15 002 brasileiros contam o que sabem sobre a aids, revelam seus hábitos sexuais e como lidam com o problema Por que a editora Abril abraçou a luta contra a Aids? T odo mundo sempre diz que jornalista tem no sangue a vontade de mudar o mundo e, na Editora Abril, isso não é diferente. Temos isso em nosso DNA e batalhamos muito pelas causas em que acreditamos. Criamos o Planeta Sustentável para falar de sustentabilidade e o Educar para Crescer, que aborda os temas relacionados à educação. Com esse espírito, vimos que havia um assunto importante sendo deixado de lado: a luta contra a aids. O tema não é mais destaque e, ao contrário do que muita gente pensa, os números da doença estão fora de controle no país. E a Editora Abril já foi fundamental no combate à aids quando chamou a atenção do leitor ao dar o furo de reportagem. VEJA fez a primeira matéria brasileira sobre a aids em 1982, assim como a primeira capa no país sobre a doença em 1985. A revista SAÚDE, logo em sua primeira edição, trouxe a seguinte chamada de capa: “A misteriosa doença que você precisa conhecer”. Já CLAUDIA foi a primeira publicação feminina na América Latina a apresentar o tema para as mulheres, sendo reconhecida com premiações internacionais por seu pioneirismo. A atuação da PLAYBOY, incluindo a maior pesquisa sobre aids já feita até então no Brasil, resultou em uma matéria de 14 páginas. A campanha Camisinha Tem Que Usar, promovida pela CAPRICHO entre 1993 e 2003, contou com o apoio de artistas para ressaltar a necessidade do sexo seguro sempre. Em meados dos anos 2000, devido aos antirretrovirais, a taxa de mortalidade caiu e a aids passou a ser uma doença invisível, um assunto sobre o qual ninguém quer falar. Esse processo não ocorreu somente na Editora Abril mas na mídia como um todo. O senso comum era escrever sobre a doença no Carnaval e no Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1o de dezembro). Talvez por isso fala-se menos do tema, as pessoas baixam a guarda e os números aumentam. Eis o que a realidade brasileira nos mostra: mais de 718 mil pessoas são portadoras de HIV e cerca de 20% delas não sabem que são soropositivas. A falta de prevenção gera 39 mil novos infectados por ano, e a falta do diagnóstico prévio, 12 mil óbitos. O quadro mais preocupante está no público jovem (de 16 a 24 anos), com aumento da taxa de incidência desde 2006, principalmente puxada pelos meninos. É uma geração que está se descobrindo sexualmente e não viu a explosão da aids nas décadas anteriores e nem seus amigos, familiares e ídolos morrerem por causa da doença. atitude abril: desinformação tem cura • 3 Os números também estão aumentando entre as pessoas acima dos 50 anos – os casos mais que dobraram na última década. As razões também são conhecidas: longevidade, volta da vida sexual ativa, remédios de disfunção erétil. Aspectos positivos para quem está aproveitando mais essa fase da vida, mas perigosos para quem não se identifica como alvo da doença. Assim, tendo em vista a realidade da aids no país e a importante atuação que tivemos no passado, percebemos que tínhamos uma oportunidade para auxiliar as autoridades e os médicos no combate a essa doença. Mas como? Por meio de nosso bem mais valioso: a informação! Lançamos, no início de 2014, Atitude Abril: Aids – Desinformação Tem Cura, grande campanha de conscientização divulgada por revistas, sites, especiais para tablets e redes sociais para falar sobre tudo o que envolve o tema, como sexo, ciência, medicina, comportamento, preconceito etc. Desde então, já foram publicados mais de 80 conteúdos editoriais nas diferentes plataformas da Editora Abril que tratam tanto da prevenção quanto das questões que podem afetar a qualidade de vida de quem já é portador de HIV. Muitos outros materiais serão produzidos até o final do ano, quando a Atitude Abril dará espaço a outras causas. Também faz parte do projeto a campanha publicitária Desinformação Tem Cura, que chama a atenção da população para o assunto e conta com o apoio de celebridades como Neymar, Anderson Silva, Maria Casadevall e Ney Latorraca, entre outras personalidades que conheceram o projeto e também abraçaram a causa. Para ajudar ainda mais as autoridades envolvidas na saúde pública, os médicos e o meio acadêmico, desenvolvemos o livro que você tem em mãos agora: o maior retrato do país sobre o conhecimento a respeito de HIV e aids, o comportamento sexual dos brasileiros e as barreiras que ainda precisamos ultrapassar para aumentar o controle do problema Este é um trabalho que foi realizado com carinho por muitas mãos cujos donos acreditam que podemos fazer a diferença nessa luta – afinal, desinformação tem cura. metodologia E studo quantitativo realizado por meio de questionário estruturado via web. O link para a pesquisa foi disponibilizado para empresas do Conselho Empresarial Nacional para a Prevenção ao HIV/Aids – Brasil (Cenaids), intranet do Grupo Abril, anúncios nos sites, revistas e principalmente redes sociais do Grupo Abril, além de outras 18 empresas parceiras do projeto. • Os participantes foram homens e mulheres com idade superior a 16 anos e pertencentes às classes A, B e C de todas as regiões do Brasil • O questionário foi respondido no período de 29 de maio a 31 de julho de 2014 • Os resultados do estudo foram ponderados com base no NetRatings, ferramenta originária da parceria entre o grupo Ibope e a Nielsen Company para medição e estatística da internet no Brasil. O sistema fornece informações detalhadas sobre o