EPPGG Teoria e exercícios comentados Prof. Eliezer Lopes

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Teoria e exercícios comentados
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AULA 05:
Situação atual da economia brasileira: flexibilização do regime de política
econômica; política industrial; a variação da taxa básica de juros e suas
conseqüências. Indicadores econômicos atuais: PIB; dívida; juros; tributação;
câmbio; inflação; exportações; importações; balanço de pagamentos; reservas
internacionais; produção; emprego; renda; salário mínimo; crédito e perfil dos
gastos federais.
SUMÁRIO
1. Desaceleração do Crescimento e Flexibilização da Política
Econômica
2. Política Industrial
3. Indicadores Econômicos
4. Questões
5. Gabarito
PÁGINA
1
3
5
16
19
1. Desaceleração do Crescimento e Flexibilização da Política Econômica(baseado no
artigo Uma Nova Matriz Econômica, do Ministro Guido Mantega)
Em 2010, o PIB cresceu 7,5%. A inflação acelerou devido a choques externos e
domésticos: alta nos preços das commodities que afetou fortemente os preços dos alimentos
e a força da demanda doméstica, com o fortalecimento da “nova classe média”, também
pressionando os preços, especialmente de serviços.
Governo adotou medidas fiscais e monetárias para desacelerar o crescimento em 2011.
O Banco Central tomou medidas macroprudenciais em dezembro de 2010 e aumentou a taxa
Selic de 10,75% a.a. para 12,50% a.a. entre janeiro e julho de 2011. O governo
implementou também um ajuste fiscal. O resultado primário efetivo do setor público
consolidado elevou-se em mais de 1 ponto percentual do PIB. As medidas foram eficazes e o
crescimento desacelerou no primeiro semestre do ano. No terceiro trimestre, a piora no
cenário internacional aprofundou a desaceleração em cursoe o crescimento em 2011 foi de
2,7%.
O cenário internacional adverso, com ampla liquidez internacional, e a desaceleração
doméstica, contribuindo com a queda da inflação, levaram o Banco Central a iniciar a
flexibilização monetária em 31 de agosto de 2011. Coordenando as políticas fiscais e
monetárias, o governo iniciou uma maior flexibilização do regime de política econômica,
tendo como meta a redução das taxas de juros para níveis comparáveis a países com
fundamentos macroeconômicos similares ao brasileiro e uma taxa de câmbio mais alta
(desvalorizada) compatível com uma maior competitividade da indústria.
O argumento do governo era que, a despeito das substanciais melhorias ao longo da
última década, as taxas de juros ainda vinham se sustentando em níveis excessivamente
elevados ao longo do tempo. Era uma anomalia que não se justificava, apesar das inúmeras
tentativas de explicação por parte de diferentes correntes de economistas.
Ao longo dos anos 2000, as melhoras nos fundamentos macroeconômicos
foram:
 redução da vulnerabilidade externa;
 melhora das contas públicas com geração de superávits primários e redução da dívida
líquida do setor público;
 inflação dentro das metas;
 ampliação do potencial de crescimento;
 crescimento do investimento acima do PIB nos últimos anos.
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As taxas de juros elevadas provocam, entre outras, duas grandes distorções
na economia, que levam à má alocação de recursos e a um menor crescimento:
a) câmbio valorizado:
Juros elevados atraem capital externo para a arbitragem, valorizando o real (especialmente
em um ambiente de afrouxamento quantitativo em países desenvolvidos) e diminuindo a
competitividade da produção brasileira.
b) carga fiscal elevada:
O alto serviço da dívida pública, que chegou a consumir 5,8% do PIB em juros até o ano
passado, exige uma arrecadação maior de impostos, para atingir as metas fiscais
estabelecidas pelo governo.
Além disso, a taxa de juros elevada dificulta os investimentos produtivos e a alocação
de recursos financeiros no financiamento de longo prazo do investimento. Assim, cria-se uma
situação na qual o sistema financeiro deixa de ser meio para viabilizar a produção e o
consumo para se tornar um fim em si mesmo, e proporcionar maior lucratividade. Como
afirma o Ministro Guido Mantega: “ao invés de a riqueza ser direcionada para o
empreendedorismo, inovação, investimentos na indústria, agropecuária e serviços, enfim,
para a ampliação da produção nacional e da nossa capacidade de oferta, ela ficava retida no
sistema financeiro nacional, em busca do ganho fácil proporcionado pelas aplicações
financeiras”.
