XXXiX ConGResso PaRanaense de CaRdioLoGia

Propaganda
www.cardiol.br
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA
ISSN-0066-782X
Resumo
das
Volume 99, Nº 1, Supl. 1, Julho 2012
Comunicações
XXXIX CONGRESSO PARANAENSE
DE CARDIOLOGIA
CURITIBA - PR
REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA - Publicada desde 1948
Diretor Científico
Luiz Alberto Piva e Mattos
Cardiologia Intervencionista
Pedro A. Lemos
Epidemiologia/Estatística
Lucia Campos Pellanda
Editor-Chefe
Luiz Felipe P. Moreira
Cardiologia Pediátrica/Congênitas
Antonio Augusto Lopes
Hipertensão Arterial
Paulo Cesar B. V. Jardim
Editores Associados
Arritmias/Marcapasso
Mauricio Scanavacca
Cardiologia Clínica
José Augusto Barreto-Filho
Métodos Diagnósticos Não-Invasivos
Carlos E. Rochitte
Cardiologia Cirúrgica
Paulo Roberto B. Evora
Pesquisa Básica ou Experimental
Leonardo A. M. Zornoff
Ergometria, Exercício e
Reabilitação Cardíaca
Ricardo Stein
Primeiro Editor (1948-1953)
† Jairo Ramos
CONSELHO EDITORIAL
Brasil
Adib D. Jatene (SP)
Alexandre A. C. Abizaid (SP)
Alfredo José Mansur (SP)
Álvaro Avezum (SP)
Amanda G. M. R. Sousa (SP)
André Labrunie (PR)
Andrei Sposito (DF)
Angelo A. V. de Paola (SP)
Antonio Augusto Barbosa Lopes (SP)
Antonio Carlos C. Carvalho (SP)
Antônio Carlos Palandri Chagas (SP)
Antonio Carlos Pereira Barretto (SP)
Antonio Cláudio L. Nóbrega (RJ)
Antonio de Padua Mansur (SP)
Ari Timerman (SP)
Armênio Costa Guimarães (BA)
Ayrton Klier Péres (DF)
Ayrton Pires Brandão (RJ)
Barbara M. Ianni (SP)
Beatriz Matsubara (SP)
Braulio Luna Filho (SP)
Brivaldo Markman Filho (PE)
Bruce B. Duncan (RS)
Bruno Caramelli (SP)
Carisi A. Polanczyk (RS)
Carlos Alberto Pastore (SP)
Carlos Eduardo Negrão (SP)
Carlos Eduardo Rochitte (SP)
Carlos Eduardo Suaide Silva (SP)
Carlos Vicente Serrano Júnior (SP)
Celso Amodeo (SP)
Charles Mady (SP)
Claudio Gil Soares de Araujo (RJ)
Cleonice Carvalho C. Mota (MG)
Dalton Valentim Vassallo (ES)
Décio Mion Jr (SP)
Denilson Campos de Albuquerque (RJ)
Dikran Armaganijan (SP)
Djair Brindeiro Filho (PE)
Domingo M. Braile (SP)
Edmar Atik (SP)
Edson Stefanini (SP)
Elias Knobel (SP)
Eliudem Galvão Lima (ES)
Emilio Hideyuki Moriguchi (RS)
Enio Buffolo (SP)
Eulógio E. Martinez Fº (SP)
Evandro Tinoco Mesquita (RJ)
Expedito E. Ribeiro da Silva (SP)
Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP)
Fábio Vilas-Boas (BA)
Fernando A. P. Morcerf (RJ)
Fernando Bacal (SP)
Flávio D. Fuchs (RS)
Francisco Antonio Helfenstein Fonseca (SP)
Francisco Laurindo (SP)
Francisco Manes Albanesi Fº (RJ)
Gilmar Reis (MG)
Gilson Soares Feitosa (BA)
Ínes Lessa (BA)
Iran Castro (RS)
Ivan G. Maia (RJ)
Ivo Nesralla (RS)
Jarbas Jakson Dinkhuysen (SP)
João Pimenta (SP)
Jorge Ilha Guimarães (RS)
Jorge Pinto Ribeiro (RS)
José A. Marin-Neto (SP)
José Antonio Franchini Ramires (SP)
José Augusto Soares Barreto Filho (SE)
José Carlos Nicolau (SP)
José Geraldo de Castro Amino (RJ)
José Lázaro de Andrade (SP)
José Péricles Esteves (BA)
José Teles Mendonça (SE)
Leopoldo Soares Piegas (SP)
Luís Eduardo Rohde (RS)
Luiz A. Machado César (SP)
Luiz Alberto Piva e Mattos (SP)
Lurildo Saraiva (PE)
Marcelo C. Bertolami (SP)
Marcia Melo Barbosa (MG)
Marco Antônio Mota Gomes (AL)
Marcus V. Bolívar Malachias (MG)
Maria Cecilia Solimene (SP)
Mario S. S. de Azeredo Coutinho (SC)
Maurício I. Scanavacca (SP)
Mauricio Wajngarten (SP)
Max Grinberg (SP)
Michel Batlouni (SP)
Nabil Ghorayeb (SP)
Nadine O. Clausell (RS)
Nelson Souza e Silva (RJ)
Orlando Campos Filho (SP)
Otávio Rizzi Coelho (SP)
Otoni Moreira Gomes (MG)
Paulo A. Lotufo (SP)
Paulo Cesar B. V. Jardim (GO)
Paulo J. F. Tucci (SP)
Paulo J. Moffa (SP)
Paulo R. A. Caramori (RS)
Paulo R. F. Rossi (PR)
Paulo Roberto S. Brofman (PR)
Paulo Zielinsky (RS)
Protásio Lemos da Luz (SP)
Renato A. K. Kalil (RS)
Roberto A. Franken (SP)
Roberto Bassan (RJ)
Ronaldo da Rocha Loures Bueno (PR)
Sandra da Silva Mattos (PE)
Sergio Almeida de Oliveira (SP)
Sérgio Emanuel Kaiser (RJ)
Sergio G. Rassi (GO)
Sérgio Salles Xavier (RJ)
Sergio Timerman (SP)
Silvia H. G. Lage (SP)
Valmir Fontes (SP)
Vera D. Aiello (SP)
Walkiria S. Avila (SP)
William Azem Chalela (SP)
Wilson A. Oliveira Jr (PE)
Wilson Mathias Jr (SP)
Exterior
Adelino F. Leite-Moreira (Portugal)
Alan Maisel (Estados Unidos)
Aldo P. Maggioni (Itália)
Cândida Fonseca (Portugal)
Fausto Pinto (Portugal)
Hugo Grancelli (Argentina)
James de Lemos (Estados Unidos)
João A. Lima (Estados Unidos)
John G. F. Cleland (Inglaterra)
Maria Pilar Tornos (Espanha)
Pedro Brugada (Bélgica)
Peter A. McCullough (Estados Unidos)
Peter Libby (Estados Unidos)
Piero Anversa (Itália)
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA
Presidente
Jadelson Pinheiro de Andrade
Vice-Presidente
Dalton Bertolim Précoma
Diretor Administrativo
Marcelo Souza Hadlich
Diretora Financeira
Eduardo Nagib Gaui
Coordenadores do Conselho de Ações Sociais
Alvaro Avezum Junior
Ari Timerman
Presidentes das Estaduais e Regionais da SBC
Coordenadora do Conselho de Novos
Projetos
Glaucia Maria Moraes Oliveira
SBC/AM - Jaime Giovany Arnez Maldonado
Coordenador do Conselho de Aplicação de
Novas Tecnologias
Washington Andrade Maciel
Diretor de Relações Governamentais
Daniel França Vasconcelos
Coordenador do Conselho de Inserção do
Jovem Cardiologista
Fernando Augusto Alves da Costa
Diretor de Comunicação
Carlos Eduardo Suaide Silva
Coordenador do Conselho de Avaliação da
Qualidade da Prática Clínica e Segurança
do Paciente
Evandro Tinoco Mesquita
Diretor de Qualidade Assistencial
José Xavier de Melo Filho
Diretor Científico
Luiz Alberto Piva e Mattos
Coordenador do Conselho de
Normatizações e Diretrizes
Harry Correa Filho
Diretor de Promoção de Saúde
Cardiovascular - SBC/Funcor
Carlos Alberto Machado
Coordenador do Conselho de Educação
Continuada
Antonio Carlos de Camargo Carvalho
Diretor de Relações
Estaduais e Regionais
Marco Antonio de Mattos
Comitê de Atendimento de Emergência e
Morte Súbita
Manoel Fernandes Canesin
Nabil Ghorayeb
Sergio Timerman
Diretor de Departamentos
Especializados
Gilberto Venossi Barbosa
Diretor de Tecnologia da Informação
Carlos Eduardo Suaide Silva
Diretor de Pesquisa
Fernando Bacal
Editor-Chefe Arquivos Brasileiros de
Cardiologia
Luiz Felipe P. Moreira
Editor do Jornal SBC
Fábio Vilas-Boas Pinto
Coordenador do Conselho de Projeto
Epidemiológico
David de Pádua Brasil
Comitê de Prevenção Cardiovascular
Antonio Delduque de Araujo Travessa
Sergio Baiocchi Carneiro
Regina Coeli Marques de Carvalho
Comitê de Planejamento Estratégico
Fabio Sândoli de Brito
José Carlos Moura Jorge
Walter José Gomes
Comitê de Assistência ao Associado
Maria Fatima de Azevedo
Mauro José Oliveira Gonçalves
Ricardo Ryoshim Kuniyoshi
Comitê de Relações Internacionais
Antonio Felipe Simão
João Vicente Vitola
Oscar Pereira Dutra
SBC/AL - Alfredo Aurelio Marinho Rosa
SBC/BA - Augusto José Gonçalves de
Almeida
SBC/CE - Eduardo Arrais Rocha
SBC/CO - Hernando Eduardo Nazzetta (GO)
SBC/DF - Renault Mattos Ribeiro Junior
SBC/ES - Antonio Carlos Avanza Junior
SBC/GO - Luiz Antonio Batista de Sá
SBC/MA - Magda Luciene de Souza Carvalho
SBC/MG - Maria da Consolação Vieira
Moreira
SBC/MS - Sandra Helena Gonsalves de
Andrade
SBC/MT - José Silveira Lage
SBC/NNE - Aristoteles Comte de Alencar
Filho (AM)
SBC/PA - Claudine Maria Alves Feio
SBC/PB - Alexandre Jorge de Andrade Negri
SBC/PE - Silvia Marinho Martins
SBC/PI - Ricardo Lobo Furtado
SBC/PR - Álvaro Vieira Moura
SBC/RJ - Glaucia Maria Moraes Oliveira
SBC/RN - Carlos Alberto de Faria
SBC/RS - Justo Antero Sayão Lobato Leivas
SBC/SC - Conrado Roberto Hoffmann Filho
SBC/SE - Eduardo José Pereira Ferreira
SBC/SP - Carlos Costa Magalhães
SBC/TO - Adalgele Rodrigues Blois
PRESIDENTES DOS DEPARTAMENTOS ESPECIALIZADOS E GRUPOS DE ESTUDOS
SBC/DA - Hermes Toros Xavier (SP)
SBC/DCC - Evandro Tinoco Mesquita (RJ)
SBC/DCM - Orlando Otavio de
Medeiros (PE)
SBC/DFCVR - José Carlos Dorsa Vieira
Pontes (MS)
SBC/DCC/GECETI - João Fernando
Monteiro Ferreira (SP)
SBC/DHA - Weimar Kunz Sebba Barroso de
Souza (GO)
SBC/DCC/GEECABE - Luis Claudio Lemos
Correia (BA)
SBC/DIC - Jorge Eduardo Assef (SP)
SBC/DCC/GEECG - Carlos Alberto Pastore (SP)
SBC/DCC/CP - Estela Suzana Kleiman
Horowitz (RS)
SBC/SBCCV - Walter José Gomes (SP)
SBC/DECAGE - Abrahão Afiune Neto (GO)
SBC/SBHCI - Marcelo Antonio Cartaxo
Queiroga Lopes (PB)
SBC/DEIC - João David de Souza Neto (CE)
SBC/DERC - Pedro Ferreira de
Albuquerque (AL)
SBC/SOBRAC - Adalberto Menezes Lorga
Filho (SP)
SBC/DCC/GAPO - Daniela Calderaro (SP)
SBC/DCP/GECIP - Angela Maria Pontes
Bandeira de Oliveira (PE)
SBC/DERC/GECESP - Daniel Jogaib
Daher (SP)
SBC/DERC/GECN - José Roberto Nolasco
de Araújo (AL)
ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA
Volume 99, Nº 1, Julho 2012
Indexação: ISI (Thomson Scientific), Cumulated Index Medicus (NLM),
SCOPUS, MEDLINE, EMBASE, LILACS, SciELO, PubMed
Av. Marechal Câmara, 160 - 3º andar - Sala 330
20020-907 • Centro • Rio de Janeiro, RJ • Brasil
Tel.: (21) 3478-2700
E-mail: [email protected]
www.arquivosonline.com.br
SciELO: www.scielo.br
Departamento Comercial
Filiada à Associação
Médica Brasileira
Produção Gráfica e Diagramação
Telefone: (11) 3411-5500
deste suplemento:
e-mail: [email protected]
Novo Conceito Eventos
Produção Editorial deste suplemento:
SBC - Núcleo Interno de Publicações
Os anúncios veiculados nesta edição são de exclusiva responsabilidade dos
anunciantes, assim como os conceitos emitidos em artigos assinados são de
exclusiva responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a
opinião da SBC.
Material de distribuição exclusiva à classe médica. Os Arquivos Brasileiros de
Cardiologia não se responsabilizam pelo acesso indevido a seu conteúdo e que
contrarie a determinação em atendimento à Resolução da Diretoria Colegiada
(RDC) nº 96/08 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que atualiza
o regulamento técnico sobre Propaganda, Publicidade, Promoção e informação de
Medicamentos. Segundo o artigo 27 da insígnia, "a propaganda ou publicidade de
medicamentos de venda sob prescrição deve ser restrita, única e exclusivamente,
aos profissionais de saúde habilitados a prescrever ou dispensar tais produtos (...)".
Garantindo o acesso universal, o conteúdo científico do periódico continua
disponível para acesso gratuito e integral a todos os interessados no endereço:
www.arquivosonline.com.br.
APOIO
Resumo das Comunicações
XXXIX CONGRESSO PARANAENSE DE
CARDIOLOGIA
CURITIBA - PR
TEMAS LIVRES - 25/05/2012
APRESENTAÇÃO ORAL
26887
26889
Resultados imediatos e acompanhamento a médio prazo após oclusão
percutânea do apêndice atrial esquerdo em 100 pacientes com fibrilação
atrial não-valvular
Bioprótese-em-bioprótese (TAV-in-TAV) como opção terapêutica para
malposicionamento de valva aórtica percutânea
ENIO EDUARDO GUÉRIOS, STEFFEN GLOEKLER, MICHAEL SCHMID, AHMED
KHATTAB, PETER WENAWESER, STEPHAN WINDECKER e BERNHARD MEIER.
ENIO EDUARDO GUÉRIOS, STEFFEN GLOEKLER, THOMAS PILGRIM, STEPHAN
STORTECKY, LUTZ BÜLLESFELD, AHMED KHATTAB, CHRISTOPH HUBER,
BERNHARD MEIER, STEPHAN WINDECKER e PETER WENAWESER.
Bern University Hospital, Berna, XX, Suiça - CONCEPT - Centro de Cardiop. Cong.
e Estruturais do Paraná, Curitiba, , BRASIL.
Bern University Hospital, Berna, , Suiça - CONCEPT - Centro de Cardiop. Cong. e
Estruturais do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo (OAAE) surgiu como
Fundamento: Resultados insatisfatórios imediatos ou tardios após implante
percutâneo de valva aórtica (TAVI) podem ser devidos a disfunção estrutural da
bioprótese ou ao seu malposicionamento, embolização ou degeneração. Nestes
casos, uma estratégia terapêutica a ser considerada é o implante de uma segunda
prótese sobre a primeira (TAV-in-TAV). Métodos: Seis (1,4%) dentre 412 pacientes
submetidos a TAVI necessitaram do implante de uma segunda prótese (TAV-in-TAV)
para tratamento de um resultado inadequado consequente ao posicionamento
muito alto (n=4) ou muito baixo (n=2) da primeira prótese implantada. Resultados:
Cinco pacientes receberam o implante da segunda prótese no mesmo tempo do
primeiro implante, para manejo de embolização (n=4) ou de insuficiência aórtica
(IAo) severa decorrente de implante baixo da prótese (n=1). Um paciente realizou
TAV-in-TAV eletivamente um ano após o primeiro procedimento para tratamento de
IAo significativa. Todas as TAV-in-TAV foram realizadas com sucesso. A área valvar
aórtica média aumentou de 0,7±0,5 cm2 para 1,6±0,3 cm2 , e o gradiente transvalvar
médio caiu de 48,3±31,3 mmHg para 7,3±2,2mmHg após o implante da segunda
bioprótese. Observou-se uma IAo residual final grau 1 em 5 pacientes e grau 2 em 1
paciente. Dois pacientes necessitaram implantar marcapasso definitivo por bloqueio
átrio-ventricular total. Após 30-724 dias de seguimento, dois pacientes estavam em
classe funcional I (NYHA), e 4 em classe funcional II, não tendo havido alteração
significativa da área valvar média (1,47±0,31 cm2), do gradiente transvalvar (7,5±3,6
mmHg) nem do grau de IAo residual. Conclusão: A realização de TAV-in-TAV é
viável, leva a resultados funcionais imediatos favoráveis que parecem se manter
no seguimento a curto e médio prazos, e pode ser considerada como estratégia
terapêutica para tratamento de malposicionamento da primeira prótese implantada.
26894
27149
alternativa à anticoagulação oral (AO) para a a prevenção do acidente vascular cerebral
(AVC) em pacientes com fibrilação atrial não-valvular (FANV) e escore CHADS 2 >2.
Métodos: Cem pacientes consecutivos com FANV, contra-indicação à AO, escore
CHADS2= 2,6±1,3 e escore CHA2DS2-VASc=3,7±1,7 foram submetidos a OAAE
com implante do Amplatzer Cardiac Plug (ACP). Realizou-se seguimento clínico e
ecocardiográfico no mínimo 4 meses após o implante. Resultados: Todos os implantes
foram guiados apenas por angiografia. Em 66% dos casos, o acesso ao átrio esquerdo
foi feito por punção trans-septal; nos casos restantes, um forâmen oval patente (FOP) ou
uma comunicação interatrial (CIA) foram ultrapassados e ocluídos no final da intervenção.
O sucesso do procedimento foi de 98% (um insucesso por tamponamento cardíaco e um
por embolização da prótese,com suspensão da OAAE em ambos os casos), e as próteses
implantadas mediram 22,7±3,9mm (16-30mm). Dois pacientes receberam o implante de 2
próteses cada. Realizou-se no mesmo procedimento angioplastia coronariana em 25% dos
casos, oclusão de FOP ou CIA em 34%, e implante percutâneo de valva aórtica em 10%.
Houve 5 complicações maiores (o tamponamento e a embolização já referidos, 2 AVCs
transitórios e uma embolização com retirada percutânea da prótese seguida do implante
de um segundo ACP) e três menores (dois derrames pericárdicos sem tamponamento
e uma pequena CIA evidenciada no seguimento). Houve 1 óbito hospitalar após 6 dias,
não relacionado à intervenção. Todos os outros pacientes receberam alta sem AO. Após
seguimento de 27,7 pacientes-ano (73 pacientes) não houve AVCs nem embolizações
tardias de próteses. O AAE estava completamente ocluído em 97% dos casos. Seis
pacientes apresentaram evidência de trombo sobre a prótese, que desapareceram após
reinstituição de AO por 3 meses. Conclusão: OAAE com implante do ACP se associa a
um alto índice de sucesso, um índice aceitável de complicações e resultados promissores
a médio prazo, podendo ser considerada uma alternativa válida à OA na prevenção do
AVC em pacientes com FANV.
Implante percutâneo de valva aórtica para tratamento de degeneração de
prótese biológica em posição aórtica (TAV-in-SAV)
ENIO EDUARDO GUÉRIOS, THOMAS M. PILGRIM, PETER M. WENAWESER,
CRISTOPH HUBER, BERNHARD MEIER e STEPHAN WINDECKER.
Bern University Hospital, Berna, XX, Suiça - CONCEPT - Centro de Cardiop. Cong.
e Estruturais do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: O implante percutâneo de valva aórtica (TAVI) é uma alternativa
minimamente invasiva à cirurgia convencional que pode ser aventada como estratégia
terapêutica off-label em casos de degeneração de prótese biológica em posição aórtica
e alto risco cirúrgico para retroca valvar. Métodos: Seis pacientes (50% masculinos,
idade média=83,8±4,2 anos) com alto risco para cirurgia de retroca valvar (Euroscore
logístico= 21,6±8,5) foram submetidos a TAVI para tratamento de disfunção de prótese
biológica em posição aórtica (duas estenoses, duas insuficiências e duas duplas disfunções
de prótese) com implante da valva percutânea dentro da valva inicialmente implantada
via cirúrgica (TAV-in-SAV). Todos os pacientes estavam em classe funcional III (NYHA).
Resultados: Todos os procedimentos foram realizados com sucesso. Três próteses
Edwards Sapien foram implantadas por via transapical, e 3 próteses Edwards Sapien
XT, por via transfemoral. Após o procedimento, alcançou-se uma área valvar média
de 1,56±0,9 cm2, com um gradiente transvalvar residual de 17,0±8,6 mmHg. Em um
paciente, tratado por insuficiência de prótese grau IV, a área valvar final foi inferior a 1,0
cm2, porém clinicamente o paciente passou a ser assintomático.Todas as demais áreas
valvares finais foram maiores que 1,0 cm2. Em 4 casos não se evidenciou insuficiência
aórtica residual, e em 2, evidenciou-se uma insuficiência paravalvar grau I. Houve
apenas uma complicação vascular menor em um paciente tratado por via transfemoral.