comportamento e as características demográficas do internauta brasileiro por meio de um painel a fim de representar o universo estimado de usuários com acesso à rede em dois ambientes: domiciliar e no trabalho. As informações são colhidas por meio de um software instalado no computador do painelista, reunindo todo o período de navegação pela web. • Amostra: 15 002 respondentes João Ricardo de Abrahão Assessor da Presidência da Abril Mídia 4 • Atitude Abril: desinformação tem cura atitude abril: desinformação tem cura • 5 CONVOCAMOS um time de respeito para lutar CONTRA A DESINFORMAÇÃO A Aids não acabou. Mais de 700 mil pessoas vivem com HIV no Brasil e o maior problema é que uma em cada cinco não sabe da sua condição, retransmitindo o vírus e colocando vidas em risco. Nesse cenário, sabe qual a melhor forma para se divertir com tranquilidade? Use camisinha sempre, faça o teste e informe-se sobre o assunto acompanhando o ATITUDE ABRIL AIDS, uma grande campanha de conscientização que já conta com o apoio de muita gente que leva a vida a sério. A Aids está muito perto de todos nós. E quanto mais soubermos sobre ela, melhor fica a nossa vida. Curta nossa fanpage e participe desse movimento. www.atitudeabril.com.br atitudeabril Nova Composição Gráfica e modelo de aplicação do Logo CEN Realização Apoio Oferecimento ® Fonte: Ministério da Saúde CONSELHO EMPRESARIAL NACIONAL PARA PREVENÇÃO AO HIV/AIDS - BRASIL 1. com quem falamos 1. com quem falamos 15 002 entrevistados Região Base: 15 002 14% 3% 7% 58% Centro-Oeste Sudeste 17% Sul 16% Classe A Homens 47% Mulheres 21% Idade Classe B Escolaridade Fundamental incompleto/ primeiro grau incompleto média de 34 anos Fundamental/ primeiro grau 22% 3% 15% Superior incompleto (em curso ou interrompido) 16% Superior completo (graduação) 28% 28% De 19 a 24 anos 10% De 25 a 39 anos 34% De 40 a 55 anos 24% Pós-graduação (especialização) 56 anos ou mais 10% Mestrado/doutorado 8 • atitude abril: desinformação tem cura 1% Médio/ segundo grau 9% Fé 63% Classe C Até 18 anos Fora do Brasil Norte Classe social 53% 1% Nordeste } Possui religião Base: 15 002 66% Católica 36% Espírita 12% Evangélica 11% Umbanda 2% Testemunhas de Jeová 1% Budista 1% Candomblé 1% Judaica 1% Outras 1% Caucasiana/ branca 66% Mulata/ morena-clara 22% Afro-descendente/ negra 5% 34% Oriental/ amarela 3% Não tenho religião, mas acredito em Deus 23% Indígena 1% Não tenho religião e nem acredito em Deus 11% Outras 3% Não possui religião 65% Etnia Base: 15 002 atitude abril: desinformação tem cura • 9 2. relacionamento e sexo Quem são os virgens? 2. relacionamento e sexo Idade média de 21 anos Estado civil Base: 15 002 entrevistados Solteiro(a) e sem namorado(a) 39% Casado(a) ou em união estável 32% Solteiro(a), mas namorando 22% Separado(a) 6% Viúvo(a) 1% 48% Homens 52% Mulheres 36% Vida sexual Base: 15 002 53% Ativa e com parceiro(a) fixo(a) 27% 20% são católicos, e 18% são evangélicos 82% são solteiros e não estão namorando Ativa e sem Virgem ou parceiro(a) sem vida fixo(a) sexual ativa Frequência Base: 12 013 84% Tive relação sexual nos últimos três meses 15% Não tive relação sexual nos últimos três meses Prefiro não responder 1 0 • atitude abril: desinformação tem cura 1% atitude abril: desinformação tem cura • 1 1 2. relacionamento e sexo 2. relacionamento e sexo a camisinha E os motivos de quem não a usa Base: 1 272 (respostas múltiplas) Os motivos de quem a usa Base: 12 013 (respostas múltiplas) 84% Evitar DST 48% Evitar gravidez 36% Higiene 11% Diversão 2% Outros 11% Não uso Confio no meu parceiro 78% 37% 63% Diminui o prazer 32% 52% 48% Tenho receio de pedir para o(a) parceiro(a) usar 5% Às vezes, não tenho uma disponível 5% Não dá tempo 4% Esqueço 4% Eu me protejo de outras formas contra a aids 2% Acho que nunca pegarei aids 1% Minha religião não permite 1% 15% Outros Quem são os que declaram não usar preservativo? Algum parceiro já se recusou a usar camisinha? Base: 1 272 Base: 10 741 48% Nunca passei por essa situação 61% 22% Sim, e eu cedi. Transamos Mulheres Média de 39 anos 1 2 • atitude abril: desinformação tem cura 2% são portadores de HIV 68% Casados 10% Já aconteceu. Por isso não transamos 20% Sim, mas eu insisti e ele(a) acabou usando atitude abril: desinformação tem cura • 1 3 2. relacionamento e sexo 2. relacionamento e sexo atitudes relacionadas a sexo Costuma usar camisinha ao transar com... Base: 10 730 …parceiro fixo principal? …outro parceiro fixo? (amante) 3% 20% 69% 48% 49% 11% Sim 5% Não Prefiro não responder Prefiro não responder 26% 79% 5% Não Prefiro não responder Base: 12 013 32% Sim 18% 69% 38% Sim 62% *O percentual de homossexuais entre os homens de 15 a 49 anos de idade foi de 3,2%, correspondendo a cerca de um milhão e quinhentos mil homens, no Brasil, em 2004. Entre os homens sexualmente ativos nos últimos 12 meses, o percentual estimado foi de 3,5%.” Tem ou já teve relações com profissionais do sexo? Não Prefiro não responder Base: 12 013 (respostas múltiplas) Farmácia 87% Supermercado 36% Distribuição gratuita do governo 32% Loja de conveniência 14% Motel 13% Sex shop 5% Em casa 5% Vending machines em banheiros de bares, casas noturnas e restaurantes 3% Outros locais 3% 1% 82%* 54% Sim Onde costuma adquirir o preservativo? 1 4 • atitude abril: desinformação tem cura Base: 12 013 …profissionais do sexo? Sim Banca de jornal Tem ou já teve experiência sexual com alguém do mesmo sexo? Sim Não …parceiro eventual? 