualidade de serviço no Paraná – e em alguns casos
apresenta números melhores do que seus concorrentes. A taxa de queda de ligações em
andamento, por exemplo, está abaixo do da Claro e é semelhante ao da Vivo. Por outro lado, o
indicador de tentativa de chamada, que mostra quando um usuário tenta fazer uma ligação mas não
encontra rede, é pior do que o das duas principais concorrentes, mas acima do limite estipulado pela
Anatel (veja no gráfico). Não há dados da Oi disponíveis.
Segundo Ratascheski, a empresa está acompanhando de perto a reclamação dos usuários, e diz
estar confiante de que a transição vai melhorar muito a qualidade da rede da operadora.
“Quando temos um problema com o cliente, somos os primeiros a ficar preocupados”,
afirma. “Estamos gastando muito dinheiro para garantir a qualidade do serviço. Com o
número de clientes que temos, a responsabilidade só aumenta”, afirma.
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