ENEM EM FASCÍCULOS - 2013 MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS 12 CARO ALUNO, Neste décimo segundo fascículo, trabalharemos com a área de Matemática e suas Tecnologias, buscando mostrar a todos que o estudo dessa área pode ser muito útil e instigante para o uso cotidiano. Seguindo nosso raciocínio, trabalharemos, neste fascículo, com três assuntos bem interessantes e sempre presentes no Enem: Análise Combinatória, Probabilidade e Estatística, buscando refletir sobre o significado desses importantes conceitos e contextualizando-os em diversos cenários e situações práticas. Bom estudo para você! INTRODUÇÃO Olá, querido estudante, Neste fascículo, vamos abordar os assuntos de maior incidência na última prova do Enem: o ensino da probabilidade e da estatística. Para isso, você terá acesso a uma consistente fundamentação teórica, acompanhada de situações-problema dentro das habilidades de Matriz de Referência de Matemática e suas Tecnologias, matriz essa que serve de base para o Enem. OBJETO DO CONHECIMENTO Análise combinatória Princípio Fundamental da Contagem (Princípio Multiplicativo) Dentre as técnicas de contagem, a fundamental e bastante intuitiva é o Princípio Fundamental da Contagem (P.F.C.), que apresentaremos através de exemplos. Eis o que diz o Princípio Fundamental da Contagem: “Se uma ação é composta de duas etapas sucessivas, sendo que a primeira pode ser feita de m modos e, para cada um destes, a segunda pode ser feita de n modos, então o número de modos de realizar a ação é dado pelo produto m · n”. Observação: No caso das ações com mais de duas etapas, o número de modos da ação ocorrer é o produto dos números de possibilidades das respectivas etapas. Arranjos simples e combinações simples É importante, antes de iniciarmos os estudos relativos a arranjo e combinação, entendermos que dois conjuntos são iguais quando todos os elementos de um são também elementos do outro conjunto e vice-versa, independentemente da ordem dos elementos nesses conjuntos. Já duas sequências ordenadas, somente serão iguais se elas apresentarem, ordenadamente, os mesmos elementos. Em outras palavras, duas sequências ordenadas iguais, além de apresentarem os mesmos elementos, tais elementos devem ocupar, respectivamente, ordens (posições) iguais. Por exemplo, os seis conjuntos {1, 3, 6}, {1, 6, 3}, {3, 1, 6}, {3, 6, 1}, {6, 1, 3} e {6, 3, 1} são um mesmo conjunto. Assim, se vamos contá-los, devemos considerá-los apenas um conjunto (um grupo). Já as seis sequências ordenadas (1, 3, 6), (1, 6, 3), (3, 1, 6), (3, 6, 1), (6, 1, 3) e (6, 3, 1) são todas diferentes uma das outras. Se vamos contá-las, devemos considerá-las 6 grupos ordenados distintos. Estando, por exemplo, interessados em contar as filas que podemos formar utilizando sempre as mesmas 3 pessoas ou a quantidade de números que podemos formar utilizando sempre os mesmos 3 algarismos, a ordem com que as pessoas ou algarismos aparecem é relevante, isto é, muda a fila ou o número. O interesse, nesse caso, está em contar sequências ordenadas, deve-se contar os arranjos. Estando, por exemplo, interessado em contar comissões ou subconjuntos, a ordem com que as pessoas ou elementos aparecem não é relevante, isto é, não muda a comissão ou o subconjunto. O interesse, nesse caso, está em contar subconjuntos, deve-se contar as combinações. Problema das filas de k pessoas escolhidas dentre n pessoas possíveis “Considere 7 pessoas. Quantas são as filas distintas formadas com 4 dessas pessoas?” Para o primeiro lugar na fila, temos 7 possibilidades; para a segunda posição, 6; para a terceira, 5 e, para a quarta e última posição, 4 possibilidades. Assim, pelo P.F.C., temos 7 · 6 · 5 · 4 = 840 filas. Cada uma dessas filas é uma sequência ordenada (diferem pela ordem) e é chamada de arranjo de 7 elementos, tomados 4 a 4. Pelo exposto, o número de arranjos de 7 elementos, tomados 4 a 4, é igual a 840 e pode ser calculado em função do número de pessoas dadas (7) e do número de pessoas em cada fila (4). Esse número de arranjos é dado por: A 7, 4 = 7! = 840 (7 − 4 )! Fascículo Enem em fascículos 2013 Resumindo: De modo geral, dado um conjunto com n elementos distintos, qualquer sequência ordenada de k elementos distintos, escolhidos dentre os n elementos dados, é chamada de “arranjo dos n elementos, tomados k a k”, e o número desses arranjos é dado por: n! A n ,k = (n − k )! Leia: arranjo de n, k a k. Problema das comissões de k pessoas, escolhidas dentre n pessoas possíveis “Considere 7 estudantes de uma mesma turma. Para representar a turma perante a direção do colégio, quantas são as comissões possíveis, formadas com 4 desses estudantes?” Solução: Inicialmente, perceba que as comissões {Maria, João, Pedro, Ivo} e {Pedro, Ivo, João, Maria} são uma mesma comissão, conta-se apenas uma. Logo, queremos contar subconjuntos. Se quiséssemos contar sequências ordenadas (filas) de 4 elementos, escolhidos dentre 7 possíveis, 7! = 840 filas. Acontece, encontraríamos A 7, 4 = (7 − 4 )! porém, que uma vez escolhidos quatro estudantes dentre os 7 possíveis, com esses mesmos quatro estudantes pode-se formar P 4 = 4! = 24 filas distintas (sequências Exemplo 1: Fábio, Marcos, Cleiton, Érick, Jonas, Lucas, Ligeirinho e Vagaroso classificaram-se para a grande final da prova dos 100 metros rasos que está sendo disputada entre os alunos das escolas públicas e privadas de certo bairro de Fortaleza. Segundo a imprensa especializada no assunto, “os oito classificados são igualmente favoritos, mas como não pode haver empate, a ordem de classificação vai ser decidida nos detalhes e isso só o tempo dirá”. Sabendo que somente serão premiados os três primeiros colocados, recebendo R$ 1.000,00, R$ 600,00 e R$ 200,00, respectivamente, de quantas formas possíveis poderá ocorrer a classificação dos premiados? Dessas, em quantas Vagaroso será premiado? Em quantas Ligeirinho receberá R$ 1.000,00? Solução: Como para um mesmo grupo de pessoas premiadas, mudando-se a ordem entre elas, muda-se a classificação, o número de classificações possíveis é um número de arranjos. I. O número de classificações para os três primeiros lugares é o número de arranjos de 8 atletas, tomados 3 a 3, ou seja, A 8,3 = 8! = 8 ⋅ 7 ⋅ 6 = 336 . (8 − 3)! Esquematizando: 8! = 336 1o lugar, 2o lugar, 3o lugar ⇒ A 8,3 = (8 − 3)! A8 , 3 II. Supondo Vagaroso premiado, temos que decidir a sua posição: 3 possibilidades, para cada uma dessas possibilidades, podemos usar apenas o P.F.C. para resolver este item. Veja: ordenadas). Isso nos diz que para cada 24 sequências ordenadas comissão (um subconjunto). Daí, o número correto de comissões 2o lugar 3o lugar Vagaroso , , ↓ ↓ fixo × 6 = 42 7 com 4 estudantes, escolhidos dentre 7 possíveis, que podem ou (as que têm os mesmos 4 elementos), conta-se apenas uma ser formadas é 840 = 35. 24 , 3o lugar 1o lugar , Vagaroso fixo ↓ ↓ 7 × 6 = 42 Agora, observe que: 7! 840 A 7, 4 (7 − 4 )! 35 = = = , isto é, o número de comissões P4 24 4! ou (subconjuntos) formadas com 4 pessoas, escolhidas dentre 7 pessoas possíveis, é Resumindo: De modo geral, dado um conjunto com n elementos distintos, qualquer subconjunto de k elementos distintos, escolhidos dentre os n elementos dados, é chamado de “combinação dos n elementos, tomados k a k” e o número dessas combinações é dado por: n! n Cn,k = = k k!