1Professor Visitante Nacional Sênior, UFCG, Pesquisador CNPq

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Caatinga: Produção de Pequenos Ruminantes à Pasto no Contexto das Mudanças Climáticas
Caatinga: Production of Small Ruminants to Graze in the Context of Climate Change
Divan Soares da Silva1, Alberício Pereira de Andrade2, Ariosvaldo Nunes de Medeiros3
RESUMO: O Semiárido brasileiro, como tem sido apontado em estudos sobre mudanças climáticas,
será uma das regiões mais afetadas, em decorrência dos cenários que indicam possibilidade de
aumentos de temperatura. O Semiárido tenderá a tornar-se mais árido, podendo ocorrer um aumento
na frequência e na intensidade das secas e consequentes reduções na disponibilidade de recursos
hídricos. A adaptação ao clima da próxima década deve ser motivos de estudos que possibilite
compreender os fenômenos e antever possíveis consequências para a sociedade e os ecossistemas. A
produção animal na caatinga poderá severamente ser afetada pelas mudanças climáticas, de forma
direta ou indireta. Daí urge a necessidade de adoção de estudos e políticas públicas no sentido de
atenuar os efeitos advindos das mudanças climáticas. A revisão tem como objetivo discorrer sobre a
produção animal na região Semiárida do nordeste do Brasil frente às possíveis mudanças climáticas.
Considerando que a população na região nordeste se apresenta como a mais vulnerável às mudanças
climáticas devido aos baixos índices de desenvolvimento social e econômico, associado às altas
temperaturas e forte evapotranspiração, que tem afetado a disponibilidade de alimentos, podendo
inclusive alterar a sazonalidade desta região influenciando de forma direta nos sistemas produtivos.
Portanto, produzir nestas condições é um dos desafios mais complexos para exploração da
agropecuária. O acúmulo de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera resulta em riscos e
oportunidades que precisam ser compreendidos, com decisões políticas, econômicas e avanços
tecnológicos com consequências globais de longo alcance. O uso de estratégias alimentares para a
produção animal, tais como, o plantio e manejo adequado de forrageiras xerófilas, uso de forragem
conservada e uso de resíduos da agroindústria, ainda, precisa melhorar os índices zootécnicos e
econômicos e, principalmente, a sustentabilidade da pecuária da região. É preciso considerar que a
adaptação às alterações climáticas exigirão novas abordagens para a pesquisa, bem como novas
políticas e novas práticas de gestão da caatinga e de manejo das pastagens voltadas para o uso da
produção animal.
Palavras Chaves: aumento da temperatura, impactos, produção animal, semiárido
ABSTRACT: The Brazilian semiarid, as has been suggested in studies of climate change will be one
of the most affected regions, due to the possibility of scenarios that indicate temperature increases.
The Semiarid will tend to become more arid, and may occur an increase in the frequency and intensity
of drought and consequent reductions in the availability of water resources. The adaptation to weather
the next decade should be grounds for studies that allows understanding the phenomena and predict
possible consequences for society and ecosystems. Livestock production in the bush can be severely
affected by climate change, directly or indirectly. Hence there is an urgent need to adopt public
studies and policies to mitigate the effects from climate change. The review aims to discuss the animal
production in Semiarid region of Northeastern Brazil in the face of possible climate change.
Considering that the population in the Northeast is the most vulnerable to climate change due to low
levels of social and economic development, associated with the high temperatures and strong
evapotranspiration, which has affected the availability of food, and may even change the seasonality of
this region by influencing directly in productive systems. So, produce under these conditions is one of
the most complex challenges for agricultural exploitation. The accumulation of greenhouse gases
____________________
1
Professor Visitante Nacional Sênior, UFCG, Pesquisador CNPq. [email protected]
Professor Visitante Nacional Sênior, UFRPE/UAG, Pesquisador CNPq. [email protected]
3
Professor Associado, CCA/UFPB, Pesquisador CNPq. [email protected]
2
Anais do X Congresso Nordestino de Produção Animal, Teresina, PI: SNPA, nov. 2015: Palestras.
(GHG) in the atmosphere results in risks and opportunities that need to be understood, with political
decisions, economic and technological developments with far-reaching global consequences. The use
of food strategies for livestock production, such as planting and appropiate management xerófilas
forage, conserved forage use and use of agro-industry also needs to improve the animal production
rates and economic and, especially the sustainability of livestock in the region. We need to consider
that adapting to climate change will require new approaches to research, as well as new policies and
new practices for the management of bush and rangeland management focused on the use of animal
production.
Key words: temperature increase, impacts, livestock, semiarid
1. Introdução
Os cenários de mudanças climáticas apontam para uma mudança de temperatura média acima
de 2ºC, que incluem grandes desequilíbrios em ecossistemas fundamentais para a sobrevivência da
humanidade. À medida que o planeta aquece, os padrões de chuva e temperatura mudam e eventos
climáticos extremos como secas, chuvas intensas, que podem gerar inundações, ondas de frio e de
calor se tornam mais frequentes, com impactos importantes em todas as regiões do planeta (PBMC,
2014). A mudança climática é um dos desafios mais complexos deste século, e nenhum país está
imune aos possíveis impactos que poderão surgir. Os desafios estão interconectados e compreendem
decisões políticas e econômicas controversas, bem como, avanços tecnológicos com consequências
globais de longo alcance.
