Disc-FX - Clínica Osaka

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Disc-FX
Disc Fix
O procedimento Disc-FX é utilizado para o tratamento da hérnia de disco
lombar de forma minimamente invasiva. Mas para que você possa entender
como funciona este procedimento e para que serve, é necessário conhecer um
pouco sobre a estrutura da coluna vertebral. Vamos lá!
A coluna vertebral é formada por vários ossos empilhados, uns sobre os
outros, denominados vértebras (figura 1).
Figura 1: Uma vértebra vista por cima (em cima) e uma vértebra vista de
lado (embaixo)
As vértebras se separam uma das outras por um tipo de almofada com a
função de amortecimento, o disco intervertebral (figura 2 e 3) ou simplesmente
disco (é este disco que causa a famosa hérnia de disco).
Figura 2: Uma vértebra com um disco na sua parte de cima (em roxo)
Figura 3: Duas vértebras unidas por um disco intervertebral. O disco
amortece os impactos que acometem a coluna quando você se movimenta.
A coluna vertebral se estende desde a cabeça até a região das nádegas,
dividindo-se em coluna cervical (pescoço), torácica (região do peito), lombar e
pélvica (ou sacral) (figura 4).
Figura 4: Divisão anatômica da coluna vertebral em quatro partes –
cervical, torácica, lombar e pélvica (ou sacral)
O disco intervertebral (figura 2 e 3) é formado por um anel externo
(chamado ânulo fibroso) que forma uma parede e envolve uma área central,
mais macia, chamada núcleo (núcleo pulposo) (figura 5).
ANEL
FIBROSO
NÚCLEO
PULPOSO
Figura 5: Um disco intervertebral visto por cima, com uma área
periférica (anel fibroso) envolvendo uma área central mais macia e absorvedora
de impactos (núcleo pulposo).
Em diversas situações (como por exemplo, com o envelhecimento, com
atividade esportiva excessiva, carregar peso por muito tempo, dirigir muito
tempo e em outras situações), o ânulo fibroso (figura 5) pode rachar total ou
parcialmente, formando fissuras (figura 6). Estas fissuras podem ser uma
causa importante de dor na parte baixa da coluna (coluna lombar), causando a
chamada dor discogênica. Além da dor, estas fissuras permitem que o núcleo
pulposo empurre o ânulo para fora. O ânulo fibroso por sua vez comprime o
nervo ciático que está em sua proximidadade, causando a dor ciática ou
ciatalgia. Este fenômeno, da saída do núcleo pulposo para fora é a famosa
hérnia de disco. Este tipo de dor caracteriza-se por ser lancinante (intensa e
parecendo uma fisgada de anzol) com irradiação para uma ou ambas as
pernas. Existem momentos em que esta dor se torna mais intensa (crise de
dor), obrigando o paciente a ficar deitado.
FISSURAS
Figura 6: Disco intervertebral com presença de fissuras no ânulo fibroso.
Figura 7: Observe no desenho a presença de fissuras no ânulo fibroso
por dentro das quais o núcleo pulposo sai para fora, empurrando o anel fibroso
que comprime o nervo ciático. Neste caso, esquematicamente temos duas
causa de dor. A primeira são as fissuras e a segunda é a hérnia de disco
Na maior parte dos casos a dor melhora com o uso de analgésicos, antiinflamatórios, relaxantes musculares e tratamento fisioterápico, mas
ocasionalmente a dor não melhora e as crises de dor se tornam mais
freqüentes e mais intensas. No passado, nestas situações, geralmente o
paciente era submetido à uma cirurgia de coluna tradicional (convencional),
com anestesia geral e retirada do disco doente.
Nos últimos anos, desenvolveu-se uma nova técnica, minimamente
invasiva (isto é, causando menos lesão no corpo do paciente, de modo que o
paciente se recupera mais rápido e pode voltar ao trabalho mais rapidamente).
A maioria das técnicas minimamente invasivas é realizada de modo
percutâneo (isto é, por meio de agulhas ou instrumentos bem finos introduzidas
no corpo do paciente pela pele, sem a necessidade de se realizar cortes ou dar
pontos) e com anestesia local (ou com anestesia local e uma leve sedação)
(Tabela 1).
Definição
Tratamento
conservador
Tratamento sem
cirurgia
Exemplos
Fisioterapia,
analgésicos,
antiinflamatórios
Tratamento
Procedimentos
IDET
Minimamente
percutâneos
Disc-FX
Invasivo
TDD
Tratamento
Cirurgia
Cirurgia de
convencional
hérnia de disco
convencional
Tipo de
anestesia
Nenhuma
Local ou
local e
sedação
Geral
Grau de
agressão ao
organismo
Pouca
Mínima
Grande
Tabela 1: Quadro comparativo dos tipos de tratamento existentes para o
tratamento da dor lombar discogênica.
