ebook - papeis da produção musical-ver3

Propaganda
Produção fonográfica: Etapas e Envolvidos
A produção fonográfica começou no início do século XX e passou por
diversas transformações por conta de aspectos tecnológicos, culturais e
econômicos.
Hoje, com novas tecnologias, equipamentos, plugins e Digital Audio
Workstations (DAWs), os músicos têm a possibilidade de trabalhar de uma
forma independente - muitas vezes compondo, arranjando, gravando,
editando, mixando e até masterizando suas próprias canções. Entretanto,
é necessária a compreensão de que isto não foi sempre assim, bem como
uma profunda reflexão sobre os benefícios e malefícios dessa abordagem.
DAW: Studio One
02
Mudanças na Era Digital
Até 1989, a indústria fonográfica possuía um modus
operandi muito claro. Estúdios possuíam sua equipe de
engenheiros de gravação, mixagem e masterização e
bandas e artistas os procuravam acompanhados apenas
do produtor musical que, na maior parte das vezes, era
enviado pela editora musical e/ou pela gravadora. Após
essa data, quando então surgiu o Pro Tools (na época,
chamado Sound Tools), a acessibilidade promovida pelo
software fez com que as etapas do processo se
misturassem. Hoje, muitas vezes nos deparamos com a
situação onde o produtor musical atua, também, como
editor, engenheiro de gravação, mixagem e masterização.
03
O Processo de Produção Fonográfica
O processo de produção fonográfica envolve diferentes etapas e funções.
O diagrama abaixo mostra o processo, suas etapas e cada fase delas.
PRODUTOR MUSICAL
PRÉ-PRODUÇÃO
PRODUÇÃO
PÓS-PRODUÇÃO
SELEÇÃO DE ESTÚDIO E EQUIPAMENTOS
GRAVAÇÃO
EDIÇÃO
SUGESTÕES NO ARRANJO
SAMPLEAMENTO
MIXAGEM
SÍNTESE
MASTERIZAÇÃO
04
Os Envolvidos na Produção Fonográfica
Os envolvidos e responsáveis por cada etapa e/ou processo são os
seguintes:
• Produtor Musical – Envolvido em todas as etapas, coordenador
do projeto de produção fonográfica. Principal agente orientador da
pré-produção.
• Engenheiro de Gravação – Agente importante no projeto de
gravação do álbum. Coordena a captação das mais diversas
informações de áudio.
• Editor – Responsável por solucionar problemas de gravação e/ou
adicionar edições de áudio de acordo com a orientação do
produtor musical e do artista.
• Engenheiro de Mixagem – Responsável por colocar todas as
informações de áudio juntas, soando de acordo com que o
fonograma deve soar em sua etapa.
• Engenheiro de Masterização – Responsável por finalizar o
fonograma já recebendo-o em uma única faixa de áudio.
05
Produtor
Musical
O Produtor Musical
O produtor musical é o agente, dentro da
construção de um fonograma, que exerce um
papel bastante diversificado. Ele está envolvido
visceralmente ao projeto, coordenando e
participando das etapas de pré-produção,
produção e pós-produção, tomando decisões que
irão influenciar diretamente no resultado obtido.
Na pré-produção, o produtor musical exerce um
trabalho tanto criativo quanto administrativo.
Administrativamente, o produtor musical é, talvez,
um dos maiores responsáveis em fazer com que a
banda/artista invista da maneira mais correta o
seu tempo na produção de um álbum.
Rick Rubin - Produtor Musical
07
O Produtor Musical
O produtor musical tem a responsabilidade de
entender o som da banda/artista, a ponto que
ele saiba realizar ajustes nos timbres, arranjos e
composições. Para isso, é importantíssimo que ele
esteja alinhado com as referências e os objetivos
estéticos deles, bem como com o mercado
musical.
Muitas vezes, o produtor musical escolhe o
estúdio, o engenheiro de mixagem e o
engenheiro de masterização.
Rick Rubin - Produtor e co-produtor musical de vários álbuns
Quando sob as condições contratuais
estabelecidas com uma editora musical, o
produtor trabalha para o resultado do fonograma
com a finalidade de atingir as metas da editora e
o resultado musical esperado pelos artistas. Em
casos que envolvem editoras muito grandes, as
conhecidas “majors”, este trabalho se torna um
grande desafio, uma vez que o produtor tem que
dar conta de aspectos comerciais e artísticos,
que, em muitos casos são convergentes e em
muitos outros, não.
08
Engenheiro
de Gravação
O Engenheiro de Gravação
O engenheiro de gravação é o profissional
responsável pelo registro sonoro. Ele capta a
performance realizada pelos artistas e toma
decisões quanto a objetivos estéticos da captação
através das orientações do produtor musical e de
um conhecimento extenso sobre a captação de
áudio. Ele entende profundamente o processo de
escolha e posicionamento de microfones,
comportamento acústico de diferentes ambientes,
amplificadores, processadores de dinâmica e
características gerais do som produzido pelos
intérpretes. Ele utiliza destes conhecimentos para
alcançar os conceitos que o produtor e/ou o
artista desejam.