A população na Região Nordeste se apresenta como a mais vulnerável às mudanças climáticas
devido aos baixos índices de desenvolvimento social e econômico. Essa avaliação é baseada no
pressuposto de que grupos populacionais com piores condições de renda, educação e moradia
sofreriam os maiores impactos das mudanças ambientais e climáticas. O Semiárido nordestino pode,
num clima mais quente no futuro, transformar-se em região árida. Isso pode afetar a agricultura de
subsistência regional, a disponibilidade de água e a saúde da população, obrigando as mesmas a
migrarem para outras regiões (PBMC, 2014). Algumas regiões do Brasil poderão ter seus padrões de
temperatura e de chuva alterados, com o aquecimento global. Junto com a mudança dos padrões
anuais de chuva, ou mesmo onde não houver alteração do total anual, deverão ocorrer intensificações
dos eventos severos. Poderá ocorrer aumento de eventos extremos, principalmente de chuvas, nas
grandes cidades brasileiras vulneráveis às mudanças climáticas como São Paulo e Rio de Janeiro
(PBMC, 2014). No setor agropecuário, as consequências do aquecimento global serão inúmeras.
Espera-se que o aumento da temperatura promova um crescimento da evapotranspiração e,
consequentemente, um aumento na deficiência hídrica, com reflexo direto no risco climático para a
agricultura.
Mesmo considerando que na região Semiárida do Brasil, ao longo do tempo, tem sido traçadas
políticas governamentais, por meio de órgãos como Departamento Nacional de Obras Contra a Seca
(DNOCS), Superintendência Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e mais recentemente, o
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Anais do X Congresso Nordestino de Produção Animal, Teresina, PI: SNPA, nov. 2015: Palestras.
Instituto Nacional do Semiárido (INSA), as ações e objetivos direcionados para resolver ou apontar
soluções são pontuais, em geral, não foram capazes de fazer com que a região atingisse um padrão
aceitável de desenvolvimento socioeconômico, principalmente em relação ao setor primário, que é o
mais vulnerável as consequências associado aos efeitos das mudanças climáticas, já com efeitos
perceptíveis em alguns ecossistemas.
A Região Semiárida do Nordeste do Brasil apresenta uma vegetação característica denominada
Caatinga, que segundo o IBGE (2004) ocupa uma área aproximada de 844.453 km2, representando
10% do território Nacional, constituindo o bioma de importância para o Nordeste Brasileiro. A
Caatinga (vegetação da região) é marcada por peculiaridades resultantes, principalmente de fatores
climáticos, associada a diversidades de tipos de solos, de relevo, da rede hidrográfica, que
contribuíram para o tipo de vegetação xerófila, caracterizando as paisagens que compõe esse
ecossistema (Andrade-Lima, 1981). Por outro lado, nessa região há uma alta densidade populacional,
com um IDH muito baixo, com questões socioeconômicas elevadas, que necessitam de políticas
governamentais urgentes, para atenuar a desigualdade existente. Segundo o IBGE (2010) o semiárido
é uma região mais populosa do planeta, com 21 milhões de pessoas, representando 27,9% da
população brasileira, na sua maioria vivendo em pequenas propriedades agrícolas, onde Lira et al.
(2005) mostram que a estrutura fundiária do semiárido nordestino tem como base a agricultura
familiar, representando 77% com tamanho das propriedades variando de 1 a 20 hectares.
A vegetação da Caatinga desempenha papel relevante, não só na exploração da agropecuária,
mas como fornecedor de energia renovável, potencial madeireiro, fornecimentos de espécies
medicinais, nos fito terapêuticos, na extração de óleos, ceras, fibras e artesanatos, que tem mantido
uma relação do homem com o ambiente, mesmo com a variabilidade e a incerteza da ocorrência de
precipitação, o homem do semiárido continuam esperançoso, lutando contra a adversidade, onde os
reservatórios e mananciais estão no seu limite mínimo, a morte de animais e de espécies vegetais,
fatores que tem contribuído para o processo de degradação. Sabe-se que a maior parte da vegetação da
Caatinga na região semiárida do Nordeste do Brasil encontra-se em estádio de sucessão secundaria,
com tendência a desertificação, que segundo Pereira Filho e Bakke (2010) é passível de recuperação e
pode ser explorada de forma sustentável.
Segundo Nobre (2011) as mudanças climáticas globais decorrentes do acumulo de gases de
efeito estufa (GEF), seja dióxido de carbono (CO 2), metano (CH4) e os óxidos nitrosos (NO x)
representam um desafio sem precedentes para a humanidade, devido a velocidade com que se estão
processando e pelas consequências para as atividades humanas. Levantamento realizado por Oyama e
Nobre (2003) demonstra que o Bioma Caatinga se apresenta como o mais vulnerável devido o
aumento das temperaturas globais, sendo um forte fator para a desertificação da região. Sabe-se que a
questão climática da região Nordeste do Brasil não é somente de hoje, desde a época de Dom Pedro II
já demonstrava preocupação, os relatos de Euclides da Cunha, em Os Sertões, os escritos de
Guimarães Duque, a políticas de Governo com as criações de órgãos e outras políticas de ações contra
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Anais do X Congresso Nordestino de Produção Animal, Teresina, PI: SNPA, nov. 2015: Palestras.
a seca foram desencadeadas mas até o momento de concreto nada foi efetivado, pois com a chegada da
seca vem a preocupação, retorna a chuva, tudo caí no esquecimento, e hoje estamos mais uma vez
enfrentando uma grande seca e a esperança é a transposição do Rio São Francisco.
