73 Unidade VIII - 1a , 2a e 3 a Leis da Termodinâmica fig. VIII.1. Processos termodinâmicos no sol e geleiras. 1. Situando a Temática O estudo das transformações de energia envolvendo calor, trabalho mecânico e outros tipos de energia e como essas transformações podem estar relacionadas com as propriedades da matéria é chamado de termodinâmica. A termodinâmica é a descrição do comportamento de sistemas físicos em termos de parâmetros macroscópicos. Este assunto constitui parte indispensável dos fundamentos da física, química e da biologia e suas aplicações são, por exemplo: nas máquinas de combustão, nos refrigeradores, nos processos bioquímicos, na atmosfera terrestre, nas estrelas, etc. A aplicação da termodinâmica mais importante consiste na conversão de uma forma de energia em outra, especialmente a conversão de calor em outras formas de energia. Essas conversões são governadas pelas leis da termodinâmica. A primeira lei estabelece conservação de energia e a segunda nos diz a respeito de quanto se atinge a eficiência máxima na conversação do calor em trabalho. Quando nós baixamos a temperatura de um sistema, diminuímos os movimentos aleatórios térmicos e assim diminuímos sua desordem, este fato está relacionado com a terceira lei da termodinâmica. 2. Problematizando a Temática Apesar de a termodinâmica descrever o comportamento de sistemas em termos de parâmetros macroscópicos na prática, processos microscópicos são irrelevantes. Por exemplo, num motor de automóvel, o comportamento de combustão dos gases pode ser estudado com quantidades macroscópicas como temperatura, pressão, densidade e quantidade de calor. Nesta unidade estudaremos um sistema termodinâmico, aquele que interage, ou troca energia, com suas vizinhanças ou ambiente de formas diferentes, mediante troca de calor ou por trabalho mecânico. Quando ocorrem variações no estado do sistema termodinâmico, chamamos de processo termodinâmico. Um exemplo de sistema termodinâmico é quando temos 74 uma vasilha com água submetida ao calor de uma chama de um fogão de cozinha. Ocorre transferência de calor por condução da chama para a vasilha. À medida que a água é aquecida e chega ao seu ponto de ebulição, empurra a tampa da vasilha e esta sofre um deslocamento. O estado da água mudou de líquido para gasoso. Muda o estado do sistema quando mudamos o volume, temperatura e pressão da água. Não podemos construir uma máquina que possa converter completamente uma quantidade de calor em energia mecânica. A explicação disso está nos sentidos dos processos termodinâmicos dados pela segunda lei da termodinâmica que veremos nesta unidade, também estudaremos a situação em que um sistema recebe calor enquanto realiza trabalho dando uma variação da energia interna, que tem a ver com a primeira lei da termodinâmica. 3. A Primeira Lei da Termodinâmica Um sistema termodinâmico pode trocar energia sob forma de calor e de trabalho com suas vizinhanças. Quando o calor é fornecido para o sistema, Q > 0; quando o calor é transferido para fora do sistema, Q < 0. Quando o trabalho é realizado pelo sistema, W > 0; quando o trabalho sobre o sistema, W < 0. Pode haver uma troca simultânea sob forma de calor e de trabalho, por exemplo, o calor é fornecido para o sistema e o trabalho é realizado pelo sistema, ou então, o calor é transferido para fora do sistema e o trabalho é realizado sobre o sistema. Quando um sistema à pressão p se expande de um volume V 1 para um volume V 2 este realiza um trabalho V2 W pdV eq. VIII. 1 V1 Considere um gás à pressão p em um cilindro conectado a um pistão. Se o gás empurra o pistão o move de uma pequena distância dx, o gás realiza um trabalho dW = Fdx. Como F = PA, teremos, dW = PAdx. Nesse processo, o volume do gás cresce por dV = Adx, então, dW pdV eq. VIII. 2 O trabalho total realizado em um processo é igual à área embaixo da curva que representa o processo no diagrama p-V, como na eq. VIII. 1. Existem infinitos caminhos pelos quais um sistema pode ir de um estado