Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer Curso de Masterização com plug-in 1 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer Sumário Introdução ............................................................................................3 Uma questão vernacular ..................................................................................3 O que é uma masterização ..............................................................................3 Preparação ...........................................................................................3 1. Compreendendo as falhas de uma mixagem ...............................................3 2. Como estar apto para masterizar .................................................................4 3. Ferramentas .................................................................................................5 Masterizando ........................................................................................5 4. Equalizador ..................................................................................................5 Médios .............................................................................................................................7 Graves .............................................................................................................................7 Agudos ............................................................................................................................7 Equalizando visualmente ................................................................................................7 Analisador de espectro ...................................................................................................8 Masterizando a equalização em matching mode ............................................................8 5. Reverb ..........................................................................................................8 6. Efeitos Multi-Bandas ....................................................................................9 Preliminares ..................................................................................................................10 Multiband Exciter – Exciter Multi-banda .......................................................................10 Multiband Stereo Imaging – Manipulador de imagem estéreo Multi-banda .................11 Multiband Dynamics – Compressores Multi-bandas .....................................................12 Comprimindo .....................................................................................................................12 Usando Limiters e Gates ..................................................................................................14 Adicionando Graves .........................................................................................................14 Adicionando calor em vocais ............................................................................................15 7. Loudness Maximizer – Maximizador ..........................................................15 O Princípio do Maximizador ..........................................................................................15 Conclusão ...........................................................................................16 2 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer Introdução Como foco neste curso iremos abordar o plug-in Izotope Ozone 3 que contém todas as ferramentas de masterização em um só local, facilitando enormemente o trabalho de masterização, mas estas orientações servem tanto para outros softwares que detenham estas ferramentas assim como periféricos reais, portanto não se limite apenas ao software aqui abordado. Uma questão vernacular Por algum motivo que não é claro, o termo masterização ocupa o lugar do termo prémasterização. No universo do áudio o processo real de masterização consiste na etapa final de autoração do CD master e na prensagem do CD master em vidro que servirá como matriz para a prensagem das cópias. Esta matriz recebe diversos códigos de autoração como o PQ code, indexamento de faixas, espaço entre as faixas e outros detalhes, porém o universo de áudio está tão acostumado a chamar o processo final de pré-masterização de masterização que também vamos adotar neste curso esta postura e chamaremos de masterização o processo de lapidação sonora final de músicas mixadas e reduzidas a um arquivo estéreo. O