16% Tem ou já teve relações com parceiros eventuais? Base: 12 013 25% disseram que sim 3 Esse é o número médio de parceiros sexuais no último ano Base: 12 013 4% 96% atitude abril: desinformação tem cura • 1 5 3. acima de 50 anos 3. Acima de 50 anos Usou medicamento para turbinar a vida sexual? Base: 2 512 (17% da amostra) Tem dificuldade de transar com camisinha? Base: 2 088 Base: 2 088 68% Não Quem são eles? 40% 60% Mulheres Homens 52% 32% são casados Sim Quais são as dificuldades? Base: 676 (menções abaixo de 2% não foram abertas) 24% Sim 22% 9% solteiros e maioria sem namorado são portadores do HIV 11% O desejo… Base: 2 088 37% …é o mesmo 65% têm parceiro fixo 1 6 • atitude abril: desinformação tem cura 89% 58% …diminuiu 5% …aumentou Pouca ereção 22% Falta de costume 16% Preconceito 12% Falta de informação 7% Prazer prejudicado 5% Sensibilidade diminuída 4% Questões culturais 4% Falta de jeito para colocar 3% Falta de conscientização 3% Crença de não sofrer ameaça de aids 3% Maioria de mulheres casadas e da classe C atitude abril: desinformação tem cura • 1 7 4. os jovens 4. os jovens Quando fala sobre sexo… Base: 3 811 …entre amigos Base: 4 029 (27% da amostra) Menores de 21 anos Ops, esse tema é tabu! 70% 51% 34% já tiveram relação sexual e 1/3 desses já teve experiência com alguém do mesmo sexo 49% Mulheres ASSUNTO “SEXO” é tratado com amigos e, em casa, os jovens falam mais com a mãe ASSUNTO “AIDS” é falado em casa, com amigos e na escola, mas as conversas não são suficientes 19% 81% 26% 74% Chego a puxar conversa, mas fogem do assunto ou o clima fica ruim 33% 67% Não comento muito sobre isso, mas há liberdade para falar se eu quiser 37% 63% 85% 15% Eu até quero falar disso, contudo fico com vergonha estão solteiros, sem namorado(a) Homens …em casa Falamos sempre e naturalmente } 78% já tentaram conversar sobre sexo em casa, porém o assunto foi tratado com mais naturalidade entre amigos Com quem conversa sobre sexo em casa? Base: 2 647 (respostas múltiplas) 72% Mãe 1 8 • atitude abril: desinformação tem cura 28% Pai 23% Irmãos 17% Outros parentes atitude abril: desinformação tem cura • 1 9 4. os jovens 4. os jovens Como o sexo é abordado na escola? A aids foi discutida na escola? Base: 3 811 (respostas múltiplas) Base: 3 811 Nas aulas de biologia, na hora de ensinar reprodução 72% Os professores dão espaço para falar sobre o assunto 49% Apenas entre os colegas, nas conversas fora de sala de aula 28% Existem aulas específicas de educação sexual 17% Os professores nunca falam sobre o tema 14% O assunto não é tratado na minha escola 12% Sim 21% Não Essa discussão foi suficiente? Já conversou sobre aids… 43% Não Não 57% Sim 68% Não 38% Ninguém 35% Amigos 19% Primos 15% Irmãos 11% Pai 10% Outros 32% Não Sim Tem amigos gays? Base: 3 811 Sim 78% Sim Mãe 60% 40% 32% Base: 1 358 (respostas múltiplas) 79% Base: 3 007 22% Quem sabe que você já transou? 68% Já transou? Sim Base: 4 029 66% 34% Como é isso para você? Não Sim …em casa? Base: 3 811 2 0 • atitude abril: desinformação tem cura …entre amigos? Base: 3 811 Base: 2 578 E foi o suficiente? Base: 3 214 73% Normal 24% 3% Estranho, Errado mas respeito atitude abril: desinformação tem cura • 2 1 5. a questão da aids 5. A questão da AIDS Conhecimento sobre ser portador e estar doente Base: 15 002 Base: 15 002 Quem acertou Você sabe o que é aids? 97% dos entrevistados 3% dizem que sim declaram não ter certeza Palavras que vem a mente quando pensa em AIDS HIV (6%) Sofrimento (5%) Doença (19%) 2 2 • atitude abril: desinformação tem cura Morte (17%) Preservativo (8%) Prevenção (6%) DST (9%) Vírus (7%) Sexo (6%) Incurável (5%) Preconceito (7%) Medo (5%) Base: 15 002 (palavras com percentagem abaixo de 5% não estão representadas) Quem errou ISTO É VERDADE! É possível ser portador do vírus HIV e ser saudável 79% 21% Toda pessoa com aids tem o vírus HIV 64% 36% É possível ser soropositivo e não estar com aids 46% 54% 77% 23% 79% 21% 81% 19% 83% 17% 89% 11% ISTO É FALSO! Os portadores do vírus HIV são chamados aidéticos Todo soropositivo tem aids Quem tem o vírus HIV tem aids Todo portador do vírus HIV tem aids Uma pessoa portadora do vírus HIV apresenta os sintomas da doença atitude abril: desinformação tem cura • 2 3 5. a questão da aids 5. a questão da aids informação sobre aids Onde ou com quem se informou? Em qual meio de comunicação? Base: 15 002 (respostas múltiplas) Base: 11 636 (respostas múltiplas) 70% Internet matérias em sites 19% 31% Em casa/família Cinema/filmes 49% Internet redes sociais 46% 13% Orientação médica/ hospital 78% 44% Meios de comunicação 31% Amigos 12% Eventos na escola 3% Igreja 46% Campanhas do governo Televisão propagandas 21% Cartazes e outros materiais na escola 1% Associação de bairro Revista reportagens 35% Jornal reportagens 35% Televisão programas/reportagens 34% 5% Em nenhum lugar Internet postagens em blogs 28% Internet propagandas 23% Revista propagandas 14% Televisores em shopping, trem, metrô etc. 13% Jornal propagandas 13% Outdoor 9% Rádio propagandas 7% Rádio programas/reportagens 4% 36% 20% 8% Cartazes e outros materiais em clínicas e hospitais Aula Outros 2 4 • atitude abril: desinformação tem cura Outros atitude abril: desinformação tem cura • 2 5 5. A questão da aids 5. A questão da aids conhecimento Sabe como se pega? Base: 15 002 98% Sim Sabe como fazer o teste de HIV? Sabe como se prevenir da doença? Base: 15 002 Base: 15 002 Existe cura para a aids? Base: 15 002 1% Não 88% Não 97% 2% 2% Sim Não tenho certeza Não tenho certeza Uma pessoa com aids pode ter aparência saudável? 