a outro. Alguns caminhos ou processos são do tipo isotérmico (temperatura constante), isobárico (pressão constante), isocórico (volume constante) e adiabático (nenhum calor flui para fora). Em qualquer processo termodinâmico, o calor fornecido para o sistema e o trabalho realizado pelo sistema, além de dependerem do estado inicial e do estado final, dependem também do caminho, ou o conjunto de estados intermediários através dos 75 quais o sistema evolui. Quando o trabalho realizado por um sistema, ou sobre um sistema depende do caminho de um estado a outro, não faz sentido falar de trabalho em um sistema. Da mesma forma, o calor adicionado ao sistema quando ele vai de um estado a outro depende do caminho seguido, assim não faz sentido falar de calor em um sistema. Entretanto, um sistema tem uma energia interna. Para um gás ideal vimos que a energia interna depende unicamente da temperatura e da quantidade de gás. Para um gás monoatômico E 3nRT / 2. Mudanças na energia interna dependem somente dos estados inicial e final do sistema e assim independe do caminho. A energia interna de um sistema isolado permanece constante. Ao adicionarmos calor ao sistema, a energia interna do sistema pode aumentar ou o sistema pode realizar trabalho em sua vizinhança. Ou então ambos podem ocorrer. Quando aplicamos a conservação de energia obtemos a equação dQ dE dW eq. VIII. 3 Essa equação representa a conservação de energia – a primeira lei da termodinâmica. Se o calor é adicionado ao sistema, dQ > 0; se removido, dQ < 0. Se a energia interna cresce, dE > 0 e se a energia interna decresce dE < 0. Quando o sistema realiza trabalho sobre sua vizinhança, dW > 0. Quando é realizado sobre o sistema, dW < 0. Lembramos que num processo adiabático o calor não flui nem para dentro nem para fora do sistema, Q = 0. Se o processo é isocórico, W = 0. Se o processo é isobárico, W = p(V 2 V 1 ). Em basicamente todas as máquinas térmicas encontramos processos que são caminhos fechados em um diagrama p-V. Suponha, por exemplo, um sistema que vai de um ponto (p 1 ,V 1 ) a um ponto (p 2 ,V 2 ) ao longo de um caminho I como mostra a fig. VIII. 2. Para completarmos o ciclo retornamos pelo caminho II. O fig. VIII.2. Um processo cíclico no diagrama p-V. trabalho realizado ao longo do caminho I é positivo e igual à área abaixo da curva I. O trabalho realizado ao longo do caminho II é negativo e igual a área abaixo da curva II. Então o trabalho resultante realizado por cada ciclo completo é a área pintada da fig. VIII. 2. 4. Segunda Lei da Termodinâmica Podemos enunciar a segunda lei da termodinâmica de várias formas equivalentes, que veremos ao longo desta secção. Ela descreve o sentido da realização de um processo termodinâmico natural, mas essencialmente ela 76 diz respeito sobre a eficiência máxima disponível na conversão de calor em trabalho. A segunda lei da termodinâmica, do ponto de vista histórico, nos diz que: (a) Segundo Kelvin-Planck: É impossível construir uma máquina cíclica que converte completamente energia térmica de um corpo mais frio para um corpo mais quente sem qualquer efeito sobre seu ambiente. (b) Segundo Clausius: É impossível construir uma máquina cujo único efeito é transformar energia térmica de um corpo mais frio para um corpo mais quente sem qualquer efeito sobre seu ambiente. Um aparato que transforma parcialmente calor em trabalho é uma máquina de calor. Uma máquina utiliza uma substância de trabalho, por exemplo, a mistura de gasolina e ar num motor de automóvel. A maioria das máquinas usa um processo cíclico no qual a substância de trabalho retorna ao mesmo estado em intervalos periódicos. O funcionamento de uma máquina pode ser visto na fig. VIII. 3. Uma quantidade de calor Q é removida do reservatório quente. Uma parte desse calor vai para o reservatório frio e a outra parte é transformada em trabalho para vizinhança. Então Q quente = Q frio + W. A eficiência de uma máquina de calor é definida como: e W Qquente fig. VIII.3. Esquema de funcionamento de uma máquina térmica. eq. VIII. 4 Este último representa a fração de Qquente que é convertida em trabalho. 