CIRURGIA VITREORETINIANA E TRAUMATOLOGIA 08:30 | 10:45

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CIRURGIA VITREORETINIANA E TRAUMATOLOGIA
08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
08:30
VD1- LONG-STANDING INTRAOCULAR FOREIGN BODY. WHAT TO EXPECT?
Nuno Pinto Ferreira, David Cordeiro Sousa, Fátima Campos, Carlos Marques Neves
(Hospital de Santa Maria - CHLN; Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa)
Introduction: Ocular trauma remains a major cause of blindness, particularly in the working-age population.
Intraocular foreign bodies (IOFB) frequently accompany penetrating ocular injuries and the most serious problem is
the resulting impairment of visual function. In this clinical case we report a retinal metallosis due to a long standing
metallic intraocular foreign body.
Methods: Clinical case report followed between 2014 and 2015.
Results: A 49 year-old man, with an ophthalmologic history of right eye penetrating trauma complicated with failed
IOFB removal. Presented in our department two years later complaining of progressive vision loss of the same eye.
The patient also referred a left eye traumatic optic neuropathy since childhood.
On examination the patient had a right eye (OD) best corrected visual acuity of 6/10 on Snellen scale, counting fingers
on the left eye (OS). Pupillary reflexes were slowed bilaterally. The anterior segment evaluation of OD revealed a
healed corneal wound at 5 o’clock with an associated iridectomy near the iridocorneal angle and a cortical cataract;
OS was unremarkable. OD fundus examination showed a hazy vitreous, with an intraocular foreign body located in the
mid-peripheral retina; OS had optic nerve atrophy. Ophthalmic ultrasound and orbit X-ray confirmed a metallic
intraocular foreign body. Right eye full field electroretinogram revealed a global retinal dysfunction.
The patient was admitted to surgery with removal of a metallic IOFB. One month after surgery the retina was attached
and the patient had a right eye best corrected visual acuity of 10/10.
Conclusions: Small intraocular bodies can be tolerated for a long period of time, but eventually retinal toxicity as
other complications such cataract and vitreous changes may need surgical intervention. This clinical case shows how
to perform the extraction of an IOFB and suggests that visual recovery from retinal metallosis can be attained after
surgical intervention even with a long-time lapse.
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08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
08:38
VD2- CIRURGIA DE BURACO MACULAR: ABORDAGEM COM VITRECTOMIA 27-GAUGE E TÉCNICA DE FLAP
INVERTIDO MODIFICADO
João Luis Silva, João Gil, Cátia Azenha, Paula Ramos, Nuno Oliveira, Cristina Fonseca, Filipe Henriques
(Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra)
Introdução: O buraco macular de espessura completa é um defeito anatómico na fóvea, com desaparecimento de
todas as camadas retinianas desde a membrana limitante interna (MLI) até ao epitélio pigmentar da retina. Este
problema, relativamente frequente, causa redução da acuidade visual central. A abordagem cirúrgica pela técnica de
flap invertido modificado está descrita, com bons resultados, para buracos maculares médios-grandes (maiores que
250 µm) ou de longa duração. No entanto, a pelagem da MLI mostrou causar lesões na camada de fibras nervosas,
pelo que Jerzey Nawrochi sugeriu modificar a técnica, preservando a MLI do feixe papilo-macular. Apresentamos o
vídeo de uma doente intervencionada com esta técnica, em que foi utilizado um sistema de vitrectomia de 27-gauge.
Métodos: Doente de 79 anos, com queixas de diminuição de acuidade visual central do olho esquerdo com anos de
evolução. Antecedentes oftalmológicos de glaucoma medicada com combinação de dorzolamida+timolol 2id. Ao
exame objectivo, apresentava: acuidade visual corrigida de 20/40 no olho direito e 20/200 no olho esquerdo; pressão
intraocular de 18 mmHg bilateralmente; biomicroscopia catarata nuclear 1+ bilateral. Ao exame do fundo do olho
direito apresentava nervo óptico com escavação 0,9, com mácula sem alterações aparentes; no olho esquerdo
apresentava nervo óptico com escavação 0,6, com buraco macular, sem alterações da periferia. A tomografia de
coerência ótica (SD-OCT Spectralis, Heidelberg Engineering, Alemanha) demonstrou buraco macular de espessura
total com aproximadamente 300 µm de diâmetro.
Foi efectuada vitrectomia posterior via pars plana com sistema 27-gauge (27+ Constellation, Alcon, EUA), elevação
mecânica da membrana hialóide posterior e aspiração auxiliada por triancinolona, pelagem da MLI com auxilio de
brilliant blue G e com técnica de flap invertido modificado recobrindo o buraco macular, utilizando fórceps 27-gauge
(27-gauge ILM forceps, Grieshaber Alcon, EUA). Realizada troca fluido-ar e tamponamento com mistura inexpansível
de ar-SF6 a 20%. A doente foi posicionada em decúbito ventral durante 5 dias.
Resultados: Não existiram complicações no período pós-operatório, existindo recuperação funcional e anatómica ao
3º mês após a cirurgia. A acuidade visual nesta altura é de 20/63. O SD-OCT demonstra encerramento do buraco
macular.
Conclusões: A técnica de flap invertido modificado, realizada neste caso com sistema de vitrectomia 27-gauge,
parece ser eficaz para o encerramento de buracos maculares de média-grande dimensão e de duração arrastada.
