Saúde Goiânia www.saude.goiania.go.gov.br Jornal da Secretaria Municipal de Saúde Goiânia, novembro / dezembro de 2011 - Ano 1, no 6 Cerca de 18 mil hipertensos e diabéticos são monitorados na capital. pág. 4 Bárbara Zaiden Identificar fatores de risco é fundamental para EVITAR O AVC pág. 3 SMS cria estratégias para inserir homem em projetos de prevenção pág. 8 A irmã do SUS Conheça Katherine Marie, a missionária americana que ajudou a criar a Maternidade Nascer Cidadão e a consolidar o Sistema Único de Saúde em Goiânia. Páginas 6 e 7 Vacinar é um cuidado para todas as idades. No rede pública, é grátis. pág. 12 2 novembro / dezembro de 2011 SAÚDE GOIÂNIA EDITORIAL GOTINHAS Faz bem prevenir e fazer o bem Nesta edição, o Saúde Goiânia mostra como ações e comportamentos preventivos melhoram a qualidade de vida das pessoas e evitam mortes prematuras. Da hipertensão, doença silenciosa, ao diabetes e ao AVC, novas atitudes e mudanças no modo de viver continuam sendo o melhor remédio. Para os homens que, no exercício de seu machismo, travam uma certa batalha contra a medicina e os ambulatórios, este jornal traz reportagens sobre o exame e o câncer de próstata, e detalha as estratégias e “mágicas” que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) precisa criar para atraí-los aos seus programas de saúde. Novidade, a partir desta edição, agora também temos publicidade – mas nossa e feita por nós. A primeira das peças é uma campanha de Paz no Trânsito, assinada pela equipe de Publicidade e Propaganda da Agência Integrada de Comunicação, mantida via convênio entre SMS e Universidade Federal de Goiás (UFG). E, com honra, apresentamos a quem ainda não conhece uma personagem ímpar na consolidação do SUS em Goiânia: Irmã Katherine, madrinha da Maternidade Nascer Cidadão, ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde e um exemplo de que sempre é possível fazer bem, fazer o bem e fazer mais. Três UPAs em 2012 DIA A DIA Novos pontos para alvará sanitário A partir de 1º de janeiro de 2012, o alvará sanitário expedido pela SMS poderá ser requerido em outros 11 pontos da capital, além da sede do Departamento de Vigilância Sanitária, no Setor Universitário. Os novos locais são as agências da Prefeitura no Centro, Vila Nova, Campinas, Serrinha, Cidade Jardim, Shopping Mangalô (Setor Morada do Sol) e os Vapt Vupt do Araguaia Shopping, Campinas, Buriti Shopping, Construarte e Buena Vista. A partir de fevereiro, o serviço passará a ser oferecido também na internet. Novas instâncias na SMS Foi aprovado na Câmara Municipal o projeto que cria duas novas instâncias na SMS: a Central de Abastecimento Farmacêutico, que substitui o antigo almoxarifado e passa a integrar a Diretoria Administrativa e a Diretoria da Farmácia de Insumos Básicos e Medicamentos, que está vinculada ao Departamento de Assistência Farmacêutica. “A Casa também aprovou a criação do cargo de diretor técnico-médico, com 19 vagas, e para atuação junto às unidades que funcionam 24 horas e junto ao Ciams do Setor Pedro Ludovico. Expediente Saúde Goiânia Jornal da Secretaria Municipal de Saúde Produzido pela Assessoria de Imprensa da SMS Telefones: (62) 3524-1510 / 3524-1511 E-mail: [email protected] Endereço: Paço Municipal, Avenida Cerrado, n° 999, 2º andar, Park Louzandes, Goiânia, Goiás, Brasil – CEP 74.884-900 Prefeito de Goiânia: Paulo Garcia Secretário Municipal de Saúde: Elias Rassi Neto Além da conclusão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) III do Jardim Itaipu, na Região Sudoeste, na qual estão sendo investidos R$ 2,46 milhões, duas outras UPAs já estão licitadas e começam a ser construídas em 2012. São as unidades do Jardim das Hortências-Jardim Curitiba, na Região Noroeste, com investimentos de R$ 2,55 milhões, e do Jardim Maria Helena-Parque das Amendoeiras, na Região Leste, com investimentos de R$ 2,59 milhões. A SMS pleiteou ainda junto ao Ministério da Saúde a qualificação de seis Cais em UPAs. São eles: Chácara do Governador, Jardim Novo Mundo, Campinas, Novo Horizonte, Vila Nova e Jardim Curitiba. Das 170 equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) de Goiânia, 93 (55%) já aderiram e ampliaram o horário de atendimento, passando a trabalhar das 7h às 19h, de segunda a sábado. Isso significa que 90 mil famílias (o equivalente a 310 mil pessoas) estão sendo atendidas dentro do novo funcionamento. Cerca de 500 profissionais da ESF estão sendo capacitados toda semana em cursos de educação permanente, dirigidos a quem fez adesão ao novo horário. A metodologia enfoca teoria e discussão de casos clínicos. O Ministério da Saúde contemplou com recursos a construção de cinco Academias da Saúde em Goiânia e a readequação de 12 Unidades de Atenção Básica. A descentralização de recursos da SMS, que garante repasses antecipados para diretores de unidade realizarem pequenos reparos, já alcançou 35 unidades, com liberação de quase R$ 900 mil. A diretora de Atenção à Saúde, Cristina Laval, informa que já estão funcionando os comitês locais e distritais de urgência e emergência, nos quais gestores e trabalhadores discutem as condições de trabalho nas unidades. A página da SMS na internet (www.saude.goiania.go.gov.br) já recebeu desde sua criação, no final de junho, cerca de 25 mil visitas. Cuidado em Saúde Mental A SMS está promovendo um curso de educação permanente para o cuidado integral em Saúde Mental e redução de danos para usuários de drogas, no SUS. Serão seis módulos que vão ser realizados em dez encontros quinzenais até o junho de 2012. A capacitação é direcionada às equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e dos Centros de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas (CAPS AD). Goiânia, novembro / dezembro de 2011 - Ano 1, no 6 Assessoria de Imprensa Coordenador: Paulo José Equipe: Guilherme Semerene, Kalyne Menezes, Carlinhos do Esporte, Flagner Barbosa Mariana Moura / João Daniell Oliveira Coordenadora de Relações Públicas: Daiana Stasiak Bolsistas: Luciana Lima / Mariana Oliveira / Rhayssa Fernandes / Tâmara Reis Agência Integrada de Comunicação (convênio SMS-UFG) Coordenadora de Jornalismo: Silvana Coleta Bolsistas: Bárbara Zaiden / Danielen Gonçalves / Serena Veloso / Thamara Fagury Coordenador de Publicidade e Propaganda: Marcelo Costa Bolsistas: Carolina Siqueira / João Henrique Pacheco / Assessora de Relações Públicas Assessora: Vera Lúcia dos Santos Equipe: Breno Hudson / Jaqueline Araújo / Katiane Fernandes / Luciana Castro / Sandra Valim Projeto gráfico e diagramação: Casa Brasil Comunicação Tiragem: 40 mil exemplares www.saude.goiania.go.gov.br 3 SAÚDE GOIÂNIA novembro / dezembro de 2011 PREVENÇÃO Conhecer fatores de risco é fundamental para evitar o AVC Quatro pessoas morrem por dia em Goiás vítimas de Acidente Vascular Cerebral Por Danielen Gonçalves de risco modificáveis, ou seja, que podem ser controlados para evitar a doença. São eles: hipertensão, diabetes, colesterol