EFEITO DE DI-HIDROXIBENZENOS E ÁCIDO GÁLICO COMO MEDIADORES NA DESCOLORAÇÃO DO CORANTE PARDO DE BISMARCK Y POR REAGENTES FENTON J. L. SOUZA1, S. C. DIAS2, A. AGUIAR3 1 Universidade Federal de São João del Rei, Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessos, Programa de Pós Graduação em Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável 2 Universidade Federal de São João del Rei, Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessos 3 Universidade Federal de Itajubá, Instituto de Recursos Naturais E-mail para contato: [email protected] RESUMO - Compostos fenólicos com atividade redutora de íons Fe3+ podem ser usados como mediadores a fim de aumentar a geração de radicais OH a partir da reação de Fenton (Fe2+ + H2O2 → Fe3+ + •OH + OH−) devido à constante regeneração de íons Fe2+ por estes compostos. No presente trabalho, 5 dihidroxibenzenos (DHBs) e o ácido gálico foram avaliados como mediadores na descoloração do corante tipo azo Pardo de Bismarck Y por reagentes Fenton (H2O2 e íons Fe2+ ou Fe3+). Reações de Fenton e tipo Fenton (Fe3+ e H2O2) promoveram 75 e 22% de descoloração do corante ao final de 60 min de reação, respectivamente. O efeito dos mediadores na reação de Fenton foi discreto, enquanto para a reação tipo Fenton a descoloração na presença dos DHBs ou do ácido gálico foi incrementada, apresentando valores em torno de 80%. Em relação ao H2O2, houve um aumento no consumo deste insumo devido à presença dos mediadores. 1. INTRODUÇÃO A deterioração de ambientes por efluentes industriais tem aumentado gradativamente, tornando‐se um grave problema social e ambiental. Os resíduos gerados muitas vezes contêm poluentes tóxicos e que apresentam resistência aos sistemas convencionais de tratamento. Neste cenário, os processos oxidativos avançados (POA) surgem como alternativa promissora no tratamento e pré-tratamento de compostos não biodegradáveis em águas e solos contaminados. Esses processos se baseiam na produção de radicais livres, principalmente o radical hidroxila (⦁OH), que ataca de forma não seletiva todas as moléculas presentes em solução. Os processos Fenton são exemplos de POA que vêm sendo amplamente estudados. Nestes processos a geração de radicais livres é dada conforme a Equação 1, conhecida como reação de Fenton (Aguiar et al., 2007). 𝐹𝑒 2+ + 𝐻2 𝑂2 → 𝐹𝑒 3+ + 𝑂𝐻 − + 𝐻𝑂 ⦁ 𝑘 = 76 L mol−1 s−1 (Equação 1, reação de Fenton) O Fe3+ apresenta-se como uma alternativa promissora por ser mais abundante e apresentar menor custo, porém a reação é mais lenta (Equação 2). De forma a incrementar a geração de radicais livres por meio da reação de Fenton a partir de Fe3+ (reação tipo Fenton), o uso de compostos fenólicos redutores de Fe3+ (CFRFs) têm proporcionado resultados satisfatórios. Dessa forma, mediadores fenólicos podem ser adicionados durante o tratamento de substâncias recalcitrantes a fim de atuarem como mediadores da reação de Fenton, ou seja, para que promovam a redução contínua de Fe3+ a Fe2+, obtendo-se assim uma maior geração de radicais •OH (Aguiar et al., 2007). 𝐹𝑒 3+ + 𝐻2 𝑂2 → 𝐹𝑒 2+ + 𝐻 + + 𝐻𝑂2 ⦁ 𝑘 = 1𝑥10−2 L mol−1 s−1 (Equação 2) Os compostos mais estudados como mediadores ou auxiliares na reação de Fenton são os di-hidroxibenzenos (DHBs). Uma via para a redução de Fe3+ pelo catecol (1,2-dihidroxibenzeno) encontra-se ilustrada na Figura 1. O catecol quela o íon Fe3+ formando um complexo, que em seguida é oxidado gerando um radical semiquinona. Este é posteriormente oxidado por outro íon formando uma quinona. O O2 também pode atuar como um aceptor de elétrons, sendo reduzido pelo radical semiquinona aos radicais O2-/HO2, os quais podem ser convertidos em H2O2 (Aguiar et al., 2007). OH OH H+ OH M(n+1)+ M(n+1)+ O2 O ou H+ O2 Mn+ O Mn+ O H2O2 HO Figura 1 - Oxidação de catecol por ferro ou O2 e formação de radical OH; M = Fe (Aguiar et al., 2007). Dentro deste contexto, o foco deste trabalho foi avaliar a descoloração do azocorante Pardo de Bismarck Y a partir de reagentes Fenton, H2O2 e sais de Fe2+ ou Fe3+, na presença do ácido gálico (3,4,5-tri-hidroxibenzóico) e 5 DHBs: catecol, hidroquinona (1,4-dihidroxibenzeno) e os ácidos 3,4-di-hidroxifenilacético, 2,3-di-hidroxibenzóico e 2,5-di- hidroxibenzóico. Estes seis mediadores foram comparados entre si e em relação às reações de Fenton e tipo Fenton não mediadas. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Para avaliar a descoloração do azocorante em estudo por sistemas Fenton, foram realizadas reações em cubetas de quartzo de 3 mL contendo 30 µmol L-1 do azocorante Pardo de Bismarck Y, 450 µmol L-1 de H2O2, 30 µmol L-1 de Fe(NO3)3 ou FeSO4 (para as reações tipo Fenton e Fenton, respectivamente) e 1 mmol L-1 de H2SO4 a fim de que o pH do meio reacional se mantivesse em uma faixa de valores entre 2,5 e 3,0. Ressalta-se que sob essas condições todos os reagentes são solúveis e as reações foram iniciadas ao adicionar-se em última instância a solução de Fe(NO3)3 ou FeSO4. De forma a analisar o efeito de cada mediador estudado nas reações de descoloração do azocorante, foram adicionados individualmente 10 µmol L-1 de cada um dos 6 CFRFs ao meio reacional, mantendo as concentrações dos demais reagentes inalteradas. Todas as análises foram realizadas em triplicata utilizando um espectrofotômetro UV/Vis (Biochrom Libra S50) em intervalos de 0, 5, 10, 20, 40 e 60 min. A porcentagem de descoloração do azocorante foi expressa a partir da diminuição da absortividade do azocorante em 450 nm. O consumo de H2O2 em todas as reações foi quantificado ao final de 60 min com NH4VO3 e o cátion peroxovanádio, produto da reação, foi detectado em 450 nm (Nogueira et al., 2005). A mistura reacional (1 mL) continha 500 µL de uma solução de 1,24 g L-1 de NH4VO3 dissolvidos em H2SO4 1,92% (v/v) e 500 µL da amostra em análise. A célula de referência no espectrofotômetro continha água deionizada em substituição à mistura reacional. Os valores de absorbância das soluções contendo todos os reagentes, exceto a solução de NH4VO3, foram subtraídos daqueles contendo toda a mistura reacional. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Figura 2 descreve o processo de descoloração do azocorante por meio da reação de Fenton, na ausência de CFRF, ao longo de 60 min. Os espectros UV/Visível das soluções que continham o azocorante e demais reagentes apresentaram uma significativa redução nos valores de absorbância na região visível com máximo em torno de 450 nm, correspondendo à destruição de grupos cromóforos deste corante (-N=N-) por radicais livres. Entre 200 e 400 nm, um aumento seguido de uma pequena diminuição de absorbância foi observado. Estes aspectos mencionados podem ser devido ao surgimento de estruturas intermediárias que foram degradadas em função do tempo. Embora analisou-se somente a descoloração do azocorante neste trabalho, a literatura relata que os grupos cromóforos são primeiramente atacados e, em seguida, a molécula de corante alterada é mineralizada por reagentes Fenton (Xu et al., 2004; Magureanu et al., 2007; Gökkuş e Oğuz, 2011). 