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08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
08:46
VD3 - REMOÇÃO CIRÚRGICA DE MEMBRANA NEOVASCULAR COROIDEIA SUBFOVEAL – MEDIDAS
EXTREMAS PARA CASOS EXTREMOS
Nuno Gomes, José Ferreira Mendes, Rita Gentil, Lara Queirós
(Hospital de Braga)
Objectivo: Apresentar a remoção cirúrgica de uma membrana neovascular subfoveal numa doente monocular,
refratária à terapêutica com anti-angiogénicos.
Materias e Métodos: Vídeo cirúrgico de uma doente monocular (Degenerescência Macular associada à Idade [DMI]
terminal no olho esquerdo [OE]) que se apresentou ao nosso serviço em Setembro de 2014 com DMI exsudativa no
olho direito (OD). Ao exame de OCT observava-se uma lesão subretiniana associada a líquido e descolamento do
epitélio pigmentar da retina ao nível da fóvea. A sua Melhor Acuidade Visual Corrigida (MAVC) em OD era 20/120 e
em OE era movimentos de mão. No OD, apesar de sucessivas injecções intravítreas de bevacizumab e ranibizumab,
a MAVC deteriorou-se até movimentos de mão após crescimento da lesão inicial (membrana cicatricial com 1 disco
de óptico de diâmetro) e hemorragia subrretiniana a partir da mesma. A cirurgia foi proposta com o objectivo de
remover a membrana neovascular e o tecido cicatricial adjacente.
Resultados: Foi realizada uma vitrectomia via pars plana (VPP) com recurso a equipamento 23G. Realizou-se
vitrectomia central, remoção da hialoide posterior e vitrectomia periférica. Corou-se e pelou-se a membrana limitante
interna com Brillant Blue. Separou-se a coroideia da retina posterior na região macular com o auxílio de uma cânula
38G, com subsequente retinotomia entre as arcadas, dissecção mecânica da lesão e subsequente extração da
mesma. Procedeu-se à troca fluido-ar e tamponamento com gás SF6 a 20%. Não se registaram complicações no
pós-operatório imediato; seis meses após cirurgia a MAVC é 20/100, sem recorrência da lesão.
Conclusões: A VPP demonstrou ser uma opção cirúrgica válida em doentes com DMI exsudativa complicada que
não respondem a injecções intravítreas. O resultado funcional é potencialmente mais favorável quanto menor for o
atingimento foveal.
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Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
08:54
VD4 - FOVEOSQUISIS MIÓPICA COM MEMBRANA EPIRRETINIANA
Filipe Henriques, Armando Leal, Nuno Oliveira, Cristina Fonseca
(Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra)
Introdução: O objectivo deste vídeo é apresentar um caso clínico de doente com foveosquisis miópica e membrana
epiretiniana tratada cirurgicamente com vitrectomia via pars plana (VPPP) 23-gauge e corante à base de luteína.
Material e Métodos: Doente de 45 anos, sexo feminino, com quadro de perda de acuidade visual e metamorfopsias
do olho direito com seis meses de evolução. Apresentava antecedentes de alta miopia, -20 D no olho direito e -17 D
no olho esquerdo. Ao exame do fundo ocular foi aparente uma membrana epirretiniana e foveosquisis do olho direito,
confirmados por tomografia de coerência ótica (OCT). A doente foi submetida a VPPP 23-gauge, elevação mecânica
da hialóide posterior (com recurso a triancinolona) e pelagem da membrana epirretiniana e membrana limitante
interna (ILM) auxiliada pelo corante Doubledyne ® (Komin, EUA) e com recurso a fórceps de ILM 23-gauge
(Grieshaber Alcon, Suiça). O olho foi tamponado com mistura de ar-hexafloreto de enxofre a 20% e a paciente foi
instruída a permanecer em decúbito ventral por 7 dias.
Resultados: O período pós-operatório decorreu sem intercorrências, com rápida recuperação anatómica e funcional.
Recorreu-se ao OCT spectral-domain (Spectralis, Heidelberg Engineering, Alemanha) para avaliação dos resultados
anatómicos.
Conclusões: O corante vital ideal deve ser seguro para uso intraocular, identificando seletivamente e de modo fiável
as membranas intraoculares; e deve também ser rapidamente eliminado do olho. O corante Doubledyne demonstrou
eficácia na identificação intraocular da membrana epirretiniana e ILM, confirmando a sua utilidade na cromovitrectomia. Não se verificaram efeitos adversos relacionados com o corante. A vitrectomia com corante à base de
luteína para pelagem de membrana epirretiniana e ILM pode ser eficaz para tratamento de foveosquisis miópica.
Resultados favoráveis após VPPP 23-gauge sugerem que forças tracionais na interface vítreo-retiniana podem
contribuir para a patogénese da foveosquisis miópica.
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08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
09:02
VD5 - VITRECTOMIA PARS PLANA NO TRATAMENTO DE HEMANGIOBLASTOMA DA RETINA ESPORÁDICO
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Joana Pires , Nuno Gomes , Rita Matos , Rita Gentil , Luís Mendonça , Sandra Guimarães , Gil Calvão-Santos ,
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Carla Ferreira , Keissy Sousa , Fernando Vaz
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( Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Hospital de Braga)
Introdução: O hemangioblastoma da retina é um tumor vascular benigno que surge isoladamente ou em associação
com a doença de Von Hippel Lindau. Tem um aspecto clínico característico, aparecendo como uma lesão globular
alaranjada com vasos aferente e eferente típicos. Apesar de apresentar um padrão de crescimento lento pode estar
associado a considerável perda de visão, e em casos mais avançados a glaucoma e uveíte, resultando num olho
amaurótico e doloroso. A escolha da intervenção terapêutica mais adequada (observação vs ablação) vai depender
da localização, tamanho e números das lesões tumorais, e ainda das complicações associadas. No vídeo é
demonstrada uma abordagem possível no tratamento de um hemangioblastoma da retina, através de vitrectomia pars
plana (VPP).