76% Sim Não tenho certeza É possível morrer de aids? 3% Sim Base: 15 002 Sabe quais são os sintomas da doença? Base: 15 002 3% Não 9% 6% Não tenho certeza Base: 15 002 21% Não 71% 91% Sim 2 6 • atitude abril: desinformação tem cura Não tenho certeza Sim 16% Sim 6% 50% Não 23% Não 8% Não tenho certeza 29% Não tenho certeza atitude abril: desinformação tem cura • 2 7 5. a questão da aids 5. A questão da AIDS Não considera perigoso… Considera perigoso… Base: 14 976 …fazer sexo anal sem camisinha/preservativo …fazer sexo vaginal sem camisinha/preservativo Base: 14 976 …usar os mesmos utensílios de cozinha de quem tem o vírus 5% 92% 3% 6% 92% 2% …usar drogas injetáveis 8% 90% …fazer tatuagem sem materiais esterilizados, agulha descartável etc. …compartilhar tesoura, cortador de unha e outros materiais cortantes com uma pessoa que tenha o vírus …ter vários parceiros sexuais …compartilhar brinquedos eróticos (como vibradores) …fazer sexo oral sem camisinha/preservativo 2% 7% 91% 2% …beijar uma pessoa que tenha o vírus …transar com alguém do mesmo sexo usando camisinha/proteção …utilizar os mesmos objetos de higiene pessoal de quem tem o vírus …transar com profissional do sexo com camisinha/proteção 16% 81% 3% 9% 3% 89% 10% 1% 78% 18% 4% 78% 19% 3% 70% 24% 74% 24% 6% 2% …fazer masturbação a dois 62% 28% 10% …ir ao dentista 19% 24% 31% 79% 2% 66% 10% 64% 5% Nada perigoso 2 8 • atitude abril: Desinformação tem cura …fazer sexo com camisinha/preservativo 88% Muito perigoso Não sabe 64% …transar com alguém que tenha o vírus usando camisinha/proteção …receber transfusão de sangue 31% 72% 45% 5% 26% 52% 2% 3% …ir à manicure 44% 52% Nada perigoso 4% Muito perigoso Não sabe atitude abril: Desinformação tem cura • 2 9 5. a questão da aids 5. A questão da AIDS Que situações associa a sexo inseguro? Quais atitudes ajudam a prevenir? Base: 15 002 (respostas múltiplas) Base: 12 013 Aconselhar o(a) parceiro(a) a se cuidar 13% 5% 2% 80% Usar drogas 80% Usar camisinha/preservativo em uma relação sexual ocasional 18% 74% 3% 5% Usar camisinha/preservativo no sexo anal Consumir álcool 77% Usar camisinha/preservativo com um(a) parceiro(a) fixo(a) e exclusivo(a) (só transo com ele/ela) 3% 3% 46% 48% 7% 2% 26% 65% Usar camisinha/preservativo no sexo oral 6% 63% 26% 5% Orar/rezar 13% Momentos de tesão 62% 55% 16% Não transar 29% 9% 53% Ajuda/previne e faço Estar apaixonado/ter plena confiança no(a) parceiro(a) 68% 3% Ajuda/previne, mas não faço Não ajuda/previne 9% Prefiro não responder O que sabe sobre o tratamento? Base: 15 002 Estar na balada 48% Outras 98% A pessoa que tem HIV precisa tomar vários comprimidos diariamente 77% O tratamento da aids no Brasil é gratuito Os remédios para aids possuem efeitos colaterais que, se não forem acompanhados, podem comprometer gravemente a saúde Medicamentos podem curar a aids 5% 3 0 • atitude abril: Desinformação tem cura Medicamentos podem prolongar a vida de infectados pelo HIV 1% 1% 6% 11% 6% 74% 3% 13% 10% 64% 5% 19% 12% 2% 87% 9% 2% Sim Não Não tenho certeza Não sei atitude abril: Desinformação tem cura • 3 1 5. a questão da aids 5. A questão da AIDS A AIDS e as mulheres a Mãe Soropositiva Base: 6 987 - 47% da amostra 60% 35% têm parceiro fixo são casadas 54% já fizeram o teste de HIV (homens, 48%) Tiveram de 2 a 4 parceiros no ano (homens, de 4 a 7) 14% não usam preservativo Base: 782 (respostas múltiplas) 46% 13% dos portadores são mulheres declaram que diminui o prazer Ao nascer, a criança deve tomar medicamentos específicos e realizar acompanhamento médico 74% 21% 5% Sem tratamento, com certeza a mãe passará o vírus para a criança 79% 8% 13% Com tratamento adequado, o risco de a mãe passar o vírus para a criança é menor que 1% 77% 16% 7% A mãe que possui o vírus HIV não deve amamentar seu bebê 54% Há medicamentos específicos para grávidas soropositivas 57% O parto cesárea programado é o único indicado para mães soropositivas 43% Concordo 35% 42% 18% 8% 15% 59% das que nunca fizeram o teste declaram ter certeza de que não têm o vírus 46% delas, após o diagnóstico, tiveram relações com uma única pessoa sem preservativo 37% Não concordo e nem discordo Discordo campanhas de prevenção 83% lembram de alguma campanha de prevenção de AIDS Qual é sua opinião sobre elas? Base: 15 002 6% 20% Ensinam a prevenir 73% Informam sobre a doença 60% Conversam comigo 55% Inspiram medo 30% 11% Só falam para um tipo de público 24% 11% 64% Despertam preconceito 20% Estimulam o sexo 11% 21% 21% 12% 12% 3% 1% 58% 1% 1% 67% 1% 76% Não concordo e nem discordo 1% 1% 8% 31% Concordo 3 2 • atitude abril: Desinformação tem cura 28% 13% 50% porque confiam no parceiro por pedido médico Base: 15 002 Grávidas não podem tomar antirretrovirais 80% 25% Questões sobre a gestação Discordo Prefiro não responder atitude abril: Desinformação tem cura • 3 3 6. RELAÇÃO COM A AIDS 6. relação com a aids Já fez o teste? Base: 12 013 Limitações Base: 15 002 16% Seu médico já pediu o exame? Base: 12 013 25% Não sabem onde fazer 58% Base: 8 090 (respostas múltiplas) Sim, e eu fiz 31% Não pediu e eu nunca fiz 54% 45% O médico pediu 41% Já fiz/faço sexo sem camisinha 32% Por curiosidade 28% Precisei doar sangue 22% Não tinha/tenho parceiro(a) sexual exclusivo(a) 14% Fiquei grávida 14% Fui impactado(a) por campanhas de prevenção 12% Descobri que o(a) parceiro(a) tinha relações com outra pessoa 8% Meu/minha parceiro(a) pediu que eu fizesse 6% Meu/minha parceiro(a) tem/tinha o vírus 5% Entrei em contato com o sangue de outra pessoa 3% Sim 1% Sim, mas eu não fiz Quantas vezes? 