Nome: Nº: Ano: 3EM Data: Disciplina: Geografia Professor: Cecilia

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Nome:
Ano: 3EM
Disciplina: Geografia
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Professor: Cecilia
Revolução Russa
Consolidando Conceitos
O processo de isolamento
“cercada por um mundo capitalista, do qual a maioria de poderosos governos queria impedir o
estabelecimento desse centro de subversão global e, mais tarde, eliminá-lo assim que possível. O
simples fato de a URSS não conquistar reconhecimento diplomático oficial de sua existência pelos
EUA até1933 demonstra seu estado proscrito inicial. Além disso, mesmo quando o sempre
realista Lenin estava disposto, e até mesmo ansioso para fazer as concessões de mais longo
alcance aos investidores estrangeiros, em troca de sua ajuda ao desenvolvimento econômico
russo, na prática não encontrou quem quisesse. Assim, a jovem URSS foi necessariamente
laçada num curso de desenvolvimento auto-suficiente, em virtual isolamento do resto da economia
mundial. Paradoxalmente, isso logo lhe oferecia seu mais poderoso argumento ideológico. Ela
pareceu imune à gigantesca depressão econômica que devastou a economia após o crash de
Wall Street em 1929.”
Hobsbawm, A Era dos Extremos, 1995
Comunismo de Guerra
“Foi a crise da Guerra Civil que levou as coisas ao ponto crítico. Levou à nacionalização de todas
as indústrias em meados de 1918, e ao Comunismo de Guerra, por meio do qual um Estado
bolchevique em guerra organizou sua luta de vida ou morte contra a contra-revolução e a
intervenção estrangeira e tentou levantar os recursos para ela. [...] As economias de guerra
comunista tendiam naturalmente, por questões de princípio, a substituir propriedade e
administração privadas por públicas e a dispensar o mercado e o mecanismo de preços,
sobretudo quando nenhum desses era de muita utilidade para improvisar um esforço de guerra
nacional de uma hora para outra. [...] Na verdade, à medida que o regime soviético emergia
vitorioso das lutas de 1919-21, era evidente que o Comunismo de Guerra, por mais necessário
que fosse no momento, não podia continuar, em parte porque os camponeses se rebelariam
contra a requisição militar de seus grãos, que tinha sido a base dessa economia de guerra, e os
operários contra as privações, em parte porque esse regime não oferecia meios eficazes de
restaurar uma economia praticamente destruída.”
Textos para atividade
Concorrência Negativa
“A rigor, não se pode falar em uma liquidação total ou da simples inexistência da concorrência: ao
contrário, a ‘concorrência negativa’ do estatismo baseado na economia de guerra nada mais é
que uma concorrência invertida, de acordo com o sistema, em comparação aquela do capitalismo
ocidental. Apenas a função desempenhada pela concorrência de promover o aumento da força
produtiva foi realmente eliminada, mas não a rivalidade abstrata entre as instâncias e os
indivíduos. Essa parece ser secundária porque se refere aos imperativos subjetivos e ‘políticos’
preestabelecidos e às ordens da burocracia, enquanto a ‘coação muda’ da concorrência ocidental,
por ser um fenômeno cotidiano e sem sujeito, já não é sentido como condição prévia que impõe
determinada forma.”
[...]
“O resultado lógico do socialismo real é uma extensa economia de escassez que penetra todos os
setores e determina a vida social e individual. Nesse nível desenvolve-se então, necessariamente,
uma concorrência negativa entre empresas [...] [que] concorrem com o Estado na absorção dos
lucros e nas cotas do plano.”
Robert Kurz, O Colapso da Modernização, 1992
1) Com as suas palavras, com base no trecho e no que discutimos em sala: defina o que significa
dizer que na União Soviética tratava-se de uma concorrência negativa.
Diferencie em sua resposta: concorrência negativa de ausência de concorrência.
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Acumulação Primitiva Soviética
2) Descreve com as suas palavras o que foi a acumulação primitiva descrita por Marx?