que é uma masterização Embora existam infinitas formas de masterização é consenso geral que existe um som “comercial”. Quando colocamos um CD comercial bem masterizado em nosso tocador de CD e comparamos a sonoridade com a música que acabamos de mixar é notória a diferença. Os CDs comerciais tem muito mais volume, clareza na região das altas e uma coesão entre as faixas. Isso não demonstra que estamos mixando errado, mas sim que existem ferramentas específicas para obtermos um resultado sonoro comercial e que não é possível de obter apenas com uma mixagem. Portanto acreditamos que a nossa mixagem tem problemas e, portanto precisamos investigá-los a fundo para sabermos como contorná-los. Preparação 1. Compreendendo as falhas de uma mixagem Os pontos fracos de uma mixagem normalmente são os mesmos, em maior ou menor incidência, vamos ver uma lista para guiar as nossas ações de masterização. 1. Volume – O volume depende muito da intenção musical. Normalmente uma mixagem de rock ou pop requer um grande volume sonoro que faz com o seu CD toque tão alto quanto os discos comerciais. Uma mixagem de balada ou jazz, por outro lado, pode ser mais baixa, mas a regra é que nenhuma música mixada vai ser totalmente idêntica a essa mesma música depois de um processo de masterização, portanto precisamos avaliar o quanto de volume devemos adicionar sem que haja uma variação da dinâmica. Aqui entra o uso do Maximizador. 2. Opacidade – Comparando a maioria das mixagens, por mais espetacular que sejam, com um disco comercial, vamos perceber que a dos discos comerciais tem um brilho a mais. Se você tentar chegar na mixagem usando equalizadores você simplesmente vai adicionar aspereza e ruído. Para resolver temos os Exciters, que saíram e entraram em moda tantas vezes que fica a seu critério usá-los. 3 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer 3. Magreza – Nem sempre o som chega gordo até os ouvidos. O vocal parece sem corpo e os instrumentos não tem o som apropriado que não vão ser melhorados com o uso de um simples compressor. Portanto usaremos o compressor multi-banda. 4. Falta de graves - Não vai ser com um simples equalizador que iremos adicionar graves em uma música e sim com o compressor multi-banda. 5. Abertura – Mesmo abrindo o panorama e adicionando Reverb a cada um deles corretamente na mixagem pode ser que os instrumentos pareçam estar cada um em um ambiente distinto e não formem uma massa coesa, portanto iremos utilizar também no processo de masterização um processador de imagem e também um Reverb geral, que é foco de inúmeras discussões positivas e negativas, identifique da sua maneira o melhor jeito de usar estes recurso. 2. Como estar apto para masterizar É possível abrir um plug-in de masterização no canal master de uma mixagem, mas dessa forma iremos aumentar ainda mais a demanda por processamento na máquina e também não estaremos totalmente focados na masterização. Com certeza dessa forma ainda vai surgir aquela vontade de mudar um pouquinho o compressor de um dos instrumentos ou até mesmo fazer uma pequena regravação, portanto finalize a mixagem e exporte-a para um arquivo estéreo e parta daí a sua masterização. Se a masterização não está chegando onde você quer é porque a mixagem está muito errada, então neste caso volte para acertar os erros na mixagem e não force a masterização. Existem algumas dicas para melhorar o início de sua masterização, aqui vão algumas: 1. Invista em monitores de áudio profissionais. Quanto mais distante da resposta de frequência plana o seu monitor for, mais errada a sua masterização será, portanto procure os monitores mais planos que você conseguir. 2. Escute os seus discos preferidos nos seus monitores até você conhecê-los intimamente, assim dessa forma você saberá exatamente o som que você está procurando. 3. Procure uma música que te agrade ou que seja próxima ao resultado que você quer chegar e use-a como referência a todo instante. 4. Se você preferir usar fones-de-ouvido use fones de campo difuso (abertos) para não interferir no alinhamento do campo estéreo. Existem algumas dicas para melhorar o processo da sua mixagem, vamos a elas: 1. Peça a ajuda de alguém para masterizar. Uma segunda opinião sempre é importante para evidenciar pontos que para nós passaram desapercebidos 2. Faça pausas e escute CDs de referência nos intervalos para saber qual caminho estamos seguindo. 3. Escute de vários ângulos a sua mixagem. Uma técnica clássica é ouvir a mixagem de outra sala através de uma porta aberta. 