Não houve óbito, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, sangramento
maior, complicação vascular maior ou comprometimento renal em nenhum paciente. No
seguimento de 30 dias (47,3±13,0 dias), 3 pacientes estavam em classe funcional I, e 3,
em classe funcional II (NYHA). Conclusão: Devido à sua característica minimamente
invasiva, TAV-in-SAV pode ser uma opção eficaz e mais segura que a retroca valvar no
tratamento de pacientes com disfunção de prótese biológica em posição aórtica e alto
risco cirúrgico. Deve-se considerar, entretanto, que o implante de valva sobre valva resulta
em menores áreas valvares efetivas ao final do procedimento.
1
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
Análise do perfil de risco de 93 pacientes de um ambulatório de saúde
CRISTIANO LORENZINI NOSKOSKI, RICARDO CUNHA, RAFAEL RECH, EULER
ROBERTO FERNANDES MANENTI, MARCIO LAUTERT BALBINOTTI, JULIANA
LORENZINI NOSKOSKI, LUCIANO MARCELO BACKES, KAREN RUSCHEL e
PATRÍCIA CRISTINA CARDOSO.
Hospital Mãe de Deus, Porto Alegre, RS, Brasil - Hospital de Clinicas, Curitiba,
PR, Brasil.
Fundamento: A doença cardiovascular pode manifestar-se sob diversas formas,
além do escore de risco de framingham(EF) devemos buscar agravantes de
risco(AR) que podem redimensionar o risco estimado pelo EF. Objetivo: Avaliar
prevalência dos fatores de risco (FR) pelo EF e dos AR em uma população de
ambulatório. Delineamento: Estudo observacional e transversal. Métodos: 93
pacientes preencheram questionário de história clínica e familiar e realizaram
exame clínico e lab., incluindo PA, peso, altura, IMC, circunferência abdominal,
exames laboratoriais( perfil glicêmico, CT, LDL,HDL , TG, PCR-as),ecocardio, ECG,
ecodoppler de carótidas, T. ergométrico, índice tornozelo braquial e escore de cálcio.
Resultados: Perfil dos pacientes por faixa etária ficou em média de 56,8 anos( 66,5%
M e 33,5% F); 64,5% estavam com Sobrepeso/obesidade; 43,0% sedentários; 21,5%
fumantes; 34,5% hipertensos dos quais 73,5% estavam em tratamento e 71,2%
tinham PA sob controle; 37,6% com dislipidemia, 21,4% com síndrome metabólica
e 6,4% com doença arterial coronariana. O EF avaliou o risco de DAC em 10 anos,
onde 69,5% dos pacientes tinham risco baixo(<10%), 13,5% risco médio( entre 10
e 20%) e 17,0% risco alto. Após cruzamento dos dados com os AR o percentual de
mudança de risco do EF foi de 51,0% de risco baixo para médio e de 78% do risco
intermediário para risco alto. Conclusão: A pesquisa de aterosclerose subclínica a
nível ambulatorial, através de exames e determinação dos AR, permite redimensionar
o risco estimado pelo EF e determinar condutas diferenciadas de tratamento para
os pacientes que tem seu risco modificado para alto risco.
Resumos Temas Livres
27243
27258
O estresse e as cardiopatias como fatores impeditivos da saúde do trabalhador
Metodologia ativa no processo de capacitação de enfermeiros no cuidado
com pacientes diabéticos
CLÁUDIA RIBEIRO DE VASCONCELOS.
UNIANDRADE, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A vida moderna gerou um aumento de situações de grande tensão
no trabalho e consequentemente maior incidência de doenças psicossomáticas,
estando o estresse ocupacional não como fenômeno novo, mas um novo campo
de estudo devido às patologias vinculadas ao trabalhador, como as cardíacas¹.
Objetivo: Destacar a emoção como importante fator agressor no desenvolvimento
de doenças ocupacionais, especificamente realizando um quadro entre fases
do estresse, somatização e coração. Métodos: Revisão bibliográfica mediante
leitura sistemática em livros-texto pertinentes à temática. Resultados: Paralelo ao
sedentarismo, obesidade, tabagismo, diabetes mellitus e hipertensão arterial está
o estresse como predisponente e precipitante de cardiopatias que por sua vez são
responsáveis, no mundo, por muitos óbitos, tornando-se significativo problema de
saúde pública. Metas absurdas, pressões constantes, riscos ocupacionais, trabalhos
em turno e noturno e desvalorização profissional são exemplos de fatores que
propiciam esta reação primitiva e tão danosa. O estresse é delimitado por quatro
fases.² Alerta, hormônios como adrenalima preparam o sistema nervoso para o
perigo, mas também perturbam a estabilidade do organismo, desencadeando
ansiedade. Resistência, prejuízos cognitivos são característicos e o corpo se
sente doente, embora não esteja, iniciando a fase “ruim”. Quase-exaustão, colapso
gradual do organismo dando espaço para o desenvolvimento de doenças mentais
e orgânicas. Exaustão, intensificação do quadro clínico e grande sofrimento tanto
psíquico quanto físico, tendo como consequência marcante o desenvolvimento de
doenças graves e crônicas, como as cardiopatias.³ Conclusão: É fundamental que
a Enfermagem relacione as emoções com o comprometimento clínico do coração,
capacitando-se para implementar ações em assistência à saúde do trabalhador.
Referências: ¹Ballone G, Ortolani IV, Neto EP. Da Emoção à Lesão: um Guia de
Medicina Psicossomática. 2 ed. Campinas: Manole, 2007. ²Lipp M, Rocha JC.
Pressão Alta e Stress. 2 ed. Campinas: Papirus, 2007. ³Knobel E. Coração... É
Emoção: A influência das Emoções sobre o Coração. São Paulo: Atheneu, 2010.
28113
Significado da hiperglicemia de admissão em síndrome coronariana aguda
MARCELO BETTEGA, PAULO ROBERTO FERREIRA ROSSI, ANIELE CRISTINE
OTT CLEMENTE, ANDRE DE CASTRO LINHARES, DEIZE CALDEIRA e
MIRNALUCI PAULINO RIBEIRO GAMA.
Hospital Universitário Evangélico de Curtiiba, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A associação de estados pré-diabéticos com risco cardiovascular
aumentado vem sendo alvo de grande interesse. A presença de hiperglicemia na
admissão em síndrome coronariana aguda sem que haja diagnóstico de diabetes
mellitus é chamada de hiperglicemia de estresse. Estudos sugerem que indivíduos
com hiperglicemia de estresse apresentam maior gravidade do evento isquêmico e
pior prognóstico cardiovascular. Objetivo: Determinar a prevalência de hiperglicemia
de estresse em pacientes admitidos por síndrome coronariana aguda e investigar
sua relação com perfil metabólico cardiovascular e extensão da necrose miocárdica.
Métodos: Estudo prospectivo em que 150 pacientes foram divididos com base na
glicemia de admissão e em glicemias de jejum no internamento em três grupos:
diabéticos, hiperglicêmicos de estresse e controles. Os grupos foram comparados
quanto à idade, sexo, tempo de internamento, óbito, glicemia de admissão, glicemia
de jejum, hemoglobina glicada, presença de hipertensão arterial sistêmica, colesterol
total, colesterol não-HDL, HDL, LDL, triglicerídeos, CK-MB massa, proteína C reativa
ultra-sensível. Os resultados foram analisados estatisticamente. Resultados: A
prevalência de hiperglicêmicos de estresse foi de 38%. Outros 36% eram diabéticos.
Não houve diferença entre os grupos quanto à idade, sexo, tempo de internamento,
óbito, presença de hipertensão arterial sistêmica, perfil lipídico e proteína C reativa
ultra-sensível (PCR). As glicemias de admissão (p<0,001), de jejum (p=0,007),
hemoglobina glicada (p<0,001) e CK-MB massa (p=0,021) foram significativamente
diferentes entre os grupos. A média da hemoglobina glicada dos hiperglicêmicos
de estresse, de 6,19%, demonstrou estarem em estado pré-diabético. A CK-MB
massa destes pacientes, com média 89,02 U/L, demonstrando extensão do evento
semelhante aos diabéticos (p=0,98). Conclusão: Hiperglicemia de estresse
apresentou prevalência de 38%. Não houve diferença entre os grupos quanto ao perfil
metabólico cardiovascular. A hiperglicemia de estresse apresentou-se em pacientes
em estado pré-diabético e associou-se à maior extensão de necrose miocárdica.
MARIA HELENA LEVISKI ALVES, e FERNANDA JACOBOSKI GASPARELLO.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: Cada vez mais buscam-se metodologias diferenciadas na área da saúde
para promover novas fórmulas de capacitar profissionais, deixando de lado os princípios
fragmentados e adotando técnicas mais completas para unir a teoria à prática. Por este motivo,
recorre-se as teorias inovadoras das quais a Metodologia Problematizadora vem se mostrando
bastante utilizada e adequada principalmente nos eventos voltados aos profissionais de saúde
(MARIN et. al, 2010). Acreditando ser o trabalho multi e interdisciplinar o melhor caminho a
ser trilhado na busca de otimização de recursos e ações para a qualificação do cuidado com
pacientes diabéticos o curso de Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica do Paraná
busca construir há dois anos um processo de capacitação de profissionais com a utilização de
metodologias ativas. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar a experiência vivenciada
deste processo em andamento, assim como suas etapas anteriores e os resultados alcançados
até o presente momento. A escolha do paciente diabético para esta abordagem decorreu da
incidência, prevalência e importância desta condição nos pacientes atendidos prioritariamente
na Atenção Primária. Os alunos do referido curso ao desenvolverem aulas práticas em campo
e estágios na área de Saúde Coletiva foram confrontados com situações que despertaram
a necessidade de buscar formas mais qualificadas de cuidado com pacientes diabéticos.
Buscou-se então delinear matérias, instrumentos e métodos capazes de capacitar profissionais
principalmente enfermeiros para o enfrentamento desta realidade. Justifica-se esta pesquisa
principalmente pela crença de que se a equipe responsável pelo cuidado se apresenta mais
qualificada para o trabalho, com certeza este cuidado também será desenvolvido de forma mais
adequada o que terá reflexos diretos nos níveis de qualidade de vida e saúde dos usuários dos
serviços da atenção primária e, portanto, o investimento em ações de promoção e prevenção
será possível com maior amplitude, devendo ser este, o objetivo primeiro da equipe de saúde,
deslocar o eixo do cuidado da doença para ações proativas de promoção da saúde e prevenção
do risco/danos. Resultados: O primeiro resultado obtido deste trabalho foi a apresentação de
uma revisão de literatura sobre educação continuada na enfermagem, em 2009. Na sequência, no
segundo semestre de 2010, realizou-se a produção do material para capacitação de enfermeiros
no cuidado com o paciente diabético com base na Metodologia da Problematização. Em 2011
o trabalho buscou desenvolver metodologias e instrumentos adequados para avaliação da
capacitação, relacionados com a utilização de metodologias ativas. Para o ano de 2012, planejase realizar capacitação com enfermeiros e posteriormente o trabalho será finalizado com a
avaliação do método a médio e longo prazo bem como descrição e publicação do trabalho.
28118
Análise comparativa do débito cardíaco de ratos transplantados com células
tronco-mononucleares de medula óssea e atividade física pós infarto do
miocárdio
JULIO CESAR FRANCISCO, RICARDO CUNHA, ROSSANA BAGGIO SIMEONI,
SIMONE COSMO, FERNANDO HINTZ GRECA, MARCIA OLANDOSKI, NELSON
ITIRO MIYAGUE e LUIZ CESAR GUARITA SOUZA.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL - Universidade
Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL - Universidade Positivo, Curitiba, BRASIL.
Fundamento: O treinamento físico tem sido amplamente utilizado como importante
ferramenta não farmacológica no manejo de doenças cardiovasculares. No entanto
resultados referentes à utilização da terapia celular e o treinamento físico no infarto
agudo do miocárdio ainda são controversos e poucos explorados. Objetivo: Analise
do débito cardíaco (DC) de ratos transplantados com células tronco mononucleares
da medula óssea associada á atividade física aquática pós infarto do miocárdio em
ratos. Métodos: Foram induzidos ao infarto do miocárdio, por meio de ligadura
da coronária esquerda 20 ratos Wistar. Após uma semana, os animais foram
submetidos à ecocardiografia para avaliação da fração de ejeção (FE,%) e dos
volumes diastólico e sistólico finais do ventrículo esquerdo (VDF, VSF, ml). Após
dois dias os animais foram reoperados, realizou-se o transplante das células-tronco
e foram divididos em dois grupos: sedentário infartado com células, (SDIc) (n 10)
e Treinado infartado com células (TRIc) (n 10). O treinamento físico foi iniciado 60
dias após o IAM e realizado em piscina adaptada durante 4 semanas. No inicio e
no final do protocolo treinamento físico forram realizados dosagens de lactato e
avaliação ecoradiograficas para determinação da função ventricular. Resultados:
Não houve diferença significativa entre os dois grupos quanto a FE, VDF e VSF
nos valores ecocardiográficos de base. Dois meses após o transplante, foram
observados aumento do DC no grupo SDIc (125,50 ± 20,46% para 281,88 ± 103,83%
P=0,056) e decréscimo do DC no grupo TRIc (170,6 ± 59,84% para 130,19 ± 32,62%,
P=0,008). Conclusão: Essa abordagem não farmacológica foi eficaz em atenuar
as disfunções cardíacas, hemodiâmicas e autonômicas nos animais submetidos a
isquemia em presença da terapia celular, o que provavelmente culminou no aumento
da sobrevida destes animais.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
2
Resumos Temas Livres
28130
28223
Assistência de enfermagem em ferida operatória de cirurgia cardíaca, pós
drenagem cirúrgica por osteomielite – um relato de caso
Biocompatibilidade do polímero da mamona (Pm) comparado ao titânio (Ti)
com vistas na utilização em dispositivo de assistência circulatória (K-Pump).
Estudo experimental em cobaias (Cavia Porcellus)
SOLANGE MEIRA DE SOUSA, DANIELE DE OLIVEIRA BICUDO, BIANCA
CRISTINA MOCELIN e MARIA LUIZA SEGUI.
Hospital de Clínicas - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A cirurgia cardíaca é um procedimento complexo, que necessita de cuidados
especiais, equipe capacitada para atendimento ao paciente e avaliação minuciosa em todo o período
perioperatório. No entanto, intercorrências eventualmente acontecem, dentre essas, deiscência e/
ou dificuldade de cicatrização da ferida operatória (FO) são comuns, necessitando atenção dos
profissionais envolvidos, principalmente na ocorrência de outras complicações como osteomielite.
Objetivo: Relatar o caso de paciente atendida no serviço de cardiologia de um hospital de ensino,
com deiscência de sutura pós revascularização do miocárdio (RVM), que progrediu para osteomielite,
e o acompanhamento por enfermeiras residentes em cardiovascular e enfermeira da unidade básica
de saúde. Delineamento: Relato de caso. Métodos: Estudo descritivo, enfoque na assistência
de enfermagem pós drenagem cirúrgica por osteomielite. Paciente do sexo feminino, 66 anos,
hipertensa, diabética, dislipidêmica e obesidade segundo IMC - índice de massa corporal - do idoso
(IMC: 36,3). Submetida à RVM em 2010, com complicações na FO após alguns dias da alta médica,
apresentando secreção e deiscência de sutura. Acompanhada por 8 meses pelo serviço de cardiologia,
com retornos periódicos, e encaminhada ao ambulatório de feridas do mesmo hospital, com FO em
processo de cicatrização. Em 2011 retorna com sinais de infecção, diagnosticada com osteomielite
crônica. Em fevereiro de 2012 foi submetida à drenagem cirúrgica da lesão. Resultados: O cuidado
de enfermagem foi sistematizado com atenção na FO pós drenagem cirúrgica por osteomielite, que
consistia em uma lesão de 3,5 cm de diâmetro e 4 cm de profundidade aproximadamente, leito da
ferida com média quantidade de exsudato, sem odor, sem necrose e exposição de tecido ósseo. A
limpeza da ferida foi feita com soro fisiológico 0,9% aquecido, na cavidade utilizou-se alginato de
cálcio como curativo primário, com troca a cada 48 horas e cobertura secundária com gaze, trocada
diariamente. Após 24 dias, paciente recebe alta médica, com melhora significativa da lesão: 2,5 cm
de diâmetro e 3 cm de profundidade aproximadamente, pouco exsudato, sem odor, sem necrose,
menor área de exposição óssea e tecido de granulação. Para a continuidade da assistência de
enfermagem, a paciente foi referenciada a uma unidade de saúde do município. Após 30 dias de alta
hospitalar, com a manutenção do curativo primário com alginato de cálcio e cobertura secundária com
gaze na unidade de saúde, a lesão evoluiu para 1 cm de diâmetro e 2 cm de profundidade, mínima
quantidade de exsudato, sem odor, sem necrose e sem visualização de tecido ósseo. Conclusão:
A assistência de enfermagem de forma científica contribuiu para melhor qualidade no atendimento
prestado, com individualização do cuidado e qualificação do papel do enfermeiro. A comunicação
entre os profissionais do hospital e unidade de saúde possibilitaram a continuidade do tratamento,
através do planejamento do cuidado centrado nas necessidades da paciente.
Instituto Denton Cooley de Pesquisas-CEVITA, Curitiba, PR, BRASIL - Faculdade
Evangélica do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Objetivo: Determinar se a reação tecidual do implante retroperitoneal do Polímero
de Óleo de Mamona (Pm) é significativa ou não por meio de análise histopatológica,
tendo como controle o implante de Titânio (Ti). Métodos: Este é um estudo
experimental, intervencionista e randomizado com 32 cobaias. Foram divididos em
4 grupos iguais e eutanasiados com 7, 20, 30 e 40 dias, após o ato cirúrgico. Foram
confeccionadas lâminas em HE e em Tricrômio de Masson. Para a comparação
entre os grupos, em relação às variáveis quantitativas das células inflamatórias
testou-se a hipótese nula de que os resultados para o material Pm são iguais aos
resultados para o material Ti, versus a hipótese alternativa de resultados diferentes.
Em relação a variável Fibrose, analisada de forma qualitativa dicotômica, foi
considerado o teste exato de Fisher. Para avaliar a diferença entre o Ti e o Pm em
cada grupo, foi considerado o teste binomial. Significância estatística com p<0,05.
Os dados foram analisados com o programa Statistica v8.0. Resultados: A análise
das variáveis quantitativas não mostrou diferença nas reações teciduais entre os
materiais (p>0,05). A análise da variável qualitativa também não mostrou diferença
entre as reações teciduais dos materiais (p>0,05). Conclusão: Não foi encontrada
significância estatística entre a reação tecidual do Pm e do Ti.
28257
28260
Efeito do ecocardiograma de estresse com dobutamina no assincronismo
septal de pacientes com função ventricular preservada
Angioplastia carotídea com Stent em único centro. Comparaçào dos Stents
de celdas abertas versus fechadas
ANA CRISTINA CAMAROZANO, MAURICIO ANTONIO DALLAGRANA, KENIA
URNAU e LUCIANO WERMELINGER DA FONSECA.
DANIEL ANIBAL ZANUTTINI, COSTANTINO ORTIZ COSTANTINI, SERGIO
GUSTAVO TARBINE, MARCOS A DENK, MARCELO DE FREITAS SANTOS e
COSTANTINO ROBERTO FRACK COSTANTINI.
Prolab-Centro Diagnostico Cardiológico, Curitiba, PR, Brasil - Instituto de Medicina
e Cirurgia do Parana, Curitiba, PR, Brasil.
Hospital Cardiológyco Costantini, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: Os mecanismos que contribuem para a alteração do segmento ST
durante o teste ergométrico e não se correlacionam com doença arterial coronariana
não são bem compreendidos. Objetivo: O propósito deste estudo é determinar o
efeito do ecocardiograma de estresse com dobutamina (ESD) no assincronismo
septal de pacientes sem disfunção ventricular e após teste ergométrico. Métodos
e Resultados: Foram estudados 255 pacientes com FE>45% referenciados para
ESD para avaliação de isquemia miocárdica e após terem se submetido ao teste
ergométrico.O retardo intraventricular Ts lateral-septal no repouso e durante o ESD
foi analisado e o assincronismo intraventricular foi definido como um Ts lateral-septal
>65ms. Pacientes sem assincronismo no repouso foram comparados com o grupo
com assincronismo. Cem pacientes (39%) apresentou assincronismo septal (sendo
a maioria desde o repouso). Bloqueio do ramo esquerdo foi encontrado em 30%
dos pacientes com assincronismo septal. O teste ergométrico foi positivo em todos
os pacientes pré ESD como critério de inclusão e o ESD foi positivo em apenas
15% destes casos com boa correlação com a angiocoronariografia. Conclusão:
Pacientes com assincronismo septal podem apresentar teste ergométrico positivo
sem doença arterial coronariana evidente. ESD pode avaliar esses pacientes com
assincronismo, identificando-o em repouso ou sob estresse.