Material e Métodos: Vídeo de VPP, em mulher de 41 anos, que recorreu ao serviço de urgência por noção de perda
súbita de visão no olho direito (OD). A melhor acuidade visual corrigida era de vultos no OD e de 10/10 no olho
esquerdo (OE), com exame biomicroscópico do segmento anterior normal em ambos os olhos. Ao exame
fundoscópico do OD apresentava lesão tumoral globular alaranjada, única, localizada no quadrante temporalsuperior, com cerca de dois diâmetros de disco, associada a bandas vítreas, descolamento de retina traccional,
exsudação e fibrose sub-retiniana. O exame fundoscópico do OE era normal. Após diagnóstico de hemangioblastoma
da retina foi pedido estudo sistémico para exclusão de doença de Von Hippel Lindau, que não revelou alterações.
Decidiu-se pela realização de VPP, devido à presença de descolamento de retina. Foi assim realizada VPP 23gauge, sob anestesia geral, recorrendo a endoiluminação com sistema chandelier de modo a garantir adequada
manipulação bimanual do tumor. Após vitrectomia anterior, central e periférica e descolamento da hialóide posterior,
foi feita dissecção de bandas vítreas e pelagem de membranas pré-retinianas. Depois da remoção do vítreo e
localização do tumor procedeu-se a endodiatermia dos vasos de nutrição, com posterior retinotomia e endoressecção da lesão. A pressão intra-ocular foi mantida em valores altos, com o intuito de diminuir a perfusão da
artéria central da retina. Sob líquido pesado efectuou-se endolaser em redor da área de retinotomia e em 360º. No
final da cirurgia foi utilizado tamponamento com óleo de silicone 5700.
Resultados: Apesar da melhoria subjectiva da visão referida pela paciente, esta manteve uma melhor acuidade
visual de vultos no OD, com a retina totalmente aplicada sob o óleo de silicone um mês após a cirurgia.
Conclusões: A VPP é uma opção terapêutica a considerar em casos seleccionados de hemangioblastomas da retina
(associados a descolamento de retina), com resultados anatómicos favoráveis. No entanto, a manutenção de um
seguimento apertado está indicada pelo risco de progressão e recorrência do tumor.
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Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
09:10
VD6 - VITRECTOMIA POR MICROINCISÃO COM SISTEMA 27-GAUGE
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Cátia Azenha , João Luís Silva , Paula Ramos , Mário Neves , Filipe Henriques , João Figueira , Mário Alfaiate
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( Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; CHUC-EPE,
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Coimbra, Portugal; Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; FMUC, Coimbra, Portugal, Centro de
Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; CHUC-EPE, Coimbra,
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Portugal, Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra;
Chuc-EPE, Coimbra, Portugal; Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; FMUC, Coimbra, Portugal;
Unidade de Oftalmologia de Coimbra, Portugal)
Introdução: Nos últimos anos a cirurgia vítreo-retiniana sofreu grandes avanços técnicos, nomeadamente com os
novos vitrectomos de corte de alta frequência, bem como com os sistemas de microincisão com calibres cada vez
menores, como o sistema de vitrectomia e respectivos acessórios cirúrgicos de calibre 27-gauge. Este trabalho
pretende ilustrar em vídeo a experiência cirúrgica da vitrectomia posterior via pars plana (VPP) com o sistema de
microincisão de 27-gauge no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e na Unidade de Oftalmologia de Coimbra.
Material e Métodos: Foram selecionados e analisados retrospectivamente os doentes submetidos a VPP utilizando o
sistema de microincisão de 27-gauge com recurso a plataforma de 7500 cortes por minuto do sistema Constellation®
(Alcon, USA), nos últimos 3 anos (2013-2015). Sempre que foi necessária a pelagem de membranas epirretinianas
(MER) e/ou da membrana limitante interna (MLI) fez-se a coloração prévia com MembraneBlue-Dual® (DORC,
International) e utilizou-se para a sua remoção uma pinça MLI 27G (Grieshaber, USA). Foram avaliados parâmetros
cirúrgicos, como tempo cirúrgico e de vitrectomia, necessidade de sutura das esclerotomias, complicações e
dificuldades intraoperatórias, bem como resultados pós-operatórios.
Resultados: Foram incluídos 10 doentes, com 34 a 80 anos de idade, 8 do sexo feminino. As patologias envolvidas
foram descolamento regmatógeno da retina (1), membrana epirretiniana (6), maculosquisis não miópica (1), buraco
lamelar em doente míope (1) e buraco macular de toda a espessura (1, com recurso a técnica de flap invertido). Uma
das cirurgias a membrana epirretiniana foi combinada com cirurgia do cristalino, utilizando a tecnologia de
femtosegundo (LenSx® Laser, Alcon, USA).O tempo médio das intervenções cirúrgicas foi superior ao dos outros
sistemas de maior calibre, por demorar mais tempo para completar a vitrectomia. Nos olhos em que foi necessário,
realizou-se sem dificuldade a pelagem da MER e/ou MLI. Houve alguma limitação na mobilização do globo ocular
com os instrumentos 27G, o que dificultou em especial a vitrectomia periférica e fez com que algumas vezes a
cirurgia tenha terminado com os instrumentos deformados. Não foi necessário proceder à sutura de nenhuma das
esclerotomias. No pós operatório não se registaram complicações significativas, com sucesso anatómico e funcional
em todos os casos.