A ocorrência das mudanças climáticas precisa ser compreendida, onde o acúmulo de gases de
efeito estufa (GEE) na atmosfera resulta em riscos e oportunidades (Nobre, 2011), portanto se faz
necessário colocar em pratica tecnologias que sejam adaptadas as mudanças, como o uso racional dos
recursos forrageiros nos estratos arbóreo, arbustivos e herbáceos da Caatinga na alimentação de
ruminantes, considerando que a vocação da exploração da Caatinga é pecuária. Assim, considerando
que há oportunidades em explorar a pecuária de pequenos ruminantes diante das mudanças climáticas,
aproveitando as potencialidades do semiárido de forma sustentável e economicamente viável,
procurando respeitar suas particularidades, que segundo Andrade et al. (2006) é preciso aprender com
a diversidade da natureza da região e tirar proveito da semiaridez.
Neste contexto, pretende-se com esta revisão discorrer sobre a produção de pequenos
ruminantes à pasto considerando os efeitos das mudanças climáticas na Caatinga.
2. A Caatinga no contexto das mudanças climáticas
Os critérios utilizados para a delimitação do Semiárido, pelo Ministério da Integração
Nacional, foram a precipitação pluviométrica média anual inferior a 800 milímetros, o índice de aridez
de até 0,5 calculado pela razão da precipitação e da evapotranspiração potencial (no período entre
1961 e 1990) além do risco de seca maior que 60% (Brasil, 2005). Por essas características, a região é
altamente vulnerável aos fatores climáticos e segundo o Quarto Relatório de Avaliação do
International Panel on Climate Change (IPCC) (IPCC, 2007), o Semiárido brasileiro será uma das
regiões mais afetadas pelas mudanças climáticas, uma vez que, além dos cenários de aumentos de
temperatura, o Semiárido tenderá a tornar-se mais árido, podendo ocorrer um aumento na frequência e
na intensidade das secas e consequentes reduções na disponibilidade de recursos hídricos. Essas
alterações no clima da região resultarão no impacto sobre a vegetação, a biodiversidade e sobre as
atividades que dependem dos recursos naturais (Marengo, 2006).
O Semiárido brasileiro, com área de aproximadamente 1.037.000 km2, no qual está localizado o
Bioma Caatinga, com 844.453 km2 representando, respectivamente 18 e 11,67% do território nacional
(Castelletti et al., 2004; Brasil, 2005), necessita de atenção devido à sua fragilidade às mudanças
climáticas globais. A variedade de paisagens e de ambientes deve ser destacada como uma das
características mais marcantes da região, o que dificulta generalizações na discussão de vários temas
(Salcedo e Sampaio, 2008). Caatinga é o tipo de vegetação que cobre a maior parte da área com clima
semiárido da região Nordeste do Brasil. Naturalmente, as plantas não têm características uniformes
nessa vasta área, mas cada uma dessas características e as dos fatores ambientais que afetam as plantas
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Anais do X Congresso Nordestino de Produção Animal, Teresina, PI: SNPA, nov. 2015: Palestras.
é distribuída de tal modo que suas áreas de ocorrência têm um grau de sobreposição razoável (Rodal e
Sampaio, 2002).
A Caatinga nome dado à vegetação de ocorrência no semiárido do Nordeste do Brasil, apresenta
diversas classificações de conformidade com os estratos, herbáceos, arbustivos e arbóreo, na sua
diversidades de famílias e características de plantas caducifólias e presença de espinhos. Segundo
Araújo Filho e Crispim (2002) há 12 tipos de Caatingas, sendo a mais comum a caatinga arbustivaarbórea, representativa dos Sertões e a caatinga arbórea, com ocorrência nas vertentes e pés-de-serras e
dos aluviões. Nas Caatingas há ocorrências de diversas espécies, onde Drumond et al. (2000) destaca:
jurema-preta (Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret), marmeleiro (Croton sonderianus Muell. Arg.),
catingueira (Caesalpinia bracteosa Tul.), mororó (Bauhinia cheilantha), o angico (Anadenanthera
macrocarpa (Benth)), o pau-ferro (Caesalpinia ferrea Mart. ex. Tul.), a canafistula (Senna spectabilis
var. excelsa (Sharad) H.S.Irwine & Barnely), o marizeiro (Geoffraea spinosa Jacq.), o sabiá (Mimosa
caesalpinifolia (Benth.)), o rompe-gibão (Pithecelobium avaremotemo Mart.), o juazeiro (Zizyphus
joazeiro Mart.), o engorda-magro (Desmodium sp.), a marmelada-de-cavalo (Desmodium sp.), o
feijão-bravo (Capparis flexuosa L.), o matapasto (Senna sp.), as urinárias (Zornia sp.), o mofumbo
(Combretum leprosum mart.), as milhãs (Brachiaria plantaginea e Panicum sp,), capim-panasco
(Aristida setifolia H. B. K.), capim-rabo-de-raposa (Setaria sp.), centrosema (Centrosema sp.), ervade-ovelha (Stylosanthes humilis), a malva branca (Sida cordifolia L.), alfazema brava (Hyptis
suaveolens Point), manda pulão (Croton sp.), bredo (Amaranthus sp.), além das espécies frutíferas, o
umbu (Spondias tuberosa Arruda), araticum (Annona glabra L., A. coriacea Mart., A. spinescens
Mart.), mangaba (Hancornia speciosa Gomez), jatobá (Hymenaea spp.), juazeiro (Ziziphus joazeiro
Mart.), murici (Byrsonima spp.) e o licuri (Syagrus coronata (Mart.) Becc.), que são exploradas de
forma extrativista pela população local, sem qualquer técnica de cultivo. Essa forma de exploração
tem levado a uma rápida diminuição das populações naturais dessas espécies vegetais, que estão
ameaçadas de extinção.
Enfim, mesmo sendo a vegetação da caatinga ser formadas por espécies adaptadas às condições
climáticas do Semiárido, o cenário de mudanças climáticas apontam implicações sobre este bioma.
