N°6 - Dezembro de 2011 - Secretaria Municipal de Saúde

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Saúde Goiânia
www.saude.goiania.go.gov.br
Jornal da Secretaria Municipal de Saúde
Goiânia, novembro / dezembro de 2011 - Ano 1, no 6
Cerca de 18 mil hipertensos e diabéticos são monitorados na capital.
pág. 4
Bárbara Zaiden
Identificar fatores de risco
é fundamental para
EVITAR O AVC
pág. 3
SMS cria
estratégias para
inserir homem
em projetos
de prevenção
pág. 8
A irmã do SUS
Conheça Katherine Marie, a missionária americana
que ajudou a criar a Maternidade Nascer Cidadão e a
consolidar o Sistema Único de Saúde em Goiânia.
Páginas 6 e 7
Vacinar é um cuidado
para todas as idades.
No rede pública, é grátis.
pág. 12
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novembro / dezembro de 2011
SAÚDE GOIÂNIA
EDITORIAL
GOTINHAS
Faz bem prevenir e fazer o bem
Nesta edição, o Saúde Goiânia mostra como ações e
comportamentos preventivos melhoram a qualidade de vida das
pessoas e evitam mortes prematuras. Da hipertensão, doença
silenciosa, ao diabetes e ao AVC, novas atitudes e mudanças no
modo de viver continuam sendo o melhor remédio.
Para os homens que, no exercício de seu machismo, travam
uma certa batalha contra a medicina e os ambulatórios, este jornal
traz reportagens sobre o exame e o câncer de próstata, e detalha as
estratégias e “mágicas” que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
precisa criar para atraí-los aos seus programas de saúde.
Novidade, a partir desta edição, agora também temos
publicidade – mas nossa e feita por nós. A primeira das peças é uma
campanha de Paz no Trânsito, assinada pela equipe de Publicidade
e Propaganda da Agência Integrada de Comunicação, mantida via
convênio entre SMS e Universidade Federal de Goiás (UFG).
E, com honra, apresentamos a quem ainda não conhece uma
personagem ímpar na consolidação do SUS em Goiânia: Irmã
Katherine, madrinha da Maternidade Nascer Cidadão,
ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde e um exemplo
de que sempre é possível fazer bem, fazer o bem e fazer mais.
Três UPAs
em 2012
DIA A DIA
Novos pontos para alvará sanitário
A partir de 1º de janeiro de 2012, o alvará sanitário expedido pela SMS
poderá ser requerido em outros 11 pontos da capital, além da sede do
Departamento de Vigilância Sanitária, no Setor Universitário. Os novos
locais são as agências da Prefeitura no Centro, Vila Nova, Campinas, Serrinha,
Cidade Jardim, Shopping Mangalô (Setor Morada do Sol) e os Vapt Vupt do
Araguaia Shopping, Campinas, Buriti Shopping, Construarte e Buena Vista.
A partir de fevereiro, o serviço passará a ser oferecido também na internet.
Novas instâncias na SMS
Foi aprovado na Câmara Municipal o projeto que cria
duas novas instâncias na SMS: a Central de Abastecimento
Farmacêutico, que substitui o antigo almoxarifado e passa a
integrar a Diretoria Administrativa e a Diretoria da Farmácia
de Insumos Básicos e Medicamentos, que está vinculada ao
Departamento de Assistência Farmacêutica. “A Casa também
aprovou a criação do cargo de diretor técnico-médico, com
19 vagas, e para atuação junto às unidades que funcionam
24 horas e junto ao Ciams do Setor Pedro Ludovico.
Expediente
Saúde Goiânia Jornal da Secretaria Municipal de Saúde
Produzido pela Assessoria de Imprensa da SMS
Telefones: (62) 3524-1510 / 3524-1511
E-mail: [email protected]
Endereço: Paço Municipal, Avenida Cerrado,
n° 999, 2º andar, Park Louzandes, Goiânia,
Goiás, Brasil – CEP 74.884-900
Prefeito de Goiânia: Paulo Garcia
Secretário Municipal de Saúde: Elias Rassi Neto
Além da conclusão da
Unidade de Pronto Atendimento
(UPA) III do Jardim Itaipu, na
Região Sudoeste, na qual estão
sendo investidos R$ 2,46 milhões,
duas outras UPAs já estão licitadas
e começam a ser construídas
em 2012. São as unidades do
Jardim das Hortências-Jardim Curitiba, na Região Noroeste, com
investimentos de R$ 2,55 milhões, e do Jardim Maria Helena-Parque
das Amendoeiras, na Região Leste, com investimentos de R$ 2,59
milhões. A SMS pleiteou ainda junto ao Ministério da Saúde a
qualificação de seis Cais em UPAs. São eles: Chácara do Governador,
Jardim Novo Mundo, Campinas, Novo Horizonte, Vila Nova e
Jardim Curitiba.
Das 170 equipes da Estratégia Saúde
da Família (ESF) de Goiânia, 93 (55%)
já aderiram e ampliaram o horário de
atendimento, passando a trabalhar das
7h às 19h, de segunda a sábado. Isso significa que 90 mil famílias (o equivalente
a 310 mil pessoas) estão sendo atendidas dentro do novo funcionamento.
Cerca de 500 profissionais da ESF estão
sendo capacitados toda semana em cursos de educação permanente, dirigidos
a quem fez adesão ao novo horário. A
metodologia enfoca teoria e discussão
de casos clínicos.
O Ministério da Saúde contemplou com
recursos a construção de cinco Academias da Saúde em Goiânia e a readequação de 12 Unidades de Atenção Básica.
A descentralização de recursos da SMS,
que garante repasses antecipados para
diretores de unidade realizarem pequenos reparos, já alcançou 35 unidades,
com liberação de quase R$ 900 mil.
A diretora de Atenção à Saúde, Cristina
Laval, informa que já estão funcionando
os comitês locais e distritais de urgência
e emergência, nos quais gestores e trabalhadores discutem as condições de
trabalho nas unidades.
A página da SMS na internet (www.saude.goiania.go.gov.br) já recebeu desde
sua criação, no final de junho, cerca de
25 mil visitas.
Cuidado em Saúde Mental
A SMS está promovendo um curso de educação permanente
para o cuidado integral em Saúde Mental e redução de danos
para usuários de drogas, no SUS. Serão seis módulos que vão ser
realizados em dez encontros quinzenais até o junho de 2012. A
capacitação é direcionada às equipes do Núcleo de Apoio à Saúde
da Família (NASF) e dos Centros de Atenção Psicossocial em Álcool
e Drogas (CAPS AD).
Goiânia, novembro / dezembro de 2011 - Ano 1, no 6
Assessoria de Imprensa
Coordenador: Paulo José
Equipe: Guilherme Semerene, Kalyne Menezes, Carlinhos
do Esporte, Flagner Barbosa
Mariana Moura / João Daniell Oliveira
Coordenadora de Relações Públicas: Daiana Stasiak
Bolsistas: Luciana Lima / Mariana Oliveira / Rhayssa
Fernandes / Tâmara Reis
Agência Integrada de Comunicação
(convênio SMS-UFG)
Coordenadora de Jornalismo: Silvana Coleta
Bolsistas: Bárbara Zaiden / Danielen Gonçalves /
Serena Veloso / Thamara Fagury
Coordenador de Publicidade e Propaganda:
Marcelo Costa
Bolsistas: Carolina Siqueira / João Henrique Pacheco /
Assessora de Relações Públicas
Assessora: Vera Lúcia dos Santos
Equipe: Breno Hudson / Jaqueline Araújo / Katiane
Fernandes / Luciana Castro / Sandra Valim
Projeto gráfico e diagramação:
Casa Brasil Comunicação
Tiragem: 40 mil exemplares
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SAÚDE GOIÂNIA
novembro / dezembro de 2011
PREVENÇÃO
Conhecer fatores de
risco é fundamental
para evitar o AVC
Quatro pessoas morrem por
dia em Goiás vítimas de Acidente
Vascular Cerebral
Por Danielen Gonçalves
de risco modificáveis, ou seja, que
podem ser controlados para evitar
a doença. São eles: hipertensão,
diabetes, colesterol elevado, obesidade, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, entre outros.
menor tempo e com menor risco
de complicações.