elevado, obesidade, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, entre outros. menor tempo e com menor risco de complicações. O AVC hemorrágico, ao contrário do isquêmico, não pode ser controlado com remédios. Quando o paciente chega ao hospital com este quadro clínico, é internado para que imediatamente a pressão seja controlada. Este é o primeiro passo, porque, na maioria dos casos de AVC, a pressão sobe e isso pode aumentar a área de sangramento. Marco Túlio destaca a importância de reconhecer rapidamente os sintomas da doença, já que as ações médicas devem ser realizadas num período curto. De acordo com ele, existem sinais básicos que identificam uma pessoa com AVC. Tratamento Sinais de AVC Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame, é considerado no Brasil a maior causa de mortes e incapacidade de adultos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 15 milhões de pessoas têm a doença a cada ano e seis milhões destas não sobrevivem. No Brasil, são registrados cerca de 90 mil óbitos por doenças cardiovasculares todos os anos. Só em 2009, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 169.453 internações por AVC e um investimento de quase R$ 190 milhões para o tratamento clínico dos pacientes. Nesse mesmo ano, dados do Ministério da Saúde sobre a doença revelaram que quatro pessoas morreram por dia no Estado de Goiás, vítimas de AVC. Os números assustam e a informação é o primeiro passo para diminuí-los. O AVC pode ser causado tanto pela obstrução de vasos, impedindo a chegada de sangue a determinadas regiões do cérebro, quanto pelo rompimento de um vaso cerebral, levando à hemorragia. O primeiro é chamado de AVC isquêmico e o segundo, hemorrágico. O médico neurologista Marco Túlio Padatella explica que o AVC pode acontecer em qualquer pessoa, mas existem fatores de risco que não podem ser mudados, como idade, raça e sexo. A doença é mais comum entre pessoas do sexo masculino, negras e idosas. No entanto, existem fatores Quanto ao tratamento, o paciente com AVC isquêmico pode receber um medicamento que consegue desobstruir o vaso na fase aguda, até quatro horas e meia depois do momento em que começaram os sintomas. Este tratamento, chamado de trombólise, é o único efetivo aprovado para o AVC e aumenta muito as chances de recuperação da pessoa. A droga ainda não está disponível na rede pública. Na rede privada, custa em torno de R$ 2 mil o frasco. O médico explica que o gasto médio dos pacientes em reabilitação é de, no mínimo, R$ 6 mil. Dessa forma, é possível concluir, como aponta Marco Túlio, que o uso do medicamento é mais vantajoso, já que, além de mais barato, garante que o paciente continue produtivo em Sorriso Música O Abraço > Alteração da força ou da sensibilidade, de um ou de ambos os lados do corpo; > dor de cabeça súbita e muito intensa; > alteração da visão de um ou ambos os olhos; > alteração do eixo de equilíbrio; > dificuldade em articular as palavras. Os médicos geralmente adotam três medidas primárias de identificação dos sintomas, numa escala pré-hospitalar, fazendo referência à sigla do SAMU. A letra S indica que o médico deve pedir que o paciente dê um sorriso e observar se a boca apresenta irre- Urgente gularidade. A letra A refere-se ao abraço, e pode revelar alteração da força do paciente. O M sugere que o paciente cante uma música, para que o médico perceba se há dificuldade na fala. Se os três últimos sinais citados forem apresentados pela pessoa, a letra U indica a urgência do caso e a necessidade de se chamar o SAMU (veja ilustração abaixo). Depois destes procedimentos, o paciente é levado e encaminhado para um neurologista. Terapia para sequelas O Acidente Vascular Cerebral pode deixar sequelas, e estas dependem muito da localização e do tamanho da lesão. “Uma lesão grande às vezes pode levar a uma consequência menor, enquanto uma lesão menor pode gerar uma sequela e um comprometimento grave, depende do paciente”, afirma Marco Túlio. As complicações mais comuns são perda de força e alteração da sensibilidade e da fala. A maioria dos pacientes perde parte do controle motor. Marco Túlio explica que não existe um remédio que cure o neurônio afetado. Dessa forma, o paciente tem que partir para as terapias de reabilitação, como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional etc. “É importante que exista um trabalho conjunto destas áreas para a reabilitação do paciente”, destaca. A Organização Mundial da Saúde, a OMS, estabeleceu o Dia Mundial do AVC, instituído em 29 de outubro. O objetivo é conscientizar a população dos fatores de risco e de como controlá-los, além de orientar o reconhecimento dos sintomas. Para a campanha deste ano, a Organização Mundial do AVC escolheu como tema “Um em Cada Seis”, sob o argumento de que a cada seis segundos alguém em algum lugar do mundo morre em consequência do AVC, independentemente de idade ou sexo. 4 novembro / dezembro de 2011 SAÚDE GOIÂNIA ASSISTÊNCIA SUS monitora hipertensos e diabéticos Cerca de 18 mil pessoas são acompanhadas pelo Programa Hiperdia da SMS Por Danielen Gonçalves O diabetes é uma doença grave, caracterizada pela hiperglicemia crônica e alteração no metabolismo dos carboidratos, que acontece devido a uma disfunção na produção de insulina, associada ou não à incapacidade de exercer suas funções metabólicas. A doença pode aparecer associada a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, dentre eles os olhos, os rins, o cérebro, o coração e os vasos sanguíneos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o número de portadores da doença em todo o mundo era de 170 milhões e a expectativa para 2025 é de 350 milhões de pessoas com a doença. São quatro milhões de mortes por ano devido à doença e suas complicações. É a primeira causa de morte no país, junto com a hipertensão. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, surge um novo caso da doença a cada cinco segundos. Existem alguns tipos de diabetes. O diabetes do tipo I é comumente conhecido como diabetes juvenil e se desenvolve de forma rápida principalmente em crianças e adolescentes, ou de forma lenta e progressiva em adultos. O tipo I indica a destruição da célula beta, que é a célula do pâncreas que normalmente produz insulina. Quando pouca ou nenhuma insulina vem do pâncreas, o corpo não consegue absorver a glicose do sangue; o nível fica constantemente alto. Já o tipo II se desenvolve quando há uma deficiência relativa de insulina. O principal motivo que faz com que os níveis de glicose no sangue permaneçam altos está na incapacidade das células musculares e adiposas de usarem toda a insulina secretada pelo pâncreas. Nestes casos, o paciente geralmente apresenta excesso de peso ou concentração de gordura. Além do diabetes dos tipos I e II, existe também o diabetes gestacional, em que uma hiperglicemia é detectada na gravidez e desaparece no período pós-parto. No entanto, na maioria dos casos, a doença retorna anos depois. Quanto aos sintomas, as pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue podem apresentar muita sede, vontade de urinar diversas vezes, perda de peso (mesmo comendo muito), fome exagerada, visão embaçada, infecções repetidas na pele ou mucosas, machucados que demoram a cicatrizar, fadiga e dores nas pernas por causa da má circulação. No entanto, em alguns casos não há sintomas. Isto ocorre com maior frequência no diabetes tipo II. Neste caso, a pessoa pode passar muito tempo sem descobrir a doença. O diabetes do tipo II geralmente está associado a uma alimentação inadequada, tanto na quantidade quanto na qualidade, além da inatividade física. Dessa forma, uma simples mudança no estilo de vida, quando realizada, é muito eficaz na prevenção e no controle da doença. A educação para a doença pode aliviar os sintomas e prevenir complicações agudas e crônicas. No entanto, como o diabetes é uma doença evolutiva, no decorrer dos anos, quase todos os pacientes que não usavam medicamentos passam a requerer tratamento farmacológico, muitos com o uso de insulina. É importante que o diabetes seja acompanhado, pois podem aparecer complicações que levam o paciente a sofrer de doenças cardiovasculares e renais, cegueira, amputação dos membros e perda de funcionalidade. Além disso, a hipertensão arterial atinge a maioria dos pacientes com diabetes. Perfil epidemiológico Devido a essa íntima relação entre pressão alta e diabetes foi criado o Hiperdia. Trata-se de um Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos captados no Plano Nacional de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus, em todas as unidades ambulatoriais do Sistema Único de Saúde. O objetivo é gerar informações para os gerentes locais, gestores das secretarias municipais, estaduais e o Ministério da Saúde. A Secretaria de Saúde de Goiânia já cadastrou uma média de 18 mil pessoas. Além do cadastro, o sistema permite o acompanhamento e a garantia do recebimento dos medicamentos prescritos. O sistema também pode definir o perfil epidemiológico da população de determinada região, desencadeando estratégias de saúde pública. Assim como a hipertensão, o diabético, na maioria dos casos, é identificado pelos agentes comunitários de saúde, através do Programa Saúde da Família, do Ministério da Saúde. Os agentes têm a função de esclarecer para a comunidade os fatores de risco, as mudanças nos hábitos de vida, além de identificar os portadores da doença e sugerir que estes procurem uma unidade de saúde para a definição do risco da doença. É importante lembrar que, em Goiânia, a insulina e os insumos para a aplicação desta, além do aparelho que mede glicose, estão disponíveis aos pacientes pela rede pública. 5 SAÚDE GOIÂNIA novembro / dezembro de 2011 Bárbara Zaiden RESULTADOS Número de hipertensos diminui em Goiânia SMS realiza o controle da doença e orienta a população sobre os cuidados necessários Por Danielen Gonçalves U ma boa notícia para a saúde em Goiânia. Houve uma redução dos casos de hipertensão. Os dados são da Divisão de Doenças Crônicas e Degenerativas, que registrou queda gradual no número de hipertensos na capital. De acordo com os números, em 2008 foram notificados 1.391 casos, em 2009 foram 1.251 casos e no ano passado apenas 840. Mas é bom não descuidar e dobrar a atenção aos hábitos alimentares e à prática de atividades físicas. Cerca de 20% da população adulta é hipertensa, sem contar as pessoas que sofrem com a doença e não sabem. Além disso, muitos pacientes não aderem ao tratamento ou o abandonam. Risco silencioso, a Hipertensão Arterial Sistêmica é a elevação da pressão arterial para um nível igual ou maior que 14 por 9. No Brasil há aproximadamente 17 milhões de portadores da doença. Assim como todas as doenças crônicas é importante que seja realizado um trabalho conjunto entre os profissionais de saúde para o tratamento e a prevenção das complicações. Além do médico, o paciente deve receber acompanhamento de enfermeiro, nutricionista, psicólogo, assistente social, professor de educação física, farmacêuticos e agentes comunitários de saúde. A diretora da divisão de Doenças Crônicas e Degenerativas, Adacy Macedo, explica que Goiânia realiza o acompanhamento da hipertensão nas Unidades de Atenção Básica à Saúde da Família (UABSF) com o clínico geral e, depois, conforme a necessidade, o usuário é encaminhado para um cardiologista. O atendimento secundário é realizado nos Cais e conta com o trabalho dos especialistas em cardiologia. Adacy informou que a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia realiza um projeto de reestruturação básica das linhas cuidado e atenção básica às doenças de agravo não transmissíveis, principalmente hipertensão. Segundo ela, “é uma doença crônica, uma doença que não vai desaparecer e que tem uma prevalência e uma incidência muito alta”. A diretora destaca ainda que, por se tratar de uma doença assintomática, quando o paciente chega no atendimento pode estar em estado grave. Vale lembrar que existe um Sistema Nacional de cadastramento de Funcionária da Prefeitura faz aferição de pressão arterial O Sistema Nacional de Cadastramento de Hipertensos e Diabéticos, o Hiperdia, está disponível em todas as unidades de saúde. É importante que todos façam seu cadastro Hipertensos e Diabéticos, realizado em todas as Unidades de Saúde do país, o Hiperdia. Ela destaca a necessidade de que todos os portadores das doenças procurem as unidades de saúde para se cadastrar. “É importante que a cidade tenha um levantamento do número de casos”, destaca. Atenção redobrada A doença pode acontecer em qualquer idade e não apresenta sintomas no início, por isso é tão perigosa. Quando não detectada, pode matar e gerar várias complicações e sequelas irreversíveis. Ela também pode ser diagnosticada em qualquer pessoa, mas geralmente aparece em indivíduos que não possuem alimentação saudável, estão com excesso de peso, consomem muita bebida alcoólica ou muito sal. Além disso, existem fatores de risco que não podem ser evitados, como a incidência em pessoas negras, pacientes com diabetes ou que possuem hipertensos na família e pessoas idosas. A hipertensão é também o principal fator de risco para as complicações mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio, além da doença renal crônica terminal. Muitas vezes a hipertensão aparece combinada com outras doenças como o diabetes, além da obesidade. Os médicos destacam que as modificações no estilo de vida são fundamentais para a prevenção e o tratamento da pressão alta. Dentre tais medidas que devem ser adotadas, estão: a alimentação adequada, a redução do consumo de sal, o controle do peso, a prática de atividades físicas e a diminuição do estresse. Além disso, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool devem ser evitados. Tais ações devem ser adotadas também pelas pessoas que já detectaram a doença. É importante que o tratamento seja realizado de maneira correta, sem interrupções. Caso os resultados não sejam positivos, o médico deve iniciar tratamento com medicamento. Para a adoção de um sistema terapêutico adequado, o primeiro passo é a confirmação diagnosticada da hipertensão. Em seguida, é preciso que seja feita uma análise do risco, da presença ou não de lesões em órgãos-alvo e a possibilidade de agravação cardiovascular. 