PROVA DE NEUROPATOLOGIA 2008 (Rodízio A)

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PROVA DE NEUROPATOLOGIA 2008 (Rodízio A)
1-
Gliomas: quais os mais freqüentes em criança, suas respectivas localizações e qual o seu comportamento
biológico?
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2-
Acidente Vascular Cerebral hemorrágico: tipos morfológicos, principais localizações e etiopatogenia.
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3-
Astrocitoma pilocítico: localiza-se nos hemisférios cerebelares e é extremamente benigno, com
crescimento lento.
Meduloblastoma: localiza-se no vermis cerebelar e é bastante maligno (muito indiferenciado e
com muitas atipias). Pode se difundir pelo espaço subaracnóide e possui um aspecto friável e
infiltrativo.
Ependimoma: acomente o assoalho ventricular (mais frequentemente do quarto ventrículo) e é
benigno (crescimento lento).
Tumor neuroepitelial disembrioplásico: acomete o lobo temporal e apresenta aspecto benigno,
com bom prognóstico. Não apresenta displasias.
Hemorragia intracerebral: normalmente acomete o putâmen (50%), o tálamo e a ponte. É causado
pelo rompimento de um vaso sanguíneo no interior do parênquima cerebral levando a formação
de uma região de sangue coagulado no centro recoberto por parênquima cerebral. Há compressão
do tecido nervoso o que leva a anoxia e edema, podendo culminar com lesões irreversíveis deste
tecido.
HSA e Aneurisma sacular: acomete principalmente as artérias: comunicante posterior, cerebral
anterior, bifurcação da cerebral média e os troncos das vertebrais e da basilar. A alteração
responsável por isso está na parede das artérias, que são caracterizadas por possuir uma camada
intima espessa enquanto que a camada média está ausente e lâmina elástica interna está
extremamente delgada. Com isso, com o estresse hemodinâmico, há a formação de saco muito
delicado na parede da artéria. Com o tempo ele pode se romper e gerar um sangramento para o
interior do espaço subaracnóide, levando a HIC, compressão do parênquima cerebral e morte.
Malformações do Sistema Nervoso Central: fale sobre seis delas e as características que permitem
identificar cada uma delas.
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Anencefalia: surge por um defeito da neurulação; o cérebro está ausente e há comprometimento
do prosencéfalo. Nota-se uma região cerebrovasulosa no interior do crânio e o feto apresenta
normalmente baixa implantação das orelhas e pescoço alado. É um quadro extremamente grave e
incompatível com a vida.
Encefalocele: é um disrafismo encefálico em que há a formação de um divertículo devido há uma
má-formação do crânio da criança. Normalmente acomete a região occipital ou a fossa posterior,
mas pode ocorrer em outras partes do crânio. Pode ser realizada uma cirurgia para retirada do
divertículo, tendo em vista que o tecido nervoso lá contido é afuncional.
Espinha bífida oculta: é um disrafismo espinhal oculto que normalmente é assintomático. A causa
é um fechamento incompleto dos arcos vertebrais e pode ser acompanhada de acometimento ou
não do tecido nervoso. Frequentemente a pele no local é hipercromática, com tufos de pelo.
Meningocele: é um disrafismo espinhal aberto caracterizado por uma região cística na qual há
meninges e LCR no interior. As meninges encontram-se distendidas e sofreram protrusão por
entre as vértebras. Por não haver comprometimento da medula e dos nervos não existem seqüelas
neurológicas (ou estas são mínimas). O tratamento é cirúrgico.
Mielomeningocele: também é um disrafismo espinhal aberto com uma formação cística
caracterizada por possuir meninges, LCR, nervos e tecido nervoso no seu interior. Há seqüelas
neurológicas presentes, motores, sensitivos, disfunção de esfíncteres; é comum que a criança
tenha pés tortos.
Polimicrogiria: as circunvolusões cerebrais estão aumentadas em número, diminuídas de tamanho
e possuem um aspecto irregular. As camadas corticais estão diminuídas, quase sempre abaixo de
quatro. É uma lesão cerebral à época da migração neuronal.
4-
Meningites bacterianas: falar sobre os principais grupos etiológicos e suas respectivas características
morfológicas.
As meningites bacterianas podem ser:
1.
Meningites piogênicas agudas:
a. As E. coli e os Streptococcus do grupo 2 são mais comuns em crianças; a Neisseria
meningitidis em jovens; o Streptococcus pneumoniae e a Listeria monocytogenes em
idosos; e a Klebsiella sp. em imunodeprimidos.
Há presença de neutrófilos no espaço subaracnóideo, principalmente ao redor dos vasos
sanguíneos. Nota-se também que os vasos encontram-se engurgitados rodeados por pus.
2.
Meningoencefalites crônicas:
a. Tuberculose: é causada pelo Mycobacterium tuberculosis e pelo Mycobacterium avium
intracellulare (em imunodeprimidos). Nota-se macrófagos, plasmócitos, linfócitos e
regiões de necrose caseosa constituindo granulomas, além de fibrose aracnóide. É
freqüente haver um exsudato gelatinoso ou fibrinoso na base do crânio, envolvendo os
pares de nervos cranianos.
b. Neurosífilis: é causada pelo Treponema pallidum.
 Meningovascular: acomete a base do cérebro e as leptomeninges medulares.
Causa arterites de Heubner e gomas cerebrais.
 Parética: o treponema invade o cérebro e causa inflamação com lesões no
parênquima. Ocorrem lesões em nervos, gliose e depósito de ferro; ocorre
ependimite granular.
 Tabes Dorsalis: lesões dos nervos sensitivos das raízes dorsais. Pode haver
ataxia, perda de sensibilidade dolorosa, lesões cutâneas a articulares. À
microscopia nota-se perda de axônios e mielina.
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