Quando o paciente apresenta dor discogênica e hérnia de disco
simultaneamente, este procedimento minimamente invasivo por se feito pelo
procedimento Disc-FX.
Como é feito o procedimento Disc-FX?
O procedimento é realizado dentro do centro cirúrgico (figura 8).
Figura 8: Aspecto geral da montagem de uma sala cirúrgica para a realização
de procedimentos minimamente invasivos em coluna. Identifique na figura o
aparelho gerador de radiofreqüência (1); o pedal para acionamento do aparelho
de raios-X (2); os equipamentos para medida de pressão arterial e frequência
cardíaca (3); soro para hidratar o paciente (4), aparelho de raios-X (5) e mesas
para instrumentais (6 e 7).
O paciente fica acordado (ou levemente sedado) e deitado com a barriga
para baixo. A pele é lavada com antissépticos e preparada com anestésico
local e o disco doente é puncionado com uma agulha (figura 9), sendo que o
médico é guiado por um aparelho de raios-X (figura 8).
Figura 9: Punção do disco com uma agulha, guiado pelo aparelho de
raios-X.
Após a punção do disco com a agulha, é passado um tipo de pinça que
retira a hérnia de disco (figura 10).
Figura 10: Nesta figura observamos os instrumentos (pinças) utilizados
para a retirada da hérnia de disco com o procedimento Disc-FX.
Figura 11: Passagem da pinça retiradora de hérnia por dentro da
agulha. Veja no detalhe a ponta desta pinça que permite a retirada da hérnia de
disco.
Na cirurgia tradicional esta retirada de disco é feita com anestesia geral
e depois de se cortar a pele e retirar parte do osso da coluna vertebral.
No procedimento Disc-FX, após a retirada do disco, tratamos as fissuras
do ânulo fibroso (que é outra causa de dor). Retiramos a pinça de dentro da
agulha e utilizamos agora um eletródio (um tipo de fio metálico) que é
conectado a um aparelho gerador de radiofreqüência. Dirigimos então o
eletródio em direção das fissuras do ânulo fibroso e aplicamos esta
radiofrequência, causando sua contração e fechamento.
Figura 12: Por dentro da agulha passamos o eletródio que é dirigido
para as fissuras dolorosas do ânulo fibroso. Aplicamos então radiofreqüência
nessas fissuras. Observe no detalhe a ponta do aplicador de radiofrequência.
Finalmente, depois de retirado a hérnia de disco com a pinça e depois
de tratarmos as fissuras dolorosas com o eletródio, podemos inspecionar e
olhar por dentro do disco para ver se tudo ficou bem e se o procedimento foi
bem sucedido. Para isso utilizamos um endoscópio (um tipo de microcâmera)
que permite olhar por dentro do disco. Na cirurgia tradicional, isto não é
possível.
Figura 13: Como última etapa, inspecionamos o interior do disco com
um endoscópio, verificando se é necessário realizar algo mais.
Não entendi como o Disc-FX pode me ajudar. Pode me explicar?
Claro! O Disc-FX é um sistema absolutamente novo e minimamente
invasivo para o tratamento da lombalgia e da hérnia de disco. Através de uma
agulha de cerca de 2 milímetros de espessura que é colocada dentro do disco
são passados microinstrumentos que permitem:
1)Retirar e descomprimir hérnia de disco
2)Vaporizar o núcleo pulposo reduzindo a pressão dentro do disco com o uso
de radiofrequência.
3)Modulação das fissuras dolorosas do ânulo fibroso
4)Inspecionar o disco com um endoscópio
Quais são as chances de sucesso, os resultados e quais são os riscos
deste procedimento?
As chances de sucesso com este procedimento são de
aproximadamente 80%. Entretanto para que se atinja este sucesso é
necessário uma análise cuidadosa de cada caso. Consulte o seu médico. Além
disso é necessário que após a realização do procedimento o paciente se
engage em um programa de reabilitação e elimine atitudes de causem
sobrecarga da coluna (postura, carregar peso, etc). Em um trabalho
apresentado pelo Dr. A. Feldman no Congresso Internacional de Cirurgia
Minimamente Invasiva com 72 pacientes tratados com este método, 100%
deles recomendariam este tratamento para outros pacientes (isto é, nesta
amostra de pacientes, neste trabalho, todos pacientes se mostraram
satisfeitos).
Basicamente não existe cirurgia ou procedimento sem riscos, entretanto
com o uso do Disc-FX os riscos de lesão de algum nervo e paralisia são
reduzidos. Isso ocorre por que o paciente permanece acordado ou apenas
levemente sedado, podendo avisar o cirurgião caso algum nervo esteja sendo
acometido. Entretanto, a realização do procedimento Disc-FX exige
considerável treinamento e habilidade por parte do cirurgião que irá realizar o
procedimento.