Nesse sentido, a estratégia da flexibilização da política econômica em curso foi
remover, ou pelo menos minimizar, a distorção que havia nos dois principais preços
do país: juros e câmbio. O governo buscou reduzir a taxa de juros e desvalorizar o câmbio.
O governo tratou a recaída da crise internacional, ocorrida a partir do segundo
semestre de 2011, como uma oportunidade de avançar na queda dos juros, sem colocar em
risco a inflação e ainda diminuindo os impactos da crise externa sobre o Brasil.
A despeito de algumas críticas iniciais, houve uma aceitação, ao mesmo na maior parte
do ano de 2012, para a ação do Banco Central, que cortou a taxa Selic em cinco pontos
percentuais, levando a taxa nominal de juros(SELIC) para 7,25% e a taxa real de juros
abaixo de 2% ao ano. Mas, antes de os juros chegarem a esse patamar, foram intensificadas
as atuações no mercado de câmbio, de forma a reverter a sobrevalorização que, em tempos
de disputa acirrada por mercados dinâmicos como o brasileiro, agravava as dificuldades da
indústria nacional. Ainda no primeiro semestre de 2012, o dólar já atingia a casa de R$ 2,
permanecendo acima desse nível até o fim do ano.
Além da redução dos juros e de uma taxa de câmbio mais competitiva, o governo
colocou também como desafio o aumento da competitividade, sem abrir mão da inclusão
social e da redução da desigualdade. Para isso também implementou políticas de
desonerações tributárias, investimentos em infraestrutura e política industrial.
A redução da carga tributária começou em
bilhões, que representa cerca de 1% do PIB. E em
75 bilhões. Na redução de tributos foi dada ênfase
que em 2012 beneficiou quinze setores e, a partir
setores.
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2012 com uma desoneração de R$ 45
2013, a desoneração deve alcançar US$
à desoneração da folha de pagamentos,
de 2013, já alcançou mais de quarenta
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Considerando que a correção da histórica distorção de juros e câmbio, por si só, não
resolve todos os nossos problemas, o governo tomou várias medidas com o objetivo de
aumentar a competitividade por meio da remoção de gargalos na infraestrutura, logística e
nos custos das empresas. Houve uma primeira rodada de concessões de aeroportos, que já
começa a gerar investimentos na ampliação da capacidade operacional de três importantes
sistemas: Guarulhos, Brasília e Viracopos. Depois, o governo anunciou um ambicioso
programa de investimentos em rodovias e ferrovias, com previsão de mais de R$ 130 bilhões
em recursos. Incluiu-se também um programa para melhorar a infraestrutura portuária no
Brasil.
Também vale destacar a redução do custo financeiro para o investimento. Além da já
mencionada mudança estrutural na taxa Selic, foi reduzida a taxa de juros do Programa de
Sustentação do Investimento (PSI) para 2,5% ao ano no último trimestre de 2012. E
recentemente foi anunciada a renovação do programa para 2013, com taxa média em torno
de 3,5% ao ano e R$ 100 bilhões disponíveis para as empresas tomarem emprestados no
sistema financeiro.
Nesta nova edição do programa, com o objetivo de uma maior participação do setor
privado, foi incluída a liberação de R$ 15 bilhões dos depósitos compulsórios sem
remuneração retidos no Banco Central. Os outros R$ 85 bilhões serão emprestados dentro do
sistema BNDES, que tem sido o grande impulsionador dos investimentos.
2. Política Industrial
No governo Lula ocorreu o retorno à política de desenvolvimento industrial como um
instrumento de desenvolvimento, depois de quase uma década em que houve um verdadeiro
veto à política industrial. A partir de 2003, foram três os programas de política
industrial:"Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior" (PITCE), lançado em março
de 2004; a "Política de Desenvolvimento Produtivo" (PDP), de maio de 2008 (segundo
governo Lula) e o atual "Plano Brasil Maior" (PBM), divulgado em agosto de 2011 e
amplificado em abril de 2012 (governo Dilma). O artigo abaixo de David Kupfer analisa
brevemente a política industrial consubstanciada nesses três planos.
