fertilidade do solo, pragas e incidência e

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EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
FERTILIDADE DO SOLO, PRAGAS E INCIDÊNCIA E SEVERIDADE DE
DOENÇAS EM CITROS
JUNIOR, Edson Luiz Tonello¹
[email protected]
ZELIK, Égnen Maiara¹
[email protected]
DALLA SANTA, Fernando¹
[email protected]
GASPARETTO, Gustavo¹
[email protected]
AGOSTINI, Rangelle¹
[email protected]
SEXTO, Paloma Alves da Silva²
[email protected]
MEIRELLES, Ronaldo Bernardon²
[email protected]
MATTEI, Greice²
[email protected]
CAMILO, Maristela Fiess²
[email protected]
[email protected]
¹ Discentes do Curso de Agronomia, Nível 5 2016/1- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
² Docentes do Curso de Agronomia, Nível 5 2016/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
RESUMO: Os citros são pouco exigentes quanto a adaptação a diferentes solos e em relação a fertilidade,
possuem porte médio. O Brasil é o segundo país com maior produtividade sendo de grande importância para a
economia brasileira ocupando mais de 42 mil hectares no Rio Grande do Sul, sendo 65% dedicados à laranja,
31% à bergamota ou tangerina e 4% ao limão. O cancro cítrico é uma das doenças mais comum nos citros sendo
o agente patogênico a bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri, o controle baseia-se principalmente em
medidas de erradicação e exclusão da aréa quando infectada pela doença. O experimento foi realizado na aréa
externa do hospital São Roque de Getúlio Vargas onde realizou-se a coleta de folhas das partes superiores,
medianas e inferior para a análise em tecido verde, com o objetivo de identificar as doenças. Objetivou-se o
aprofundamento dos danos causados pelo patógeno causador do cancro cítrico para fins de uso profissional.
Conclui-se que para se ter um plantio de citros com qualidade é necessário um manejo eficiente, livre de doenças
e pragas, apresentar um pH próximo a neutralização, possuir macronutrientes e micronutrientes em
concentrações adequadas e suficientes para a nutrição das plantas.
Palavras-chave: Citrus, Xanthomonas axonopodis pv. citri, patógeno
ABSTRACT: The citros are undemanding as to adapt to different soils and in relation to fertility, have an
average size. Brazil is the second country with higher productivity is of great importance for the Brazilian
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economy occupying more than 42,000 hectares in Rio Grande do Sul, with 65% dedicated to orange, 31% of
bergamot and tangerine and lemon to 4%. The citros canker is one of the most common diseases in citros and the
pathogen Xanthomonas axonopodis pv. citri, control is mainly based on eradication measures and exclusion of
aréa when infected by the disease. The experiment was conducted in the hospital outside aréa São Roque de
Vargas where was held the collection of leaves tops, middle and bottom for analysis in green cloth, in order to
identify diseases. It aimed to deepen the damage caused by the underlying pathogen of citros canker for purposes
of professional use. We conclude that to have a citros plantation with an efficient quality management is needed,
free of diseases and pests, have a pH close to burnout, have macronutrients and micronutrients in adequate and
sufficient concentrations for plant nutrition.
Keywords: Citrus, Xanthomonas axonopodis pv. citri, pathogen
1 Introdução
Introduzidos no Brasil pelos portugueses, os citros estão presentes em quase todos os
municípios brasileiros, seja em grande ou pequena escala. Suportam a altas e baixas
temperaturas. Apresentam excelente adaptação a diferentes tipos de solos sendo pouco
exigentes quanto à sua fertilidade. Os citros possuem crescimento radicial bem desenvolvido,
explorando uma grande porção de terra, retirando os nutrientes e a umidade que necessitam.
Possui porte médio, atingindo até quatro metros de altura, apresentando copa densa e de
formato geralmente arredondado com folhas e flores aromáticas (NEGRI & PIZA, 1988).