Tem sido aceito que estudos de modelagem da vegetação associados aos cenários de alta emissão de
gases do efeito estufa apontam que a Caatinga pode ter uma alteração na sua vegetação, tornando uma
região árida com predominância de cactáceas (Oyama e Nobre, 2003; Salazar et al., 2007,). Portanto,
cabe aos órgãos governamentais fazer planejamentos de longo prazo de forma que possibilite diminuir
os efeitos das mudanças climáticas sobre a sustentabilidade da região Semiáridas, sobretudo quando se
considera seus efeitos sobre os aspectos social e econômico da população. Se aceita que num cenário
de mudanças climáticas a produtividade agrícola terá consequência direta na segurança alimentar e na
economia do país. Diante dos cenários futuros estima-se uma queda na produção agrícola,
influenciando o PIB que depende do agronegócio (Cerri e Cerri, 2007). Urge a necessidade de
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Anais do X Congresso Nordestino de Produção Animal, Teresina, PI: SNPA, nov. 2015: Palestras.
encontrar meios que possibilite a adoção de medidas de mitigação e adaptação dos sistemas produtivos
locais.
3. Potencial forrageiro da caatinga
O potencial forrageiro da Caatinga sempre foi objeto de estudo no sentido de encontrar
respostas mais coerentes sobre aspectos relacionados à sua quantidade e qualidade no contexto de seu
uso para a produção sustentável. Sabe-se que diversos recursos forrageiros são utilizados na
alimentação dos ruminantes no Semiárido brasileiro, incluindo a vegetação nativa e plantas exóticas
adaptadas. Entretanto, devido à alta irregularidade das chuvas em termos de espaço e tempo, com
evidência para a intensidade dos eventos, a maior parte da região sempre enfrenta um problema
crônico do alto déficit hídrico, impedindo o pleno desenvolvimento de atividades agropecuárias.
Assim, resta ao produtor, aceitar que a produção pecuária no Semiárido deve ter como suporte o uso
da Caatinga. Tem sido aceito que a caatinga é formada especialmente por uma vegetação xerófila e de
fisionomia florística variada, ocupando uma área de 824.000 km2, correspondendo a cerca de 70% da
área da região Nordeste (Drumond et al., 2000).
A diversidade na composição florística do bioma Caatinga (Andrade-Lima, 1981) dificulta as
estimativas de capacidade de suporte. Além disso, o ambiente pastoril na Caatinga é compartilhado
tanto por rebanhos bovinos, quanto por caprinos e ovinos, sendo que mais de 90% dos modelos de
exploração pecuária praticados na região são mistos. Alguns trabalhos mostram que a capacidade de
suporte para ambientes pastoris de Caatinga, baseada na identificação de plantas forrageiras e de sua
oferta de forragem ao longo do ano, pode variar de 1,0 a 22 ha/UA/ano.
A caatinga pelas suas características da vegetação, condições ambientais, edáfica e climáticas,
apresenta um potencial na exploração sustentável para a pecuária, mesmo apresentando uma produção
de matéria seca de forragem pouco expressiva, 4000 kg/ha/ano (Araújo Filho, 1992), que é variável
dentre e entre anos e entre os tipos de caatingas. Sabe-se que a produção de matéria seca é resultante
da parte aérea das plantas lenhosa, principalmente no período seco do ano, com a queda das folhas,
constituindo a serapilheira, que serve de alimentação para os ruminantes e como retorno de nutrientes,
através da decomposição e no período das chuvas das espécies herbáceas e de folhas e ramos das
espécies arbustivas e arbóreas.
Práticas de manipulação da caatinga, como raleamento, rebaixamento e enriquecimento foram
empregadas com a finalidade de aumentar o potencial de produção de matéria seca, e assim permitir
um aumento na capacidade de suporte e melhor desempenho animal (Tabela 1 e 2). Os dados
demonstram que há uma variação na produção de fitomassa, que reflete no desempenho animal, e a
variação é dependente das condições climáticas, onde as mudanças ocorridas nos últimos anos tem
afetado a produção animal, principalmente pela redução da disponibilidade de matéria seca produzida
na Caatinga. Porém manipulação da caatinga apresenta vantagens e desvantagens, principalmente
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Anais do X Congresso Nordestino de Produção Animal, Teresina, PI: SNPA, nov. 2015: Palestras.
considerando que a sua aplicação tem um custo de investimento que nem sempre há retorno
econômico para o produtor.
Tabela 1. Disponibilidade média anual de matéria seca da parte aérea da fitomassa de pé, do restolho
e da fitomassa total da caatinga sob diferentes tratamentos. Ouricuri, PE, 1990-1994
Tratamentos
Fitomassa de pé
Restolho
(kg/ha)
(%)
(kg/ha)
(%)
Desmatamento
803,9ab*
21,7
2.906,0c
78,3
Raleamento
575,6bc
14,6
3.380,1bc
85,4
ab
Raleamento-rebaixamento
661,6
14,6
3.879,8b
85,4
Rebaixamento
937,5a
16,0
4.920,6a
84,0
c
c
Controle
285,1
9,2
2.818,3
90,8
Média
652,7
15,2
3.581,0
84,8
*Médias seguidas de letra diferente na coluna diferem entre si (P<0,05).
Fonte: Araújo Filho et al. (2002).