O AVC hemorrágico, ao contrário do isquêmico, não pode ser controlado com remédios. Quando o
paciente chega ao hospital com este
quadro clínico, é internado para que
imediatamente a pressão seja controlada. Este é o primeiro passo, porque, na maioria dos casos de AVC, a
pressão sobe e isso pode aumentar a
área de sangramento.
Marco Túlio destaca a importância de reconhecer rapidamente
os sintomas da doença, já que as
ações médicas devem ser realizadas
num período curto. De acordo com
ele, existem sinais básicos que identificam uma pessoa com AVC.
Tratamento
Sinais de AVC
Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente
como derrame, é considerado no Brasil a maior causa de mortes e incapacidade de adultos. De acordo com a Organização
Mundial de Saúde, 15 milhões de pessoas têm a doença a cada ano e seis
milhões destas não sobrevivem. No Brasil, são registrados cerca de 90 mil
óbitos por doenças cardiovasculares todos os anos.
Só em 2009, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 169.453 internações por AVC e um investimento de quase R$ 190 milhões para o tratamento
clínico dos pacientes. Nesse mesmo ano, dados do Ministério da Saúde sobre
a doença revelaram que quatro pessoas morreram por dia no Estado de Goiás, vítimas de AVC. Os números assustam e a informação é o primeiro passo
para diminuí-los.
O AVC pode ser causado tanto pela obstrução de vasos, impedindo a
chegada de sangue a determinadas regiões do cérebro, quanto pelo rompimento de um vaso cerebral, levando à hemorragia. O primeiro é chamado de
AVC isquêmico e o segundo, hemorrágico.
O médico neurologista Marco Túlio Padatella explica que o AVC pode
acontecer em qualquer pessoa, mas existem fatores de risco que não podem ser mudados, como idade, raça e sexo. A doença é mais comum entre
pessoas do sexo masculino, negras e idosas. No entanto, existem fatores
Quanto ao tratamento, o paciente com AVC isquêmico pode
receber um medicamento que
consegue desobstruir o vaso na
fase aguda, até quatro horas e
meia depois do momento em que
começaram os sintomas. Este tratamento, chamado de trombólise,
é o único efetivo aprovado para o
AVC e aumenta muito as chances
de recuperação da pessoa. A droga
ainda não está disponível na rede
pública. Na rede privada, custa
em torno de R$ 2 mil o frasco. O
médico explica que o gasto médio
dos pacientes em reabilitação é de,
no mínimo, R$ 6 mil. Dessa forma,
é possível concluir, como aponta
Marco Túlio, que o uso do medicamento é mais vantajoso, já que,
além de mais barato, garante que
o paciente continue produtivo em
Sorriso
Música
O
Abraço
> Alteração da força ou da
sensibilidade, de um ou de
ambos os lados do corpo;
> dor de cabeça súbita
e muito intensa;
> alteração da visão
de um ou ambos os olhos;
> alteração do eixo de equilíbrio;
> dificuldade em articular as
palavras.
Os médicos geralmente adotam três medidas primárias de
identificação dos sintomas, numa
escala pré-hospitalar, fazendo referência à sigla do SAMU. A letra
S indica que o médico deve pedir
que o paciente dê um sorriso e
observar se a boca apresenta irre-
Urgente
gularidade. A letra A refere-se ao
abraço, e pode revelar alteração da
força do paciente. O M sugere que
o paciente cante uma música, para
que o médico perceba se há dificuldade na fala. Se os três últimos
sinais citados forem apresentados
pela pessoa, a letra U indica a urgência do caso e a necessidade de
se chamar o SAMU (veja ilustração
abaixo). Depois destes procedimentos, o paciente é levado e encaminhado para um neurologista.
Terapia
para sequelas
O Acidente Vascular Cerebral
pode deixar sequelas, e estas dependem muito da localização e
do tamanho da lesão. “Uma lesão
grande às vezes pode levar a uma
consequência menor, enquanto
uma lesão menor pode gerar uma
sequela e um comprometimento
grave, depende do paciente”, afirma Marco Túlio. As complicações
mais comuns são perda de força e
alteração da sensibilidade e da fala.
A maioria dos pacientes perde parte
do controle motor.
Marco Túlio explica que não
existe um remédio que cure o neurônio afetado. Dessa forma, o paciente
tem que partir para as terapias de
reabilitação, como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional
etc. “É importante que exista um
trabalho conjunto destas áreas para
a reabilitação do paciente”, destaca.
A Organização Mundial da
Saúde, a OMS, estabeleceu o Dia
Mundial do AVC, instituído em
29 de outubro. O objetivo é conscientizar a população dos fatores
de risco e de como controlá-los,
além de orientar o reconhecimento dos sintomas. Para a campanha
deste ano, a Organização Mundial
do AVC escolheu como tema “Um
em Cada Seis”, sob o argumento de
que a cada seis segundos alguém
em algum lugar do mundo morre
em consequência do AVC, independentemente de idade ou sexo.
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novembro / dezembro de 2011
SAÚDE GOIÂNIA
ASSISTÊNCIA
SUS monitora
hipertensos
e diabéticos
Cerca de 18 mil pessoas são acompanhadas
pelo Programa Hiperdia da SMS
Por Danielen Gonçalves
O
diabetes é uma doença
grave, caracterizada pela
hiperglicemia crônica e alteração no metabolismo dos carboidratos, que acontece devido a uma
disfunção na produção de insulina,
associada ou não à incapacidade de
exercer suas funções metabólicas. A
doença pode aparecer associada a
complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, dentre eles os
olhos, os rins, o cérebro, o coração e
os vasos sanguíneos.
De acordo com a Organização
Mundial da Saúde, o número de
portadores da doença em todo o
mundo era de 170 milhões e a expectativa para 2025 é de 350 milhões de pessoas com a doença. São
quatro milhões de mortes por ano
devido à doença e suas complicações. É a primeira causa de morte no
país, junto com a hipertensão. De
acordo com a Sociedade Brasileira
de Diabetes, surge um novo caso da
doença a cada cinco segundos.
Existem alguns tipos de diabetes. O diabetes do tipo I é comumente conhecido como diabetes
juvenil e se desenvolve de forma
rápida principalmente em crianças
e adolescentes, ou de forma lenta e
progressiva em adultos. O tipo I indica a destruição da célula beta, que
é a célula do pâncreas que normalmente produz insulina. Quando
pouca ou nenhuma insulina vem
do pâncreas, o corpo não consegue
absorver a glicose do sangue; o nível
fica constantemente alto.
Já o tipo II se desenvolve quando há uma deficiência relativa de
insulina. O principal motivo que
faz com que os níveis de glicose
no sangue permaneçam altos está
na incapacidade das células musculares e adiposas de usarem toda
a insulina secretada pelo pâncreas.