3
KUBRUSLY, L F, YORGOS L S S G, SUCHARSKI, E E, SOBRAL, A C L, OLANDOSKI,
M, SANTANA, L H, FIGUEIREDO, M L S, SILVA, M P R, KASHIWAGUI, M N e
KUBRUSLY, F B.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
Fundamento: Recentes estudos comparando angioplastia carotídea com stent
com endarterectomia carotídea demonstraram resultados controversos. A baixa
experiência dos intervencionistas que realizaram a angioplastia foi a principal
limitação destes estudos. O número de procedimentos (pr) necessários para
alcançar um resultado ótimo é desconhecido. Objetivo: Avaliar os resultados de
angioplastia carotídea em único centro com significativo volume de pacientes (pts)
e realizada por cardiólogos intervencionistas experientes. Métodos: Nos últimos 10
anos (Novembro 2001/ Dezembro 2011), foram efetuados 319 pr consecutivos de
angioplastia carotídea com stent e sistema de proteção cerebral, em pts sintomáticos
e assintomáticos. Foram usados stents com celdas fechadas (Carotid Wallstent:
área 1,08 mm²) em 206 pr e stents com celdas abertas (Precise: área 5,8 mm²,
Protegé: área 10,7 mm², Acculink: área 11,4 mm², Tubulares: área > 5 mm²) em
113 pr. Os dados clínicos e demográficos não mostraram diferenças entre os 2
grupos. As complicações intra hospitalar e a 30 dias foram definidas como uma
taxa acumulativa de óbito, IAM o AVC. Resultados: Sucesso angiográfico foi em
99,7% dos procedimentos. As complicações hospitalar e a 30 dias foram 1,56%
(5 pts), incluindo mortalidade 0,31% (1 pt), AVC maior 0,62% (2 pts) e AVC menor
0,62% (2 pts). Considerando os grupos de stents ocorreram no grupo com stents
de celdas fechadas 2 eventos ( 0,97%) e no grupo de stents com celdas abertas 3
eventos (2,65%), p= NS. Conclusão: Os procedimentos realizados por cardiólogos
intervencionistas experientes, e com mais de 10 angioplastias carotídeas ao ano
apresentaram 1,56% de complicações intra hospitalar e a 30 dias, menor ao
publicado na literatura. A angioplastia carotídea com sistema de proteção cerebral e
com stents de celdas fechadas apresentou uma tendência a menor taxa de eventos.
Resumos Temas Livres
28263
Evolução clinica em pacientes com lesões de tronco de coronaria esquerda
tratados com CRM versus ICP com stents farmacologicos. Experiência de
um único centro
COSTANTINO ROBERTO FRACK COSTANTINI, DANIEL ANIBAL ZANUTTINI,
SERGIO GUSTAVO TARBINE, MARCOS A DENK, MARCOS HENRIQUE BUBNA,
MARCELO DE FREITAS SANTOS e COSTANTINO ORTIZ COSTANTINI.
Hospital Cardiológyco Costantini, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: Aproximadamente, 5 a 9% dos pacientes com aterosclerose coronária
apresentam lesão de TCE. A revascularização cirúrgica é considerada a primeira opção
terapêutica para estes pacientes quando comparado ao tratamento clinico. A Intervenções
Coronárias Percutânea (ICP) com implante de stents farmacológicos (SF) de forma eletiva
é uma alternativa viável e segura. Objetivo: Comparar os eventos cardíacos adversos
maiores (ECAM) incluindo mortalidade, AVC, IAM, revascularização vaso alvo (RVA)
hospitalar e no seguimento clínico, em pacientes (pts) com lesões de tronco de coronária
esquerda não protegido (TCE-NP), tratados em um unico centro, e no mesmo periodo,
com cirurgia de revascularização miocárdia (CRM) ou com ICP com SF. Métodos:
Estudo retrospectivo, observacional, unicêntrico, em que foram avaliados, entre Novembro
de 2003 a Dezembro de 2010, pts consecutivos com lesão de TCE-NP sendo 127 pts
submetidos a ICP com SF e 114 pts submetidos a CRM. Resultados: As caracteristicas
clinicas dos 2 grupos mostraram EuroScore ≥ 6 em 32% no grupo CRM e 49,5% no grupo
ICP (p=0,005). No grupo submetido a ICP, foram utilizados 2,6 SF/PT, sendo guiado por
ultrassom intracoronario em 92%. No grupo CRM, foi anastomosada a artéria mamaria
esquerda para DA em 80,7%, usadas 2 mamarias em 26,3%. Pontes por pacientes 2,84.
Evolução clinica intra hospitalar do grupo CRM vs ICP: Morte (4,38% vs 1,57%, p=0,19),
IAM (0,87% vs 0,78%, p=0,93), RVA (0,87% vs 0,78%, p= 0,93), AVC (2,6% vs 0% ,
p=0,06), ECAM (6,1% vs 1,57% , p=0,06). Trombose no grupo ICP 1,57%. Incidência de
mediastinite no grupo CRM 5,2% e reoperação 7,8%. Eventos no seguimento médio de
940 dias: Morte (12,8% vs 8%, p=0,22), RVA (10.1% vs 9,6%, p=0,89), ECAM (19,2% vs
15,2%, p=0,41). Trombose tardia no grupo ICP 0,8%. Conclusão: Em pacientes com
lesões de TCE-NP o tratamento com ICP com SF quando comparado a CRM na população
analisada, mostrou uma tendência a menor incidência de AVC e ECAM na fase hospitalar,
assim como equivalência dos eventos descritos no seguimento tardio.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
4
TEMAS LIVRES - 25 e 26/05/2012
APRESENTAÇÃO POSTER
26397
26416
Ganho ponderal como fator de risco para lesão renal aguda no pós-operatório
de transplante cardíaco
Conhecer o perfil antropométricos dos pacientes submetidos à
Revascularização do Miocárdio no Hospital do Coração em Londrina-PR
JOHNNY XAVIER DOS SANTOS, MARIA APARECIDA BATISTÃO GONÇALVES e
MARCIA CRISTINA DA SILVA MAGRO.
ANDRIELI BOTTON, THAIS DE MARTINI MELLO ALVES, ANNA CARLA MARANHA
SCAFURO e KATIA FAVORETO.
Instituto do Coração/HCFMUSP, São Paulo, SP, BRASIL - Universidade de Brasília
(UnB), Brasília, GO, BRASIL.
Hospital do Coração , Londrina, PR, BRASIL.
Fundamento: A manutenção do estado ideal de hidratação em pacientes com risco
de desenvolver lesão renal aguda (LRA) inclui um dilema relacionado à própria oferta de
líquidos adequada para assegurar perfusão renal. Objetivo: Verificar a influência do ganho
ponderal como fator predisponente da LRA no pós-operatório (PO) de transplante cardíaco
(TxC) e identificar a participação do enfermeiro no manejo do ganho volêmico perioperatório.
Delineamento: Estudo longitudinal, prospectivo. Métodos: Desenvolvido em um hospital
público do estado de São Paulo. Os dados foram coletados de agosto a dezembro de 2011. A
casuística composta de pacientes submetidos ao TxC. O acompanhamento ocorreu desde o préoperatório, PO imediato, 1º PO e 2º PO, sendo verificado o desfecho ao término da internação.
Foram incluídos pacientes sem história de lesão renal prévia de acordo com a classificação
AKIN e que não tenham sido submetidos a exames contrastados nas últimas 72 horas précirurgia e excluídos aqueles com histórico de Tx renal prévio; insuficiência renal crônica (taxa
de filtração glomerular < 60mL/min/1,73m2); amputação de algum membro; confusão mental.
Resultados: Dos 10 pacientes selecionados, um foi a óbito no centro cirúrgico, em dois o órgão
estava inadequado, quatro morreram por complicações pré-transplante e apenas três foram
acompanhados. Dentre os pacientes acompanhados, a maioria era homem (66,7%) e jovem
(42±11 anos) com índice de massa corpórea normal (22,3±2,6 kg/m2). 66,7% eram portadores
de hipertensão e 33,3% de diabetes. Todos tiveram tempo de circulação extracorpórea superior
a 120 minutos e 1 (33,3%) morreu. O ganho ponderal aumentou progressivamente na evolução
do PO. O tempo de intubação máximo foi de 27 horas e o tempo de internação máximo foi
de 14 dias. O débito cardíaco médio se mostrou mais elevado no PO imediato (8,8 L/min)
com tendência a diminuição na evolução dos POs. De acordo com a classificação AKIN, foi
verificado que o critério fluxo urinário identificou mais disfunção renal quando comparado ao
critério creatinina. O aumento do balanço hídrico (BH) assim como do ganho ponderal mostrou
relação com a piora da função renal. Conclusão: Sugere-se relação entre ganho ponderal e
a ocorrência de disfunção renal. Nesta perspectiva, o enfermeiro como norteador do processo
de ministração e eliminação volêmica pode colaborar no ajuste do BH e controle ponderal,
minimizando complicações do PO de TxC.
26811
26916
Relato de caso: insuficiência cardíaca e metabolismo tireoidiano
Doença renal crônica: morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares
ROGERIO ORLOW DE OLIVEIRA, LUCIANA DE PAULA MATIAS, CATARINE
OTTOBELI, ALDA LINHARES DE FREITAS BORGES, THALMA TIBÚRCIO
VENÂNCIO, JUTAY FERNANDO SILVA LOUZEIRO, LUCIANA BEATRIZ MENDES
GOMES e PAULO MONTIJO TAVEIRA.
VIVIAN FREITAS REZENDE BENTO, TATIANA LORENA DA LUZ KAESTNER,
DANDARA N SPIGOLON, AMANDA DE CASTRO BONATO FERREIRA e ROBERTO
F. PECOITS-FILHO.
Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, GO, BRASIL.
Fundamento: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica de caráter sistêmico
que ocasiona inadequado suprimento sanguíneo para atender necessidades metabólicas. A
manutenção da homeostase dos hormônios tireoidianos (HT) é necessária para uma função
cardiovascular normal. O hipotireoidismo subclínico (HS) se refere a níveis elevados de hormônio
estimulante da tireóide e níveis normais de tiroxina (T4). Métodos: Foi coletado um caso
clínico mediante aplicação de termo de consentimento livre e esclarecido, após terem sido feitas
orientações quanto ao sigilo da identidade. Relato do caso: DSR, 27 anos, sexo feminino,
casada, mãe de dois filhos. Cardiopata chagásica. Deu entrada no serviço de cardiologia em
25/12/11 apresentado dispnéia aos pequenos esforços, tosse hemoptóica, tontura, astenia, vômito,
edema em membros inferiores e distensão abdominal. Relatou início dos sintomas há 3 meses
que tiveram piora progressiva, sendo que a hemoptise havia começado há 3 dias. Ao exame
físico apresentava-se dispnéica e com mucosas hipocoradas. À ausculta, apresentava ritmo
cardíaco irregular, murmúrio vesicular presente, mas reduzido em base do pulmão esquerdo e
sem ruídos adventícios. Sua freqüência cardíaca era 82bpm e pressão arterial de 110x60mmHg.
A radiografia demonstrou cardiomegalia e congestão venosa. Foi feito o diagnóstico de IC
descompensada e ela foi internada. Exames posteriores revelaram TSH de 5,53uIU/mL e T4
livre de 1,2ng/dL,caracterizando HS. O Ecocardiograma demonstrou miocardiopatia dilatada de
grau importante, função sistólica global de ventrículo esquerdo deprimida, insuficiência mitral
moderada e insuficiência tricúspide discreta. No 16º dia de internação a paciente recebeu alta
com a seguinte prescrição: espironolactona, furosemida, AAS, losartana, carvedilol, digoxina e
levotiroxina. Discussão: Os HT atuam produzindo elevação geral do metabolismo basal do
organismo humano. Isso faz com que haja um maior consumo de oxigênio pelos tecidos, sendo
que o cronotropismo e o inotropismo, realizados por estes hormônios, são fundamentais para
este fim. No geral, eles provocam vasodilatação e aumento do débito cardíaco. A prevalência
do HS aumenta com a idade, é mais frequente em mulheres e foi associada com a presença de
elevados níveis de colesterol total, de LDL-colesterol e de proteína-C reativa, o que reforça o
papel do hipotireoidismo na aterogênese. Conclusão: Os HT possuem importantes funções
sobre o coração e a circulação, de forma que fica clara a evidência de que o HS é um fator de
progressão e descompensação de enfermidades cardíacas como a IC, estando diretamente
relacionado com a evolução e o prognóstico desses pacientes.
5
Fundamento: Um dos maiores problemas de saúde no mundo está sendo a
obesidade. Entretanto, o acréscimo de risco não está relacionado apenas com o
excesso de peso, mas principalmente com a distribuição de gordura, tornando-a
importante fator de risco no desenvolvimento da aterosclerose a qual tem como
tratamento a cirurgia de revascularização miocárdica (RM). Objetivo: O trabalho
teve como objetivo conhecer o perfil antropométrico dos pacientes submetidos à
Revascularização do Miocárdio no Hospital do Coração em Londrina-PR. Métodos:
Foi realizado estudo descritivo transversal em que participaram 64 pacientes
hospitalizados (46 homens e 18 mulheres), que seriam submetidos à RM. Foram
coletados dados de idade, peso, altura, circunferência da cintura (CC), circunferência
do abdômen (CA), circunferência do quadril (CQ) e foram realizados cálculos de
índice de massa corporal (IMC) e da relação cintura-quadril (RCQ). Resultados: Os
resultados indicaram uma idade média geral dos pacientes foi de 62 anos, sendo 60
anos para as mulheres e 65 para os homens, a média geral da CC foi de 97,2cm,
para as mulheres a média encontrada foi de 94,2cm e para os homens 98,3cm,
a média do IMC geral foi de 27,5kg/m2 , todavia as mulheres obtiveram um IMC
de 28,4kg/m2 e os homens de 27,2kg/m2, a RCQ geral foi de 0,96, sendo 0,84
para homens e 0,92 nas mulheres. Quando comparados os resultados dos sexos
verificou-se que os homens apresentaram um peso, altura e RCQ significativamente
(P<0,05) maior que as mulheres, já estas apresentaram a CQ significativamente
(P<0,05) maior que os homens, bem como maior IMC, no entanto o valor deste não
foi significativo (P>0,05). Conclusão: Concluímos que as variáveis antropométricas
avaliadas remetem há risco cardiovascular.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte em pacientes
com doença renal crônica (DRC). A identificação precoce da doença, bem como seus fatores
de risco, podem contribuir para alteração deste desfecho, permitindo a implementação de
estratégias preventivas. Objetivo: Identificar as causas da alta incidência de óbitos por DCV
em pacientes com DRC. Propor ferramentas de identificação precoce da doença por meio de
testes diagnósticos invasivos e não invasivos. Métodos: Estudo Explicativo. Foi realizada
uma revisão da literatura. Resultados: A DRC é fator de risco para DCV e também aumenta
o risco para eventos cardiovasculares. A doença arterial coronariana (DAC) é responsável pela
maioria dos eventos fatais. A alta prevalência de DCV se dá pela baixa utilização de drogas
cardioprotetoras, as quais possuem efeitos comprovados na população geral (estatinas, beta
bloqueadores, inibidores da enzima conversora da angiotensina, ácido acetil salicílico). Além
disso, há hipótese de que não sejam feitas as investigações necessárias para detecção precoce
da doença, bem como sua prevenção. Os fatores de risco clássicos da DCV com alto poder
aterogênico são obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes, história familiar positiva
para DAC precoce, tabagismo e idade. Estes contribuem de forma progressiva para o aumento
da DAC e suas complicações. Além destes existem os fatores de risco predisponentes a lesão
coronariana inerentes a condição urêmica (elevação da lipoproteína A, hiper-homocisteinemia,
aumento do estresse oxidativo, estado inflamatório, baixos níveis séricos de HDL, além
da sobrecarga volêmica associada à insuficiência renal). Desta maneira, a DRC participa
diretamente no processo de aterogênese, multiplicando o risco cardiovascular. O estadiamento
da doença renal, proteína C reativa e distúrbios do metabolismo mineral também constituem-se
em poderosos preditores de risco cardiovascular. A estratificação de risco é muito importante
para a prevenção, detecção e intervenção precoce. Esta pode ser feita por meio do histórico
do paciente, exame físico e por testes diagnósticos (exames laboratoriais, eletrocardiograma,
radiografia de tórax, ecocardiograma transtorácico, cintilografia de perfusão miocárdica,
ecocardiograma sob estresse farmacológico, angiotomografia e cineangiocoronariografia).
Conclusão: A elevada incidência e prevalência da DCV em pacientes com DRC pode ser
prevenida se o diagnóstico e as medidas cardioprotetoras forem implementadas precocemente.
Juntamente a estes, intervenção direta nos fatores de risco modificáveis são importantes.
Existem poucos estudos de estratificação de risco para DCV em pacientes com DRC.
Resumos Temas Livres
27152
27156
Lesão de Óstio de Tronco Coronariano Esquerdo em paciente classificada
inicialmente como baixo risco por Escore de Framingham
Perfil sócio econômico e clínico de pacientes Atendidos em um Hospital Geral
de Porto Alegre-RS
CRISTIANO LORENZINI NOSKOSKI, RICARDO CUNHA, JULIANA LORENZINI
NOSKOSKI, RAFAEL RECH, EULER ROBERTO FERNANDES MANENTI, MARCIO
LAUTERT BALBINOTTI, LUCIANO MARCELO BACKES, KAREN RUSCHEL e
PATRÍCIA CRISTINA CARDOSO.
CRISTIANO LORENZINI NOSKOSKI, RICARDO CUNHA, JULIANA LORENZINI
NOSKOSKI, RAFAEL RECH, EULER ROBERTO FERNANDES MANENTI, MARCIO
LAUTERT BALBINOTTI, LUCIANO MARCELO BACKES, KAREN RUSCHEL e
PATRÍCIA CRISTINA CARDOSO.
Hospital Mãe de Deus, Porto Alegre, RS, BRASIL.
Hospital Mãe de Deus, Porto Alegre, RS, Brasil - Hospital de Clinicas UFPR,
Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A investigação de Doença Coronariana Aterosclerótica em pacientes
sintomáticos(sintomas anginosos típicos) deve ser continuada, mesmo que o
risco calculado pela tabela de Framinghan seja baixo( <10%). Objetivo: Relatar
a importância da História clínica (sintomas) para determinar a continuação de
investigação no diagnóstico da doença aterosclerótica. Delineamento: Relato de
caso. Conclusão: O escore de Framingham é de fundamental importância para
determinarmos o risco cardiovascular dos pacientes, mas o julgamento clínico e
a análise de todos os parâmetros de risco devem também ser considerados na
decisão de prosseguir com a investigação da doença coronariana aterosclerótica.
Fundamento: Doenças cardiovasculares são as principais responsáveis pela
mortalidade na população geral no mundo ocidental. Identificar o perfil dos pacientes
atendidos é fundamental para elaborar ações de saúde. Objetivo: Descrever o perfil
socioeconômico e clínico dos pacientes atendidos no ambulatório de cardiologia.
Delineamento: Estudo transversal. Amostra: A amostra foi composta por 200
pacientes atendidos no ambulatório de cardiologia de um hospital geral da zona
sul de Porto Alegre. Métodos: Os dados foram coletados na primeira consulta dos
pacientes no ambulatório de cardiologia, no período de março a dezembro de 2010.
As informações foram registradas pela equipe em formulário específico, organizadas
em planilha Excel e analisadas por estatística descritiva através de freqüências
relativas e absolutas no programa SPSS 18.0. Resultados: : A avaliação do perfil
dos pacientes atendidos no ambulatório mostra que a prática da educação em saúde
é necessária para aumentar a aderência dos pacientes ao tratamento e reduzir os
riscos de doenças cardiovasculares.
27227
27232
Influência do nível sócio econômico, escolaridade, idade, conhecimento e
aderência no controle da anticoagulação oral
Estado nutricional e risco para doenças cardiovasculares de pacientes
atendidos em um posto de saúde da cidade de Maringá-Paraná
ANA PAULA NORBERTO SBALQUEIRO, LIZA YURIE TERUVA UCHIMURA e JOSE
CARLOS MOURA JORGE.
ALESSANDRA DE SOUZA FERNANDES, e FERNANDA CAMPANERUTTI
CALEGARI.
Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Curitiba, PR, BRASIL.
Centro Universitário de Maringá - CESUMAR, Maringá, PR, BRASIL.
Fundamento: Estudos relatam que um terço dos pacientes atendidos em centros
especializados apresenta controle ruim da anticoagulação e vários fatores podem
influenciar no controle. Objetivo: Analisar o perfil sócio econômico dos pacientes,
a aderência ao tratamento, seu conhecimento sobre anticoagulação oral, idade e
escolaridade e correlacionar com o controle da anticoagulação. Métodos: Estudo
transversal, utilizando questionário aplicado aos pacientes atendidos no ambulatório
de anticoagulação da Santa Casa de Curitiba, entre Janeiro e Novembro de 2008.
Foram incluídos pacientes com no mínimo seis meses de acompanhamento e
coletados dados sobre escolaridade, idade, classe sócio econômica, aderência e
conhecimento sobre anticoagulante oral. Comparamos estatisticamente os grupos
de controle da anticoagulação (adequado e inadequado) com as variáveis citadas.
Resultados: Foram avaliados 202 pacientes, a maioria do sexo feminino (51,9%),
com média de idade de 57 anos; não observamos significância estatística entre idade
e sexo com controle de anticoagulação. Observamos que apenas 21,2% dos paciente
tiveram controle adequado, definido como mais de 70% dos exames laboratoriais em
nível terapêutico. Pouco menos de 10% dos pacientes disseram-se analfabetos e a
maioria (60,3%) não completou o ensino fundamental. Não houve diferença estatística
comparando escolaridade e controle de anticoagulação. Em relação à freqüência
em consultas, apenas 5% dos pacientes realizaram 6 ou mais consultas e a maioria
compareceu em 3 consultas em 6 meses. Aderência adequada foi verificada em 58,4%
dos pacientes, dos quais 25,4% tiveram controle adequado da anticoagulação. Também
não foi verificado diferença estatística entre aderência e controle da anticoagulação. A
maioria dos pacientes pertence à classe social C (62,3%) e comparando com controle
anticoagulação não houve diferença significativa. O conhecimento dos pacientes sobre
anticoagulante oral não teve correlação estatística com controle da anticoagulação.
Conclusão: Nenhuma das variáveis foi estatisticamente significante com o controle
da anticoagulação. O reduzido número de consultas pode ter influenciado no controle
ruim da anticoagulação.