0.6 0 min Absorbância 5 min 0.4 10 min 20 min 40 min 0.2 60 min 0 200 300 400 500 600 700 Comprimento de onda (λ) Figura 2 - Espectros de descoloração do azocorante Pardo de Bismarck Y por reação de Fenton na ausência de mediador fenólico. Reações na ausência do azocorante não apresentaram nenhuma coloração ao longo do tempo monitorado, indicando que os produtos de degradação dos CFRFs não interferiram nas análises de descoloração do Pardo Bismarck Y. Em adição, a solução do azocorante não foi descolorida por reagentes Fenton na presença de 10% (v/v) de etanol, o qual é um sequestrador de radicais OH, confirmando a participação desses radicais nos tratamentos (Rodríguez et al., 2001; Aguiar e Ferraz, 2007; Devi et al., 2011). Não foi observada também a descoloração do corante quando o mesmo foi submetido a condições reacionais apenas na presença de H2O2, Fe3+ ou Fe2+ de forma isolada. Esses resultados sugerem que os radicais OH podem ter sido os principais oxidantes na degradação do azocorante. A partir dos valores de absorbância lidos ao longo do tempo foi possível quantificar o percentual de descoloração do azocorante como ilustra as Figuras 3A e 3B. Na primeira figura, é possível observar que a degradação do azocorante pela reação de Fenton ocorreu de forma mais rápida ao longo do tempo tendo atingido em torno de 75% de descoloração ao fim de 60 min, ao passo que por reação tipo Fenton atingiu-se apenas 22% de descoloração (Figura 3B). Independente do estado de oxidação do ferro, a descoloração do corante foi mais rápida nos primeiros 5 min de reação. Quanto ao efeito dos DHBs e do ácido gálico, percebese que a descoloração do azocorante na presença destes compostos foi incrementada, tanto para reações de Fenton quanto tipo Fenton, porém a influência dos mediadores nas reações de Fenton foi mais discreta. O ácido gálico e a hidroquinona, por exemplo, proporcionaram um aumento de quase 20% de descoloração do azocorante pela reação de Fenton em 20 min de reação em comparação ao tratamento não mediado. Ao final de 60 min, os valores de descoloração na presença de catecol, hidroquinona e dos ácidos gálico e 3,4 dihidroxifenilacético foram em torno de 10% maiores que aqueles observados para a reação de Fenton não mediada, enquanto que os ácidos 2,3- e 2,5-di-hidroxibenzóicos apresentaram porcentagens de descoloração similares à condição sem mediador. Por outro lado, a partir da reação tipo Fenton na presença dos DHBs ou do ácido gálico foi possível identificar, de forma mais clara, a influência destes mediadores no aumento da descoloração do azocorante, conforme pode ser visualizado na Figura 3B. Por exemplo, após 10 min de tratamento, a porcentagem de descoloração do azocorante aumentou de 10% para 57% devido à presença do ácido 2,5-di-hidroxibenzóico em comparação à reação tipo Fenton não mediada e, após 20 min, a eficiência aumentou de 13% para 65% na presença do mesmo mediador. De forma geral, após 60 min todos os DHBs e o ácido gálico aumentaram a porcentagem de descoloração do azocorante por reações tipo Fenton em torno de 4 vezes; porém não foi observado uma grande diferenciação entre eles, como não houve também nas reações de Fenton, principalmente ao final da reação (Figura 3A). % média de descoloração 80 60 Fe2+/H2O2 Fe2+/H2O2/Ácido gálico Fe2+/H2O2/ Ácido 2,5 di-hidroxibenzóico Fe2+/H2O2 /Ácido 2,3 di-hidroxibenzóico Fe2+/H2O2/Ácido 3,4 di-hidroxifenilacético Fe2+/H2O2 / Catecol Fe2+/H2O2 / Hidroquinona 40 20 0 % média de descoloração 100 100 80 60 Fe3+/H2O2 Fe3+/H2O2 /Ácido gálico Fe3+/H2O2 /Ácido 2,5 di-hidroxibenzóico Fe3+/H2O2 /Ácido 2,3 di-hidroxibenzóico Fe3+/H2O2/Ácido 3,4 di-hidroxifenilacético Fe3+/H2O2 / Catecol Fe3+/H2O2 / Hidroquinona 40 20 0 0 20 40 Tempo de reação (min) 60 (A) 0 20 40 Tempo de reação (min) 60 (B) Figura 3 - Descoloração do azocorante Pardo de Bismarck Y pela reação de Fenton (A) e tipo Fenton (B) e na presença de DHBs ou ácido gálico. Experimentos realizados em triplicata apresentaram desvios menores que 5% em relação aos valores médios. Ao se analisar o consumo de H2O2 no final dos tratamentos, também se percebe uma diferença quando as mesmas ocorrem na presença dos diversos mediadores analisados neste trabalho. A