Nestes casos, o paciente geralmente apresenta excesso de peso ou
concentração de gordura.
Além do diabetes dos tipos I e
II, existe também o diabetes gestacional, em que uma hiperglicemia é
detectada na gravidez e desaparece
no período pós-parto. No entanto,
na maioria dos casos, a doença retorna anos depois.
Quanto aos sintomas, as pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue podem
apresentar muita sede, vontade
de urinar diversas vezes, perda de
peso (mesmo comendo muito),
fome exagerada, visão embaçada,
infecções repetidas na pele ou mucosas, machucados que demoram
a cicatrizar, fadiga e dores nas pernas por causa da má circulação. No
entanto, em alguns casos não há
sintomas. Isto ocorre com maior
frequência no diabetes tipo II. Neste caso, a pessoa pode passar muito tempo sem descobrir a doença.
O diabetes do tipo II geralmente está associado a uma alimentação inadequada, tanto na quantidade quanto na qualidade, além da
inatividade física. Dessa forma, uma
simples mudança no estilo de vida,
quando realizada, é muito eficaz na
prevenção e no controle da doença.
A educação para a doença pode aliviar os sintomas e prevenir complicações agudas e crônicas.
No entanto, como o diabetes é
uma doença evolutiva, no decorrer
dos anos, quase todos os pacientes
que não usavam medicamentos
passam a requerer tratamento farmacológico, muitos com o uso de
insulina. É importante que o diabetes seja acompanhado, pois podem
aparecer complicações que levam
o paciente a sofrer de doenças cardiovasculares e renais, cegueira, amputação dos membros e perda de
funcionalidade. Além disso, a hipertensão arterial atinge a maioria dos
pacientes com diabetes.
Perfil
epidemiológico
Devido a essa íntima relação entre pressão alta e diabetes foi criado
o Hiperdia. Trata-se de um Sistema
de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos
captados no Plano Nacional de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus,
em todas as unidades ambulatoriais do Sistema Único de Saúde. O
objetivo é gerar informações para
os gerentes locais, gestores das secretarias municipais, estaduais e o
Ministério da Saúde. A Secretaria de
Saúde de Goiânia já cadastrou uma
média de 18 mil pessoas.
Além do cadastro, o sistema
permite o acompanhamento e a
garantia do recebimento dos medicamentos prescritos. O sistema
também pode definir o perfil epidemiológico da população de determinada região, desencadeando
estratégias de saúde pública.
Assim como a hipertensão, o
diabético, na maioria dos casos, é
identificado pelos agentes comunitários de saúde, através do Programa Saúde da Família, do Ministério
da Saúde. Os agentes têm a função
de esclarecer para a comunidade os
fatores de risco, as mudanças nos
hábitos de vida, além de identificar
os portadores da doença e sugerir
que estes procurem uma unidade
de saúde para a definição do risco
da doença.
É importante lembrar que, em
Goiânia, a insulina e os insumos
para a aplicação desta, além do
aparelho que mede glicose, estão
disponíveis aos pacientes pela rede
pública.
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SAÚDE GOIÂNIA
novembro / dezembro de 2011
Bárbara Zaiden
RESULTADOS
Número de
hipertensos
diminui
em Goiânia
SMS realiza o controle da doença
e orienta a população sobre os
cuidados necessários
Por Danielen Gonçalves
U
ma boa notícia para a
saúde em Goiânia. Houve
uma redução dos casos
de hipertensão. Os dados são da
Divisão de Doenças Crônicas e Degenerativas, que registrou queda
gradual no número de hipertensos
na capital. De acordo com os números, em 2008 foram notificados
1.391 casos, em 2009 foram 1.251
casos e no ano passado apenas 840.
Mas é bom não descuidar e dobrar
a atenção aos hábitos alimentares e
à prática de atividades físicas.
Cerca de 20% da população
adulta é hipertensa, sem contar as
pessoas que sofrem com a doença
e não sabem. Além disso, muitos pacientes não aderem ao tratamento
ou o abandonam. Risco silencioso,
a Hipertensão Arterial Sistêmica é a
elevação da pressão arterial para um
nível igual ou maior que 14 por 9. No
Brasil há aproximadamente 17 milhões de portadores da doença.
Assim como todas as doenças
crônicas é importante que seja realizado um trabalho conjunto entre
os profissionais de saúde para o tratamento e a prevenção das complicações. Além do médico, o paciente
deve receber acompanhamento de
enfermeiro, nutricionista, psicólogo,
assistente social, professor de educação física, farmacêuticos e agentes
comunitários de saúde.
A diretora da divisão de Doenças Crônicas e Degenerativas, Adacy
Macedo, explica que Goiânia realiza
o acompanhamento da hipertensão
nas Unidades de Atenção Básica à
Saúde da Família (UABSF) com o
clínico geral e, depois, conforme a
necessidade, o usuário é encaminhado para um cardiologista. O
atendimento secundário é realizado
nos Cais e conta com o trabalho dos
especialistas em cardiologia.
Adacy informou que a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia
realiza um projeto de reestruturação
básica das linhas cuidado e atenção
básica às doenças de agravo não
transmissíveis, principalmente hipertensão. Segundo ela, “é uma doença
crônica, uma doença que não vai
desaparecer e que tem uma prevalência e uma incidência muito alta”.
A diretora destaca ainda que, por se
tratar de uma doença assintomática,
quando o paciente chega no atendimento pode estar em estado grave.
Vale lembrar que existe um Sistema Nacional de cadastramento de
Funcionária da Prefeitura faz
aferição de pressão arterial
O Sistema
Nacional de
Cadastramento de
Hipertensos e
Diabéticos,
o Hiperdia, está
disponível em
todas as unidades
de saúde. É
importante que
todos façam seu
cadastro
Hipertensos e Diabéticos, realizado
em todas as Unidades de Saúde do
país, o Hiperdia. Ela destaca a necessidade de que todos os portadores
das doenças procurem as unidades
de saúde para se cadastrar. “É importante que a cidade tenha um
levantamento do número de casos”,
destaca.
Atenção
redobrada
A doença pode acontecer em
qualquer idade e não apresenta sintomas no início, por isso é tão perigosa. Quando não detectada, pode
matar e gerar várias complicações
e sequelas irreversíveis. Ela também
pode ser diagnosticada em qualquer
pessoa, mas geralmente aparece
em indivíduos que não possuem
alimentação saudável, estão com
excesso de peso, consomem muita
bebida alcoólica ou muito sal.
Além disso, existem fatores de
risco que não podem ser evitados,
como a incidência em pessoas negras, pacientes com diabetes ou que
possuem hipertensos na família e
pessoas idosas. A hipertensão é também o principal fator de risco para
as complicações mais comuns como
acidente vascular cerebral e infarto
agudo do miocárdio, além da doença renal crônica terminal. Muitas
vezes a hipertensão aparece combinada com outras doenças como o
diabetes, além da obesidade.
Os médicos destacam que as
modificações no estilo de vida são
fundamentais para a prevenção e o
tratamento da pressão alta. Dentre
tais medidas que devem ser adotadas, estão: a alimentação adequada,
a redução do consumo de sal, o
controle do peso, a prática de atividades físicas e a diminuição do
estresse. Além disso, o tabagismo e
o consumo excessivo de álcool devem ser evitados.
Tais ações devem ser adotadas
também pelas pessoas que já detectaram a doença. É importante
que o tratamento seja realizado de
maneira correta, sem interrupções.