Fundamento: A obesidade vem crescendo substancialmente, principalmente
nos grandes centros urbanos, seu crescimento tanto em países desenvolvidos
quanto em desenvolvimento foi considerado alarmante. O aumento das doenças
cardiovasculares no último século originou em uma busca pelos fatores de risco
relacionados ao seu desenvolvimento. Objetivo: O objetivo do trabalho foi avaliar o
estado nutricional e o risco para doenças cardiovasculares de pacientes atendidos
em um posto de saúde da cidade de Maringá-Paraná. Delineamento: O presente
estudo foi transversal, retrospectivo, realizado a partir de prontuários de indivíduos
adultos e idosos, de ambos os sexos. Métodos: A avaliação do estado nutricional
foi realizada por meio do IMC. O estado nutricional dos adultos foi determinado
pela classificação preconizada pela OMS (1997). E o estado nutricional dos idosos
foi determinado, segundo pontos de corte recomendados pela OPAS (2002). Para
avaliar o risco para doenças cardiovasculares foi utilizada a medida da circunferência
da cintura. O risco foi determinado de acordo com os valores propostos pela OMS
(2000). Foram utilizados 118 prontuários. Destes 106 eram adultos e 12 idosos. Dos
indivíduos adultos, 17 eram do sexo masculino e 89 do sexo feminino. Dos indivíduos
idosos 3 eram do sexo masculino e 9 do sexo feminino. Resultados: Nos resultados
obtidos segundo o estado nutricional, o excesso de peso prevaleceu entre os adultos,
atingindo 38,4%. Já os idosos, 63,2% apresentaram obesidade. A análise referente
à circunferência da cintura mostrou que os idosos apresentaram maior frequência de
risco aumentado para doença cardiovascular, em relação aos adultos. Observou-se
ainda que os homens apresentaram maior frequência de obesidade e as mulheres
apresentaram maior prevalência de risco aumentado para doença cardiovascular.
Conclusão: Os resultados ressaltam a necessidade de programas de intervenção.
A população deve ser conscientizada quanto às conseqüências ocasionadas pelo
sedentarismo e hábitos alimentares inadequados.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
6
Resumos Temas Livres
27240
27254
Conversando com o paciente cirúrgico cardíaco no pré-operatório: a visita de
enfermagem fazendo a diferença
Políticas públicas de saúde voltadas a promoção da saúde nas doenças
cardiovasculares
CLÁUDIA RIBEIRO DE VASCONCELOS.
GLEIDSON BRANDAO OSELAME, CRISTIANE OSELAME.
UNIANDRADE, Curitiba, PR, BRASIL.
Centro Universitário Campos de Andrade, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A iminência da cirurgia cardíaca é capaz de desencadear sofrimentos
subjetivos como medo e pavor terríveis que somada à internação na UTI, pode precipitar
reações emocionais ainda mais intensas no paciente, tornando-se uma celeuma.¹
Objetivo: Destacar orientações de Enfermagem ao paciente cirúrgico cardíaco como
fundamentais no pré-operatório. Métodos: Revisão de literatura utilizando-se livrostexto e periódicos da internet. Resultados: Por ser vista como um local destinado
a doenças graves e aos doentes graves, a UTI remete ao paciente a concepção de
dor e morte, gerando questionamentos sobre possibilidades de cura sequer tangíveis
pela razão. A Enfermagem, devido à interação consistente e frequente com o paciente
no perioperatório, detém a oportunidade para implementar ações humanizadas,
valendo-se de uma terapêutica educativa e preventiva, conversando com o paciente
sobre expectativas, medos e dúvidas.² A participação do paciente é mais ativa quando
orientado e acolhido na visita pré-operatória de Enfermagem bem como podem ser
mínimas as complicações no pós-operatório.³ Cuidar vai mais além da técnica, é auxiliar
em momentos difíceis, mantendo-se presente, disponível e solidário. Palavras e gestos
genuínos transmitem conforto e encorajamento, reduzindo a ansiedade e aumentando
a dignidade. Conclusão: Cabe à Enfermagem compreender a orientação como um
valioso instrumento para a humanização da assistência perioperatória, garantindo o
enfrentamentamento e adesão ao tratamento. Referências: ¹Bird B. Conversando com o
paciente. 2 ed. São Paulo: Manole; [data desconhecida]. ²Baggio MA, Teixeira A, Portella
MR. Pré-Operatório do Paciente Cirúrgico Cardíaco: A Orientação de Enfermagem
fazendo a Diferença. Revista Gaúcha de Enfermagem [periódico da internet]. Fev. de
2001 [Acesso em 10/03/2012]; 22(1): [18]. Disponível em: < a href=”http://pt.scribd.
com/doc/61550131/Humanizacao-no-pre-operatorio-da-Cirurgia-Cardiaca”>http://
pt.scribd.com/doc/61550131/Humanizacao-no-pre-operatorio-da-Cirurgia-Cardiaca.
³Grittem L, Méier MJ, Gaievidz, AP. Visita pré-operatória de enfermagem: Percepções
dos enfermeiros de um hospital de ensino. Cogitare enfermagem [periódico da internet].
Fev. de 2007 [Acesso em 10/03/2012]; 11(3): [7]. Disponível em: http://ojs.c3sl.ufpr.br/
ojs-2.2.4/index.php/cogitare/article/view/7311/5243.
Fundamento: As transformações socioeconômicas redesenharam o perfil de
morbimortalidade da população, aumentando os casos de doenças crônicas
degenerativas. Destaque maior as DCV, quarta causa de internamentos no Sistema
Único de Saúde, representando cerca de 500 mil óbitos/ano1. Objetivo: Discutir às
intervenções de promoção da saúde voltadas a prevenção de DCV. Delineamento
metodológico: Trata-se de revisão bibliográfica de caráter descritivo-discursivo
utilizando as principais bases de dados em saúde. Resultados: A atenção básica
e a promoção da saúde tornaram-se a principal ferramenta para a materialização
das políticas de saúde junto à comunidade, agregada a estratégia de saúde da
família, visando o combate dos fatores de risco e ao processo de capacitação da
comunidade na melhoria da sua qualidade de vida e saúde2. Exemplo recente temse o Programa Saúde nas Escolas, na qual a abordagem educativa e preventiva se
desenvolve precocemente, construindo uma cultura em que os sujeitos envolvidos
tenham por si só condição de promover saúde e consequentemente, reduzam
no futuro próximo os indicadores negativos relacionados às DCV. Conclusão:
: investimentos na implementação e concretização de políticas de promoção,
proteção e recuperação da saúde na construção de um modelo de atenção à saúde
que priorize ações de melhoria da qualidade de vida dos sujeitos e coletivos. A
efetividade das ações depende da superação da promoção da saúde com focalização
de políticas para segmentos menos favorecidos economicamente. Referências: 1.
BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de cadastramento e acompanhamento de
hipertensos e diabéticos. Disponível em: << a href=”http://hiperdia.datasus.gov.br/”
target=”_blank”>http://hiperdia.datasus.gov.br/ acesso em: 20-02-12. 2. FARINATTI,
P.; FERREIRA, M. S. Saúde, promoção da saúde e educação física - conceitos,
princípios e aplicações. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2006.
27255
27314
Fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não
transmissíveis em mulheres
Indice inflamatório da dieta de uma equipe de atletas amadoras de voleibol
DENISE KAWSKI PORCIUNCULA, IVONE MAYUMI IKEDA MORIMOTO.
LYDIANA POLLIS NAKASUGI.
Pontificia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Centro Universitário de Maringá - Cesumar, Maringá, PR, BRASIL.
Fundamento: O índice inflamatório da dieta (IID), estruturado e validado por Cavicchia et
Fundamento: Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (2005), das 35
milhões de pessoas que morreram em 2005 por DCNT, metade eram menores de
70 anos e 50% eram mulheres, em 2006 no Brasil foi a principal causa de óbitos
(BRASIL, 2009). O estilo de vida sedentário, o tabagismo a hipertensão arterial, a
dislipidemia e o excesso de peso compõem um conjunto de fatores para as doenças
crônico-degenerativas, sendo considerado o principal problema de saúde pública
nos dias atuais (SANTOS; CESAR; MALTA, 2010). Objetivo: Este estudo teve
por objetivo analisar a prevalência dos fatores de risco para o desenvolvimento de
doenças crônicas não transmissíveis em mulheres do município de Maringá-PR.
Delineamento e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com coleta de dados
através de um questionário face a face e realização das medidas antropométrica
com 49 funcionárias de uma fábrica na cidade de Maringá-PR. Resultados: Foi
observado que a prevalência de uma, duas, três ou mais doenças crônicas foi de
32,7%, 6,1% e 2,0% respectivamente. Analisando os fatores de risco não houve
associação da presença deste com as doenças, porém, cabe ressaltar que as
doenças crônicas não transmissíveis foram predominantes em mulheres sedentárias,
etilistas, que adicionavam sal as refeições, que apresentavam excesso de peso e
risco cardiovascular segundo circunferência da cintura. As mulheres com DCNT
se auto- avaliaram com a regular ou ruim. Conclusão: A partir destes resultados
conclui-se que a presença de doenças crônicas em mulheres é evidente. A mudança
no estilo de vida faz se necessária para que ocorra diminuição dos fatores de risco
associados e para que assim, consequências futuras possam ser evitadas.
7
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
al, em 2009, destina-se à avaliação do potencial inflamatório da dieta por meio da análise de
registros alimentares. Durante a prática de atividade física são produzidas espécies reativas
de oxigênio, portanto, o estresse oxidativo e pode ocorrer como consequência a fadiga, lesões
musculares, inflamações internas e queda da imunidade. Objetivo: Este estudo objetivou
avaliar a aplicabilidade do índice inflamatório da dieta de jogadoras de voleibol da categoria
amador. Delineamento: Trata-se de um estudo observacional quantitativo realizado junto
a jogadoras de voleibol da categoria amador, entre 20 anos e 60 anos, integrantes de uma
equipe da cidade de Curitiba-PR e que realizavam treinos 2h/dia, duas vezes por semana.
Foram excluídas do estudo atletas que apresentavam doenças crônicas não transmissíveis,
intolerâncias, alergias alimentares ou qualquer patologia que exigisse dieta especial ou
modificação da dieta normal. Métodos: Os dados coletados foram idade, peso, altura, índice de
massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC) e três recordatórios de 24h (R24h) dentro
do mesmo mês, sendo dois de dias típicos e um de dia atípico. Para cálculo do IID foi utilizada
a metodologia de Cavicchia. As dietas foram classificadas em potencialmente anti-inflamatória
(DPAI), para valores maiores que zero e potencialmente pró-inflamatória (DPI), para valores
menores que zero. Resultados: Aceitaram participar deste estudo 8 atletas pertencentes à
equipe, dentre as quais, 5 dietas foram classificadas como DPI. Ao avaliar o IMC e classificação
da CC destas, observou-se que houve casos de atletas eutróficas com DPI (n=4), e também
casos em que a classificação DPAI foi encontrada em atletas com sobrepeso (n=1) e obesidade
(n=1). Valores médios de subescores de itens anti e pró-inflamatórios, respectivamente, foram
701,8 e -459,4 no Grupo DAI; e 563,6 e -776,1 no grupo DPI. Embora existam na dieta do grupo
DPI itens anti-inflamatórios, a quantidade de itens pró-inflamatórios se sobrepõem, levando à
classificação como DPI. Os itens anti-inflamatórios mais frequentemente presentes foram café,
pão integral (fibras), frutas e verduras/ legumes, sendo que o consumo destes dois últimos
grupos alimentares foi abaixo da recomendação para brasileiros. O café foi o único alimento
presente em todas as dietas avaliadas. Frutas, verduras e legumes apareceram em 7 das 8
dietas e pão integral em 5 relatos. Chá verde, vinho, cerveja, licor e soja (fonte de isoflavonas)
tiveram raro consumo e outros como gengibre, açafrão e cúrcuma não constavam nas dietas.
Não foi observado, neste estudo, relação de DPI com a CC e IMC aumentados, porém houve
uma tendência a consumo mais elevado de calorias, carboidrato, colesterol, gorduras totais e
saturada e neste grupo. Conclusão: O IID pode orientar a intervenção nutricional no sentido
da inclusão de alimentos potencialmente anti-inflamatórios na dieta.
Resumos Temas Livres
27357
Avaliação de arritmias em cães com ou sem oclusão temporária coronariana
- estudo experimental
HÉLCIO GIFFHORN, ANA CLAUDIA ARAUJO DOS SANTOS GIFFHORN.
Clínica Cardiológica Giffhorn, Curitiba, PR, BRASIL.
27359
Fator ativado recombinante VII em cirurgia cardíaca
HÉLCIO GIFFHORN.
Clínica Cardiológica Giffhorn, Curitiba, BRASIL - Hospital Pilar, Curitiba, BRASIL.
Fundamento: A oclusão coronariana temporária (OCT) em cirurgias de
revascularização do miocárdio sem circulação extra-corpórea apresenta fenômenos
de isquemia e reperfusão. Estes eventos podem precipitar a ocorrência de
arritmias ventriculares. Estudou-se estes fenômenos em cães com utilização de
precondicionamento através da administração de tartarato de metoprolol. Objetivo:
O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a presença de arritmias ventriculares
após oclusão (ligadura temporária – GRUPO A) ou não (utilização de dispositivo
intraluminal (DILT) – GRUPO B) da a. paraconal interventricular (APCI) em cães.
Utilizou-se a normotermia. Métodos: Utilizou-se 16 cães mestiços, ambos os sexos,
peso entre 09 e 20kg (m.=16,6kg), oriundos do Canil Municipal de Curitiba. Os
cães foram submetidos a anestesia geral endovenosa (thionembutal), ventilação
mecânica ,toracotomia mediana transesternal e administrado tartarato de metoprolol.
11 cães foram do GRUPO A (68,75%) e 05 do GRUPO B (31,25%). O tempo de
isquemia coronariana foi de 19 a 25 minutos (m.= 20,5 minutos). Utilizou-se para
análise variáveis quantitativas (teste não-paramétrico de Mann-Whitney) e variáveis
qualitativas dicotômicas (teste exato de Fischer); quando dentro do mesmo grupo,
teste binomial.Considerou-se p < 0,05. Resultados: O diâmetro da APCI foi de 1,25
a 2,00mm (m.= 1,48 mm) (p = 0.743). As arritmias ventriculares observadas nos dois
grupos foram a fibrilação ventricular (FV) (06-37,5%), extra-sistolia ventricular (EXSV)
(03-18,75%), taquicardia ventricular (TQV) (01-6,25%) e bloqueio atrioventricular
total (BAVT) (02-12,5%). Comparado-se os grupos A e B, durante a oclusão a FV
apresentou p = 0.063. No período de reperfusão, os grupos A e B apresentaram
para a FV (p = 0.596) e TQV (p = 0.357). Conclusão: Na análise estatística não
houve diferença estatística entre os Grupos A e B, havendo uma tendência a maior
ocorrência de arritmias no grupo A em corações de cães submetidos a isquemiareperfusão em período de normotermia. A TQV foi a que se apresentou com p = 0.357.
Fundamento: Um distúrbio de coagulação generalizado associado a uma
hemorragia maciça no pós-operatório imediato (POI) de cirurgia cardíaca é um
evento catastrófico cuja causa não é completamente entendida. A utilização
de fator ativado recombinante VII (FAC VII) em cirurgia cardíaca é controverso
pelo risco de complicações trombóticas. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi
o de avaliar um caso em que foi utilizado o FAC VII no POI de uma operação de
revascularização do miocárdio (ORM). A indicação do uso do FAC VII ainda é para
casos de hemofilia, estando os demais em indicações fora de bula. Delineamento:
Relato de caso, retrospectivo e estudo observacional com revisão de literatura.
Métodos e Pacientes: Paciente MMH, 48 anos, masculino, com quadro de
angina instável seguido por PCR.Submetido a ORM (24/01/2009) com ponte de
safena para a . DP da a . CD (aneurisma de a . CD). O tempo de CEC foi de 73
minutos. Os achados intra-operatórios foram de trombose e presença de placa
aterosclerótica local. Colocação de BIAo no centro-cirúrgico. Evoluiu no POI
com quadro de choque cardiogênico, edema cerebral e hemorragia importante,
necessitando de politransfusão de hemoderivados. Resultados: Houve hemorragia
no POI severa. No primeiro dia ocorreu a drenagem de 1950ml e politransfusão
(2180ml papa hemáceas, 1780ml de plasma fresco, 821 ml de plaquetas e 209ml de
crioprecipitado); no segundo dia de POI, por volta da 35ª hora, decidiu-se administrar
240 UI de FAC VII. Ocorreu diminuição significativa da drenagem: segundo dia
(800ml), terceiro dia 400ml e quarto dia 100ml. Não evidenciou-se oclusão da ponte
de safena no POI. Não ocorreram alterações significativas da coagulação durante
o período de POI. Conclusão: A administração do FAC VII foi fator decisivo para
a interrupção da hemorragia neste POI. Não houve necessidade de reoperação.O
custo da medicação deve ser balanceada contra os da utilização de hemoderivados.
Os trabalhos em foram utilizados o FAC VII em cirurgia cardíaca ainda carecem de
padronização da medicação.
27361
27400
Hipertensão arterial pulmonar severa - o que estamos fazendo?
Mediastinite descendente e traqueostomia em POI de cirurgia cardíaca
HÉLCIO GIFFHORN.
HÉLCIO GIFFHORN.
Clínica Cardiológica Giffhorn, Curitiba, PR, BRASIL.
Clínica Cardiológica Giffhorn, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) apresenta-se decorrente
de várias patologias (idiopáticas ou secundárias). O tratamento clínico específico
baseia-se em algoritmos que incluem pacientes em classes funcional III e IV
(NYHA). Objetivo: O objetivo deste trabalho foi o de reavaliar a condução clínica e
terapêutica clínica pela pouca disponibilidade de transplantes para estes pacientes
(pulmão ou coração-pulmão). Delineamento: Série de casos, estudo observacional,
retrospectivo. Métodos: No período de 2003 a 2011, 05 pacientes foram avaliados
com HAP, 03 femininos (60%), com idades entre 03 e 71 anos. Três apresentavam
etiologia congênita (60%) e o diagnóstico foi ecocardiográfico (60%). A HAP
foi considerada severa por sua classe funcional (NYHA) ou pela apresentação
de síndrome de Eisenmenger (SE). Foram realizados análises quantitativas e
qualitativas dos dados apresentados. Resultados: 01 paciente realizou operação
cardíaca prévia (Blalock clássico). NYHA II em 03 casos (60%) e em 02 o seguimento
perdeu-se. Todos congênitos apresentavam SE. A HAP variou entre 70 a 100mmHg.
No paciente 03 (70 anos idade), iniciou-se sildenafil a 60mg/dia com HAP de 70mmHg
e houve melhora clínica; etiologia: valvopatia mitral; o seguimento é de 03 anos e
mantendo-se em NYHA II. Em 01 (20%) caso, a paciente descontinuou o tratamento
por causa do custo do sildenafil. Conclusão: O tratamento da HAP é oneroso,
torna o seguimento ineficaz (20% em nossa casuística) e projeta um prognóstico
sombrio e de elevada mortalidade aos pacientes. Diante da pouca perspectiva do
transplante cardiopulmonar, a utilização de medicamentos como os inibidores da
fosfodiesterase-5 (sildenafil) não deveriam seguir algoritmos tão rígidos e dificultar
um tratamento que pode beneficiar pacientes com HAP.
Fundamento: A mediastinite é uma inflamação dos tecidos conectivos que envolvem
as estruturas mediastinais ; pode ser de causa secundária e a maioria destes casos
ocorre após operações cardiovasculares. Quando o local de infecção origina-se
nas regiões cervical e oral, a inflamação mediastinal é chamada “mediastinite
descendente”(MD). Objetivo: O objetivo deste trabalho foi o de avaliar se
traqueostomias (TQ) realizadas no pós-operatório imediato (POI) de operações
cardiovasculares apresentariam maior incidência de MD. Delineamento: Série de
casos, estudo observacional e retrospectivo. Métodos: No período de 2009 a 2012,
em 05 pacientes foram realizadas TQ no POI no serviço de cirurgia cardíaca do
Hospital Pilar. 03 eram do sexo feminino e a idade foi de 65 a 75 anos. Em 03 haviam
fibrilação atrial no pré-operatório. Em 04 foi realizado operação de revascularização
do miocárdio (1 isoladamente) e em 01 a ressecção de cisto pericárdico parietal.
Em todos utilizou-se a CEC (40 a 107 minutos) (100%). Foram utilizadas variáveis
qualitativas e quantitativas para a análise dos casos estudados Resultados: Em
01 caso houve a presença de mediastinite, mas esta coincidiu no mesmo dia da
realização da TQ. Em 03 (60% , não houve MD. Em 01 caso, a mediastinite ocorreu
após a TQ (20%). Germes gram negativos predominaram nas culturas. As TQs
foram realizadas entre os dias 1 e 22 de POI. 04 evoluíram a óbito, nos períodos
de 20 a 127 dias de POI, sendo que somente 01 por sepsis (20%) por endocardite
infecciosa. Conclusão: Nestes casos avaliados, não foi possível correlacionar TQ
e MD. Fator de risco para mediastinite nesta série foi a politransfusão em 02 casos
(40%) (El Oakley et al., ATS, 1996). A doença aterosclerótica coronariana esteve
presente nos 05 casos (100%).
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
8
Resumos Temas Livres
27813
28091
Equipe multiprofissional em cardiologia – relato de experiência
Atuação do enfermeiro frente à síndrome cardiorrenal
FERREIRA, A C A, BICUDO, D O, FURUKAWA, E A, DRANKA, E R K, SOUSA, S
M, REIS, W C T e JURKIEWICZ, R.
SILVANA FERNANDES, ALESANDRA GARCIA MARQUES, LAYS CAROLINE
GONZALES, DEBORA THAIS MOREIRA, BEATRIZ SCHEMBERG DE OLIVEIRA
e ADRIANE APARECIDA TIZOTE.