Tabela 1 descreve a porcentagem de consumo de H2O2 nas reações de Fenton e tipo Fenton na presença e ausência dos mediadores com os respectivos desvios padrão. Devido ao maior valor de sua constante cinética (Equação 1), a reação de Fenton consumiu mais H2O2 do que a reação tipo Fenton, independente da presença dos mediadores. Na presença destes compostos, o consumo de H2O2 foi incrementado tanto para as reações de Fenton quanto tipo Fenton. Em outros estudos, Santana e Aguiar (2015) também observaram um aumento no consumo de H2O2 no tratamento dos corantes Vermelho de Fenol, Cromotrope 2R, Alaranjado de Metila, Safranina T e Azul de Metileno por reações de Fenton e tipo-Fenton mediadas pelo ácido 3-hidroxiantranílico. Enquanto isso, Barreto et al. (2016) observaram um aumento no consumo de H2O2 no tratamento dos corantes Cromotrope 2R, Azul de Metileno e Vermelho de Fenol por reações tipo-Fenton mediadas por DHBs e ácido gálico, em comparação aos tratamentos não mediados. Já no tratamento do azocorante Alaranjado de Metila, tanto por reações de Fenton quanto tipo-Fenton foi observado um incremento no consumo de H2O2 devido à presença dos mesmos mediadores. Tal fato pode ser atribuído à maior formação de •OH, devido à regeneração constante de íons Fe2+ pelos mediadores fenólicos (Rodriguez et al., 2001; Chen et al., 2002; Santana e Aguiar, 2015; Barreto, et al., 2016). No presente trabalho não foi observada nenhuma correlação entre o consumo de H2O2 e a porcentagem de descoloração do azocorante, pois nem sempre um maior consumo de H2O2 acarretou, necessariamente, em uma maior descoloração do azocorante. Isto pode ser atribuído ao fato de que os radicais OH podem também reagir com os mesmos mediadores ou com o seu próprio precursor, H2O2, formando o radical hidroperoxila (•O2H), o qual apresenta um menor potencial de redução em relação ao •OH e, dessa forma, diminuiria a eficiência de descoloração (Babuponnusami e Muthukumar, 2014; Barreto et al., 2016). Tabela 1 - Consumo de H2O2 (%) com os respectivos desvios padrão nos processos de descoloração do azocorante Pardo de Bismarck Y por reações de Fenton e tipo Fenton na presença dos mediadores Mediador Reação de Fenton Reação tipo Fenton Ausência de mediador 48,84 ± 0,22 42,71 ± 0,19 Ácido gálico 56,45 ± 0,70 57,08 ± 0,70 Catecol 57,30 ± 0,70 58,98 ± 1,97 Hidroquinona 60,26 ± 1,13 61,95 ± 0,42 Ácido 3,4-di-hidroxifenilacético 61,10 ± 0,28 56,66 ± 1,13 Ácido 2,3-di-hidroxibenzóico 61,73 ± 0,70 56,45 ± 2,39 Ácido 2,5-di-hidroxibenzóico 61,73 ± 1,55 59,83 ± 0,70 4. CONCLUSÃO A descoloração do azocorante Pardo de Bismarck Y em solução aquosa por sistemas Fenton utilizando compostos fenólicos redutores de ferro foi investigada. O efeito dos mediadores no tratamento do azocorante pela reação de Fenton foi discreto, ao passo que por processo tipo Fenton, a presença de 10 μmol L-1 destes compostos aumentou a porcentagem de descoloração do azocorante em torno de 4 vezes em comparação ao tratamento não mediado após 60 min. Foi observado um aumento no consumo de H2O2 nas reações de Fenton e tipo Fenton mediadas pelos di-hidroxibenzenos e ácido gálico. Tal fato deve-se à constante regeneração de Fe2+ por estes compostos acarretando assim no incremento do consumo deste insumo por reagentes Fenton. 5. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à FAPEMIG (processo APQ-01585-11). 6. REFERÊNCIAS AGUIAR, A.; FERRAZ, A. Fe3+- and Cu2+- reduction by phenol derivatives associated with Azure B degradation in Fenton-like reactions. Chemosphere, v. 66, p. 947-954, 2007. AGUIAR, A.; FERRAZ, A.; CONTRERAS, D.; RODRÍGUEZ, J. Mecanismo e aplicações da reação de Fenton assistida por compostos fenólicos. Quím. 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