5. A Máquina de Carnot De acordo com a segunda lei da termodinâmica, nenhuma máquina de calor pode ter uma eficiência de 100 %. Por exemplo, perdemos calor por atrito. A máquina de calor mais eficiente possível é uma máquina idealizada chamada máquina de Carnot. O material que é trabalhado é submetido a um processo reversível, o que em máquinas reais isto não é possível. O ciclo de Carnot utilizandose um gás ideal é visto na fig. VIII. 4. fig. VIII.4. O ciclo de Carnot. 77 As curvas AB e DC são isotérmicas e as curvas CA e BD são adiabáticas. Se as temperaturas indicadas na fig. VIII. 4 são aquelas dos reservatórios frio e quente, pode-se mostrar que a eficiência da máquina de Carnot é e 1 T frio Tquente eq. VIII. 5 O ciclo de Carnot é constituído de duas isotérmicas reversíveis e dois processos adiabáticos. Para melhor entendimento, em um ciclo de Carnot podemos usar como substância de trabalho um gás ideal dentro de um reservatório com um embolo móvel, consistindo das seguintes etapas: O gás se expande isotermicamente a Tquente absorvendo calor Qquente . O gás se expande adiabaticamente até que a temperatura abaixa para T frio . Daí ele é comprimido isotermicamente na temperatura T frio botando para fora Q frio . Finalmente completando o ciclo o gás é comprimido adiabaticamente retornando ao seu estado inicial na temperatura Tquente . Observe que as temperaturas usadas nesta secção devem ser em Kelvin e que estes resultados valem para outras substâncias de trabalho. Agora podemos enunciar a segunda lei da termodinâmica do ponto de vista da máquina de Carnot, adaptando as versões de Kelvin-Planck (a) e Clausius (b) vista nesta unidade. A saber: (a) Uma máquina de Carnot transforma calor em trabalho sem qualquer efeito sobre seu ambiente. (b) Uma máquina de Carnot transforma calor de um reservatório frio para um reservatório quente sem qualquer efeito sobre seu ambiente. 6. Entropia Os processos termodinâmicos que acontecem na natureza são todos irreversíveis, são aqueles que apenas ocorrem em um sentido. Por exemplo, o fluxo de calor que ocorre de uma panela quente para sua mão ocorre de forma irreversível, isto é num só sentido, da panela para sua mão. A segunda lei da termodinâmica nos diz qual o sentido que seguem estes processos termodinâmicos. Por simplicidade, muitas vezes supomos os processos reversíveis, o que temos na verdade é uma situação ideal e que acontece tão próximo quanto quisermos ao estado de equilíbrio termodinâmico ou mecânico. De fato, não teremos fluxo de calor nem realização de trabalho na vizinhança do sistema, pois no equilíbrio não ocorre nenhuma mudança no estado do sistema. Num processo reversível o fluxo de calor entre dois corpos que possuem uma diferença de temperatura infinitesimal pode ser invertido fazendo-se somente uma pequena variação em uma temperatura ou na outra. O fluxo de calor faz a desordem de um sistema aumentar porque ocorre um aumento de velocidade média de cada molécula e assim o estado aleatório ou grau de desordem aumenta. 78 A entropia nos fornece uma forma de quantificar esta desordem. Uma temperatura elevada corresponde a um movimento muito aleatório. A medida que aumentamos a temperatura com o fornecimento de calor há um aumento no movimento das moléculas e em seu estado aleatório. Porém quando a substância já está quente, a mesma quantidade de calor fornecido produz um aumento menor ao movimento das moléculas, que já está elevado. Portanto, o quociente Q/T caracteriza de modo adequado o crescimento da desordem quando o calor flui para o interior do sistema. A equivalência entre um ciclo reversível arbitrário e uma coleção de ciclos de Carnot nos leva, para um processo reversível, ao teorema de Clausius: A integral de dQ/T em torno de qualquer ciclo é zero, dQ 0 T eq. VIII. 6 A mudança de calor nessa equação é positiva se o calor flui dentro do sistema e