Aproximadamente são produzidos cerca de 102 milhões de toneladas por ano no mundo
inteiro, superando outras frutas tropicais como a maçã, pêssego, manga, pêra e banana. Os
países com maior produção de laranjas que representam juntos cerca de 45% da produção
mundial são os Estados Unidos e o Brasil, sendo que o estado de São Paulo, destaca-se em
primeiro lugar, seguido por Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro (KOLER,
1994).
As frutas cítricas constituem uma cultura de grande importância para a economia brasileira,
representando uma garantia de renda para pequenas e médias propriedades, podendo elevar a
renda e manter empregos no meio rural. Para o desenvolvimento da citricultura as mudas são
um dos fatores fundamentais, pois constituem a base da formação de pomares tendo reflexo
durante toda sua vida útil (KOLLER, 1985).
Para a implantação de pomares para fins comerciais deve-se levar em conta a avaliação de
capacidade de uso da terra para manutenção da sustentabilidade da produtividade, bem como
a sistematização do terreno, o uso da irrigação e o manejo da fertilidade do solo (calagem e
adubação) compondo estratégias para otimização da citricultura. Em pomares caseiros, o
plantio é mais simples (PORTO, 1995).
No Brasil, os citros representam a principal espécie cultivada, isso se deve a grande potência a
exportação mundial de suco. A procura pelo suco cítrico tem crescido gradativamente, isso se
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dá pela crescente necessidade com a melhoria na qualidade dos frutos podendo ser
comercializada também in natura (FIGUEIREDO, 2005).
No Rio Grande do Sul, em todas as regiões há o cultivo de citros, sendo os maiores produtores
os Vales dos rios Caí e Taquari, por apresentarem condições de clima e solo excelente para os
citros. A produção de citros além de ser consumida in natura é também absorvida por
algumas indústrias na extração de óleos essenciais (PERIS, 1998).
Este presente artigo, tem como finalidade avaliar a incidência e severidade de doenças
na cultura dos citros, além da avaliação da fertilidade do solo.
2 Referencial Teórico
As laranjeiras são plantas de folhas perenes pertencentes à divisão das Espermatófitos,
subdivisão Angiospermas, classe das Magnoliopsida, ordem Geraniales, família das Rutaceae
e de gênero Citros sp. (SWINGLE, 1967).
A produção brasileira de citros se destaca pela geração de empregos diretos ou
indiretos, cerca de 400 mil colocações de trabalho. Seus pomares apresentam cerca de 270
milhões de plantas distribuídas por todo o Brasil, com uma área de 900 mil hectares (Anuário
Brasileiro da Agricultura Familiar, 2013).
Segundo o IBGE, a citricultura ocupa mais de 42 mil hectares no Rio Grande do Sul,
sendo 65% dedicados à laranja, 31% à bergamota ou tangerina e 4% de limão, mais de 90%
estão enquadradas na agricultura familiar. A produção no Estado do Rio Grande do Sul por
hectare chega a 12 mil Kg. O Alto Uruguai Gaúcho tem uma produção de 18 mil Kg por
hectare sendo o maior produtor de laranja, e o segundo na produção de bergamota, a produção
está concentrada nos municípios que fazem divisa com o Estado de Santa Catarina,
localizados a beira do Rio Uruguai.
A região tem a possibilidade de produzir a melhor fruta do Brasil, tanto pela sua
coloração que é mais viva, chamando a atenção do consumidor, tanto pela sua acidez que é
importante para atuar no processo natural de durabilidade do produto (Anuário Brasileiro da
Agricultura Familiar, 2013).
Nos últimos 10 anos a área com citros no Norte do Rio Grande do Sul cresceu de 1,5
mil para 9,3 mil hectares. De modo que a produção média por região é determinada deste
modo. Regiãoo centro-oeste tendem uma produção em torno de 0,85%, região norte 14,2%,
região nordeste 10,37% região sudeste sendo essa a qual obteve a maior porcentagem de
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produção em 2010 segundo dados do IBGE, totalizando um percentual de 81,53% e a região
sul por sua vez cerca de 5,83% de procução de laranja.
