EDITAL TEMFC Nº 17 – Novembro de 2014 Respostas aos recursos

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EDITAL TEMFC Nº 17 – Novembro de 2014
Respostas aos recursos
Resumo executivo:
Analisados 11 recursos referentes a 11 questões.
Anulação das questões 11, 16 e 23.
Não houve mudança no gabarito.
QUESTÃO 11
A candidata coloca que a dependência desse caso pode ser considerada grave.
Na referência Tratado de Medicina de Família e Comunidade consta que os critérios
de gravidade são as complicações clínicas, comorbidades psiquiátricas e suporte
social (situação do indivíduo no emprego e na família, estabilidade do núcleo familiar
e a disponibilidade desta família para cooperar no tratamento da pessoa). No caso
da questão, seria grave por causa da desestruturação do suporte social. No caso da
opção A, está escrito “a intervenção breve pode ser bastante eficaz”, porém o
tratado diz que “a intervenção breve é eficaz principalmente em casos de gravidade
leve a moderada.” Referência: GUSSO, Gustavo D. F., LOPES, Jose M. C. Tratado de
Medicina de Família e Comunidade – Princípios, Formação e Pratica. Porto Alegre:
ARTMED, 2012, Capítulo 100, Página 1972. Outra referência, Medicina Ambulatorial,
coloca que “para pacientes menos graves e que não tenham recebido tratamento
anterior, podem ser utilizadas intervenções breves, com bons resultados”,
reforçando que a intervenção breve não é tão eficaz para casos graves. Referência:
DUNCAN BB, SCHMIDT MI, GIUGLIANI ERJ, DUNCAN MS, GIUGLIANI C,
organizadores. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em
Evidências. 4a edição. Porto Alegre: Artmed, 2013, pagina 1167.
O parecer é pelo DEFERIMENTO do recurso de ANULAÇÃO da questão.
QUESTÃO 16
O recurso pede a anulação da questão, argumentando que a alternativa B também
estaria correta. De fato, o fluxograma (Figura 145.2, página 1287, do Tratado de
MFC) de manejo de uma pessoa com hipertensão estágio 1, estágio mínino em que
pode ser classificada a hipertensão da paciente em questão, orienta a iniciação de
IECA no momento do diagnóstico. A questão adquire desta forma duas alternativas
corretas, A e B.
O parecer é pelo DEFERIMENTO do recurso de ANULAÇÃO da questão.
QUESTÃO 18
O recurso pede a anulação da questão, com argumentação de que a opção B e C
também estariam corretas. Para isso, cita fluxogramas contidos na bibliografia do
edital, porém sem construir argumentação consistente para a anulação da questão.
No caso da opção B, a parada cardíaca foi presenciada pelos profissionais, não
justificando fazer 1 ciclo de compressão torácica, uma vez que o desfibrilador estava
disponível. Segue abaixo a citação direta e referência que evidenciam que a opção B
está incorreta:
1. “Realizar desfibrilação precoce. A chegada do desfibrilador faz com que se
recomende sua colocação imediata para avaliação da possibilidade de
desfibrilação rápida. Em caso de parada cardiorrespiratória não presenciada
ou com retardo no atendimento superior a quatro minutos, pode-se
proceder dois minutos de compressões torácicas antes da utilização do
desfibrilador.”
Referência:
DUNCAN BB, SCHMIDT MI, GIUGLIANI ERJ, DUNCAN MS,
GIUGLIANI C, organizadores. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção
Primária Baseadas em Evidências. 4a edição. Porto Alegre: Artmed, 2013,
pagina 1888.
No caso da opção C, segue a citação e referência que a evidenciam como incorreta:
“Taquicardia ventricular é um ritmo que pode ser organizado ou não.
Apresenta complexo QRS largo com frequência ventricular superior a 100
batimentos/minuto. Ao se observar tal ritmo, é importante fazer a checagem
de pulso, pois, em caso de pulso presente, deve-se efetuar cardioversão
sincronizada. Do contrário, em caso de pulso ausente, procede-se com a
desfibrilação)”.
Referência: DUNCAN BB, SCHMIDT MI, GIUGLIANI ERJ, DUNCAN MS,
GIUGLIANI C, organizadores. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção
Primária Baseadas em Evidências. 4a edição. Porto Alegre: Artmed, 2013,
pagina 1888.
O parecer é pelo indeferimento do recurso, mantendo a questão 18 como válida.