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A doença cardiovascular atinge grande parte da população, com alta mortalidade e
UNIANDRADE, CURITIBA, PR, BRASIL.
custos para o sistema público de saúde. Os maiores problemas do tratamento estão relacionados
à dificuldade de controle dos fatores de risco e adesão insatisfatória à terapêutica indicada. A
abordagem multiprofissional a esta população contribui para minimizar tais problemas. Objetivo:
Relatar a experiência de uma equipe multiprofissional no ano de 2011, no atendimento de
cardiopatas internados. Delineamento: Relato de experiência de uma equipe de residentes,
integrantes do programa de “Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar” na área
Cardiovascular, de um hospital público universitário. Métodos: A equipe é composta pelas
seguintes profissões: enfermagem, farmácia, nutrição e psicologia. Trata-se de pesquisa descritiva
e exploratória, de abordagem qualitativa, através da investigação e reflexão sistemática sobre
os pacientes, a conduta de cada profissional e a interdisciplinariedade. Resultados: Foram
observadas as seguintes interfaces: entre farmácia e enfermagem, a detecção precoce de
problemas relacionados aos medicamentos e/ou reações adversas, também informações como
acondicionamento, validade, administração e compatibilidade dos medicamentos. Entre farmácia e
nutrição, a interação medicamento-alimento é relevante. Entre nutrição e psicologia, a interferência
dos fatores psicológicos na alimentação e a importância da aquisição de outros hábitos de vida.
Ainda no contexto de alimentação, a enfermagem se torna fundamental no acompanhamento da
aceitação da dieta prescrita, consumo de alimentos de fora do hospital e presença de sintomas
gastrointestinais. E entre psicologia e farmácia, como o paciente entende seu tratamento e a
adesão a terapia farmacológica. Conclusão: O atendimento multiprofissional visa principalmente
a adesão terapêutica ao tratamento da doença e promoção de saúde, concomitantemente ao
tratamento médico. Esta abordagem clínica promove a relação entre diferentes saberes e a
articulação entre a teoria e a prática. O paciente é o foco da atenção cuja intervenção é baseada
no controle dos fatores de risco cardiovasculares. O impacto da residência multiprofissional como
estratégia educacional de treinamento em serviço, garante a participação dessa equipe, que
é cada vez mais importante uma vez que propicia aos indivíduos uma assistência de melhor
qualidade, na abordagem de qualquer patologia médica. No entanto, essa modalidade de
atendimento é nova no campo da saúde e se depara com dificuldades, principalmente sobre como
trabalhar em equipe com uma variedade de opiniões e condutas, e pela própria especificidade
de cada profissão. Isso vem sendo aperfeiçoado ao longo dos atendimentos e a construção é
coletiva. O impacto dessa prática traz como ganho para todos, o aprendizado sobre o trabalho
em equipe multiprofissional e interdisciplinar e melhor qualidade de assistência.
Fundamento: : A insuficiência renal é uma comorbidade frequente da insuficiência
cardíaca. Quando estas síndromes estão associadas, são classificadas como
síndrome cardiorrenal. Entretanto, é de extrema importância manter normais as
funções renal e cardíaca, pois ambas contribuem para regulação da pressão
arterial, tônus vascular, diurese, controle do volume circulante, perfusão periférica
e oxigenação dos tecidos¹. Objetivo: Demonstrar as ações da Enfermagem na
prevenção e tratamento desta patologia. Métodos: Baseado em revisão bibliográfica
em livros e artigos científicos. Resultados: O aumento progressivo na prevalência
de doença renal crônica vem mobilizando os nefrologistas para o alerta sobre a
prevenção, pois o dignóstico precoce na população de maior risco, diabéticos e
hipertensos, diminui a mortalidade e complicações relacionadas². As orientações
para hábitos e estilos de vida saudáveis, com melhor controle de pressão arterial,
controle glicêmico e redução na ingesta de sal da dieta possibilitam a diminuição na
incidência e tempo de internação, custos do tratamento e mortalidade, melhorando
o padrão funcional e consequentemente proporcionando melhora na qualidade de
vida.³ No entanto o diagnóstico precoce e medidas terapêuticas associadas retardam
a progressão da doença, podendo reduzir o sofrimento do paciente, minimizando os
custos associados à síndrome cardiorrenal. Conclusão: A compreensão da temática
exposta e uma visão holística do paciente permite melhor atuação do Enfermeiro
como educador no contexto da saúde, buscando soluções para os problemas e
desenvolvendo a promoção em saúde, assim retardando a progressão da doença.
Referências: ¹Bucharles SGE et al. Avaliação e manejo da doença cardiovascular
em pacientes com doença renal crônica. J. Bras. Nefrol. 2010. 32(1):[8]. ²Martins H
et al. Síndrome Cardiorrenal: Os desafios no tratamento da insuficiência cardiáca.
2011 [acesso em 11/03/12]; 24(2): [8]. Disponível em: http//.actamedicaportuguesa.
com/pdf/2011-24/02/285.pdf. ³Riella MC. Princípios de Nefrologia e Distúrbios
Hidroeletrolíticos. 4 ed. Curitiba: Guanabara Koogan, 2009.
28109
28110
The functional effect of soybean extract and isolated isoflavone on myocardial
infarction and ventricular dysfunction
ANA CRISTINA MIGUEZ TEIXEIRA, LUIZ CESAR GUARITA SOUZA, JULIO CESAR
FRANCISCO, EDSON RODRIGUES, SILVIO HENRIQUE BARBERATO, LUCIA DE
NORONHA e DALTON BERTOLIM PRÉCOMA.
Implante percutâneo de prótese valvar aórtica biológica
CARLOS EDUARDO DE ALCANTARA CASTILHO, ROBERTO GOMES DE
CARVALHO, REMULO JOSÉ RAUEN JUNIOR, ALVARO VIEIRA MOURA,
CHARLES CARDOSO DE PAULO e RICARDO JOÃO WESTPHAL.
Hospital Nossa Senhora das Graças, Curitiba, PR, BRASIL.
PUCPR, Curitiba, PR, BRASIL - UNITAU, Taubaté, PR, BRASIL.
Fundamento: A expectativa de vida do povo brasileiro tem crescido progressivamente,
Background: Myocardial infarction is a public health problem. Functional food is
an alternative treatment for cardiovascular diseases. Objective: To analyze the
functional and anatomopathological post-myocardial infarction effects of soybean
extract (SE) and isoflavone (IF). Methods: Myocardial infarction was induced in
adult Wistar rats. After five days an echocardiogram was performed to determine
heart rate (HR), ejection fraction (EF), systolic volume (LVESV) and diastolic volume
(LVEDV). Animals with ventricular dysfunction (EF<45%) were selected for study.
The animals were divided into three groups: control (n=14), SE (n=15) and IF (n=12).
The IF group received 120 mg/kg/day isolated isoflavone and the SE group 12.52
g/day. After thirty days a new echocardiogram was performed. A histological exam
was carried out to determine the collagen. Biochemical markers activity (arginase,
LDH and MDH) were measured. Results: The animals of the control, IF and SE
groups showed a reduction in EF after the infarction (p=0.432, p=0.017, and p=0.320,
respectively). An increase of LVESV and LVEDV was observed in all groups (p=0.009,
p=0.001 and p=0.140) and (p=0.003, p=0.008 and p=0.205) respectively. A reduction
of HR was found in the SE group (p=0.020). There was a greater activity of LDH
in the ES group. Arginase activity in the IF and SE groups was lower than control
group. A smaller quantity of mature collagen was found in the region proximal to
the myocardial infarction in the SE group. Conclusion: A protective effect in the SE
group was observed thirty days after the myocardial infarction.
9
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
também aumenta a complexidade clínica dos pacientes, os quais demandam novas técnicas
cirúrgicas, visando minimizar o risco operatório. Objetivo: Descrever caso clínico de implante
transcateter de prótese biológica aórtica – CoreValve® - Medtronic. Paciente e Métodos:
Relato de caso de um paciente do sexo masculino, 71 anos, portador de HAS, dislipidemia,
coronariopatia obstrutiva multiarterial, DPOC e insuficiência renal crônica moderada, com
quadro clínico de insuficiência cardíaca classe funcional III – NYHA – devido à estenose
valvar aórtica degenerativa grave, com gradiente transvalvar aórtico máximo de 103mmHg
e médio de 75mmHg. A sua história mórbida pregressa revelava no ano 2002, uma correção
cirúrgica de dissecção aguda de aorta ascendente e em 2010, uma correção endovascular de
dissecção aguda da aorta torácica descendente. Segundo o Euroscore - o risco cirúrgico deste
paciente era de 57%. Em virtude deste cenário clínico desfavorável para tratamento cirúrgico
convencional, optou-se por um procedimento terapêutico intervencionista menos agressivo,
porém tão seguro e eficaz quanto à cirurgia aberta. Resultados: O paciente foi submetido ao
implante percutâneo de prótese valvar aórtica biológica número 29 – CoreValve® - Medtronic
no dia 01/03/2012, sob anestesia geral, com duração aproximada de 120 minutos e acesso
vascular cirúrgico em artéria femoral comum direita. Após o posicionamento adequado da
prótese em anel valvar aórtico, observou-se o surgimento de um bloqueio átrio-ventricular do 2°
grau – Mobitz II, com necessidade da permanência da estimulação cardíaca artificial. Ao final do
procedimento, houve extubação orotraqueal. Permaneceu com boa estabilidade hemodinâmica,
sem necessidade do uso de drogas vasoativas, porém com bradiarritmia fixa e dependente de
marcapasso temporário. No 4° dia de pós-operatório, realizou-se o implante de marcapasso
definitivo transvenoso bicameral. Apresentou boa evolução clínica, sem outras complicações
cirúrgicas e recebeu alta hospitalar no 7° dia de pós-operatório com classe funcional I – NYHA.
O ecocardiograma transtorácico de controle pós-procedimento, observou a prótese valvar aórtica
competente e documentou queda significativa dos gradientes transvalvares aórticos: máximo
de 38 mmHg e médio de 18 mmHg. Conclusão: A técnica de implante percutâneo de prótese
valvar aórtica biológica constitui um procedimento cirúrgico seguro e eficaz para tratamento
da estenose valvar aórtica grave em pacientes idosos e/ou que apresentem comorbidades
clínicas relevantes, os quais tenham contra-indicação para tratamento cirúrgico convencional
pelo elevado risco de morbimortalidade.
Resumos Temas Livres
28811
Miocardiopatia restritiva: um relato de caso
MIGUEL IBRAIM ABBOUD HANNA SOBRINHO, ANA KARYN EHRENFRIED DE
FREITAS, DANIANE RAFAEL, LARISSA OLIVEIRA, MARIANA DE OLIVEIRA
BORGES e SABRINA PINTO COELHO.
Hospital de Clínicas - Serviço de Cardiologia, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A cardiopatia restritiva é caracterizada por um comprometimento no enchimento
ventricular diastólico com função sistólica preservada. Esta condição pode ser causada por
alterações em qualquer uma das três camadas do coração (endocárdio, miocárdio ou pericárdio).
Portanto, condições como pericardite crônica, cardiomiopatias restritivas e endomiocardiofibrose
são entidades diferentes que levam à um quadro comum: a cardiopatia restritiva. Objetivo:
Relatar o caso de um paciente portador de miocardiopatia restritiva e elaborar uma revisão
de literatura a respeito desta. Descrição do caso: Trata-se do caso de um paciente de 28
anos, que apresentava dispnéia e ascite volumosa, sendo primariamente encaminhado à
instituição para avaliação da equipe de hepatologia, pela hipótese de ascite por hepatopatia.
Ao exame o paciente, além do quadro ascítico, apresentava edema de membros inferiores,
jugulares ingurgitadas, bulhas cardíacas arrítmicas e sopro sistólico em foco mitral. Os exames
laboratoriais não mostravam particularidades. O eletrocardiograma mostrava fibrilação atrial
e a radiografia de tórax, cardiomegalia. Realizou ecocardiograma em que se observou valva
mitral com prolapso de folhetos, sugerindo refluxo severo, átrio esquerdo com grande aumento
(70mm), ventrículo esquerdo com dimensão interna normal, função sistólica adequada, câmaras
direitas aumentadas e hipertensão pulmonar. E, por último realizou ressonância nuclear
magnética de miocárdio, que evidenciou alterações compatíveis com cardiopatia restritiva,
sugestivo de endomiocardiofibrose. Durante a internação, o paciente apresentou oscilação
entre períodos de melhora e outros críticos de dispnéia e ascite volumosa, tensa, a despeito
das paracenteses de alívio e do tratamento medicamentoso otimizado. Enquanto aguardava
biópsia de miocárdio, apresentou insuficiência respiratória por choque séptico, evoluindo a óbito.
Conclusão: A cardiomiopatia restritiva caracteriza-se por restrição ao enchimento diastólico e
distensibilidade ventricular, determinando um padrão hemodinâmico típico. A fração de ejeção
pode encontrar-se preservada, os volumes diastólicos são normais ou diminuídos, espessura
ventricular normal ou aumentada e dilatação atrial encontra-se quase sempre presente.
Dispnéia, edema, palpitação e distensão venosa jugular são os sintomas mais encontrados.
O diagnóstico é feito por ecocardiografia. Exames como a tomografia computadorizada e a
ressonância nuclear magnética, podem auxiliar no diagnóstico etiológico, como nesse caso,
porém o diagnóstico etiológico de certeza é dado apenas pela biópsia cardíaca.
28114
HbA1c como método diagnóstico em síndrome coronariana aguda: experiência
em UTI coronariana
MARCELO BETTEGA, PAULO ROBERTO FERREIRA ROSSI, ANDRE DE CASTRO
LINHARES, DEIZE CALDEIRA, ANIELE CRISTINE OTT CLEMENTE e MIRNALUCI
PAULINO RIBEIRO GAMA.
Hospital Universitário Evangélico de Curtiiba, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: O diagnóstico laboratorial de diabetes mellitus é tradicionalmente
estabelecido por medidas de glicemia de jejum, glicemia aleatória associada a
sintomas e através do teste oral de tolerância à glicose. A dosagem única da
hemoglobina glicada (HbA1C) para este fim elimina dificuldades práticas dos métodos
tradicionais. Os valores de corte ideais de HbA1C para identificação de diabéticos
no contexto de síndrome coronariana aguda estão sendo pesquisados. Objetivo:
Determinar um valor de corte da HbA1C que identifique, com maior acurácia,
diabéticos em um grupo de pacientes admitidos por síndrome coronariana aguda.
Métodos: Estudo prospectivo com 149 pacientes admitidos consecutivamente por
síndrome coronariana aguda. O diagnóstico de diabetes mellitus foi estabelecido
por história pessoal da doença ou por medidas seriadas da glicemia de jejum
no internamento. Os pacientes foram divididos em diabéticos e não-diabéticos.
Os valores de HbA1C dos dois grupos foram comparados estatisticamente para
definir o ponto de corte ideal. Resultados: 55 pacientes (36,91%) eram diabéticos.
94 constituíram o grupo de não-diabéticos. O valor de corte da HbA1C com maior
acurácia para distinguir os dois grupos foi de 6,7%, com uma sensibilidade de 85,45%
e especificidade de 91,89%, com uma acurácia diagnóstica de 88,04%. Conclusão:
O valor de HbA1c de 6,7% apresentou boa acurácia para diagnóstico de diabetes
mellitus em pacientes com síndrome coronariana aguda.
28112
30 meses de experiência com cirurgias cardíacas minimamente invasivas no
Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba
FRANCISCO DINIZ AFFONSO DA COSTA, ANDREA DUMSCH DE ARAGON
FERREIRA, CLAUDINEI COLLATUSSO, SERGIO AUGUSTO VEIGA LOPES,
DANIELE DE FÁTIMA FORNAZARI, GUILHERME WINTER, ROCHELE LORENZI
POL, TADEU AUGUSTO FERNANDES, FABIO R FARIAS e LAERTES SIDNEY
BIANCHESSI JUNIOR.
Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Curitiba, PR, BRASIL - Pontifícia
Universidade Católica do Paraná - PUCPR, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A cirurgia cardiovascular está em constante desenvolvimento, sendo cada
vez mais freqüente a utilização de técnicas minimamente invasivas. Objetivo: Descrever a
experiência inicial de 30 meses com cirurgias cardíacas minimamente invasivas no Hospital Santa
Casa de Misericórdia de Curitiba. Material e Métodos: Foi realizada uma análise retrospectiva
dos prontuários de 95 pacientes submetidos a cirurgia minimamente invasiva no período de julho
de 2009 a março de 2012. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 55±15, sendo 52%
mulheres. Foram realizados 23 procedimentos de correção de CIA, 2 ressecções de mixoma
atrial, 23 plastias mitral, 1 plastia mitral com correção de CIA, 1 ressecção de membrana subaórtica, 12 substituições mitral e 33 aórticas. As incisões utilizadas foram a miniesternotomia e
a minitoracotomia lateral direita, com tamanho médio de 6,3±1,3 cm. O clampeio da aorta durou
60,5±25,4 min e tempo de circulação extra-corpórea 96,4 ±34,2 min. Transfusões de papa de
hemáceas foram necessárias em 77% dos pacientes com média de 330±324 ml/paciente. O
tempo médio de permanência em UTI foi de 67±42 horas e hospitalar de 8,75±4,59 dias. As
principais complicações pós-operatórias foram fibrilação atrial e síndrome de baixo débito (14%).
Seis casos (6,3%) evoluíram a óbito no pós-operatório devido a sepse, baixo débito, arritmia
maligna e abdome agudo. Não houve casos de infecção de sítio cirúrgico. Discussão: Os
dados operatórios são semelhantes aos encontrados na literatura internacional. Os acessos mais
utilizados foram o 4º espaço intercostal direito para cirurgia da valva mitral e CIA e o 2º espaço
intercostal direito para valva aórtica. Apesar de 77% dos pacientes terem sido transfundidos, a
média de volume/paciente foi menor do que mostrado nos estudos analisados. Os tempos de
internamento em UTI e hospitalar foram semelhantes. As complicações pós-operatórias foram
equivalentes, com exceção da taxa de síndromes de baixo débito: 14% versus 6-8%. A taxa de
óbitos (6,3%) ainda está aquém da demonstrada pelos principais autores (2-5%). Ao contrário
das cirurgias convencionais, o índice de infecção cirúrgica foi nulo comparado ao risco de 3
a 5% de mediastinite. Conclusão: Os resultados encontrados mostraram que as cirurgias
minimamente invasivas foram bastante seguras, com baixos índices de complicações, e com
tempo de recuperação rápido permitindo o retorno precoce do paciente às suas atividades.
28115
Ácido úrico e doença arterial coronariana
MARCELO BETTEGA, PAULO ROBERTO FERREIRA ROSSI, MIRNALUCI
PAULINO RIBEIRO GAMA, ANIELE CRISTINE OTT CLEMENTE, ANDRE DE
CASTRO LINHARES e DEIZE CALDEIRA.
Hospital Universitário Evangélico de Curtiiba, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: Os níveis de ácido úrico parecem estar intimamente ligados à fatores
de risco cardiovascular clássicos como hipertensão, dislipidemia e a alterações
do metabolismo da glicose. Embora cada um destes fatores desempenhe papel
independente na patogênese da doença arterial coronariana (DAC), a relevância
do ácido úrico no desenvolvimento e na severidade da doença ainda é incerta,
especialmente quando avaliado de maneira isolada. Objetivo: Investigar a relação
entre ácido úrico e extensão e severidade da doença arterial coronariana avaliada
pela cineangiocoronariografia. Métodos: Estudo transversal envolvendo 139
pacientes admitidos consecutivamente por síndrome coronariana aguda (SCA). A
extensão e severidade da DAC foram avaliadas através da cineangiocoronariografia.
Os achados ao exame foram relacionados com os níveis séricos de ácido úrico. O
teste de Pearson foi utilizado para as comparações estatísticas. Resultados: Dos
139 pacientes, 84 (60,4%) eram homens e 65 (39,6%) eram mulheres. 47 (33,8%)
eram diabéticos, 84 (60,4%) eram hipertensos e 76 (54,6 %) eram dislipidêmicos.
Hiperuricemia estava presente em 28 (33,33%) dos homens e 16 (24,6%) das
mulheres. Com p=0,84, os níveis séricos de ácido úrico não se associaram com
quantidade de obstruções coronarianas significativas, definidas como redução
do lúmen coronariano ≥ 50%. Também não houve associação entre ácido úrico e
quantidade de obstruções críticas presentes nestas artérias (redução do lúmen ≥
70%), com valor de p = 0,75. Conclusão: As presentes evidências concluem que,
no contexto de SCA, não há associação cineangiocoronariográfica, na população
estudada, entre ácido úrico e extensão ou gravidade de DAC.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
10
Resumos Temas Livres
28116
HbA1c e síndrome coronariana aguda
MARCELO BETTEGA, DEIZE CALDEIRA, PAULO ROBERTO FERREIRA ROSSI,
MIRNALUCI PAULINO RIBEIRO GAMA, ANDRE DE CASTRO LINHARES e ANIELE
CRISTINE OTT CLEMENTE.
Hospital Universitário Evangélico de Curtiiba, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A hemoglobina glicada (HbA1c) é método adequado para controle
glicêmico em diabéticos e fornece informações de até 12 semanas prévias à sua
dosagem. Atualmente , é alvo de grande interesse em Cardiologia, visto que estudos
estabelecem relações entre anormalidades glicometabólicas e doença arterial
coronariana. Objetivo: Investigar a relação entre HbA1c e extensão e severidade
da doença arterial coronariana no contexto de síndrome coronariana aguda.
Métodos: Estudo transversal envolvendo 139 pacientes consecutivos admitidos por
primeiro episódio de síndrome coronariana aguda. Os pacientes foram divididos em
diabéticos (n = 57) e não-diabéticos (n = 82). A extensão e severidade da doença
arterial coronariana foi avaliada pela coronariografia e correlacionada com os níveis
de HbA1c. Resultados: O grupo dos diabéticos apresentou HbA1c média de 8.17
± 1,08, enquanto que o grupo dos sadios apresentou média de 6,16 ± 0,55. Com
p<0,01, a diferença entre os grupos quanto aos valores de HbA1c foi significativa. A
HbA1c não apresentou correlação com a quantidade de obstruções significativas em
coronárias (p = 0,13). Também não houve associação entre HbA1c e quantidade de
obstruções críticas presentes nestas artérias (p = 0,21). Conclusão: A HbA1c não
se correlacionou, na população estudada, com extensão e severidade de doença
arterial coronariana em contexto de síndrome coronariana aguda.
