TESTE DE FATOR DE POTÊNCIA PARA QUALIFICAÇÃO DO ISOLAMENTO EM MOTORES DE TRAÇÃO DC DE LOCOMOTIVAS RESUMO O motor de tração DC é um componente crítico na manutenção de locomotivas na concessionária. Um dos principais modos de falha deste componente é a falha do isolamento elétrico da armadura ou da carcaça. Portanto, é necessário ter um processo bem definido para qualificar o isolamento elétrico das armaduras e carcaças dos motores de tração. Com o processo atual de qualificação dos motores de tração, ainda são verificadas falhas no isolamento elétrico durante o tempo de operação. Verificou-se então a necessidade do desenvolvimento de um novo parâmetro para a qualificação do isolamento elétrico, o teste de ângulo de fase ou de fator de potência. Neste parâmetro, a condição do isolamento pode ser estimada tratando-o como o dielétrico em um capacitor. A capacitância e o fator de potência do isolamento do motor de tração podem ser medidos usando uma fonte adequada de corrente alternada. A mudança na capacitância ou no fator de potência é uma medida da condição do isolamento do motor de tração. Ao utilizar estes conceitos o objetivo é melhorar a qualificação do isolamento dos motores de tração, reduzindo a taxa de falhas deste componente. 1 – Introdução 1.1 – O componente crítico motor de tração Um dos principais componentes de locomotivas é o motor de tração, que é um motor elétrico de corrente contínua ou alternada, suprido de energia pelo gerador e cuja função é transformar energia elétrica em mecânica, que é transferida às rodas da locomotiva por intermédio de acoplamento por engrenagem. A definição de que o motor de tração é um dos principais componentes das locomotivas da concessionária em questão foi obtida ao utilizar uma ferramenta de priorização de problemas, tabela GUT, que tem este nome por levar em consideração a gravidade, urgência e tendência de cada problema. Segundo VALLE [1], a ferramenta GUT utiliza uma tabela para a priorização de problemas na sua solução. Ela é utilizada na definição de prioridades quando se tem diversas tarefas a serem realizadas. Na priorização da definição de quais componentes de locomotivas são críticos, a gravidade, urgência e tendência são definidos nos parágrafos seguintes. Gravidade: indica o nível de falhas apresentado por um determinado conjunto de componentes do grupo de ativos ferroviário em questão. Urgência: indica o nível do custo de manutenção do componente em análise. Tendência: indica o nível de sucateamento do componente em análise. Ao definir o que cada índice significa, é necessário quantificar cada um deles. A tabela GUT trabalha com a quantificação dos índices com números naturais de 1 a 10, sendo 1 o índice menos prioritário e 10 o mais prioritário. Cada um dos índices, GUT, devem ser classificados para cada componente em análise, de acordo com as definições descritas anteriormente. A determinação de como classificar os índices dentro dos limites estabelecidos deve ser feita de maneira proporcional aos indicadores dos índices GUT, ou seja: gravidade – falhas, urgência – custo de manutenção e tendência – índice de sucateamento. Ao ter-se classificado os índices de acordo com os indicadores estabelecidos, os índices resultantes GUT devem ser multiplicados e o resultado encontrado é o RPN (risk priority number – número de priorização de risco). Este número indica o grau de criticidade do componente, variando em números naturais de 1 a 1000. O RPN 1 indica a menor prioridade e 1000 a maior prioridade. Para definirem-se os componentes críticos é necessário determinar um valor limite do RPN, de maneira que os