Caso os resultados não sejam positivos, o médico deve iniciar tratamento com medicamento. Para
a adoção de um sistema terapêutico adequado, o primeiro passo
é a confirmação diagnosticada da
hipertensão. Em seguida, é preciso
que seja feita uma análise do risco,
da presença ou não de lesões em
órgãos-alvo e a possibilidade de
agravação cardiovascular.
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novembro / dezembro de 2011
SAÚDE GOIÂNIA
PERFIL
Bárbara Zaiden
Irmã Katherine:
fé, saúde e educação
Conheça a missionária americana que ajudou
a implantar a Maternidade Nascer Cidadão
e a consolidar o SUS em Goiânia
Por Bárbara Zaiden
Q
uando ouvi sua voz pelo telefone, logo tracei sua imagem na
mente: freira, estrangeira, idosa, de cabelos grisalhos e baixa
estatura. Katherine Marie Popowich foi educada em escola diocesana. Escolheu a vocação pelo afeto e admiração que nutria pelas professoras, carinhosas mesmo quando corrigiam as crianças. Aos 18 anos
já ingressava na Congregação das Irmãs de São José de Rochester para
os estudos de educadora, o que não agradou muito ao pai, um pequeno
fazendeiro do interior do estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Da primeira vez que nos encontramos, quem começou a pergun-
tar não fui eu. Ela queria saber há
quanto tempo eu “fazia entrevistas” e se era mesmo de Goiânia. O
fato de eu ter nascido no interior
de Goiás parece ter criado aquilo
que seria o pontapé para uma entrevista - eu prefiro chamar de uma
longa conversa tranquila.
A relação de Katherine com
os Conselhos de Saúde começou
quando ela chegou a Goiânia, no
ano de 1994, e estava desempregada. A freira foi a primeira usuária
do Sistema Único de Saúde a ser
eleita presidente do Conselho Municipal de Saúde de Goiânia. Mais
uma vez, sua memória não falha.
Os nomes das pessoas com quem
manteve relações importantes durante o mandato estão na ponta
da língua. Talvez por isso eu tenha
recebido um puxão de orelha: eu
não sabia o nome do motorista
que havia me levado até sua casa.
Ao ter conhecimento das
práticas do parto humanizado, o
Conselho Municipal de Saúde da
capital levou a ideia até o então
secretário municipal de Saúde,
Elias Rassi Neto. Ainda em seu
mandato, a Maternidade Nascer
Cidadão foi iniciada e, segundo a
freira, a unidade atendeu à necessidade urgente do povo da região.
Como se sente sendo a madrinha
deste projeto? Privilegiada. Segundo ela, a nomeação foi dada por
sua participação efetiva na criação
e implantação do projeto. Este foi
mais um dos momentos de nossa
conversa no qual tive ilusão de ter
visto lágrimas nesses olhos que enxergam tão bem apesar da idade.
- Quando eu era presidente, o
Elias era secretário. Ele nos escutou
e se empolgou com a nossa proposta da Maternidade. Talvez por esta
relação eu tenha admiração por ele.
Suas principais ações na Região
Noroeste e no Conselho Local, do
qual também fez parte, foram em
prol das grávidas. Irmã Katherine
reunia profissionais da saúde que
davam cursos para as gestantes e
as orientavam. Os encontros aconteciam no salão da Igreja da região.
Ainda na mesma época, a ideia do
parto humanizado foi trazida para
a capital por um casal italiano que
conheceu o método na cidade de
A ideia do parto
humanizado foi
trazida para a
capital por um
casal italiano
que conheceu o
método na cidade
de Ceres, no
interior de Goiás
Ceres, no interior de Goiás. A grande importância da prática, para
ela, está na presença da família durante o nascimento da criança.
- Quando a maternidade (Nascer Cidadão) ainda não existia,
chegou ao Cais Finsocial, acompanhada pela mãe, uma jovem grávida de seu quarto filho, esperando
por um quarto. A gravidez era de
risco e ela tinha ido a vários hospitais sentindo fortes dores. Quando
finalmente encontrou uma vaga
para o parto, a mãe implorou para
acompanhar o parto da filha, mas
não pôde. No outro dia, quando
voltou, ela descobriu que a grávida e o bebê haviam morrido. Por
isso, o maior benefício do parto é
o apoio da família, além da preparação física e o conhecimento do
próprio corpo pelas grávidas.
Hoje em dia, devido a problemas de saúde, irmã Katherine foi
forçada a deixar suas ações junto
ao Conselho Municipal de Saúde.
Ultimamente, ela participava da
Comissão de Avaliação e Acompanhamento da Municipalização,
que realiza controle social. Quando
esteve internada, há alguns meses,
Katherine foi homenageada durante a abertura das reuniões do
Conselho Estadual de Saúde. Ela
recebeu a medalha Pedro Ludovico
Teixeira, a condecoração máxima
concedida pelo Poder Legislativo
de Goiás àqueles que contribuem
com a melhoria das atividades do
Estado goiano.
SAÚDE GOIÂNIA
novembro / dezembro de 2011
Mudanças
A vinda de Katherine para o
Brasil aconteceu em 1964, durante
o golpe de estado que levaria o país
ao longo período de repressão da
ditadura militar. O Papa João XXIII
fez um pedido às congregações
dos Estados Unidos e da Europa
para que enviassem membros para
a América Latina. Katherine veio
para o Brasil com outras quatro Irmãs de São José de Rochester com
o objetivo realizar a chamada nova
missão. Por vinte anos, elas viveram
no Sudoeste goiano. O trabalho realizado em pequenas cidades como
São Simão e Paranaiguara era de
orientação e preparação profissional dos professores. A freira ainda
se recorda de uma professora que
dava aulas para a primeira série e
havia estudado apenas até a terceira. “Você imagina isso?”, se lembra
ainda chocada.
Seu sotaque ainda é carregado, mesmo vivendo no Brasil há
47 anos. Sua fala ainda demonstra
a principal dificuldade encontrada
por Katherine e as outras missionárias, assim que chegaram ao país: o
idioma. Segundo ela, a receptividade e a generosidade das pessoas do
interior foram essenciais para supe-
rar todas as barreiras de idiomas
e costumes e é este o motivo que
a faz morar na periferia da cidade
até hoje, onde os moradores ainda
demonstram um resquício do calor
interiorano. Hoje, depois de tanto
tempo longe de casa, as visitas ao
seu país têm sido mais frequentes,
já que a maioria dos familiares está
envelhecendo. Se sente saudades?
“Como não? Hoje mesmo é um dia
de comemoração lá”.
Além do trabalho nas escolas
públicas, as freiras faziam visitas às
fazendas vizinhas. Nestes encontros, eram realizadas orientações
com métodos e materiais de estu-
O papa [João
XXIII] disse para
abrirmos as janelas
da Igreja.
Foram estas as
palavras dele”
do. O incentivo à criação de grupos
bíblicos entre os vizinhos também
era um dos principais focos das
missionárias. Para Katherine, seu
sonho de ser missionária em outro
país só foi possível graças ao papa
e ao Concílio Ecumênico Vaticano
II (reuniões mensais que aconteceram em Roma durante quatro anos
e discutiam as novas posturas a serem adotadas pela Igreja Católica).
Segundo ela, essas reuniões definiram que Igreja e mundo seriam um
só, não haveria mais o antigo abismo separando os dois universos.
- O Concílio causou mudanças radicais na Igreja Católica e nas
Congregações Religiosas. Antes, a
gente não andava sozinha nas ruas,
somente com outras freiras. Por
exemplo, para visitar meu irmão,
eu precisava levar outra freira comigo. O papa disse para abrirmos
as janelas da Igreja, foram estas as
palavras dele.