28117
Relação entre circunferência abdominal e estresse como fatores de risco
cardiovascular
LUCIANA DE PAULA MATIAS, PATRÍCIA FREIRE CAVALCANTE, ANTONIO DA
SILVA MENEZES JUNIOR, THALMA TIBÚRCIO VENÂNCIO, ALDA LINHARES DE
FREITAS BORGES, JUTAY FERNANDO SILVA LOUZEIRO, LUCIANA BEATRIZ
MENDES GOMES, CATARINE OTTOBELI, KARISE NAVES DE REZENDE e
PEDRO HENRIQUE AZEREDO BASTOS RODRIGUES DA CUNHA.
Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, GO, BRASIL.
Fundamento: O cenário de vida contemporâneo gera dificuldades com relação a cuidados
como alimentação e prática de exercício físico regular, de modo que surgem novos problemas
alimentares e nutricionais, havendo um aumento da prevalência de sobrepeso/obesidade.
A distribuição da gordura corporal é relevante, e especificamente a gordura visceral (GV)
é o elo entre o tecido adiposo e a resistência à insulina (RI), característica da Síndrome
Metabólica (SM). Sintomas de estresse, tais como depressão, ansiedade, nervosismo e o
hábito de se alimentar exageradamente frente a problemas emocionais, comuns em pacientes
obesos, sugere relação entre estresse e obesidade . Métodos: Foi aplicado questionário na
comunidade, mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, colhidos
dados de circunferência abdominal e avaliação por meio do termômetro do estresse. Foi feito
estudo estatístico de correlação de variáveis. Discussão: Sabe-se que o tecido adiposo
visceral tem número aumentado de receptores para o cortisol. Portanto, em pacientes com
estresse crônico há estimulação do hormônio regulador de corticotrofina (CRH) que estimula o
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) que, por sua vez, estimula as supra-renais a produzirem
mais cortisol. Estudos mostraram que mulheres com circunferência abdominal (CA) aumentada
têm intensa resposta do cortisol ao estresse agudo devido aos maiores níveis plasmáticos de
leptina. Indivíduos com excesso de peso, principalmente com obesidade abdominal, estão mais
expostos a fatores de risco cardiovasculares e mais envolvidos na síndrome metabólica. Além
disso, a obesidade e a distribuição da gordura corporal são fatores considerados modificáveis e
demonstram a importância do acompanhamento clínico-nutricional a fim de reduzir os riscos e
melhorar a qualidade de vida do indivíduo. Conclusão: Considerando a crescente tendência
de sobrepeso e obesidade e a forte associação com fatores de risco, intervenções visando
reduzir o peso corporal, com ênfase na gordura central, são de extrema necessidade para a
prevenção e controle das doenças cardiovasculares. Além disso, a associação entre obesidade
e a maior resposta a situação de estresse, predispondo ao estresse patológico, faz com que
tenhamos que combatê-lo como medida preventiva.
28119
28120
Ação da omesartana no recrutamento leucocitário coroidoescleral em modelo
experimental de hipercolesterolemia
Relato de caso: endocardite infecciosa em paciente fazendo uso de
adalimumabe
ROGIL J A TORRES, MÁRIO C S STURZENEKER, LUCIA DE NORONHA, SARAH
FAGUNDES GROBE, ISABELA DE CARVALHO MARTINS, REGIANE DO ROCIO
DE ALMEIDA TORRES, ANDRÉA LUCHINI, ROBSON DE ALMEIDA TORRES,
LEONARDO BRANDÃO PRÉCOMA e DALTON BERTOLIM PRÉCOMA.
VALDERÍLIO FEIJÓ NASCIMENTO, MARCIA ALESSANDRA ARANTES MARQUES,
PEDRO GABRIEL LORENCETTI, CHAYANNE NATIELLE ROSSETTO e FABIANE
BARBERO KLEM.
Universaidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Angelina
Caron, Campina Grande do Sula, PR, BRASIL.
Fundamento: A aterosclerose e a degeneração macular relacionada à idade
compartilham mecanismos fisiopatogênicos similares. As citocinas inflamatórias,
enzimas e fatores de crescimento liberados pelos macrófagos desempenham
importante papel no desencadeamento destas doenças. Desta forma, medicamentos
que atuem sobre estas células têm o potencial de atenuar ambas as doenças.
Objetivo: Demonstrar que o bloqueio dos receptores AT-1 da angiotensina II,
através da administração sistêmica de olmesartana, é capaz de reduzir a expressão
do MCP-1 coroidoescleral e conseqüente acúmulo de macrófagos na coróide e
esclera de coelhos hipercolesterolêmicos. Métodos: 32 coelhos New Zealand
foram divididos em 03 grupos: grupo 1 (GN), recebeu ração padrão para coelhos;
grupo 2 (GH), recebeu dieta hipercolesterolêmica e o grupo 3 (GO), recebeu dieta
hipercolesterolêmica acrescida de olmesartana. Os coelhos foram submetidos
a dosagens séricas de colesterol total, triglicerídeos, HDL colesterol, glicemia de
jejum no início do experimento e no momento da eutanásia. A esclera e coróide
foram submetidas à análise imunohistoquimica com os marcadores MCP-1 e
RAM-11. Resultados: Nenhuma anormalidade foi encontrada no GN. Em relação
ao marcador MCP- 1, o GH demonstrou significativo aumento da imunoreatividade
do complexo coroidoescleral em relação ao GN (p= 0,001) e em relação ao GO
(p=0,004). Em relação ao marcador RAM-11, o GH demonstrou significativo aumento
da imunoreatividade do complexo coroidoescleral em relação ao GN (p< 0,001) e
GO (p= 0,034). Por sua vez, o grupo GO manifestou significativa imunoreatividade
ao RAM-11 em relação ao GN (p= 0,008). Conclusão: A olmesartana reduziu
a expressão do MCP-1 e conseqüente acúmulo de macrófagos no complexo
coroidoescleral de coelhos hipercolesterolêmicos.
11
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
Fundamento: A medicina e em especial a Reumatologia, vive uma grande revolução na área da
terapêutica de doenças auto-imunes, com o advento dos agentes biológicos. A imunossupressão
causada por esses fármacos permite o controle de muitas doenças inflamatórias, alterando o
perfil de morbimortalidade e propiciando um grande aumento na qualidade de vida dos pacientes,
porém,como já relatado em muitos casos na literatura médica, tem como importante contra
ponto a predisposição a infecções. Por serem medicamentos novos, ainda não se conhecem
todos os efeitos colaterais a administração dos biológicos, assim, ao relatarmos este caso
clínico, pretendemos alertar as graves infecções possíveis. Objetivo: O objetivo deste relato
de caso é documentar uma grave complicação do uso crônico de adalimumabe, alertando as
diversas áreas da medicina a possibilidade de infecções graves decorrente da imunossupressão
a longo prazo, principalmente após a realização de procedimentos invasivos. Pacientes e
Métodos: Os dados foram obtidos a partir da coleta e análise do prontuário da paciente,
internada no Hospital de Clínicas de Curitiba. Resultados: A paciente, cujo caso é relatado,
possui histórico de fibromialgia, implante de prótese mitral metálica devido a sequelas de febre
reumática, hipotireoidismo, artroplastia prévia de quadril esquerdo, e portadora de espondilite
anquilosante tratada com Adalimumabe desde 2009.Devido a degeneração articular realizou
uma nova artroplastia, agora de quadril direito no dia 16/12/2010, recebendo alta 3 dias depois
do pós operatório. Desde então apresentou astenia, dispnéia com piora progressiva e febre
noturna. Foi admitida no pronto socorro no dia 25/12, sendo avaliada pela otorrinolaringologia na
suspeita de otite média e fora liberada no mesmo dia. Dois dias depois foi admitida novamente
no hospital com um quadro neurológico de hemiparesia a direita e afasia de expressão. A
tomografia revelou um acidente vascular isquêmico em área de artéria cerebral média. No
dia 31 de dezembro entrou em choque séptico. Durante a investigação do foco infeccioso,
foi realizada uma ecografia transesofâgica que revelou massas aderidas a prótese mitral. Foi
realizada antibióticoterapia e o quadro de choque séptico foi revertido. Paciente recebeu alta e
voltou a ser acompanhada pelo serviço de reumatologia Conclusão: Tratamentos de doenças
reumatológicas impõem ao paciente uma imunosupressão crônica, facilitando a ocorrência
de quadros infecciosos. Assim, os médicos devem estar atentos a possibilidade de infecções
graves após cirurgias ou procedimentos invasivos nestes pacientes, pois o quadro clínico inicial
é inespecífico e o tratamento precoce pode evitar graves complicações.
Resumos Temas Livres
28124
Relato de experiência da implantação do ambulatório de atenção farmacêutica
no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná
WALLERI CHRISTINI TORELLI REIS, ELIZE REGINA KOSLOSKI DRANKA, MARIA
LUIZA DRECHSEL FÁVERA e VÂNIA MARI SALVI ANDRZEJEVSKI.
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil e
representam quase um terço dos óbitos totais. Pacientes cardiopatas geralmente fazem uso
crônico de vários medicamentos sendo que uma das dificuldades encontradas para o alcance
das metas terapêuticas é a adesão inadequada ao tratamento. Nesse sentido, as consultas de
atenção farmacêutica e o seguimento farmacoterapêutico representam importantes estratégias
para a promoção do uso racional de medicamentos e para a adesão a farmacoterapia. Objetivo:
Apresentação dos resultados dos problemas relacionados aos medicamentos (PRM’s) identificados
no seguimento farmacoterapêutico, bem como as respectivas intervenções farmacêuticas
realizadas junto a equipe médica e /ou paciente. Delineamento - Estudo exploratório-descritivo.
Delineamento: Estudo exploratório-descritivo. Pacientes e Métodos: A população selecionada
para atendimento foi constituída por pacientes com cardiopatias, previamente internados no hospital
ou atendidos em um dos ambulatórios do Serviço de Cardiologia da Instituição. Além disso, para
seleção priorizaram-se pacientes polimedicados ou com relato médico de dificuldades de adesão
registrado no prontuário do paciente. Por se tratar de um projeto piloto do Programa de Residência
em Farmácia, os pacientes foram recrutados por busca ativa ou encaminhamento médico direto
ao Ambulatório. O levantamento dos dados foi realizado através dos prontuários dos pacientes,
dos registros farmacêuticos e das consultas realizadas no ambulatório de atenção farmacêutica.
Resultados: No período de outubro de 2011 a fevereiro de 2012 foram atendidos 25 pacientes
e realizadas 37 consultas no referido serviço. Nessas consultas identificou-se que 15 pacientes
apresentaram problemas relacionados a adesão farmacoterapêutica, ou seja 60% da amostra.
Foram realizadas intervenções farmacêuticas com 21 pacientes, sendo que 6 foram direcionadas ao
médico prescritor e 15 voltadas ao paciente ou seu cuidador, ajustando a farmacoterapia à prescrição
médica, buscando melhora na adesão ao tratamento proposto. Dos 15 pacientes atendidos com
problemas de adesão, 8 receberam alta do ambulatório, pois atingiram as metas terapêuticas
propostas, 6 estão em um acompanhamento e 1 compareceu em apenas 1 consulta. Conclusão:
Com o presente estudo ficou evidente que a maioria dos pacientes atendidos no ambulatório
apresentavam problemas relacionados à adesão, além de outros problemas relacionados a
prescrição médica, tais como: presença de interações medicamentosas relevantes, presença
de medicamentos desnecessários, necessidade de reavaliação da farmacoterapia por ineficácia
terapêutica e necessidade de medicamento adicional. Portanto conclui-se que o atendimento
farmacêutico teve impacto positivo em relação a promoção do uso racional de medicamentos e
da adesão farmacoterapêutica para esses pacientes sendo necessário atingir um número maior
de pacientes para determinar a significância estatística do novo serviço.
28126
Educação em serviço direcionada a enfermagem em cardiologia
CLAUDIANA MACHADO DOS SANTOS, ROZILETE DIAS OLIVEIRA, GLEIDSON
BRANDAO OSELAME e CARLA DANIELY ALMEIDA.
Centro Universitário Campos de Andrade, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: Educação em serviço direcionada tem como base principal preparar
os profissionais de enfermagem para prestarem atendimento de qualidade aos
portadores de agravos cardíacos, embasados cientificamente, com conhecimentos
amplos em relação a fisiologia cardíaca, aos fármacos e seus efeitos colaterais e os
sinais e sintomas que esse individuo possa apresentar. Objetivo: Analisar a produção
cientifica relativa à educação em serviço que visa reduzir os riscos de iatrogenia
durante os cuidados prestados aos portadores de agravos cardíacos. Delineamento:
Revisão bibliográfica de caráter descritivo-discursivo utilizando as principais bases
de dados em saúde. Resultados: Educação é um fenômeno universal e social
necessária a existência e funcionamento de toda a sociedade1. A enfermagem está
presente em todas as fazes de tratamento e cuidados aos portadores de agravos
cardíacos, ficando sob sua responsabilidade o alcance dos objetivos das equipes
multiprofissionais envolvidas no tratamento. O conhecimento científico e as tomadas
de decisões rápidas e eficazes podem fazer a diferença. Compreende-se que
em todas as ações de enfermagem deve estar inserida a educação em serviço,
promovendo efetivas oportunidades, onde os profissionais possam aprimorar seus
conhecimentos, focados no desenvolvimento do processo de trabalho efetivo,
onde o conhecimento é um valor necessário do agir cotidiano embasando todas
as suas ações2. Conclusão: Atividades de educação em serviço constituem-se
em estratégias capazes de assegurar a manutenção da competência da equipe de
enfermagem, conhecimentos direcionados e aprofundados, garentem um processo
de enfermagem eficaz, onde não somente o portador de agravos cardíacos sentese seguro, mas toda a equipe. A educação em serviço direcionada mostra-se um
instrumento imprescindível para qualificar o atendimento dos profissionais de
enfermagem. Referências: 1. PASCHOAL, A. S; MANTOVANI, M. F., MEIER, M. J.
Percepção da educação permanente, continuada e em serviço para enfermeiros
de um hospital de ensino. Rev. esc. enferm. USP. 2007. 2. FIGUEIREDO, N. M. A.
Práticas de enfermagem, Ed. Yendis , 2005 São Caetano do Sul - SP.
28129
28131
Relato de caso de paciente atendido no ambulatório de atenção farmacêutica
do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná
Relato de 6 casos submetidoa à implante de assistência circulatório em
pacientes com choque cardiogênico refratário
ELIZE REGINA KOSLOSKI DRANKA, WALLERI CHRISTINI TORELLI REIS, VÂNIA
MARI SALVI ANDRZEJEVSKI e MARIA LUIZA DRECHSEL FÁVERA.
SERGIO AUGUSTO VEIGA LOPES, MAURO ROGERIO DE BARROS WANDERLEY
JUNIOR, LIDIA ANA ZYTYNSKI MOURA, FRANCISCO DINIZ AFFONSO DA COSTA,
FABIO R FARIAS, JOSE ANTONIO DA SILVA, DANIELE DE FÁTIMA FORNAZARI,
CLAUDINEI COLATUSSO e ANDREA DUMSCH DE ARAGON FERREIRA.
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: O seguimento farmacoterapêutico é uma importante ferramenta de
acompanhamento a pacientes com cardiopatias, polimedicados com dificuldade de adesão
ao tratamento proposto. O uso crônico dos medicamentos exige monitoramento constante dos
resultados terapêuticos e dos aspectos relacionados à segurança pelo risco de desenvolvimento
de reações adversas (RAM). Para o sucesso do tratamento a adesão à farmacoterapia é
decisiva. A literatura demonstra altas taxas de não adesão terapêutica, revelando a necessidade
da instituição de práticas que minimizem o problema. O ambulatório de Atenção Farmacêutica
objetiva resultados para os pacientes em termos de efetividade, segurança e adesão de forma
contínua e segura. Objetivo: Efetuar o relato de caso de paciente atendido em um ambulatório
de atenção farmacêutica. Delineamento: Relato de caso. Pacientes e Métodos: Foram
selecionados para atendimento ambulatorial, pacientes portadores de cardiopatias com histórico
de internamento no hospital ou acompanhados nos ambulatórios de cardiologia do mesmo.
As consultas farmacêuticas tiveram início em outubro de 2011. Resultados: Paciente I.A.S.,
sexo masculino, 42 anos, profissão frentista aposentado por invalidez, hipertensão arterial
sistêmica diagnosticada em 2007 com histórico de AVC isquêmico na mesma data, sendo
posteriormente diagnosticado com ICC CF II-III devido à cardiomiopatia alcoólica. Paciente
encaminhado pelo médico do ambulatório de insuficiência cardíaca e transplante cardíaco por
histórico de má adesão terapêutica. Em uso de enalapril 10 mg/12h, metoprolol 100mg/12h,
clonidina 0,200mg/12h, espironolactona 25mg/d e hidroclorotiazida 50mg/dia. Na primeira
consulta, o paciente estava usando somente 3 fármacos, com valores de pressão arterial fora do
alvo terapêutico evidenciado por Pressão Arterial Média (PAM) de 138/92mmHg e mau estado
geral de saúde. Verificou-se que o paciente possuia baixo letramento em saúde e má adesão
terapêutica. A partir desse histórico foi realizada orientação detalhada sobre os medicamentos
e as consequências da má adesão, com ênfase na progressão da doença e na redução da
qualidade de vida. Também foi entregue o Plano Personalizado de Atenção Farmacêutica
conforme prescrição médica e solicitou-se o monitoramento residencial da pressão arterial
(MRPA). Após seguimento, obteve-se melhora no estado geral e alcançe das metas terapêuticas
de pressão arterial, MRPA 118x78 mmHg e PAM ambulatório de 122x 76 mmHg. Conclusão:
O acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes com cardiopatia, mostrou benefícios claros
ao proporcionar melhora na adesão e alcance das metas terapêuticas de pressão arterial.
INC, Curitiba, PR, BRASIL - Santa Casa de Curitiba, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A assistência circulatória mecânica ( ACM) configura-se atualmente
o procedimento de escolha em pacientes com choque cardiogênico (CC) refratário
ao tratamento convencional. Este estudo retrata a experiência inicial da Santa Casa
de Curitiba e do Instituto de Neurologia e Cardiologia de Curitiba com o implante de
dispositivos percutâneos de assistência circulatória. Métodos: Entre julho de 2010
à janeiro de 2012, 6 pacientes com diagnóstico de CC refratário foram submetidos
à implante de ACM, sendo 3 destes submetidos à implante de ECMO (circulação
extracorpórea com oxigenação por membrana) e 3 submetidos à implante de
Transcor (Bomba centrífuga com punção transseptal). Resultados: A média de
idade foi de 48,5 anos, todos homens, com etiologia clínica de CC por IAM em
3 casos, PCR em 1 caso e pós cardiotomia em 2 casos. O tempo médio de ACM
foi de 18h no grupo ECMO e 26h no grupo Transcor. O desmame da circulação
assistida foi possível em 33% dos pacientes e alta hospitalar em um caso (17%).
Dois pacientes foram submetidos à ACM como ponte para outro procedimento,
sendo 1 para transplante cardíaco e outro para implante de ventrículo artificial
(AB5000), permanecendo 6 dias em assistência. Conclusão: A ACM percutânea
é atualmente uma alternativa viável em pacientes que apresentam CC refratário
de causa reversível ou como ponte para outro tratamento intervencionista como o
transplante cardíaco ou ventrículo artificial.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
12
Resumos Temas Livres
28132
28133
Importância do acompanhamento farmacoterapêutico ambulatorial para
promoção do uso racional de medicamentos a pacientes cardiopatas: Relato
de caso
Influência da circunferência abdominal na porcentagem de gordura corporal
de pacientes com cardiopatia
WALLERI CHRISTINI TORELLI REIS, ELIZE REGINA KOSLOSKI DRANKA, VÂNIA
MARI SALVI ANDRZEJEVSKI e MARIA LUIZA DRECHSEL FÁVERA.
FERREIRA, A C A, BAUMGARTNER, R, OLIVEIRA, L M T e ZAINA, F E.
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: O uso irracional de medicamentos é um importante problema de saúde pública em
todo o mundo, com grande repercussão econômica. Estima-se que a prescrição incorreta pode
acarretar em elevação dos gastos em 50 a 70% dos recursos governamentais destinados a aquisição
de medicamentos. Entretanto, quando utilizados apropriadamente, os medicamentos representam o
recurso terapêutico mais custo-efetivo. O farmacêutico clínico é peça fundamental na promoção do
uso racional de medicamentos, garantindo ao paciente uma farmacoterapia adequada com resultados
terapêuticos definidos, minimizando consequentemente os riscos de resultados desfavoráveis
relacionados a farmacoterapia. Objetivo: Demonstrar através de um relato de caso, a importância
do seguimento farmacoterapêutico na promoção do uso racional de medicamentos a pacientes
cardiopatas polimedicados. Delineamento: Relato de caso. Pacientes e Métodos: A paciente em
questão foi selecionada no ambulatório de atenção farmacêutica, onde realizou-se o seguimento
farmacoterapêutico da mesma, através de consultas ambulatoriais. Resultados: Paciente C.S.P.,
sexo feminino, 71 anos, hipertensa, dislipidêmica, hipotireoidismo, hipoparatireoidismo, glaucoma,
doença arterial coronariana. Em uso contínuo de: levotiroxina, propatilnitrato, omeprazol, enalapril,
hidroclorotiazida, trimetazidina, diltiazem, cálcio, carbonato de cálcio, aspirina, clopidogrel, ômega 3,
sinvastatina, gingko biloba, isoflavona, amitriptilina, alopurinol, soluções oftalmológicas com timolol,
travoprosta, brimonidina e lubrificante ocular, além de uso se necessário de: dipirona, paracetamol,
dimenidrato, cinarizina. Solicitado monitoramento residencial da pressão arterial que revelou valores
dentro das metas terapêuticas. Devido ao grande arsenal terapêutico utilizado, foi foco do atendimento o
risco de interações medicamentosas e avaliação da necessidade da densa farmacoterapia. Observou-se
que a paciente apresentava interações clinicamente relevantes, além da presença de medicamentos
desnecessários em sua prescrição, diante disso foram realizadas as seguintes intervenções junto à
equipe médica: 1) Sugestão da troca do omeprazol pela ranitidina, pelo risco de redução da eficácia
clínica do clopidrogrel quando associado a inibidores enzimáticos, como o omeprazol 2) Sugestão
do monitoramento de sinais/sintomas clínicos e de exames laboratoriais devido ao risco aumentado
de desenvolvimento de miopatia e rabdomiólise associado ao uso concomitante de sinvastatina
e diltiazem 3)Sugestão da suspensão do alopurinol, pois a paciente não apresentava histórico de
hiperurecemia que justificasse o uso do mesmo 4) Suspensão do gingko biloba e da isoflavona, pois
através do relato da paciente e da avaliação farmacêutica constatou-se que esses medicamentos
aumentavam a carga diária de comprimidos ingeridos diariamente, sem claro benefício clínico.Todas as
intervenções foram aceitas pela equipe médica. Conclusão: O acompanhamento farmacoterapêutico
a pacientes com doenças cardiovasculares, polimedicados, mostrou grande relevância na promoção
do uso racional de medicamentos, minimizando os riscos de desenvolvimento de resultados negativos
associados à farmacoterapia.