componentes que apresentarem RPN maiores que o valor definido serão críticos. Esta definição deve ser realizada de acordo com a necessidade do caso em estudo, sendo sugerido a correlação do RPN mínimo às metas dos indicadores de ocorrência de falhas (gravidade), custo de manutenção (urgência) e índice de sucateamento (tendência). Para a manutenção de componentes de locomotivas da concessionária em questão, os índices GUT foram quantificados em números naturais de 1 a 10, proporcionais aos parâmetros que os definiram nos parágrafos anteriores. Ao obterem-se os índices de cada conjunto de componentes de locomotivas, o RPN foi calculado e o resultado é apresentado na tabela 1. Para este estudo de caso, o RPN mínimo para determinação de componente crítico foi definido como 20, tendo em vista que, para RPN menor, os valores dos índices atendem às metas estabelecidas pela concessionária. Tabela 1 – RPN calculado para cada grupo de componentes recuperados de locomotivas, baseado na tabela GUT de priorização. [4] GRUPO DE COMPONENTE DE LOCOMOTIVA RPN Superalimentador EMD 54 Gerador Excitatriz / Gerador Auxiliar GE 24 Motor de Tração GE 22 Superalimentador GE 20 Compressor EMD e GE 19 Caixa Multiplicadora 18 Governador 14 Soprador 14 Ventilador 11 Conforme verificado, o motor de tração é um componente crítico de locomotiva, que deve ter seus parâmetros de confiabilidade, custo e prazo para recuperação controlados. Este trabalho tem por objetivo apresentar um novo método de qualificação do isolamento elétrico de motores de tração. 2 – Modos de falha em motores de tração A oficina de recuperação de componentes da concessionária de transporte ferroviário em questão utiliza a metodologia FMEA (Failure Modes and Effects Analysis – Análise dos Efeitos e dos Modos de Falhas [3]) para padronização da identificação dos modos de falhas de componentes a recuperar. Esta metodologia é aplicada para motores de tração, e os principais modos de falha identificados para uma amostragem de 106 motores é apresentada na figura 1. Nela é possível perceber que dos três principais modos de falha identificados, dois são referentes à falha no isolamento elétrico do componente (aterrado). Estes dois modos de falha são responsáveis por aproximadamente 50% das falhas desta amostragem de motores de tração a recuperar. Logo, a qualificação do isolamento elétrico dos motores de tração é de fundamental importância para a obtenção de níveis bons de confiabilidade do componente. Modos de Falha MT 100,0% 90 75,0% 70 85,2% 100,0% 92,0% 90,0% 80,0% 68,2% 70,0% 60 Qtde 79,5% 83,0% 89,8% 56,8% 50 39,8% 40 35 60,0% 50,0% 40,0% 30 30,0% 15 20 10 10 20,0% 6 4 3 7 2 2 2 2 10,0% OUTROS CARCAÇA MANCAL (CAPA DO MANCAL DO RODEIRO) SUPORTE DA GRAXEIRA (CHIFRE) FRATURADO PINHAO DESGASTADO (AFINADO, PERDEU ESPESSURA) CARCAÇA ISOLAMENTO DAS BOBINAS (CAMPO DE COMUTAÇÃO) CABOS A/AA BAIXO ISOLAMENTO CARCAÇA CABOS DE SAIDA / CABOS E BARRAS DE LIGAÇAO INTERNA FRATURADO PORTA ESCOVAS ISOLANTE / ISOLAMENTO BAIXO ATERRADO ARMADURA COLETOR (LAMINAS) DANIFICADO CARCAÇA CABOS DE SAIDA / CABOS E BARRAS DE LIGAÇAO INTERNA ROMPIDO CARCAÇA ISOLAMENTO DAS BOBINAS (CAMPO DE EXCITAÇÃO) CABOS F/FF ATERRADO PINHÃO SOLTO/ SEM INTERFERÊNCIA MECÂNICA (SEM MARCA NO EIXO) 0,0% CARCAÇA ISOLAMENTO DAS BOBINAS (CAMPO DE COMUTAÇÃO) CABOS A/AA ATERRADO 0 Modos de Falha Figura 1 – Modos de falha identificados em uma amostragem de motores de tração a recuperar. 