Segunda Série - Tarde

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passado, que teve várias modalidades de
jogos, torcida, grito de guerra, questões para
serem respondidas. Tudo isso foi realizado
em dois dias de mobilização total de toda a
escola e engajamento das crianças. Para
atender aos anseios de nossos alunos, já
estamos nos organizando para a grande
Olimpíada Sá Pereira, no segundo semestre. Aproveitamos o fato de ser o ano das
Olimpíadas e, portanto um momento significativo para aprender mais e, dessa forma,
estabelecer novos links com o assunto, contribuindo cada vez mais para a generalização desse conhecimento.
MÚSICA
Começamos o ano nos preparando para o bloco da escola. As aulas viraram animados ensaios para o nosso carnaval,
onde as crianças tocaram instrumentos de
percussão e cantaram. O tempo foi curto,
mas deu para falar um pouco sobre os
instrumentos que compõem a bateria das
escolas de samba.
No retorno às aulas, iniciamos o estudo
da flauta doce. Começamos trabalhando a
respiração e a postura. Depois as crianças
aprenderam as cinco primeiras notas da
mão esquerda: sol, lá, si, dó e ré. Com
elas foi possível estudar Asa Branca, de
Luiz Gonzaga. Depois estudamos as notas da mão direita: dó, ré, mi e fá. A partir
daí iniciamos o estudo da música Bambalalão. Essa cantiga foi trabalhada num arranjo a duas vozes, possibilitando às crianças vivenciar um novo ambiente musical onde melodias diferentes se comple-
mentam. Receberam uma apostila contendo algumas informações que já tinham
sido trabalhadas como postura, respiração, apresentação das notas, uma breve
história da flauta doce e algumas músicas.
Depois, iniciamos uma parceria com as
aulas de Projeto. Tendo como inspiração
a cultura indígena, buscamos a canção
Nozani-ná, dos índios Parecis, recolhida
por Roquete Pinto, para estudar. O trabalho de música foi integrado ao de Expressão Corporal e Teatro e o resultado foi
apresentado na Festa Pedagógica.
Durante o semestre as crianças tiveram
contato com algumas partituras e fizemos
alguns jogos visando a iniciação na leitura e
escrita musical no pentagrama, trabalho que
será aprofundado no segundo semestre.
Projeto: Tânia Maria Velozo Matemática: Flávia Renata F. L. Coelho Inglês: Gabriela A. Irigoyen Expressão Corporal: Ana Cecília P Guimarães
Educação Física: Carla Cristina Soares Música: Manoela Marinho Rego Teatro: Rodrigo Maia Artes: Sabrina Romeiro Tribo: Anselmo Carvalho
Orientação: Maria Cecília J. A. Moura Coordenação e Direção: Maria Teresa J. A. Moura e Maria Cec ília J. A. Moura
Relatório do Primeiro Semestre de 2004
Ensino Fundamental
Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 535-2434
Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950
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Segunda Série Tarde
Aimee Weiss Fernandes / Alex Moreno Caussat Jacome / Amanda Teixeira Botner / Ana Heymann Arruti / Daniel Reis Nazareth de Souza /
Felipe Araujo Moraes / Gabriel Fonseca Djahjah / Joana dos Santos Uchoa / Joao Casaccia Amarante / Joao Gabriel Ribeiro de Mattos Faro /
João Lima de Oliveira / João Victor Costa Guatiello / Julia Dessaune de Melo Barros / Julia Reis Nucci / Luca Fiuza Smollen / Lucas Nunes da Costa /
Luiza Percia Menna Barreto / Maria Carolina Gopfert Palhano Leal / Maria Costa Picorelli / Miguel Motta de Mello / Pedro Saback Saint-clair /
Rachel Nunes Merlino Fernandes / Thaiani Lutchia Daniels / Vinicius Moura Miranda
TRIBO
Escutar e ouvir. Duas faces da mesma
moeda. Duas formas que só existem juntas.
Ouvir é acreditar. Só ouve quem acredita
em quem fala. E aí começa a complicação.
A fala tem se proliferado além dos ouvidos.
Tem pairado como um ruído de fundo. Pode ou não ser verdadeira. Pode ou não ter
veracidade. Pode ou não ter a fé de quem
a profere. Aos políticos já foi dado o direito
de dizer o que quiserem quando em campanha. Aos pais o direito de falar e acreditar que não vão ser ouvidos. Aos professores o de solicitar sem a certeza de que vão
ser atendidos. É nesse ambiente que reclamamos que as crianças não ouvem. Mas
não será a fala que está vazia?