6 novembro / dezembro de 2011 SAÚDE GOIÂNIA PERFIL Bárbara Zaiden Irmã Katherine: fé, saúde e educação Conheça a missionária americana que ajudou a implantar a Maternidade Nascer Cidadão e a consolidar o SUS em Goiânia Por Bárbara Zaiden Q uando ouvi sua voz pelo telefone, logo tracei sua imagem na mente: freira, estrangeira, idosa, de cabelos grisalhos e baixa estatura. Katherine Marie Popowich foi educada em escola diocesana. Escolheu a vocação pelo afeto e admiração que nutria pelas professoras, carinhosas mesmo quando corrigiam as crianças. Aos 18 anos já ingressava na Congregação das Irmãs de São José de Rochester para os estudos de educadora, o que não agradou muito ao pai, um pequeno fazendeiro do interior do estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Da primeira vez que nos encontramos, quem começou a pergun- tar não fui eu. Ela queria saber há quanto tempo eu “fazia entrevistas” e se era mesmo de Goiânia. O fato de eu ter nascido no interior de Goiás parece ter criado aquilo que seria o pontapé para uma entrevista - eu prefiro chamar de uma longa conversa tranquila. A relação de Katherine com os Conselhos de Saúde começou quando ela chegou a Goiânia, no ano de 1994, e estava desempregada. A freira foi a primeira usuária do Sistema Único de Saúde a ser eleita presidente do Conselho Municipal de Saúde de Goiânia. Mais uma vez, sua memória não falha. Os nomes das pessoas com quem manteve relações importantes durante o mandato estão na ponta da língua. Talvez por isso eu tenha recebido um puxão de orelha: eu não sabia o nome do motorista que havia me levado até sua casa. Ao ter conhecimento das práticas do parto humanizado, o Conselho Municipal de Saúde da capital levou a ideia até o então secretário municipal de Saúde, Elias Rassi Neto. Ainda em seu mandato, a Maternidade Nascer Cidadão foi iniciada e, segundo a freira, a unidade atendeu à necessidade urgente do povo da região. Como se sente sendo a madrinha deste projeto? Privilegiada. Segundo ela, a nomeação foi dada por sua participação efetiva na criação e implantação do projeto. Este foi mais um dos momentos de nossa conversa no qual tive ilusão de ter visto lágrimas nesses olhos que enxergam tão bem apesar da idade. - Quando eu era presidente, o Elias era secretário. Ele nos escutou e se empolgou com a nossa proposta da Maternidade. Talvez por esta relação eu tenha admiração por ele. Suas principais ações na Região Noroeste e no Conselho Local, do qual também fez parte, foram em prol das grávidas. Irmã Katherine reunia profissionais da saúde que davam cursos para as gestantes e as orientavam. Os encontros aconteciam no salão da Igreja da região. Ainda na mesma época, a ideia do parto humanizado foi trazida para a capital por um casal italiano que conheceu o método na cidade de A ideia do parto humanizado foi trazida para a capital por um casal italiano que conheceu o método na cidade de Ceres, no interior de Goiás Ceres, no interior de Goiás. A grande importância da prática, para ela, está na presença da família durante o nascimento da criança. - Quando a maternidade (Nascer Cidadão) ainda não existia, chegou ao Cais Finsocial, acompanhada pela mãe, uma jovem grávida de seu quarto filho, esperando por um quarto. A gravidez era de risco e ela tinha ido a vários hospitais sentindo fortes dores. Quando finalmente encontrou uma vaga para o parto, a mãe implorou para acompanhar o parto da filha, mas não pôde. No outro dia, quando voltou, ela descobriu que a grávida e o bebê haviam morrido. Por isso, o maior benefício do parto é o apoio da família, além da preparação física e o conhecimento do próprio corpo pelas grávidas. Hoje em dia, devido a problemas de saúde, irmã Katherine foi forçada a deixar suas ações junto ao Conselho Municipal de Saúde. Ultimamente, ela participava da Comissão de Avaliação e Acompanhamento da Municipalização, que realiza controle social. Quando esteve internada, há alguns meses, Katherine foi homenageada durante a abertura das reuniões do Conselho Estadual de Saúde. Ela recebeu a medalha Pedro Ludovico Teixeira, a condecoração máxima concedida pelo Poder Legislativo de Goiás àqueles que contribuem com a melhoria das atividades do Estado goiano. SAÚDE GOIÂNIA novembro / dezembro de 2011 Mudanças A vinda de Katherine para o Brasil aconteceu em 1964, durante o golpe de estado que levaria o país ao longo período de repressão da ditadura militar. O Papa João XXIII fez um pedido às congregações dos Estados Unidos e da Europa para que enviassem membros para a América Latina. Katherine veio para o Brasil com outras quatro Irmãs de São José de Rochester com o objetivo realizar a chamada nova missão. Por vinte anos, elas viveram no Sudoeste goiano. O trabalho realizado em pequenas cidades como São Simão e Paranaiguara era de orientação e preparação profissional dos professores. A freira ainda se recorda de uma professora que dava aulas para a primeira série e havia estudado apenas até a terceira. “Você imagina isso?”, se lembra ainda chocada. Seu sotaque ainda é carregado, mesmo vivendo no Brasil há 47 anos. Sua fala ainda demonstra a principal dificuldade encontrada por Katherine e as outras missionárias, assim que chegaram ao país: o idioma. Segundo ela, a receptividade e a generosidade das pessoas do interior foram essenciais para supe- rar todas as barreiras de idiomas e costumes e é este o motivo que a faz morar na periferia da cidade até hoje, onde os moradores ainda demonstram um resquício do calor interiorano. Hoje, depois de tanto tempo longe de casa, as visitas ao seu país têm sido mais frequentes, já que a maioria dos familiares está envelhecendo. Se sente saudades? “Como não? Hoje mesmo é um dia de comemoração lá”. Além do trabalho nas escolas públicas, as freiras faziam visitas às fazendas vizinhas. Nestes encontros, eram realizadas orientações com métodos e materiais de estu- O papa [João XXIII] disse para abrirmos as janelas da Igreja. Foram estas as palavras dele” do. O incentivo à criação de grupos bíblicos entre os vizinhos também era um dos principais focos das missionárias. Para Katherine, seu sonho de ser missionária em outro país só foi possível graças ao papa e ao Concílio Ecumênico Vaticano II (reuniões mensais que aconteceram em Roma durante quatro anos e discutiam as novas posturas a serem adotadas pela Igreja Católica). Segundo ela, essas reuniões definiram que Igreja e mundo seriam um só, não haveria mais o antigo abismo separando os dois universos. - O Concílio causou mudanças radicais na Igreja Católica e nas Congregações Religiosas. Antes, a gente não andava sozinha nas ruas, somente