13
Fundamento: As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em nosso
país. É conhecido que o excesso de peso predispõe a essas doenças, assim como o
acúmulo da gordura abdominal visceral. Levando isso em consideração, parâmetros
como circunferência abdominal (CA) e a porcentagem de gordura corporal (%G) são
indicadores de risco cardiovascular. Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar a
relação da CA com a %G. Delineamento: Estudo retrospectivo. Métodos: Estudo
realizado com fichas de acompanhamento nutricional de pacientes de ambos
os sexos internados nas Clínicas Cardiológicas de um Hospital Universitário de
Curitiba. Para a análise da CA foram utilizados valores de referência estabelecidos
na literatura (NCEP ATC III). Para o diagnóstico da gordura abdominal os pacientes
foram classificados segundo a %G (Marlin & Arlin, 1995). Para verificar correlação
estatística, foi utilizado o método de Pearson, considerando significativo o p<0,05.
Resultados: A amostra constitui-se de 244 pacientes, sendo a maioria do sexo
masculino (60,7%). Houve associação positiva entre CA e %G (p=0,0001 e r=0,1537).
Na análise, mulheres (p=0,0003 e r=0,2280) e homens (p=0,0204 e r=0,1162) com
CA com risco apresentaram %G acima da média, indicando uma correlação positiva
entre essas variáveis. Porém quando comparado os pacientes sem risco pela CA
com a %G acima da média a correlação foi negativa (p=0,1871 para mulheres e
p=0,7805 para homens). Conclusão: Todos os pacientes que possuem CA maior do
que o recomendado apresentam também gordura acima da média, indicando que há
uma relação direta entre ambas. Esse acúmulo de gordura visceral principalmente
na região abdominal se associado à resistência à insulina, alteração nos lipídeos
e pressão arterial elevada caracterizam uma síndrome conhecida como Síndrome
Metabólica, a qual deve ser tratada considerando-se que todos esses parâmetros
sofrem influência da má alimentação, tornando desta forma, o papel do nutricionista
em uma equipe de atenção cardiovascular, imprescindível.
28134
28135
Perfil nutricional de pacientes idosos internados na cardiologia de um hospital
universitário
Contagem total de linfócito e circunferência muscular do braço de pacientes
cardíacos
FERREIRA, A C A, BAUMGARTNER, R, BATISTA, E D, ANDRETTA, A e ZAINA, F E.
FERREIRA, A C A, BAUMGARTNER, R, OLIVEIRA, L M T e ZAINA, F E.
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A causa mais frequente de morbimortalidade no Brasil são as doenças
cardiovasculares, sendo as principais responsáveis pelas despesas hospitalares do
Sistema Único de Saúde. Atenção especial deve ser dada não somente ao excesso
de peso, que é um fator predisponente a essas doenças, mas também à desnutrição
que pode estar presente na insuficiência cardíaca. Objetivo: O objetivo deste
trabalho é traçar o perfil nutricional com base no Índice de Massa Corporal (IMC)
de pacientes idosos cardiopatas. Delineamento: Estudo retrospectivo. Métodos:
A amostra foi composta por 152 pacientes, de ambos os sexos, com idade igual ou
superior a 60 anos. Foram utilizados dados retrospectivos de fichas de avaliação
nutricional de pacientes internados nas unidades cardiológicas, nos anos de 2011
e 2012, em um hospital de ensino de Curitiba-PR. O diagnóstico nutricional dos
pacientes foi obtido através do IMC, segundo os pontos de corte recomendados
pela Organização Pan-Americana de Saúde (2002). Para análise de dados foram
empregadas várias funcionalidades do Microsoft Excel® e o teste de Spearman.
Resultados: A média de idade foi 69,77 ± 7,04 anos, sendo a maior parte dos
pacientes do sexo masculino (57,9%). Com relação ao diagnóstico nutricional,
21,05% (n=32) apresentavam baixo peso, 36,84% (n=56) eram eutróficos, 4,60%
(n=7) estavam em risco de obesidade e 37,5% (n=57) eram obesos. Houve
correlação significativa entre os sexos e IMC, sendo p<0,001 e r=0,95. Conclusão: A
prevalência de estado nutricional inadequado atingiu 63,15% da população estudada,
evidenciando a necessidade de um acompanhamento nutricional para a melhora
da saúde do indivíduo e qualidade de vida, tanto no ambiente hospitalar quanto no
domiciliar. Além disso, os resultados demonstram que há diferença significativa entre
homens e mulheres em relação ao IMC, sendo a inadequação do estado nutricional
mais comum em homens (57%).
Fundamento: O Estado Nutricional (EN) comprometido altera o sistema imune.
A contagem total de linfócitos (CTL) e a circunferência muscular do braço (CMB),
são indicadores do EN. Objetivo: O estudo teve por objetivo verificar a relação da
CTL com a CMB e a idade. Delineamento: Estudo retrospectivo. Métodos: Foram
analisados dados de CMB e CTL de pacientes admitidos de 2011 a 2012 nas clínicas
cardiológicas de um Hospital Universitário de Curitiba, sendo excluídos aqueles com
edema. Para análise, utilizou-se adequação da CMB com valores de referência
(Augusto et al, 1994) e classificação de estado nutricional de acordo com CTL: < 800/
mm³ desnutrição grave; 800 – 1200/mm³ desnutrição moderada; 1200 – 1500/mm³
desnutrição leve; e > 1500/mm³ normal. Para verificar correlação estatística, foram
utilizados os métodos de Spearman e Pearson, considerando p<0,05. Resultados:
A amostra constitui-se de 297 pacientes, sendo 58,9% do sexo masculino e a idade
média de 58,8 anos (+17,7). Na análise entre idade e CTL verificou-se que não houve
correlação. Houve correlação positiva entre adequação da CMB e CTL (p=0,0115 e
r=0,023). Ao estratificar a amostra em desnutrição grave, moderada, leve e normal,
de acordo com a classificação da CTL não obteve-se correlação com a %CMB.
Conclusão: A CTL se relacionou com a CMB isoladamente, mas não quando
classificada. Isto indica que apesar da relação ser positiva quando estratificada
mostrou-se ineficaz para avaliar o EN. Assim, mais estudos são necessários para
consolidar a utilização da CTL como um indicador isolado do estado nutricional,
principalmente no que se refere à reserva muscular.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
Resumos Temas Livres
28213
28224
Aterosclerose e fatores de risco associados
Assistência de Enfermagem voltada a pacientes pós-cirurgia cardíaca
JOSÉ WILLIAM VAVRUK.
CARLA DANIELY ALMEIDA, CLAUDIANA MACHADO DOS SANTOS e ROZILETE
DIAS OLIVEIRA.
Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR, BRASIL.
Resumo: A instalação da aterosclerose é gradual e degenerativa, conduzindo o
paciente ao bloqueio arterial em razão do aumento e concentração de lipídeos
(principalmente colesterol) nas paredes endoteliais. A conseqüência clínica à
instalação da aterosclerose consiste no surgimento de danos a órgãos vitais, bem
como pode conduzir o paciente ao óbito.
Centro Universitario Campos de Andrade, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: Todos os períodos cirúrgicos são de extrema importância, porém
daremos maior enfoque ao período pós-operatório que se inclui desde a saída do
paciente da sala cirúrgica até a sua total reabilitação. A Assistência de Enfermagem
visa à saúde, a promoção, a prevenção das doenças, a recuperação e total
reabilitação dos pacientes. Objetivo: Visa prestar a Assistência de Enfermagem
em pacientes pós-cirúrgias cardíacas. Delineamento: Trata-se de um referencial
bibliográfico de caráter descritivo, utilizaram-se as principais bases de dados
relacionados à saúde. Resultados: A Assistência de Enfermagem procura atender
os domínios Psicológico, Psicossocial e Psicoespiritual, portanto para atendermos
o paciente cirúrgico devemos conhecer o seu histórico, o diagnóstico e formularmos
uma prescrição e condutas especificas de cuidados que visem à melhoria do estado
geral do paciente. Nesta situação algumas condutas a serem seguidas tendem a
efetuar esta melhoria, dentre elas inclui-se: minimizar ansiedade, controlar ingesta
e eliminação hídrica, promover medidas para alivio da dor, promover orientação,
monitorar sinais vitais, realizar ausculta pulmonar e cardíaca, promover medidas de
conforto, avaliar estado de consciência, avaliar aspecto de sondas e drenos, observar
seguintes complicações como, cianose central e periférica, dispneia, náusea, vomito,
edema, observar aspectos da ferida operatória (hemorragia, hiperemia e deiscência
de sutura). Conclusão: Com a adequada prestação da Assistência de Enfermagem,
podemos chegar à obtenção da melhoria do estado de saúde do paciente, visando
todos os períodos cirúrgicos, mas principalmente o término da cirurgia até a sua total
recuperação. Referencias: Enfermagem na Unidade de Centro Cirúrgico, Silva, Mª
A. Anch. Ed. Pedagógica e Univ. Ltda. EPU 2ª ed. 1997. Manual de Enfermagem/
Enfermagem Médico-Cirúrgica, colaboradora Suzana Bajaña Mosquera. et al. Ed.
Vergara Brasil Ltda. São Paulo. 2008.
28234
28235
Análise compartiva entre o índice preditivo Euroscore e a mortalidade obtida
na revascularização do miocárdio
A enfermagem identificando complicações em portadores de agravos cardiacos
fora do ambito hospitalar
MAURICIO HENRIQUE ZANINI CENTENARO, e RUI MANUEL DE SOUSA S.
ANTUNES ALMEIDA.
CLAUDIANA MACHADO DOS SANTOS, GLEIDSON BRANDAO OSELAME, CARLA
DANIELY ALMEIDA e ROZILETE DIAS OLIVEIRA.
Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel, PR, BRASIL.
Centro Universitário Campos de Andrade, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: Diversos modelos de estratificação de risco têm sido adotados com
a finalidade de predizer a mortalidade em cirurgia cardíaca, essencialmente com o
objetivo de comparação ente pacientes que se submetem a cirurgia e informação
de risco aos pacientes. O EuroScore, tem demonstrado ser uma boa forma de
avaliar riscos por ter uma boa acurácia, mesmo quando aplicado a populações
não europeias. Objetivo: Comparar o índice preditivo de mortalidade, Euroscore,
com a mortalidade obtida em cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM), no
Serviço de Cirurgia do Instituto de Cirurgias Cardiovasculares do Oeste do Paraná.
Delineamento: Estudo transversal. Pacientes e Métodos: Foram avaliados 52
pacientes, submetidos a CRM, de abril de 2009 a agosto de 2010. A amostra foi
dividida em dois grupos sendo o grupo A, formado por 20 pacientes com menos de
60 anos, e o grupo B, de 32 pacientes, com 60 ou mais anos. Todos os pacientes,
de ambos os grupos, foram ainda subdivididos em outros três, de acordo com o
valor do EuroScore: 0 a 2 (baixo risco), 3 a 5 (risco intermediário) e maior que 5 (alto
risco). Resultados: O sexo masculino foi preponderante em 76,92% dos casos, e
a idade média foi de 62,20+-8,08 anos, neste grupo de estudo, sendo a variação
do Euroscore aditivo de 4,68+-3,28 e do logístico de 6,20+-0,08%. A mortalidade
hospitalar foi de 3,77% (n=2), sendo que apresentavam uma média de EuroScore
aditivo de 6+-5,66 e logístico de 10,39+-0,12%. No grupo A, a média de idade foi
de 54,56+-3,55 anos, o EuroScore aditivo de 3+-3,05 e o logístico de 3,98+-0,07,
sendo que neste grupo observou-se um óbito (5%), num paciente de baixo risco.
No grupo B a idade média foi de 67+-6,19 anos, o Euroscore aditivo de 5,70+-3,02
e o logístico de 7,53+-0,08, com um óbito (3,13%) num paciente de alto risco.
Conclusão: O índice de mortalidade obtido é comparável ao previamente obtido
pelo uso do EuroScore e é adequado, para a inferição de resultados nesta cirurgia,
mesmo com variação da amostra e dos fatores de risco em relação ao estudo original.
Fundamento: Portadores de agravos cardíacos fora do ambiente hospitalar estão
suscetíveis a complicações a qualquer momento, ficando mais vulneráveis e expostos
a danos irreversíveis. Quando unidades de atendimento básico identificam sinais
e sintomas de complicações através do atendimento de enfermagem e tomam
decisões rápidas e eficaz essas complicações podem ser amenizadas ou totalmente
revertidas. Objetivo: Analisar e identificar a ação das equipes de enfermagem fora
do âmbito hospitalar. Delineamento: Trata-se de revisão bibliográfica de caráter
descritivo-discursivo utilizando as principais bases de dados em saúde. Resultados:
Cientes da suma importância da capacitação da enfermagem diante de todos os seus
procedimentos e atitudes, buscamos com afinco a especialização e a capacitação
desses profissionais. Quando falamos de portadores de agravos cardíacos a
enfermagem tem que estar ciente das complicações que esse indivíduo possa
apresentar, subitamente ou dia-a-dia. Em um dia edema de membros inferiores,
náuseas e vômitos, no outro sobre carga pulmonar e conseqüentemente falência da
bomba cardíaca1. Se os profissionais conhecem seus pacientes e suas patologias,
conseguem identificar alterações de padrões e comportamento a tempo de tomadas
de decisões rápidas e eficazes. Conclusão: Em todas as etapas ou ambientes a
capacitação da enfermagem é de extrema importância, seja em hospitais, clínicas,
casas de recuperação ou unidades básicas de saúde o bom andamento de um
acompanhamento e tratamento eficaz depende em boa parte desses profissionais.
Referencias: Figueiredo, N.M. Almeida de, 2005 Praticas de Enfermagem; E.YENDIS
São Caetano do Sul- SP.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
14
Resumos Temas Livres
28237
28246
Correlação do índice tornozelo braquial com a presença e extensão de
aterosclerose coronariana em paciente com suspeita de doença arterial
coronariana submetidos a cineangiocoronariografia
Exercício físico aeróbio associado à ventilação não invasiva em pacientes
com insuficiência cardíaca descompensada
THAÍS ISABEL LUMIKOSKI, LEONARDO BRANDÃO PRÉCOMA, EDUARDO
BECHTLOFF WOELLNER e DALTON BERTOLIM PRÉCOMA.
Pontificia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL - Sociedade
Hospitalar Angelina Caron, Campina Grande do Sul, PR, BRASIL.
Instituto Dante Pazzanese Cardiologia, São Paulo, SP, BRASIL.
Fundamento: As doenças cardiovasculares (DCV) constituem a principal causa de óbito
Fundamento: O exercício físico é imprescindível na insuficiência cardíaca. A descompensação
28247
28248
Infarto agudo do miocárdio em paciente jovem com lúpus eritematoso
sistêmico: relato de caso e revisão de literatura
Endocardite trombótica não bacteriana e carcinoma de sítio primário oculto:
relato de caso e revisão de literatura
ANDRE LUIZ BENETTI, AMELIA CRISTINA ARAUJO, MELISSA SIROMA,
NADYA ROCUMBACK ALVES DA COSTA, DANIANE RAFAEL, SABRINA PINTO
COELHO, KELLY CAROLINA SERRAO, LARISSA GAYER MADUREIRA e GREICE
BELTRAME.
ANDRE LUIZ BENETTI, AMELIA CRISTINA ARAUJO, MELISSA SIROMA, GREICE
BELTRAME, NADYA ROCUMBACK ALVES DA COSTA, DANIANE RAFAEL, KELLY
CAROLINA SERRAO, SABRINA PINTO COELHO e LARISSA GAYER MADUREIRA.
nos EUA. Um grande desafio público é identificar na população aparentemente saudável,
aqueles com alto risco para eventos CV, assim, há um interesse crescente no uso de
marcadores não invasivos que identifiquem a aterosclerose subclínica. O Índice Tornozelo
Braquial (ITB) é um método diagnóstico não invasivo de fácil e rápida realização, baixo
custo e com elevada aceitabilidade. O ITB originalmente foi utilizado para identificar doença
arterial periférica (DAP). Pacientes com ITB anormal (<0,9), associada ou não a doença
arterial coronariana (DAC), apresentam risco aumentado de mortalidade geral e de eventos
CV. Objetivo: Avaliar a correlação do ITB com a presença e extensão da aterosclerose
coronariana em pacientes submetidos à cineangiocoronariografia eletiva por suspeita
de DAC, além de identificar nestes pacientes fatores de risco comuns para DAC e DAP.
Métodos: Estudo observacional analítico transversal baseado no emprego de questionário
e realização do ITB. Foram analisados 139 pacientes, acima de 50 anos encaminhados
para a realização de cineangiocoronariografia por suspeita de DAC. Características
clínicas pesquisadas: idade, gênero, diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica,
tabagismo, sedentarismo, obesidade e circunferência abdominal. Resultados: Pacientes
com ITB alterado possuíram maior incidência de DAC (p=0,008). Idade (p=0,001), gênero
(p=0,017), DM (p=0,038) e tabagismo (p=0,036) demonstraram ter importância significativa
na correlação com DAC. Na avaliação da idade, o valor de odds ratio(OR) igual a 1,10
indica que a cada ano a mais de idade do indivíduo corresponde um acréscimo de 10%
na sua OR para DAC. Na análise multivariada, idade, gênero, ITB alterado e presença de
DM mostraram-se significativos. Conclusão: O ITB alterado aumenta a probabilidade
de ter DAC. A adição do ITB em modelos de risco pré-estabelecidos pode ser útil para
aumentar a acurácia na detecção de pacientes que necessitam de prevenção primária
de forma mais agressiva. Na análise dos fatores de risco, idade, gênero, DM e tabagismo
demonstraram ser significativos na presença de DAC.
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, BRASIL.
Fundamento: Pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) apresentam aproximadamente
cinco vezes maior risco de morte por causa cardiovascular se comparados com a população
geral, sendo a doença coronariana isquêmica relatada em 5 a 16 por cento dos portadores de
LES. A dor torácica pode se apresentar de forma típica ou atípica e não deve ser subestimada
mesmo em pacientes jovens sem fatores de risco adicionais. O infarto agudo do miocárdio
(IAM) no paciente jovem lúpico ocorre tanto por fenômenos inflamatórios de vasculite quanto por
progressão de placa aterosclótica. Pacientes lúpicos em atividade da doença apresentam maior
risco adicional e estudos demonstram que pacientes com nefrite lúpica têm risco aumentado
de 2,8 vezes de apresentarem infarto agudo do miocárdio em relação aos pacientes com bom
controle da doença. A progressão da placa aterosclerótica ocorre pelos possíveis mecanismos
inflamatórios comuns entre aterosclerose e o LES. Objetivo: Realizar uma revisão de literatura
e relatar um caso de IAM em paciente jovem com LES. Relato do caso: Paciente masculino,
25 anos, com diagnóstico de LES com comprometimento pulmonar, cutâneo, renal e articular,
abandonou tratamento clínico durante 5 anos. Retornou ao ambulatório apresentando nefrite
lúpica com plano de internamento para biópsia renal. Apresentou no pronto atendimento
dor torácica atípica, evoluindo com troponina positiva e alteração dinâmica do segmento ST
em parede anterior ao ECG. O cateterismo cardíaco demonstrou lesão de 70% em artéria
descendente anterior, sendo diagnosticado como infarto agudo do miocárdio sem supra
desnível do segmento ST. Assintomático com tratamento clínico otimizado, foi optado por
tratar o flair lúpico com pulsoteratia com ciclofosfamida e iniciar cloroquina e prednisona via
oral. No seguimento foi realizado cintilografia do miocárdio para avaliar isquemia miocárdica
e reavaliar a necessidade de cateterismo cardíaco/angioplastia transluminal coronariana.
Conclusão: Pacientes lúpicos apresentam alto risco para infarto agudo do miocárdio quando
comparado a população geral. Dor torácica típica ou atípica devem ser investigadas mesmo
em pacientes jovens. A adesão ao tratamento e o bom controle da doença são essenciais
para evitar aterosclerose. A presença de nefrite lúpica implica em predisposição do paciente
desenvolver vasculites e está relacionada a maior risco de infarto agudo do miocárdio. O
tratamento do IAM no paciente lúpico deve ser individualizado em relação ao tratamento do
flair lúpico e/ou angioplastia.