O clima exerce grande influência quanto ao vigor, longevidade das plantas, além de
influenciar na qualidade e quantidade de frutos cítricos, desenvolvendo-se melhor em regiões
de clima mais ameno, solos adequados e com regime pluvial bem distribuído com cerca de
1200 mm anuais. Os frutos produzidos nas regiões mais frias apresentam uma melhor
coloração de casca e polpa, além de ter um elevado teor de açúcar.
2.1 Cancro cítrico
É uma das mais graves doenças da cultura dos citros, sendo seu agente patogênico, a
bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri, pertencente à classe gamma de Proteobactérias.
Sendo por sua vez uma bactéria aeróbica, Gran negativa, de modo que não forma esporos.
De acordo com sua taxonomia o cancro cítrico pode ser dividido em três “tipos” ou
patovares diferentes: cancro tipo A, B e C. O cancro tipo A é o cancro mais severo presentes
nos pomares causados pela X. axonopodis pv. citri. O cancro tipo B ou denominado “falso
cancro”, tem como principal hospedeiro o limão Galego podendo ocorrer em laranja azeda
entre outros, restrito à Argentina, ao Paraguai e ao Uruguai. O cancro de tipo C ou
denominado “cancro do limão Galego”, infecta somente o limoeiro Galego e está restrita ao
Brasil. Os patovares que causamos tipos B e C são denominadas Xanthomonas axonopodis
pv. aurantifolii (GOTO, 1992).
O controle do cancro cítrico baseia-se principalmente em medidas de erradicação e
exclusão da aréa quando infectada pela doença. Os sintomas constituem-se em lesões
circulares corticosas, salientes de coloração amarronzada e aspecto eruptivo, ocorrendo em
folhas, ramos e frutos. Quando há uma alta severidade da doença pode ocorrer a desfolha,
queda de frutos e seca de ramos. (BITANCORT, 1957; ROSSATTI, 2001).
2.1.1 Sintomas do cancro citríco
Os principais sintomas da doença observados nos pomares de citros ocorrem nas
folhas podendo também ocorrer em todos os órgãos da planta. Tendo uma ocorrência
principalmente em quais quer abertura no tecido vegetal ou causadas por danos físicos,
rasgamento das folhas ou perfurações por espinhos da própria planta.
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Nas folhas os sintomas iniciais ocorrem na formação de pequenas pústulas na
superfície abaxial (Figura 1). Com o tempo a lesão aumenta formando pústulas na forma de
erupções com relevo áspero e de coloração marrom no seu interior e um alo circundante de
cor amarela podendo desaparecer. A doença se manifesta pela excessiva hiperplasia no
mesófilo foliar causando rompimento da epiderme.
Nos frutos (Figura 2) as lesões assemelham-se a aquelas ocorrentes nas folhas. Nos
ramos (Figura 3), apresentam coalescência além de não apresentarem nítida formação do alo
amarelo.
Figura 1, 2 e 3. Cancro cítrico em folhas, fruto e ramos. FONTE: FUNDECITROS, 2008
2.1.2 Bactéria do cancro cítrico
O completo sequenciamento do genoma da bactéria permitiu evidenciar a considerável
versatilidade bioquímica, a uma serie de mecanismos utilizaria para sua sobrevivência (DA
SILVA et al., 2002). Dentre todos estes aspectos, encontrando – se a produção de compostos
sendo potencialmente capazes de aumentar a bactéria em causar danos a planta.
Figura 4 e 5. Forma de contaminação pelo vento. FONTE: FUNDECITROS, 2008
2.1.3 Doença no pomar
A bactéria dissemina-se pela ação das chuvas, ventos, insetos, animais e do próprio
homem (ROSSETTI et al., 1993). A principal fonte de inoculo resulta da erupção de pústulas
foliares (DAVIES & ALBRIGO, 1994).