(n − k )! Leia: combinação de n, k a k. 2 2° lugar, 3° lugar Vagaroso , fixo ↓ ↓ 7 × 6 = 42 7! . 4!(7 − 4 )! Total = 42 + 42 + 42 = 126 classificações. III. Fixando Ligeirinho em primeiro lugar (recebendo R$1.000,00), basta escolher os outros 2, dentre os 7 outros atletas. Assim, temos A 7, 2 = 7! = 7 ⋅ 6 = 42 (7 − 2)! classificações para os três primeiros lugares, em que Ligeirinho aparece na primeira posição. Esquematizando: 7! Ligeirinho , 2o lugar , 3o lugar ⇒ A 7,2 = = 7 ⋅ 6 = 42 (7 − 2)! fixo Matemática e suas Tecnologias A7 , 2 Enem em fascículos 2013 Permutação simples e permutação com repetição Teoricamente, todo problema de análise combinatória pode ser resolvido usando-se apenas o Princípio Fundamental da Contagem. Entretanto, o conhecimento antecipado dos resultados de alguns problemas que surgirão com relativa frequência será providencial, facilitando as resoluções de outros problemas mais sofisticados. Vejamos, agora, alguns problemas que valem a pena conhecer seus resultados: Problema das filas formadas por n objetos distintos “De quantos modos podemos colocar em fila 4 pessoas?” Para ocupar o primeiro lugar na fila, temos 4 possibilidades; para o segundo lugar, 3 possibilidades; para o P3 RJT , E1 , E2 , E3 , E4 , E5 ⇒ P3 ⋅ P6 = 3! ⋅ 6! = 4320 (filas com P6 os três juntos) 40320 – 4320 = 36000 (filas em que os três não ficam juntos) Problema das filas formadas por n objetos, sendo alguns repetidos “De quantos modos podemos colocar 7 bolas de sinuca em fila, sendo todas distintas, exceto três delas que são idênticas?” Solução: Se as bolas fossem todas diferentes, teríamos 7! filas. Para qualquer uma dessas filas, se permutarmos apenas as bolas idênticas, temos 3! filas repetidas, ou seja, para cada 3! filas, devemos contar apenas uma. Daí, o número correto de 7! filas é = 840 . 3! A solução desse problema é uma permutação de 7! . 3! terceiro, 2 e, para o quarto e último lugar, 1 possibilidade. Daí, 7 objetos, com repetição de 3, cuja representação é P73 = usando o P.F.C., temos: Se fossem 10 bolas diferentes apenas nas cores, sendo 4 azuis, 3 vermelhas, 2 verdes e 1 amarela, a solução seria uma permutação de 10 objetos, com repetição de 4, 3 e 2, 4 · 3 · 2 · 1 = 4! filas (24 filas) De modo análogo, com n objetos distintos, podemos formar n · (n – 1) · (n – 2) · ... · 2 · 1 = n! filas diferentes. As filas formadas são agrupamentos ordenados (diferem pela ordem) e são chamadas de permutações simples dos n objetos. O número total de permutações (de filas) é indicado por: cuja representação é P104,3,2 = necessário usar). Em geral, o número de permutações de n objetos, dos quais α1 são iguais a X1, α2 são iguais a X2, α3 são iguais a X3, ..., αK são iguais a Xk, é dado por: Pn = n! (lê-se: permutação de n) Pnα1, α2 , α3 ,..., αk = Saiba: permutar n objetos, na prática, significa colocá-los em fila e fazer todas as trocas possíveis nas posições, significa obter todas as filas possíveis. Com o conhecimento do resultado do número de permutações simples, podemos resolver facilmente problemas, tais como: Exemplo 1: Quantas filas diferentes podemos formar com 8 pessoas, se três delas, Raquel, Júlia e Tomás, não podem ficar juntas (os três)? Solução: Temos um total de P8 = 8! filas, os três ficando juntos ou não. Agora, supondo o grupo Raquel, Júlia e Tomás (RJT) uma só pessoa, o número de maneiras delas ficarem juntas é P3 = 3! e o número de modos de acomodar os seis elementos (o grupo RJT e as outras 5 pessoas) na fila é P6 = 6!. Pelo P.F.C., temos 3! · 6! filas, em que os três ficam juntos. Daí, temos 8! – 3! · 6! = 40320 – 4320 = 36000 filas, em que os três não ficam juntos. Esquematizando: R, J, T,E1,E2 ,E3 ,E4 ,E5 ⇒ P8 = 8! = 40320 ( total de filas ) P8 10 (note que 1! =1 não é 4! ⋅ 3! ⋅ 2! n! α1! ⋅ α2 ! ⋅ α3 ! ⋅ ... ⋅ αk ! Com o conhecimento do resultado do número de permutações de n objetos, com repetição, podemos resolver facilmente problemas, tais como: Exemplo 1: Quantos são os anagramas da palavra Papagaio que apresentam as vogais em ordem alfabética? Solução: 8! = 3360. 3! ⋅ 2! Para cada um desses anagramas, permutando só as vogais (A, O número total de anagramas é P83,2 = 3 A, A, I, O), temos P5 = 5! = 20 sequências diferentes de vogais, ou 3! seja, para cada 20 anagramas da palavra Papagaio somente um tem as vogais em ordem alfabética. Daí, o número procurado 8! P83,2 3! ⋅ 2! 3360 de anagramas é: 3 = = = 168 . 5! P5 20 3! Permutação circular e o uso da permutação com repetição na resolução de problemas diversos “De quantos modos distintos podemos formar uma mesa de buraco com quatro pessoas?” Matemática e suas Tecnologias 3 Enem em fascículos 2013 Solução: Se fossem filas, teríamos A 4! = 24 filas distintas. Na mesa de QUESTÃO COMENTADA buraco, no entanto, o que importa é a posição relativa dos jogadores C-1 H-2 Compreendendo a Habilidade – Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem. B D entre si. Na mesa formada ao lado, • por exemplo, saindo de qualquer No item Galeria de Secretários do portal da Secretaria de Administração do Governo do Estado de Pernambuco (www2.sad.pe.gov.br), há registro de 27 nomes de secretários que dirigiram a secretaria desde 6/1960 até 12/2006. Considerando-se que se queira formar um conjunto com 7 nomes escolhidos entre os 19 nomes de secretários que dirigiram a secretaria no período de 6/1960 a 3/1990 e entre os 8 nomes que dirigiram a secretaria no período de 4/1990 a 12/2006, a quantidade de maneiras distintas para se selecionar esse conjunto de modo que contenha exatamente um nome de secretário do primeiro período especificado é igual a: a) 19 b) 28 c) 47 d) 114 e) 532 C jogador (letra) e escolhendo um sentido para girar (horário), temos 4 filas: (ABCD), (BCDA), (CDAB) e (DABC). Note que, nessas filas, existem 4 possibilidades para começar, mas uma vez começada a fila, as outras letras já ficam determinadas. Portanto, para cada 4 filas diferentes, devemos contar uma única formação para se jogar buraco. Sendo assim, o número de mesas formadas é 4! = 3! = 6 . 4 Observação: Cada uma das 6 formações obtidas é chamada de permutação circular de 4 elementos e o número de permutações circulares de 4 elementos, quando contadas em um só sentido, é dado por: (PC)4 = 4! = 3! 4 Comentário 1 no período de 6/1960 a 3/1990 x 6 no período de 4/1990 a 12/2006 Resumindo: De modo geral, o número de permutações circulares de n objetos, se consideradas equivalentes disposições que possam coincidir por rotação, é dado por: (PC)n = 19 ,1 x 8 ,6 = 19! 8! 19.18! 8.7.6! = 19 x 28 = 532 x x = (19 − 1)!.1! ( 8 − 6)!.6! 18!.1 2.1.6! Resposta correta: E EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO n! = (n − 1)! n Exemplo 1: De quantos modos podemos formar uma roda de ciranda com 4 meninos e 4 meninas, de modo que os meninos e as meninas se alternem? Solução: Colocando primeiramente as mulheres (M1, M2, M3, M4) na roda, temos (PC)4 = (4 – 1)! = 6 modos de fazer isto. Entre cada duas mulheres, agora, devemos colocar um homem. Para colocar o primeiro homem (H1) na roda, existem 4 possibilidades; para o segundo, 3; para o terceiro, 2 e, para o quarto, 1, ou seja, existem P4 = 4! = 24 maneiras de dispor os 4 homens entre as mulheres. Note que colocando-se os 4 homens numa certa posição possível entre as mulheres já dispostas, qualquer permutação que se faça entre os homens muda-se a posição relativa entre os elementos do grupo, muda-se a roda. Assim, pelo P.F.C., existem (PC)4 · P4 = 3! · 4! = 6 · 24 = 144 rodas de ciranda possíveis. 