Horizontes Antropológicos 40 - Megaeventos Chamada de artigos

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Horizontes Antropológicos 40 - Megaeventos
Chamada de artigos
Organizadores do número: Arlei Sander Damo e Ruben George Oliven
Data-limite para apresentação de artigos: 31 de dezembro de 2012
Lançamento: outubro de 2013
Megaeventos são eventos de grandes proporções, mas não é apenas
por conta disso que despertam o interesse antropológico. Eles são
diversificados e multifacetados. Alguns são planejados, como a Copa do
Mundo de Futebol e o Fórum Social Mundial, outros são extraordinários, não
programados e, em certos casos, indesejados, como as catástrofes climáticas
– pensemos no caso dos tsumanis ocorridos na Indonésia e no Japão. Existem
aqueles de longa tradição, com espaço consagrado no calendário, como é o
caso da peregrinação à Meca, enquanto outros são surpreendentes e únicos,
como foi o festival de Woodstock em 1969. Há os que possuem um epicentro
bem delimitado, enquanto outros se dispersam geograficamente, como são os
casos da ameaça da gripe suína e aviária. Episódios envolvendo a
convalescença ou a morte de ídolos e heróis se destacam pela repercussão
midiática,
mobilizando
pessoas
desconectadas
no
espaço,
embora
identificadas pela reverência ou idolatria – pensemos, por exemplo, na morte
de Michel Jackson. A “primavera árabe”, que culminou com a derrocada de
vários ditadores é um exemplo lapidar de megaevento, havendo infinitas
possibilidades de abordá-la.
Muitas pessoas são implicadas involuntariamente pelos megaeventos,
como é típico nas catástrofes naturais, nas crises econômicas, nas epidemias e
nas guerras. Neste caso, os significados possuem aspectos particulares,
notadamente
dramáticos,
e
as
questões
primordiais,
dirigidas
pelos
antropólogos, são voltadas para as estratégias de superação dos traumas –
como se assimila culturalmente o infortúnio, de quem se espera solidariedade,
etc. Já no caso de eventos planejados, como é recorrente no campo esportivo,
religioso, artístico e político, a questão do engajamento é fulcral para a
antropologia. Como é possível despertar o interesse e aglutinar milhares e até
de milhões de pessoas?
Eventos de grandes proporções constituem um desafio para a
antropologia e, sobretudo, para a etnografia. Nossa disciplina construiu sua
autoridade trabalhando, basicamente, com grupos de escala reduzida e bem
situados geograficamente, com os quais era possível interagir, participar de
rituais e da vida cotidiana, identificar as hierarquias, os conflitos e demais
especificidades. Diante de um estádio de futebol, de uma catástrofe natural ou
de uma eleição nacional a hesitação é compreensível.
Um dos trunfos da antropologia, em especial da etnografia, advém do
fato de que ela tem conseguido se renovar, adequando métodos e teorias aos
desafios do tempo presente. Por extensão, a possibilidade de dizer algo sobre
os megaeventos não está fora do nosso alcance. Este número da Revista
Horizontes Antropológicos está aberto às diferentes possibilidades de tratar dos
megaeventos,
o
que
inclui
tanto
metodológica, etnográficas ou híbridas.
contribuições
de
natureza
teórica,
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