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Os principais agentes responsáveis pela dispersão do cancro cítrico a curtas distâncias
dentro dos talhões (Figura 6), são a chuva e o vento. De modo que ainda não existe registros
de disseminação do agente causal do cancro cítrico por meio de sementes (KIMATI &
GALLI, 1980) ou pela mariposa do minador-dos-citros (FUNDECITRUS, sem data).
Figura 6. Contaminação da doença dentro dos talhões. FONTE: FUNDECITROS, 2008
2.1.4 Minador do citros
Comumente chamada de Minador-das-Folhas-de-Citros (MFC) (Gravena, 1994),
Phyllocnistis citrella Stainton é considerada uma das pragas mais severas dos citros.
Originária da Ásia, está disseminada pelo Oriente Médio, África, Austrália e recentemente foi
introduzida na América do Norte (Estados Unidos) e América do Sul (Colômbia) (Knapp et
al., 1995).
O adulto é uma mariposa de 4 mm de envergadura de asa, cor branco-prateada, asas
com listras marrons no lado superior, pelos nas bordas e mancha preta arredondada em cada
extremidade (Figura 7) (KNAPP et al., 1995).
A lagarta ao se alimentar constrói uma galeria em forma de serpentina, frequentemente
na superfície abaxial das folhas (CHAGAS & PARRA, 2000), podendo ocasionar
enrolamento destas (HEPPNER, 1993) .
Os danos diretos de Phyllocnistis citrella nos citros estão relacionados à infestação da
planta, cujos prejuízos são: redução da taxa de fotossíntese, queda prematura das folhas,
redução no crescimento e desenvolvimento de brotações e produtividade (CÔNSOLI et al.,
1996). O ataque da praga pode também causar danos indiretos, favorecendo a penetração e
desenvolvimento de patógenos através do tecido lesionado, principalmente da bactéria do
cancro cítrico, Xanthomonas axonopodis pv citri (CHAGAS et al., 2001).
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Figura 7. Mariposa Phyllocnistis citrela. Fonte: Fundecitros 2008
3 Material e métodos
Foram realizados dois experimentos nas dependências da Faculdade IDEAU, Getúlio
Vargas, RS. O município apresenta uma altitude 27º53’’55’ e longitude 52º13’’39’ a uma
latitude de 637 metros, localizada ao norte do Estado do Rio Grande do Sul. O clima da região
é classificado como subtropical, sem estação seca e temperatura do mês mais quente maior
que 22ºC (Cfa), segundo Köppen (1936). A precipitação média anual 1773 mm, e temperatura
média de 18,2°C. O solo é classificado como Latossolo vermelho distrófico típico
(EMBRAPA, 2013).
3.1 Amostragem do solo
Em março de 2016 na área experimental do campus do Hospital São Roque – Getúlio
Vargas, foi realizada a coleta de solo para análise de características biológicas do solo em
relação a cultura dos citros no Rio Grande do Sul. Foram utilizados diferentes materiais como
pá de corte, enxada, facão e régua para obter melhores resultados levando em consideração,
argila, pH em água, M.O, CTC, k, Ca, Mg, S, Zn, Fe, Mn, Cu, e B.
As amostras foram retiradas em forma de “X”. Com o auxílio de uma enxada foi retirada a
palhada que se encontrava no local da coleta, com espaçamentos entre linhas de 5cm foram
feitos buracos de 0-10 cm,10-20 cm e de 20-40 cm e coletadas amostras das respectivas
profundidades. Para a retirada do solo foi utilizada a pá de corte, com a régua foi feita a
medição dos centímetros, e com o facão foi feito a retirada dos excessos de solos para deixar
nas medidas corretas.
Após coletadas todas as amostras, foram colocadas em sacos plásticos transparentes e
identificadas, em seguida encaminhadas para análise no laboratório de solos São Francisco
Faculdade Ideau, Getúlio – Vargas.
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3.2 Incidência de doenças em sementes de trigo
O experimento foi implantado com delineamento inteiramente casualizados (DIC)
com seis repetições. Os tratamentos foram realizados todos em diferentes locais de
semeaduras.