4 C C C-1 H-3 Compreendendo a Habilidade – Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos. 01. Um grupo de amigos formado por três meninos – entre eles Caio e Beto – e seis meninas – entre elas Ana e Beatriz –, compram ingressos para nove lugares localizados lado a lado, em uma mesma fila no cinema. Ana e Beatriz precisam sentar-se juntas porque querem compartilhar do mesmo pacote de pipocas. Caio e Beto, por sua vez, precisam sentar-se juntos porque querem compartilhar do mesmo pacote de salgadinhos. Além disso, todas as meninas querem sentar-se juntas, e todos os meninos querem sentar-se juntos. Com essas informações, o número de diferentes maneiras que esses amigos podem sentar-se é igual a: a) 1920 b) 1152 c) 960 d) 540 e) 860 Matemática e suas Tecnologias Enem em fascículos 2013 C-1 H-2 Compreendendo a Habilidade – Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem. 02. Uma reunião no Ministério da Fazenda será composta por seis pessoas, a Presidenta, o Vice-Presidente e quatro Ministros. De quantas formas distintas essas seis pessoas podem se sentar em torno de uma mesa redonda, de modo que a Presidenta e o Vice-Presidente fiquem juntos? a) 96 b) 360 c) 120 d) 48 e) 24 DE OLHO NO ENEM A MÍDIA E A MEGA-SENA ACUMULADA Entre todas as loterias existentes no Brasil, a Mega-Sena é, ao menos em determinadas ocasiões, a que desperta o maior interesse na população. Isso se deve ao fato de as regras do jogo possibilitarem, de vez em quando, que as quantias oferecidas como prêmio sejam bastante respeitáveis. Quando isso ocorre, formam-se filas gigantescas nas casas lotéricas e os jornais, o rádio e a televisão fazem matérias sobre o assunto, que tratam desde as chances de que alguém ganhe o prêmio máximo até o que o felizardo poderá fazer com todo aquele dinheiro. Os professores que dão aulas de Probabilidade e de Análise Combinatória são consultados sobre o funcionamento do jogo e especialmente sobre a eventual existência de alguma estratégia que melhore as chances de vitória do apostador. Este artigo é um relato sobre as perguntas que me fizeram e sobre as respostas que eu fui capaz de dar. Embora eu acredite que a maioria dos leitores assim como eu, já tenha tentado a sorte na Mega-Sena, vamos dar uma breve descrição do jogo para atender aos leitores que, ou por princípio, ou por serem mais inteligentes do que nós jogadores, nunca arriscaram. Para apostar, você escolhe um mínimo de seis e um máximo de quinze dezenas no conjunto { 01, 02,..., 60}. Cada aposta simples de seis dezenas custa dois reais e, portanto, se você marca oito dezenas, estará 8 concorrendo com = 28 jogos simples e essa aposta custará 6 cinquenta e seis reais. A Caixa Econômica Federal, que administra o jogo, sorteia seis dezenas distintas e são premiadas as apostas que contêm 4 (quadra), 5 (quina) ou todas as 6 (sena) dezenas sorteadas. Como é difícil que alguém acerte as seis dezenas sorteadas, o prêmio é geralmente dividido entre poucos acertadores. Se num dado concurso ninguém acerta as seis dezenas, o prêmio fica acumulado para o concurso seguinte. 60 Existem 6 resultados possíveis para um sorteio da Mega-Sena. Esse número é maior que 50 milhões (mais precisamente, ele é igual a 50 063 860) e creio que o leitor concordará comigo que só mesmo um grande otimista pode acreditar que vai ganhar com uma única aposta. As probabilidades de sucesso na Mega-Sena A pergunta mais frequente: 1. Intuitivamente, o que significa ter uma chance em cinquenta milhões? Com o objetivo de fazer com que seus leitores entendam o que significa essa probabilidade tão pequena, os jornalistas pedem que façamos comparações com a possibilidade da ocorrência de outros eventos. É curioso que as comparações solicitadas quase sempre envolvem um evento auspicioso (ganhar o prêmio máximo da Mega-Sena) com tragédias tais como morrer em desastre de avião, ser atingido por um raio ou morrer de câncer. A maior dificuldade em fazer essas comparações está no fato de que nem todos os indivíduos da população têm a mesma probabilidade de sofrer uma dessas desgraças, enquanto todos os que apostam 6 dezenas têm a mesma chance de acertar a Mega-Sena. Eu acredito que a maneira mais fácil de fazer as pessoas entenderem é usando um outro exemplo puramente aleatório. O número de habitantes do Brasil é quase igual a três vezes o número de resultados possíveis do sorteio. Se fosse realizado um sorteio de três prêmios entre toda a população brasileira, a sua chance de ganhar um deles seria igual à de ganhar o prêmio máximo da Mega-Sena com um jogo de seis dezenas. Flávio Wagner Rodrigues. IME-USP. OBJETO DO CONHECIMENTO Probabilidade Probabilidade I Ao fazer o seguro de um automóvel, o corretor de seguros traça o perfil do cliente. Automóveis cujo condutor principal é homem, tem entre 18 e 25 anos e deixa o carro fora de estacionamento fechado têm seguro bem mais caro, embora não seja certo, mas com esse perfil a chance de ocorrer sinistro ou furto do veículo é considerável. Um dado honesto foi lançado nove vezes e em todas elas ocorreu o número 5. João apostou que no décimo lançamento também daria o número cinco. Embora lançado nas mesmas condições, nada garante que João ganhará a aposta. A necessidade de se quantificar os riscos de um seguro e de avaliar as chances de ganhar em jogos de azar deram origem ao ramo da Matemática que cria, desenvolve e, em geral, pesquisa modelos que podem ser utilizados para estudar experimentos (ou fenômenos) aleatórios. Tal ramo da Matemática recebe o nome de teoria das probabilidades. Experimentos aleatórios são experimentos que repetidos sob as mesmas condições podem produzir, por força do acaso, resultados diferentes. Matemática e suas Tecnologias 5 Enem em fascículos 2013 Espaço amostral e evento Espaço amostral é o conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório e é indicado pela letra grega Ω (lê-se “ômega” ). Já evento é qualquer subconjunto do espaço amostral. Por exemplo, um casal pretende ter três filhos, sendo dois homens e uma mulher. Considerando H para filho e M para filha, temos: I. conjunto de todos os resultados possíveis para os três nascimentos (espaço amostral): Ω = {(H,H,H); (H,H,M); (H,M,H); (M,H,H); (H,M,M); (M,H,M); (M,M,H); (M,M,M)}, cujo número de elementos é n(Ω) = 8; II. subconjunto de Ω desejado (evento): E = {(H,H,M); (H,M,H); (M,H,H)}, cujo número de elementos é n(E) = 3. Se no exemplo anterior o espaço amostral é equiprovável, a chance de cada evento elementar ocorrer é de uma em oito, 1 1 1 3 isto é, 1 . Já a chance do evento (E) ocorrer é + + = (três 8 8 8 8 8 possibilidades em oito possíveis). Intuitivamente, quando o espaço amostral é equiprovável, a probabilidade de um evento E ocorrer, P(E), é dada pela razão entre o número de casos favoráveis