Segundo a irmã, seu interesse
por tudo fez com que ela estudasse intensamente os documentos
do Vaticano. Assim, ela conseguiu
entender que a Igreja deveria se
preocupar com as frustrações e felicidades do povo. Esse contato era
exercido justamente através dos
Todos nós devemos
refletir sobre a
qualidade da saúde
pública e o que
pode ser feito para
melhorar”
grupos bíblicos e das visitas residenciais. Para ela, ainda atualmente, estes grupos são a espinha dorsal, aquilo que forma e fortalece as
comunidades religiosas locais.
- Quando eu era criança, havia
diferenças de religiões, mas depois
do Vaticano II isso mudou. Eu vejo
que somos todos irmãos. A gente
não deve ver nossa religião como
se fosse a única certa.
Ela ainda completa a fala rindo:
“Se eu for expulsa da Igreja, a culpa
é sua”. Como se houvessem razões
para que uma pessoa como Irmã
Katherine recebesse represálias!
Sua memória é impressionante,
aos 84 anos ela tem acesso à internet e lê sem dificuldades. Durante
nossas conversas, em nenhum momento tive que levantar o tom de
voz para que pudesse ser ouvida.
Atualmente, ela está afastada de
suas atividades devido a problemas de saúde. O cansaço e a falta
de energia têm sido suas principais
dificuldades.
Perspectivas
Katherine, na década de 1960, com as
freiras colegas que vieram para o Brasil
Irmã Katherine, como ela mesma disse, possui interesse por tudo
e tem uma visão crítica enormemente desenvolvida por estes assuntos. Ela criticou, por exemplo, a
privatização dos hospitais do Estado de Goiás e a falta de interesse do
povo brasileiro em participar do desenvolvimento de práticas públicas,
apesar dos artigos da Constituição
que reservam tal direito. O excesso
de propagandas consumistas no
Natal, em detrimento do verdadeiro sentido do nascimento de Jesus,
também é criticado.
7
Ela possui uma visão interessante do papel dos Conselhos de
Saúde e do enorme poder que a
mídia exerce sobre o povo. Atualmente, o maior objeto de interesse
de Katherine tem sido a Campanha
da Fraternidade a ser realizada pela
Igreja Católica no próximo ano. Ela já
leu com atenção, anotou os principais pontos e até enviou uma cópia
para o Secretário, por quem ela tem
enorme admiração. Sua maior preocupação é com o crescimento de
partos cesarianos, que no Brasil tem
as maiores taxas do mundo. “Mesmo aqueles que não tenham religião,
todos nós devemos refletir sobre a
qualidade da saúde pública e o que
pode ser feito para melhorar”.
Katherine Marie é muito polida
e metódica. Ao chegar alguns minutos atrasada, já recebi uma alfinetada pelo “bom dia” que eu havia
dito: “Boa tarde, né?”. Mas mesmo
com toda a polidez e a aparente
frieza, em diversos momentos ela
fez brincadeiras e deu largos sorrisos. Em uma destas ocasiões, eu havia perguntado se ela tinha sonhos.
A resposta foi sim, pois ela sonha
com o edital para o processo seletivo de Agentes Comunitários.
Seu único hobbie é jogar Freecell que, segundo ela, é um vício.
Por fim, percebi que já tinha entendido bastante de sua trajetória
e como ela era contente por tudo
aquilo que ensinou e aprendeu ao
longo de sua vida e que, sem Deus,
não teria sido tão rica.
A maior lição que uma pessoa
como esta pode ensinar ultrapassa
quaisquer barreiras idiomáticas, de
costumes ou religiões. A preocupação com o próximo e o interesse
por assuntos sociais deveriam ser
exercidas por todos os cidadãos.
Foi isto que aprendi com irmã Katherine Marie, que em nenhum
momento tentou me dissuadir de
que sua religião é o único caminho
certo. Sua vida e seu testemunho,
palavra que ela usou diversas vezes,
serviram para ressuscitar em mim
a esperança de que o ser humano
ainda é capaz de superar suas diferenças e respeitar seus irmãos, acima de tudo.
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SAÚDE GOIÂNIA
novembro / dezembro de 2011
ATENDIMENTO
Mais saúde para eles!
Bárbara Zaiden
Equipe da SMS cria estratégias para
conscientizar e inserir o homem em projetos
de prevenção. Mais horários é uma delas
Por Bárbara Zaiden
O
imaginário machista predominante na sociedade
tem sido superado com
passos de formigas e o lento passar
do tempo. Há alguns anos, prevalecia a ideia de que homens não choravam, não eram emocionalmente
afetados nem adoeciam. Crianças e
adolescentes, mulheres, grávidas e
idosos sempre tiveram programas
de saúde específicos direcionados.
Havia uma lacuna na sociedade,
pois os homens com idade entre 20
e 59 anos não estavam inclusos em
nenhuma destas políticas.
Por causa das condições de
Saúde desse público, o Ministério
da Saúde lançou, em 2008, a Política Nacional de Atenção Integral
à Saúde do Homem. Goiânia fez
parte da primeira fase de instalação
dessa política e, para organizar a
instauração do projeto, a Secretaria
Municipal de Saúde (SMS) reuniu
profissionais de diferentes áreas.
Dentre as principais dificuldades
apontadas por homens, no que diz
respeito ao cuidado com a saúde, estão os horários das consultas ambulatoriais. Afinal, para muitos, faltar a
um dia de trabalho para uma consulta médica é praticamente impossível. Os homens entre 20 e 59 anos
podem se informar em qualquer
unidade de saúde sobre aquelas unidades que oferecem consultas com
o clínico geral durante a noite e aos
sábados (veja relação no quadro).
Agora existe uma opção eficaz para
os homens que sempre têm o tempo e o emprego como obstáculos na
hora de ir ao médico.
Antonino Ribeiro, auxiliar mecânico, tem plena consciência da
necessidade de se cuidar. Ele ficou
sabendo do horário alternativo pela
televisão e marcou uma consulta na
UABSF Recanto do Bosque. Segundo ele, “existe muito machismo, mas
homem adoece igual mulher. A importância de se cuidar é a mesma”.
Hoje, a Região Noroeste de
Goiânia é a referência do projeto
que começou a ser instaurado pela
SMS. As Unidades de Atenção Básica à Saúde da Família (UABSF)
contam com profissionais preparados para a recepção do homem.
Nestas Unidades, existem horários
alternativos de atendimento, especificamente destinados ao projeto.
As ações de planejamento familiar fazem parte do programa
do homem. As reuniões dos grupos acontecem nas Unidades de
Saúde com o objetivo de discutir
as implicações e como é feito o
procedimento. O mais importante
do planejamento é discutir com o
casal para tirar dúvidas e esclarecer
acerca do assunto.
Sensibilização
O clínico geral é responsável
pelo primeiro contato e análise do
caso do paciente. Se houver necessidade, ele faz o encaminhamento
médico para outros especialistas.
A Maternidade Nascer Cidadão e
o Cais Cândida de Morais são as
unidades referência, localizadas na
Região Noroeste, que oferecem o
atendimento com o especialista.
Danusa Dias Alves é clínica
geral na Unidade do Recanto do
Bosque há alguns meses. Segundo
ela, são raros os casos de homens
que têm resistência quanto ao encaminhamento ao urologista e ao
exame de próstata. A médica afirma que eles já vão para a consulta
conscientizados da importância
dos tratamentos.