Fitomassa total
(kg/ha)
3.709,9c
3.955,7bc
4.514,4b
5.858,1a
3.103,4c
4.233,7
Os valores observados por Araújo Filho et al. (2002) para o estrato herbáceo em uma caatinga
raleada foi de 484,4 kg/ha no início das chuvas, 1.190,4 kg/ha no final do período chuvoso e de 283,5
kg/ha no final do período de estiagem. Santos (2006) ao avaliar a disponibilidade de fitomassa de
gramíneas e dicotiledôneas do estrato herbáceo de uma caatinga raleada no sertão da Paraíba
encontrou 2.252,8 kg de MS para gramíneas e de 1.746,4 kg de MS para dicotiledôneas.
Tabela 2. Produção de matéria seca (MS), capacidade de suporte e produção de peso vivo nos
diferentes níveis de manipulação da Caatinga
Nível de
manipulação
Caatinga nativa
Caatinga raleada
Caatinga rebaixada
Caatinga enriquecida
Nível de
manipulação
Produção
Distribuição
Fitomassa
Fitomassa
(kgMS/ha/ano)
lenhosa (%)
herbácea (%)
pastável (%)
4.000
90
10
10 (4.000)
4.000
20
80
60 (2.400)
4.000
60
40
40 (1.600)
4.000
10
90
90 (3.600)
Relação da produção de forragem com a produção animal
Capacidade de suporte
Produção de peso vivo
(kg/ha/ano)
Caatinga nativa
Bovino
10 - 12
Ovino
1,5 – 2,0
Caprino
1,5 – 2,0
Bovino
8 – 10
Ovino
12 – 15
Caprino
15 – 20
Caatinga raleada
2,5 – 3,0
0,5
0,5
60
50
37
Caatinga rebaixada
3,5 – 4,5
1,0 – 1,5
0,5 – 0,7
20
20
40
Caatinga enriquecida
1,0 – 1,5
0,1 – 0,4
0,3 – 0,5
130
150
100
Cobertura
lenhosa (%)
30 – 100
30 – 40
50 – 60
10 - 15
Melhor
opção de
exploração
Caprino
Ovino ou
bovino
Caprino
Ovino ou
bovino
Fonte: Adaptado de Araújo Filho e Crispim (2002) e Araújo Filho (1992).
A produção de forragens para ruminantes no Semiárido Brasileiro constitui um dos maiores
desafios enfrentada pela pecuária explorada na região, devido a ocorrência das mudanças climáticas,
sendo determinantes à deficiência hídrica no solo, associado às altas temperaturas e forte
evapotranspiração, que tem afetado a disponibilidade de alimentos, mudando a sazonalidade desta
região, onde normalmente há uma oferta de forragens na estação chuvosa e escassez no período seco.
Esses aspectos reforçam o uso de estratégias alimentares, tais como o plantio e manejo adequado de
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Anais do X Congresso Nordestino de Produção Animal, Teresina, PI: SNPA, nov. 2015: Palestras.
forrageiras xerófilas, uso de forragem conservada, na forma de feno e silagem, do excedente da
fitomassa da caatinga e utilização de resíduos da agroindústria, como forma de suplementação dos
animais, objetivando melhorar os índices zootécnicos e econômicos e, principalmente, a
sustentabilidade da pecuária da região, atenuando o efeito da mudança climática.
4. Produção animal no semiárido: enfrentando desafios
A produção animal é uma das atividades socioeconômicas mais importantes do Semiárido
brasileiro, com destaques para os pequenos ruminantes, caprinos e ovinos. No Semiárido a pecuária
sempre foi a principal atividade que contribui com a produção de alimentos para as famílias e para a
geração de empregos e manutenção de pessoas na zona rural, além de impulsionar cadeias produtivas
que tem grande participação na economia de toda a região (Holanda Júnior et al., 2004). Estima-se que
o rebanho bovino do Semiárido seja de aproximadamente 14 milhões de cabeças, cerca de 50% do
rebanho da região Nordeste e de 15% do plantel nacional (IBGE, 2006). Dentro dos limites do
Semiárido, a pecuária leiteira bovina destaca-se no Agreste Nordestino, com a presença de importantes
bacias leiteiras como a de Nossa Senhora da Glória/SE, Batalha/AL e Garanhuns/PE. Na pecuária de
corte, o norte de Minas Gerais e o Centro-Sul e Centro-Norte Baiano se destacam como importantes
regiões produtoras.
O Semiárido brasileiro também tem grande destaque na criação de caprinos de corte e leite e na
produção de ovinos destinados ao corte e pele. Segundo o IBGE (2012) o plantel caprino e ovino da
região é de aproximadamente 17 milhões de animais. A pecuária caprina leiteira destaca-se na Paraíba
e Rio Grande do Norte, com volumes diários de produção superiores a 20.000 L, ao passo que a
caprinovinocultura de corte é praticada especialmente nas regiões mais secas do Semiárido. Os
sistemas de produção desses ruminantes são, em sua maioria, extensivos e até mesmo ultraextensivos,
predominando os pequenos empreendimentos de base familiar, em que a fonte alimentar principal dos
rebanhos é a vegetação nativa. A diversidade de condições edafoclimáticas, de relevo e de vegetação
da região, no entanto, possibilita a exploração de uma grande variedade de culturas agrícolas e de
plantas forrageiras, em sua maioria adaptadas ao clima quente e seco.