19% Não pediu, porém eu fiz mesmo assim Há quanto tempo fez o teste? Base: 8 090 Base: 8 090 32% uma vez 30% 35% 24% Menos de seis meses 68% mais de uma vez 70% 65% 18% De seis meses a um ano 21% Há mais de cinco anos 32% Há mais de um ano 5% Não recordo Outros motivos 3 4 • atitude abril: Desinformação tem cura Base: 3 923 (respostas múltiplas) Por que fez o teste? 49% 68% Não sabem como fazer o teste Base: 3 932 (nunca fizeram o teste) Por que nunca fez? Tenho certeza de que não tenho o vírus 25% Não sei como ou onde fazer o teste 18% Receio descobrir que esteja infectado(a) 13% Não sei como contarei para as pessoas se estiver infectado(a) 12% 7% Não quero saber se tenho HIV 6% Não tenho certeza se o teste é confidencial 14% Outros motivos atitude abril: Desinformação tem cura • 3 5 6. relação com a aids Resultado do teste 6. relação com a aids Bases: 8 090 e 834 Total Portador Base: 8 090 88% Negativo O teste e o(a) parceiro(a) Depois do exame,... ...fiz sexo com mais de uma pessoa usando camisinha/proteção 25% 55% Exigiu que ele(a) o faça? Base: 7 691 58% Nunca exigi ...transei com uma única pessoa usando camisinha/proteção 10% ...tive relações sexuais com uma única pessoa sem camisinha/proteção 20% 17% 35% 6% Positivo Prefiro não responder Após o teste negativo, 3 6 • atitude abril: Desinformação tem cura 2% Sim, mas não aceitou fazê-lo Razões de nunca ter exigido 11% 10% ...não tive mais relações sexuais 5% 9% ...prefiro não responder 2% ...não lembro 2% 3% 49% Nunca pensei no assunto 37% Acredito na fidelidade do(a) meu/minha parceiro(a) Tenho medo da reação dele(a) 35% mantêm relações sexuais sem preservativo com a mesma pessoa 16% Sim, e ele(a) fez o teste Base: 4 459 (respostas múltiplas) ...transei com mais de uma pessoa sem camisinha/proteção 2% 24% Não precisei, pois ele(a) já faz/fazia o exame 9% Tenho receio de revelar que desconfio de sua infidelidade e gerar uma crise 5% Ele(a) pode pensar que estou infectado(a) com o vírus HIV 4% Ele(a) pode achar que não sou fiel 4% Não quero saber o resultado 3% Receio descobrir que meu/minha parceiro(a) seja infiel 2% Outros motivos 7% atitude abril: Desinformação tem cura • 3 7 6. relação com a aids 6. relação com a aids Envolvimento com o(a) portador(a) Opinião sobre os(as) infectados(as) Base: 15 002 Base: 15 002 15% 48% conhecem e são/foram parceiros(as) sexuais 52% não conhecem nenhum(a) portador(a) de HIV conhecem algum(a) portador(a) de HIV Somente homossexuais, usuários de drogas e profissionais do sexo pegam aids Um(a) idoso(a) não poderia contrair o vírus 1% 1% 3% 4% 1% 85% conhecem e não são/foram parceiros(as) sexuais 92% 98% Você se envolveria com um portador de HIV? Base: 11 179 (respostas múltiplas) 50% evitariam se envolver sexualmente mesmo com proteção 40% não teriam nenhuma restrição de amizade (abraçariam, beijariam etc.) 27% evitariam se envolver sexualmente sem proteção As pessoas infectadas com o vírus HIV são promíscuas 14% 5% 10% 30% 10% evitariam apenas o contato físico (beijos, abraços etc.) 1% Eu me sentiria envergonhado(a) se estivesse infectado(a) com HIV 3% 3% 73% 57% não teria nem mesmo amizade Concordo 3 8 • atitude abril: Desinformação tem cura Não concordo e nem discordo Discordo Prefiro não responder atitude abril: Desinformação tem cura • 3 9 7. o soropositivo a descoberta da doença 7. o soropositivo Há quanto tempo descobriu? Base: 834 (5% da amostra) - Na população brasileira de 203.047.974 habitantes, 0,4% é portador do vírus.* 87% são homens Base: 834 Base: 834 Maior concentração na 42 anos Relacionamento amoroso classe B é a idade média Mais de seis anos De três a seis anos 17% De um a três anos 22% Menos de um ano 63% 45% Continua nele? Base: 522 16% 79% 1/4 83% já tiveram relações homossexuais possui filhos e pouco mais da metade pretende ter Solteiros 41% têm parceiro(a) HIV positivo são a maioria: 66%, sendo que quase a metade não namora Sim, e nunca pensamos em terminar por motivos relacionados ao HIV Como descobriu? Base: 834 (respostas múltiplas) O médico desconfiou e pediu o teste 37% Eu desconfiei e pedi o exame 27% Fazia o teste regularmente 23% Meu/minha parceiro(a) descobriu a doença dele(a) e me contou 13% Participei de uma campanha contra o HIV e realizei o teste 4% Fiquei grávida e o médico pediu o exame no pré-natal 3% Recebi transfusão de sangue há muitos anos e decidi fazer o teste 1% Outros motivos Mantinha relacionamento quando descobriu ser portador de HIV 17% 69% Não, porém o término não teve a ver com o diagnóstico 37% Sim 63% Não 21% Sim, mas quase terminamos quando fui diagnosticado(a) 31% Não, e o término teve a ver com o diagnóstico O parceiro é soropositivo? Base: 522 6% Prefiro não responder 41% Sim 40% Não 13% Não tenho certeza *Fonte: Ministério da Saúde 4 0 • atitude abril: Desinformação tem cura atitude abril: Desinformação tem cura • 4 1 7. o soropositivo 7. o soropositivo A relação após diagnóstico positivo O que mudou nos aspectos do relacionamento Contou/conta para o(a) parceiro(a) que é soropositivo(a) antes da primeira relação? Base: 210 Base: 522 Frequência de relações sexuais 36% 11% 16% 7% Tenho somente um(a) parceiro(a) e ele (a)sabe que sou soropositivo(a) 50% Conto se o relacionamento virar namoro 21% Sempre conto antes da primeira relação 10% Não conto 13% Tenho somente um(a) parceiro(a), mas ele(a) não sabe que sou soropositivo(a) 6% 30% Confiança 36% 4% 11% 4% 45% 81% Relacionamento como um todo 26% 7% 17% 5% Sim 45% Proteção na hora do sexo 17% 2% 7% 5% 69% Não mudou nada Mudou