Relato: A Escola Estadual Erasmo Braga preocupada com as

Propaganda
Relato:
A Escola Estadual Erasmo Braga preocupada com as dificuldades de leitura e
produções de texto dos alunos, constantemente era pauta nas reuniões
pedagógica. Na reunião com a diretora e mais professoras dos 3º anos,
constatamos, mais uma vez, a dificuldade de compreensão leitora, na produção
de textos e na falta de interesse dos alunos pela leitura. Sempre me apresentei
para os alunos, como professora e contadora de histórias, pois as histórias
sempre estiveram presentes na minha vida e sei dos benefícios que uma boa
história é capaz de fazer na vida de uma criança e de um adulto. Por isso me
sentia duplamente frustrada, primeiro por ser professora e como tal tenho o dever
de ser a grande incentivadora para a futura geração de leitores, segundo porque
sou contadora de histórias e por vocação através das histórias tenho a missão
de encantar pessoas. Através das histórias despertar para mundos diversos,
com o desejo de buscar mais, indo de encontro a novas possibilidades. Eu que
já havia conseguido, despertar em outros alunos o prazer pela leitura através
das histórias, sentia me fracassada ao ver o desinteresse pelos alunos, muitos
faltavam no dia do conto e da produção de escrita. Não que as crianças, não
gostassem das histórias, pois todo ser humano menino ou adulto, não resiste a
uma história, está intrínseco em nós, desde os primórdios quando nossos
ancestrais reuniam-se em volta da fogueira para ouvir e contar histórias. A minha
hipótese é de que o desinteresse poderia estar ligado ao fato dos alunos estarem
sempre condicionados a produção de reescritas dos contos lidos, em muita
quantidade em um espaço curto de tempo, queimando algumas etapas para a
produção de um bom texto. Não havia estimulo para a leitura, uma vez que a
leitura estava sempre ligada a uma obrigação, o que tornava para os alunos
maçante e cansativo. O projeto teve seu início ali mesmo na sala de reunião ao
relatar para a diretora, a minha hipótese para as dificuldades de leitura e escrita
dos alunos. Sugeri a possibilidade de um replanejamento para a pratica de leitura
e escrita, na escola. Fundamentei a minha tese nos estudos da autora Emília
Ferreiro cito: “Há crianças que ingressam no mundo da linguagem escrita através da
magia da leitura e outras que ingressam através do treino das tais habilidades básicas.
Em geral, os primeiros se convertem em leitores, enquanto os outros costumam ter um
destino incerto.” (Emília Ferreiro, Passado e presente dos verbos ler e escrever São Paulo:
Cortez, 2002).
De acordo com essa afirmação, e identificado o problema observei
a necessidade de incorporar ações que envolvessem a leitura prazerosa em
diferentes linguagens. Era preciso “desengessar”! Ao utilizar essa palavra, tive
um insight: Que instrumento mais libertador e que se utiliza de diferentes
linguagens haveria de ser se não o teatro? Acreditei que seria possível utilizar o
teatro como uma excelente ferramenta para incentivar a leitura, já que atua como
um recurso importante para as formações atitudinais e procedimentais. Por meio
de jogos teatrais, esquetes, leitura dramatizadas e ensaios desenvolvi o projeto
que aqui apresento com o nome de Leitura em Atos, que vem sendo trabalhado
com os alunos e que nesse processo desenvolveram: concentração, leitura,
produção de texto, criatividade, musicalidade, aumentaram o repertorio de
autores e ampliaram o universo cultural. Através do teatro, os alunos foram
levados ao mundo magico da leitura e no faz de conta vivenciaram seus
personagens preferidos. O livro sempre presente no projeto, pois antes de
começarmos as representações teatrais liamos versões de diferentes autores no
qual os alunos comparavam e identificavam-se com um autor, tendo autonomia
para a escolha do texto a ser representado ou recriarem a sua versão. A
produção de texto foi aparecendo a medida que os alunos sentiam vontade de
criar sua versão para as histórias ou para realizar o reconto e transformar o texto
em diálogos, verificava-se através da leitura a necessidade da pontuação
adequada, os diálogos precisava da entonação correta, os alunos refletiam qual
pontuação estava mais adequada para aquele diálogo em questão. Tudo fluía
naturalmente até mesmo a preocupação da ortografia, pois antes da
apresentação final se fez necessário diversas leituras dramatizadas e como os
diálogos eram produzidos pelos alunos, entendia-se a necessidade do texto ser
compreensivo para o leitor-aluno que iria representar a personagem. Os objetos
da pratica social da leitura e escrita estavam acontecendo diante dos meus olhos
pelos meus alunos como protagonistas e eu como mediadora, o meu objetivo
principal em ver os alunos interessados pela leitura e despertando o interesse
pelos livros e locais de acesso ao livro como a biblioteca. Compreenderam que
assim teriam acesso a outras histórias e gêneros, tal descoberta se deu ao fato
pelas visitas a biblioteca da escola e do entorno a biblioteca temática em contos
de fadas Hans Christian Andersen. Eles não querem mais faltar e quando não
podemos realizar os esquetes, leitura dramatizada ensaio e jogos teatrais me
cobram, pois se tornou parte da nossa rotina. O projeto está em andamento, pois
teremos a sua finalização (mais não o seu fim) na apresentação dos alunos de
um conto de sua preferência para a comunidade escolar. A apresentação fará
parte da avaliação dos alunos que nesse processo do projeto desenvolveram o
gosto pela leitura e habilidades de leitura e escrita, tendo o teatro como o grande
disparador para o incentivo da leitura e do conhecimento adquirido que a leitura
traz. Assim sendo, finalizo o meu relato empolgado com a certeza de que essa
iniciativa já teve o seu primeiro prêmio conquistado, que foi ver os alunos
estimulados e estimuladores da leitura, pois os mesmos passaram a compartilhar
com a família e amigos suas leituras. O segundo se assim essa iniciativa for
merecedora ao prêmio Viva Leitura, fico no aguardo das considerações e
orientações para o envio das etapas seguintes, como o envio de fotos retiradas
durante o processo. Ficarei feliz em poder divulgar e dividir com outros
apaixonados e incentivadores da leitura este projeto de incentivo à leitura em
atos. Agradeço a todos envolvidos, o apoio através dessa premiação que motiva
e inspira novos disseminadores de encontros com a leitura.