Além da necessidade de horários alternativos, também foi
observada a importância da sensibilização do paciente, para que ele
pudesse entender a importância de
cuidar de sua saúde. Mas não basta
que o público-alvo seja sensibilizado
e compareça às Unidades. A equipe
responsável pela Saúde do Homem
também observou que as equipes
da Estratégia Saúde da Família (ESF)
deveriam ser preparadas para receber e tratar o homem de forma que
ele fosse inserido na rede de saúde.
Segundo Sandro Batista, membro da coordenação da ESF e da
equipe da Saúde do Homem, a capacitação é essencial, pois se “o homem vai até a Unidade de Saúde e
não consegue resolver o problema
ou não recebe um encaminhamento, ele nunca mais volta e nós perdemos uma grande oportunidade
de inseri-lo efetivamente”.
Agente
Comunitário
O objetivo da Política do Homem não é criar novos projetos para este
público, que antes era desassistido pela saúde, mas sim traçar estratégias
que facilitem o acesso aos serviços já existentes. Nestas ações estratégicas,
os Agentes Comunitários de Saúde têm papel fundamental, afinal, “nós
temos que ouvir os profissionais que diariamente convivem com a população, que vão até a casa dos pacientes, para que seja possível entender as
necessidades locais”, afirma Fernando Oliveira, cardiologista da Coordenação de Ambulatório e membro do grupo de atenção à Saúde do Homem.
Durante as visitas às casas dos moradores, os agentes comunitários das
equipes das UABSF têm o primeiro contato com as famílias. Eles têm como
Trindade José passa
por triagem no
Recanto do Bosque
objetivo analisar as principais dificuldades e necessidades dos moradores e também esclarecer a importância de procurar tratamento
médico.
Além disso, os agentes são responsáveis por traçar o perfil dos
moradores das áreas de atuação.
Para o Programa de Saúde do Homem, esta é uma etapa imprescindível, pois com ela é possível observar índices de violência, alcoolismo,
tabagismo e do uso de outras drogas, que estão entre as principais
causas de morte dos homens.
Maria Romilse é agente de saúde desde 2001 e vivenciou o processo de implantação do Projeto
de Saúde do Homem. “Quando a
gente começou com o programa,
as pessoas de idade não aceitavam
a nossa presença. Mas depois eles
entenderam que o homem também precisa de ajuda e eles mesmos passaram a procurar a Unidade”, lembra.
O diálogo e o esclarecimento
são essenciais no processo de lidar
com os moradores, que hoje já se
acostumaram com a presença dos
agentes em suas casas. Além dos
agentes de saúde, outra figura importante na sensibilização do homem é a esposa. Elas incentivam,
acompanham e até mesmo marcam as consultas para os maridos.
A criação de novos horários
para atender aos pacientes foi essencial para trazê-los para a rede,
afirma a agente comunitária Arlete
Marques: “nós nos encontramos
com muitos moradores na Unidade nos sábados de manhã, depois
de termos ido até a residência e
dialogado”.
O atendimento aos sábados
também foi uma alternativa para
o senhor Trindade José, afastado
do emprego por motivos de saúde.
“Esse atendimento é bom porque
é uma alternativa pra quem trabalha e não encontra com os agentes
comunitários nas visitas em casa”,
resume.
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SAÚDE GOIÂNIA
novembro / dezembro de 2011
Exame de próstata deixa
de ser bicho de sete cabeças
Há alguns anos, o exame de
próstata era visto pelos homens
como um bicho de sete cabeças.
Muitos evitavam ir ao médico
com medo de receber o pedido
do tão temido exame de toque
retal. Obviamente, ainda existem aqueles que não enxergam
ou não aceitam a importância
de realizar consultas, exames ou
até mesmo cirurgias.
A próstata é uma pequena
glândula, com o mesmo formato de uma maçã. Trata-se de um
órgão masculino e se localiza na
parte baixa do abdômen, abaixo
da bexiga e na frente do reto. Esta
glândula ainda envolve a parte
inicial da uretra, canal por onde
a urina é eliminada. A próstata é
responsável por produzir parte
do sêmen, líquido que contém
os espermatozóides, liberado
durante o ato sexual.
Existem grandes chances de
a próstata contrair um tumor
benigno, que deve ser corretamente tratado, afinal, ela pode
evoluir para o câncer. O grande
problema do câncer de próstata
é que ele não manifesta sintomas
no homem, o que faz com que a
evolução não seja notada. Quando o tumor evolui muito e sai
da próstata, o câncer se aloja no
osso e passa a ter um crescimento muito mais rápido.
Devido a estes aspectos do
câncer de próstata é que existe
a importância do acompanhamento médico e do cuidado
com a saúde masculina. As chances de desenvolver a doença são
quase 2,2 vezes maiores em pessoas que tenham histórico familiar de câncer de próstata.
Contudo, a idade também é
um dos fatores que contribuem
para o surgimento do tumor.
Cerca de 15% dos homens com
mais de 60 anos desenvolvem
a doença. A incidência do tumor também está relacionada à
raça, afinal, a incidência é muito maior em negros do que em
asiáticos. No Brasil, o câncer de
próstata é o segundo tipo mais
comum entre os homens, mas
não é o que mais causa mortes.
Segundo Nadim Chater, mé-
dico urologista e coordenador
da equipe da Saúde do Homem
da Secretaria Municipal de Saúde, alguns fatores externos podem estar ligados à manifestação do câncer. “Principalmente
a ingestão de muita gordura,
porque quem ingere mais gordura, tem maior taxa”, afirma.
Apesar de o câncer de próstata
não manifestar sintomas específicos, a dificuldade de urinar ou
qualquer alteração na urina podem ser sérios indicadores.
Quando existe um histórico
familiar da doença, o homem
deve fazer acompanhamento a
partir dos 40 anos de idade. O
restante da população masculina deve intensificar os cuidados
depois dos 45. A saúde merece
atenção em qualquer idade e as
equipes das Unidades de Saúde
de Goiânia têm sido cada vez
mais preparadas para receber os
homens com mais de 20 e menos de 60 anos para prevenção
e tratamento.
Unidades e horários
de atendimento
Horário
Unidade
Manhã
7h - 13h
UABSF Bairro Floresta
UABSF Bairro Vitória
UABSF Estrela Dalva
UABSF Jd. Colorado
UABSF Jd. Curitiba I
UABSF Jd. Curitiba II
UABSF Jd. Curitiba III
UABSF Jd. Primavera
UABSF Morada do Sol
UABSF Novo Planalto
UABSF Pq. Tremendão
UABSF Recanto
do Bosque
UABSF São Carlos
Integral
8h - 17h
UABSF Barra Vento
UABSF Boa Vista
UABSF Brisas da Mata
UABSF CAIS Finsocial
UABSF VF-18
Bárbara Zaiden
UESF Vila Mutirão
Tarde
13h - 19h UABSF Bairro Floresta
UABSF Bairro Vitória
UABSF Estrela Dalva
UABSF Jd. Colorado
UABSF Jd. Curitiba I
UABSF Jd. Curitiba II
UABSF Jd. Curitiba III
UABSF Jd. Primavera
UABSF Morada do Sol
UABSF Novo Planalto
UABSF Pq. Tremendão
UABSF Recanto
do Bosque
UABSF São Carlos
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SAÚDE GOIÂNIA
novembro / dezembro de 2011
SAÚDE NA SOCIEDADE
Farmacopeia
Blog esclarece
uso da Talidomida
Foi lançada a quinta edição da
Farmacopeia Brasileira, constituída
de dois volumes e que inclui 176
métodos gerais e 599 monografias,
das quais 277 de insumos farmacêuticos, 210 de especialidades,
57 de plantas medicinais, seis de
correlatos, 30 de produtos biológico e 19 de hemocomponentes e
hemoderivados. Os interessados
em adquirir os dois exemplares, ao
preço de R$ 890,00, devem acessar
www.fiocruz.br/editora para saber
o procedimento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibilizou na internet o Blog Talidomida, um espaço para manter cidadãos
e profissionais de saúde informados sobre as mudanças trazidas pela
nova resolução, aprovada em novembro, referentes ao controle do
remédio no Brasil.