Começamos a tribo buscando o ouvir.
Primeiro uma música quase inaudível, depois o silêncio, depois os outros. Os menores, primeira e segundas séries, se deliciam com a existência de um espaço onde
possam reclamar, trazer suas insatisfações, suas inseguranças, seus protestos.
Os maiores já se preocupam mais em estabelecer suas opiniões, dar sugestões.
Mas a verdade é que ouvir é muito difícil.
Provavelmente porque estamos prenhes
de discursos vazios e sem sentido. Essa
meia hora que mescla a meditação e o diálogo completamente desprendido de qualquer objetivo que não o diálogo, mas organizado é, às vezes, um tempo curtíssimo,
às vezes enorme. Pode-se conseguir falar
e ouvir muito e muitas vezes não se falou
nem ouviu nada. É um exercício sem fim.
Se dá algum resultado, o tempo tem
dito. Mas poderíamos cuidar de filtrar mais
a nossa fala. Dizer só aquilo em que acreditamos verdadeiramente. Precisaríamos
tentar não proibir o que não podemos garantir que ficará proibido. Não dizer nãos
que virarão sim pela, às vezes simples, às
vezes insuportável, insistência, que pode
virar especialidade nas nossas crianças.
Precisamos, adultos que se propõem a
coloborar na sua educação, sermos parceiros em uma fé verdadeira na verdade
de cada um, única condição para que fa-
lando sejamos escutados, e ouvindo sejamos acolhedores.
O tom deste texto pode parecer estranho aos que estão acostumados com nossos relatórios. Mas carrega um pouco das
preocupações que temos compartilhado
com nossas crianças e entre a equipe pedagógica. Preocupações que têm tomado
algum espaço no que temos pensado sobre o como educá-las e orientá-las para a
vida, tarefas em que somos parceiros, famílias e escola.
PROJETO
As férias passaram voando... Fevereiro
chegou. As aulas iniciaram e no burburinho do retorno, fomos matando a saudade
de cada um de nossos pequenos, festejando a alegria desse gostoso reencontro.
Muito animados e cheios de novidades,
aos pouquinhos precisaram ir se acostumando à nova rotina. Cuidar dos materiais, fazer as anotações na agenda e resolver pequenos problemas do dia a dia, sem
a ajuda de um professor auxiliar, foi mesmo um grande desafio para o grupo. Alguns combinados precisaram ser estabelecidos e devagarzinho as crianças foram
dando conta do recado. Bastante ativos e
falantes, todos têm sede de aprender e
assim parecem ocupar todos os espaços
com muitas idéias, questões, hipóteses e
soluções. Ao longo desse tempo, construímos um vínculo de afeto e respeito. E a
partir dessa relação de confiança conversamos muito sobre nossos projetos de
estudo, sobre a vida, valores e virtudes.
Iniciamos o ano, Catando sonhos no
tempo, sambando na avenida e pensando
sobre este refrão:
“...O canto de um povo é pra gente escutar / Tanta história ele tem pra contar /
Outros lados da compreensão...”
A partir de uma chuva de idéias, chegamos aos índios, e nesse estudo embarcamos, iluminados por um instigante convite
de Leonardo Boff.
çando coletivamente movimentos curvilíneos e retilíneos, que uniam todos numa
mesma sintonia. Algumas danças foram
criadas em grupos. Filmamos e assistimos
o vídeo, apreciando e comentando as diversas coreografias. Depois sugerimos
que cada grupo reproduzisse as coreografias criadas pelos colegas, enriquecendo a
experiência vivida e estabelecendo uma
interessante troca na turma. Para finalizar
esse projeto as linguagens musical, corporal e teatral foram integradas e ensaiamos
uma movimentação que pôde ser vista na
apresentação do “Irapuru: O canto que
encanta.” na Festa Pedagógica.
No final do semestre uma bela quadrilha foi ensaiada para a festa caipira.
EDUCAÇÃO FÍSICA
de acontecimentos. Grandes aventuras e
emoções, sempre com muita imaginação.
O conto criado durante esse processo em
aulas-ensaio foi “Creuza” livremente inspirado
a partir dos exercícios de imaginação ativa.
