VIRULÊNCIA E DIVERSIDADE GENÉTICA DE FUNGOS

Propaganda
I CONGRESSO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA AGROPECUÁRIA,
AGRÍCOLA E AMBIENTAL (CBMAAA)
09 a 12 de maio de 2016 - Centro de Convenções da UNESP,
Câmpus de Jaboticabal, SP
VIRULÊNCIA E DIVERSIDADE GENÉTICA DE FUNGOS
PARASITAS DO GÊNERO ESCOVOPSIS
Gómez, I.J. (1)
Rodrigues, A. (2)
Resumo
As formigas cortadeiras dependem inteiramente do cultivo de um fungo basidiomiceto
(Leucoagaricus gongylophorus) para alimentar suas crias. Esta simbiose é ameaçada por
fungos do gênero Escovopsis (Ascomycota: Hypocreales), que atuam como parasitas
especializados do parceiro fúngico das formigas. Neste trabalho, foi avaliada a virulência de
vários isolados de Escovopsis frente à L. gongylophorus e correlacionada com a diversidade
genética do parasita. Foram utilizados 14 isolados de Escovopsis provenientes de colônias de
formigas cortadeiras (gêneros Atta e Acromyrmex) e não-cortadeiras (gênero Trachymyrmex).
Os isolados de Escovopsis foram cultivados na presença do fungo mutualista de Atta sexdens
rubropilosa, sendo elaboradas dez réplicas biológicas para cada combinação de Escovopsis e
fungo mutualista. O efeito de cada isolado no crescimento micelial do fungo mutualista foi
monitorado até 14 dias de incubação à 25 °C, no escuro. Todos os isolados de Escovopsis
inibiram significativamente o crescimento do fungo mutualista, quando comparado com o
controle (fungo mutualista na ausência de Escovopsis; Wilcox Test, P < 0,05). Oito dentre os
14 isolados inibiram o fungo mutualista a partir do segundo dia; quatro isolados inibiram a
partir do terceiro dia e somente um isolado inibiu a partir do quinto dia de experimento. Foi
observado que no primeiro dia de experimento, 12 isolados de Escovopsis cresceram
significativamente mais rápido na presença do fungo mutualista, quando comparado com o
controle (Wilcox Test, P < 0,05). Os outros dois isolados apresentaram diferenças
significativas no crescimento a partir do segundo dia de incubação. Segundos os estudos
filogenéticos realizados pelo grupo de pesquisa da UNESP-Rio Claro, os isolados de
Escovopsis pertencentes à um mesmo clado inibem o fungo mutualista no segundo dia de
experimento. Tal clado compreende isolados originados tanto de formigas cortadeiras, quanto
de não-cortadeiras. Observou-se ainda que um único clado filogenético pode abrigar isolados
de Escovopsis que inibem o fungo mutualista após 2, 3 e 5 dias de experimento. Os resultados
obtidos no presente estudo sugerem que existe uma correlação entre a diversidade genética e
virulência do parasita, podendo ter ocorrido transferências horizontais do parasita entre
colônias de formigas cortadeiras e não-cortadeiras de folhas durante a evolução.
Palavras-chaves: Parasitismo. Tribo Attini. Formigas. Simbiose.
1
Mestranda em Microbiologia Aplicada na Universidade Estadual Paulista, UNESP, Câmpus de Rio Claro, SP. E-mail:
[email protected]
2
Docente da Universidade Estadual Paulista, UNESP, Câmpus de Rio Claro, SP. E-mail: [email protected]
Ciência & Tecnologia: FATEC-JB, Jaboticabal (SP), v. 8, Número Especial, 2016. (ISSN 2178-9436).
Download