negativa se flui fora. A prova desse teorema é simples e se baseia no fato que um ciclo qualquer pode ser considerado como pequenos ciclos de Carnot. Da máquina de Carnot temos que, Qquente Q frio Tquente T frio Qquente ou Tquente Q frio T frio 0. Com o resultado do teorema podemos fazer analogia com o estudo da mecânica de Newton, onde, para forças conservativas podemos definir uma nova quantidade, chamada de energia potencial, assim definirmos uma nova variável de estado para um processo reversível: a entropia S, dS dQ T e S ( A) A A0 dQ S ( A0 ) T eq. VIII. 7 As unidades de entropia são, cal/K e J/K. Para um gás ideal em expansão, pode ser mostrado que a mudança de entropia de um ponto 1 a 2 é S 2 S1 nC v ln( T2 V ) nR ln( 2 ) T1 V1 eq. VIII. 8 O fluxo de calor em um reservatório quente para um reservatório frio pode nos levar a um aumento de entropia. Isto sugere que expressemos a segunda lei da termodinâmica em termos de mudança de entropia. Para conseguirmos isto vamos generalizar o teorema de Clausius, eq. VIII. 6 – A integral de dQ/T para qualquer processo irreversível é menor ou igual a zero. dQ 0 T eq. VIII. 9 Suponha que um sistema em um estado A sofre um processo irreversível e o 79 traz até o estado B. Imaginemos algum processo que nos leva de volta até o estado A. Como podemos ver na fig. VIII. 5. Para o ciclo completo temos que, dQ 0 , ou T A dQ dQ 0 , porém, por definição de entropia, eq. B T T A dQ VIII. 7, = S(A) – S(B), logo obtemos a entropia para B T B A um processo irreversível: fig. VIII.5. Um processo irreversível em I e um reversível em II. S ( B ) S ( A) B A dQ T eq. VIII. 10 No caso particular de um sistema isolado que não há fluxo de calor entre o sistema e a vizinhança, dQ = 0, assim a eq. VIII. 10 se torna, S ( B ) S ( A) 0 eq. VIII. 11 Podemos ver através da eq. VIII. 11 que a entropia de um sistema isolado nunca decresce – ela cresce ou fica constante. Microscopicamente, o aumento da entropia de um sistema significa o aumento da desordem do sistema. Assim a segunda lei da termodinâmica pode ser reformulada em termos de entropia: Processos em um sistema isolado sempre tendem a aumentar a desordem desse sistema. No caso especial de um processo reversível os aumentos e diminuições de entropia são iguais. Portanto podemos afirmar que quando todas as variações de entropia que ocorrem em um processo são adicionadas, a entropia ou aumenta ou permanece constante. 7. Terceira Lei da Termodinâmica Esta lei foi formulada por Nernst e afirma que: independentemente de todas as variáveis macroscópicas que descrevem o sistema, a entropia de um sistema no zero absoluto de temperatura é uma constante universal igual a zero. Isto pode ser explicado assim: Quando baixamos a temperatura de um sistema sua desordem diminui, pois decresce o movimento térmico aleatório das moléculas do sistema. Do ponto de vista clássico, no zero absoluto, isto 0 é, -273,15 C = 0 K, o ponto zero da escala de temperatura Kelvin, os movimentos térmicos param completamente e o sistema tende a ficar no estado mínimo de desordem, isto é, o estado mínimo de entropia. Acredita-se que não podemos chegar experimentalmente ao zero absoluto, embora temperaturas da ordem de 10 7 K tenham já sido atingidas. Dessa forma podemos enunciar a terceira lei da termodinâmica de seguinte forma: é impossível se atingir o zero absoluto com um número finito de processos termodinâmicos. 