QUESTÃO 23
O candidato pede a alteração do gabarito para letra “E”, argumentando que no
Tratado de MFC, página 1437, há um quadro (162.2) que orienta o rastreio de
diabetes para pacientes assintomáticos com mais de 45 anos. Esta indicação tem
como fonte a American Diabetes Association (ADA). Logo abaixo do quadro, no
entanto, há uma nota recomendando a leitura do capítulo 61 sobre Rastreamento,
em tal capítulo assim como no apêndice do livro a recomendação é diversa
indicando o rastreio para diabetes “apenas para pacientes assintomáticos que
tenham pressão arterial sistólica (PAS) maior que 135 ou pressão arterial diastólica
(PAD) maior que 80 mmHg, ambas sustentadas”, recomendação baseada no USPSTF
e referendada pelas outras duas bibliografias contidas no Edital deste Exame de
Suficiência que abordam este tema (Caderno de Atenção Básica nº29 do Ministério
da Saúde e o livro “Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas
em Evidências” - Duncan). Dessa forma, entendemos que a indicação pela não
realização de rastreamento universal para DM em pacientes com mais de 45 anos
assintomáticos e sem fatores de risco deveria ser a conduta mais adequada, porém
considerando que há conflito de recomendação dentro do mesmo livro concluímos
que a anulação da questão é a alternativa mais coerente.
O parecer é pelo DEFERIMENTO do recurso de ANULAÇÃO da questão.
QUESTÃO 25
O recurso pede a anulação da questão. Para isso, cita fluxograma contido no
“Duncan” pag. 1402, plano A, o qual coloca as 3 regras para o manejo adequado da
diarreia no domicilio: “1) dar mais líquido do que habitualmente para prevenir a
desidratação; 2) manter a alimentação habitual para prevenir a desnutrição; 3) se o
paciente não melhorar em dois dias ou se apresentar qualquer um dos sinais abaixo,
levá-lo ao serviço de saúde.” No caso da criança relatada na questão, a mesma
apresentou vômito também. Segundo outra bibliografia do concurso, a conduta
nestes casos é:
“Após o vômito, é imperioso estabelecer um período de pausa alimentar e hídrica.
Assim, após o vômito, a criança deverá ficar cerca de 1 hora sem comer e sem beber
antes de se tentar iniciar a hidratação oral. Após este período de pausa, pode-se
iniciar a hidratação ou com um soro de hidratação oral, em que se deverá dar uma
porção equivalente a uma colher de chá, de 5 em 5 minutos, durante 2 a 3 horas, ou,
no caso de ainda estar sendo amamentada, deverá dar-se uma mama, mas a
mamada não deverá ser superior a 5 a 10 min. Neste caso, cada mamada deve ser
dada a cada 2 horas.
Referência: GUSSO, Gustavo D. F., LOPES, Jose M. C. Tratado de Medicina de Família
e Comunidade – Princípios, Formação e Pratica. Porto Alegre: ARTMED, 2012,
Capítulo 100, Página 886.
O parecer é pelo indeferimento do recurso, mantendo a questão 25 como válida.
QUESTÃO 42
Um dos recursos pede a anulação da questão, com argumentação de que não existe
resposta correta, porém sem construir argumentação consistente para a anulação da
questão. A bibliografia diz que:
“O tratamento é feito com reposição de levotiroxina, na dose inicial de 1,6
mcg/kg/dia, em geral sem necessidade de início gradual [...] No início do tratamento,
o paciente deve ser monitorizado a cada 2 a 4 meses até atingir nível normal de TSH.
Após esse momento, na maioria dos casos será possível a manutenção do
tratamento com a mesma dose de levotiroxina, sendo necessárias apenas revisões
anuais com reavaliação clínica e dosagem de TSH.”
Referência: DUNCAN BB, SCHMIDT MI, GIUGLIANI ERJ, DUNCAN MS,
GIUGLIANI C, organizadores. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção
Primária Baseadas em Evidências. 4a edição. Porto Alegre: Artmed, 2013,
pagina 1049.
A bibliografia acima também diz que a dosagem de anti-TPO auxilia no diagnóstico
etiológico da doença, porém nas alternativas não se diz que não se deve pedi-la.
Portanto a opção B está correta.
