Spread bancário e volatilidade cambial: um estudo em economias emergentes Leonardo S. Alencar Departamento de Estudos e Pesquisas Banco Central do Brasil Daniel B. Leite Banco do Brasil III Seminário Anual sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária do Banco Central do Brasil São Paulo, 27 de maio de 2008 1 Sumário Objetivos Motivação Estimação Resultados Palavras finais 2 Objetivos Principal: O papel da volatilidade cambial na margem líquida bancária: NOVIDADE 3 Objetivos Secundário: O impacto de outras variáveis nesse spread Ambiente Legal Volatilidades da taxa de juros e da inflação Tx. de juros, inflação, tx. de crescimento do PIB e tx. câmbio Concentração bancária 4 Motivação Internacionalização crescente da economia, e do setor bancário. 5 Motivação Posição externa total dos bancos com sede no Brasil e empréstimos e depósitos feitos por esses para o exterior 60 bilhões de dólares 50 40 30 20 10 0 dez/04 dez/05 Empréstimos e Depósitos dez/06 mar/07 Posição Externa 6 Motivação Literatura relacionada à volatilidade cambial Extensa para outros setores da economia, especialmente comércio, mas pequena para o setor bancário. 7 Motivação Extensa literatura relacionada a spread Angbazo (1997): volatilidade de juros, risco de inadimplência e risco de iliquidez. Saunders e Schumacher (2000): custos operacionais, depósitos compulsórios, razão de capital sobre ativo, restrição de expansão geográfica e de universalidade de serviços. Demirgüç-Kunt et al. (2004): instituições que protejam a propriedade privada e competição, e taxa de inflação. 8 Motivação Extensa literatura relacionada a spread Valverde e Fernández (2007): especialização dos bancos e proporção de caixas eletrônicos. Outros: taxa básica de juros, boas centrais de informação, boas práticas contábeis, impostos de intermediação financeira, empréstimos com direcionamento obrigatório a taxas subsidiadas, ganhos de escala e de escopo. 9 Estimação Painel 17 países emergentes Argentina, Brasil, Chile, China, Colômbia, Croácia, República Tcheca, Hungria, Índia, Israel, Coréia, México, Rússia, África do Sul, Taiwan, Tailândia e Turquia. Dados anuais de 1999 a 2005. 10 Estimação System GMM (Blundell e Bond, 1998) Séries com alta correlação GMM tradicional em diferenças Instrumentos fracos ->Viés de amostra finita Testes Estatística C: Exogeneidade dos instrumentos Correlação serial de 2ª ordem de AB(1991) Sobre-identificação de Hansen 11 Estimação Modelo empírico: MLit = α + β1MLit −1 + β 2Volit + β 3 Leiit + β 4 Macroit + ε it ε it = τ i + υit 12 Resultados controlando pelo risco e pelos ambientes institucional e macroeconômico Constante MLt-1 VolCambt VolJurt VolInft Leit (1) 0,0124* (0,0063) 0,4758*** (0,1374) 0,2110*** (0,0409) -0,0093** (0,0033) -0,0019 (0,0022) -0,0128** (0,0045) (2) 0,0145* (0,0076) 0,6543*** (0,0937) 0,2026*** (0,0281) 0,0025** (0,0010) -0,0065** (0,0026) -0,0247* (0,0118) Concentraçãot (3) 0,0177* (0,0091) 0,4875*** (0,1294) 0,2164*** (0,0384) -0,0096*** (0,0032) -0,0020 (0,0020) -0,0114** (0,0042) -0,0121 (0,0146) Inft CrescPIBt Jurt Cambt AR(2) J de Hansen Observações Instrumentos z = 0,30 7,02 (26) 85 32 z = -0,52 12,22 (41) 102 47 z = 0,31 8,37 (32) 85 39 (4) 0,0190 (0,0048) 0,5503*** (0,1462) 0,1448*** (0,0378) -0,0060* (0,0033) -0,0007 (0,0021) -0,0122*** (0,0033) -0,0877 (0,0651) -0,1413*** (0,0430) 0,0692* (0,0374) -1,35×10-6 (1,98×10-6) (5) 0,0302*** (0,0058) 0,5824*** (0,1315) 0,1432*** (0,0329) -0,0062** (0,0027) -0,0007 (0,0020) -0,0105*** (0,0029) -0,0205*** (0,0059) -0,0969 (0,0639) -0,1611*** (0,0324) 0,0676** (0,0307) -2,40×10-6 (1,76×10-6) z = 0,13 7,87 (50) 85 60 z = 0,12 6,21 (56) 85 67 13 Spread bancário vs. ambiente legal, país a país, em 2005 .12 Brasil .1 Spread .06 .08 Turquia México África do Sul Rússia Colômbia Hungria Argentina Chile .04 Croácia Índia Tailândia .02 China -1 -.5 0 AmbienteLegal Coréia do Sul Israel Taiwan República Tcheca .5 1 14 Resultados Em média, no período de estudo: O Brasil teria um spread bancário 11,4% menor, se estivesse sujeito à mesma volatilidade cambial que o México. O spread bancário seria reduzido em torno de 14%, se tivéssemos o mesmo ambiente legal que o Chile. 15 Resultados O impacto da taxa de juros de política monetária sobre o spread bancário é ao menos 40% maior quando controlamos pelo ambiente legal. 16 Resultados Maiores taxas de crescimento estão associadas a menores spreads. A concentração bancária aparenta não estar diretamente relacionada com o grau de competição entre os bancos. 17 Palavras finais Um melhor ambiente legal reduz o custo da intermediação financeira. Melhor cumprimento dos contratos, diminuição da violência, etc. A internacionalização crescente dos bancos deve aumentar o impacto da volatilidade cambial sobre o spread. 18 Obrigado 19