80 Exercícios Resolvidos Exemplo VIII. 1 Nos processos: adiabático, isocórico, isobárico e isotérmico, calcule as quantidades W (trabalho), E (energia interna) e Q (quantidade de calor). Solução: Num processo adiabático não ocorre transferência de calor nem para dentro nem para fora do sistema. Loto Q 0 , assim pela primeira lei da termodinâmica E W . Se o sistema realiza trabalho sobre as vizinhanças W é positivo e E diminui. Se as vizinhanças realizam trabalho sobre o sistema W é negativo e assim E aumenta. No processo isocórico temos um volume constante para um sistema termodinâmico. Este não realiza trabalho sobre as vizinhanças do sistema. Logo W = 0, logo, E Q . Neste processo toda a energia adicionada em forma de calor permanece dentro do sistema, contribuindo para o aumento da energia interna. Para um processo isobárico a pressão permanece constante para o sistema. Em geral, nenhuma das quantidades W, E e Q é igual à zero. Entretanto, V2 W pdV p (V2 V1 ) . V1 Em um processo isotérmico a temperatura permanece constante. Neste caso a trasferência de calor para o sistema deve ser dada de forma bem lenta para que o equilíbrio térmico se estabeleça. Novamente, em geral, nenhuma das quantidades W, E e Q é igual a zero. Especialmente, para um gás ideal, E 0 , assim, Q W . Quando um gás com densidade pequena sofre uma expansão livre, sua temperatura permanece constante, este gás é um gás ideal. Portanto, podemos concluir que a energia interna de um gás ideal depende apenas da sua temperatura e não do volume e da pressão. Exemplo VIII. 2 Um gás se expande a uma pressão constante de 3 atm de um volume de 2 L para 5 L. Qual o trabalho que foi realizado? Solução: V2 W pdV p (V2 V1 ) 912 J V1 Exemplo VIII. 3 Um mol de um gás ideal inicialmente a p1 , V 1 , T 1 está submetido a um ciclo como mostra a fig. VIII. 6. Calcule o trabalho total realizado pelo gás e o calor total adicionado durante o ciclo. Solução: W AB 0, WCD 0 , WBC 2 p1 (3V1 V1 ) 4 p1V1 , WDA p1 (V1 3V1 ) 2 p1V1 W W AB W BC WCD W DA 2 p1V1 , que é o trabalho total. 81 fig. VIII.6. Ciclo ABCDA. Veja que: Q E W E pV , como o gás volta ao seu estado original a mudança de energia interna é zero, E 0 . Portanto, Q 2 p1V1 . Exemplo VIII. 4 Dois mols de um gás ideal a 600 K são comprimidos até triplicar a pressão. Qual o trabalho feito pelo gás? Solução: V p nRTdV 1 nRT ln 2 nRT ln 2 2 8,31 600 ln V1 V1 V V1 p1 3 1 4 = 2 8,31 600 ln 1,1 10 J 3 V2 V2 W pdV Exemplo VIII. 5 O motor de uma carreta consome 10 kJ de calor e realiza um trabalho mecânico em cada ciclo de 2 kJ. O calor é obtido pela queima de combustível com calor de combustão L = 50 kJ/g. Qual é a eficiência térmica deste motor? Qual é a quantidade de calor que deixa a máquina em cada ciclo? Qual a quantidade de combustível que é queimada em cada ciclo? Solução: e W 2000 0,20 , a quantidade de calor que é deixada pela máquina Qquente 10000 é 8000 J, isto é, W Q quente Q frio Q frio 8000 J . A quantidade de combustível queimada é Qquente mL m 0, 20 g . Exemplo VIII. 6 0 0 Uma casa de força de uma usina opera entre 490 C e 38 C. Qual é a eficiência máxima possível sob estas condições? Solução: e max 1 T frio = 0,59. Lembre que as temperaturas são em Kelvin. Tcalor Exemplo VIII. 7 0 A máquina de uma caldeira produz vapor a uma temperatura de 500 C. A máquina 0 joga o vapor na atmosfera a qual possui uma temperatura de 20 C. Teoricamente, qual a eficiência desta máquina? Solução: e max 1 T frio = 0,62. Assim, somente 62% do calor pode ser convertido em Tcalor trabalho. Exemplo VIII. 8 Três mols de um gás ideal é expandido vagarosamente, (processo reversível), de 3 0,02 para 0,06 m . Qual é a variação na entropia do gás? Solução: S V2 p V dQ dV nR ln 2 27,4 J / K V 1 T T V1 82 Exemplo VIII. 9 Uma máquina ideal do tipo de Carnot opera entre um reservatório quente a 360 K e um frio a 270 K. Ela absorve 600 J de calor por ciclo no reservatório quente. Qual o trabalho realizado pela máquina em cada ciclo? Se a mesma máquina opera num sentido inverso como um refrigerador, qual o coeficiente de performace do refrigerador de Carnot, K Carnot ? o trabalho realizado para cada ciclo de forma que remova 1200 J de calor do reservatório frio a cada ciclo? Solução: 270 W e 1 0,25 , por outro lado, 0,25 W 150J 360 Qquente Para o refrigerador de Carnot: O coeficiente de performace do refrigerador de Carnot K Carnot é T frio /(T quente - T frio ) = 270 K /(360 K – 270 K) = 3. Para um refrigerador, sem ser necessariamente de Carnot, K performance Q frio . W Exercícios Propostos Exercício VIII. 1 Um gás ideal sofre uma