Apresento o projeto: Leitura em Atos:
A escolha do nome do projeto:
Ato: Significados:
1.
Cada uma das partes principais em que
se divide uma peça de teatro;
2.
Ação, agir, fazer, através da vontade
própria, individual
Nome do projeto:
Leitura em Atos = Leitura através da
vontade própria
Justificativa:
A leitura é um ato que requer incentivo e motivação. O papel do professor
como o grande incentivador das futuras gerações de leitores no âmbito da
escola, justifica a iniciativa no desenvolvimento desse projeto. A defasagem na
leitura, na produção de escrita, na interpretação e na falta de vontade dos alunos
em ler e de tentar vencer suas dificuldades, assim como a forma que estava
sendo apresentada a leitura para os alunos, fez-se necessário a realização deste
projeto que despertasse o gosto e o hábito saudável da leitura. Considerando o
teatro um recurso importante para as formações atitudinais e procedimentais e
uma excelente ferramenta lúdica permitindo que professora e alunos
desenvolvam de maneira lúdica práticas de leitura e escrita, explorando a
linguagem, a forma de construção do texto literário dos contos.
Objetivos:
Incentivar os alunos o gosto pela leitura. Através de encenações teatrais de
contos conhecidos, motivá-los a desenvolver o ato da leitura por diferentes
linguagens.
 Promover de forma lúdica o encontro dos alunos com a riqueza dos
contos.
 Propiciar um ambiente para que vivenciem a linguagem pela magia
da leitura.
 Tornar o aluno leitor e escritor ativo por vontade própria.
 Conhecer e frequentar lugares de acesso ao livro, obras literárias, e
contações de histórias, como bibliotecas, espaços de leituras e outros.
 Compartilhar e contextualizar leituras e autores.
 Desenvolver habilidades diversas como a interpretação e produção de
texto, a leitura oral, a criatividade.
 Apresentação de uma montagem teatral de um conto da preferência
dos alunos para a comunidade escolar (pais, alunos, professores e
funcionários) para que todos os membros desta comunidade escolar
se sintam coparticipantes.
Metodologia:
A metodologia utilizada foi a observação , estudos e pesquisa com os alunos do
3º ano C, no qual, eu Leni sou professora titular desde o início do ano vigente
para uma atividade que despertassem para o gosto da leitura buscando um
avanço na capacidade de leitura e escrita. Os contos de fadas e contos
populares conhecidos e preferidos pelos alunos foi um caminho de desenvolver
a leitura dramatizada. Ao vivenciar personagens, dramatizar as cenas. Fazer as
entonações dos diálogos os alunos foram sendo conduzido ao encontro da
leitura de forma lúdica. Por meio de jogos teatrais, esquetes, leituras
dramatizadas, narrações, e pequenas encenações os alunos foram adquirindo
habilidades de concentração, leitura, interpretação e produção de texto. As
atividades são realizadas no período de aula às 2ªfeiras e às 5ªfeiras. O projeto
teve início no 2º semestre de 2014, após as minhas observações ter sido
compartilhada e debatida com a diretora da escola E E Erasmo Braga e
professoras dos 3º anos como aqui já mencionado no relato deste documento e
terá a sua conclusão na semana de encerramento do ano letivo com uma
montagem de um conto da preferência dos alunos. Durante o desenvolvimento
do projeto foram realizados registros escritos e em fotografias que irá contribuir
para avaliação.
Avaliação:
Análise de dados colhidos dos alunos que desenvolveram no projeto.
Comparação de leitura e produção de escrita antes e depois do projeto.
Participação nas atividades. Atendimento às propostas de trabalho individual ou
em grupo.
Download