com outras freiras. Por exemplo, para visitar meu irmão, eu precisava levar outra freira comigo. O papa disse para abrirmos as janelas da Igreja, foram estas as palavras dele. Segundo a irmã, seu interesse por tudo fez com que ela estudasse intensamente os documentos do Vaticano. Assim, ela conseguiu entender que a Igreja deveria se preocupar com as frustrações e felicidades do povo. Esse contato era exercido justamente através dos Todos nós devemos refletir sobre a qualidade da saúde pública e o que pode ser feito para melhorar” grupos bíblicos e das visitas residenciais. Para ela, ainda atualmente, estes grupos são a espinha dorsal, aquilo que forma e fortalece as comunidades religiosas locais. - Quando eu era criança, havia diferenças de religiões, mas depois do Vaticano II isso mudou. Eu vejo que somos todos irmãos. A gente não deve ver nossa religião como se fosse a única certa. Ela ainda completa a fala rindo: “Se eu for expulsa da Igreja, a culpa é sua”. Como se houvessem razões para que uma pessoa como Irmã Katherine recebesse represálias! Sua memória é impressionante, aos 84 anos ela tem acesso à internet e lê sem dificuldades. Durante nossas conversas, em nenhum momento tive que levantar o tom de voz para que pudesse ser ouvida. Atualmente, ela está afastada de suas atividades devido a problemas de saúde. O cansaço e a falta de energia têm sido suas principais dificuldades. Perspectivas Katherine, na década de 1960, com as freiras colegas que vieram para o Brasil Irmã Katherine, como ela mesma disse, possui interesse por tudo e tem uma visão crítica enormemente desenvolvida por estes assuntos. Ela criticou, por exemplo, a privatização dos hospitais do Estado de Goiás e a falta de interesse do povo brasileiro em participar do desenvolvimento de práticas públicas, apesar dos artigos da Constituição que reservam tal direito. O excesso de propagandas consumistas no Natal, em detrimento do verdadeiro sentido do nascimento de Jesus, também é criticado. 7 Ela possui uma visão interessante do papel dos Conselhos de Saúde e do enorme poder que a mídia exerce sobre o povo. Atualmente, o maior objeto de interesse de Katherine tem sido a Campanha da Fraternidade a ser realizada pela Igreja Católica no próximo ano. Ela já leu com atenção, anotou os principais pontos e até enviou uma cópia para o Secretário, por quem ela tem enorme admiração. Sua maior preocupação é com o crescimento de partos cesarianos, que no Brasil tem as maiores taxas do mundo. “Mesmo aqueles que não tenham religião, todos nós devemos refletir sobre a qualidade da saúde pública e o que pode ser feito para melhorar”. Katherine Marie é muito polida e metódica. Ao chegar alguns minutos atrasada, já recebi uma alfinetada pelo “bom dia” que eu havia dito: “Boa tarde, né?”. Mas mesmo com toda a polidez e a aparente frieza, em diversos momentos ela fez brincadeiras e deu largos sorrisos. Em uma destas ocasiões, eu havia perguntado se ela tinha sonhos. A resposta foi sim, pois ela sonha com o edital para o processo seletivo de Agentes Comunitários. Seu único hobbie é jogar Freecell que, segundo ela, é um vício. Por fim, percebi que já tinha entendido bastante de sua trajetória e como ela era contente por tudo aquilo que ensinou e aprendeu ao longo de sua vida e que, sem Deus, não teria sido tão rica. A maior lição que uma pessoa como esta pode ensinar ultrapassa quaisquer barreiras idiomáticas, de costumes ou religiões. A preocupação com o próximo e o interesse por assuntos sociais deveriam ser exercidas por todos os cidadãos. Foi isto que aprendi com irmã Katherine Marie, que em nenhum momento tentou me dissuadir de que sua religião é o único caminho certo. Sua vida e seu testemunho, palavra que ela usou diversas vezes, serviram para ressuscitar em mim a esperança de que o ser humano ainda é capaz de superar suas diferenças e respeitar seus irmãos, acima de tudo. 8 SAÚDE GOIÂNIA novembro / dezembro de 2011 ATENDIMENTO Mais saúde para eles! Bárbara Zaiden Equipe da SMS cria estratégias para conscientizar e inserir o homem em projetos de prevenção. Mais horários é uma delas Por Bárbara Zaiden O imaginário machista predominante na sociedade tem sido superado com passos de formigas e o lento passar do tempo. Há alguns anos, prevalecia a ideia de que homens não choravam, não eram emocionalmente afetados nem adoeciam. Crianças e adolescentes, mulheres, grávidas e idosos sempre tiveram programas de saúde específicos direcionados. Havia uma lacuna na sociedade, pois os homens com idade entre 20 e 59 anos não estavam inclusos em nenhuma destas políticas. Por causa das condições de Saúde desse público, o Ministério da Saúde lançou, em 2008, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Goiânia fez parte da primeira fase de instalação dessa política e, para organizar a instauração do projeto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reuniu profissionais de diferentes áreas. Dentre as principais dificuldades apontadas por homens, no que diz respeito ao cuidado com a saúde, estão os horários das consultas ambulatoriais. Afinal, para muitos, faltar a um dia de trabalho para uma consulta médica é praticamente impossível. Os homens entre 20 e 59 anos podem se informar em qualquer unidade de saúde sobre aquelas unidades que oferecem consultas com o clínico geral durante a noite e aos sábados (veja relação no quadro). Agora existe uma opção eficaz para os homens que sempre têm o tempo e o emprego como obstáculos na hora de ir ao médico. Antonino Ribeiro, auxiliar mecânico, tem plena consciência da necessidade de se cuidar. Ele ficou sabendo do horário alternativo pela televisão e marcou uma consulta na UABSF Recanto do Bosque. Segundo ele, “existe muito machismo, mas homem adoece igual mulher. A importância de se cuidar é a mesma”. Hoje, a Região Noroeste de Goiânia é a referência do projeto que começou a ser instaurado pela SMS. As Unidades de Atenção Básica à Saúde da Família (UABSF) contam com profissionais preparados para a recepção do homem. Nestas Unidades, existem horários alternativos de atendimento, especificamente destinados ao projeto. As ações de planejamento familiar fazem parte do programa do homem. As reuniões dos grupos acontecem nas Unidades de Saúde com o objetivo de discutir as implicações e como é feito o procedimento. O mais importante do planejamento é discutir com o casal para tirar dúvidas e esclarecer acerca do assunto. Sensibilização O clínico geral é responsável pelo primeiro contato e análise do caso do paciente. Se houver necessidade, ele faz o encaminhamento médico para outros especialistas. A Maternidade Nascer Cidadão e o Cais Cândida de Morais são as unidades referência, localizadas na Região Noroeste, que oferecem o atendimento com o especialista. Danusa Dias Alves é clínica geral na Unidade do Recanto do Bosque há alguns meses. Segundo ela, são raros os casos de homens que têm resistência quanto ao encaminhamento ao urologista e ao exame