Este é um tratamento experimental?
Não, o procedimento é aprovado pela ANVISA (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária). A ANVISA é a agência governamental que tem por missão
proteger e promover a saúde da população garantindo a segurança sanitária
de produtos e serviços. Qualquer produto utilizado em cirurgias e tratamentos
médicos deve possuir a licença desta agência. Nos Estados Unidos o
procedimento Disc-FX foi aprovado pelos rigorosos critérios do FDA (Food and
Drugs and Administration – A ANVISA norte-americana) desde 2006. Vários
pacientes já foram submetidos a este tratamento nos Estados Unidos, Europa
e em vários outros países.
Já fui operado com anestesia geral uma vez e detesto aquele tubo que
fica na garganta. Preciso passar por isto novamente?
Não, este procedimento é feito sob anestesia local (semelhante à
anestesia usada em procedimentos dentários) ou com anestesia local e
sedação (além da anestesia local é aplicada uma medicação na sua veia para
que você fique mais confortável, com menos dor e menos ansioso).
E se no futuro eu precisar ser submetido a uma cirurgia de coluna
convencional? Se eu fizer o Disc-FX agora eu não posso fazer a cirurgia
convencional no futuro?
Sim, você pode realizar a cirurgia convencional de coluna no futuro,
mesmo se for para operar o disco onde foi feito o procedimento Disc-FX.
Meu médico me indicou realizar uma cirurgia convencional, talvez com a
colocação de próteses, hastes e parafusos. Isto está correto?
Sim, se for uma caso de hérnia de disco que não melhorou com o
tratamento conservador, a cirurgia convencional está indicada. Entretanto se
você não ficou convencido ou se você não se sente seguro para fazer uma
cirurgia convencional, o Disc-FX pode ser uma opção para você.
Quais os cuidados após o procedimento? Preciso ficar de repouso
quanto tempo?
Após o procedimento você é encaminhado do centro cirúrgico de volta
ao seu quarto, onde poderá comer e ficará se recuperando por algumas horas
até poder ir para casa, normalmente no mesmo dia. Em casa você deverá
tomar algumas medicações analgésicas e anti-inflamatórias e fazer repouso
por alguns dias. Neste período você não precisa ficar deitado o tempo todo,
mas deve evitar trabalhos domésticos (como lavar roupa, lavar o quintal, o
carro, carregar sacolas de compras, etc) e esforços maiores (como a prática de
esportes ou corrida). Se o seu trabalho não exige muito esforço físico (trabalho
de escritório), você pode retornar ao trabalho cerca de 7 dias depois do
procedimento.
Preciso retornar ao consultório para retirar pontos? Fico com alguma
cicatriz?
Não e não! O procedimento é feito totalmente de modo percutâneo
(através de uma punção da pele) e não é feito corte ou incisão nenhuma,
portanto não é necessário dar pontos na pele. A agulha utilizada para a punção
do disco tem um diâmetro de apenas 2 milímetros.
Por que então todo paciente não é operado desta forma?
Nem todo paciente vai se beneficiar com este tipo de procedimento. O
tipo de dor que você apresenta, seu exame físico e seus exames radiológicos
(como a tomografia e a ressonância magnética) vão confirmar se você vai se
beneficiar com este tratamento ou não. Consulte seu médico.
Mas afinal, resumidamente, quais são as vantagens deste procedimento?
-tratamento minimamente invasivo
-anestesia local
-combina quatro procedimentos em um só: retirada da hérnia de disco,
vaporização do núcleo pulposo, coagulação do ânulo e checagem endoscópica
do procedimento
-recuperação rápida
-baixo risco. O paciente fica acordado e pode comunicar ao médico qualquer
sintoma.
Posso saber mais sobre como o procedimento é realizado?
Confira o vídeo abaixo
http://www.youtube.com/watch?v=UbcnRLzYiO8&feature=related
Reportagem do Globo Repórter sobre Dor:
http://www.youtube.com/watch?v=tOb3mQqlKXI
Nota de esclarecimento: as informações aqui contidas servem apenas para
oferecer as informações principais ao paciente. Elas não substituem uma
consulta com o seu médico. As imagens utilizadas neste artigo foram copiadas
de fontes diversas, incluindo a internet e não intencionou usupar imagens com
direitos autorais. Caso identifique alguma imagem que tenha direitos autorais,
por gentileza comunique o site.
Dr. Flávio Miura e Dr. Joel A.R. Teixeira são médicos treinados e certificados
em curso e treinamento sobre o procedimento Disc-FX pelo Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
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