Estando bastante afinados com o univ erso das histórias, optamos por encenar a
Peça ‘Irapuru: O canto que encanta’. Uma
adaptação feita a partir de dois contos sobre a lenda do Irapuru, tomando como referência “O Canto da Flauta Mágica: O Irapuru” em “O casamento entre o céu e a terra”
de Leonardo Boff e “O Irapuru” da coletânea Contos na Selva. Trata-se de um rito
de passagem e paixão, presente na cultura
indígena brasileira.
A adaptação foi concebida de maneira
que pudéssemos integrar, ainda mais, o teatro, a dança, a música e as artes plásticas.
EXPRESSÃO CORPORAL
As atividades do semestre estimularam
as crianças no seu desenvolvimento corporal, contribuindo para o conhecimento
de suas possibilidades motoras. No carnaval, aprendemos a letra e a melodia do
samba e inventamos gestos para representá-los. Os materiais foram fartamente
explorados nas aulas. Novas habilidades
foram experimentadas com os colchonetes, os panos suspensos, o bolão e as
pernas de pau. Todos desenvolveram-se
nas manobras realizadas em grupos e nos
rolamentos individuais e em duplas. Os
aquecimentos preparavam e disponibiliza-
vam as crianças para o trabalho corporal.
Abordamos a necessidade do cuidado
com os colegas e com o corpo, ampliando
a consciência do grupo no respeito e nas
noções espaciais.
Envolvidos com o projeto sobre os ní dios, aproveitamos para realizar atividades remetendo-nos a esse universo. Percursos foram desenhados com fita crepe
no chão, representando motivos da cestaria indígena. Improvisamos uma movimentação divertida que seguia os diferentes
percursos. Dançamos, cantando e seguindo uma mesma pulsação com os pés, tra-
Começamos o semestre resgatando as
regras de convivência.
Trabalhamos com alguns jogos e esportes já conhecidos pelas crianças como pique-bandeira, queimado, câmbio, futebol,
handebol, basquetebol e as competições por
equipes (contestes), sempre buscando uma
maior integração e socialização entre as crianças, modificando regras como agente motivador, ora facilitando, ora aumentando a
complexidade do jogo, dependendo do desempenho e competência do grupo.
As crianças mostraram-se muito ansiosas
pelo grande torneio, que realizamos no ano
preciar a exposição “Tempo e espaço na
Amazônia: os Wajãpi” foi como um presente. Lá, conhecemos objetos, sons e
imagens que integram a cultura desse povo do Amapá e pudemos nos aproximar
de seus modos de ver e de pensar. Em
sala, com gravetos, penas, papéis e muita cor as crianças recontaram e ilustraram
o mito de criação desse povo e uma de
suas festas.
“A gente pinta como a gente vê. Mas o
que a gente vê é como a gente sente.”
Por uma índia Ticuna, artista
sos comentários. Observamos o grafismo
dos Wajãpi procurando descobrir o que
representava cada desenho, numa atividade que suscitou curiosidade.
Após tantas observações, as crianças
criaram desenhos de padrões, fazendo
abstrações do que havíamos visto até o
momento. Esses desenhos foram preenchidos por barbante com cola para serem
cobertos por papel laminado e pintados de
nanquim preto. O resultado final, depois
de descascada a tinta com palha de aço,
foi o padrão prateado. Essa técnica despertou interesse de todos.
Uma outra atividade mobilizadora foi a
apreciação de objetos indígenas. Cestos,
boneco, lança, pente, abano... foram desenhados com nanquim preto, ganhando novas cores com o pastel oleoso empregado.
Nossas aulas também ganharam um
clima de galpão para a criação e elaboração do cenário, com tinta guache, da peça
Irapuru: O canto que encanta, encenada
na Festa Pedagógica.
O grafismo indígena foi trabalhado, ainda, em mais uma atividade no semestre,
que consistiu na construção de silhuetas
das crianças, que foram por elas decoradas, utilizando alguns padrões apresentados e posteriormente recortadas. O desenho em nanquim preto, vermelho e branco
sobre o suporte de papel craft, possibilitou
a reflexão sobre a relação desenho/
suporte, numa apreciação em que foram
destacadas as representações dos padrões na pintura corporal.
TEATRO
Começamos o semestre aprendendo vários jogos de regras, necessários para o entendimento da cena. Os jogos visam estimular atitude, solidariedade, respeito, entre outros aspectos. São eles: João e Joana, Gato
e Rato, Congela, Máscara, Jogo do Passo...