de próstata. A médica afirma que eles já vão para a consulta conscientizados da importância dos tratamentos. Além da necessidade de horários alternativos, também foi observada a importância da sensibilização do paciente, para que ele pudesse entender a importância de cuidar de sua saúde. Mas não basta que o público-alvo seja sensibilizado e compareça às Unidades. A equipe responsável pela Saúde do Homem também observou que as equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) deveriam ser preparadas para receber e tratar o homem de forma que ele fosse inserido na rede de saúde. Segundo Sandro Batista, membro da coordenação da ESF e da equipe da Saúde do Homem, a capacitação é essencial, pois se “o homem vai até a Unidade de Saúde e não consegue resolver o problema ou não recebe um encaminhamento, ele nunca mais volta e nós perdemos uma grande oportunidade de inseri-lo efetivamente”. Agente Comunitário O objetivo da Política do Homem não é criar novos projetos para este público, que antes era desassistido pela saúde, mas sim traçar estratégias que facilitem o acesso aos serviços já existentes. Nestas ações estratégicas, os Agentes Comunitários de Saúde têm papel fundamental, afinal, “nós temos que ouvir os profissionais que diariamente convivem com a população, que vão até a casa dos pacientes, para que seja possível entender as necessidades locais”, afirma Fernando Oliveira, cardiologista da Coordenação de Ambulatório e membro do grupo de atenção à Saúde do Homem. Durante as visitas às casas dos moradores, os agentes comunitários das equipes das UABSF têm o primeiro contato com as famílias. Eles têm como Trindade José passa por triagem no Recanto do Bosque objetivo analisar as principais dificuldades e necessidades dos moradores e também esclarecer a importância de procurar tratamento médico. Além disso, os agentes são responsáveis por traçar o perfil dos moradores das áreas de atuação. Para o Programa de Saúde do Homem, esta é uma etapa imprescindível, pois com ela é possível observar índices de violência, alcoolismo, tabagismo e do uso de outras drogas, que estão entre as principais causas de morte dos homens. Maria Romilse é agente de saúde desde 2001 e vivenciou o processo de implantação do Projeto de Saúde do Homem. “Quando a gente começou com o programa, as pessoas de idade não aceitavam a nossa presença. Mas depois eles entenderam que o homem também precisa de ajuda e eles mesmos passaram a procurar a Unidade”, lembra. O diálogo e o esclarecimento são essenciais no processo de lidar com os moradores, que hoje já se acostumaram com a presença dos agentes em suas casas. Além dos agentes de saúde, outra figura importante na sensibilização do homem é a esposa. Elas incentivam, acompanham e até mesmo marcam as consultas para os maridos. A criação de novos horários para atender aos pacientes foi essencial para trazê-los para a rede, afirma a agente comunitária Arlete Marques: “nós nos encontramos com muitos moradores na Unidade nos sábados de manhã, depois de termos ido até a residência e dialogado”. O atendimento aos sábados também foi uma alternativa para o senhor Trindade José, afastado do emprego por motivos de saúde. “Esse atendimento é bom porque é uma alternativa pra quem trabalha e não encontra com os agentes comunitários nas visitas em casa”, resume. 9 SAÚDE GOIÂNIA novembro / dezembro de 2011 Exame de próstata deixa de ser bicho de sete cabeças Há alguns anos, o exame de próstata era visto pelos homens como um bicho de sete cabeças. Muitos evitavam ir ao médico com medo de receber o pedido do tão temido exame de toque retal. Obviamente, ainda existem aqueles que não enxergam ou não aceitam a importância de realizar consultas, exames ou até mesmo cirurgias. A próstata é uma pequena glândula, com o mesmo formato de uma maçã. Trata-se de um órgão masculino e se localiza na parte baixa do abdômen, abaixo da bexiga e na frente do reto. Esta glândula ainda envolve a parte inicial da uretra, canal por onde a urina é eliminada. A próstata é responsável por produzir parte do sêmen, líquido que contém os espermatozóides, liberado durante o ato sexual. Existem grandes chances de a próstata contrair um tumor benigno, que deve ser corretamente tratado, afinal, ela pode evoluir para o câncer. O grande problema do câncer de próstata é que ele não manifesta sintomas no homem, o que faz com que a evolução não seja notada. Quando o tumor evolui muito e sai da próstata, o câncer se aloja no osso e passa a ter um crescimento muito mais rápido. Devido a estes aspectos do câncer de próstata é que existe a importância do acompanhamento médico e do cuidado com a saúde masculina. As chances de desenvolver a doença são quase 2,2 vezes maiores em pessoas que tenham histórico familiar de câncer de próstata. Contudo, a idade também é um dos fatores que contribuem para o surgimento do tumor. Cerca de 15% dos homens com mais de 60 anos desenvolvem a doença. A incidência do tumor também está relacionada à raça, afinal, a incidência é muito maior em negros do que em asiáticos. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens, mas não é o que mais causa mortes. Segundo Nadim Chater, mé- dico urologista e coordenador da equipe da Saúde do Homem da Secretaria Municipal de Saúde, alguns fatores externos podem estar ligados à manifestação do câncer. “Principalmente a ingestão de muita gordura, porque quem ingere mais gordura, tem maior taxa”, afirma. Apesar de o câncer de próstata não manifestar sintomas específicos, a dificuldade de urinar ou qualquer alteração na urina podem ser sérios indicadores. Quando existe um histórico familiar da doença, o homem deve fazer acompanhamento a partir dos 40 anos de idade. O restante da população masculina deve intensificar os cuidados depois dos 45. A saúde merece atenção em qualquer idade e as equipes das Unidades de Saúde de Goiânia têm sido cada vez mais preparadas para receber os homens com mais de 20 e menos de 60 anos para prevenção e tratamento. Unidades e horários de atendimento Horário Unidade Manhã 7h - 13h UABSF Bairro Floresta UABSF Bairro Vitória UABSF Estrela Dalva UABSF Jd. Colorado UABSF Jd. Curitiba I UABSF Jd. Curitiba II UABSF Jd. Curitiba III UABSF Jd. Primavera UABSF Morada do Sol UABSF Novo Planalto UABSF Pq. Tremendão UABSF Recanto do Bosque UABSF São Carlos Integral 8h - 17h UABSF Barra Vento UABSF Boa Vista UABSF Brisas da Mata UABSF CAIS Finsocial UABSF VF-18 Bárbara Zaiden UESF Vila Mutirão Tarde 13h - 19h UABSF Bairro Floresta UABSF Bairro Vitória UABSF Estrela Dalva UABSF Jd. Colorado UABSF Jd. Curitiba I UABSF Jd. Curitiba II UABSF Jd. Curitiba III UABSF Jd. Primavera UABSF Morada do Sol UABSF Novo Planalto UABSF Pq. Tremendão UABSF Recanto do Bosque UABSF São Carlos 10 SAÚDE GOIÂNIA novembro / dezembro de 2011 SAÚDE NA SOCIEDADE Farmacopeia Blog esclarece uso da Talidomida Foi lançada a quinta edição da Farmacopeia Brasileira, constituída de dois volumes e que inclui 176 