ESTADO DE SANTA CATARINA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE VIGILANCIA DE AGRAVOS TUBERCULOSE ASPECTOS GERAIS Há uma década, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a tuberculose (TB) em estado de emergência no mundo, onde ainda é a maior causa de morte por doença infecciosa em adultos. Segundo estimativas da OMS, dois bilhões de pessoas correspondendo a um terço da população mundial está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis. Destes, oito milhões desenvolverão a doença e dois milhões morrerão a cada ano. Atualmente dois grandes obstáculos agravam a doença: a infecção pelo HIV/Aids, que predispõe infectado a desenvolver a tuberculose e, o abandono ao que pode levar ao surgimento de formas resistentes de (TBMR). situação da o indivíduo tratamento, tuberculose A Tuberculose está intimamente ligada às questões sócioeconômicas, sendo uma das doenças mais antigas que se tem relato na humanidade, constituindo-se em um grave problema de saúde pública e, incluída na lista das prioridades do Ministério da Saúde. É de notificação obrigatória em todo território nacional. A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por um microorganismo conhecido como bacilo de Koch. É transmitida de pessoa a pessoa através da tosse, fala e espirro. O tratamento é gratuito e tem duração de 06 meses. Os principais sintomas são: tosse c/ escarro por mais de 3 semanas, falta de apetite, emagrecimento, dor no peito, suores noturnos, cansaço fácil e febre baixa no final da tarde. Devemos ficar atentos para identificar os portadores de tuberculose dentro da nossa comunidade e, suspeitar de todo paciente que apresente os sintomas descritos acima, especialmente, aqueles com tosse e com expectoração por mais de três semanas. O diagnóstico é simples, consiste na realização do exame do escarro para identificação do bacilo. Devem ser coletadas duas amostras de escarro: uma durante a primeira consulta médica ou quando da suspeita por profissional ou agente de saúde e, a outra na manhã seguinte em jejum e encaminhada à unidade de saúde. Apesar de ser uma doença prevenível e curável, a tuberculose é ainda um grande problema de saúde pública no estado, portanto, é necessário ampliar os movimentos de luta contra esta doença e firmar nosso compromisso através de ações de prevenção e controle. ASPECTOS CLÍNICOS Agente causador: Mycobacterium tuberculosis, bactéria também conhecida como bacilo de Koch. Manifestações clínicas: Formas pulmonar e extrapulmonar A tuberculose pulmonar é a forma mais comum (90%) e o principal sintoma é a tosse persistente por três semanas e/ou mais (ver sintomas citados anteriormente). As formas extrapulmonares mais comuns são: pleural, ganglionar, miliar, linfática, óssea, urinária, meningoencefálica, cutânea, ocular. Existem outras menos frequentes. Meios de transmissão: Pessoas com tuberculose pulmonar (doentes bacilíferos) que não estão em tratamento. Diagnóstico: Deve-se fazer o exame de baciloscopia, ou seja, de escarro em todas as pessoas que apresentem tosse por três semanas ou mais. Principais exames: Baciloscopia ou exame de escarro, cultura e Raio-X. Tratamento: O tratamento da tuberculose é relativamente simples. É feito basicamente com medicamentos via oral (Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol), tomados diariamente por seis meses. Os mesmos são fornecidos, gratuitamente, pelo Ministério da Saúde (Nota Técnica 01/2010 com os esquemas de tratamento disponível no site DIVE). O doente precisa tratar de forma correta (dose e tempo) e, não abandonar o tratamento. Pois, se isto ocorrer, poderá desenvolver uma forma mais grave da doença, conhecida como tuberculose multirresistente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o acompanhamento através do tratamento diretamente observado (TDO), com objetivo de melhorar a adesão e, desta forma, evitar que o paciente abandone o tratamento. Prevenção: Através da vacinação BCG, que é obrigatória no Brasil para todos os recém nascidos; a quimioprofilaxia ou Tratamento da Infecção Latente (ILTB), que é a administração de um medicamento (isoniazida) durante seis meses, para os contatos de doentes bacilíferos com grande risco de adoecer (principalmente os menores de 15 anos) e os portadores do HIV; examinar todos os contatos intradomiciliares dos casos de tuberculose e não abandonar o tratamento, rompendo assim a cadeia de transmissão do bacilo. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Não há região no mundo isenta de tuberculose. As taxas mudam de país para outro, de um lugar para outro e obedecem a determinantes sócio-econômicos, predominando nas áreas mais pobres. Não varia com as estações e não tem caráter cíclico. Os pacientes que expelem os bacilos (bacilíferos) são os “focos” e constituem a principal fonte de infecção, assim seus contatos, isto é, pessoas que tem contato intradomiciliar e no trabalho, são considerados como grupo de maior risco. Outras condições aumentam o risco de adoecer por tuberculose, como deficiência imunológica, desnutrição, habitação inadequada, estresse, portadores do HIV/AIDS, diabéticos, usuários drogas, alcoolismo e outros. Nos dias atuais, com o emprego da quimioterapia específica, diminuiu drasticamente a letalidade, bem como a mortalidade por tuberculose. Estima-se 85.000 casos novos de tuberculose por ano no Brasil e, em Santa Catarina cerca de 1.700 casos novos. Santa Catarina encontrase entre os estados com baixas taxas de incidência em Tuberculose (27/100.000hab), porém alguns municípios apresentam taxas iguais e/ou superiores as do Brasil e de outros países onde a situação da tuberculose é muito grave. A notificação dos casos de tuberculose é obrigatória, lembrando que só se notifica caso confirmado da doença. Definição caso - Tuberculose Pulmonar: Paciente com tosse com expectoração por três ou mais semanas, febre, perda de peso e apetite, com confirmação bacteriológica por baciloscopia direta, e/ou cultura, e/ou com imagem radiológica sugestiva de tuberculose. Tuberculose Extrapulmonar: Paciente com evidências clínicas, achados laboratoriais, inclusive histopatológicos, compatíveis com tuberculose extrapulmonar ativa, ou paciente com pelo menos uma cultura positiva para M. tuberculosis de material proveniente de localização extrapulmonar. As fichas devem ser bem preenchidas, digitadas a nível local no sistema de informação de agravos de notificação (Sinan). O banco de dados deverá ser enviado para o nível estadual que repassa para o nível federal. É através da análise das notificações que a vigilância epidemiológica pode acompanhar se a incidência da doença está aumentando ou diminuindo, avaliar, planejar e tomar decisões quanto aos recursos e ações necessárias para o controle do agravo. Fonte: PNCT/MS