Jogos que já nos ajudaram e vêm nos auxiliando, cada vez mais, a estar em cena demonstrando desembaraço e maior possibilidade de comunicação.
Em seguida, através dos povos e paí-
ses presentes na música composta para o
carnaval “Tem Grego, tem Japonês, Indiano, Árabe, Índio, Africano, Egípcio, Celta,
Chinês”, demos início aos jogos dramáticos, que envolveram a escolha de um lugar, um personagem e uma situação para
serem vivenciadas em um esquete.
A partir do momento em que instalamos a
cena, introduzimos o exercício de Criação
de Histórias, com o tema vinculado ao projeto desfrutando de uma autoria coletiva. Conquistamos, aí, uma passagem ao mundo
das histórias fantásticas, com toda a sorte
“... Revisitemos a sabedoria indígena e
sonhemos os mesmos sonhos que eles
sonharam. Vamos rir, chorar e aprender.
Aprender como combinar o cotidiano com
o surpreendente.”
A sensibilização para o trabalho aconteceu em parceria com o grupo da manhã. À
escola, chegaram diversas imagens retratando os índios brasileiros. Numa grande
roda, construímos um belo mosaico, com
recortes de jornais e revistas. Iniciamos
nossa viagem em terras brasileiras. Foi
um trabalhão e tanto! Envolveram-se com
o conteúdo das imagens e puderam questionar o que viram.
Com muitas conversas e debates, devagarzinho foram desconstruindo algumas
crenças e abrindo espaços para novos
conceitos. Após uma animada votação o
projeto ganhou um nome: Sonhos de Índio, histórias de povos brasileiros. Escreveram então a justificativa para os nossos
estudos e juntos buscamos novas respostas para velhas perguntas. O que é ser
índio? Quem são eles? Onde vivem? O
que fazem? O que contam?
Muitos foram os recursos que utilizamos para dar cabo de tantas questões.
Notícias de jornal, vídeos, recontos escritos e orais, passeios e algumas visitas. E
a leitura compartilhada dos livros “Coisas
de Índio”, de Daniel Munduruku e Irakisu e
“O menino criador”, de René Kithasu.
Todos comprometidos e envolvidos,
nosso caminho foi sendo trilhado com certo encantamento e surpresa. Em alguns
momentos, a emoção tomou conta, transbordou e contaminou a todos. Como aconteceu no passeio ao Museu do Índio. A-
No CCBB, foi a vez de observar algumas instalações a respeito dos rituais realizados pelo povo Ianomâmi e ainda mergulhar no “mundo dos sonhos” dos Ticuna. Tomadas por este universo de informações as crianças começaram a compreender, a valorizar e a respeitar diferentes crenças, modos de viver e de ser. Percebemos que neste caminho a visão romântica do índio puro e pleno também foi
se modificando. Surgiu uma nova imagem,
um novo conceito, para aquele que nós
chamamos de índio.
“Ser índio é ser protetor da floresta.
É ser simples. É viver sem frufru de
pés descalços.
Hoje em dia alguns têm celular e coisas modernas.
Os índios têm vivido de maneira diferente.
Moram na cidade, trabalham, estudam
e alguns fazem Faculdade.
É assim que são os índios.”
Na Biblioteca, como se estivéssemos
em volta do fogo, procuramos garantir momentos de muita “contação” de histórias.
Foram várias as lendas e muitos os mitos
contados e marcados pelo som do tambor,
do cax ixi e de muitas vozes. Perdemos a
conta dos instantes em que foram abertos
espaços para reflexão, para os questionamentos, para as várias falas e para o resgate e valorização das narrativas orais.
Em sala, tiveram contato com diversas
fichas sobre o assunto. Foram inúmeras
as oportunidades de interpretação e produção de textos. Leram e escreveram
bastante. Sabemos que escrever não é
tarefa simples! Esses meninos e meninas,
o tempo todo, esbarraram em dúvidas e
impasses durante a realização de seus
registros escritos. E neste embates despertaram para a importante pergunta: Como é que se escreve? O nosso objetivo,
nas séries iniciais, não é apenas responder, mas também confrontar, levantar discussões, deixar aparecer a dúvida e fazer
pensar. Dessa forma, foram descobrindo
algumas regras e juntos fomos fazendo
alguns combinados do que não podem
mais errar. O dicionário passou a ser importante ferramenta e, aos poucos, todos
vêm encontrando recursos para superar
dificuldades e ter mais autonomia para
escrever. Aproveitamos para conhecer um
pouquinho das principais características
das regiões brasileiras, seus estados e
importantes cidades. Adoraram usar o Atlas. A leitura de tantos mapas entusiasmou o pessoal.