muito Usa/exige preservativo? Base: 522 3% Não uso porque já contraí o vírus mesmo e não adianta mais eu me cuidar 56% Passei a exigir 7% Não uso porque meu/minha parceiro(a) também é soropositivo(a), portanto não preciso ter medo de infectá-lo(a) 34% Já usava 4 2 • Atitude Abril: desinformação tem cura 19% Não Por que não contou/conta para o(a) parceiro(a) que é soropositivo(a)? Base: 71 (respostas múltiplas) Para não sofrer preconceito 77% Como uso camisinha, não preciso contar 69% Ele(a) não precisa saber 35% Ele(a) é quem deveria perguntar 5% Outros motivos 24% Atitude Abril: desinformação tem cura • 4 3 7. o soropositivo 7. o soropositivo quem contou ao/à parceiro(a) Cuidados que toma por causa da doença As maiores preocupações Já os homens se preocupam mais com a possibilidade de ter transmitido o vírus a alguém e de precisar tomar remédio a vida toda, além de preocupação maior com a morte Realizo exames periódicos 95% Faço visitas regulares ao médico 37% 92% Tomo medicação regular 86% Os efeitos colaterais não são muito fortes, mas incomodam Não uso drogas 55% Não fumo 54% Pratico atividade física, mas sem orientação 53% Evito bebida alcoólica 53% Faço acompanhamento com nutricionista 30% Faço acompanhamento com psicólogo 28% 18% 4% Sofrer preconceito 58% Ficar doente 40% Pratico atividade física com orientação (o treinador sabe que tenho HIV) Efeitos colaterais dos remédios 34% Outros Precisar tomar remédios para sempre 32% Ter de expor minha vida aos outros 27% Saber que poderia ter me cuidado 26% Receio de ter transmitido HIV para alguém 25% Ter de usar camisinha/preservativo 22% Pensar na morte 20% 13% Despesas extras 3% 4 4 • Atitude Abril: desinformação tem cura 21% Os efeitos colaterais são muito fortes 18% Não consigo tomar o medicamento na hora certa 18% Tenho de me abster de coisas que gosto 33% Outros As maiores ameaças à saúde do portador de HIV Base: 210 (respostas múltiplas) Eu me tornar um problema para minha família Medo de perder o emprego ou de não conseguir ascender na carreira Base: 210 (respostas múltiplas) Base: 210 (respostas múltiplas) Base: 210 (respostas múltiplas) As mulheres são as mais preocupadas com preconceito e em ficar doente Adaptação aos remédios 2% 39% Doenças do fígado 79% Infecções oportunistas 9% Doenças do coração 23% Hepatite 7% Osteoporose 22% Colesterol alto 6% Pressão arterial alta 22% Doenças do rim 6% 3% Anemia Outras 13% Diabete 3% Não sei Atitude Abril: desinformação tem cura • 4 5 8. comportamento vulnerável 8. COMPORTAMENTO VULNERÁVEL Considerando algumas atitudes declaradas pelos entrevistados, identificamos um grupo de pessoas com comportamentos que podem deixá-las vulneráveis (não usar proteção ao se relacionar com parceiro fixo, outros parceiros como amante, parceiros eventuais e/ou profissionais do sexo) e por isso merece atenção. A camisinha é a melhor forma de prevenção Mesmo com o conhecimento sobre o HIV e as formas de contágio, podemos concluir que muitas vezes o conhecimento não é colocado em prática e todos cometemos erros e ações impensadas Todos somos vulneráveis e é importante reforçar sempre a informação aos diversos públicos de forma diferenciada e didática (jovens gays, mulheres casadas, idosos, usuários de drogas etc.) Não se pode simplesmente acreditar que estamos imunes a contrair HIV, por isso a prevenção se faz necessária sempre A aids está por perto e, quanto mais soubermos sobre ela, melhor conseguiremos conviver com a doença. Afinal, a desinformação tem cura! 4 6 • Atitude Abril: desinformação tem cura Atitude Abril: desinformação tem cura • 4 7 mitos e verdades mitos e verdades Sou heterossexual e não uso drogas. Portanto, não preciso me preocupar com a aids. Mito. A aids é um problema de todos. Hoje não se fala em grupo de risco, mas em situação de vulnerabilidade, segundo a psicóloga Iracema Teixeira, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (Sbrash). “Não usar preservativo na relação sexual é se colocar em condição vulnerável. Cada um precisa assumir a responsabilidade por sua saúde”, afirma. Todos com vida sexual ativa devem fazer o exame de HIV uma vez por ano. É possível uma pessoa ter HIV e não ter aids. Verdade. Um portador de HIV passa a ser considerado doente de aids quando apresenta a deterioração do sistema imunológico. O vírus da imunodeficiência humana (HIV) ataca os linfócitos T CD4, que produzem anticorpos. Os que não têm sintomas e nem sinal da doença são chamados soropositivos e podem transmitir o vírus. Alguém com aparência saudável pode estar infectado e talvez nem saiba. Além disso, um soropositivo em tratamento mantém o sistema imunológico forte, não desenvolvendo a aids. Para que o tratamento dê certo, é preciso iniciá-lo assim que o exame der positivo. Mito. Até 2013, a terapia antirretroviral só era iniciada quando a contagem de T CD4 estivesse abaixo de 500 unidades por milímetro cúbico de sangue ou o portador tivesse a partir de 55 anos. O tratamento foi antecipado pelo Ministério da Saúde com os objetivos de reduzir a quantidade de vírus em circulação, evitar a queda na resistência e o aparecimento de doenças oportunistas e diminuir as chances de transmitir o HIV a outras pessoas. É preciso haver penetração para transmitir o vírus. Mito. Atualmente, a principal via de transmissão é sexual, portanto o maior cuidado está no uso do preservativo em todos os momentos da relação tanto hétero quanto homossexual. “Não apenas para a penetração do pênis na vagina ou do pênis no ânus, mas antes de qualquer