4. Escute sua masterização em várias fontes sonoras: no carro, na tv, no aparelho de som da sala, etc... 5. Verifique como o som se comporta em mono, ainda existem muitos aparelhos mono no mercado. Para verificar sua masterização em mono clique em Multiband Stereo Imaging e depois habilite a caixa Show Channel Ops e depois clique em Mono. 6. Masterize em um volume normal, como se você estivesse ouvindo um disco de música, mas, de vez em quando, escute em volumes mais altos para poder percebe melhor os graves. 7. Não passe muitas horas masterizando, pois o ouvido cansa tencionado os músculos do ouvido tornando-o menos receptivo a todo o espectro de frequências. 8. Não exagere na correção, se a masterização está pedindo modificações acentuadas, revise sua mixagem. 4 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer Verificando o sinal de áudio em mono 3. Ferramentas São diversas as ferramentas (periféricos) que necessitamos em uma masterização e conforme a ordem de colocação dessas ferramentas teremos resultados sonoros diferentes. Vamos ver uma orientação clássica de fluxo de sinal de áudio: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Sinal sem processamento > Equalizador > Reverb > Compressor multi-banda > Exciter > Stereo maximizer > Maximizador > Dither > Sinal masterizado. É claro que podemos investir em novas sonoridades mudando os “periféricos” de lugar. No Ozone 3 podemos mudá-los de lugar clicando no item Graph e mudando os periféricos de lugar simplesmente arrastando-os para uma outra localização. Mudando a ordem dos periféricos Masterizando 4. Equalizador Uma masterização normalmente começa com o equalizador. No Ozone 3 vamos clicar o botão redondo Paragraphic Equalizer do painel tornando ativo e também vamos clicar o botão Active para que este se ilumine em verde 5 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer O que pretendemos fazer com este equalizador é ajustar a harmonia sonora como um todo, de forma que este fique o mais natural possível. O equalizador do Ozone 3 é um equalizador paramétrico de 8 bandas, sendo que cada banda pode ser um filtro do tipo Shelving, Low-pass, High-pass ou paramétrico. Para habilitar uma banda clique sobre ele (onde tem os triângulos) e movimente o círculo para a posição desejada. Uma linha vermelha surge mostrando a curva do equalizador. Para modificar o Q ou Largura de banda movimente os colchetes para as laterais. Modificando filtros Para modificar o tipo de filtro, clique na caixa Show Info e no campo Shape modifique a opção contida. Obs: A opção Bell (sino) refere-se ao filtro paramétrico. Outra forma é clicando com o botão direito sobre a frequência. Mudando o tipo de filtro Dicas de teclas modificadoras: Para dar ganho ou atenuar uma frequência sem movê-la aperte a tecla Shift antes de mover o mouse. Para mudar a freqüência sem mover o ganho aperte a tecla Shift depois de mover o mouse. Se for necessário ouvir uma banda apenas segure a tecla Alt enquanto clica. Dicas para a melhor utilização do equalizador: Existem algumas linhas guias para fazermos uma equalização melhor: 1. Primeiro escute sua música e perceba quais frequências estão atrapalhando. 2. Busque de início atenuar frequências não implementando ganho. 3. Pense ao contrário: Se a música precisa de mais agudo, tire grave. 6 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer Médios Comece trabalhando a região dos médios que é onde está a maior quantidade de informações musicais e é a faixa que é mais sensível aos nossos ouvidos. Se você percebeu que a música está muito embolada tente cortar um pouco entre 100Hz e 300Hz. Se a música parece estar anasalada procure atenuar frequências entre 250Hz e 1000Hz. Se a música está muito áspera (ardida) atenue frequências entre 1000Hz e 3000Hz. Uma técnica bastante usada é dar bastante ganho na freqüência para ver se é exatamente esta frequência que está atrapalhando e depois ao identificá-la passa-se a atenuá-la. Use a tecla Alt também para ajudar a localizar melhor as frequências. Uma outra técnica que ajuda neste primeiro instante é usar larguras de bandas não tão amplas e não tão fechadas, sendo que o Q fique menor ou igual a 1.0. Use a janela History para voltar no tempo e escutar diferentes equalizações e escolher a melhor. A janela History Graves Resista à tentação de colocar graves na sua masterização, pois vamos usar o compressor multi-banda para resolver este problema. Colocar