Em março de 2016, realizou-se a implantação das sementes em caixas gerbox, sendo
as mesmas esterealizadas para inserir o meio de cultura. Foi realizado o despejo do meio de
cultura nas seis caixas com auxílio de uma lâmina para esterilização.
Deixado parado até ganhar um pouco de consistência, logo após distribuídas as
sementes e deixado em repouso para emergência em um período de uma semana.
3.3 Severidade de doenças em folhas de citros
O experimento foi implantado com delineamento inteiramente casualizados (DIC),
com nove repetições. Os tratamentos foram realizados todos em diferentes plantas infectadas.
Em março de 2016, realizou-se a coleta das amostragens de folhas referente a cultura
dos citros. Para cada amostragem foram coletadas folhas infectadas (Figura 8 e 9), de modo
que, pudessem ser avaliadas e realizados os devidos testes, para identificação de doenças.
Figura 8 e 9 – Análise de severidade em folhas de citros. Fonte: ZELIK, E. M., 2016.
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4 Resultados e discução
4.1 Resultado fertilidade do solo
As plantas cítricas tem maior adaptabilidade em solos arenoso-argiloso, onde ocorre
uma pequena necessidade de se adequar quando em condições de solos com textura arenosas
ou argilosas. É recomendado que as plantas possuam profundidades mínimas de 1,0 a 1,2
metros, para proporcionar melhor desenvolvimento do sistema radicular. As plantas exigem
valores ideais, como na descrição abaixo: pH ideal: 5,8 a 6,2; Fósforo disponível ideal:
>30 mg/dm3; Potássio disponível ideal: >3,0 mmolc/dm3; Calcio disponível ideal:
>7 mmolc/dm3; Magnésio disponível ideal: >8 mmolc/dm3; Saturação por bases ideal: >70%
São nutrientes N, P, K, Ca, Mg, B, Mn e Zn (Tabela 10 e 11), que devem ser
fornecidos na adubação. Estádios de desenvolvimento da planta, combinação copa/portaenxerto, expectativa de produção, estado nutricional do pomar e da fertilidade do solo são
fatores determinantes para determinar as quantidades necessárias de elementos importantes
para a planta.
Tabela10. Acidez e micronutrientes compostos na análise de solo
Fonte: JUNIOR, E. L. T., 2016. Getúlio Vargas/RS.
Tabela 11. Micronutrientes compostos na análise de solo
Fonte: Junior, E. L. T., 2016. Getúlio Vargas/RS.
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As quantidades necessárias (Tabela 12), desses elementos são dependentes do estádio
de desenvolvimento da planta (formação ou produção), da combinação copa/porta-enxerto, da
expectativa de produção, do estado nutricional do pomar e da fertilidade do solo. Assim,
plantas em formação devem receber maior atenção quanto ao fornecimento de P, Ca e N,
enquanto que pomares em produção, de N e K.
Tabela 12. Necessidade de calagem representativa na análise de solo.
Fonte: JUNIOR, E. L. T., 2016. Getúlio Vargas/RS.
Dentre as variáveis que interferem na fertilidade do solo, destaca-se a capacidade de
troca catiônica, a qual é função da mineralogia do solo e dos níveis de matéria orgânica
presentes, tendo em vista que essas partículas apresentam cargas elétricas superficiais que
variam em função do pH, mas de qualquer forma contribuem para a CTC do solo,
especialmente de solos tropicais, tipicamente intemperados. A capacidade de troca catiônica
no solo apresenta maiores valores na camada superficial, diminuindo com o aumento da
profundidade (MIELNICZUC, 2008).
A matéria orgânica no solo oferece maior disponibilidade de macro e micronutrientes
às plantas. Além da contribuição decorrente da sua decomposição, também, pode-se destacar
o fato de que uma maior quantidade de matéria orgânica (MO), no solo pode proporcionar
uma maior quantidade de macro poros, garantindo boa aeração, movimentação e drenagem,
resultando em maior facilidade à penetração das raízes, contribuindo para o seu
desenvolvimento. (MIELNICZUC, 2008).