Entretanto, mesmo a vegetação e os animais já estarem adaptados às condições edafoclimáticas
predominantes no Semiárido, admite-se que as mudanças climáticas podem afetar os sistemas de
produção animal adotados nesta região. Como agravante dessa situação que se avizinha, ao se
considerar que é frágil a estrutura de suporte alimentar dos rebanhos nordestinos e, portanto, esta
situação se reflete na baixa capacidade de suporte dos pastos nativos da caatinga devido às secas
periódicas e a errática distribuição das chuvas, a reduzida utilização de pastos cultivados, o alto custo
dos concentrados comerciais e a ausência de tradição no armazenamento de forragens nas formas de
feno e silagem (Lima, 2010). Entretanto, mesmo nessas condições desfavoráveis, estudos recentes da
EMBRAPA/Semiárido em 107 municípios situados nas áreas secas do Nordeste, constataram que
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Anais do X Congresso Nordestino de Produção Animal, Teresina, PI: SNPA, nov. 2015: Palestras.
cresce a renda dos produtores, à medida que se eleva a participação da pecuária na unidade produtiva,
ou seja, é a pecuária a atividade que possibilita reduzir os efeitos da seca sobre os sistemas de
produção local.
Os zoneamentos bioclimáticos podem ser utilizados para avaliar o risco climático da pecuária
frente aos cenários de alterações no clima, pois fornecem informações sobre o potencial da atividade
em uma região, bem como os possíveis efeitos sobre as áreas de produção de forragens, o consumo
alimentar e a produção dos animais (Silva et al., 2009; Silva et al., 2010). Cenários futuros para a
produção animal nesta região foram gerados com o auxílio de modelos de aptidão desenvolvidos para
as espécies forrageiras Brachiaria brizantha (capim-braquiarão), Panicum maximum (capim-colonião,
capim-guiné, capim-mombaça, capim-Tanzânia, capim-massai etc.), Cenchrus ciliaris (capim-buffel)
e Opuntia fícus indica (palma forrageira), e a partir destes estudos, foram identificadas as áreas de
maior vulnerabilidade.
A exploração pecuária pelos produtores da agricultura familiar no semiárido brasileiro é uma
das atividades principal e importante, que segundo Lima (2006) é função de sua maior resistência à
seca quando comparada às explorações agrícolas, constituindo em um dos principais fatores para a
garantia da segurança alimentar das famílias rurais e geração de emprego e renda na região. Porém a
produção animal na região Semiárida do Brasil apresenta baixos índices zootécnicos decorrentes de
vários fatores, como a genética dos animais, das condições ambientais, da sazonalidade da produção
de massa de forragem, com variação na oferta de forragens nos períodos de chuva e de seca, de falta
de praticas zootécnicas, que tem implicações na taxa de crescimento, no desempenho reprodutivo, alta
mortalidade, problemas sanitárias, além do estresse climático que nos últimos anos tem influenciado
de forma direta na produção animal. A pratica de introdução e utilização de forrageiras adaptadas ao
semiárido como o capim-buffel (Cenchrus ciliaris), leucena (Leucaena leucocephala), gliricídia
(Gliricidia sepium) e principalmente da palma forrageira (Opuntia fícus indica Mill), além das
espécies forrageiras nativas da caatinga como a maniçoba (Manihot glaziovii Muell), o feijão bravo
(Capparis flexuosa), o sorgo forrageiro (Sorghum sp), a melancia forrageira (Citrullus lanatus var.
citroides), dentre outras, tem procurado atenuar o baixo desempenho animal incrementando a
produção de bovinos, caprinos e ovinos no semiárido brasileiro (Drumond, 2004).
Segundo Silva et al. (2005) a produção de caprinos é afetada pelo sistema de produção adotado
e principalmente pelos fatores climáticos, alterando a fisiologia dos animais, considerando que a
termoneutralidade ou a zona de conforto térmico não é adequada para os animais, influenciando
negativamente na produtividade animal. Para uma resposta satisfatória da produção animal se faz
necessário o ambiente apresentar uma termoneutralidade onde o animal vai requerer um mínimo de
energia para manter a temperatura corporal, portanto, variação na temperatura ambiente acima ou
abaixo da temperatura critica, o animal necessita de um suporte de energia para manter o
comportamento fisiológico (Silva et al., 2006). Já Roberto et al. (2010) comenta que
os animais
reagem diferentemente a exposições frequentes a radiação solar, à mudanças drásticas de temperatura
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dentre outros fatores ambientais alterando o comportamento e a produtividade dos mesmos, além de
sofrerem mudanças em vários parâmetros fisiológicos.
O trabalho de Brasil et al. (2000) com cabras leiteiras da raça alpina avaliando o efeito do
estresse térmico sobre a produção, composição química do leite e respostas termorreguladoras
mostraram redução de 5,4% na produção de leite, redução nos teores de gordura, proteína, lactose e
sólidos totais e que a redução da produção de leite foi consequência do estresse das cabras no período
da tarde, devido o armazenamento de calor da manhã para a tarde, provocando aumento da
temperatura ambiente efetiva levando à hipertermia dos animais. Enquanto Brown et al. (1988)
observaram redução de 6% na produção de leite de cabras Alpinas quando a temperatura foi mudada
de 20oC para 34oC. Já Esmail (1986) com cabras da raça Saanen introduzidas na região tropical
observou redução na produção de leite de 36,6%, o que demonstra o efeito do estresse calórico sobre a
produção animal.
A produção animal na região semiárida do Nordeste do Brasil em grande parte é realizada em
pastagens considerada nativa, em sistema de produção semi-extensivo, influenciado pela quantidade e
qualidade da oferta de forragem, que é dependente da ocorrência da precipitação. Nos últimos anos a
produção de massa de forragem tem reduzido bastante pela influencia das mudanças climáticas, onde
não se tem distinção dentro do ano qual o período chuvoso, transição (fim das chuvas e inicio do
período sem chuva) e período seco, devido a irregularidade da precipitação.