e o número de casos possíveis: P (E ) = n (E ) n(Ω) = número de casos favoráveis número de casos possíveis No exemplo citado, P(E) = n(E) 3 = . n( Ω) 8 Probabilidade Probabilidade é um número que mede a chance de um evento acontecer, é um número associado a um evento. Para a definição da probabilidade de um evento (E) qualquer do espaço amostral Ω = {a1, a2, ..., an), associaremos a cada evento elementar {a}, um número real, indicado por P(a1), chamado de probabilidade do evento elementar {a1}, tal que: Exemplo 1: Um dado, cujas faces estão numeradas de 1 a 6, respectivamente, foi confeccionado de maneira que a probabilidade de uma face de número par ocorrer é duas vezes mais provável que uma face de número ímpar. Determine a probabilidade de ocorrer: a) cada face. b) um número primo. Solução: O espaço amostral desse experimento aleatório é Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, não sendo equiprovável. Chamando a probabilidade de cada face de número ímpar de k, a probabilidade de cada face de número par será 2k. Daí: I. P({1}) = P({3}) = P({5}) = k e P({2}) = P({4}) = P({6}) = 2k; II. P({1}) + P({2}) + ... + P({6}) = 1 ⇒ 3 · k + 3 · (2k) = 1 ⇒ k = 1 . 9 2 1 a) Portanto, P({1}) = P ({3}) = P({5}) = e P({2}) = P({4}) = P({6})= 9 . 9 b) Ocorrer número primo é o evento E = {2, 3, 5}. Daí: 6 I. O evento C, que coincide com o espaço amostral, é dito evento certo e a sua probabilidade é igual a 1. Veja: n(C) n = = 1, ou seja, a probabilidade de o evento n( Ω ) n certo ocorrer é 100%. II. O evento D = { } = ∅ (conjunto vazio) é dito impossível e a sua probabilidade é igual a zero, veja: P(C) = P(D) = n(D) 0 = = 0 , ou seja, a probabilidade do evento n( Ω ) n impossível ocorrer é 0%. III. Os eventos A e B, tais que A ∩ B = ∅ (a interseção é o conjunto vazio) e A ∪ B = Ω (a união é o espaço amostral), são ditos eventos complementares e suas probabilidades são tais que P(A) + P(B) = 1. Interseção de eventos independentes Dois eventos A e B são ditos independentes quando o fato de ter ocorrido um deles não alterar a probabilidade do outro ocorrer. Em outras palavras, a probabilidade do evento B (ou A) ocorrer é a mesma, independentemente de B (ou A) ser tomado como subconjunto do universo Ω ou como subconjunto do universo B. Por exemplo, se um casal planeja ter três filhos, o evento A: “o primeiro filho é homem” e o evento B: “o terceiro filho é mulher” são eventos independentes. A ∩ B é o evento que ocorre se, e somente se, os eventos A e B ocorrerem simultaneamente. No exemplo anterior, A ∩ B é o evento “o primeiro filho é homem e o terceiro filho é mulher”, isto é, para ocorrer o evento A ∩ B, o primeiro filho tem que ser homem e (e ao mesmo tempo) o terceiro tem que ser mulher. Então, podemos calcular a probabilidade de ocorrer A ∩ B. Veja: Note: Ω = {(H,H,H); (H,H,M); (H, M, H); (M,H,H); (H,M,M); (M,H,M); (M,M,H); (M,M,M)} n( A ) 4 1 = = n( Ω ) 8 2 n(B) 4 1 = = B = {(H,H,M); (H,M,M); (M,H,M); (M,M,M)} ⇒ P(B) = n( Ω ) 8 2 n( A ∩ B) 2 1 = = A ∩ B = {(H,H,M); (H,M,M)} ⇒ P( A ∩ B) = n( Ω ) 8 4 A = {(H,H,H); (H,H,M); (H,M,H); (H,M,M)} ⇒P( A ) = 0 ≤ P{a1} ≤ 1, para todo i ∈ {1, 2, ..., n}; P(E) = P({2}) + P({3}) + P({5}) = 2k + k + k = 4k = Evento certo, evento impossível e eventos complementares 4 . 9 Observação: Quando dois eventos A e B são independentes, uma outra maneira de se calcular a probabilidade deles ocorrerem simultaneamente (ou sucessivamente) é P(A ∩ B) = P(A) · P(B). 1 1 No exemplo anterior, P( A ) = , P(B) = e A e B são independentes. 2 2 1 1 1 Então: P( A ∩ B) = P( A ) . P(B) = . = . 2 2 4 Exemplo 1: Um juiz de futebol possui três cartões no bolso. Um é todo amarelo, outro é todo vermelho e o terceiro é vermelho de um lado e amarelo do outro. Num determinado lance, o juiz retira, ao acaso, um cartão do bolso e mostra a um jogador. Qual a probabilidade de a face que o juiz ver ser vermelha e de a outra face, mostrada ao jogador, ser amarela? Matemática e suas Tecnologias Enem em fascículos 2013 Solução: Para o evento VA “escolha do cartão vermelho e 1 amarelo”, a probabilidade é P( VA ) = . Uma vez escolhido 3 o cartão VA, o evento B “juiz ver a face V e o jogador, a face A” 1 1 1 1 tem probabilidade P(B) = . Daí, P( VA ∩ B) = . = é a 3 2 6 2 probabilidade procurada. QUESTÃO COMENTADA Sendo A e B dois eventos de um mesmo espaço amostral Ω não vazio, A ∪ B (A união B) é o evento que ocorre quando há ocorrência de A ou de B, isto é, quando ocorre apenas A ou ocorre apenas B ou, ainda, ocorrem A e B ao mesmo tempo. Temos dois casos a considerar para o cálculo da probabilidade de ocorrer A ∪ B: 1) A ∩ B = ∅. Nesse caso, P(A ∪ B) = P(A) + P(B) e os eventos A e B são ditos mutuamente exclusivos. Veja: Uma vez que A e B são conjuntos disjuntos (A ∩ B = ∅), temos: n(A ∪ B) = n(A) + n(B) 2) A ∩ B ≠ ∅. Nesse caso, há ocorrência simultânea dos e v e n t o s A e B e a probabilidade de ocorrer (A ∪ B) é dada por P(A ∪ B) = P ( A ) + P ( B ) – P ( A ∩ B ) . Ve j a : D a t e o r i a d o s conjuntos, temos que: n(A ∪ B) = n(A) + n(B) – n(A ∩ B) Como n(Ω) ≠ 0, podemos escrever: – Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade. Três amigas participam de um campeonato de arco e flecha. Em cada tiro, a primeira das amigas tem uma probabilidade de acertar o alvo de 3/5, a segunda tem uma probabilidade de acertar o alvo de 5/6, e a terceira tem uma probabilidade de acertar o alvo de 2/3. Se cada uma das amigas der um tiro de maneira independente dos tiros das outras duas, qual a probabilidade de pelo menos dois dos três tiros acertarem o alvo? a) 90/100 b) 71/100 c) 71/90 d) 50/100 e) 60/90 Comentário Primeira Ω Terceira B A acertar = 3 5 errar = 1 − 3 = 5 − 3 = 2 5 5 5 Segunda n( A ∪ B) n( A ) n(B) n( A ∩ B) = + − ⇒ n( Ω ) n( Ω ) n( Ω ) n( Ω) P( A ∪ B) = P( A ) + P(B) − P( A ∩ B) H-28 Compreendendo a Habilidade • União de eventos C-7 acertar = 5 6 errar = 1 − 5 = 6 − 5 = 1 6 6 6 acertar = 2 3 errar = 1 − 2 = 3 − 2 = 1 3 3 3 I) Primeira errar e as outras duas acertarem: 1E A II) Segunda errar e as outras duas acertarem: 2E n( A ) 150 5 ⇒ P( A ) = = n( Ω) 240 8 II. P(B) = n(B) 80 1 ⇒ P( A ) = = n( Ω) 240 3 III. P( A ∩ B) = 1A 3A 1 3 2 6 × × = 6 5 3 90 III) Terceira errar e as outras duas acertarem: 3E Solução: Como os 240 entrevistados (n(Ω)= 240) são igualmente prováveis, temos: I. P( A ) = 3A 2 5 2 20 × × = 5 6 3 90 B Exemplo 1: Realizada uma pesquisa sobre o consumo dos refrigerantes A e B, em certo bairro de Fortaleza, constatou-se que dentre as 240 pessoas entrevistadas, 150 consomem o refrigerante A; 80, o refrigerante B e 30 consomem os dois refrigerantes. Com o objetivo de checar a veracidade das informações apresentadas, quem encomendou a pesquisa escolheu, aleatoriamente, um dos entrevistados. Qual a probabilidade da pessoa escolhida consumir a marca A ou a marca B, segundo a pesquisa apresentada? 2A 1A 2A 1 3 5 15 × × = 5 5 6 90 IV) As três acertarem: 1A 2A 3A 3 5 2 30 × × = 5 6 3 90 n( A ∩ B) 30 1 ⇒ P( A ∪ B) = = n( Ω ) 240 8 Logo, P(A ∪ B) = P(A) + P(B) – P(A ∪ B) ⇒ P(A ∪ B) = 5 1 1 5 + − ⇒ P( A ∪ B) = . 