O sintoma de deficiência dos macro nutrientes é a redução do crescimento, entretanto
ocorrem outros sintomas como a mudanças de coloração que apresentam padrões específicos,
partindo da ponta da folha passando pela nervura central até a base, ou da margem para a
nervura central, ou entre as nervuras (AGROLINK, sem data)
Os sintomas de deficiência mineral podem aparecer nas folhas novas ou nas folhas
mais velhas, indicando a mobilidade dos micronutrientes na planta e a habilidade da planta em
translocar estoques existentes deste nutriente. Os íons variam em sua mobilidade tanto no solo
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como na planta. Os íons N, P, K, Mg, Cl apresentam maior mobilidade; S, Cu, Fe, Mn, Zn,
Mo, são íons de pouca mobilidade e Ca e B são imóveis ( AGROLINK, sem data)
4.2 RESULTADO ANÁLISE EM SEMENTES
Após a implantação do experimento foram coletados os resultados (Figura 13 e 14),
Incidência de doenças ocorridas
(%)
sendo comparados ao teste de Tukey, com probabilidade de erro a 5%.
80% a¹
70% bc
R1
R2
R3
R4
20% b
R5
0% c
Alternária sp.
Bipolaris sp.
Dreschlera sp.
R6
Fusarium sp.
Análise de doenças em sementes de trigo (Triticum aestivun.)
Figura 13: Análise de doenças em sementes de trigo (Triticum ssp.). FONTE: JUNIOR,
E.L.T. 2016. Getúlio Vargas/RS
Coeficiente de variação: 29,34%
¹as médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o
Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
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Incidência de doenças ocorridas (%)
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70% a
65% a
R1
R2
R3
40% a¹
R4
R5
R6
R7
0% b
R8
R9
Alternária sp.
Fusarium sp.
Penicilium sp.
Bactéria sp.
Fungos causadores de doenças em tecidos do citros
Figura 14: análise em tecido verde. FONTE: JUNIOR, E. L. T. 2016. Getúlio Vargas/RS
Coeficiente de variação: 61.10%
¹as médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o
Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade
Os fungos encontrados pertencem a seis gêneros, sendo eles: Alternaria spp.,
Bipolaris sp., Drechslera sp., Fusarium sp., Penicillium sp. Detectou-se a presença do gênero
de bactérias Pectobacterium spp., com incidência de 100% em todos os tratamentos, já entre
os fungos verificou-se a maior presença do fungo de armazenamento Penicillium sp., com
70% de incidência nas sementes.
Observou-se que a assepsia é significante na eliminação de fungos de armazenamento,
presentes na parte externa da semente, sendo que a concentração e o tempo não tiveram
influência em relação à quantidade de fungos eliminados.
Da mesma forma Tambosi & Renner (2010), ressaltam que o hipoclorito de sódio tem
grande potencial antimicrobiano, no qual penetra na parece celular dos microrganismos,
desativando uma enzima essencial a sobrevivência. Nesse sentido, Muniz et al. (2007), em
seus trabalhos verificaram que a ação do NaClO foi acentuada na redução da incidência de
fungos, indicando que os mesmos se encontravam localizados na parte externa da semente.
Coutinho et al. (2000), ressalta que uma das principais formas de associação em
sementes é devido ao fato desses patógenos se localizarem nos tecidos externos, e o
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tratamento de sementes com hipoclorito de sódio apresenta eficiência na redução dos
microrganismos associados superficialmente às mesmas.
Conclusão
Conclui-se que para se ter um plantio de citros com qualidade é necessário um manejo
eficiente, livre de doenças e pragas, apresentar um pH próximo a neutralização, possuir
macronutrientes e micronutrientes em concentrações adequadas e suficientes para a nutrição
das plantas. O cancro cítrico, considerado uma das principais doenças que afetam a
fruticultura em geral, pode apresentar uma redução significativa utilizando um manejo
adequado com aplicações de controles biológicos e químicos.
Referências
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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
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