Conclusões: A VPP de microincisão, em especial de calibre 27G permite intervenções cada vez menos invasivas e
traumáticas, que provavelmente resultarão em melhores e mais rápidos resultados pós operatórios. No entanto, não
podemos esquecer que para tirar todo o seu potencial é necessário percorrer uma inevitável curva de aprendizagem
bem como ponderar o acréscimo de custo que este sistema ainda representa.
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08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
09:18
VD7- DETEÇÃO DE DEFEITOS RETINIANOS OCULTOS CROMO-ASSISTIDA
Andreia Silva, Nuno Oliveira, Cristina Fonseca, Filipe Henriques
(Centro de Responsabilidade Integrada de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra)
Introdução: O propósito deste trabalho é apresentar a injeção subretiniana de azul de Tripan para identificação de
defeitos retinianos ocultos, durante a cirurgia de reparação de descolamento da retina regmatogéneo (DRR).
Material e Métodos: Os autores apresentam o caso clínico de um doente com DRR em que não foram identificados
buracos ou rasgaduras quer na observação pré-operatória, quer durante a cirurgia, inclusivamente com indentação
escleral. O azul de Tripan a 0,15% foi injectado no espaço sub-retiniano periférico, usando uma cânula de 39G.
Resultados: Após introdução de Perfluorocarbono líquido (PFCL) na cavidade vítrea até ao equador, o fluído
subretiniano (FSR) “corado” foi expelido do espaço sub-retiniano por uma pequena rasgadura da retina, formando
uma coluna em “fumo de chaminé”, permitindo a sua identificação. Posteriormente à identificação do defeito retiniano,
o FSR foi drenado e a cirurgia concluída com realização de endolaser e tamponamento com gás. Uma única
rasgadura da retina foi encontrada utilizando este procedimento e tratada com fotocoagulação laser, também
realizada no local de injecção inicial do azul de Tripan. Após a reabsorção do gás a retina permaneceu aplicada, com
uma acuidade visual de 20/50 aos 3 meses de follow-up.
Conclusão: A impossibilidade de detetar defeitos retinianos no contexto do DRR, é um desafio cirúrgico que pode
comprometer o sucesso anatómico e funcional. Nestes casos, a detecção de defeitos retinianos cromo-assistida é
uma técnica a ter em conta. O risco de toxicidade, embora nunca demonstrado, pode ser atenuado recorrendo ao
PFCL para proteção macular e a uma troca fluido-fluido exaustiva, para “wash-out” do espaço sub-retiniano.
CIRURGIA VITREORETINIANA E TRAUMATOLOGIA
08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
09:26
VD8 - ABORDAGEM CIRÚRGICA DAS RUPTURAS TRAUMÁTICAS DO SEGMENTO POSTERIOR
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Miguel Raimundo , João Pedro Marques , Isa Sobral , Pedro Fonseca , Mário Alfaiate , João Figueira
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( Centro de Responsabilidade Integrado em Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CRIO2
CHUC), Centro De Responsabilidade Integrado em Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
(CRIO-CHUC); Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Associação para a Investigação Biomédica e
Inovação em Luz e Imagem (AIBILI))
Introdução: A ruptura do globo ocular ao nível do polo posterior é um desafio na traumatologia oftalmológica devido
à gravidade das lesões e difícil acesso cirúrgico para encerramento por via externa. A manutenção da integridade do
globo ocular e de visão residual são os objetivos cirúrgicos nestas situações.
Materiais e Métodos: Apresentamos dois casos de ruptura posterior do globo ocular. O primeiro caso clínico é o de
um homem de 43 anos, vítima de acidente de viação com traumatismo contuso do olho direito, com uma acuidade
visual (AV) de perceção luminosa, hipotonia ocular, hifema e hemovítreo. Não eram visíveis lesões esclerais à
peritomia exploradora, sendo o quadro compatível com ruptura posterior do globo ocular, confirmado por ecografia.
Foi realizada vitrectomia via pars plana (VPP) 23 gauge (G) (Constellation®, Alcon, USA) e identificada uma ferida
escleral temporal à fóvea. Não sendo possível encerrar por via externa, foi feita troca fluido-ar, endofotocoagulação a
360º e tamponamento com óleo de silicone 5700 cs. Um mês depois, o doente foi re-intervencionado por
descolamento de retina secundário a vitreorretinopatia proliferativa, com extração de óleo de silicone, delaminação e
peeling de membranas, troca fluido-ar, reforço de endolaser e re-tamponamento com óleo de silicone 5700 cs. O
segundo caso clínico refere-se a uma mulher de 20 anos, vítima de agressão com arma branca, cuja lâmina se
introduziu pela pálpebra inferior direita, ficando impactada no teto da órbita, lateralmente ao nervo óptico.
Apresentava uma AV de perceção de vultos, hipotonia ocular e hemovítreo. Realizou-se extração da lâmina e sutura
parcial de ferida escleral, que na porção posterior não era acessível por via externa. Num segundo tempo, foi
submetida a VPP 23G. Identificou-se uma ferida em toda a espessura da parede ocular desde a ora serrata à fóvea.
Foi realizada libertação de trações, endofotocoagulação a 360º e tamponamento com óleo de silicone 5700 cs. Duas
semanas depois, a doente desenvolveu novo descolamento da retina, pelo que foi re-intervencionada, para libertação
de trações, reaplicação da retina e re-tamponamento com óleo de silicone.
