Prot. N. 0065/2013 À Congregação dos Sacerdotes do Coração de

SUPERIOR GERAL
CONGREGAÇÃO DOS SACERDOTES
DO CORAÇÃO DE JESUS
Dehonianos
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Prot. N. 0065/2013
À Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus
À Família Dehoniana
Irmãos e Irmãs,
Durante a visita aos confrades da América Latina, com o P. Cláudio Weber, chegou-me
a alegre notícia da eleição do cardeal Jorge Mário Bergoglio para bispo de Roma e Papa
Francisco. Consciente do papel crescente deste continente no contexto da Congregação e da
Igreja, não escondo a alegria e a esperança desta notícia. Aqui em Jujuy, no norte da
Argentina, aos pés da grande "Cordillera", onde exerceu o seu ministério episcopal o nosso
confrade Marcello Palentini e onde se encontra uma comunidade dehoniana, experimento bem
vivos os sentimentos desta Igreja pelo início do ministério do papa Francisco, o primeiro papa
deste imenso continente.
Partilhando convosco esta alegria eclesial, peço-vos que vivais com verdadeiro sentido
de fé e de esperança ativa este tempo de graça que Deus oferece à sua Igreja. Desde os
primeiros passos deste Papa, que hoje inicia o serviço de presidir à caridade dos santos,
aprendemos atitudes de sincera comunhão no seio da grande família de Deus.
Em primeiro lugar, acompanhamos na oração o serviço ministerial do papa Francesco
como ele pediu a toda a Igreja, inclinando-se para implorar a bênção de Deus por meio da
oração do povo reunido na Praça de S. Pedro, antes de lhe dar a sua bênção em nome da
Santíssima Trindade. Esta oração é o fundamento da comunhão com o Papa, que vemos tão
forte no Padre Dehon.
Aprendemos, pois, um sentido de serviço simples e cordial ao povo de Deus. Se o maior
é aquele que serve, deixemos fora do coração as atitudes de superioridade e de arrogância, que
frequentemente acompanham o modo de exercer a autoridade na Igreja. A pobreza e a
simplicidade para as quais o Papa convida a Igreja são o caminho certo para a autenticidade e
para a renovação.
Sentir e viver a bem-aventurança dos que são pobres em seu coração é o passo para ser
sensíveis aos pobres que enchem este continente e o mundo. O Papa pede a atenção da Igreja
para eles. Neste apelo encontramos uma das dimensões fundamentais da nossa vocação. Ele
impele-nos a renovar o compromisso de uma vida simples, da partilha transparente dos bens
nas nossas comunidades e uma empenhada sensibilidade e solidariedade para com os mais
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pobres e excluídos do mundo. Que este apelo caraterize as nossas atitudes e as nossas opções
apostólicas!
Finalmente, um outro aspeto das primícias do ministério do Papa Francisco é a
misericórdia. A graça e a misericórdia soam como o começo das Boas Notícias que o Senhor
Jesus começou a fazer ecoar na Galileia. Dá alegria encontrá-las no início do ministério do
Papa. Possa também ela caraterizar as nossas comunidades e o nosso empenhamento
apostólico. Assim seremos verdadeiros sinais e instrumentos do Coração misericordioso de
Jesus, expressão do amor do Pai para com a humanidade.
Que o Senhor proteja, guie e encha do seu Espírito o Papa que colocou como servidor à
frente da sua Igreja. E que nós, Congregação e Família Dehoniana, possamos ser, em
comunhão com ele, uma célula viva desta Igreja que é chamada a tornar presente no mundo o
projeto de amor, de fraternidade e de paz do nosso Deus e Pai.
Jujuy, Argentina, 19 de Março de 2013
P. José Ornelas Carvalho
Superior Geral
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