BOX 1 –DEZ ANOS DE POLÍTICA INDUSTRIAL: David Kupfer
Há dez anos, em 25 de junho de 2003, teve lugar a reunião inaugural do Grupo
Interministerial sobre a Agenda de Desenvolvimento, constituído sob o comando da
Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, para a elaboração da política
industrial do governo Lula, então recém-empossado. A opção de abrigar o trabalho no núcleo
duro da formulação da política econômica - a Câmara de Política Econômica - atesta a
proeminência que se pretendeu conferir à política industrial no escopo da política econômica,
pondo fim a quase uma década de ostracismo a que o fundamentalismo neoliberal a havia
confinado. Não é sem sentido, portanto, definir essa data como o marco do retorno da
política industrial no Brasil.
Ao longo desses dez anos foram editadas três versões da política industrial. Em março
de 2004 foi lançada a "Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior" (PITCE).
Seguiram-se a "Política de Desenvolvimento Produtivo" (PDP), de maio de 2008 (segundo
governo Lula) e o atual "Plano Brasil Maior" (PBM), divulgado em agosto de 2011 e
amplificado em abril de 2012 (governo Dilma).
Refletindo o contexto da crise cambial de 1999, a PITCE buscava enfrentar o problema
da vulnerabilidade externa. Para tanto, concebeu uma política ativa de agregação de valor às
exportações com base na inovação. O foco da PITCE foi direcionado para setores intensivos
em tecnologia como bens de capital, semicondutores e software que poderiam transmitir
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ganhos de produtividade para o restante da indústria, além de abrir oportunidades para
desenvolver o sistema nacional de inovação.
Porém, a rápida e intensa melhora dos termos de troca do comércio exterior brasileiro
fez o serviço já em 2004, propiciando desde então saldos comerciais exuberantes a partir dos
próprios produtos básicos e não dos produtos de maior conteúdo tecnológico projetados pela
PITCE. Com isso, o fluxo de capitais externos inverteu a direção, o real apreciou-se, o PIB
acelerou, enfim, houve uma verdadeira ruptura no cenário econômico que havia fornecido o
diagnóstico de base da PITCE poucos anos antes. O principal legado da PITCE que, diga-se de
passagem, não é pouco, ateve-se ao fortalecimento da base institucional da política industrial
e tecnológica (criação do CNDI, da ABDI, Lei do Bem, Lei da Inovação, etc..).
O reconhecimento dessa transformação radical no modus operandi da economia
brasileira levou à formulação da PDP sob uma nova racionalidade. Como explicitado no
diagnóstico da PDP, o Brasil encontrava-se ao final de 2007 com os fundamentos
macroeconômicos em ordem e recém agraciado com o grau de investimento, com implicações
positivas sobre a confiança e a redução do custo de capital. Crédito, mercados de capitais,
emprego e salários estavam em expansão enquanto as empresas encontravam-se
capitalizadas, prontas para investir. Com o mote "inovar e investir para sustentar o
crescimento", a PDP visou exatamente alavancar esse processo de investimento. Para tanto,
construiu um minucioso mapa de ações abrangendo 25 setores dentre candidatos a se
consolidarem como líderes mundiais, a receberem programas de fortalecimento da
competitividade ou abrigarem ações de mobilização em áreas estratégicas. Contudo, a grande
crise financeira internacional, que atingiu seu ápice poucos meses após o lançamento da PDP,
colocou em xeque as diretrizes da política. Com isso, a PDP acabou exercendo mais um papel
anticíclico - sem dúvida crucial para a saída em V da crise já em 2010 - e menos a esperada
função transformadora do padrão de investimento da economia.
Elaborado sob a expectativa de que o pior da crise havia ficado para trás, o PBM
centrou seus objetivos na criação de competências visando o adensamento produtivo e
tecnológico das cadeias de valor. A frustração dessa expectativa aliada aos sinais cada vez
mais visíveis de acirramento da concorrência internacional nos mercados interno e externo
foram forçando o plano a se direcionar para a defesa do mercado doméstico e a recuperação
das condições sistêmicas da competitividade, com foco mais diretamente nos fatores
formadores do custo-país e menos nas ações estruturantes de seus programas setoriais.