grave aqui somente vai embolar mais a sua masterização, porém é importante colocar um filtro do tipo high pass começando em 30Hz ou 40Hz para reduzir a saturação do sinal, porém essa é uma questão largamente discutida, avalie a necessidade e implemente-a a gosto. Se você deseja assim mesmo implementar grave tenha em mente que os bumbos e os contrabaixos podem se estender amplamente dentro do espectro de frequências sendo que a maior parte da energia se concentra em torno de 100Hz. Portanto às vezes é melhor trabalhar os ataques que ficam em torno de 100Hz a 3000Hz para ter um som mais definido. Em alguns casos um ganho sutil em torno de 50Hz a 60Hz ajuda a encorpar o som. Agudos Agora é hora de escutar os agudos. Perceba que sua música vai soar um pouco apagada em relação a CDs comerciais. É claro que podemos implementar ganho em frequências na região de 12KHz a 15Khz com um Q razoavelmente aberto, mas poderemos deixar esta tarefa para o Exciter. Cuidado com ganhos na região de 6KHz a 8Khz, que apesar de trazer presença esta região também pode aumentar a sibilância produzidas pelas letras S. Equalizando visualmente Uma resposta tonal agradável aos ouvidos é quando temos um roll off a partir de 12KHz, para auxiliarmos na masterização abra a caixa Snapshot e clique na opção show da guia 6dB Guide e utilize esta linha como guia. Você já deve ter percebido que o analisador de espectro responde em tempo real e dessa forma podemos verificar como foi masterizado inúmeros discos, portanto escolha várias música e 7 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer observe a resposta do analisador de espectro para ver como foi feita a equalização da música e é claro, podemos copiar o que achamos agradável. O Ozone tem uma ferramenta para ajudarmos nesta tarefa, mas primeiro temos que entender o analisador de espectro. Analisador de espectro Para verificar as opções do analisador de espectro clique com o botão direito sobre a tela do Ozone e escolha a opção Spectrum Options ou clique na caixa Option e depois na guia Spectrum. O tipo de visualização é determinada na caixa Spectrum Type, onde a forma Linear é a opção default que segue uma linha que conecta os pontos da subdivisão escolhida na caixa Window Size. Quanto maior for o valor na caixa Window Size maior vai ser a resolução do analisador, um valor de 4096 é ideal para a maioria das masterizações. As demais visualizações são do tipo barras, cada uma de acordo com sua especificação. A caixa Average Time altera a atualização do analisador. O modo em tempo real é Real Time. Masterizando a equalização em matching mode Um artifício para chegar próximo a um disco de referência é copiando a curva espectral. Siga estes passos: 1. Digitalize a música de referência. 2. Abra a música e dê Play nela. 3. Clique com o botão direito na tela do Ozone e escolha a opção Spectrum Options 4. Mude a caixa Average time para Infinite desse modo o analisador de espectro vai calcular uma média da música. Feche esta janela. 5. Espere até que a curva pare de se mexer. 6. Abra a caixa Snapshop e clique na letra A e habilite o campo Source. Uma linha aparece. 7. Pare a música de referência e comece a tocar a música que você está masterizando. 8. Abra a caixa Snapshot novamente e clique a letra B e selecione a opção Target, uma nova linha aparece. 9. Feche a caixa Snapshot e mude a opção de processamento de equalizador de Analog para Matching. 10. Imediatamente aparece uma linha vermelha com a correção do equalizador para que a sua masterização tenho o mesmo espectro que a música de referência. 11. Abra a caixa snapshot novamente e ajuste os valores de Matching Amount e Smoothing. Um Matching Amount de 100% seria uma equivalência completa de ambos os espectros, mas nem sempre é a melhor opção, portanto guie-se pela sua intuição auditiva até chegar a um resultado positivo. Matching Mode 5. Reverb Este item gera muita polêmica em masterização e provavelmente você não precisará de mais reverb caso tenha utilizado-o eficientemente em sua mixagem, mas em alguns caso o uso de um Reverb sutil pode amarrar um mixagem de uma gravação em espaços verdadeiros com Decays deficitários ou então em mixagens onde cada instrumento parece estar em seu espaço definido e não aglomerados em um espaço coeso. 