3 – Isolamento em máquinas elétricas 3.1 - Modelo O isolamento elétrico pode ser modelado como um circuito com quatro ramos paralelos, por onde podem circular quatro correntes diferentes quando uma tensão é aplicada, conforme figura 2. Estas correntes são as correntes de fuga pela superfície (leakage – IL), de capacitância geométrica (Ic), de condutância (Ig) e de absorção ou polarização (Ia). Estas correntes somadas representam a corrente total que atravessa o isolamento (It), e estão representadas na figura 3. A relação entre a tensão aplicada e a corrente total medida fornece a resistência do isolamento. Figura 2 – modelo de isolamento elétrico. % Acumulada 80 87,5% Figura 3 – comportamento das correntes que circulam no isolamento x tempo. No primeiro minuto, a corrente de capacitância torna-se nula, não afetando as medidas de resistência de isolamento. Entretanto, a corrente de polarização, modelada por um circuito resistor-capacitor, demora um tempo maior para cessar, afetando a medição da resistência de isolamento. As correntes de condução e fuga pela superfície variam com a umidade, sendo constantes ao longo do tempo. Já a corrente de fuga pela superfície é a maior responsável pela diminuição da resistência de isolamento. 3.2 – Fatores que afetam a resistência de isolamento Os fatores que afetam a resistência de isolamento são: condição da superfície, umidade, temperatura, valor da tensão de teste e cargas residuais presentes no isolamento. [2] 3.2.1 - Poeiras e umidade Poeiras ou sujeira normalmente não condutivas ou podem tornar-se condutivas e diminuir a resistência de isolamento ao combinar-se com óleos, vapores químicos ou mesmo umidade. A umidade por si só já causa uma redução na resistência de isolamento (este problema é potencializado na presença de contaminantes), uma vez que se este estiver em uma temperatura abaixo do ponto de orvalho, um pequeno filme de umidade será formado na superfície do isolamento. De qualquer maneira, uma boa leitura de resistência de isolamento pode ser obtida em um bom isolamento. Para estes dois fatores, uma limpeza seguida de secagem em estufa pode melhorar os valores de resistência de isolamento. 3.2.2 - Temperatura A resistência de isolamento varia inversamente com a temperatura, e de forma exponencial. Quando a temperatura aumenta em um isolamento, aumenta o número de portadores de carga, reduzindo drasticamente a resistência de isolamento, de modo inverso ao observado em metais, onde o aumento da temperatura aumenta a agitação térmica e aumenta a resistência elétrica. Ao contrário, quando a temperatura é reduzida, diminui o número de portadores de carga e a resistência de isolamento aumenta [2]. 3.2.3 - Valor da tensão Para um bom isolamento, o valor da tensão não tem efeito na medição da resistência de isolamento. Entretanto, para um isolamento com problemas, um aumento na tensão de teste pode diminuir a resistência de isolamento. Uma diminuição significativa da resistência de isolamento a medida que a tensão é aumentada significa presença de falhas no isolamento. [2] 3.2.4 - Cargas residuais / Descarga do isolamento Pelo fato do isolamento ter propriedades capacitivas, uma determinada energia residual estará presente no enrolamento após a aplicação de um campo elétrico. Cargas residuais farão com que medidas de resistência de isolamento resultem em valores incorretos. Antes que sejam feitas medidas de resistência de isolamento, o isolamento deve ser completamente descarregado. A descarga dos isolamentos é essencial tanto para segurança como para exatidão dos testes subsequentes, sendo que as cargas residuais podem durar por um tempo indeterminado. É importante lembrar que o teste não é conclusivo até que o isolamento esteja descarregado e não seja detectada nenhuma tensão maior que 20 V. [2] A descarga