Para os que pretendem realizar um balanço do retorno da política industrial cabe ter
em mente alguns pontos. Primeiro, dez anos não são suficientes para o timing do processo de
mudança estrutural que, como mostra a literatura, pode requerer períodos muito mais
longos, da ordem de 25 anos. Segundo, embora mais proeminente, a política industrial
permaneceu como uma linha auxiliar da política macroeconômica, não logrando encontrar um
espaço próprio de atuação. Terceiro, e provavelmente mais importante, a política industrial
brasileira ainda não se mostrou capaz de pensar à frente de seu tempo, sendo sempre
surpreendida por rupturas no seu diagnóstico de base.
É provável que isso tenha decorrido da exacerbada volatilidade da economia mundial
nesses últimos dez anos. Como economia reflexa que é, mesmo tendo superado as graves
restrições de balanço de pagamentos do passado, a economia brasileira ainda reage com
excessiva intensidade aos sacolejos da economia global. Porém, não se deve rejeitar a
possibilidade de que o curto-prazismo que marcou os primeiros dez anos do retorno da
política industrial no Brasil seja um reflexo da ausência de coesão política e social em torno
de um projeto futuro de indústria no país. Essa segunda razão, se realmente válida, ajuda a
entender porque a co-evolução entre instituições e políticas continua truncada no país - e não
somente na política industrial. Que os próximos dez anos sejam o da superação dessa lacuna.
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3. Indicadores Econômicos
3.1 Atividade Econômica: Produção, Emprego e Preços
PIB – Produto Interno Bruto
O PIB brasileiro cresceu 0,9% em 2012, inferior às expansões de 2,7%, em 2011, e
7,5% em 2010. A atividade econômica brasileira vem se recuperando desde o final de 2012.
O Governo vem adotando um conjunto de medidas que visam aumentar a
competitividade das empresas nacionais. Os investimentos em infraestrutura por meio do PAC
e do programa de concessões para ferrovias, rodovias e aeroportos, a ampliação da
desoneração da folha de pagamentos e a redução do preço da energia elétrica. Há um
consenso de que uma aceleração do crescimento deve ser
impulsionado pelo aumento do investimento e da produtividade, que deve se somar ao
dinamismo do consumo.
O Consumo das Famílias cresceu 3,1% e contribuiu com 1,8 p.p. para o crescimento
econômico de 2012. O investimento, que já havia desacelerado em 2011, apresentou
quedade 4% em 2012.
Ótica da Demanda: Crescimento do PIB em2012
(% a.a.e % T/T-1, dessazonalizado)
(%T/T-1, com ajuste sazonal)
PIB a preços de mercado
Despesa de consumo das famílias
2012.I
0,1
0,9
2012.II
0,3
0,7
1,5
1,2
0,0
0,8
3,2
(-) 2,2
0,8
0,8
(-) 0,9
(-) 3,5
(-) 0,3
(-) 1,9
0,3
(-) 7,5
0,5
4,5
8,1
-4,0
0,5
0,2
Despesa de consumo da
administração pública
Formação bruta de Capital Fixo
Exportação de bens e serviços
Importação de bens e serviços (-)
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Crescimento
Anual
2012.III 2012.IV
Em %
0,4
0,6
0,9
1,0
1,2
3,1
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O desempenho do PIB brasileiro em 2012 foi bastante influenciado peloaumento da
atividade do Setor de Serviços, com crescimento de 1,7% e contribuição de 0,9 p.p. no PIB
total. A agropecuária e a indústria apresentaram queda de 2,3% e 0,8%, respectivamente.
Ótica da Oferta: Crescimento do PIB em2012
(% a.a.e % T/T-1, dessazonalizado)
Crescimento
Anual
2012.II 2012.III 2012.IV
Em %
-5,2
5,8
2,1
-2,3
0,4
-2,2
0,8
-0,8
1,1
0,5
0
1,7
(%T/T-1, com ajuste sazonal)
2012.I
-7,6
1,2
0,6
Agropecuária
Indústria
Serviços
Investimento
Os investimentos mantiveram-se relativamente baixos até 2005 (taxas próximas a
16% do PIB), mas ganharam velocidade a partir de 2006, alcançando 19% do PIB em 2008,
sob estímulo de importante ampliação nos investimentos públicos, especialmente da
Petrobras, e obedecendo a orientação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A
crise internacional de 2008 restringiu a atividade investidora privada. A taxa voltou ao
patamar acima de19% em 2010 e 2011, mas diminuiu em 2012.