Resultados: No primeiro caso, após um ano, o doente apresenta uma AV de 20/200, afaquia, e pressão intra-ocular
(PIO) de 13 mmHg. No segundo caso, quatro meses depois, a doente apresentava uma AV de percepção de vultos e
PIO de 10 mmHg. Em ambos os casos, à fundoscopia, existia silicone na cavidade vítrea, retina assente nos 360º e
extensa área de fibrose na zona de ruptura.
Conclusão: Em ambos os casos conseguiu-se a preservação do globo ocular e de visão residual, especialmente
importante por se tratarem de doentes jovens, com uma longa esperança de vida. A abordagem destes traumatismos
requer, frequentemente, mais do que um tempo operatório, sendo a cicatrização por segunda intenção uma
alternativa para o encerramento de feridas esclerais de outra forma inacessíveis.
CIRURGIA VITREORETINIANA E TRAUMATOLOGIA
08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
09:34
VD9 - DESCOLAMENTO DE RETINA ASSOCIADO A BURACO MACULAR EM OLHO ÚNICO
Nuno Oliveira, Cristina Fonseca, Cátia Azenha, João Gil, Filipe Henriques
(Centro de Responsabilidade Integrado, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra)
Introdução: O descolamento de retina associado a buraco macular, representa cerca de 0,5% dos descolamentos de
retina. Este tipo de descolamento ocorre sobretudo em indivíduos altos míopes, mas também após traumatismos
oculares contusos. Apesar de a sua fisiopatologia não estar completamente esclarecida, acredita-se que o
descolamento de retina ocorra devido à tração ântero-posterior sobre a retina, provocada pelo alongamento
progressivo da parede posterior do globo ocular ou estafiloma posterior, e tração tangencial devido à contração do
córtex vítreo e membranas epirretinianas. O objetivo deste vídeo é descrever a abordagem cirúrgica num caso de
descolamento de retina associado a buraco macular.
Material e métodos: Os autores apresentam o caso clínico de uma doente com alta miopia, do sexo feminino, de 59
anos que apresenta um descolamento de retina associado a buraco macular, no olho esquerdo, olho único
funcionante. À observação apresentava uma AV de conta dedos a 50 cm, sendo possível identificar um
descolamento de retina envolvendo apenas a mácula, com presença de buraco macular e sem outras lesões
regmatógenas. A cirurgia iniciou-se com a colocação dos trocares valvulados 23 gauge às 2h, 5h e 10h e realização
da vitrectomia central. Injectou-se triamcinolona de forma a corar a hialóide posterior e proceder ao descolamento
posterior do vítreo, tecnicamente dificultado devido à presença de vitreosquisis. De seguida injectou-se liquido
pesado de forma a estabilizar a retina e MembraneBlue Dual® (DORC, Holanda). Com o auxílio de fórceps de
membrana limitante interna (Grieshaber®, USA) procedeu-se à pelagem da membrana limitante interna (MLI),
recorrendo à técnica do flap invertido. Aspirou-se o líquido pesado e efetuou-se a troca fluido-ar, aspirando todo o
fluido subretiniano por uma retinotomia, previamente efetuada numa zona mais periférica. Efetuou-se fotocoagulação
com endolaser em redor da retinotomia e o olho foi tamponado com óleo de silicone 5000cSt. As esclerotomias foram
encerradas com vycril 7-0.
Resultados: Após 3 meses de follow-up, a doente apresenta uma MAVC de 1/10, a retina permanece aplicada e o
buraco macular encerrado.
Conclusões: Vários procedimentos cirúrgicos foram descritos no tratamento do descolamento de retina associado a
buraco macular. No presente caso, optou-se por recorrer à vitrectomia, com pelagem da MLI pela técnica do flap
invertido e tamponamento com óleo de silicone, o que permitiu obter um bom resultado anatómico e funcional.
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09:42
VD10 - CIRURGIA HEADS-UP 3D: A NOSSA EXPERIÊNCIA
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Rui Freitas , Keissy Sousa , Jose Alberto Lemos , Gil Calvão-Santos , Luís Mendonça , Rui Carvalho ,
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Nuno Gomes
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( Hospital de Braga, Hospital Pedro Hispano)
Objectivo: Descrever a nossa experiência com cirurgia apoiada em sistema de visualização 3D.
Métodos: Neste trabalho descrevemos os primeiros dez casos de cirurgia vitreoretiniana realizada com sistema de
visualização 3D, no nosso centro. As patologias incluíram 3 descolamentos de retina, 4 membranas epiretinianas, 1
buraco macular, 1 hemovítreo e 1 retinopatia diabética. A redução da fadiga devido a uma postura mais relaxada, a
menor quantidade de luz necessária para correcta visualização devido á amplificação digital do sinal e a possibilidade
de mostrar detalhes finos em 3D a uma audiência mais ampla são as maiores vantagens do sistema. As
desvantagens estão relacionadas com a configuração de cor e ligeiro delay da câmara de vídeo, assim como o preço
do equipamento. O tempo de procedimento não aumentou significativamente, apesar da curva de aprendizagem.
Conclusão: O sistema de visualização em 3D representa um avanço tecnológico de relevo na cirurgia intraocular.
Maior conforto do cirurgião, maior capacidade didáctica e a menor intensidade de luz necessária (contornando a
fototoxicidade) são as grandes vantagens. O custo poderá evitar o seu uso generalizado.
CIRURGIA VITREORETINIANA E TRAUMATOLOGIA
08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
09:50
VD11- SMALL GAUGE PARS PLANA VITRECTOMY IN THE SETTING OF BOSTON TYPE 2 PERMANENT
KERATOPROSTHESIS – A SURGICAL CHALLENGE
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Mário Canastro , Fadi Maalouf , Carlos Mateo
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( Hospital de Santa Maria - CHLN, FML, Institut de Microcirurgia Ocular)
Introduction: Vitreoretinal complications after keratoprosthesis (KPro) implantation are a cause of severe visual loss.