do isolamento também é muito importante antes dos testes de alto potencial (AC e DC) para evitar tensões mais elevadas que as especificadas pelo teste. Pode ocorrer que as tensões residuais sejam somadas às tensões de alto potencial aplicadas, resultando na ruptura do isolamento devido a problemas não referentes ao teste de alto potencial, em si. [2] 3.2.6 - Polaridade do teste Polaridade negativa é preferida para as máquinas de teste para diminuição do efeito de eletroendosmose, um fenômeno observado em isolamentos antigos e na presença de umidade. Neste fenômeno, diferentes resistências de isolamento são obtidas quando a polaridade dos fios de teste são invertidas [2]. Para isolamentos antigos e úmidos, por exemplo, a resistência de isolamento obtida com polaridade reversa, onde o fio terra é conectado ao enrolamento e o fio negativo ao terra da máquina é muito maior que a obtida com polaridade normal. Desta maneira, para que os testes possam ser comparados ao longo do tempo, estes devem ser feitos com a mesma polaridade. 3.2.7 - Regulação da fonte de tensão Para medições de resistência de isolamento, é necessário utilizar um meghômetro com uma fonte de tensão DC muito bem regulada, sob pena de obtenção de medidas não significativas [2] ou com variações na medida. Isto ocorre porque a corrente total depende de vários elementos, inclusive o elemento capacitivo do isolamento, ou seja, a corrente total varia no tempo. Se a tensão também variar no tempo, não será possível uma estabilização correta desta corrente e consequentemente uma estabilização da resistência de isolamento. Além desta regulação, o aparelho deve ser capaz de suportar correntes de pico muito maiores do que as que está projetado para suprir continuamente. Como visto anteriormente no modelo, as correntes iniciais em um isolamento são altas em comparação com as correntes de regime, e portanto o aparelho deve ser capaz de suportar estas correntes relativamente elevadas. 4 – Qualificação atual do isolamento elétrico de motores de tração As seções seguintes apresentam os parâmetros utilizados atualmente na concessionária para qualificar o isolamento elétrico de motores de tração. 4.1 - Teste de isolamento elétrico utilizando megôhmetro. Com este teste obtém-se a resistência elétrica do isolamento, considerando a parcela resistiva apresentada no modelo da figura 2. Este teste é um bom teste para detectar presença de contaminantes superficiais (poeiras, água, óleo, etc) que aumentam a corrente de fuga superficial. Entretanto, para alguns tipos de isolamento (mica, por exemplo), não é capaz de detectar espaços vazios ou falhas devido ao envelhecimento térmico, que alteram as capacidades capacitivas do isolamento (a não ser no caso de uma falha muito grande). [2] 4.2 - Teste de alto potencial. O objetivo dos testes de alto potencial é mais a demonstração de que o isolamento pode suportar as condições de serviço a que será submetido do que estabelecer o valor preciso das condições do isolamento. Serve para dizer se a máquina é capaz de suportar surtos a que normalmente seria submetida durante sua vida útil normal [2]. São testes potencialmente destrutivos, sendo considerados testes passa-não passa. Se não houver uma descarga destrutiva, o enrolamento teoricamente está apto para serviço. Se houver uma descarga destrutiva, o enrolamento deve ser reenrolado. Não deixam passar falhas como: • Materiais isolantes fracos. • Furos no isolamento. • Isolamento prensado. Existem dois tipos de testes: o teste de alto potencial AC e o de alto potencial DC. Dada a natureza do teste AC (tensão alternada) e do isolamento, modelado como um capacitor em paralelo com uma resistência de fuga, ao se aplicar uma tensão alternada no mesmo será gerada uma corrente que terá relação com a impedância do circuito (corrente total). Já o teste DC terá relação somente com a resistência de fuga. Quando o isolamento se rompe pela aplicação da alta tensão, a corrente de fuga é que aumenta. A corrente de fuga, portanto, é que nos diz se o isolamento está apto ou não para serviço. A corrente reativa não é examinada no teste. 