contato com mucosa, sêmen e secreção vaginal, inclusive no sexo oral”, recomenda Iracema Teixeira. Outros cuidados importantes: não compartilhar seringas, agulhas e objetos cortantes e escolher com o máximo de critério dentistas, manicures e locais para a realização de tatuagem. Toda camisinha é 100% confiável. Mito. A camisinha é o melhor método de prevenção, porém, antes de transar, confira se o produto está dentro do prazo de validade e tem a certificação do Inmetro. Não abra a embalagem com os dentes e desenrole com cuidado, segurando na ponta de modo a deixar uma folga para o ar. O diagnóstico é feito apenas pelo exame de sangue. Mito. Há dois métodos tradicionais – o exame convencional (Elisa) e o teste rápido em uma gota de sangue – e, desde 2014, já está disponível no Brasil o teste via fluido oral, sem a necessidade de retirar sangue. Todas essas metodologias permitem detectar a presença de anticorpos contra o vírus HIV. Se o resultado der positivo ou reagente, é feito outro teste para confirmar o diagnóstico: realiza-se o Western blot, que procura fragmentos do HIV, ou o PCR, que localiza material genético do vírus. O exame é solicitado na gravidez e pode ser feito nos postos de saúde por qualquer pessoa que desconfie de exposição ao vírus. 4 8 • Atitude Abril: desinformação tem cura Quem está em uma relação estável pode dispensar o preservativo. Mito. “Abrir mão da camisinha requer uma conversa muito clara e alto grau de confiança entre o casal, além da certeza de que ambos não estão infectados”, afirma a especialista, para quem o foco não pode ser a monogamia. “Traições acontecem. Daí a importância de assumir o compromisso de usar preservativo nas relações extraconjugais a fim de preservar quem se ama.” Atitude Abril: desinformação tem cura • 4 9 mitos e verdades A criança da mãe com HIV pode nascer sem o vírus. Verdade. Bebês que nascem de mães soropositivas têm até 30% de chance de serem infectados caso a mulher não tome as medidas de prevenção necessárias. Quando ela segue o tratamento, a possibilidade cai para 0,5%. Durante o pré-natal, toda gestante deve realizar o teste de HIV. Quando o problema é identificado, entre as recomendações estão o uso de drogas antirretrovirais, o parto cesariano e, se a carga viral da mãe não estiver negativada, a suspensão do aleitamento materno, substituído por leite artificial (fórmula infantil) e outros alimentos, conforme a idade da criança. Em uma relação heterossexual, a probabilidade de a mulher contrair HIV é maior que a do homem. Verdade. A mulher é mais vulnerável a contrair o vírus do ponto de vista biológico, já que fica mais tempo em contato com o esperma dentro da vagina. O sêmen ainda pode ser encontrado no colo do útero de 24 a 48 horas após a relação. Entretanto, o coito anal é mais traumático e a transmissão se dá com maior facilidade nas relações sexuais tanto entre homens quanto entre homem e mulher. Quem tem HIV pode manter vida sexual normal com uma pessoa que não possui o vírus. Verdade. Um soropositivo, quando em tratamento médico contínuo, possui a carga viral baixa, diminuindo em 96% a chance de contaminar alguém. Assim, para selar a segurança do parceiro, recomenda-se o uso do preservativo, permitindo ao casal uma vida sexual normal, saudável e segura. O portador de HIV é totalmente apto para o mercado de trabalho. Verdade. Os soropositivos podem viver normalmente, mantendo as mesmas atividades físicas, profissionais e sociais de antes do diagnóstico. O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde informa que eles têm o direito de manter em sigilo sua condição sorológica no ambiente de trabalho, como também em exames admissionais, periódicos ou demissionais. Se o fato de ter HIV for motivo de demissão, o portador pode buscar seus direitos na Justiça por ser vítima de discriminação, desde que apresente provas. Caso a demissão esteja relacionada a outros motivos, como faltas seguidas injustificadas e cargo extinto, não há nenhum meio de proteção, assim como para qualquer trabalhador. 5 0 • Atitude Abril: desinformação tem cura mitos e verdades Tive uma relação sexual sem preservativo (ou ele se rompeu). Agora não há mais o que fazer a não ser torcer para estar tudo bem. Mito. Procure um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e peça pela profilaxia pós-exposição (PEP), que impede a penetração do vírus nas células. “O melhor é buscar o tratamento logo no dia seguinte à relação arriscada ou até 72 horas depois dela”, explica Artur Kalichman, médico sanitarista e coordenador adjunto do Programa de DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. O número do Disque Saúde é 136. A PEP pode ser a pílula do dia seguinte. Mito. A PEP é uma estratégia de redução da infecção pelo HIV: são vários medicamentos, e não somente uma pílula, a serem tomados por 28 dias. Se seguido corretamente, esse tratamento traz a possibilidade de a pessoa não ficar infectada caso tenha se exposto ao HIV. A profilaxia pré-exposição (PreP) pode estigmatizar os homossexuais. Mito. A PreP é indicada para quem está comprovadamente mais exposto à infecção por HIV, como casais discordantes (quando um deles tem HIV, e o outro, não) e heterossexuais com múltiplos parceiros. Todas as pessoas que vivem com o HIV deveriam ser tratadas. Verdade. A ciência reconhece que o tratamento antirretroviral representa uma oportunidade de redução da infecção pelo HIV circulante e, consequentemente, um bem coletivo, uma nova direção para a prevenção. O início mais cedo