8 3 8 6 V) Prob. = 20 6 15 30 20 + 6 + 15 + 30 71 + + + = = 90 90 90 90 90 90 Resposta correta: C Matemática e suas Tecnologias 7 Enem em fascículos 2013 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO C-1 H-2 H-28 C-7 Compreendendo a Habilidade – Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem. – Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade. 03. Uma urna possui 5 bolas azuis, 4 vermelhas, 4 amarelas e 2 verdes. Tirando-se simultaneamente 3 bolas, qual o valor mais próximo da probabilidade de que as 3 bolas sejam da mesma cor? a) 11,53% b) 4,24% c) 4,50% d) 5,15% e) 3,96% C-7 H-29 Compreendendo a Habilidade – Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação. O que você acha que o candidato deve fazer visando maximizar a probabilidade de ganhar o carro? Você acha que ele deve permanecer com a porta que escolhera inicialmente, deve trocar de porta, ou tanto faz? Convidamos você a pensar um pouco mais. Fizemos então uma simulação. No computador, realizamos uma série de 1000 experiências, arrumando os bodes ao acaso e fazendo com que o animador, no caso de haver dois bodes nas portas não escolhidas pelo candidato, selecionasse ao acaso a porta para abrir. Determinamos então quantas vezes o candidato ganharia o prêmio se adotasse a estratégia de sempre trocar de porta. A resposta, para surpresa de muitos, foi 667, o que fez com que o grupo do “deve trocar” exclamasse “não disse?” Chamemos os bodes de A e B e chamemos o carro de C. A árvore de probabilidades a seguir mostra, no primeiro estágio, a escolha inicial do candidato e, no segundo, o bode exibido pelo animador. O terceiro estágio mostra a segunda escolha do candidato. 1 A 04. O total de funcionários em uma repartição pública é igual a 6. João e sua esposa trabalham nesta repartição em que será formada uma comissão de 3 funcionários escolhidos aleatoriamente. A probabilidade de que no máximo um deles, João ou sua esposa, faça parte da comissão é: 1 a) 5 3 c) 5 3 e) 10 1/3 1 B 1/2 A 1/3 C 1/2 1/2 A 1/6 (1) 1/2 C 1/6 (2) 1/2 B 1/6 (3) 1/2 C 1/6 (4) 1/2 B 1/12 (5) 1/2 C 1/12 (6) 1/2 A 1/12 (7) 1/2 C 1/12 (8) A 1/3 2 b) 5 4 d) 5 B Observe que o candidato ganha trocando de porta DE OLHO NO ENEM nos casos (2) e (4), portanto, com probabilidade igual a OS DOIS BODES Em um programa de televisão, o candidato é solicitado a escolher uma entre três portas fechadas. Atrás de uma delas, há um prêmio, mais precisamente um carro, e atrás de cada uma das outras duas, há um bode. Se você está pensando que esse é um programa dominical de alguma estação de televisão brasileira, vamos logo avisando que está enganado, trata-se de um programa de televisão italiana. Depois de o candidato ter escolhido a porta que deseja, mas antes de abri-la, o animador do programa, que sabe onde estão os bodes, abre uma das portas que não foram escolhidas e mostra que há um bode atrás dela. É claro que ele sempre pode fazer isso, pois, se atrás da porta que o candidato escolheu há um bode, ainda há outro bode atrás de uma das outras portas e, se atrás da porta escolhida pelo candidato estiver o prêmio, atrás das outras portas há bodes e , nesse caso, o animador escolhe ao acaso uma dessas portas para abrir. Então, nesse momento, o candidato está com a mão na maçaneta de uma porta fechada, rezando para que ali esteja o carro; há uma outra porta fechada e há uma porta aberta que mostra um bode. Aí então se faz uma crueldade com o candidato. O animador pergunta ao candidato se ele deseja trocar a porta que ele havia escolhido pela outra porta que ainda permanece fechada. 2 . 6 O candidato ganha sem trocar de porta nos casos (6) e (8), com probabilidade igual a 8 B 1 . 6 Logo, a probabilidade de ganhar trocando de porta é o dobro da probabilidade de ganhar sem trocar. Então, a melhor estratégia é sempre trocar de porta! A árvore mostra também que, depois de exibido o bode, a probabilidade de ganhar o carro é igual a 1 , soma 2 das probabilidades dos casos (2), (4), (6) e (8). A probabilidade de ganhar o carro antes de ser exibido o bode é igual a 1 . 3 OBJETO DO CONHECIMENTO Estatística A Estatística é uma área do conhecimento que utiliza teorias probabilísticas para explicação de eventos, estudos e experimentos. Tem por objetivo obter, organizar e analisar dados, determinar as correlações que apresentem, tirando delas suas consequências para descrição e explicação do que passou e previsão e organização do futuro. Matemática e suas Tecnologias Enem em fascículos 2013 A Estatística é também uma ciência e prática de desenvolvimento de conhecimento humano através do uso de dados empíricos. Baseia-se na teoria estatística, um ramo da Matemática aplicada. Na teoria estatística, a aleatoriedade e incerteza são modeladas pela teoria da probabilidade. Algumas práticas estatísticas incluem, por exemplo, o planejamento, a sumarização e a interpretação de observações, porque o objetivo da Estatística é a produção da “melhor” informação possível a partir dos dados disponíveis. Alguns autores sugerem que a Estatística é um ramo da teoria da decisão. Estuda-se Estatística para aplicar seus conceitos como auxílio nas tomadas de decisão diante de incertezas, justificando cientificamente as decisões. Os princípios estatísticos são utilizados em uma grande variedade de situações – no governo, nos negócios e na indústria, bem como no âmbito das ciências sociais, biológicas e físicas. A Estatística presta-se a aplicações operacionais e de pesquisas, sendo efetiva não só em experimentos de laboratório, mas também em estudos fora dele. A Estatística compreende o planejamento e a execução de pesquisas, a descrição e a análise dos resultados e a formulação de predições com base nesses resultados. Distribuição de frequências com dados agrupados Um radar, instalado num trecho de uma rodovia, registrou as velocidades de 50 veículos. As velocidades, em quilômetros por hora, estão indicadas neste quadro: 62 123 95 123 81 123 60 72 86 108 109 84 121 60 128 77 91 51 100 63 104 107 63 117 116 69 116 82 95 72 94 84 123 52 90 100 79 101 98 110 79 92 73 83 74 125 56 86 98 76 Se tentássemos elaborar o quadro de distribuição de frequências utilizando esses dados, pouco ou nada poderíamos concluir, pois eles são muito diferentes. Nesses casos, é interessante agrupá-Ios em classes ou intervalos, escolhendo-se convenientemente a amplitude dos intervalos. Estatística é o campo do conhecimento científico que trata da coleta e análise de dados com o fim de se obter conclusões para tomada de decisões. No exemplo, podemos agrupar as velocidades em intervalos de amplitude 10. Como o menor valor é 51 km/h, a primeira classe será [50, 60[. Obtemos, assim, o seguinte quadro de frequências: A Estatística pode ser dividida em: • Estatística Descritiva ou Dedutiva; Classe Velocidade(km/h) fi fr (%) • Inferência Estatística ou Indutiva. 