5 – Proposta de utilização de medidor de fator de potência para qualificação do isolamento elétrico 5.1 – Teste do ângulo de fase do isolamento ou fator de potência A medição atual da resistência elétrica do isolamento com o megôhmetro fornece a parcela resistiva do isolamento (representado pelos resistores na figura 2). Porém a parcela capacitiva não é medida. O teste de fator de potência é utilizado para auxiliar no valor desta medida capacitiva, que indica a qualidade do isolamento, podendo ser vinculada ao “tempo de vida” que o isolamento do componente possui (fazendo análises de valores de resistência capacitiva x tempo de falha). Este teste permite analisar e avaliar o comportamento das condições físicas do enrolamento. Uma mudança na capacitância do isolamento pode ocorrer devido ao envelhecimento natural, envelhecimento térmico ou outros contaminantes tais como umidade ou poeira [2]. A figura 4 apresenta o modelo elétrico que apresenta a parcela capacitiva do isolamento. Pequenas mudanças na capacitância do sistema de isolamento resultam em mudanças significativas do ângulo de fase [2]. Como ferramenta de manutenção, a utilidade do teste do ângulo de fase do isolamento está no acompanhamento ao longo do tempo. Caso haja um aumento do fator de potência em relação ao nível normal, é provável que haja algum início de falha, como descrito anteriormente. Cp é a capacitância paralela. G é a condutância equivalente. Rp é o resistor equivalente do circuito paralelo. XP é a reatância paralela. W é 2 f (para uma fonte senoidal). é o ângulo de fase. é o ângulo de perda. Figura 4 – Modelo do isolamento elétrico. 5.2 – Equipamento a ser utilizado Foi verificado no mercado um fornecedor de equipamento para execução do teste de ângulo de fase ou fator de potência. A figura 5 mostra o equipamento selecionado. Figura 5 – Equipamento para teste do ângulo de fase ou fator de potência. . 5.3 – Medições que estão sendo realizadas No equipamento descrito na seção anterior são medidas a corrente de fuga, a perda wattimétrica e a capacitância do isolamento elétrico. Para carcaças de motores de tração, estes parâmetros são medidos para o campo de excitação e para o campo de comutação (cabos AA e FF). Já para as armaduras as medidas destes parâmetros são únicas, curtocircuitando o comutador. A tabela 2 apresenta valores medidos em carcaças e armaduras de motores de tração. ITEM DATA DO TESTE N° DE SÉRIE DA CARCAÇA 1 20/4/2010 96G12123 2 8/4/2010 213367 MODELO CLASSE DA CARCAÇA D87 AF15 D B CAMPO / CABO CORRENTE DE FUGA(mA) PERDA WATTIMÉTRICA(W) E MULTIPLICADOR E MULTIPLICADOR CAPACITÂNCIA(pF) E MULTIPLICADOR FATOR DE POTÊNCIA(%) FF 48,4 81,2 13200 16,78 AA 35,8 56,4 8780 15,75 A - - - - FF 43 9,16 11520 2,13 AA 40,6 12,3 10900 3,03 A - - - - Tabela 2.1 – valores medidos em carcaças. ITEM DATA DO TESTE N° SÉRIE DO MOTOR N° DE SÉRIE DA ARMADURA MODELO DA ARMADURA CORRENTE DE FUGA(mA) PERDA WATTIMÉTRICA(W) E MULTIPLICADOR E MULTIPLICADOR 1 30/3/2010 96G12123 96F34174 D87 289 2 19/4/2010 7489981 2724847 E8A 277 CAPACITÂNCIA(pF) E MULTIPLICADOR FATOR DE POTÊNCIA(%) 179 78,6 6,19 153 74200 5,52 