O blog traz orientações sobre o uso da Talidomida e informa as
novas regras para prescrição, acesso, controle, monitoramento e fiscalização deste medicamento, que foi responsável pelo nascimento
de mais de 10 mil crianças com má-formações (membros e órgãos)
em todo o mundo, entre as décadas de 1950 e 1960. O endereço é
www.talidomida-anvisa.blogspot.com.
Depressão pós-parto
pode afetar
elo entre mãe e bebê
Dormir de lado
garante um sono
mais saudávell
Uma noite mal dormida
transforma o dia seguinte num
pesadelo. Além disso, costuma
gerar dores no pescoço e nas
costas. Para melhorar essa situação é importante descobrir
qual a melhor posição para dormir. Segundo o especialista em
distúrbios do sono do Hospital
Federal da Lagoa, da rede do Ministério da Saúde, Lucas Leme,
para aumentar a qualidade do
sono e aliviar o desconforto no
pescoço e nas costas é importante modificar os hábitos durante o sono.
"Na prática, independente
do bom colchão, você tem que
estar confortável, mas a posição
de barriga para cima nunca é recomendável, porque você tem
muita dificuldade respiratória
nessa posição e costuma haver um sono mais superficial. O
ideal é as pessoas dormirem de
lado, quer dizer, numa posição
de decúbito direito ou esquerdo.
E também não é recomendável
dormir de bruços por que isso
afeta a coluna, prejudica ao longo dos anos".
O especialista explica ainda
que é preciso evitar os travesseiros muito altos que podem
comprometer o alinhamento
do pescoço, gerando dores no
pescoço, ombros e costas, assim
como dores de cabeça e até enxaquecas. Segundo ele, o ideal é
um travesseiro de altura média
que mantenha a coluna alinhada. (Fonte: Agência Saúde)
A chegada do bebê é um dos momentos mais especiais na
vida da mulher. No entanto, por causa de mudanças hormonais, a maternidade pode provocar alguns transtornos psicológicos, como a depressão pós-parto, por exemplo. Segundo
a psicóloga do setor de cuidado Mamãe e Bebê do Grupo
Hospitalar Conceição, Eliana Bender, o problema aparece nos
primeiros seis meses, após o nascimento da criança, e torna a
mulher incapacitada para se relacionar com a família, amigos
e principalmente com o próprio filho.
"A mulher sente-se e fica incapacitada de cuidar do bebê.
Um sentimento de incompetência que faz com que essa mulher acabe se isolando. Ela não só renega e delega os cuidados
do recém-nascido a outra pessoa, como ela também não interage com os demais”, afirma.
A psicóloga acrescenta que a realidade da mulher moderna também facilita o aparecimento da depressão pós-parto.
"Antes, as mulheres tinham outras mulheres da família que
podiam ajudá-las. Isso hoje não existe mais. E além disso,
hoje, cobra-se das mulheres de forma mais intensa que elas
sejam supermulheres. E aí vêm algumas culpas. Algumas mulheres trabalham, sabem que vão ficar pouco tempo com os
seus filhos, e aí isso já se mistura, elas começam a sofrer por
antecipação, e essa ansiedade tende a ficar mais intensa."
Excesso ou falta de apetite, distúrbios de sono, irritabilidade e tristeza podem ser sinais de depressão pós-parto.
Caso esses sintomas apareçam, a recomendação é procurar
um especialista para dar início ao tratamento adequado, que
pode ser realizado com terapia e até medicamentos, para os
casos mais graves. (Fonte: Agência Saúde)
Ministério busca
novos doadores
de sangue em
redes sociais
Em busca de aumentar o número de doadores de sangue no
país (atualmente, somente 1,9%
dos brasileiros doam regularmente), o Ministério da Saúde decidiu
contar com a ajuda das redes sociais. Desde novembro, a página do
Ministério no Facebook disponibilizou um aplicativo em que o internauta poderá se cadastrar como
doador de sangue.
O interessado deve informar o
nome, o tipo sanguíneo e a região
onde mora. Ele não será obrigado
a doar imediatamente. Os hemocentros terão acesso ao banco de
doadores interessados para poder
acioná-los quando for registrada a
falta de algum tipo de sangue em determinada região. Se cada brasileiro
doasse duas vezes ao ano, não faltaria sangue para transfusões, calcula o
Ministério. O endereço é www.facebook.com/DoeSangueMS
novembro / dezembro de 2011
SAÚDE GOIÂNIA
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COMUNICAÇÃO
A parabólica da SMS
De denúncias a pedido de oração, Secretaria
recebe todos os tipos de mensagens
D
esde que foi criado, em julho, o endereço eletrônico
da Assessoria de Comunicação Social da SMS (smsgoiania@
gmail.com) recebe diariamente
dezenas de mensagens de usuários
do SUS, de trabalhadores da rede
pública e de outras pessoas ligadas
ou não à área. A pluralidade dos
conteúdos mostra que a percepção
da comunidade sobre a Secretaria
é bastante ampla e, às vezes, inclui
contextos que não estão ligados diretamente à realidade do órgão.
Do total de mensagens, 20% pedem informação sobre concursos;
14% solicitam serviços; 12% querem
informações ou esclarecimentos; e
9% pedem divulgação de eventos
e ações. Os demais 45% se dividem
em pedidos de emprego, reclamações, envio de currículos, ofertas de
serviço, denúncias, notícias e outros
assuntos. Há ainda pedidos de localização de pessoas e até de orações!
Ao lado, alguns exemplos:
CARTÃO DE VACINA
“Como transformar o meu
cartão de vacina em cartão
internacional de vacinas?”
Juliana Guimarães Faria
Resposta = Basta ir ao posto da
Anvisa, no Aeroporto Santa Genoveva,
em Goiânia, e apresentar o cartão completo (vacinas e lotes completos, principalmente contra febre amarela e tríplice
viral), que será feita a transformação.
Leandro Nascimento,
enfermeiro da SMS
CURSO DO SAMU
“Gostaria muito de participar de
um curso de primeiros socorros com
vocês do Samu. Se um dia puderem
me convidar, agradeço de coração. O
meu muito obrigado”. Edneia B. S.
RECADO PARA JOÃO
“Preciso dar um recado para João
Henrique. Por favor, se puder dizer a
ele ligar para a dona Neuza Zanon,
de Ribeirão Preto. É Urgente. O telefone é (016) 3639-19XX. Sem mais,
grata”. Fernanda P.
ELIMINAÇÃO DE PESO
“Gostaria de saber onde há nutricionista nos Cais da Região Noroeste
e se há, no momento, algum programa para eliminação de peso. Moro
próximo à Avenida do Povo, na Vila
Mutirão, quase em frente ao posto
de saúde”. Priscila C.
ESTOU TENTANDO
ENGRAVIDAR
“Bom dia! Estou tentando engravidar já faz alguns anos e não consigo.