1 [50, 60[ 3 6 2 [60, 70[ 6 12 3 [70, 80[ 8 16 4 [80, 90[ 7 14 5 [90, 100[ 8 16 6 [100, 110[ 7 14 7 [110, 120[ 4 8 8 [120, 130[ 7 14 50 100% Tipos de Variáveis Algumas variáveis como sexo, grau de instrução e estado civil apresentam como possíveis realizações uma qualidade (ou atributo) do indivíduo pesquisado. São denominadas de Variáveis Qualitativas. Outras variáveis tais como tempo na empresa, idade e salário apresentam como possíveis valores, números resultantes de uma contagem ou mensuração. Estas são chamadas Variáveis Quantitativas. Total Classificação das variáveis em Estatística Variáveis Qualitativas (atributos) Nominais Ordinais ExemExemplos: plos: – grau de instrução; – sexo; – cor; – status – religião. social. Quantitativas (numéricas) Discretas Contínuas Exemplos: – nº de funcionários; – quantidade de alunos. Exemplos: – peso; – altura; – salário. A velocidade máxima permitida no referido trecho da estrada é 90 km/h. Como há uma tolerância de 10 km/h, os veículos só serão multados a partir de 100 km/h. Quantos por cento desses veículos foram multados? Observando o quadro, temos: • 7 veículos com velocidade no intervalo [100, 110[ • 4 veículos com velocidade no intervalo [110, 120[ • 7 veículos com velocidade no intervalo [120, 130[ 18 veículos foram multados Matemática e suas Tecnologias 9 Enem em fascículos 2013 Observação: O ponto que divide o intervalo de classe em duas partes iguais é denominado ponto médio do intervalo. Por exemplo, a velocidade dos veículos na classe 5 [90, 100[ pode ser representada por: 90 + 100 x5 = = 95 km / h 2 O intervalo real [a, b[ também é representado, em Estatística, pela b. notação a Histograma de frequências Quando se trata da representação gráfica de distribuição de frequências com dados agrupados, vamos utilizar um novo tipo de gráfico, denominado histograma de frequências absolutas. Histograma é um gráfico formado por um conjunto de colunas retangulares. No eixo das abscissas, marcamos as classes, cujas amplitudes correspondem às bases dos retângulos. No eixo das ordenadas, marcamos as frequências absolutas, que correspondem às alturas dos retângulos. Os pontos médios das bases dos retângulos coincidem com os pontos médios dos intervalos das classes. Considerando a distribuição de frequências das velocidades do exemplo anterior, dos 50 veículos examinados na rodovia, temos: Qual foi a média diária de livros vendidos durante essa semana? Para resolver esse problema, devemos fazer: 28 + 23 + 22 + 27 + 25 + 13 138 = = 23 . 6 6 O número 23 é chamado média aritmética dos números 28, 23, 22, 27, 25 e 13. Isso significa que, se a venda diária dessa semana fosse sempre a mesma, ou seja, 23 livros por dia, obteríamos o mesmo total de livros vendidos: 138. Assim, na quarta e no sábado, a venda da livraria foi abaixo da média, enquanto na segunda, quinta e sexta foi acima da média. Média aritmética (x) dos valores x1, x2, x3, ..., xn é o quociente entre a soma desses valores e o seu número total n: x= x1 + x 2 + x 3 + ... + xn n Média aritmética ponderada A tabela a seguir mostra a distribuição dos salários de uma empresa. Salário (em R$) 600 900 1.200 1.800 4.500 Total Número de funcionários 12 7 5 6 8 38 Qual a média salarial dos funcionários dessa empresa? Observando a tabela, a média salarial x desses funcionários pode ser calculada da seguinte forma: 600 · 12 + 900 · 7 + 1.200 · 5 + 1.800 · 6 + 4.500 · 8 = 12 + 7 + 5 + 6 + 8 66.300, 00 = 1.744, 73 = 38 x= fi 8 7 6 5 4 3 2 1 50 60 70 80 90 100 110 120 Velocidade (km/h) 130 Observe que sobre cada um dos intervalos foi construído Portanto, a média salarial dos funcionários dessa empresa é R$ 1.744,73. Essa média é conhecida como média aritmética ponderada e o número de vezes que o salário se repete é denominado peso. A média aritmética ponderada facilita o cálculo de médias quando há valores que se repetem várias vezes. Nesse caso, multiplicamos os valores pelo número de vezes (peso) que eles ocorrem. n um retângulo de área proporcional à frequência absoluta respectiva. x= x1f1 + x 2f2 + ... + xnfn ou x = f1 + f2 + ... + fn Medidas de tendência central i= 1 n ∑ fi i= 1 Mediana (Md) Média aritmética Acompanhe a situação a seguir. Uma livraria vende a seguinte quantidade de livros de literatura durante uma certa semana: Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado 28 23 22 27 25 13 10 ∑ xifi As nove classes de 3ª série do ensino médio de uma escola têm, respectivamente: 37, 28, 40, 41, 45, 37, 37, 41 e 44 alunos. Colocando esses dados em ordem crescente: 28, 37, 37, 37, ↓ 4 valores Matemática e suas Tecnologias 40, ↓ mediana 41, 41, 44, 45, ↓ 4 valores Enem em fascículos 2013 A distribuição tem um número ímpar (9) de dados. Há quatro valores à esquerda de 40 e quatro valores à direita de 40. Dizemos que o valor central dessa distribuição, 40, é a mediana. Indicamos: Md = 40 Observe que o número de irmãos varia entre 0 e 5 e o número que aparece mais vezes é o 2, isto é, 13 alunos têm 2 irmãos. Dizemos que 2 é a moda desse conjunto de valores e indicamos: Mo = 2 O valor que ocupa a posição central de um conjunto de valores, colocados em ordem crescente ou decrescente de grandeza, é chamado mediana. E se o conjunto tiver um número par de elementos? Aí a história é outra. Vejamos. Se nosso conjunto for o seguinte: {10, 20, 30, 40, 50, 60} Quantos elementos há? Seis elementos. Temos, pois: n = 6. Um número par de elementos! Sempre que isso ocorrer, ou seja, sempre que houver um número par de elementos no conjunto, significa que haverá duas posições centrais! Estas posições centrais poderão ser encontradas da seguinte forma: ⇒ 1ª Posição Central: (n/2) ⇒ 2ª Posição Central: a vizinha posterior. Nesse caso, em que n = 6, teremos: ⇒ 1ª Posição Central: (n/2) = 6/2 = 3ª Posição! ⇒ 2ª Posição Central: a vizinha posterior = 4ª Posição! As duas posições centrais estão, portanto, identificadas. Resta descobrir quais são os dois elementos que as ocupam e vejam o que será feito para calcularmos a mediana. Teremos: {10, 20, 30, 40, 50, 60} Moda de um conjunto de valores é o valor que aparece um maior número de vezes, ou seja, é o valor de maior frequência absoluta. Um conjunto de valores pode ter uma só moda, duas modas, três modas etc., ou nenhuma moda. Para ilustrar, observe as notas de recuperação em Português obtidas por três classes de uma escola e suas respectivas modas: Classe Notas Moda 3º A 4, 5, 6, 7, 8, 8, 9 8 3º B 3, 5, 6, 6, 7, 7, 9 6e7 3º C 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 não tem Medidas de dispersão Para caracterizar um conjunto de dados em Estatística, nem sempre são suficientes a média, a moda e a mediana. Em alguns casos, temos de recorrer a outros parâmetros, que são chamados medidas de dispersão. Vamos estudar três dessas medidas: desvio médio, variância e desvio padrão. Desvio médio (dm) 4ª Posição ⇒ 40 3ª Posição ⇒ 30 Md = (30 + 40) /2 Md = 35 Vamos considerar o quadro seguinte, que nos mostra as notas de Matemática de um aluno durante um ano letivo: Ou seja, se n é um número par, descobriremos quais são os dois elementos que ocupam as duas posições centrais, somaremos esses elementos e dividiremos o resultado desta soma por dois. Assim, chegaremos à mediana do conjunto! Esse valor 35 não é um dos elementos! E, no entanto, é a mediana! Moda (Mo) Feita uma pesquisa para saber o número de irmãos que cada um dos 30 alunos de uma classe possui, obteve-se o seguinte quadro: 0, 2, 3, 2, 1, 2, 2, 1, 1, 2, 1, 2, 0, 1, 2, 0, 2, 2, 3, 4, 2, 2, 3, 1, 3, 2, 5, 2, 4, 4 Bimestre 1º 2º 3º 4º Notas 5 8 6 9 Vamos calcular a média aritmética desse aluno: x= 5 + 8 + 6 + 9 28 = =7 4 4 Calculemos, agora, as diferenças entre cada uma das notas e a média. Essas diferenças