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3) Leia o trecho que segue:
“Considerando-se numa retrospectiva histórica tanto o Terceiro Mundo quanto o socialismo real
do tipo soviético, pode-se de fato falar de sociedades de acumulação primitiva, sendo esta última
de natureza recuperadora. Sem dúvida, esses três tipos de sociedade distinguem-se entre si em
seu curso histórico quanto em sua acentuação socio-econômica, mas distinguem-se ainda mais
dos antigos processos de acumulação primitiva na Europa, desde o século XVII. Os três tipos de
acumulação primitiva somente têm uma coisa em comum: a expulsão violenta, realizada em
formas bárbaras, dos tradicionais ‘produtores diretos’, na maioria de proveniência camponesa, de
seus meios de produção e as ‘torturas’ por eles sofridas ao serem forçados ao status moderno de
trabalhadores assalariados [...]
O que Marx descreveu para a Inglaterra dos séculos XVI e XVII poderia ser descrito
analogamente para a Rússia do início do século XX e para o Brasil ou a Índia do fim do século. A
esse respeito, o que distingue as diferentes regiões do mundo é apenas a diferença temporal no
processo histórico da modernidade.
O tipo soviético dessa acumulação primitiva, no início do século XX, não estava mais em
condições de adotar o passo relativamente lento com que se desenvolvera o sistema produtor de
mercadorias na Europa ocidental. A União soviética tinha de exagerar o elemento estatista, isto é,
transformar toda a sociedade numa máquina de trabalho comandada de forma quase militar. Essa
experiência apresentava-se ao Ocidente, já mais desenvolvido sobre a mesma base, como polo
oposto e inimigo ou até como ‘reino do demônio’. [...] Considerado dessa maneira, o conflito
acabado entre o Leste e o Ocidente pode ser compreendido, pelo menos quanto ao aspecto
ideológico, como uma espécie de mal-entendido, como controvérsia entre duas fases históricas
não sincrônicas do mesmo sistema produtor de mercadoria. O núcleo real dessa controvérsia
nada mais era que a concorrência entre economias nacionais atrasadas e outras mais
adiantadas.”
Robert Kurz, O Colapso da Modernização, 1992
a) O que o autor quis dizer quando define a acumulação primitiva do tipo soviético como de
“natureza recuperadora”?
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b) Apesar do autor só mencionar (não explicar no trecho selecionado), com base em seus
conhecimentos, levante hipóteses do que seria o tipo de acumulação primitiva do terceiro mundo?
Dê ao menos um exemplo.
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c) Leia o trecho que segue:
“O estado soviético seria uma formação de modernização retardatária, ou seja, de tentativa de
aceleração da valorização do valor (manutenção da mediação social baseada na extração de
mais-valia, como sua consequência e finalidade) a fim de alcançar os níveis de produtividade dos
países centrais [...].”
Fábio Teixeira Pitta, Modernização retardatária e
agroindústria sucroalcooleira paulista, 2011
Levante hipóteses sobre a possível ligação entre o tipo de acumulação primitiva soviética e a
terminologia usada, tanto por Pitta (2011) como por Hobsbawm (1995) (que tem por base, ambos,
Robert Kurz), de modernização retardatária? Defina-a tendo como exemplo o caso da URSS
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c) Como poderíamos relacionar o conceito de modernização retardatária aos Planos Quinquenais,
do governo de Stalin?
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4) a) Pesquise o que foi o momento do Marcathismo, nos EUA
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b) Como ele se relaciona com o trecho de Hobsbawm discutida na avaliação:
“o governo soviético, embora também demonizasse o antagonista global, não precisava
preocupar-se com ganhar votos no Congresso, ou com eleições presidenciais e parlamentares. O
governo americano precisava. Para os dois propósitos, um anticomunismo apocalíptico era útil, e
portanto tentador, mesmo para políticos não de todo convencidos de sua própria retórica ou do
tipo do secretário de Estado da marinha do presidente Truman, clinicamente louco o bastante
para suicidar-se porque via a chegada dos russos de sua janela no hospital. Um inimigo externo
ameaçando os EUA não deixava de ser conveniente para os governos americanos que haviam
concluído, corretamente, que seu país era agora uma potência mundial – na verdade, de longe a
maior – e que viam o ‘isolacionismo’ ou protecionismo defensivo como seu grande obstáculo
interno.”
Hobsbawm, A Era dos Extremos, 1995
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