The purpose of this video is to describe the complex operative techniques employed in performing small-gauge pars
plana vitrectomy (PPV) in eyes with Boston type 2 KPro.
Methods: 2 cases of eyes with Boston type 2 KPro were diagnosed with vitreoretinal complications (Epiretinal
membrane and tractional retinal detachment) requiring surgical correction. A 23G PPV was performed throw the
permanent Boston type 2 KPro using a direct contact lens system. Depending on the case, a combined scleral
buckling, retroprosthetic membrane removal, epiretinal membrane peeling, laser photocoagulation and silicone oil
injection was performed. Both surgeries were done by the same surgeon (CM). A detailed description of the surgical
techniques and manoeuvres used during the procedure was shown.
Results: The patient´s initial diagnosis, pre and post-operative visual acuity (VA), the time to complication,
concomitant procedure and posterior segment complication were registered. No unexpected intra operative
complications were encountered. All patients had anatomic success with an attached retina and a clear visual axis.
Both patients had a VA improvement after the surgery.
Conclusion: Vitreoretinal surgery in patients with Boston type 2 Kpro is highly complex and challenging. Modern PPV
techniques can be safely used to solve most vitreoretinal complications with good final anatomical and functional
results.
CIRURGIA VITREORETINIANA E TRAUMATOLOGIA
08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
09:58
VD12 - ABORDAGEM DA HEMORRAGIA SUBMACULAR – 2 PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DISTINTOS
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Paula Bompastor Ramos , Armando Leal , João Luís Silva , Cátia Azenha , Filipe Mira , Filipe Henriques
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( Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; CHC-EPE,
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Coimbra, Portugal, Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra; CHUC-EPE, Coimbra, Portugal; Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; FMUC, Coimbra,
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Portugal; Associação para a Investigação Biomédica e Inovação, Centro Hospitalar do Médio Tejo, Portugal)
Introdução: A ocorrência de hemorragia submacular geralmente surge em contexto de patologia da retina primária
como a neovascularização coroideia associada a DMI ou outras patologias. Estas hemorragias podem por vezes ser
de grandes dimensões com consequências drásticas para a visão, sendo geralmente de difícil resolução. Este vídeo
cirúrgico tem por objectivo apresentar dois procedimentos distintos na abordagem da hemorragia submacular.
Métodos: Foram incluídos 2 doentes com diagnóstico de hemorragia submacular. Em ambos foi realizada vitrectomia
posterior via pars plana (VPP) 23-gauge seguida de aplicação de ativador de plasminogénio tecidual (t-PA). Quer no
pré como no pós operatório foi realizada avaliação oftalmológica completa com MAVC, tomografia de coerência ótica
(OCT) e angiografia fluoresceínica.
Resultados: O primeiro caso apresentado é o de uma doente de 59 anos, alta míope, que recorreu ao serviço de
urgência por perda súbita da AV no olho esquerdo, com 15 dias de evolução. Ao exame oftalmológico a AV era de
20/400, e no fundo ocular observava-se uma hemorragia submacular, localização essa confirmada por OCT. A
doente foi submetida a injeção intravítrea de ranibizumab, e 3 dias depois foi submetida a VPP 23G. Depois de se
proceder ao descolamento mecânico da hialoide e ao peeling da MLI, foi aplicado o t-PA (100microg) sobre a mácula,
seguido de troca fluido-ar.
O segundo caso apresentado é uma doente de 79 anos, diabética tipo 2, diagnosticada com DMI, que se apresentou
na consulta com queixa de perda grave de AV do olho direito com um mês de evolução. A AV ao exame
oftalmológico era de 20/400, e no fundo ocular observava-se uma hemorragia submacular de grandes dimensões. A
doente foi submetida a VPP 23G seguida de injeção submacular de ranibizumab (0.5 mg), t-PA (25microg) e 0.1 ml
de ar filtrado, através de uma microcânula 39-G. De seguida foi realizada troca fluido-ar e tamponamento com SF6 a
20%. Os doentes estão já no 8º mês de seguimento, verificando-se que em ambos os casos foi obtido sucesso
anatómico, embora sem melhoria da AV.
Conclusões: Um bom sucesso anatómico foi alcançado em ambos os doentes. Contudo, a melhoria funcional não foi
proporcional ao resultado anatómico obtido. O dano induzido pela presença de sangue sub-retiniano já com algum
tempo de evolução, associado a doença de base retiniana também ela capaz de comprometer seriamente a AV, pode
ter contribuído para este resultado. A injeção submacular de ar com microcânula pode ter facilitado a deslocação dos
coágulos dissolvidos pelo t-PA, mostrando-se um procedimento seguro e eficaz na abordagem da hemorragia
submacular.
CIRURGIA VITREORETINIANA E TRAUMATOLOGIA
08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
10:06
VD13 - HEMORRAGIA DA PORTA DE ENTRADA DE VITRECTOMIA 23 G - UM INVASOR INESPERADO E
BRUTAL
David Martins, Pedro Neves, Raquel Brito, Margarida Santos
(Centro Hospitalar de Setúbal)
Introdução: As hemorragias vítreas durante a vitrectomia, não são raras, especialmente em doentes diabéticos. No
entanto, as hemorragias pós-operatórias, após extração dos “trocars”, são raras. Na nossa equipa, nunca tínhamos
passado por essa experiência. Os autores apresentam o caso clínico de um jovem submetido a vitrectomia, devido a
vítreo opaco por inflamação ocular crónica.