19,3%
2011
18,1%
19,5%
17,4%
15,9%
2005
16,4%
16,1%
2004
16,0%
15,3%
17,0%
16,4%
18,0%
17,0%
19,0%
2010
19,1%
(% do PIB)
20,0%
18,1%
Taxa de Investimento*
15,0%
14,0%
13,0%
12,0%
11,0%
2012
2009
2008
2007
2006
2003
2002
2001
10,0%
*/ Formação Bruta de Capital Fixo / PIB.
Fonte: IBGE.
O investimento do setor público tem se ampliado nos últimos anos, passando de 2,6%
do PIB em 2003 para 4,4% do PIB em 2012.
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Emprego
A taxa de desemprego média de 5,5%, registrada em 2012, foi a menor da série
histórica anual. Houve diminuição da taxa de desemprego de 12,3% em 2003 para 5,5%em
2012.
Taxa de Desemprego
14,0%
12,3%
12,0%
11,5%
9,9% 10,0%
10,0%
9,3%
7,9% 8,1%
8,0%
6,7%
6,0%
6,0%
5,5% 5,7%
4,0%
2,0%
0,0%
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013*
*/ Média jan-mai/2013
Fonte: IBGE.
.
A geração de empregos formais continuou com números consideráveis, atingindo 1,3
milhão de novas vagas em 2012. Entre 2003 e 2012, foram criados mais de 16 milhões de
postos formais de trabalho.
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Salário mínimo
A valorização do salário mínimo foi um dos determinantes da menor desigualdade de renda e
do crescimento econômico. Entre dezembro de 2002 e janeiro de 2013, houve aumento real
de 89,9% no salário mínimo.
Evolução do Salário Mínimo Real (R$ de janeiro de 2013)
800,0
678,0
700,0
627,7
600,0
523,0
493,9 509,9
500,0
400,0
338,5
368,7 357,1
388,2 396,2
562,8 579,8 584,1
435,2
300,0
200,0
100,0
0,0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
8
Fontes: SPE/MF * Dados de dezembro de cada ano e para 2013, dado de janeiro
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Renda média
Inflação
As metas de inflação vêm sendo cumpridas desde 2004, ou seja, por nove anos
consecutivos, a inflação medida pelo IPCA tem ficado dentro do intervalo estabelecido pelo
Conselho Monetário Nacional. Em 2011, a inflação foi de 6,5% no limite superior da meta e
reduziu-se para 5,8% em 2012.
Inflação ao Consumidor - IPCA (% a.a.)
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3.2 Setor Monetário e Financeiro
Crédito
O volume de crédito do Sistema Financeiro Nacional atingiu o montante de R$ 2.367
bilhões em 2012, crescimento de 16,4% em relação ao ano anterior, com destaque para o
crédito habitacional, cujo incremento foi de 34,6% em 12 meses. Como proporção do PIB, o
estoque total de crédito passou de 49,1% em 2011 para 53,6% em 2012. Em 2002, esse
percentual era inferior a 25% do PIB.
Em 2012, deu-se continuidade ao processo de redução dos spreads bancários, juntamente
com a redução da inadimplência das famílias.
Operações de Crédito com Recursos Livres e Direcionados
(R$ bilhões e % do PIB)
Nas operações de crédito para pessoa física, destacam-se pelo crescimento e volume o
crédito automotivo, o crédito consignado e o crédito imobiliário.
Juros e spread
O spread bancário para pessoas físicas e jurídicas vem declinando no Brasil. No
primeiro segmento, o spread passou de 21,8 p.p. em janeiro de 2012 para 18,0 p.p. em
janeiro de 2013. Já para as pessoas jurídicas, a redução foi de 10,2 p.p. para 7,8 p.p. no
mesmo período.
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Spread Bancário: Pessoas Físicas e Jurídicas* (p.p.)
Os juros nominais e reais diminuíram.
Juros Reais e Nominais no Brasil (% a.a.)
Brasil: Taxa Real de Juros Ex-ante* (% a.a.)
* Taxa nominal (swap 360 dias) deflacionada pela mediana das expectativas de inflação
acumuladas para os próximos 12 meses. 2003-2012: 31 de dezembro de cada ano
** 2013: em 22 de março de 2013Fonte: Banco Central do Brasil Elaboração: M F
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3.3 Setor Público
Em 2012, a política fiscal foi capaz de combinar a ação contracíclica com a manutenção
da dívida pública em trajetória de queda e de aprimoramento do seu perfil.