15
MAYRON FARIA DE OLIVEIRA, RITA DE CASSIA LIMA DOS SANTOS, SUELLEN
AFONSO ARTZ, EDILEIDE DE BARROS CORREIA, PRISCILA CRISTINA DE
ABREU SPERANDIO, VANESSA MARQUES FERREIRA e IRACEMA IOCO
KIKUCHI UMEDA.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
é a grande causa de internação hospitalar com prejuízos para o paciente. Porém, nenhum estudo
avaliou a segurança do exercício em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada
(ICd) classe funcional IV internados. Objetivo: Avaliar a segurança do exercício na ICd e o
exercício associado à VNI na ICd. Métodos: Incluímos 29 pacientes, 56±7 anos e fração de
ejeção de 25,2±5,4%. Foram realizados: espirometria, teste de caminhada de 6 minutos (TC),
questionário de qualidade de vida (QQV), BNP e marcador inflamatório (PCR) no 1º (D1) e no
10º (D10) dia de internação. Foram ra ndomizados em grupos sham (GS), VNI (GV) e controle
(GC). Os GS e GV, além do tratamento clínico, realizaram por 8 dias consecutivos exercícios
em cicloergômetro, com carga livre até a tolerância do paciente ou por no máximo 20 min. O
GV utilizou máscara facial durante o exercício com pressão inspiratória de 14 e expiratória de
8cmH2O. O GS utilizou VNI com pressões subterapêuticas e o GC recebeu apenas tratamento
clínico. Coletou-se saturação periférica de oxigênio (SpO2), frequência cardíaca (FC), frequência
respiratória (FR), pressão arterial (PA), Borg e lactato no repouso, a cada 2’ de exercício e
na recuperação e dados de evolução clínica.Teste de Kolmogorov-Smirnov, teste t pareado e
não pareado, teste Qui-quadrado, ANOVA com Post Hoc de Scheffé, teste de Mann-Whitney
e correlação de Pearson. Nível de significância foi p<0,05. Resultados: Houve menor tempo
de internação no GV (17±10dias) em relação ao GS (23±8dias) e GC (39±15dias;p<0,05) e
o GC apresentou mais complicações (55,6% óbito/UTI) em relação ao GS e GV (85% alta
hospitalar). O uso de dobutamina apresentou redução no GV (D1=54,5%;D10=18,2%), no GS
(D1=44,4%;D10=22,2%) e manteve-se no GC (D1=55,6%;D10=33,3%). O deltaTC foi maior no
GV (127±72metros) que o GS (72±26metros) e o GC (41±19metros)(p<0,05). Além disso, o GV
apresentou melhora do QQV quando comparado D1 e D10 (71±3 vs 61±10 pontos). O GV, em
relação ao GS, apresentou maior tempo total de exercício (128 vs 92 min; p<0,05) com menores
valores de FC (73±12 vs 104±25 bpm;p<0,05) no pico do exercício. Não houve diferença
da SpO2, FR, PA, lactato, espirometria, BNP e PCR. Conclusão: Na amostra estudada, o
exercício aeróbio durante a descompensação da IC se mostrou seguro e eficaz, reduzindo o
uso de inotrópico positivo e complicações intra-hospitalar. O uso da VNI proporcionou menor
stress cardiovascular e auxiliou na melhor performance dos pacientes durante o exercício.
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A endocardite trombótica não bacteriana (ETNB) é caracterizada pela deposição
de trombos e fibrina sobre valvas cardíacas normais ou degeneradas na ausência de germes. A
doença está relacionada a estados inflamatórios crônicos, tais como malignidades, septicemia
e queimaduras extensas. Devem ser considerados carcinomas primários em trato pancreático
biliar, estômago e ovários. Os níveis elevados do fator de necrose tumoral e interleucina 1,
presentes no câncer, podem causar dano ao endotélio valvar, formação de trombos e maior
incidência de fenômenos embólicos quando comparada à endocardite infecciosa. O diagnóstico
é constituído pela visualização de uma vegetação endocárdica associada à ausência de germes
viáveis no sangue. O manejo da ETNB consiste no tratamento da malignidade subjacente
associado à anticoagulação sistêmica. Objetivo: Revisar a literatura e relatar um caso de
ETNB associada carcinoma de sítio primário oculto. Relato do caso: Paciente feminino, 29
anos, admitida com história de fala arrastada há uma semana, evoluindo com confusão mental
e parestesia facial e membro superior a esquerda. Realizou ressonância magnética de crânio
que evidenciou duas áreas isquêmicas sugestivas de infarto embólico. ECG em ritmo sinusal,
indicado ecocardiograma transtorácico sem evidência de trombos intracavitários. Optado por
realizar ecocardiograma transesofágico que evidenciou refluxo aórtico discreto e ecos móveis
anormais 0,45 x 0,35 mm na valva aórtica. Laboratorialmente apresentava hemoculturas
negativas, plaquetopenia 34.000 e clinicamente síndrome Púrpura Trombocitopênica Idiopática
like. A biópsia de medula óssea diagnosticou carcinoma metastático pouco diferenciado. O
material foi encaminhado para exame imunohistoquímico que confirmou o carcinoma, porém
sem estabelecer o sítio primário. Na investigação de sítio primário foi realizado us mama, us
transvaginal, tomografia computadorizada (TC) de tórax, abdome e pelve, sem elucidação do
caso. A paciente apresentou múltiplas novas embolias cerebrais detectadas em TC crânio de
controle e evoluiu para óbito. Conclusão: Na evidência de fenômenos embólicos, a investigação
da fonte deve ser iniciada. O ecocardiograma transtorácico é indicado. Na suspeita clínica de
endocardite, mesmo com exame transtorácico negativo, se a suspeita clínica persistir, deve
ser realizado o ecocardiograma transesofágico. Trombos pequenos ao ecocardiograma e
hemoculturas negativas podem sugerir ETNB. A ETNB está intimamente relacionada a doença
maligna avançada e têm prognóstico reservado.
Resumos Temas Livres
28251
Levantamento de dados a partir da análise farmacêutica das prescrições
médicas das unidades cardiológicas do Hospital de Clínicas da Universidade
Federal do Paraná
ELIZE REGINA KOSLOSKI DRANKA, WALLERI CHRISTINI TORELLI REIS, VÂNIA
MARI SALVI ANDRZEJEVSKI e MARIA LUIZA DRECHSEL FÁVERA.
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: O uso irracional de medicamentos é um importante problema de saúde pública
em todo o mundo, com grande repercussão social e econômica. A promoção do uso racional dos
medicamentos e o seguimento farmacoterapêutico dos pacientes são atividades primordiais para
o exercício da farmácia clínica. Objetivo: Levantamento de dados a partir da análise farmacêutica
das prescrições médicas das unidades cardiológicas de um hospital universitário de grande porte.
Delineamento: Trata-se de um estudo retrospectivo. Métodos: Dentro das atividades de farmácia
clínica propostas e iniciadas em abril de 2011, foi realizado o levantamento das análises das
prescrições médicas, no período de abril a dezembro de 2011, pelos residentes farmacêuticos
nas unidades de internação cardiológicas de um hospital universitário de grande porte. A análise
das prescrições ocorreu diariamente com avaliação dos seguintes parâmetros: dose, intervalo de
administração, apresentação e/ou forma farmacêutica, presença de medicamentos inapropriados,
necessidade de medicamento adicional, alternativas terapêuticas mais adequadas, presença
de interações medicamentosas relevantes, discrepâncias entre recomendação e prescrição,
incompatibilidades físico-químicas/estabilidade da solução. As bases de dados consultadas foram:
MICROMEDEX, UPTODATE, MEDSCAPE, dentre outras. A partir da avaliação desses parâmetros,
os Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRMs) encontrados foram classificados, assim
como as intervenções resultantes desta análise, conforme estabelecido pelo manual de farmácia
clínica do hospital. Resultados: No período proposto foram analisadas 1981 prescrições e foram
realizadas 179 intervenções farmacêuticas (IF). A partir dos dados levantados observou-se que o
PRM mais prevalente foi relacionado a dose, ou seja a dose prescrita estava em desacordo com o
preconizado pela literatura, e consequentemente a IF mais prevalente foi solicitar o ajuste de dose.
Sequencialmente apresentaram também alta prevalências os PRMs, medicamento inapropriado
(17%) e a presença de interações medicamentosas relevantes (14%). Em relação a aceitabilidade
das intervenções farmacêuticas, 66% foram aceitas, 13% não foram aceitas com justificativa, 7%
não foram aceitas sem justificativa, 3% foram aceitas com alterações. Em 17% dos casos esse
parâmetro não foi considerado, pois tratavam-se de ações educativas. Conclusão: Com o presente
estudo foi possível evidenciar que a análise farmacêutica das prescrições médicas e o seguimento
farmacoterapêutico dos pacientes são atividades de extrema importância para a promoção do uso
racional de medicamentos, para a redução de erros de medicação, propiciando a interface com
a equipe de saúde, permitindo a identificação, resolução e prevenção do surgimento de PRMs
associados a prescrição médica, colaborando para a melhora da qualidade de vida dos pacientes
e a redução dos custos em saúde.
28252
Coarctação de aorta em mulher de 61 anos: um relato de caso
CLAUDIO PEREIRA DA CUNHA, ANA KARYN EHRENFRIED DE FREITAS, ANDRE
LUIZ BENETTI, GREICE BELTRAME, KELLY CAROLINA SERRAO, SABRINA
PINTO COELHO e SIMONE FOGGIATTO.
Hospital de Clínicas - Serviço de Cardiologia, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: A coarctação de aorta é uma lesão vascular congênita tipicamente diagnosticada
na infância e em adultos jovens, que possui uma diminuição na expectativa de vida em pacientes
sem correção precoce, sendo raramente diagnosticada em adultos acima de 50 anos devido
suas graves repercussões cardiovasculares. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente idosa
portadora de coarctação de aorta e elaborar uma revisão de literatura a respeito. Relato do
caso: H.L.B.W, feminino, 61 anos, do lar, natural de Siqueira Campos e residente em CuritibaPR. Paciente admitida no Hospital de Clínicas em 27 de setembro de 2011 para investigação e
tratamento cirúrgico de coarctação de aorta, mostrada em ecocardiograma de 08 de abril de 2011
e em tomografia de tórax de 11 de julho de 2011. Paciente realizou cateterismo em 20/09/2011
com ausência de coronariopatia obstrutiva e presença de estenose valvar aórtica e ectasia e
coarctação aórtica. Na admissão relatava dispneia aos pequenos e médios esforços há 20 anos,
com piora progressiva e hipertensão de difícil de controle. Durante a internação foi realizado um
novo ecocardiograma que mostrava estenose de aorta moderada, valva aórtica bicúspide com área
valvar de 1,1 cm2 e aorta descendente com estreitamento sugestivo de coarctação. Foi realizada
então angiotomografia de tórax em 30/09/2011, que confirmou os achados anteriores: múltiplas
malformações cardíacas caracterizadas por dupla veia cava superior, ectasia de aorta ascendente,
com área de redução do seu calibre no anexo aórtico entre a emergência das artérias subclávias
esquerda e direita, que encontrava-se em posição aberrante cruzando o mediastino posteriormente
ao esôfago, achados compatíveis com coarctação de aorta. Optou-se por tratamento cirúrgico com
colocação de endoprotese e não abordar a valva aórtica neste momento. Enquanto aguardava a
cirurgia, paciente descompensou com piora progressiva da dispneia, e foi novamente internada
no Hospital de Clínicas, definindo-se por realização da cirurgia no dia 21 de março de 2012, sem
intercorrências. Após a cirurgia, paciente foi admitida na UTI coronariana do HC e evoluiu com
flutter atrial recorrente, revertida com medidas farmacológicas e cardioversão elétrica. Conclusão:
A coarctação da aorta é um defeito cardiovascular relativamente comum, sendo diagnosticado
especialmente na infância ou em adultos até os 50 anos de idade. Pacientes com essa patologia
raramente sobrevivem além dessa idade devido a complicações cardíacas, tais como insuficiência
cardíaca, coronariopatias, hipertensão dentre outras que reduzem a expectativa de vidas nesses
pacientes. Nesse relato apresentamos um caso raro de uma paciente com 61 anos que apresenta
essa patologia, além de valva aórtica bicúspide e dupla veia cava superior, o que o torna ainda
mais singular e relevante para a prática clínica. Descritores: Coarctação de aorta, valva aórtica
bicúspide, dupla veia cava superior.
28254
28259
Prevenção de acidente vascular encefálico com o uso de Bloqueadores do
Receptor da Angiotensina: Meta-análise
Influência dos exercícios aeróbio e resistido sobre perfil hemodinâmico e
lipídico em idosas hipertensas
EMILTON LIMA JUNIOR, ANA CAROLINA DE OLIVEIRA PIERIN, EMILTON LIMA
NETO, FABIELLE PATRICIA ZANARDINI MOTIZUKI, FERNANDA ARNS DE
CASTRO e FERNANDO ANTONIO WILLINGTON FILHO.
SILVA, A C, VANESSA PORTO BERNARDO, MAURO LUCIO MAZINI FILHO,
VENTURINI, G R O, SALGUEIRO, R S e MATOS, D G.
PUCPR, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: O acidente vascular encefálico (AVE) é uma situação de grande
impacto social e a hipertensão arterial é uma de suas principais causas. O uso de
drogas hipotensoras que agem no sistema renina-angiotensina-aldosterona tem
mostrado resultados a favor da prevenção de AVE. Objetivo: Identificar a relação
dos bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II (BRA) com o aparecimento
de eventos cerebrovasculares. Métodos: A pesquisa incluiu estudos randomizados
controlados duplo cego e meta-análises com os termos: BRA, losartana, valsartana,
candesartana, olmesartana, irbesartana, telmisartana, mortalidade, stroke e
outros relevantes, abrangendo período de 10 anos e seguimento superior a 18
meses, que compararam uso isolado de BRA com terapia isolada ou combinada
de outros anti-hipertensivos ou placebo, em pacientes com fatores de riscos para
eventos vasculares isquêmicos. Os resultados foram planilhados e analisados
estatisticamente pelo software Comprehensive Meta-analysis®. Resultados:
Foram selecionados 14 estudos, chegando ao total de 97.060 pacientes. Desses
pacientes, 7-15% tinham história de doença cerebrovascular. Estudos que continham
apenas pacientes hipertensos mostraram que o uso de BRA preveniu AVE (odds
ratio = 0,78; p = 0,000), enquanto os que analisaram uma população mista, com
normotensos e hipertensos, não mostraram prevenção (odds ratio = 0,978; p =
0,425). Conclusão: A terapia com BRA preveniu AVE em pacientes hipertensos
com significativa redução no nível pressórico, o mesmo não foi encontrado no grupo
de pacientes mistos. Sendo assim, não é possível afirmar que os BRA possuem os
mesmos efeitos na prevenção de AVE que os medicamentos inibidores da enzima
conversora de angiotensina.
Universidade Federal do Parana, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: O envelhecimento é um processo caracterizado pela diminuição
das funções fisiológicas e das capacidades físicas tais como: força, flexibilidade,
velocidade dentre outras. Exercícios que trabalhem força e resistência
cardiorrespiratória devem constar em programas de prescrição de atividades para
idosos e hipertensos, entretanto não se sabe ao certo o quão beneficente é a
combinação dessas capacidades físicas em uma mesma sessão de treinamento.
Objetivo: O objetivo do presente estudo foi verificar o efeito do exercício aeróbio e
resistido sobre parâmetros hemodinâmicos, antropométricos e lipídicos de mulheres
idosas hipertensas. Métodos: Participaram 25 mulheres no grupo experimental (GE)
(74,44 ± 6,3 anos) e 12 mulheres no grupo controle (GC) (75,25 ± 6,8 anos). O GE
participou de sessões 60 minutos de exercícios físicos combinados com intensidade
moderada que contemplaram exercícios localizados e caminhada, enquanto o GC
manteve seus hábitos normais. Resultados: Ao contrário do GC todas as variáveis
analisadas no GE sofreram alterações significativas (p<0,05) nos três momentos de
intervenção, FCrep (85,0 ± 11,4 bpm; 80,1 ± 10,3 bpm; 79,4 ± 9,9 bpm), PAS (157,6
± 13,9 mmHg; 142,8 ± 10,6 mmHg; 132,8 ± 8,4 mmHg), PAD (92,4 ± 7,2 mmHg;
88,0 ± 5,0 mmHg; 82,0 ± 4,1 mmHg), glicemia (110,2 ± 16,4 ml/dl; 101,3 ± 12,8 ml/
dl; 95,3 ± 10,4 ml/dl), triglicerídeos (205,6 ± 37,7 ml/dl; 184,2 ± 32,5 ml/dl; 170,4 ±
29,2 ml/dl), colesterol total (223,2 ± 27,8 ml/dl; 205,3 ± 24,1 ml/dl; 196,4 ± 22,3 ml/
dl), HDL (43,1 ± 1,5 ml/dl; 44,3 ± 1,5 ml/dl; 44,8 ± 1,4 ml/dl), VLDL (28,3 ± 3,2 ml/dl;
26,2 ± 2,5 ml/dl; 25,4 ± 2,2 ml/dl), LDL (151,8 ± 26,3 ml/dl; 134,9 ± 23,3 ml/dl; 126,2
± 21,2 ml/dl). Conclusão: Concluiu-se que os exercícios físicos combinados foram
eficientes na melhoria das variáveis hemodinâmicas, antropométricas e lipídicas
em idosas hipertensas.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
16
Resumos Temas Livres
28262
28457
Evolução clinica de pacientes com lesões de tronco de coronária esquerda
não-protegido submetidos a angioplastia coronária com implante de um
stents farmacológicos
Implante de “valve in valve” para tratamento de insuficiencia aortica apos
implante de valva aortica percutanea (TAVI)”
DANIEL ANIBAL ZANUTTINI, COSTANTINO ORTIZ COSTANTINI, SERGIO
GUSTAVO TARBINE, MARCOS A DENK, MARCELO DE FREITAS SANTOS e
COSTANTINO ROBERTO FRACK COSTANTINI.
Hospital Cardiológyco Costantini, Curitiba, PR, BRASIL.
Fundamento: Recentemente a intervenção coronária percutânea (ICP) com stents
farmacológicos (SFs) tem se mostrado uma opção viável em pacientes selecionados
com lesão de tronco de coronária esquerda não-protegido (TCE-NP). Objetivo: Este
estudo teve como objetivo avaliar a efetividade e a segurança da ICP com SFs em lesões
de TCE-NP da prática diária, analisando a ocorrência combinada de eventos cardíacos
adversos maiores (ECAM) a longo prazo. Métodos: Entre Novembro 2002 e Fevereiro
2012 foram tratados 183 pacientes consecutivos, com média de seguimento clínico de 951
± 748 dias. A decisão de utilizar um ou dois stents e inibidor da glicoproteína IIb/IIIa ficou
a critério do operador. A angiografia ou tomografia multicorte coronária no seguimento foi
realizada em 48% dos pacientes. Os outros pacientes foram avaliados clinicamente ou por
contato telefônico. Resultados: A média de idade foi de 66,1 ± 15 anos, masculino em
75%, diabetes em 29%, angina instável em 39% e Euroscore ≥ 6 em 51%. Multiarteriais
em 81%, com Syntax score ≥ 33 em 47%. Foram utilizados 2,61 SF/ paciente. Lesões com
comprometimento da bifurcação foram identificadas em 86,9% e as técnicas utilizadas
foram o provisional stent em 32% vs 2 stents em 68% ( small crush e small crush invertido
as mais utilizadas). Ultrassom intra coronário foi realizado em 93,2% dos pacientes, e
reintervenção ocorreu em 21,8% dos stents, por apresentarem aposição incompleta de
suas hastes após o implante. Evolução intra hospitalar: ECAM ocorreram em 1,6%, óbito
1,1%, IAM 1,6%, e trombose definitiva/ provável do stent em 1,6%. Evolução no seguimento
tardio: ECAM 16,9%, óbito 6% ( cardíaco 3,8%), revascularização do vaso-alvo (RVA) 9,2%
e trombose tardia do stent 0,6%. Dos 159 pts (86,9%) que trataram bifurcação, os eventos
nos tratados com provisional stent vs 2 stents foram: óbito 5,6% (cardíaco 3,7%) vs 8,5%
(cardíaco 4,7%), p=0,06, RVA 3,7% vs 9,4%, p= 0,02; e ECAM 9,4% vs 15,1%, p=0,06.
Conclusão: A ICP com SFs em lesões de TCE-NP neste estudo mostrou ser segura e
eficaz na evolução tardia, com baixas taxas de óbito cardíaco e de trombose do stent. Nas
lesões em bifurcação á técnica de provisional stent mostrou uma tendência a menor ECAM.
17
Arq Bras Cardiol 2012: 99(1 supl.1):1-17
ALVARO VIEIRA MOURA, EBERHARD GRUBE, RICARDO JOÃO WESTPHAL,
MÁRCIO MIYAMOTTO, RICARDO C. R. MOREIRA, ROBERTO GOMES DE
CARVALHO e ALEXANDRE ALESSI.
Hospital N. Sra. das Graças, Curitiba, PR, BRASIL.
Relato de caso: Relato de caso de paciente JN que apresentava estenose valvar
aórtica severa pelo ecocardograma. Gradiente entre pressão sistólica entre VE e
aorta de 102 mmHg pela hemodinâmica. Apresentava como comorbidades DPOC e
carcinoma de pulmão em tratamento quimioterápico. Euroscore de 6. Foi submetido a
implante valvar parcutâneo (TAVI) com válvula Corevalve tendo sucesso. O gradiente
sistólico entre VE e aorta após o procedimento foi de 4 mmHg. Não apresentou
complicações maiores após o procedimento (AVC, sangramento importante, ou
bloqueio AV). No ecocardiograma de controle apresentou insuficiência valvar de
grau leve a moderado. Permaneceu com diminuição importante dos sintomas por
um periodo de 2 meses. Transcorrido este tempo apresentou dispnéia progressiva
evoluindo até dispnéia a pequenos esforços. Novo ecocardiograma transtorácico
e tranesofágico mostraram evolução da insuficiência aórtica passando agora a
ser grave. Foi indicada a nova dilatação da prótese por valoplastia com balão.
Esta foi realizada (balões de tamanho 28 e 30), porém após o procedimento não
houve redução do grau da insuficiência aórtica. Devido ao insucesso, foi indicado o
implante de uma segunda valvula aórtica percutânea Corevalve. Esta foi implantada
com sucesso em uma posição mais alta (1 cm) sobre a primeira valvula. Houve
redução da insuficiência aórtica para grau leve sem comprometimento do gradiente
transvalvar e sem outras complicações maiores. O paciente apresentou-se em
reconsulta assintomático 2 meses após o procedimento. Conclusão: Relato de
caso de TAVI “valve in valve” com sucesso.
Download