são chamadas desvios para a média ( xi − x ) : • • • • x1 − x = 5 − 7 = −2 x 3 − x = 6 − 7 = −1 x2 − x = 8 − 7 = 1 x4 − x = 9 − 7 = 2 Fazendo a contagem, obtemos a tabela: Número de irmãos Frequência absoluta 0 3 1 6 2 13 3 4 4 3 5 1 A média aritmética dos valores absolutos dos desvios para a média é uma medida de dispersão chamada desvio médio, que se indica por dm. n dm = dm = ∑ xi − x i=1 n x1 − x + x 2 − x + x 3 − x + x 4 − x Matemática e suas Tecnologias 4 = −2 + 1 + −1 + 2 4 = 6 = 1,5 4 11 Enem em fascículos 2013 Variância (Va) Daí: O valor que corresponde à média aritmética dos quadrados dos desvios em relação à média recebe o nome de variância, valor esse que se indica por Va. H = 45 – M 188 15 ∑(H) + ∑(M) 188 = H+M 15 13H + 12M 188 = 45 3 15 1 13H + 12M = 564 n Va = I. H + M = 45 ∴ ∑ fi ( xi − x )2 II. X Total = i= 1 n ∑ fi i= 1 No mesmo exemplo: (x − x) (x − x) 2 1 3 2 ( x − x ) = (1) ( x − x ) = (2) 2 = ( −2)2 = 4 2 2 = ( −1)2 = 1 4 2 =1 2 =4 Desvio padrão (s) s= XM = 12 ∑(M) = 12 M ∑(M) = 12M Substituindo: 13(45 − M) + 12M = 564 585 − 13M + 12M = 564 585 − 564 = M M = 21 e H = 45 − M H = 45 − 21 H = 24 Por tan to : H × M = 21 × 24 = 504 4 + 1+ 1+ 4 10 Va = = = 2,5 4 4 A raiz quadrada da variância chama-se desvio padrão do conjunto de dados, valor que representamos por s. Cálculo adicional: i) XH = 13 ii) ∑(H) = 13 H ∑(H) = 13H Resposta correta: C Va No mesmo exemplo: s = 2,5 = 1,58 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Então, para as notas do aluno considerado, temos: • média aritmética: x = 7 • variância: Va = 2,5 • desvio médio: dm = 1,5 • desvio padrão: s = 1,58 QUESTÃO COMENTADA C-7 C-7 H-27 Compreendendo a Habilidade – Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados (não em classes) ou em gráficos. • (Uece/2012.1) A média aritmética das idades dos 45 alunos do 188 . Se a média aritmética das idades 5° Ano de um colégio é 15 das meninas é 12 anos e a dos meninos é 13 anos, então, o produto do número de meninos pelo número de meninas é: Obs.: Considere as idades dos alunos em número inteiro de anos. Por exemplo, se a idade de João é 12 anos, 7 meses e 4 dias a idade a ser considerada é 12 anos. a) 494 d) 406 b) 500 e) 420 c) 504 Comentário Vamos definir • • • • Σ(H) = Somatório das idades, em anos, dos alunos do sexo masculino. Σ(M) = Somatório das idades, em anos, dos alunos do sexo feminino. H = número de alunos do sexo masculino. M = número de alunos do sexo feminino. 12 H-29 Compreendendo a Habilidade – Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação. 05. (Enem/2012) A tabela a seguir mostra a evolução da receita bruta anual nos três últimos anos de cinco microempresas (ME) que se encontram à venda. ME 2009 (em milhares de reais) 2010 (em milhares de reais) 2011 (em milhares de reais) Alfinetes V 200 220 240 Balas W 200 230 200 Chocolates X 250 210 215 Pizzaria Y 230 230 230 Tecelagem Z 160 210 245 Um investidor deseja comprar duas das empresas listadas na tabela. Para tal, ele calcula a média da receita bruta anual dos últimos três anos (de 2009 até 2011) e escolhe as duas empresas de maior média anual. As empresas que este investidor escolhe comprar são: a) Bala W e Pizzaria Y. b) Chocolates X e Tecelagem Z c) Pizzaria Y e Alfinetes V. d) Pizzaria Y e Chocolates X. e) Tecelagem Z e Alfinetes V. Matemática e suas Tecnologias Enem em fascículos 2013 C-7 H-27 Corpo da tabela Compreendendo a Habilidade – Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados (não em classes) ou em gráficos. 06. Um produtor de café irrigado em Mina Gerais recebeu um relatório de consultoria estatística, constando, entre outras informações, o desvio padrão das produções de uma safra dos talhões de sua propriedade. Os talhões têm a mesma área de 30 000 m2 e o valor obtido para o desvio padrão foi de 90 kg/talhão. O produtor deve apresentar as informações sobre a produção e a variância dessas produções em sacas de 60 kg por hectare (10 000 m2). A variância das produções dos talhões expressa em (saca/ hectare)2 é: a) 20,25 b) 4,50 c) 0,71 d) 0,50 e) 0,25 É o conjunto de linhas e colunas que contém informações sobre a variável em estudo. a) Cabeçalho da coluna: parte superior da tabela que especifica o conteúdo das colunas. b) Coluna indicadora: parte da tabela que especifica o conteúdo das linhas. c) Linhas: retas imaginárias que facilitam a leitura, no sentido horizontal, de dados que se inscrevem nos seus cruzamentos com as linhas. d) Casa ou Célula: espaço destinado a um só número. e) Total: deve ser sempre destacado de alguma forma. f) Laterais da tabela: não devem ser fechadas. Caso as feche, passa a ser chamada de “quadro”. g) Número: preferencialmente utilizar separador de 1000 (por exemplo: 1.854.985 ao invés de 1854985). EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE OLHO NO ENEM C-1 NORMAS PARA A CONSTRUÇÃO DE TABELAS Tabelas estatísticas Um dos objetivos da Estatística é sintetizar os valores que uma ou mais variáveis podem assumir para que tenhamos uma visão global da variação das mesmas. H-2 C-1 TÍTULO DA TABELA – Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem. 01. Um anagrama de uma palavra é obtido trocando-se a ordem de suas letras, não importando se o resultado tem ou não significado em nosso idioma. Colocando em ordem alfabética todos os anagramas da palavra PROVA, a posição ocupada pela palavra PROVA é a: b) 63a a) 62a a c) 64 d) 65a a e) 66 Elementos de uma tabela A tabela se apresenta da seguinte forma: Compreendendo a Habilidade H-2 Compreendendo a Habilidade – Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem. 02. Sabe-se que os pontos A, B, C, D, E, F e G são coplanares, ou seja, estão localizados no mesmo plano. Sabe-se, também, que destes sete pontos, quatro são colineares, ou seja, estão numa mesma reta. Assim, o número de retas que ficam determinadas por estes sete pontos é igual a: a) 24 b) 28 c) 15 d) 16 e) 32 CORPO DA TABELA RODAPÉ Exemplo: Tabela 1 – Produção de Café Brasil – 1991 a 1995 Anos Produção (1000 t) 1991 2535 1992 2666 1993 2122 1994 3750 1995 2007 C-1 IBGE Título da tabela Conjunto de informações, as mais completas possíveis, respondendo às perguntas: O quê?, Quando? e Onde?, localizado no topo da tabela, além de conter a palavra “Tabela” e sua respectiva numeração. H-2 Compreendendo a Habilidade – Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem. 03. Um estudo indica que, nas comunidades que vivem em clima muito frio e com uma dieta de baixa ingestão de gordura animal, a probabilidade de os casais terem filhos do sexo masculino é igual a 1 . Desse modo, a probabilidade 4 de um casal ter dois meninos e três meninas é igual a: 45 37 b) a) 216 64 1 135 d) c) 64 512 9 e) 16 Matemática e suas Tecnologias 13 Enem em fascículos 2013 H-28 C-7 ENTRADA Compreendendo a Habilidade – Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade. ISAAC Figura II 1 3 2 1 1 A probabilidade de se retirar dessa urna, aleatoriamente, uma cartela contemplando a configuração da figura II, com a exigência adicional de que cada coluna (vertical) e cada um dos subquadrados destacados contenham todos os algarismos (1, 2, 3 e 4) é: 1 1 b) a) 16 ⋅ 4 ! 4! 4! 12 ⋅ 4!4!4! 