Quando artistas trabalham com samples, (amostras
pré selecionadas de áudio), o engenheiro de
gravação avalia a qualidade de captação destas
amostras antes de passá-las ao editor.
Aliado à pre-produção, um trabalho de gravação
bem executado pode facilitar muito o trabalho do
engenheiro de mixagem, pois o fonograma pode
se aproximar muito de objetivos estéticos mais
refinados mesmo antes da etapa de edição.
Na indústria, esses profissionais podem se
especializar em diferentes áreas, como engenheiro
de gravação de voz, de orquestra, de música
clássica, de gêneros ou instrumentos específicos.
Greg Fidelman – Foi engenheiro de gravação de diversos álbuns produzidos por Rick Rubin,
além de ser produtor e engenheiro de mixagem de outros.
10
Editor
O Editor (Digital Editor, Pro Tools Editor, etc...)
O editor, orientado pelo produtor musical, realiza a seleção de melhores
takes das gravações, corrige problemas de fase entre diferentes microfones,
desafinações de instrumentos e voz e imprecisões rítmicas. Seu trabalho é
extremamente técnico, essencial para o engenheiro de mixagem realizar
sua função sem ter que se preocupar com falhas de execução e problemas
de captação.
12
Engenheiro
de Mixagem
O Engenheiro de Mixagem
A mixagem é um processo criativo orientado por
princípios técnicos de áudio. Nesta etapa, o
engenheiro de mixagem recebe os “clips de áudio”
ou “audio stems”, (informações de áudio separadas
umas das outras), já editados e em diferentes canais.
Sua função é atingir uma sonoridade muito próxima
à sonoridade final na soma final destes canais,
através do processamento individual e/ou conjunto
do sinal que passa pelos mesmos. Compreender isso
é de suma importância.
Não existe um workflow único de como mixar ou a
melhor forma de mixar. Existem profissionais
diferentes com metodologias diferentes, trabalhando
com prioris diferentes.
Sendo um processo criativo, a mixagem não tem
como obrigação o processamento de algum sinal de
áudio, nem uma ordem predefinida para o
processamento dos mesmos. Porém, na maior parte
das vezes, o engenheiro de mixagem começará pelo
processo de nivelamento de volumes entre os canais,
colocando-os no ambiente stereo (mais para a direita,
ou mais para a esquerda) e, em seguida, criará
grupos e subgrupos, inserindo processadores de
dinâmica e equalizadores. Ele atinge resultados
estéticos através de processamentos do sinal de
áudio, partindo de princípios técnicos para orientar as
escolhas destes processamentos. Sua missão é
entregar um único track pronto para ser masterizado.
Andrew Scheps – Trabalhou como engenheiro de mixagem em várias produções de Rick Rubin, bem como
trabalhou como produtor musical e engenheiro de gravação em outros álbuns.
14
Engenheiro
de Masterização
O Engenheiro de Masterização
O engenheiro de masterização trabalha com o
fonograma resultante da soma dos canais da
mixagem. Ou seja, neste processo final há somente
uma informação de áudio e o fonograma
encontra-se quase pronto para ser distribuído.
A função do engenheiro de masterização é realizar
os ajustes finais na sonoridade desejada pelo
produtor e/ou artista, através de processos
complexos de aplicação de processadores de
dinâmica, equalização, reverb, etc...
Este profissional prepara o fonograma para a
execução em diferentes mídias (Streaming digital,
CD, DVD, Blue Ray, Sala de Cinema, etc...)– ele
estabiliza para o comportamento do sinal de áudio
quando executado em diferentes equipamentos de
reprodução sonora.
Stephen Marcussen – Foi engenheiro de masterização do álbum 13 da banda Black Sabbath,
produzido por Rick Rubbin,além de ter masterizado diversos outros álbuns.
16
Como posso melhorar meu Workflow?
O processo que estudamos, por muitas vezes, é ineficiente pela falta de
compreensão e posicionamento das operações que realizamos dentro dele. As
vezes, é difícil saber se estamos mixando, compondo ou editando. Esse
esclarecimento é essencial. Hoje, graças a altíssima tecnologia de áudio digital,
temos acesso à diversas ferramentas úteis às três etapas do processo sob nossos
olhares no workstation digital. Por isso, é muito fácil não resistir a tentação e
começar a colocar etapas de produção durante a pré produção, invertendo a
ordem de tudo. Claro que a liberdade e o poder de ir e vir é excelente! Como os
custos são muito mais baixos do que eram na “época da gravação em fita”,
podemos voltar e realizar melhorias nas etapas anteriores quando for necessário.
Porém, é importante ter em mente que organizar o processo e ter discernimento
da operação que estamos realizando são fundamentais para a economia de
tempo, dinheiro e para a efetividade do projeto.
17
Para aprofundar
seus conhecimentos,
a Ossia oferece:
NOVO CURSO DE
GRAVAÇÃO
E MIXAGEM
HomeStudio na Prática
Saiba mais em:
Ossia.com.br/gravacao
Download