8 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer Aqui vamos usar o Reverb como um verniz para a mixagem, de uma forma sutil onde este apenas amalgame os instrumentos em um resultado final coeso. Antes de tudo selecione o botão Mastering Reverb e depois o botão Active. Depois vá elevando o botão Wet para ouvir o retorno do Reverb. Uma boa dica é solar o Reverb para ouvirmos somente a emulação de espacialidade, clique no botão Solo Reverb Signal e ajuste a qualidade do Reverb conforme seu gosto. Primeiro ajuste o tipo de Reverb no botão superior à esquerda. A opção Room emula ambiências reais de salas e a opção Plate oferece um Reverb mais denso. Em seguida ajuste as opções de tamanho e largura (Room Size e Room Width respectivamente) de forma que o decay do Reverb seja um pouco mais longo do que o Reverb que aparece ou que foi utilizado na mixagem. Deixe o slider Wet em tono de 5.0 e 15.0. Um efeito interessante que funciona com algumas mixagens é criar salas pequenas com o slider Room Size em torno de 0.1 e 0.3 assim cria-se um efeito de duplicação e o slider Wet entre 20.0 e 30.0. O Damping controla a reflexão das paredes. Quanto maior mais abafado será o Reverb e quanto menor mais claro será o Reverb, como se as paredes fossem azulejadas. O ajuste Pre delay refere-se ao tempo que demora a reflexão para chegar depois que chega o som principal. Um ajuste importante é o roll off do Reverb que pode ser modificado arrastando-se as linhas horizontais na janela do analisador de espectro. Se a sibilância está muito alta, tente arrastar a linha horizontal da direita um pouco mais para a esquerda. Dicas de uso do Reverb: 1. Use o bypass bastante para verificar com está ficando a sua masterização. 2. Se você estiver masterizando uma balada, muito provavelmente você ficará melhor com um Reverb mais intenso usado no padrão Plate, ao contrário de rock e jazz que permitem um Reverb mais curto usado pelo padrão Room. 3. Se você está usando um Reverb muito denso fique de olho no display de fase e use a função mono para ver se o Reverb não está atrapalhando. Reverb 6. Efeitos Multi-Bandas A categoria de efeitos multi-bandas inclui os seguintes efeitos: a. Exciter b. Compressor c. Manipulador da imagem estéreo 9 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer Preliminares A melhor coisa de trabalharmos com efeitos multi-bandas é que podemos comprimir apenas os graves enquanto aumentamos a imagem estéreo dos médios, por exemplo. Assim podemos dividir a nossa música em várias bandas de frequências e as manipular individualmente. O ponto mais importante antes de implementar qualquer compressão ou manipulação da imagem estéreo é o importante ato de escutar a música e avaliar onde serão os pontos de divisão de frequências do crossover. Habilite então o botão de algum dos efeitos multi-bandas, como o Exciter, por exemplo, e toque sua música. Na parte superior está o analisador de espectro e as linhas com os divisores do crossover. Para movê-las simplesmente arraste-as para outra localização. Dicas para posicionamento das linhas de corte do crossover: Banda 1: Essa é a banda onde se encontra o baixo e o bumbo e normalmente deve ir de 20Hz a 120Hz. Banda 2: Nesta faixa de frequências ficam as fundamentais dos vocais e a maioria dos instrumentos médios como guitarras e violão. Essa faixa normalmente se estende de 120Hz até 2KHz e é responsável pelo “calor” da música. Banda 3: A banda 3 vai de 2KHz até 10KHz e é responsável por abrigar instrumentos agudos como pratos e também a sibilância dos vocais. Normalmente esta região é conhecida como “Treble” (pronuncia-se trébãl). Banda 4: São as frequências altas que vão de 10KHz até 20KHz que é conhecida como “ar”. Para ajustar exatamente os pontos de corte use o botão m (mute) de cada faixa para excluí-la e perceber se o instrumento em questão está compreendido dentro dela. Você não necessariamente precisa trabalhar com 4 bandas; 3 talvez sejam o suficiente. Para adicionar ou remover bandas, clique com o botão direito sobre o analisador e escolha a opção Remove Band. Depois de ajustado os melhores posicionamentos do crossover é hora de processar o sinal, vamos ver os diferentes módulos agora. Multiband Exciter – Exciter Multi-banda Existem inúmeros tipos de exciters, porém a maioria se baseia em distorções causadas por válvula ou fita, formatos estes que o Ozone emula. Os Exciters via de regra são usados para adicionar um brilho à mixagem de forma diferente do equalizadores que apenas aumentam ou diminuem a relação de frequências, no caso dos Exciters irá ocorrer à formação de novos harmônicos que irão ampliar a sensação de clareza na masterização. A diferença entre os modos de saturação de válvula (tube) e fita (tape) é que a válvula provê mais harmônicos pares em intervalos de oitavas formando uma saturação mais musical, ao passo que a saturação de fita provêm mais harmônicos ímpares em intervalos de quintas sendo esta última mais agressiva. Normalmente usamos o Exciter apenas nas bandas superiores, mas é possível usar o exciter em todas as bandas, neste caso deixe os valores de AMT (amount = quantidade) parecidos em todas as bandas. 