Tabela 2.2 – valores medidos em armaduras. O fator de potência do isolamento é calculado utilizando a equação 1, onde “w” é a perda wattimétrica, e “mA” é a corrente de fuga. FP% = (W x 10) / mA. Equação 1 6 – Resultados Esta seção tem por objetivo apresentar os resultados resumidos obtidos até então, das medições no teste de ângulo de fase realizadas nos diversos modelos de motores de tração utilizados pela concessionária. O resultado final obtido são valores médios de capacitância e fator de potência do isolamento de armaduras e carcaças (campos AA e FF) de motores de tração, qualificados para operação. 6.1 – Armadura 6.1.1 – Capacitância EMPRESA RESPONSÁVEL PELA RECUP. EXTERNA (Tudo) Capacitância (pF) MULTIPLICADOR 200.000 180.000 160.000 140.000 MODELO DA ARMADURA 761 120.000 AF15 AH30 100.000 D77 80.000 D87 E8A 60.000 40.000 20.000 N S Impregnação Recuperação externa 6.1.2 – Fator de potência Fator de potência (%) 10,00 9,00 8,00 7,00 MODELO DA ARMADURA 761 6,00 AF15 AH30 5,00 D77 4,00 D87 E8A 3,00 2,00 1,00 0,00 N S Recuperação externa EXTERNA - (S/N) Impregnação 6.2 – Carcaça 6.2.1 – Capacitância Campo AA. CAMPO / AA CABO Capacitância (pF) 18000 16000 14000 MODELO DA CARCAÇA 752 12000 761 D87 10000 AF15 AH30 8000 D77 D87 6000 E8A 4000 2000 0 N S Recuperação externa Campo FF CAMPO / FF CABO Capacitância (pF) 18000 16000 14000 MODELO DA CARCAÇA 752 12000 761 D87 10000 AF15 AH30 8000 D77 D87 6000 E8A 4000 2000 0 N S Recuperação externa 6.2.2 – Fator de potência Campo AA CAMPO / CABO AA Fat or de pot ência (%) POTÊNCIA(%) 18 16 14 MODELO DA CARCAÇA 752 12 761 10 D87 AF15 8 AH30 D77 6 D87 E8A 4 2 0 N Recuperação ext erna S Campo FF CAMPO / FF CABO Fator de potência (%) POTÊNCIA(%) 18 16 14 MODELO DA CARCAÇA 752 12 761 D87 10 AF15 AH30 8 D77 D87 6 E8A 4 2 0 N S Recuperação externa 7 – Conclusão Com os resultados apresentados na seção 6, é possível obter a ordem de grandeza dos parâmetros de capacitância e fator de potência para a qualificação do isolamento dos diversos tipos de subcomponentes de motores de tração testados, sendo possível verificar que quanto menor o valor da capacitância e do fator de potência, melhor a condição do isolamento elétrico. Isto por que, nos gráficos apresentados, o eixo “x” apresenta os seguintes itens: “N” – subcomponente não recuperado externamente (reenrolamento e reisolamento), pior condição de isolamento; “S” – subcomponente recuperado externamente (reenrolamento e reisolamento), melhor condição de isolamento e “Impregnação” – subcomponente impregnado externamente, condição intermediária de isolamento. O próximo passo deste trabalho é a verificação da correlação entre estes valores médios dos parâmetros de capacitância e fator de potência levantados até aqui e a vida atingida destes componentes, sendo possível identificar os valores ótimos destes parâmetros, tendo em vista os níveis de falhas admissíveis para os motores de tração. 8 – Referências Bibliográficas 1. VALLE, J. A. 40 Ferramentas e Técnicas de Gerenciamento. Merhi Daychoum, Brasport, 3ª Edição. Rio de Janeiro, 2007. 2. COSTA, A. S. de L.; CARDOSO, B. de J.; LYRA R. de O. da C. Estudo Técnico quanto à Manutenção / Operação de Geradores Elétricos de Corrente Continua Utilizados em Locomotivas (Excitatriz e Gerador Auxiliar). UFMG. 2008. 3. HELMAN, H. e ANDREY, P. R. P. Análise de Falhas: Aplicação dos Métodos de FMEA e FTA. Fundação Christiano Ottoni. Belo Horizonte. 1995. 4. ROCHA, M. E de O. Aplicação da Engenharia de Confiabilidade na Manutenção de Componentes de Locomotivas. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Transportes, IME. Rio de Janeiro, 2009.