expansão isotérmica de (p 1 ,V 1 ) a (p 2 ,V 2 ), a uma temperatura T fixa, enquanto o volume desse gás passa de V 1 para V 2 . Qual o trabalho realizado pelo gás? Resposta: W nRT ln V2 V1 Exercício VIII. 2 Você quer tomar um soverte que contém 900 calorias e depois gostaria gastar essa energia subindo uma escada. Até que altura você deverá atingir? Considere que sua massa é de 60 kg e que imaginamos uma eficiência igual de 100%, na conversão da energia vinda do sorvete em trabalho mecânico, o que na realidade não é verdade. Resposta: 6,41 m Exercício VIII. 3 A fig. VIII. 8 mostra um diagrama p-V de um processo cíclico iniciando em um ponto A e percorrendo um caminho no sentido anti-horário. O trabalho realizado é W = - 400 J. Porque o trabalho realizado é negativo? Calcule a variação de energia interna e o calor trocado durante o processo. Resposta: E 0 e Q = -500 J. fig. VIII.7. Um processo cíclico no diagrama p-V. 83 Exercício VIII. 4 Na fig. VIII.8 temos um diagrama p-V indicando vários processos . No processo AB, 150 J de calor são fornecidos ao sistema e no processo BD 600 J de calor são fornecidos ao sistema. Encontre a variação da energia interna o processo AB, a variação da energia interna no processo ABD e a variação da energia interna no processo ACD. 2 10 Considere 3 3 4 8 10 Pa, p1= m , V 2 = 5 10 3 p2 = 4 3 10 Pa, V1= 3 m . Resposta: E AB =150 J; E ABD = 510 J; E ACD = 510 J. fig. VIII.8. Diagrama p-V mostra processos termodinâmicos. Exercício VIII. 5 3 3 Uma grama de água (1cm ) se transforma em 1671 cm quando ocorre o processo de ebulição a uma pressão constante de 1 atm. O calor de vaporização para esta 6 pressão e de L V =2,256 10 J/kg. Calcule o trabalho realizado pela água quando ela se transforma em vapor e o aumento da sua energia interna. Resposta: 169 J; 2087 J. Exercício VIII. 6 Um mol de gás ideal em um cilindro ajustado a um pistão é feito para expandir suavemente, isto é, para que tenhamos um processo reversível, de um volume inicial 3 de 10 cm 3 = V para um volume 2V. O cilindro está em contato com um reservatório quente e no processo de expansão a temperatura do gás se mantém constante. Qual a variação de entropia do gás? Resposta: 1,38 cal/K. Exercício VIII. 7 Um mol de um gás ideal está inicialmente contido em uma garrafa isolada de 3 3 volume V = 10 cm . Um tubo conectado à garrafa esvazia-a para uma outra de mesmo volume. Se primeira garrafa é esvaziada bruscamente, isto é, o processo é irreversível, qual é a variação de entropia do gás? Resposta: 1,38 cal/K. Exercício VIII. 8 Um reservatório de calor a uma temperatura de 400 K é brevemente colocado em contato térmico com um reservatório a uma temperatura de 300 K. Se 1 cal de calor flui do reservatório mais quente para o mais frio, qual a variação de entropia do sistema (ambos os reservatórios)? Resposta: 8,3 10 4 cal/K 84 Exercício VIII. 9 Uma pedra de massa 80 kg desce uma montanha de altura 100 m e para em baixo. Qual é o aumento de entropia da (pedra + ambiente)? Suponha que a temperatura do 0 ambiente, colina mais ar, é de - 3 C. Resposta: 69 cal/K. Exercício VIII. 10 0 Qual a variação de entropia de 1 kg de água quando ela é aquecida de 0 C para 0 100 C ? Resposta: 1,3 10 3 cal/K. Exercício VIII. 11 O calor latente de fusão de uma substância é L F e sua temperatura é de T. Qual a variação de entropia da massa m quando a substância derrete? Resposta: S mLF T Observação: Estas notas de aula foram baseadas na bibliografia abaixo, algumas figuras e exercícios foram adaptados dessa bibliografia. Também algumas figuras vieram da internet. Bibliografia: HALLIDAY, David, RESNICK, Robert, WALKER, Jearl, Fundamentos de Física, V.2, Ed. LTC. OHANIAN, Hans C. . Physics, New York, London. YOUNG, Hugh D., FREEDMAN Roger A., SEARS E ZEMANSKY – Física II, Addison-Wesley. TIPLER, Paul e MOSCA, Gene. Physics for scientists and engineers, United States Naval Academy, Oakland University. BROWNE, Michael. Physics for Engineering and Science, McGraw-Hill, USA. 85