10 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer Os modos de saturação escolhidos na caixa superior da esquerda variam entre Tube (válvula), Tape (Fita) e Retro (Retro). O tipo válvula e o mais musical e suave. O tipo Tape é mais áspero e o tipo Retro traz uma distorção pesada. Exciter Dica: O campo delay cria um atraso para o exciter de uma determinada banda, experimente fazer um offset da banda de graves (menores que 150Hz) em torno de 1ms. Dessa forma os graves irão ficar mais unidos, porém com menos volume o que pode ser restaurado usando-se o compressor multi-banda. Multiband Stereo Imaging – Manipulador de imagem estéreo Multi-banda Da mesma forma que não conseguimos a sensação de “ar” nas nossas mixagens com equalizadores sem o uso de Exciters, não conseguimos ampliar o estéreo apenas com os panoramas sem o uso de um manipulador de imagem. A manipulação do estéreo consiste na ampliação da distância entre os sinais dos canais esquerdo e direito através da subtração de ambos. Assim sons que estão com o panorama no meio aparecem em ambos os canais e ao aumentar a ampliação da distancia entre estes dois canais podemos acabar com músicas sem meio, criando a ilusão de uma música oca na região central. Como normalmente os graves são mixados nesta região é muito provável que a música perca peso. A solução então é a manipulação através de um processamento multi-banda. Clique no botão Multiband Stereo Imaging e no botão Active. Na janela desse módulo podemos ver o espectro na parte superior, os sliders de processamento ao centro com os sliders que manipulam o panorama para a direita indo para cima ou para a esquerda quando movidos para baixo. Abaixo estão os faders de delay e à direita destes os medidores de correlação de fase. Neste último, quando a indicação for de +1, ou seja, totalmente à direita significa que o sinal de ambos os canais esquerdos e direitos são idênticos. Quando este indicador estiver se direcionando para a esquerda significa que os sinais em ambos os canais estão diferentes, portanto a leitura irá para o marcador -1. 11 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer Manipulador da imagem estéreo Logo abaixo temos o vetorscópio que também indica a correlação de fase. Normalmente as músicas mostram uma imagem mais alta do que larga e tipicamente as músicas mono são completamente verticais. Quanto mais a imagem se distancia da horizontal, maior é a abertura do estéreo. Caso a imagem fique completamente na horizontal significa que os canais estão completamente diferentes o que pode gerar problemas em reproduções mono. A parte mais interessante da manipulação da imagem estéreo é a modificação do delay. É possível criar um atraso em uma ou mais bandas em relação às outras de forma que o canal direito chegue aos seu ouvidos antes que o canal esquerdo, por exemplo, mas cuidado para não causar o efeito Haas, no qual uma das caixas parece que não estão funcionando mais. Portanto seja sutil usando valores curtos. Algumas dicas: 1. Trabalhe mais a abertura nas bandas altas tornando-as mais distantes entre si. 2. Use aberturas negativas nas bandas mais baixas, assim os graves ficam mais amarrados em direção ao mono e dão a sensação de coesão. 3. Não use fones de ouvido. 4. Tente posicionar as bandas graves com delay ao invés de usar o panorama. 5. Não há regras. Parece piada, mas experimente mudar os panoramas e os delays tendo em mente que um influencia o outro. 6. Verifique constantemente o resultado em Mono. 7. O Ozone suporta automação então teste deixar a música mais aberta no refrão e mais fechada nos versos, automatizando estes parâmetros na DAW. Multiband Dynamics – Compressores Multi-bandas Comprimindo Com certeza masterizar usando compressores, limiters e gates multi-bandas é o ponto mais desafiador de uma masterização e com certeza é um dos pontos que mais fazem a diferença nas masterizações. Antes de mergulharmos neste periférico virtual vamos entender um pouco de compressão. 