1 c) 18 ⋅ 4!4!4! Compreendendo a Habilidade H-2 H-28 C-7 1 20 ⋅ 4!4!4! 1 4! 4! 4! 4! e) C-1 d) – Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem. – Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade. 05. Uma lanchonete prepara sucos de 3 sabores: laranja, abacaxi e limão. Para fazer um suco de laranja, são utilizadas 3 laranjas e a probabilidade de um cliente pedir esse suco é de 1/3. Se, na lanchonete, há 25 laranjas, então a probabilidade de que somente, para o décimo cliente, não haja mais laranjas suficientes para fazer o suco dessa fruta é: a) 1 c) e) C-7 1 38 b) d) C-7 SAÍDA Cristais c) 1 35 d) 1 28 e) 1 21 H-28 Compreendendo a Habilidade – Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade. 3 2 Compreendendo a Habilidade – Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade. 06. O diagrama a seguir mostra uma sala do jogo Os Labirintos da Simetria. Isaac, o herói do jogo, entra na sala por um portão no extremo esquerdo da sala e precisa sair pelo portão que está no extremo direito da sala e que inicialmente está fechado. 14 1 39 2 37 H-28 b) 1 39 Corrente de ar No corredor entre os dois portões há sete cristais, cada um com uma cor do arco-íris: Vermelho, Laranja, Amarelo, Verde, Azul, Índigo e Violeta. A cada partida as posições dos cristais são sorteadas, com igual probabilidade para cada uma das ordens possíveis. Para que o portão de saída se abra, Isaac precisa tocar os sete cristais exatamente na ordem acima. Na sala há uma corrente de ar da esquerda para a direita. Assim, Isaac pode mover-se facilmente da esquerda para a direita, mas para mover-se da direita para a esquerda ele precisa acionar as suas Hélices Mágicas. Cada vez que ele aciona as Hélices ele gasta uma carga. Para tocar um cristal, Isaac deve desligar as Hélices e se depois de tocar um cristal ele precisar se mover novamente para a esquerda ele precisará gastar outra carga. Assim, por exemplo, se num jogo a posição dos cristais for: Amarelo – Laranja – Índigo – Verde – Violeta – Vermelho – Azul, então Isaac chegará gratuitamente ao cristal Vermelho, gastará uma carga para voltar até o Laranja e uma segunda para voltar até o Amarelo. Depois disso, ele se moverá gratuitamente até o Verde e daí até o Azul. Isaac gastará uma terceira carga para voltar até o Índigo e depois se moverá gratuitamente até o Violeta e de lá para o portão de saída, finalmente aberto. Neste exemplo, para passar pela sala, Isaac gastou três cargas. Considerando agora uma sala com cristais em posições sorteadas aleatoriamente, a probabilidade de que Isaac precise gastar exatamente uma carga para passar pela sala, é: 1 a) 42 04. Uma urna contém todas as cartelas, do tipo da figura I, totalmente preenchidas com os algarismos 1, 2, 3 e 4, de forma que cada linha (horizontal) contempla todos os quatro algarismos. Figura I Corrente de ar 07. Em uma população de aves, a probabilidade de um 1 animal estar doente é . Quando uma ave está doente, 25 1 a probabilidade de ser devorada por predadores é , e, 4 quando não está doente, a probabilidade de ser devorada 1 . Portanto, a probabilidade de uma ave por predadores é 40 dessa população, escolhida aleatoriamente, ser devorada por predadores é de: a) 1,0% b) 2,4% c) 4,0% d) 3,4% e) 2,5% Matemática e suas Tecnologias Enem em fascículos 2013 C-6 H-25 a) b) c) d) e) Compreendendo a Habilidade – Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos. 08. Observe os gráficos a seguir e responda. “A vida em um ponto de bala” “Em meio à onda de banditismo, o cidadão comum enfrenta o dilema: Devo ter uma arma ou não?” Pesquisa feita pelo Instituto Vox Populi, conforme tabela abaixo, constatou que existem muitas armas nas mãos dos brasileiros. QUEM TEM ARMA C-6 1180000 2500000 3000000 1680000 2587500 H-26 Compreendendo a Habilidade – Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos. 09. Dois torneiros mecânicos, Paulo e João, concorrendo a uma vaga em uma metalúrgica, submeteram-se ao seguinte teste de precisão: cada um deles construiu quatro rodas de ferro, que deveriam ter 5 cm de diâmetro. A tabela abaixo descreve o desempenho de cada um. Pesquisa Vox Populi* mostra que, de cada quartoze brasileiros, um possui arma Veja os números (em %) tem arma 7 não tem não respondeu 90 3 Paulo João 1ª roda Diâmetro (em cm) 4,5 4,4 2ª roda Diâmetro (em cm) 5,2 5,3 3ª roda Diâmetro (em cm) 5,2 5,0 4ª roda Diâmetro (em cm) 5,1 5,3 Média dos diâmetros ( x ) 5,0 5,0 Desvio médio Absoluto dos Diâmetros 0,25 0,3 QUEM TEM ARMA DIZ QUE: usa para defesa pessoal já foi assaltado é um costume de família usa por outros motivos não revelou 53 16 10 Como os diâmetros médios foram iguais, o critério de desempate será a regularidade, isto é, quem teve o desempenho mais regular merece a vaga. Com base nos dados apresentados na tabela acima, conclui-se que deve ser escolhido para vaga o candidato: a) João, pois foi o único que conseguiu construir uma roda do diâmetro exato. b) Paulo, por apresentar maior dispersão. c) João, por apresentar maior dispersão . d) Paulo, por apresentar menor dispersão. e) João, por apresentar menor dispersão. 16 3 QUEM NÃO TEM ARMA DIZ QUE: já pensou em ter uma não pensa em ter uma não respondeu 1 14 85 C-7 H-30 Compreendendo a Habilidade – Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade. * Pesquisa realizada em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, com 1465 entrevistas Sabendo que a população do Brasil é de aproximadamente 150 milhões de habitantes, o número aproximado de brasileiros que possuem arma e já foram assaltados é: 10. Para decidir por um de dois modelos de lâmpada um fabricante realiza um teste, com 5 exemplares de cada modelo, medindo o tempo de uso (em horas) sem que as lâmpadas queimem. Os dados obtidos foram postos na tabela seguir. Matemática e suas Tecnologias 15 Enem em fascículos 2013 TEMPO DE USO ININTERRUPTO, EM HORAS Modelo A B Lâmpada 1 2000 2000 Lâmpada 2 1800 2000 Lâmpada 3 1600 1500 Lâmpada 4 2000 1500 Lâmpada 5 1800 2200 Como os dois modelos apresentaram a mesma média de duração, o fabricante resolveu optar pelo modelo “mais confiável”, isto é, aquele cujo desempenho foi mais regular. Comparando os dados da tabela é correto inferir que: a) o modelo de lâmpada a ser escolhido é o A, pois possui menor média. b) o modelo de lâmpada a ser escolhido é o B, pois possui mediana e média mais próximas entre si. c) ambos os modelos possuem desempenho idênticos, sendo portanto indiferente a escolha de qualquer modelo. d) o modelo de lâmpada a ser escolhido é o A, pois possui menor desvio-médio absoluto. e) o modelo de lâmpada a ser escolhido é o B, pois possui menor desvio-médio absoluto. ANOTAÇÕES GABARITOS EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01 02 03 04 05 06 a d e d d e EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01 02 03 04 05 c d d a e 06 07 08 09 10 a d d d d Expediente Supervisão Gráfica: Andréa Menescal Supervisão Pedagógica: Marcelo Pena Gerente do SFB: Fernanda Denardin Coordenação Gráfica: Felipe Marques e Sebastião Pereira Projeto Gráfico: Joel Rodrigues e Franklin Biovanni Editoração Eletrônica: Erbínio Rodrigues Ilustrações: Erbínio Rodrigues e João Lima Revisão: Kelly Gurgel OSG.: 73714/13 16 Matemática e suas Tecnologias