Dívida pública
Os superávits primários, o crescimento mais elevado e a redução do pagamento de
juros têm contribuído para uma tendência declinante da Dívida Líquida do Setor Público em
proporção do PIB, a qual reduziu-se em 25,2 pontos percentuais nos últimos dez anos.
Também melhorou a composição da dívida pública federal. A parcela de títulos com
taxas flutuantes (Selic, principalmente) reduziu-se para 23% em fevereiro de 2013. Por outro
lado, a parcela de títulos prefixados somados a índices de preços, os quais garantem maior
previsibilidade para a gestão da dívida pública, atingiu 71,7%.
O prazo médio da Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) também registrou
avanços históricos. O prazo médio do estoque da DPMFi subiu para 4,0 anos, o maior valor da
série.
Dívida Líquida do Setor Público
(% do PIB)
65
60,4
60
54,8
55
50,6
50
48,4
47,3
45,5
45
42,1
39,2
36,4
38,5
40
35,2
35
30
2002
51
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Fonte: BCB
Déficit Público
A obtenção de superávits primários, junto com a redução do pagamento de juros, têm
contribuído para a manutenção do déficit nominal no patamar de cerca de 2,5% do PIB.
Resultado Fiscal do Setor Público
(% do PIB)
6,0
Nominal
Primário
4,0
2,0
3,22
3,27
3,72
3,79
3,20
3,31
3,42
2,00
2,77
3,11
-2,48
-2,61
2,38
(2,0)
-2,90
-4,45
-3,58
-3,63
-2,80
-2,04
-3,28
-2,47
-5,24
(4,0)
*/ Sem desvalorização cambial.
Fonte: BCB
(6,0)
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2007
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2009
2010
2011
2012
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Perfil dos gastos públicos
O resultado do Governo Central passou por mudanças consideráveis desde 2002,
graças à formalização da economia e ao foco na redução da desigualdade. O incremento da
receita líquida tem sido alocado para despesas com saúde e educação, transferências de
renda às famílias e investimento público.
Resultado do Governo Central: Acima da Linha (% do PIB)
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3.4 Setor Externo
Exportações, importações e balança comercial
Apesar da crise, que afetou a demanda pelas exportações brasileiras, o saldo da
balança comercial brasileira encerrou 2012 positivamente em US$ 19,5 bilhões.
Balança Comercial: 1994-2012 (em US$ bilhões)
280
280
260
260
240
240
220
220
200
200
180
180
160
160
140
140
120
120
100
100
80
80
60
60
40
40
20
20
0
0
Balança Comercial
Exportações
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
-20
1994
-20
Importações
Transações Correntes
O déficit em transações correntes do Brasil encerrou 2012 em US$ 54,2 bilhões.
Transações Correntes 1994-2012 (em US$ bilhões)
20
11,7
10
14,0 13,6
4,2
1,5
0
-1,8
-10
-7,6
-20
-18,4
-23,2
-25,3 -24,2
-23,5
-30
-30,5
-24,3
-28,3
-33,4
-40
-50
-47,3
Página 14 de 19
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
Prof. Eliezer Lopes
-54,3
2012
-52,5
-60
Economia Brasileira p/ EPPGG
Teoria e exercícios comentados
Prof. Eliezer Lopes – Aula 05
Transações Correntes 1994-2012
60
Lula
Metas de Inflação
e Câmbio Flutuante
Balança
comercial
40
II FHC
Metas de
Inflação
e Câmbio
Flutuante
Plano Real
US$ bilhões
20
Conta
corrente
0
-20
Serviços
-40
Rendas
Balança Comercial
Serviços
Rendas
Transf. Unilaterais
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
-60
Transações Correntes
Indicadores de Vulnerabilidade Externa
(% do PIB)
42,9
Dívida externa total
Reservas Internacionais
Transações Correntes
31,5
26,5
18,1
12,1 11,8
5,3
4,8
2,6
1,5
-0,5
-6,8
1974
Impacto do 1o
choque do
petróleo
14,9
12,7
-4,0
-6,0
1982
1987
Crise da dívida
externa
Moratória da
dívida externa
1998
Antes do regime
de câmbio
flutuante
-1,7
2008
Crise financeira
mundial
(subprime)
-2,0
2011
Situação Atual
(setembro/2011)
*/ Posição estimada para Setembro/2011.