do tratamento com antirretroviral também melhora muito a qualidade de vida do portador e diminui a mortalidade pelo HIV. Conteúdo baseado em matérias produzidas para o Atitude Abril – Aids (edição 329/março 2014 de BOA FORMA, por Cristina Nabuco, e edição 94/março 2014 de MEN’S HEALTH, por Manuela Biz) e com a participação do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Atitude Abril: desinformação tem cura • 5 1 Assim não pega HIV Assim pega hiv Assim NÃO PEGA HIV Beijo O vírus até consegue chegar à saliva. Mas a carga, ou quantidade, é tão pequena que não ameaça. Por isso, a transmissão pelo encontro entre as bocas torna-se inviável. Assim PEGA HIV Ar Sexo vaginal Diferentemente do vírus da gripe, transmitido por gotículas de saliva em suspensão no ar que entram pela via respiratória, o HIV não sobrevive muito tempo fora do corpo humano. O HIV está no líquido seminal do homem e no fluido lubrificante da vagina. Se a penetração for desprotegida, ele ultrapassa as paredes internas do órgão sexual feminino ou do pênis. Sexo oral A probabilidade é menor, mas existe — sobretudo se há microferidas na boca. O sêmen infectado pode usá-las como brechas para entrar pela mucosa bucal. Mosquito Suor É desprovido de um contingente de vírus para oferecer perigo — e o mesmo vale para as lágrimas. Ainda que as pessoas suem transando, é impossível que o HIV seja transmitido por essa via. Objetos Não há risco em compartilhar talheres, pratos, copos, toalhas e vasos sanitários. Mesmo se o vírus chegar a esses objetos, ele morre rapidinho pela condição hostil. 5 2 • Atitude abril: desinformação tem cura Essa foi uma das maiores preocupações no início dos anos 1980. Imagine a aids transmitida como a dengue! Mas a descoberta veio logo: o vírus não pode viver dentro de insetos. Ufa! Sexo anal A musculatura do ânus não está preparada para a fricção do sexo. Surgem de fissuras imperceptíveis a sangramentos na penetração. Na ausência da camisinha, o HIV passa fácil por esses cortes. Espirro Por não aparecer em quantidade suficiente na saliva — muito menos no muco que se concentra na garganta e nas vias nasais —, não dá pra passar HIV após um atchim. Toque Apertos de mãos, abraços e carinhos também estão mais que liberados. Não tem como se infectar com o HIV por meio da pele. O exercício do tato (e do afeto) só faz bem. Gestação O HIV não atravessa a placenta. A infecção, porém, pode ocorrer no parto, se o bebê tem contato com o sangue materno. É possível fazer um acompanhamento que anula o risco. Ainda bem! Amamentação Médicos proíbem que as mães soropositivas deem de mamar aos bebês porque o leite contém carga viral significativa. E a própria sucção gera rachaduras nos seios que levam ao contágio. Agulha Seu compartilhamento é uma das principais formas de transmissão. Daí que usuários de droga injetável correm maior risco. E por isso são descartáveis em centros médicos e estúdios de tatuagem. Transfusão Caso você precise dos serviços de um banco de sangue, exija do centro o certificado de teste de aids. Apesar de o sistema ser seguro, é bom ter certeza de que o material está livre do HIV. ATITUDE ABRIL: desinformação tem cura • 5 3 expediente Conteúdo editorial: Lúcia Helena de Oliveira Diogo Sponchiato Theo Ruprecht Chloé Pinheiro Direção de arte: Robson Quinafélix Projeto gráfico e ilustração: Eder Redder Diagramação e ilustração: Débora Lopes Serralheiro Revisão: Vivien Hermes Planejamento, execução e anÁlise do Projeto de Pesquisa: Andrea Costa do Nascimento Tony Perrella Fernanda Vicentini Ponderação da pesquisa: Instituto Vis Soluções de Mercado Time de criação Atitude Abril – Aids: Dino Soares Marcelo Sajoratto Rogerio Schumacker Marketing e Atendimento: Tiago Afonso Josy Lopes Luis Fernando Lopes Agradecimentos: Adriana Bertini Alexandre Caldini Neto Ana Cristina Gonçalves Ana Ligia Scachetti Andrea Soares de Paula Valerio Ângela Tavares Rehem de Azevedo Angélica Banhara Cibele Castro Denis Russo Burgierman Dulce Pickersgill Edson Rossi Eurípedes Alcântara Fábio Colletti Barbosa Giuliana Cury Giuliana Tatini Lucia Helena Lygia Rebello Maggi Krause Marcia Piovesan Mauricio Barros Meire Fidelis Monica Kato Patricia Hargreaves Paula Mageste Ricardo Anderáos Ricardo Packness de Almeida Sérgio Xavier Tatiana Schibuola Médico consultor: Prof. Dr. Esper Georges Kallás Oferecimento: Jontex Coordenação Geral Atitude Abril – Aids: João Ricardo de Abrahão Apoio: Ministério da Saúde; Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais; Conselho Empresarial Nacional para a Prevenção ao HIV/Aids – Brasil (Cenaids); e Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) O apoio do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) à iniciativa Atitude Abril tem como objetivo a disseminação de mensagens de prevenção e informações sobre a epidemia de AIDS dentro do Grupo Abril e a seus leitores, assim como combater a discriminação e estigma que as pessoas que vivem com o HIV enfrentam. A Editora Abril tem voz independente nas ações e pesquisas desenvolvidas no âmbito da iniciativa Atitude Abril e o conteúdo divulgado não reflete necessariamente as visões e opiniões do UNAIDS e de seus Copatrocinadores. 5 4 • atitude abril: desinformação tem cura hiv: desinformação tem cura • 5 5 Realização ATITUDE ABRIL - AIDS é um projeto institucional do Grupo Abril que abraça a causa e fala sobre tudo o que envolve o tema: prevenção, sexo, ciência, conscientização, tecnologia, preconceito e muito mais. Oferecimento Apoio ® www.atitudeabril.com.br