12 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer Uma analogia para entendermos o compressor é uma situação onde um técnico fica com a mão no fader de volume principal e permanece olhando os indicadores de nível. Quando o nível passa de um certo limite o técnico abaixa este volume na quantidade que excedeu o volume. A quantidade que foi abaixada refere-se a razão, ou Ratio em inglês. Quanto maior for a razão, mais o técnico irá abaixar o volume, por exemplo: Em uma razão de 3:1 a cada 3dBs que excederem do máximo definido (também conhecido como limiar ou Threshold) o técnico irá abaixar 1dB. Dessa forma o sinal ainda irá exceder o limite definido, porém com um dB a menos. A tela do compressor Na figura acima vemos o Threshold em -25.2dB. É nesse ponto que o compressor começará a atuar. A razão está em 3.0, que é o mesmo do que 3:1 (lê-se três para um). As linhas horizontais representam a entrada de sinal no compressor e as linhas verticais à saída. Dessa forma, qualquer sinal que exceder -25,2dB será comprimido na razão pela qual excedeu este limite. Indicação de ganho de redução Na figura acima vemos o indicador de ganho de redução, ou seja, quanto que foi suprimido do sinal original em dB. Ao lado esquerdo vemos o Histogram, uma tela que mostra ao longo do tempo os níveis de redução e com esta podemos verificar como o compressor está atuando neste momento. Na figura ao lado vemos que existe bastante atividade na região de -16 dB e vai decaindo até -48dB, logo acima de -16dB está uma pequena atividade, então é exatamente neste ponto onde iremos colocar o nosso limiar (Threshold). Perceba que se você está diminuindo os picos sonoros que passam do limiar a música fica mais baixa nesta banda e conseqüentemente ganhamos Headroom para poder aumentar o volume mais um pouco, aumentando a sensação de volume sonoro. Use o slider Band Gain para implementar mais volume. Os próximos passos referem-se a ajustar o Attack e Release do compressor. O attack refere-se à espera antes que o volume seja abaixado conforme ele passa do ponto de Threshold e o Release refere-se ao tempo que ele demora em ele deixar de comprimir o sinal. 13 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer Infelizmente não existe uma regra para estes ajustes e tudo vai depender do conteúdo da sua música, principalmente da quantidade de transientes. Mas, por outro lado podemos dizer que se você deseja atenuar um groove de bateria comece com o Attack por volta de 10ms e vá baixando-o para amansar o groove ou aumentando-o para deixar mais transientes passarem. Outro ponto importante é que quanto mais rápido for o Attack mais distorção ele irá causar (especialmente nos graves). O Release pode ser usado de começo ajustado em 100ms, porém lembre-se: se o Release for muito rápido vai parecer que o compressor está voltando muito rápido e vai criar a sensação de Pump (bombeamento) e por outro lado, se estiver muito lento o compressor irá continuar comprimindo partes posteriores que não necessitam de compressão. Para ajustar o Attack e o Release clique na caixa Show do campo Attack / Release Settings. Implementado neste setor temos a opção Auto-Smoothing que faz com que o Ozone recalcule os parâmetros de Attack e de Release e modifique-os de forma a não produzam artifícios, como os citados acima, a não ser que você queira. Vamos ver uma passo-a-passo de como encarar uma compressão. 1. Ajuste a razão (Ratio), dependendo do que você estiver comprimindo siga estes pontos iniciais: a. Mix geral: razão entre 1.1 e 2.0. b. Baixo e bumbo: tente entre 3.0 e 5.0, mas você pode ir até 10:1. c. Vocais: Tente entre 2:0 e 3:0. 2. Vá diminuindo o Threshold de olho no histograma até o ponto onde começam as atividades. 3. Aumente o ganho. 4. Experimente mudar o Attack e Release. Lembre-se Attacks rápidos “comem” mais transientes. 