Fonte: BCB Elaboração: MF/SPE
Taxa de Câmbio
A taxa de câmbio apresentou apreciação em 2011. O comportamento da taxa de juros, junto
com elevada liquidez internacional, contribuiu para essa evolução do câmbio. Em 2012 houve
ações deliberadas do Banco Central para desvalorizar o câmbio para um patamar de R$ 2 por
dólar.
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Taxa de Câmbio Nominal (RS/US$)
Reservas Internacionais
As reservas internacionais totalizaram US$ 376,5 bilhões até 25 de março de 2013,
cobrindo o total da dívida externa no ano (US$318 bilhões). Isso deixa o País em posição
confortável como credor externo líquido e resistente a crises.
Reservas Internacionais* (US$ bilhões)
4. QUESTÕES
I) A respeito das medidas contra os impactos da crise financeira de 2008 a 2009
adotadas pelo Brasil, julgue os itens seguintes:
1. Contrariamente ao que aconteceu durante as crises internacionais dos anos 1980 e
1990, em 2008-2009 as autoridades brasileiras adotaram medidas monetárias e fiscais
pró-cíclicas para enfrentar os efeitos da crise internacional sobre a economia brasileira.
2. A queda da arrecadação obrigou o governo a cancelar os investimentos programados
do PAC e reduzir o percentual de aumento do salário mínimo.
3. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a Política de Desenvolvimento
Produtivo (PDP) foram medidas econômicas lançadas pelo governo após a crise
financeira internacional.
4. Diante da queda no investimento privado, o PAC tornou-se importante instrumento
anticíclico ao longo de 2009.
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II) Sobre distribuição de renda no governo Lula, julgue os itens seguintes:
1. A redução da desigualdade de renda resultou exclusivamente da maior cobertura do
Bolsa Família.
2. No governo Lula, o aumento das transferências de renda contribuiu para reduzir a
desigualdade de renda, mas comprometeu a estabilidade fiscal.
3. Houve importante melhoria na distribuição da renda, com a queda no índice de Gini, e
significativa queda na proporção das famílias que vivem na pobreza.
4. Além do maior grau de cobertura dos programas de transferência de renda,
contribuíram para a melhor distribuição a geração de empregos formais e a política de
valorização do salário mínimo.
III) A respeito da crise financeira de 2008-2009, efeitos e medidas adotadas pelo
Brasil, julgue os itens seguintes:
1. Apesar da redução dos recolhimentos compulsórios pelo Banco Central, houve forte
desaceleração na concessão de crédito por parte dos bancos privados.
2. o impacto mais imediato do crash financeiro mundial de 2008 foi uma contração na
oferta de crédito no Brasil.
3. O Banco Central reduziu a taxa SELIC em setembro de 2008, após a quebra do Leman
Brother.
4. Em 2008-2009, diante da crise financeira internacional e da conseqüente saída de
capitais, o governo executou um ajuste fiscal para recuperar a confiança dos
investidores estrangeiros.
IV) Sobre a política econômica nos anos 2000, julgue os itens seguintes:
1. A aceleração do crescimento econômico e a melhora da distribuição de renda no
governo Lula resultaram principalmente da manutenção do tripé de política econômica
taxa flutuante de câmbio, regime de metas de inflação e superávits primários.
2. O governo Lula manteve rigidamente a política econômica do governo anterior: taxa
flutuante de câmbio, regime de metas de inflação e superávits primários.
3. Diante da necessidade de cumprir as metas de superávit primário, o governo não
conseguiu aumentar o investimento público.
4. Em 2008, o Brasil foi elevado à categoria de “grau de investimento” por parte das
principais agências internacionais de avaliação de risco.
V) Sobre o Programa de Aceleração do Crescimento, julgue os itens seguintes:
1. Apesar do PAC e outras iniciativas do governo com o objetivo para aumentar o
investimento, o crescimento no período 2006-2010 foi impulsionado pelo aumento do
consumo, sem aumento do investimento.
2. Não obstante as dificuldades de execução, o PAC contribuiu para a aceleração do
crescimento econômico e também para o aumento da taxa de investimento da
economia.
3. No início do segundo mandato do Presidente Lula, em 2007, as políticas federais na
área de investimento seriam reorganizadas, centralizadas e ampliadas, com a adoção
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
4. As desonerações do PAC foram ampliadas em 2008, por ocasião do lançamento da
Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP).