Realizada vitrectomia 23 G sem complicações intra-operatórias, procedeu-se à extração dos “trocars”. Ao remover o
primeiro “trocar” constatou-se uma complicação inesperada:
Hemorragia da câmara anterior e da cavidade vítrea.
Métodos: Os autores ilustram o caso clínico de um doente do sexo masculino de 25 anos de idade, com história
pessoal de uso de drogas intravenosas, que acorreu à urgência do nosso hospital por queixas de dor ocular e
diminuição da visão no olho esquerdo. Foi diagnosticada uma panuveíte grave. Realizado tratamento médico
adequado, verificou-se turvação do vítreo e catarata, secundários. Devido à diminuição acentuada da visão, foi
decidida a intervenção cirúrgica, por vitrectomia 23 G, combinada com cirurgia da catarata. Toda a cirurgia decorreu
sem complicações, tendo sido concluída com tamponamento interno com gás. Após a remoção do primeiro “trocar”
verificou-se hemorragia conjuntival ,sobre a área da porta de entrada. Tratada com diatermia externa, com aparente
sucesso, observámos uma inesperada hemorragia na câmara anterior. Depois de lavagem e aspiração da
hemorragia da câmara anterior, o reflexo do fundo alterou-se, tornando-se escuro. Nestas circunstâncias, decidimos
reintervir e observar de novo a cavidade vítrea. Confirmou-se que a hemorragia se extendeu para o segmento
posterior ocupando todo o espaço vítreo. As culturas das amostras recolhidas, não foram conclusivas. Após 6 meses
de seguimento, a MAVC é de 2/10.
Conclusões: A cirurgia vítreo-retiniana é uma área complexa da oftalmologia. Devemos estar preparados para
situações inesperadas e eventualmente graves a cada passo da intervenção cirúrgica.
O nosso caso ilustra bem como qualquer complicação pode acontecer, mesmo até no final de um procedimento que
decorreu sem quaisquer intercorrências.
CIRURGIA VITREORETINIANA E TRAUMATOLOGIA
08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
10:14
VD14 - ALTERAÇÕES OFTALMOLÓGICAS NA PAF
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Rui Carvalho , Natalia Ferreira
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( Hospital Pedro Hispano - Matosinhos, Centro Hospitalar do Porto)
A Polineuropatia Amiloidotica Familiar (PAF) é uma doença hereditária autossómica dominante, caracterizada pela
deposição extra-celular sistémica de fibrilas de amilóide. O sistema nervoso periférico e o coração são os órgãos alvo
preferenciais mas o olho também está frequentemente envolvido. A forma mais comum de PAF está relacionada com
a transtirretina (TTR) e Portugal é um país endémico para a PAF TTR Val30Met.
A proteína TTR é produzida sobretudo no fígado, mas uma pequena quantidade é produzida no olho, nomeadamente
no EPR. As opacidades de amilóide no vítreo ocorrem habitualmente num estadio avançado da doença ou vários
anos após transplante hepático embora possam ser a primeira manifestação nas formas de apresentação tardia.
Quando estão presentes de forma abundante estas opacidades são patognomónicas.
Em alguns casos a retina periférica pode apresentar-se com anomalias vasculares causadas por microangiopatia
amiloidótica. Apresentamos as múltiplas alterações oftalmológicas na PAF com enfase especial nos diferentes tipos
de opacidades vitreas de amiloide.
CIRURGIA VITREORETINIANA E TRAUMATOLOGIA
08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
10:22
VD15 - UMA ´´CASCATA´´ DE COMPLICAÇÕES APÓS CIRURGIA DE CATARATA
Pedro Neves, Inês, Raquel Brito, Margarida Santos, David Martins
(Centro Hospitalar de Setúbal)
Introdução: Atualmente, a cirurgia da catarata é o procedimento cirúrgico mais frequente a nível mundial. Em mãos
experientes as complicações são limitadas. No entanto, em determinadas circunstâncias, acontecem. Essas
complicações podem comprometer seriamente a visão e até levar à cegueira.
Caso Clínico: Os autores apresentam o caso de um doente com catarata que foi submetido a Faco com introdução
de LIO na câmara posterior. A intervenção cirúrgica foi complicada, com rotura da cápsula posterior e prolapso do
vítreo para a câmara anterior, controlado durante a cirurgia. Três semanas mais tarde, o doente queixou-se de perda
de visão, devido a extensa hemorragia da coróide e descolamento regmatogénio da retina. Após o tratamento
cirúrgico da hemorragia da coróide e do descolamento de retina, desenvolveu um “pucker” macular secundário.
Submetido a nova cirurgia, foi extraído o óleo de silicone e realizado o “peeling” da MER e da MLI.
Um mês depois, observou-se um novo descolamento de retina, tratado novamente com sucesso.
Conclusão: A cirurgia da catarata, complicada, pode desencadear uma “cascata” de complicações. O cirurgião
vitreorretiniano deve estar preparado para com perseverança, tudo tentar para evitar a perda de visão irreversível.
CIRURGIA VITREORETINIANA E TRAUMATOLOGIA
08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
10:30
VD16 - REINSERÇÃO EXTENSA DE ÍRIS COM SUTURA CONTÍNUA. UMA TÉCNICA VÁRIAS APLICAÇÕES
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João Póvoa , Luis Miguel Cristóvão , Conceição Lobo , Joaquim Murta
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( Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; CHUC-EPE,
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Coimbra, Portugal, Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra; CHUC-EPE, Coimbra, Portugal; Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; FMUC, Coimbra,
Portugal; Unidade de Oftalmologia de Coimbra, Portugal)
Introdução: Iridodiálise ou a avulsão da íris das suas inserções naturais no corpo ciliar, é geralmente o resultado de
trauma, seja acidental ou iatrogênica. Descrevemos a nossa técnica de reinserção da íris, como sutura contínua ou
sutura de um ´´único fio e nó único´´.