Chegamos ao fim desse nosso vôo mágico, nas asas do Uirapuru. Lendo, ouvindo, escrevendo, pintando, tocando, falando e dançando se uniram num mesmo
palco e com toda emoção e seriedade representaram esta singela lenda. Este foi
um breve recorte do que foi o nosso semestre. Dessa trajetória ninguém saiu ileso e com certeza algo de especial, de eterno, deve estar guardado dentro de cada
um de nossos viajantes. Olhar a lua, descobrir o som dos passarinhos, mesmo que
entre os arranha-céus, não será mais a
mesma coisa. Talvez já consigam sentir,
contemplar e ouvir a natureza também
com o coração.
“Sentir é estar distraído.”
Fernando Pessoa
Agora, é parar para as férias, descansar muito, pois no próximo semestre, partiremos para vôos por terras mais distantes!
MATEMÁTICA
Iniciamos o semestre relembrando um
pouco as conquistas do ano anterior. As
aprendizagens foram muitas. Na primeira
série as estratégias pessoais de cálculo
ocuparam lugar de destaque. Agora, na
segunda-série, investimos para torná-las
mais organizadas e só depois fazer uso do
algoritmo formal da adição e da subtração,
estabelecendo relações com o acervo
construído pelo grupo. Aprender essa técnica operatória traz sempre a possibilidade
de perdermos de vista o numeral com que
estamos operando, em sua totalidade, uma vez que somamos as ordens em colunas isoladas. Para que as crianças façam
uso consciente desse econômico recurso
de cálculo, representar esse procedimento
de diversas maneiras é fundamental. Assim, voltaram à cena, em nossas aulas, o
material dourado – para vivenciarmos os
diferentes agrupamentos – e o ábaco –
para trabalharmos a idéia de posicionalidade, características do sistema decimal. O
uso dessa técnica já está validada, porém,
nossos alunos e alunas ainda resolvem
muitas situações-problema a partir de procedimentos pessoais. A adição com reserva – “vai um” – e a subtração com recurso – “pedir emprestado” – são metas para
o próximo semestre.
Aprender a ver horas no relógio analógico, foi um grande desafio. Atribuir, simultaneamente, dois diferentes valores aos algarismos que aparecem no mostrador do
relógio não foi muito fácil para algumas crianças. Utilizamos um relógio de papel que
em muito contribuiu para a compreensão
desse conhecimento. Na resolução dos
problemas que envolviam essas unidades
de medida, hora e minuto, a reta numérica
usada para fazer contagens em diferentes
intervalos foi um recurso valioso. Sabendo
que a apropriação da habilidade de ler as
horas com maior rapidez depende de um
uso mais constante, sugerimos trocar o
relógio de pulso digital por um analógico.
E, para mostrar que estão “craques,” as
crianças produziram seus próprios mostradores com padrões indígenas. A produção
de nossos artistas foi exposta em nossa
primeira Festa Pedagógica.
“Os Problemas da Família Gorgonzola”
deixou saudades e a turma insistia para
que voltasse a participar de nossas aulas.
Sugerimos então que cada criança escolhesse um dos problemas para criar uma
nova história. A proposta foi acolhida com
o maior entusiasmo. Foi interessante perceber o quanto nossos escritores preservaram os textos em sua essência, adotando uma linguagem irreverente, alegre, fantasiosa, adotada inicialmente por Eva Furnari, autora do livro. Montamos, então,
uma apostila com problemas a partir do
contexto elaborado por cada criança, na
qual puderam colocar em prática e sistematizar muitos dos conhecimentos construídos. Nenhum dos problemas, mesmo
os que tornamos mais complexos, pareciam difíceis. Foi bonito ver as crianças,
com alegria, colorindo a ilustração dos
colegas e parabenizando umas às outras
pelas suas idéias.
Concluímos essa etapa com a certeza
de muito trabalho construído. Para o segundo semestre, o compromisso de maior
sistematização com outras unidades de
medida e um encontro com a geometria
através dos sólidos geométricos.