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VI) Sobre a evolução das contas externas nos anos 2000, julgue os itens seguintes:
1. A melhora nas contas externas e o acúmulo de reservas levou ao pagamento da dívida
junto ao FMI em 2008.
2. tanto o saldo comercial como o saldo em transações correntes permaneceram
superavitários no período de 2003 a 2010.
3. O saldo em transações correntes ficou superavitário em todos os anos do período de
2003 a 2008, passando a deficitário apenas em 2009, após a crise financeira
internacional.
4. A balança comercial apresentou superávits durante todo o período de 2001 a 2010.
VII) Sobre a política econômica e o desempenho da economia nos anos 2000, julgue
os itens seguintes:
1. A taxa de investimento aumentou de cerca de 16% em 2005 para 19% em 2008.
2. O crédito se expandiu fortemente no período 2003-2010, elevando-se de menos de
25% a cerca de 47% do PIB em 2010.
3. A expansão do crédito no período 2003-2010 baseou-se no aumento do crédito dos
bancos públicos, uma vez que o crédito originado pelos bancos privados quase não
aumentou.
4. A Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), lançada em 2008, foi o primeiro
programa de política industrial do governo Lula.
VIII) A respeito da crise financeira de 2008-2009, efeitos e medidas adotadas pelo
Brasil, identifique a opção falsa:
A. A ocorrência de vultosas perdas patrimoniais em algumas grandes empresas
brasileiras, decorrentes de operações com derivativos cambiais, foi um dos principais
efeitos colaterais da forte depreciação do real no final de 2008.
B. medidas de política monetária e financeira possibilitaram ao Brasil atravessar o pior
momento da crise de 2008 e 2009, sem nenhuma quebra de instituição bancária
nacional.
C. A redução no compulsório evitou o aprofundamento da crise e foi fundamental para
estimular a recuperação do ritmo de crescimento do crédito.
D. A crise internacional iniciada em 2008 validou a opção por acumular reservas, iniciada
em 2006.
E. Em 2009 a ação anticíclica motivou uma elevação da dívida líquida do setor público a
cerca de 43% do PIB, mas já em 2010 houve o retorno à tendência de queda.
IX. Contribuíram para minorar os efeitos da crise de 2008-2009 sobre a economia
brasileira e para determinar a rápida recuperação, exceto:
A. As políticas fiscais e monetárias anticíclicas
B. Expansão do crédito ao setor privado pelos bancos públicos
C. Elevado volume de reservas internacionais
D. A redução da taxa de juros pelo COPOM em setembro de 2008, após o agravamento da
crise.
E. A solidez do sistema bancário brasileiro.
X. Contribuíram para o crescimento no período 2004 a 2010, apoiado no mercado
doméstico e na expansão da demanda agregada, exceto:
A. Estímulos monetários e fiscais.
B. Aumento do investimento público, resultado do PAC e programas de política industrial
como PDP.
C. Programas de transferência de renda.
D. Aumento real do salário mínimo.
E. O programa de concessões de serviços públicos de aeroportos, rodovias e ferrovias ao
setor privado.
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XI. Sobre a política econômica e o desempenho da economia nos anos 2000,
identifique a opção correta:
A. O regime macroeconômico câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário foi
flexibilizado desde o início do governo Lula em 2003.
B. Em 2003, com objetivo de combater os efeitos da crise especulativa contra o Real, o
governo manteve a meta de superávit primário acordada com o FMI de 3,75% do PIB.
C. a partir de 2006, o governo brasileiro empreendeu uma política agressiva de aumento
nas reservas internacionais para atenuar as pressões pela apreciação do real e para
reduzir a vulnerabilidade externa da economia brasileira.
D. a opção por uma aceleração do crescimento induzida por políticas desenvolvimentistas
se demonstrou inconsistente com uma redução no tamanho da dívida pública em
relação ao PIB.
E. Em 2008, antes da crise, a taxa de investimento alcançou um patamar de 21% do PIB.
Gabarito
QUESTÕES
Item
I
II
III
IV
V
VI
VII
1
F
F
V
F
F
F
V
2
F
F
V
F
V
F
3
F
V
F
F
V
4
V
V
F
V
V
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VIII
IX
X
XI
V
Item
Item
Item
Item
F
F
C
D
E
C
V
F
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