Coração do homem sem Deus, “verdadeiro deserto”, segundo Papa

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Coração do homem sem Deus, “verdadeiro deserto”, segundo Papa
Seg, 07 de Setembro de 2009 00:00
O Papa Bento XVI afirmou hoje que "o deserto mais profundo é o coração humano, quando
perde a capacidade de escutar, de falar, de comunicar-se com Deus e com os demais".
"Nós nos convertemos em cegos porque somos incapazes de ver a realidade; os ouvidos se
fecham para não escutar o grito de quem implora ajuda; o coração se endurece na indiferença
e no egoísmo", um egoísmo que Jesus "quer vencer".
O Papa explicou a passagem evangélica da missa de hoje, a cura do surdo-mudo narrada por
São Marcos, explicando que Jesus "deseja vencer no homem a solidão e a incomunicabilidade
criadas pelo egoísmo, para dar rosto a uma nova humanidade, a humanidade da escuta e da
palavra, do diálogo, da comunicação, da comunhão com Deus".
Esta nova humanidade é "uma humanidade sem discriminações, sem exclusões, para que o
mundo seja verdadeiramente para todos um campo de genuína fraternidade na abertura ao
amor pelo Pai comum que nos criou e nos tornou filhos e filhas seus".
A Cidade dos Papas
O Papa começou sua visita nas primeiras horas da manhã em Viterno, "Cidade dos Papas", à
qual se transladou de helicóptero desde sua residência de verão de Castel Gandolfo.
Acompanharam o Papa o bispo de Viterbo, Dom Lorenzo Chiarinelli, e Gianni Letta,
subsecretário do primeiro-ministro, Berlusconi.
O Papa começou seu percorrido pela praça de São Lourenço, onde abençoou as novas portas
de bronze da catedral, feitas pelo escultor italiano Roberto Ioppolo. Depois visitou o Palácio dos
Papas, em particular a sala dos conclaves, onde, em 1271, foi eleito Gregório X.
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Em sua homilia, durante a Missa posterior, o Papa quis recordar a importância de Viterbo na
história da Igreja como sede pontifícia durante o século XIII. Em 1986, João Paulo II reordenou
a circunscrição, acrescentando a Viterbo a abadia de São Martinho ao Monde Cimino e as
dioceses de Acquapendente, Bagnoregio, Montefiascone e Tuscania.
Esta cidade foi berço de numerosos santos, aos quais o Papa aludiu durante toda a homilia.
Ele se referiu especialmente à copadroeira da diocese, Santa Rosa (séc. XIII), cujo corpo
incorrupto é venerado no Mosteiro de Santa Maria das Rosas.
Também mencionou, entre outros, São Boaventura, Santa Jacinta Marescotti, Santa Rosa
Venerini - "verdadeira precursora das escolas femininas na Itália, precisamente no Século das
Luzes" -, Santa Lucia Filippini e São Crispim.
Ele quis ressaltar as figuras do beato Domenico Barberi (1792-1849), passionista, "que em
1845 acolheu na Igreja Católica John Henry Newman", e do jovem Mario Fani, "que acendeu,
junto a Giovanni Acquaderni, da Bolonha, essa primeira luz que se converteria depois na
experiência histórica do laicado na Itália: a Ação Católica".
"Que eles vos custodiem sempre unidos e alimentem em cada um o desejo de proclamar, com
palavras e obras, a presença e o amor de Cristo", concluiu o Papa.
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