Material e Métodos: Nesta técnica cirúrgica a íris é reposicionada com uma sutura não absorvível de 9-0 (nylon ou
polipropileno), sem agulha, que é carregada para dentro do lúmen de uma agulha reta de 40 mm com calibre 27G.
Após peritomia adjacente ao local da iridodialise, é feita uma incisão corneana 180 graus oposta ao centro da
iridodialise e é injetado viscoelástico. A agulha que foi previamente preparada é avançada para chegar a um dos
lados da desinserção da íris. Após punção do bordo exterior de íris com a agulha, isto é levado a uma posição de 1,5
mm por trás do limbo e a esclera é perfurada. Um laço de sutura é obtido da ponta da agulha com pinça. Esse laço é
protegido com uma sutura de ´´fixação´´ auxiliar (6-0 de seda ou outro), que passa dentro da ansa e impede o
deslizamento inadvertido. A agulha é recolhida na medida do necessário para continuar com a sutura, não deixando a
câmara anterior; o processo é repetido, puncionando a íris e a esclera conforme necessário, geralmente em
intervalos de uma hora. Nas várias perfurações do limbo, as ansas são recuperadas e ancoradas, passando-lhes a
sutura auxiliar. No último circuito, o fim da sutura é obtido e amarrado à primeira ansa, e a sutura auxiliar é removida;
Portanto, obtemos uma sutura contínua, com um único fio e um nó único, fixando a sutura. O nó é amarrado com
cuidado para evitar tensão excessiva e cobrindo o ângulo. Este nó pode ser posicionado num alçapão escleral.
Apresentamos video cirurgico de vários casos que apresentaram iridodiálise extensa, sendo possivel observar a
realização de procedimentos subsequentes como pupiloplastia e encravamento de lentes de fixação à íris.
A nossa técnica é simples, relativamente fácil de dominar e não requer equipamentos especiais. O uso de uma sutura
contínua permite correção de iridodialises extensas com um único ponto, minimiza a manipulação na câmara anterior
e evita o uso de múltiplos nós esclerais, potencialmente, diminuindo o risco de infecção e erosão. A reconstrução
anatómica é boa e permite a execução de procedimentos acessórios na íris. Não se observaram complicações,
sendo, portanto, uma alternativa válida aos métodos já descritos na literatura.
CIRURGIA VITREORETINIANA E TRAUMATOLOGIA
08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
10:38
VD17 - ABORDAGEM CIRURGICA NAS RUPTURAS DO GLOBO OCULAR
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Angelina Meireles , Rui Carvalho
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( Centro Hospitalar do Porto, Hospital Pedro Hispano - Matosinhos)
As rupturas são uma das formas mais severas de lesão do globo ocular após trauma, o que se deve nao apenas à
patologia dos tecidos que ocorre no momento da lesão mas também à destruição pos-trauma associada ao processo
de cicatrização do organismo.
O diagnóstico é habitualmente evidente uma vez que a ferida é facilmente visível, por vezes a olho nu. No entanto, o
seu tratamento pode ser um enorme desafio e deve ser levado a cabo por cirurgiões com experiencia em
traumatologia ocular que possam dar resposta às lesões de múltiplos tecidos que podem co-existir.
Apresentamos tres casos de rupturas do globo ocular e a abordagem sistemática seguida com estratégia cirurgica
polo-a-polo.
CIRURGIA VITREORETINIANA E TRAUMATOLOGIA
08:30 | 10:45 SALA NEPTUNO
Mesa: David Martins, Natália Ferreira, Ricardo Faria
10:46
VD18 - CORPO ESTRANHO INTRA-OCULAR: CORRIDA CONTRA O TEMPO...
Miguel Amaro, Ana Ferreira, Ivo Silva, Jerónimo Gonçalves, Marco Liverani
(Hospital Vila Franca de Xira)
Introdução: Pretende-se mostrar a importância da intervenção precoce no tratamento das lesões com corpo
estranho intra-ocular (CEIO). CEIO são uma das causas mais frequentes de emergência ocular. A grande maioria
atinge o segmento posterior estando descritas taxas elevadas de endoftalmite sem a sua extracção imediata.
Material e Métodos: São analisados dois casos clínicos da urgência do nosso departamento com corpo estranho
intra-ocular. Um volumoso de 15 mm de comprimento encarcerado na retina, com ferida querática de 4 mm, diálise
da iris e catarata traumática. Outro CEIO metálico de menor volume intralenticular já com sinais de endoftalmite.
Foram ambos submetidos a intervenções de Vitreo-Retina de urgência no próprio dia da lesão. Ambos os corpos
estranho foram retirados pela ferida querática, usando uma técnica de suporte do CEIO na iris do paciente, evitando
a queda do mesmo com risco de trauma do pólo posterior.
Resultados e Conclusões: O curso do pós operatório decorreu sem complicações acessórias, com reversão da
inflamação e da endoftalmite. Foi preservada a anatomia retiniana do pólo posterior, ficando assim a capacidade
máxima visual disponível.
Neste dois casos fica elucidade a importância da intervenção precoce no caso de CEIO, com cirurgia completa de
encerramento da ferida, extracção do corpo estranho e reparação de lesões intra-oculares.
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