5. Se você está querendo mais volume use o Maximizer. Usando Limiters e Gates O Limiter esta no topo do compressor e serve para comprimir ainda mais o que passou pelo compressor. O Limiter funciona da mesma maneira que o compressor, salvo que este utiliza altas taxas de razão (Ratio). O Expander funciona ao contrário do compressor. Ele aumenta os sons que estão abaixo do limiar, ou seja, os sons mais fraco e que geralmente são os graves. Para que o Expander funcione desta maneira é necessário usar taxas inferiores a 1.0 em sua razão. Ao contrário podemos usar o Expander como Gate, ou seja, ele corta o sinal quando a música ficar abaixo de um certo ponto (Threshold), muito útil para retirarmos ruídos de uma mixagem. Dessa forma use valores de razão acima de 5:0 e defina o Threshold um pouco acima do volume do ruído. Imagine isso tudo aplicado para até 4 bandas. Podemos então clicar nas diferentes bandas na parte de cima da tela do Ozone (as demais ficam esbranquiçadas) e ajustar todos estes parâmetros individualmente por bandas de frequências. Dica: Se você precisar repetir as configurações de uma banda em outra, simplesmente clique com o botão direito sobre ela e escolha a opção Copy. Selecione a próxima banda e clicando com o botão direito novamente escolha Paste. Adicionando Graves A grande responsável em criar mais grave em uma masterização é esta ferramenta e não os equalizadores. Neste segmento iremos trabalhar apenas com a banda um, que provavelmente estará definida para atuar em até 150Hz que é onde estará toda a parte densa da música. 14 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer Comece selecionando-a e coloque a razão em torno de 4:0. Traga o Threshold para baixo e depois aumente o ganho. Sinta-se a vontade para trabalhar com extremos até chegar onde você deseja. Adicionando calor em vocais A banda seguinte, que provavelmente abrange toda à parte de vocais pode ser tratada independentemente. É bom que esta banda esteja entre 150Hz e 500Hz. Deixe a razão em torno de 2:0 ou 3:0 e vá baixando o Threshold (fique de olho o Histograma) e depois aumente o ganho. Adicionar um pouco de Expander nesta região também pode beneficiar a sua masterização. 7. Loudness Maximizer – Maximizador Hoje em dia a corrida pelo som mais alto alcançou configurações extremas e está cada dia mais insana esta luta em detrimento do enriquecimento sonoro. É claro que com o Ozone podemos deixar as nossas masterizações mais altas (com mais volume), até tanto quanto os mais esotéricos e adeptos do achatamento extremo, mas também podemos trazer um enriquecimentos sonoro ao conjunto musical tornando mais encorpado usando configurações sutis. O Princípio do Maximizador O Princípio do Maximizador consiste no ato de normalizar uma música. O normalizador varre toda a música, verifica qual é o ponto mais alto, e coloca este ponto em 0dB, que é o máximo digital antes da saturação e conseqüentemente todo o resto aumenta de volume. Dessa forma podemos usar o maximizador para achatar os picos proeminentes e levantar o som geral para podermos ter uma música mais alta. Loudness Maximizer O Maximizer não é multi-banda, ele atua em todo o espectro de frequências. O uso é bem simples. Conforme você vai baixando o Threshold mais partes da mixagem você estará limitando, representado pelas linhas brancas no histograma. Para um enriquecimento sonoro e obtenção de uma master em pleno volume traga o threshold até a crista do histograma. 15 Curso de Masterização com plug-in Produzido por Daniel Raizer O parâmetro Margin serve para ajustar o volume final da master. Quanto mais para baixo for o valor, mais suave será o resultado final. De forma geral procure valores entre -0.3 e -0.2. Os modos de atuação do Maximizer são 3: Soft: Mais natural. Este recurso usa a configuração do Margin como guia, mas não como um valor fixo. Brickwall: Desta forma o Limiter usa de forma absoluta o valor atual do Margin e nada passa desse valor. Inteligent: Tipo eu e você. Este algoritmo trabalha analisando o conteúdo tendo uma reação diferenciada para transientes e parte suaves, variando sua velocidade de Attack, criando uma limitação mais sutil. Dicas gerais para maximização: 1. Use o modo inteligent para maximizações gerais transparentes, o modo Brickwall de forma analógica e o modo Soft para maximizações gentis. 2. Não deixe a Margem (Margin) acima de -0.3dB. Tecnicamente podemos colocar a margem em 0dB, mas qualquer outra investida em processamento pode passar do limite, portanto deixe um pouco de Headroom. 3. Use-o sempre no final. 4. Quanto maior for a maximização, maior deverá ser o Release 5. Não se esqueça que quanto mais você usar o Limiter menos dinâmica você terá no seu resultado final, portanto avalie criteriosamente o seu uso. Conclusão É claro que se você não quer passar por este longo e penoso caminho de esculpir uma master do zero, sempre será possível partir do meio do caminho usando um preset. Simplesmente clique o botão Preset, escolha um da lista e clique ok. Disclaimer: Este curso foi baseado no texto original do trabalho Mastering with Ozone 3, do próprio fabricante. 16