Outro candidato argumenta que a questão teria também como resposta a letra A,
com o argumento de que o Tratado de MFC orienta, além da dose de 1,6
mcg/kg/dia, a dose de 25 mcg/dia. No entanto, o que está escrito na letra A é uma
dose de 25 mcg/kg/dia, tornando esta alternativa, portanto, errada.
O parecer é pelo indeferimento do recurso, mantendo a questão 42 como válida.
QUESTÃO 48
Um dos recursos pede a anulação da questão, com argumentação de que a opção E
poderia ser também uma resposta possível, referindo que a administração correta
da nitrofurantoína é de 12 em 12h, e não a cada 6h conforme escrito na opção E, de
acordo com a bibliografia Medicina Ambulatorial. Entretanto, nesta bibliografia não
está descrito o tipo farmacológico da nitrofurantoína. De acordo com o Tratado de
Medicina de Família e Comunidade, outra referência do concurso, consta uma tabela
que descreve que a nitrofurantoína (macrocristais) pode ser utilizada em 50 – 100
mg, de 6 em 6h. Se for nitrofurantoína (monoidrato, macrocristais) a administração
pode ser feita de 12 em 12h.
Outro candidato pede a anulação da questão, argumentando que outros antibióticos
também estariam indicados para a paciente em questão. No entanto, a mesma pede
o que está contra-indicado, tornando sua argumentação inconsistente.
Referência: DUNCAN BB, SCHMIDT MI, GIUGLIANI ERJ, DUNCAN MS, GIUGLIANI C,
organizadores. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em
Evidências. 4a edição. Porto Alegre: Artmed, 2013, pagina 440.
Referência: GUSSO, Gustavo D. F., LOPES, Jose M. C. Tratado de Medicina de Família
e Comunidade – Princípios, Formação e Pratica. Porto Alegre: ARTMED, 2012,
Capítulo 100, Página 1121.
O parecer é pelo indeferimento do recurso, mantendo a questão 48 como válida.
QUESTÃO 58
O único recurso solicita a alteração do gabarito para letra C. No entanto, ele baseiase em argumentação inconsistente para tanto, já que propõe o uso de captopril
inicialmente, o que seria indicado, conforme o Tratado de MFC, em caso de urgência
hipertensiva, e não emergência hipertensiva (com provável Acidente Vascular
Encefálico), tema que foi abordado nesta questão.
O parecer é pelo indeferimento do recurso, mantendo a questão 58 como válida.
Questão 63
O candidato solicita a anulação da questão sob a argumentação de que o
rastreamento universal de osteoporose não está indicado para mulheres de
qualquer idade, baseando sua argumentação em bibliografia condizente para a
prova (CAB 29 Rastreamento).
O candidato tem razão no que diz respeito à indicação ou não de rastreamento
universal para osteoporose, não há qualquer evidência de benefício para a realização
de forma indiscriminada de densitometria óssea para todas as mulheres. Todavia, o
caso descrito na questão trata de uma mulher de 57 anos que faz uso crônico de
medicações, entre elas um inibidor da bomba de prótons (Omeprazol), conforme
pode ser observado no trecho da questão em voga:
“... eu comecei a ter uma gastura na boca do estômago e uma sensação de
queimação na garganta, daí o médico me disse que era do remédio que eu tomava e
como não podia parar me passou o omeprazol, bendito remédio, não me deu mais
gastura, já uso há mais de dez anos todo santo dia.” (grifo desta comissão).
O objetivo da questão era verificar os conhecimentos dos candidatos quanto aos
riscos da utilização indiscriminada de medicamentos de forma contínua. O
Omeprazol, como representante clássico da classe medicamentosa citada acima,
quando utilizado de forma crônica está sabidamente relacionado com o aumento do
risco de osteoporose, e esta informação encontra-se disponível na bibliografia
utilizada no concurso (quadro 202.1 constante na página 1762 do Tratado de
Medicina de Família e Comunidade). Sendo assim, a conduta constante na letra “D”
da questão em voga não trata de uma indicação de rastreamento universal e sim de
discutir a possibilidade de realização de um exame diagnóstico para uma paciente
com fator de risco bem estabelecido, o que também oportuniza ao MFC
problematizar os riscos do uso contínuo de tal medicação facilitando a posterior
retirada da mesma. Tomando-se tudo isso em consideração, o distrator constante na
letra D permanece como sendo o único correto para a questão.
O parecer é pelo indeferimento do recurso, mantendo a questão 63 como válida
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