métodos gerais e 599 monografias, das quais 277 de insumos farmacêuticos, 210 de especialidades, 57 de plantas medicinais, seis de correlatos, 30 de produtos biológico e 19 de hemocomponentes e hemoderivados. Os interessados em adquirir os dois exemplares, ao preço de R$ 890,00, devem acessar www.fiocruz.br/editora para saber o procedimento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibilizou na internet o Blog Talidomida, um espaço para manter cidadãos e profissionais de saúde informados sobre as mudanças trazidas pela nova resolução, aprovada em novembro, referentes ao controle do remédio no Brasil. O blog traz orientações sobre o uso da Talidomida e informa as novas regras para prescrição, acesso, controle, monitoramento e fiscalização deste medicamento, que foi responsável pelo nascimento de mais de 10 mil crianças com má-formações (membros e órgãos) em todo o mundo, entre as décadas de 1950 e 1960. O endereço é www.talidomida-anvisa.blogspot.com. Depressão pós-parto pode afetar elo entre mãe e bebê Dormir de lado garante um sono mais saudávell Uma noite mal dormida transforma o dia seguinte num pesadelo. Além disso, costuma gerar dores no pescoço e nas costas. Para melhorar essa situação é importante descobrir qual a melhor posição para dormir. Segundo o especialista em distúrbios do sono do Hospital Federal da Lagoa, da rede do Ministério da Saúde, Lucas Leme, para aumentar a qualidade do sono e aliviar o desconforto no pescoço e nas costas é importante modificar os hábitos durante o sono. "Na prática, independente do bom colchão, você tem que estar confortável, mas a posição de barriga para cima nunca é recomendável, porque você tem muita dificuldade respiratória nessa posição e costuma haver um sono mais superficial. O ideal é as pessoas dormirem de lado, quer dizer, numa posição de decúbito direito ou esquerdo. E também não é recomendável dormir de bruços por que isso afeta a coluna, prejudica ao longo dos anos". O especialista explica ainda que é preciso evitar os travesseiros muito altos que podem comprometer o alinhamento do pescoço, gerando dores no pescoço, ombros e costas, assim como dores de cabeça e até enxaquecas. Segundo ele, o ideal é um travesseiro de altura média que mantenha a coluna alinhada. (Fonte: Agência Saúde) A chegada do bebê é um dos momentos mais especiais na vida da mulher. No entanto, por causa de mudanças hormonais, a maternidade pode provocar alguns transtornos psicológicos, como a depressão pós-parto, por exemplo. Segundo a psicóloga do setor de cuidado Mamãe e Bebê do Grupo Hospitalar Conceição, Eliana Bender, o problema aparece nos primeiros seis meses, após o nascimento da criança, e torna a mulher incapacitada para se relacionar com a família, amigos e principalmente com o próprio filho. "A mulher sente-se e fica incapacitada de cuidar do bebê. Um sentimento de incompetência que faz com que essa mulher acabe se isolando. Ela não só renega e delega os cuidados do recém-nascido a outra pessoa, como ela também não interage com os demais”, afirma. A psicóloga acrescenta que a realidade da mulher moderna também facilita o aparecimento da depressão pós-parto. "Antes, as mulheres tinham outras mulheres da família que podiam ajudá-las. Isso hoje não existe mais. E além disso, hoje, cobra-se das mulheres de forma mais intensa que elas sejam supermulheres. E aí vêm algumas culpas. Algumas mulheres trabalham, sabem que vão ficar pouco tempo com os seus filhos, e aí isso já se mistura, elas começam a sofrer por antecipação, e essa ansiedade tende a ficar mais intensa." Excesso ou falta de apetite, distúrbios de sono, irritabilidade e tristeza podem ser sinais de depressão pós-parto. Caso esses sintomas apareçam, a recomendação é procurar um especialista para dar início ao tratamento adequado, que pode ser realizado com terapia e até medicamentos, para os casos mais graves. (Fonte: Agência Saúde) Ministério busca novos doadores de sangue em redes sociais Em busca de aumentar o número de doadores de sangue no país (atualmente, somente 1,9% dos brasileiros doam regularmente), o Ministério da Saúde decidiu contar com a ajuda das redes sociais. Desde novembro, a página do Ministério no Facebook disponibilizou um aplicativo em que o internauta poderá se cadastrar como doador de sangue. O interessado deve informar o nome, o tipo sanguíneo e a região onde mora. Ele não será obrigado a doar imediatamente. Os hemocentros terão acesso ao banco de doadores interessados para poder acioná-los quando for registrada a falta de algum tipo de sangue em determinada região. Se cada brasileiro doasse duas vezes ao ano, não faltaria sangue para transfusões, calcula o Ministério. O endereço é www.facebook.com/DoeSangueMS novembro / dezembro de 2011 SAÚDE GOIÂNIA 11 COMUNICAÇÃO A parabólica da SMS De denúncias a pedido de oração, Secretaria recebe todos os tipos de mensagens D esde que foi criado, em julho, o endereço eletrônico da Assessoria de Comunicação Social da SMS (smsgoiania@ gmail.com) recebe diariamente dezenas de mensagens de usuários do SUS, de trabalhadores da rede pública e de outras pessoas ligadas ou não à área. A pluralidade dos conteúdos mostra que a percepção da comunidade sobre a Secretaria é bastante ampla e, às vezes, inclui contextos que não estão ligados diretamente à realidade do órgão. Do total de mensagens, 20% pedem informação sobre concursos; 14% solicitam serviços; 12% querem informações ou esclarecimentos; e 9% pedem divulgação de eventos e ações. Os demais 45% se dividem em pedidos de emprego, reclamações, envio de currículos, ofertas de serviço, denúncias, notícias e outros assuntos. Há ainda pedidos de localização de pessoas e até de orações! Ao lado, alguns exemplos: CARTÃO DE VACINA “Como transformar o meu cartão de vacina em cartão internacional de vacinas?” Juliana Guimarães Faria Resposta = Basta ir ao posto da Anvisa, no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, e apresentar o cartão completo (vacinas e lotes completos, principalmente contra febre amarela e tríplice viral), que será feita a transformação. Leandro Nascimento, enfermeiro da SMS CURSO DO SAMU “Gostaria muito de participar de um curso de primeiros socorros com vocês do Samu. Se um dia puderem me convidar, agradeço de coração. O meu muito obrigado”. Edneia B. S. RECADO PARA JOÃO “Preciso dar um recado para João Henrique. Por favor, se puder dizer a ele ligar para a dona Neuza Zanon, de Ribeirão Preto. É Urgente. O telefone é (016) 3639-19XX. Sem mais, grata”. Fernanda P. ELIMINAÇÃO DE PESO “Gostaria de saber onde há nutricionista nos Cais da Região Noroeste e se há, no momento, algum programa para eliminação de peso. Moro próximo à Avenida do Povo, na Vila Mutirão, quase em frente ao posto de saúde”. Priscila C. ESTOU TENTANDO ENGRAVIDAR “Bom dia! Estou tentando engravidar já faz alguns anos e não consigo. Fui no Cais do Bairro Mauá e peguei um encaminhamento para tratamento de infertilidade por meio do SUS. Me