A pesquisa tem buscado soluções para atenuar a baixa produtividade animal no semiárido
nordestino, considerando a diversidades de sítios ecológicos existentes, alguns sistemas de produção
animal a pasto foram desenvolvidos, como a manipulação da Caatinga (Araújo Filho, 1992); o CBL e
o SIPRO (EMBRAPA); sistema Gloria, o confinamento e produção de massa de forragem com
irrigação; o pasto nativo com suplementação estratégica; o agrossilvopastoril; o uso de pastagens
cultivadas e irrigadas, além do sistema tradicional, que é o mais praticado, onde a caatinga é o suporte
forrageiro durante todo o ano e na época da seca, maior escassez de forragem, praticas de
suplementação são aplicadas de acordo com os recursos disponíveis por cada propriedade, com palma
forrageira, com os resíduos de culturas, o capim-elefante, e gramíneas cultivadas para pastejo, (capimbuffel, corrente). Acredita-se que a pastagem nativa pode funcionar bem, com uma resposta da
produção animal, onde a suplementação durante um determinado período do ano reduziria a pressão
animal na caatinga, mantendo o equilíbrio entre a Caatinga e a produção animal, mesmo com a
adversidade nas irregularidades das condições climáticas.
Os dados de desempenho de caprinos (Tabela 3) demonstrado por Guimarães Filho et al.
(2000), mostram que a introdução no sistema tradicional de práticas zootécnicas apresentam resultados
satisfatórios, trazendo benefícios para o produtor rural.
O sistema de produção animal na caatinga, capim-buffel e leucena (CBL) pouco tem sido usado
pelos produtores, onde a caatinga é pastejada por um período de tempo, principalmente na maior
disponibilidade de massa de forragem e no período de escassez ou seja inicio do período sem chuva os
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animais vão para o pasto de capim-buffel e recebem uma suplementação proteica a base de leucena ou
outra leguminosa, como banco de proteína ou na forma de feno. Dados de Guimarães Filho e Soares
(1992) demonstram que no sistema CBL novilhos machos aos 30-36 meses de idade apresentaram
peso vivo médio de 420-450 kg, enquanto no sistema tradicional, caatinga mais suplementação com
palha, os novilhos aos 36 meses de idade apresentaram peso vivos de 270 kg.
Tabela 3. Índices médios de desempenho estimados para caprinos de corte sob diferentes sistemas de
produção no Semiárido Brasileiro
Índice
Tradicional
Intensificado
Número de crias nascidas/matriz exposta x ano
1 – 1,2
1,5 – 1,7
Mortalidade pré-desmame (%)
15 – 25
5 – 10
Peso vivo aos 112 dias (kg)
7 – 10
13 – 16
kg de crias desmamadas/matriz exposta x ano
6 – 11
17 – 24
Idade para atingir 25 kg de peso vivo (meses)
12 – 15
6–9
kg de animais comercializáveis/matriz exposta x ano
17 – 22
32 – 39
Fonte: Guimarães Filho et al. (2000)
O sistema Glória desenvolvido e utilizado no Estado de Sergipe preconiza a integração
agricultura e pecuária, onde a pastagem cultivadas com capim-buffel ou com outras forrageiras
adaptados ou de ocorrência na região são utilizados, conforme as condições ambientais, e em
determinados período do ano, os animais recebem alimentação suplementar seja feno, palhadas,
silagem ou mesmo a palma forrageira.
No sistema SIPRO predomina o uso máximo da caatinga no período chuvoso pelos animais e
recebem suplementação no período seco, praticas que as maiorias dos produtores já realizam, quando
há disponibilidade de alimentos para suplementação.
O uso de confinamento, de modo geral tem sido uma pratica mais experimental do que dos
produtores, onde a pesquisa tem mostrado que a terminação de ovinos e caprinos confinados tem
apresentado bons resultados, conforme dados de Castro et al. (2007) trabalhando com ovinos Santa
Inês em recria recebendo ração completa com até 80% de feno de maniçoba ganharam mais de 200 g
de peso vivo por dia (Tabela 4), demonstrando o potencial de espécies forrageiras de ocorrência na
Caatinga, que pode ser aproveitado com a pratica de conservação, além de permitir uma redução na
pressão da Caatinga.
Tabela 4. Médias, coeficientes de variação, equações de regressão e coeficientes de determinação para
ganho de peso diário (GPD), conversão alimentar (CA) e eficiência alimentar (EA) dos
cordeiros alimentados com feno de maniçoba
Variáveis
% de Feno na Dieta
CV (%)
ER
20
40
60
80
(1)
GPD (g)
290,84
293,62
253,35
208,48
14,67
(2)
CA
4,01
4,38
4,92
5,73
11,58
(3)
EA
0,25
0,23
0,21
0,17
12,21
(1)
2
Y=333,42-1,436*X, R =0,86
(2)
Y=3,332 + 0,028*X, R2 =0,97
(3)
Y= 0,28 - 0,0013*X, R2 =0,98
*(P<0,01)
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Avaliando o desempenho de borregos em área de coqueiral, consórcio de fruteira com
gramíneas, no Nordeste Brasileiro com quatro taxas de lotação (44; 33; 22 e 11 borregos/ha), Castro et
al. (2003) concluíram que a taxa de 22 borregos/ha apresentou a melhor produtividade animal, 1,23 kg
de PV/ha/dia ou 449 kg de PV/ha/ano e com a persistência do pasto.