INGLÊS
Baseada num grande respeito por ot
das as línguas e formas de cultura, esta
abordagem de ensino coloca o estudante
no centro dos procedimentos didáticos,
fazendo-o mobilizar diversos conhecimentos e capacidades, além de despertar a
curiosidade e o prazer de descobrir – não
só novos dados lingüísticos – mas aspectos históricos e culturais dos usuários de
outras línguas.
Com esse enfoque começamos o ano
buscando estratégias que abordassem
aspectos culturais, históricos e também
lingüísticos da língua inglesa e dos povos
que se expressam através desse idioma.
Como temos duas aulas por semana,
em uma delas trabalhamos os conteúdos
específicos da língua inglesa para essa
faixa etária e na seguinte buscamos interconexões com o projeto institucional da
escola. Dessa forma as crianças podem
adquirir algumas habilidades e competências na utilização do Inglês como língua
estrangeira e podem aprender sobre ela e
o seu contexto cultural.
Iniciamos o ano estudando sobre a origem dos nomes dos dias da semana em
inglês. Os nomes de quatro dias da semana foram dados em homenagem a alguns
deuses da mitologia nórdica: Tuesday
(Tyr’s day), Wednesday (Wooden’s ou
Oden’s day), Thursday (Thor’s day) e Friday (Freyja’s day). Ouvimos histórias sobre cada um desses deuses e seus ani-
mais, vimos ilustrações e os desenhamos.
Também descobrimos, no Atlas, onde
ficam a Noruega, a Dinamarca e a Suécia – países que ocupam a região onde os
vikings se concentravam. Assistimos a um
video sobre a vida e a história dos vikings
da série “O Homem” e ouvimos a Cavalgada das Valquírias, de Wagner.
Buscando uma ponte com as aulas de
Projeto e o que as crianças estavam viv enciando sobre os povos indígenas brasileiros, aprendemos sobre alguns povos
nativos norte-americanos. Começamos
com os Cheyennes e duas lendas desse
povo: “Estrela Cadente” e “Penas de Águia”. A primeira conta a origem da estrela
cadente e a razão dela existir e a segunda
conta como e porquê os Cheyenne usam
penas de águia nos seus enfeites para a
guerra. Terminamos o semestre aprendendo um pouco sobre os Iroqueses. Ouvimos a lenda da “Cabeça Voadora”, que
conta como uma jovem mãe conseguiu
derrotar um espírito que assustava toda a
aldeia. Além de ouvir lendas desses povos
e registrar em desenhos com legendas as
nossas partes favoritas, lemos textos adaptados e traduzidos sobre alguns aspectos culturais da vida dessas nações.
Também procuramos, no Atlas, as regiões
onde eles viviam quando os Europeus
chegaram.
O conteúdo de língua inglesa que foi
selecionado a partir do livro adotado –
Smile – para este primeiro semestre foi
cores, perguntar e responder qual a sua
cor favorita (What’s your favorite color?
My favorite color is...); perguntar e informar qual a cor de determinado objeto
(What color is it? It’s....); perguntar e informar sobre determinado objeto utilizando
os pronomes that e a/an (What is that? It’s
a/an....); utilizar os adjetivos big, small,
long, tall, short com o vocabulário aprendido sobre animais; a perguntar e informar
sobre a localização de objetos (Where’s
my... It’s in/on/under/behind the...).
ARTES
Inspirados no tema Catando os Sonhos
no Velho e no Novo Mundo, o projeto de
trabalho Mitologia Indígena nos fez pensar
nos padrões presentes nos grafismos dessas culturas. Iniciamos com a apreciação
do filme Pintura Corporal: Uma pele social,
que apresenta o grafismo corporal dos índios... As crianças estiveram bastante envolvidas na observação do “desenho que
se repete”, reconhecendo que aquele sistema cultural vive o seu próprio tempo, em
seu próprio ritmo e que por isso o contato
com outros materiais (industrializados) pode representar um problema visto no interior de sua própria lógica.
Em outro momento, fizemos observação com lupa de fotografias das superfícies de peixes e cascos de répteis, já que
para alguns grupos indígenas os padrões
representam abstrações dos desenhos
desses animais. Cada aluno desenhou o
que foi visto ampliado, seguindo a apreciação dos trabalhos das crianças e diver-
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