informaram que já estou na fila, mas gostaria de ter mais informações. Quanto tempo mais ou menos vou ficar na fila de espera, pois não tenho condições pra custear este tratamento. Desde de já eu agradeço a atenção”. Fernanda M. ORAÇÃO “Venho através desta pedir uma oração para que eu possa sair desta, pois estou fazendo alguns exames para saber a gravidade deste mal (nódulo) que me aflige e me deixa preocupada. Por isso, venho pedir uma oração para que eu não tenha nada. Agradeço”. Célia S. PASTELARIA DUVIDOSA “Tem uma pastelaria perto de minha casa que se chama “X”, na Vila Boa. Só da minha família três pessoas já passaram mal mais de uma vez com diarreia, febre e vômito. E mais alguns vizinhos também já passaram mal depois de comerem o pastel neste estabelecimento. Gostaria que vocês verificassem se a cozinha está nas normas da Vigilância Sanitária, pois até carne podre eles servem no pastel. Desde já agradeço”. Sirlene S. 12 novembro / dezembro de 2011 SAÚDE GOIÂNIA PREVENÇÃO Vacinação, um cuidado para todas as idades Cerca de 80 postos da SMS oferecem o serviço Por Thamara Fagury A vacina é a maneira mais eficaz de prevenção contra diversas doenças. Ao se vacinar a pessoa passa a produzir anticorpos que destroem os microorganismos invasores (bactérias ou vírus) e assim se torna imunizada. A rede pública de saúde oferece vacinas gratuitas à população. O esquema básico de vacinação possui doses para todas as faixas etárias. As vacinas são constituídas de micro-organismos vivos (enfraquecidos) ou mortos. Nosso organismo reage contra qualquer corpo estranho, mesmo os micro-organismos da vacina, e produz anticorpos. Além de desenvolver imunidade específica contra determinada doença, uma das funções dos anticorpos é a de memória, que pode guardar por um longo tempo ou para a vida toda a maneira de o organismo produzir sua própria defesa. Isso faz com que os anticorpos já estejam prontos para combater os micro-organismos invasores se essa pessoa entrar em contato novamente com a doença. Por isso a importância da vacina: fazer com que o nosso corpo reconheça o vírus e o combata. Segundo Flúvia Amorim, diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a maioria das imunizações são voltadas para crianças. A vacinação na infância pretende acabar com a mortalidade infantil e inibir o desenvolvimento de qualquer doença que possa gerar problemas maiores no futuro. Os idosos constituem o outro grupo de atenção. A chefe da Divisão de Imunização, Grécia Carolina Pessoni, explica o porquê: “para crianças e idosos existem campanhas anualmente, já que a criança está com a imunidade em construção, tem o organismo fraco e precisa de proteção e o idoso também, mas em vez de estar construindo, ele está perdendo essa imunidade”. Com programas fixados nas crianças e nos idosos, os adultos e adolescentes parecem ser esquecidos, mas eles também possuem um calendário de vacinação e precisam mantê-lo em dia. Durante a adolescência e até os 24 anos de idade é importante que o indivíduo tenha as três doses da vacina contra a hepatite B, duas doses da vacina tríplice viral, que garante proteção contra o sarampo, caxumba e rubéola, três doses da va- cina antitetânica e uma dose contra a febre amarela. O adulto já tem que ter em dia as vacinas de tétano e difteria, que precisa de reforço a cada dez anos; a vacina contra a febre amarela, que também precisa de revacinação a cada dez anos; e a vacina Tríplice Viral, da qual é necessária uma dose, nessa fase da vida. A procura por vacinas na fase adulta ainda é muito pequena, e o que muitas pessoas não têm conhecimento é que basta procurar um dos 80 postos de saúde distribuídos por Goiânia com o cartão de vacinação em mãos para garantir sua imunização. Grécia Pessoni ainda afirma que mesmo sem o cartão a pessoa pode se vacinar, mas é importante levar o cartão na hora da vacina para evitar tomar duas vezes a mesma dose, algo que pode ser prejudicial à saúde. “Tudo em excesso pode fazer mal”, afirma a chefe da Divisão de Imunização. Ouvidoria: sugestões, reclamações e dúvidas: 0800-646-1510 e [email protected]. Segundo Grécia Pessoni, o adulto é imunologicamente mais fortalecido, por isso as campanhas para vacinação são mais escassas. Normalmente as campanhas acontecem quando há necessidade, quando o número de casos de uma doença aumentou significativamente, mas isso não impede que a pessoa com cartão de vacinação incompleto procure uma unidade de saúde para se vacinar. Porém, os adultos se queixam da falta de tempo para ir a um posto de vacinação e essa desculpa tem de acabar. Grécia ainda lembra: “Todas as empresas são obrigadas a manter o cartão de vacinação em dia, além disso, Goiânia possui salas de vacinação que funcionam até as nove horas da noite e em horário de almoço”. Contraindicações No geral, as vacinas possuem contraindicações. Basicamente, é importante que a pessoa esteja bem de saúde, não tenha febre na hora da aplicação e não possua nenhum histórico de reação alérgica após ter recebido outra dose anteriormente. As vacinas de vírus vivo são contraindicadas para gestantes e pessoas de imunidade baixa, com aids e câncer, por exemplo. Sem proteção suficiente, em vez de o organismo reconhecer o micro-organismo da vacina, é provável que a pessoa adquira a doença justamente através da imunização e mesmo que a doença não desenvolva nessa pessoa, ela não consegue responder adequadamente à produção de anticorpos. Vacinas são grátis no SUS Existem poucas diferenças entre o trabalho das redes pública e privada. A primeira diz respeito à disponibilidade no mercado. Existem vacinas que só se consegue na rede privada: é o caso das vacinas contra a hepatite A e contra a varicela (catapora). A segunda diferença, e provavelmente a mais evidente, é em relação ao custo. As vacinas oferecidas pelo SUS são gratuitas, já os preços na rede particular são diversos. Vacinas que também Bárbara Zaiden podem ser adquiridas na rede pública, como Hepatite B infantil e Pneumocócica 10, custam R$ 38 e R$ 180 a dose, respectivamente. Outras vacinas mais comuns como a Tríplice Viral e contra Febre Amarela custam R$ 33 e R$ 85 , respectivamente. Também há aquelas que chegam a custar em torno de R$ 330 a dose, é o caso da HPV quadrivalente, não oferecida pelo SUS, e paciente necessita de três doses. Outra diferença é em relação ao número de doses necessárias para a imunização. Algumas vacinas encontradas somente na rede privada são conjugadas, ou seja, uma dose pode proteger de mais de duas doenças. É o caso da vacina contra hepatite A e B. O Programa Nacional de Imunizações (PIN), há mais de 30 anos planejado pela rede pública, está entre um dos melhores do mundo. A vacinação pública já foi referência na erradicação da poliomielite por mais de 14 anos e na erradicação da varíola, ação aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Teleconsulta: de segunda-feira a domingo, inclusive feriados, das 7h às 19h: 0800-646-1560