O sistema de manejo intensivo de gramíneas cultivadas de alta produção sob irrigação tem sido
uma alternativa em região com possibilidade do uso de irrigação nas margens dos rios, como o São
Francisco e nos polos de perímetro irrigados. A intensa insolação e temperaturas elevadas na região
Semiárida é um excelente potencial para o manejo intensivo de pastagens irrigadas, favorecendo a taxa
de crescimento do pasto de até 162 kg MS/ha/dia, que segundo Silva (2004) o capim-Tanzânia
irrigado e adubado permitiu um ganho médio anual de borregos terminados a pasto de 3.123 kg
PV/ha/ano. A vantagem em se usar o sistema de pastagens irrigadas, aonde é possível, é a alta taxa de
lotação com uma capacidade de suporte de 8 UA/ha, permitindo a liberação de até 160 ha de área de
caatinga mais seca, que pode sofrer um pastejo mais seletivo, menor pressão ou mesmo ser deferido,
ficando em repouso para ser usado na próxima estação de pastejo. Desempenhos de ovinos em pasto
de capim-Tanzânia irrigado sob lotação rotativa e com quatro níveis de suplementação, 0,0; 0,6; 1,2 e
1,8% do peso vivo, no Ceará por Pompeu et al. (2009) mostram ganho médio diário de 70,3; 81,5;
119,0 e 111,0 g/dia, respectivamente.
A produção animal na caatinga não só depende da massa de forragem existente, outros fatores
tem que ser levados em consideração, como genéticos, ambientais, socioeconômicos dos produtores,
das praticas zootécnicas e não resta dúvida que a sazonalidade na produção de forragem é um fator
relevante, principalmente por ser a base alimentar do rebanho na região semiárida do nordeste do
Brasil. Outro aspecto a ser considerado é o mercado consumidor, onde a oferta da carne caprina-ovina
não há um fluxo regular, considerando que o sistema de produção dependente das condições
climáticas não permite apresentar uma regularidade. Portanto se faz necessário que inovações sejam
aplicadas com urgência, tanto tecnológicas, como de políticas, valorizando o produto produzido, sem
contaminação, usando a caatinga pelo potencial que a mesma apresenta, manejando de forma
adequada, permitindo a sua conservação e o máximo proveito do que é capaz de produzir, seja carne,
leite, pele, apícola. Adequando a lotação, para permitir um equilíbrio na oferta de forragem e um
ganho animal durante todo o ano, com praticas de suplementação, seja com palma forrageira, com
feno de maniçoba, silagem de sorgo, feno de capim-elefante.
Segundo Holanda Júnior (2006) a produção de caprinos para corte se concentra no Nordeste do
Brasil tendo como base alimentar a Caatinga e na maioria das vezes são criados juntos com ovinos
e/ou bovinos, enquanto a produção de carne ovina apresenta uma melhor distribuição no Brasil, sendo
no Nordeste a criação mais de ovinos deslanados com finalidade de produção de carne e pele para o
mercado local e autoconsumo. Ainda Holanda Júnior (2006) comenta que a comercialização de leite
de cabra, de modo geral, na região Semiárida do Nordeste tem pouca importância para a renda dos
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produtores, pois considera que a forma de criação, cabras soltas na Caatinga, com pouca aplicação de
tecnologias tem resultado em baixa produção e praticamente nada no período da seca. O que
demonstra preocupação, pois há necessidade urgente de mudanças e varias políticas foram inseridas,
como exemplo na Paraíba com o incentivo do governo no Programa do Leite, fazendo aquisição de
leite para uso na merenda escolar incentivando a exploração da caprinocultura leiteira.
Os trabalhos de Almeida (2004), Sebrae/PI (2003) e Sebrae/RN (2001) demonstram que há uma
variação nos sistemas de produção animal na Caatinga, de acordo com as diferentes microrregiões do
semiárido, com praticas de uso diversificadas, seja da caatinga, de tipos de suplementação (volumosa
e/ou concentrada) variando de acordo com as condições e disponibilidade de massa de forragem
ofertada pela Caatinga.
5. Considerações finais
O uso sustentável da Caatinga como pasto nativo poderá contribuir para minimizar a sua
degradação e os riscos de desertificação da região. O melhoramento genético, tanto de plantas exóticas
quanto de espécies nativas, possibilitará o desenvolvimento de novos cultivares de plantas forrageiras
com melhor adaptação as condições de cenários climáticos que se avizinha. Entretanto, é preciso
considerar que a adaptação dos sistemas de produção existentes na Semiárida ainda depende de
informações mais detalhadas sobre manejo de pastagens cultivadas em condições de alta limitação de
água e temperaturas mais elevadas que a média atual. O desafio é compreender como as pastagens
nativas são afetadas em decorrência das mudanças climáticas. É necessário considerar que grande
parte, mais da metade, da caatinga já se encontra devastada, com consequências para a diversidade das
espécies. Urge a necessidade de pesquisas que culminem com a diminuição da degradação das áreas
de caatinga. Da mesma forma, são necessárias ações sobre a política de ocupação do seu espaço, pois a
acelerada divisão de terras tem como consequências a intensificação da degradação das terras
destinadas aos sistemas de produção.
Para enfrentar as mudanças climáticas é importante considerar que as ações tenham como foco a
mitigação e a adaptação. É importante estudos sobre redução da emissão de gazes que tenham
consequência sobre o denominado efeito estufa, desenvolver programas de melhoramento vegetal e
animal no foco da adaptação ao meio e na eficiência dos sistemas de produção.
A pecuária deve ter como objetivo a incorporação dos saberes, sabores e cultura local, no
sentido de agregar valor aos produtos. Redefinir os conceitos adotados nos sistemas de produção
tradicional para aqueles que possam ser compatíveis com a realidade do Semiárido.
Enfim, é preciso construir novos paradigmas para a pecuária na região Semiárida, de forma a
assegurar a exploração sustentável dos seus recursos naturais diante das mudanças climáticas.
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