Fui no Cais do Bairro Mauá e peguei
um encaminhamento para tratamento de infertilidade por meio do
SUS. Me informaram que já estou na
fila, mas gostaria de ter mais informações. Quanto tempo mais ou menos
vou ficar na fila de espera, pois não
tenho condições pra custear este tratamento. Desde de já eu agradeço a
atenção”. Fernanda M.
ORAÇÃO
“Venho através desta pedir uma
oração para que eu possa sair desta,
pois estou fazendo alguns exames
para saber a gravidade deste mal
(nódulo) que me aflige e me deixa
preocupada. Por isso, venho pedir
uma oração para que eu não tenha
nada. Agradeço”. Célia S.
PASTELARIA DUVIDOSA
“Tem uma pastelaria perto de
minha casa que se chama “X”, na Vila
Boa. Só da minha família três pessoas já passaram mal mais de uma vez
com diarreia, febre e vômito. E mais
alguns vizinhos também já passaram
mal depois de comerem o pastel
neste estabelecimento. Gostaria que
vocês verificassem se a cozinha está
nas normas da Vigilância Sanitária,
pois até carne podre eles servem no
pastel. Desde já agradeço”. Sirlene S.
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novembro / dezembro de 2011
SAÚDE GOIÂNIA
PREVENÇÃO
Vacinação, um cuidado
para todas as idades
Cerca de 80 postos da SMS oferecem o serviço
Por Thamara Fagury
A
vacina é a maneira mais
eficaz de prevenção contra diversas doenças. Ao se
vacinar a pessoa passa a produzir
anticorpos que destroem os microorganismos invasores (bactérias ou
vírus) e assim se torna imunizada.
A rede pública de saúde oferece vacinas gratuitas à população. O esquema básico de vacinação possui
doses para todas as faixas etárias.
As vacinas são constituídas de
micro-organismos vivos (enfraquecidos) ou mortos. Nosso organismo
reage contra qualquer corpo estranho, mesmo os micro-organismos
da vacina, e produz anticorpos.
Além de desenvolver imunidade
específica contra determinada doença, uma das funções dos anticorpos é a de memória, que pode guardar por um longo tempo ou para a
vida toda a maneira de o organismo
produzir sua própria defesa. Isso faz
com que os anticorpos já estejam
prontos para combater os micro-organismos invasores se essa pessoa
entrar em contato novamente com
a doença. Por isso a importância da
vacina: fazer com que o nosso corpo
reconheça o vírus e o combata.
Segundo Flúvia Amorim, diretora de Vigilância em Saúde da
Secretaria Municipal de Saúde
(SMS), a maioria das imunizações
são voltadas para crianças. A vacinação na infância pretende acabar
com a mortalidade infantil e inibir
o desenvolvimento de qualquer
doença que possa gerar problemas
maiores no futuro. Os idosos constituem o outro grupo de atenção.
A chefe da Divisão de Imunização,
Grécia Carolina Pessoni, explica
o porquê: “para crianças e idosos
existem campanhas anualmente, já
que a criança está com a imunidade em construção, tem o organismo fraco e precisa de proteção e o
idoso também, mas em vez de estar construindo, ele está perdendo
essa imunidade”.
Com programas fixados nas
crianças e nos idosos, os adultos e
adolescentes parecem ser esquecidos, mas eles também possuem
um calendário de vacinação e precisam mantê-lo em dia. Durante a
adolescência e até os 24 anos de
idade é importante que o indivíduo tenha as três doses da vacina
contra a hepatite B, duas doses da
vacina tríplice viral, que garante
proteção contra o sarampo, caxumba e rubéola, três doses da va-
cina antitetânica e uma dose contra a febre amarela.
O adulto já tem que ter em dia
as vacinas de tétano e difteria, que
precisa de reforço a cada dez anos;
a vacina contra a febre amarela, que
também precisa de revacinação a
cada dez anos; e a vacina Tríplice Viral, da qual é necessária uma dose,
nessa fase da vida. A procura por
vacinas na fase adulta ainda é muito pequena, e o que muitas pessoas
não têm conhecimento é que basta
procurar um dos 80 postos de saúde distribuídos por Goiânia com o
cartão de vacinação em mãos para
garantir sua imunização. Grécia Pessoni ainda afirma que mesmo sem
o cartão a pessoa pode se vacinar,
mas é importante levar o cartão na
hora da vacina para evitar tomar
duas vezes a mesma dose, algo que
pode ser prejudicial à saúde. “Tudo
em excesso pode fazer mal”, afirma
a chefe da Divisão de Imunização.
Ouvidoria: sugestões, reclamações e dúvidas:
0800-646-1510 e [email protected].
Segundo Grécia Pessoni, o
adulto é imunologicamente mais
fortalecido, por isso as campanhas
para vacinação são mais escassas. Normalmente as campanhas
acontecem quando há necessidade, quando o número de casos de
uma doença aumentou significativamente, mas isso não impede que
a pessoa com cartão de vacinação
incompleto procure uma unidade
de saúde para se vacinar. Porém,
os adultos se queixam da falta de
tempo para ir a um posto de vacinação e essa desculpa tem de acabar. Grécia ainda lembra: “Todas
as empresas são obrigadas a manter o cartão de vacinação em dia,
além disso, Goiânia possui salas de
vacinação que funcionam até as
nove horas da noite e em horário
de almoço”.
Contraindicações
No geral, as vacinas possuem
contraindicações. Basicamente, é
importante que a pessoa esteja
bem de saúde, não tenha febre na
hora da aplicação e não possua nenhum histórico de reação alérgica
após ter recebido outra dose anteriormente.
As vacinas de vírus vivo são
contraindicadas para gestantes e
pessoas de imunidade baixa, com
aids e câncer, por exemplo. Sem
proteção suficiente, em vez de o
organismo reconhecer o micro-organismo da vacina, é provável
que a pessoa adquira a doença
justamente através da imunização
e mesmo que a doença não desenvolva nessa pessoa, ela não consegue responder adequadamente à
produção de anticorpos.
Vacinas são grátis no SUS
Existem poucas diferenças entre o trabalho das redes pública e
privada. A primeira diz respeito à
disponibilidade no mercado. Existem vacinas que só se consegue na
rede privada: é o caso das vacinas
contra a hepatite A e contra a varicela (catapora).
A segunda diferença, e provavelmente a mais evidente, é em
relação ao custo. As vacinas oferecidas pelo SUS são gratuitas, já
os preços na rede particular são
diversos. Vacinas que também
Bárbara Zaiden
podem ser adquiridas na rede pública, como Hepatite B infantil e
Pneumocócica 10, custam R$ 38 e
R$ 180 a dose, respectivamente. Outras vacinas mais comuns
como a Tríplice Viral e contra
Febre Amarela custam R$ 33 e
R$ 85 , respectivamente. Também
há aquelas que chegam a custar em
torno de R$ 330 a dose, é o caso da
HPV quadrivalente, não oferecida
pelo SUS, e paciente necessita de
três doses.
Outra diferença é em relação
ao número de doses necessárias
para a imunização. Algumas vacinas encontradas somente na rede
privada são conjugadas, ou seja,
uma dose pode proteger de mais
de duas doenças. É o caso da vacina contra hepatite A e B.
O Programa Nacional de Imunizações (PIN), há mais de 30 anos
planejado pela rede pública, está
entre um dos melhores do mundo.
A vacinação pública já foi referência
na erradicação da poliomielite por
mais de 14 anos e na erradicação da
varíola, ação aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Teleconsulta: de segunda-feira a domingo,
inclusive feriados, das 7h às 19h: 0800-646-1560
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