Concepção de Partido em Lênin e Rosa Luxemburgo ProfºDr. Homero Silveira Santiago , Maria Rita Umeno Morita Faculdade de Filosofia Letras e ciências Humanas/Universidade de São Paulo [email protected] O presente estudo visa, com a leitura das obras de Vladimir Ilich Lênin e de Rosa Luxemburgo, compreender o debate entre ambos os autores no que diz respeito à organização partidária. deve ser consciência construída pela própria luta cotidiana do próprio proletariado. Cabe à própria classe operária ser dirigente de seu movimento ao, por si mesma, construir sua organização a partir da sua atuação antagônica na história. Métodos/Procedimentos Conclusões Leitura e análise crítica das obras dos autores relacionados à pesquisa. Como dito, é de cunho político a opção por um modelo centralizado. Se não há margem para que o movimento espontâneo por si só caminhe para a revolução e, apenas com a experiência das lutas econômicas, não possibilite a introdução de ideais burgueses no movimento social-democrata russo, a vanguarda do partido revolucionário tem como tarefa mais urgente a organização e a formação política da classe operária. As críticas feitas por Rosa Luxemburgo são pertinentes para repensar o modo como se introduz consciência política à classe que sofre a todo o momento a violência do sistema econômico capitalista, uma vez que a própria atuação da classe operária já concerne elementos de consciência socialista. Porém, a elaboração da concepção partidária em Lênin não se trata de um “modelo aplicável” de organização partidária, mas de uma organização necessária para o contexto do proletariado russo: Se o levante revolucionário se fazia necessário na Rússia czarista, a organização da classe operária, classe com maior capacidade organizativa, se fazia necessária em um partido operário independente, organizado e centralizado. Objetivos Resultados Em Lênin, a organização de um partido revolucionário operário não se resume tãosomente de uma questão técnica, mas principalmente de uma opção política. É determinante para a revolução socialista uma organização eficaz em sua atuação política e na capacidade de efetivar a tarefa revolucionária, sem se deixar levar por ideais burgueses. Capaz de perceber as contradições do sistema econômico capitalista, a classe operária se levanta em motins e greves e escancara a luta de classe, reivindicando por melhoras nas condições de vida do proletariado, porém não vai além da luta econômica e não dá o passo da consciência da necessidade de luta contra os patrões para a consciência política socialista. Tal consciência seria introduzida de fora da classe operária por uma vanguarda intelectual de esquerda, central ao partido. A tarefa mais urgente a ser executada pela centralidade do partido, no período de preparação e organização do proletariado para a revolução, será a veiculação de um jornal para todo o país, como um fio condutor das lutas econômicas espalhadas pela Rússia pré-revolucionária. Em seus escritos, Rosa Luxemburgo responde com críticas pontuais à concepção de Lênin no que diz respeito principalmente à tomada de consciência e capacidade de organização da classe operária. Segundo a autora, a organização de um partido revolucionário é indiscutível, porém, a tomada de consciência política socialista e a tomada de consciência da necessidade de organização da classe operária Referências Bibliográficas LÊNIN, Vladimir I. – Que Fazer? A organização como sujeito político. Trad. Rubia Prates Goldoni. São Paulo: Companhia das Letras, 2006 LIH, Lars T. – Lenin rediscovered. What is to Be Done?. Chicago: Haymarcket Books, 2006. LUXEMBURGO, Rosa. – Rosa Luxemburgo,Textos escolhidos. Org. Isabel Loureiro. São Paulo: Editora Unesp, 2011.